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VALORES INSTITUCIONAIS

MISSÃO
Promover a formação e o aperfeiçoamento, unindo as pessoas e
organizações em prol do conhecimento, proporcionando valor a
sociedade.

VISÃO
Ser referência nacional na formação e aperfeiçoamento de
profissionais que agreguem valor às organizações de forma
democrática, responsável e inclusiva.

VALORES
Nosso pensar e agir consiste em valorizar a:
- Individualidade para comprometer.
- Interconectividade para compartilhar.
- Interdisciplinaridade para conhecer.
- Inovação para competir.

PROPÓSITO DO UNICV
Transformar a vida das pessoas pela diversidade, criatividade e
sustentabilidade.
INSTITUCIONAL
Reitor
José Carlos Barbieri

Vice-Reitor
Hamilton Luiz Favero

Diretora de Ensino e Extensão


Luzia M. Yamashita Deliberador

Diretor de Graduação
Alexsandro Cordeiro Alves da Silva

Diretora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão


Marcela Bortotti Favero

Diretor de Registro Acadêmico e Regulação


Lincoln Villas Boas Macena

Diretor de Relações com o Mercado


José Plínio Vicentini

Diretor de Operações EAD


Cleber José Semensate Santos

Diretora Executiva
Dayane Francis da Silva Almeida

Gerente de Recursos Humanos


Simone Moreira dos Santos

Gerente Financeiro
Douglas Moreira dos Santos

Gerente Administrativo
Victor Nicolau Barbieri

Coordenadora do Curso de Bacharelado


em Serviço Social
Suzie Keilla Viana da Silva

Supervisora Acadêmica do Curso de Bacharelado


em Serviço Social
Irení Alves de Oliveira

Revisão textual
Fátima Crhistina Calicchi
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7
UNIDADE I 9
1. DIRETRIZES E NORMATIVAS 9
1.1 BASES CONCEITUAIS DO ESTÁGIO 10
1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL 14
1.3 FUNDAMENTOS LEGAIS 17
1.3.1 LEI Nº 8.662/1993 QUE REGULAMENTA A PROFISSÃO E O CÓDIGO DE
ÉTICA PROFISSIONAL 18
1.3.2 LEI DE ESTÁGIO Nº 11.788/2008 20
1.3.3 RESOLUÇÃO Nº 533/2008 22
1.3.4 POLÍTICA NACIONAL DO ESTÁGIO - ABEPSS 25
UNIDADE II 30
2. PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 30
2.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS DA PROFISSÃO 31
2.2 COMPETÊNCIAS DO(A) PROFISSIONAL 36
2.3 ATRIBUIÇÕES DO(A) PROFISSIONAL 39
2.4 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO 42
2.5 DIMENSÕES: TEÓRICO-METODOLÓGICA, TÉCNICO-OPERATIVA E
ÉTICO-POLÍTICA 45
UNIDADE III 50
3. PROCESSO DO ESTÁGIO DO UNICV 50
3.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO UNICV 52
3.1.1 DA DISCIPLINA 54
3.1.2 DA CARGA HORÁRIA 55
3.1.3 DA INSERÇÃO EM CAMPO DE ESTÁGIO 56
3.1.4 DAS DOCUMENTAÇÕES 59
3.1.5 DA SUPERVISÃO 64
3.1.6 DAS LIVES/AULAS ON-LINE 66
3.1.7 DA TRILHA DE APRENDIZAGEM - VÍDEOS 66
3.1.8 DAS ATIVIDADES 67
3.1.9 DA VALORAÇÃO 68
3.1.10 DA AVALIAÇÃO 68
3.1.11 DO PRAZO 69
3.1.12 DO SEGURO DE VIDA 69
3.1.13 DO ATESTADO 69
3.1.14 DA REPROVAÇÃO 70
3.1.15 DAS ATRIBUIÇÕES DOS ATORES ENVOLVIDOS NO ESTÁGIO
SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO 71
3.2 ORIENTAÇÕES GERAIS 74
INDICAÇÃO DE LIVROS 75
INDICAÇÃO DE FILMES 76
CONSIDERAÇÕES FINAIS 77
REFERÊNCIAS 79
7

INTRODUÇÃO

Prezado(a) estagiário(a),

Seja bem-vindo(a) ao processo do estágio supervisionado curricular


obrigatório do UniCV, é um enorme prazer ter você aqui conosco e saber que
chegou até aqui e não desistiu do seu sonho, de se tornar um profissional
especialista em Serviço Social e em breve atuará como Assistente Social em um dos
diversos espaços sócio-ocupacionais.
Mas, precisamos alertar que o estágio supervisionado curricular obrigatório é
um processo sem volta, pois a partir de agora você vivenciará experiências
fantásticas que mudarão a sua visão de ser e de mundo, porém é preciso se dedicar,
ter responsabilidade com o seu processo de formação e o mais importante, ser
protagonista desse processo magnífico.
Agora que destacamos esses pontos importantes e, esperamos com isso, ter
aumentado o seu desejo de vivenciar a prática profissional, assim, vamos explicar
como funcionará todo o processo do estágio supervisionado curricular obrigatório do
UniCV e, para isso, dividimos este manual em três unidades.
Na primeira unidade, você estudará as diretrizes e normativas que regem todo
o processo do estágio supervisionado curricular obrigatório do UniCV, sendo
subdividido em três tópicos que consideramos importantes para entender o porquê
vivenciar a prática profissional na graduação em Serviço Social. Vejamos: no
primeiro tópico abordaremos sobre as bases conceituais, no segundo, o objetivo do
estágio e, no terceiro, os fundamentos legais, neste último tópico, daremos ênfase
para as legislações que normatizam o estágio, como: a Lei que regulamenta a
profissão nº 8.662/2008, a Lei de estágio 11.788/2008, a Resolução 533/2008 e a
Política Nacional de Estágio - ABEPSS/2010.
Na segunda unidade, abordaremos sobre o processo de formação
profissional, pois não tem como vivenciar a prática profissional durante o
cumprimento da carga horária do estágio nos diversos espaços sócio-ocupacionais
sem, antes, entender o que está por trás da atuação profissional. Dessa forma,
apresentaremos os princípios éticos da profissão, as competências e atribuições do
Assistente Social, informações importantes sobre o Projeto Ético-Político e as três
8

dimensões que norteiam a atuação profissão e, para entender tudo isso,


subdividimos esta unidade em cinco tópicos.
E, por fim, na terceira unidade, apresentaremos o processo do estágio
supervisionado curricular obrigatório do UniCV, o qual perpassa pela quantidade de
disciplinas e carga horária, documentação, atividades, prazos e avaliação.
Esperamos que no final da leitura deste manual você consiga entender sobre o
processo do estágio, afinal irá utilizá-lo nas 03 disciplinas de Estágio Supervisionado
Obrigatório em Serviço Social .

Desejamos uma excelente leitura!


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UNIDADE I
1. DIRETRIZES E NORMATIVAS

Caro(a) estagiário(a), o Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório


(ESCO), é considerado uma das etapas mais importantes do processo de formação
profissional em Serviço Social, é um momento ímpar por diversos motivos, dentre
eles podemos elencar: o contato com a prática profissional, conhecer os espaços
sócio-ocupacionais do Assistente Social, desenvolver a identidade profissional, criar
uma rede de contato com profissionais das diversas áreas, participar da elaboração
e implementação de políticas públicas e sociais, enfim, podemos ficar aqui
descrevendo diversos e diversos motivos sobre a importância de realizar o estágio
no processo de formação, mas acreditamos que estes já lhe fizeram entender o
quão importante é, vivenciar a prática profissional.
Desta forma, você pode estar se perguntando! O estágio é obrigatório? E
respondemos que sim, para que possa concluir o Curso de Bacharelado em Serviço
Social do UniCV você precisa cumprir a carga horária exigida e prevista no Projeto
Pedagógico do Curso - PPC, mas, calma! Vamos explicar através deste manual
como tudo funcionará e no final você entenderá os princípios e diretrizes, as
competências profissionais e o processo de estágio do UniCV.
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1.1 BASES CONCEITUAIS DO ESTÁGIO

O estágio supervisionado faz parte do processo de formação profissional em


Serviço Social, considerado como uma etapa importante e fundamental,
principalmente pelo fato de aproximar o(a) estagiário(a) da atuação profissional, mas
também de proporcionar a realização de análise crítica e interventiva a partir da
vivência cotidiana nos diversos espaços sócio-ocupacionais do profissional
Assistente Social, entendendo os serviços/políticas e as diferentes expressões da
questão social.
Conforme já estudado na disciplina de Fundamentos Históricos Teóricos
Metodológicos, o Serviço Social se configura como profissão no Brasil após o ano de
1930, se especializando como formação técnica em 1932 com o Centro de Estudos
e Ação Social (CEAS), no ano de 1936 surge a primeira Escola de Serviço Social na
PUC de São Paulo, em 1937 a segunda Escola de Serviço Social na PUC do Rio de
Janeiro e somente em 1940 surge a terceira escola em Recife. Acreditamos que
você deve estar se perguntando o porquê estamos realizando um breve contexto
histórico sobre o surgimento das primeiras escolas em Serviço Social.
Ora, caro(a) estagiário(a), cursar Serviço Social para atuar como Assistente
Social foi um grande avanço para a categoria profissional, no entanto, as atividades
práticas só foram inseridas na grade curricular do curso no ano de 1996, com a
aprovação das Diretrizes Curriculares da ABEPSS1 e foi a partir deste documento
que o estágio supervisionado curricular se configurou como uma disciplina
obrigatória, porém chamamos a atenção quanto ao ano de fundação da primeira
escola até a obrigatoriedade do estágio na matriz curricular dos cursos de
Bacharelado em Serviço Social, isso mesmo, houve cerca de 60 anos e durante

1
Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social (Com base no Currículo Mínimo aprovado em Assembleia
Geral Extraordinária de 8 de novembro de 1996.)
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esses anos houve muitas discussões em Congressos, Seminários e Oficinas até que
a categoria pudesse entender a importância da inclusão do estágio supervisionado
curricular obrigatório na matriz curricular dos Cursos em Serviço Social e por mais
que tenha demorado anos, podemos considerar que houve um grande avanço no
processo de formação, principalmente pelo fato do estágio ser um fator primordial na
relação teoria e prática.

Estágio Supervisionado: É uma atividade curricular obrigatória que se


configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-institucional
objetivando capacitá-lo para o exercício do trabalho profissional, o que
pressupõe supervisão sistemática. Esta supervisão será feita pelo professor
supervisor e pelo profissional do campo, através da reflexão,
acompanhamento e sistematização com base em planos de estágio,
elaborados em conjunto entre Unidade de Ensino e Unidade Campo de
Estágio, tendo como referência a Lei 8662/93 (Lei de Regulamentação da
Profissão) e o Código de Ética do Profissional (1993). O Estágio
Supervisionado é concomitante ao período letivo escolar (ABEPSS, 1996, p.
19).

É claro que, após a aprovação desta Diretriz, houve a necessidade de


atualizações e a última foi aprovada pelo Ministério da Educação - MEC em 20022
tendo a sua validação até os dias atuais.

O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se


configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-institucional,
objetivando capacitá-lo para o exercício profissional, o que pressupõe
supervisão sistemática. Esta supervisão será feita conjuntamente por
professor supervisor e por profissional do campo, com base em planos de
estágio elaborados em conjunto pelas unidades de ensino e organizações
que oferecem estágio (ABEPSS, 2022, p. 03).

E a partir desta informação é que o estágio supervisionado curricular


obrigatório vem fazendo parte do processo de formação, considerado como um
momento ímpar durante o cumprimento da carga horária em campo de estágio. Por
ser considerado com uma disciplina de caráter obrigatório, é necessário que a carga
horária de estágio esteja atrelada, no mínimo, de 15% do total das horas do curso
em Serviço Social e, esta carga horária da disciplina de estágio deve estar
estabelecida no Projeto Pedagógico do Curso (assunto que vamos tratar melhor na
unidade III).
De acordo com a ABEPSS (2010), para que o estudante cursando
bacharelado em Serviço Social possa ser matriculado no estágio supervisionado

2
Diretrizes Curriculares para os Cursos de Serviço Social Resolução Nº 15, de 13 de Março de 2002.
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curricular obrigatório é necessário ter cursado todas as disciplinas de Fundamentos


Históricos Teóricos-Metodológicos do Serviço Social e a de Ética Profissional, isso
porque o estudante conseguirá desenvolver o senso crítico e analítico, além de
conhecimentos básicos e específicos da profissão e, são a partir desses conceitos,
que o estudante conseguirá desenvolver as atividades de estágio, principalmente ao
vivenciar a prática profissional.
Em relação ao cumprimento da carga horária, a ABEPSS (2010) destaca que
a carga horária tanto de campo como acadêmica deve ser equilibrada, ou seja, o(a)
estagiário(a) não pode ultrapassar as 30h semanais conforme estabelecido na Lei nº
11.788/2008 de, no mínimo, 03 horas semanais em relação à supervisão
acadêmica, contabilizando as aulas, as atividades e o atendimento individual ou
coletivo do supervisor acadêmico, no entanto, é preciso observar qual o processo
operacional da instituição de ensino, mas fique tranquilo, pois a esse respeito
vamos explanar melhor na unidade III.
Em relação ao conteúdo que deverá ser abordado na disciplina de estágio, a
ABEPSS (2010) propõe que deverá ser considerada a relação teoria e prática, uma
vez que essas duas ações não podem ser realizadas de forma separadas, também
deve ser considerada a troca de informação entre o(a) estagiário(a) e o supervisor
acadêmico a partir da observação do trabalho do Assistente Social, lembrando que
esta troca de informação deverá manter o sigilo ético profissional em relação à
identidade do usuário do serviço, apresentando apenas pontos relevantes para a
compreensão da teoria e prática.
É recomendado que o(a) estagiário participe de oficinas, rodas de conversas,
seminários e debates acerca da profissão, sendo promovida pela instituição de
ensino por meio das supervisões acadêmicas e eventos internos ou externos. Em
linhas gerais, os conteúdos devem ser voltados para a prática e a ética profissional,
buscando a compreensão a partir da vivência no campo de estágio. Claro que diante
de todas essas informações, o estágio supervisionado curricular obrigatório tem uma
matéria-prima, a qual é fundamental para o processo de formação.

Ao discorrer sobre a supervisão em Serviço Social, ao nível de formação


profissional, há que se questionar: qual é a matéria-prima da supervisão de
estágio nessa perspectiva? A matéria-prima é a atividade prática
profissional, desenvolvida pelo supervisor e supervisionado no contexto
sócio-histórico-institucional, e ela deve ser entendida, como
apropriadamente afirma Marx e Engels, tecendo considerações acerca da
atividade humana, uma “atividade real, objetiva, sensível, isto é, prática”. No
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processo ensino-aprendizagem, supervisor e supervisionado vivenciam uma


práxis na qual ambos refletem sobre a sua ação, desenvolvida no contexto
amplo das relações sociais (BURIOLLA, 2011, P. 87).

Ou seja, a matéria-prima da supervisão de estágio está intimamente


relacionada às atividades realizadas pelo profissional do Assistente Social nos
diversos espaços ocupacionais, o(a) estagiário(a) e o professor orientador conhecido
como supervisor acadêmico. Este momento é considerado ímpar no processo de
formação profissional não somente pelo fato da vivência em campo, mas também
por criar a identidade profissional a partir da relação teoria e prática.
Neste sentido, o estágio supervisionado curricular obrigatório acaba se
constituindo como um processo fundamental na formação em Serviço Social,
principalmente quando é desenvolvido a capacidade de análise crítica, interventiva,
propositiva e investigativa ao se deparar com as diversas expressões da questão
social, após adquirir conhecimento em relação ao processo sócio-histórico do
Serviço Social; as condições de trabalho dos profissionais; os serviços/políticos
sociais e dos usuários dos diversos espaços de atuação profissional, exigindo do(a)
estagiário(a) conhecimento teórico-metodológico, prático-interventivo e
técnico-operativo para que, assim, consiga compreender o trabalho do Assistente
Social ao vivenciar a prática profissional quando estiver inserido em campo de
estágio.
Segundo Lewgoy (2009), as bases conceituais que fundamentam o estágio
supervisionado, tanto o não-obrigatório quanto o obrigatório está condicionado a um
processo que envolve um atendimento sistemático interligado ao exercício
profissional que precisa estar imbricado com os fundamentos históricos e as
questões éticas que regulamentam a profissão.
É importante considerar que é no processo do estágio supervisionado que
o(a) estudante em Serviço Social passa a entender o real sentido do compromisso
com todos os elementos que perpassam na profissão, principalmente com a
universalização dos valores democráticos e igualitários. Vale ressaltar que é no
estágio supervisionado curricular obrigatório que o estudante entende sobre o
projeto político profissional, isto porque, este projeto está interligado com o Código
de Ética Profissional, com a Lei que regulamenta a profissão, com a Resolução
533/2008 do CFESS e com as Diretrizes Curriculares.
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1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL


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De acordo com a ABEPSS (2010), o objetivo do estágio supervisionado


curricular obrigatório em Serviço Social é oportunizar ao estagiário a vivência da
prática profissional, mas também proporcionar o conhecimento teórico e
metodológico, a capacidade técnico operativa, a competência do exercício
profissional a partir do desenvolvimento necessário do trabalho profissional. Além da
possibilidade de compreender as diversas expressões da questão social por meio do
contexto econômico, político e cultural em relação a hegemonia do sistema
capitalista.
Segundo Oliveira (2004), é a partir desses conceitos que o estágio
supervisionado curricular obrigatório ganha força dentro da nossa categoria, sendo o
estágio um processo de formação profissional, isso porque, além de proporcionar
fatores importantes para o(a) estagiário(a), como o conhecimento
teórico-metodológico e a aproximação com o exercício profissional também deve ser
considerado as instrumentalidades e as diferentes relações que compõem na
atuação profissional, entendendo que as relações sociais são fundamentais, tanto no
processo de formação quanto na atuação profissional, aspectos como estes que
ficam claros ao realizar o cumprimento da carga horária do estágio supervisionado
obrigatório em Serviço Social.
Outro objetivo do estágio supervisionado em Serviço Social é que, de acordo
com a ABESS/CEDEPSS (1997), o estágio, além de proporcionar a prática, conduz
o(a) estagiário(a) ao processo didático-pedagógico, envolvendo a teoria e as
dimensões da profissão (assunto que vamos abordar na unidade II). Neste sentido, o
estágio supervisionado curricular obrigatório configura-se como um processo de
ensino e aprendizagem por meio da observação, análise, registro e do
acompanhamento profissional.
É importante destacar que durante o cumprimento da carga horária, o(a)
estagiário(a) passa por um processo de avaliação dos profissionais envolvidos, pois
o objetivo desta avaliação é identificar a competência e a habilidade que o(a)
estagiário(a) adquiriu após o cumprimento da carga horária e a vivência em campo
de estágio. Essa avaliação praticamente contempla o processo e o desempenho
do(a) estagiário(a) como forma de melhoria e continuidade desse processo, ou seja,
é uma preparação para a atuação profissional a partir do que precisaria ser
modificado ou mantido, envolvendo o comprometimento, o conhecimento e a ética
profissional.
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Para melhor compreensão do objetivo do estágio supervisionado em Serviço


Social, vamos apresentar alguns pontos importantes a partir dos princípios, diretrizes
e do processo de estágio supervisionado curricular obrigatório do UniCV.
Conforme tabela 01:

TABELA 01: OBJETIVOS DO ESTÁGIO DO UNICV


OBJETIVO AÇÃO

01 Garantir que o processo de ensino e aprendizagem aconteça conforme previsto nas


normativas, tanto no âmbito da instituição de ensino quanto no campo de estágio
inserido.

02 Disponibilizar este manual a partir da primeira disciplina e as documentações antes e


depois da inserção em campo.

03 Inserir os estagiários nos campos conveniados com a UniCV.

04 Credenciar o campo de estágio ao CRESS da região após a inserção do(a)


estagiário(a) em campo.

05 Orientar o(a) estagiário(a) em relação às atividades pedagógicas, preenchimento das


documentações e ao cumprimento da carga horária de campo e acadêmica.

06 Orientar o(a) estagiário(a) em relação às normativas e atribuições que envolve o


processo de estágio

07 Realizar as supervisões acadêmicas individuais e coletivas.

08 Manter contato com o representante legal e Assistente Social do campo de estágio.

09 Avaliar o processo e o desempenho do(a) estagiário(a) após o cumprimento da carga


horária.

10 Promover eventos internos e externos quando necessário, envolvendo os estagiários.


Fonte: Projeto Pedagógico do Curso do Unicv.

Caro(a) estagiário(a), os objetivos mencionados acima referem-se ao


processo de estágio do UniCV, que será realizado durante o cumprimento da carga
horária, tanto da supervisão acadêmica quanto da supervisão de campo. É
importante destacar que esses objetivos serão conduzidos pelo(a) supervisor(a)
acadêmico(a), porém a participação do(a) estagiário(a) é fundamental para que os
objetivos sejam alcançados e o processo de estágio aconteça.
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1.3 FUNDAMENTOS LEGAIS

O Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório (ESCO) está respaldado em


legislações que nos apresenta como tudo deverá funcionar e para entender melhor,
vamos apresentar o pontos mais importantes de cada legislação, primeiramente,
começaremos informando que temos a Resolução CONSEPE - UniCV Nº 006/2021,
a qual aprova o Regulamento do Estágio Supervisionado do curso de Bacharelado
em Serviço Social, devendo seguir o que está previsto na Lei nº 8.662/1993 de
Regulamentação da Profissão, no Código de Ética profissional, na Lei de estágio nº
11.788/2008, na Resolução nº 533/2008 e na Política Nacional de Estágio -
ABEPSS, a partir das fundamentações legais é que o Estágio Supervisionado
Curricular Obrigatório do UniCV, foi idealizado e se encontra devidamente registrado
no Projeto Pedagógico do Curso - PPC que iremos apresentar neste manual.
Para entender melhor sobre os fundamentos legais, apresentaremos à luz das
legislações os principais pontos, compreendendo que o Estágio Supervisionado
Curricular Obrigatório tem um processo que precisa ser seguido para que possa
concluir o curso de Bacharelado em Serviço Social.
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1.3.1 LEI Nº 8.662/1993 QUE REGULAMENTA A PROFISSÃO E O CÓDIGO DE


ÉTICA PROFISSIONAL

Como você já sabe, a Lei 8.662/1993 é a que regulamenta a profissão e no


parágrafo único destaca que “somente os estudantes de Serviço Social, sob
supervisão direta de Assistente Social em pleno gozo de seus direitos profissionais,
poderão realizar estágio de Serviço Social” (BRASIL, 1993), portanto, somente o
profissional formado em Serviço Social e que esteja com o seu registro profissional
ativo e atuando como Assistente Social poderá supervisionar o(a) estagiário(a) que
está cursando Serviço Social e devidamente matriculado em disciplina de estágio
supervisionado curricular obrigatório.
Desta forma, o(a) Assistente Social não poderá supervisionar estagiário
matriculado em outro curso e o estagiário não poderá receber supervisão do(a)
Assistente Social se não estiver cursando Serviço Social. É importante salientar que
a lei que regulamenta a profissão nos apresenta no artigo 5º que a supervisão direta
é uma atribuição privativa do Assistente Social, ou seja, o estagiário que estiver
cursando Serviço Social não poderá receber supervisão de outro profissional, bem
como atuar e assinar qualquer documento como Assistente Social, isto porque a
19

atuação profissional só poderá acontecer após a conclusão de curso e com o


registro ativo no Conselho Região de Serviço Social - CRESS.
Desta forma, o(a) estagiário(a) em Serviço Social, inserido em campo de
estágio não poderá realizar atividades privativas do Assistente Social, visto que
ainda não é um profissional formado e sim em processo de formação, neste sentido,
o estagiário tem o papel de observação e acompanhamento direto do Assistente
Social, não devendo estar sozinho quando estiver cumprindo a carga horária nos
diversos espaços de atuação profissional.
Ao analisar o Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social,
identificamos algumas informações em relação ao estágio, no artigo 4º, alínea “d” é
apresentado o que é vedado ao Assistente Social, no que diz: “compactuar com o
exercício ilegal da Profissão, inclusive nos casos de estagiários/as que exerçam
atribuições específicas, em substituição aos/às profissionais” (CFESS, 1993, p. 28).
Ou seja, o Assistente Social não deve permitir que os estagiários realizem
atribuições que compete a ele, muito menos compactuar com tal feito e, os(as)
estagiários(as) devem ter ciência que deverão apenas observar toda a ação deste
profissional nos diversos espaços sócio-ocupacionais, no intuito de vivenciar a
prática profissional para desenvolver a sua identidade profissional.
Já na alínea “e”, ainda do artigo 4º em relação ao que é vedado ao Assistente
Social, nos é apresentado que o profissional não deve “permitir ou exercer a
supervisão de aluno/a de Serviço Social em Instituições Públicas ou Privadas que
não tenham em seu quadro Assistente Social que realize acompanhamento direto
ao/à aluno/a estagiário/a” (CFESS, 1993, p. 28). Como é possível observarmos,
nesta alínea, fica claro que o estagiário só poderá receber supervisão do Assistente
Social, esse profissional deverá estar devidamente registrado no CRESS e com
vínculo de trabalho ativo no local que o(a) estagiário(a) será inserido em campo para
o cumprimento da carga horária obrigatória.
O(a) estagiário(a) que estiver cursando Serviço Social não poderá ser inserido
em campo de estágio, caso o local não tenha o profissional formado em Serviço
Social e atuando como Assistente Social, cabendo à instituição de ensino realizar a
inserção e o acompanhamento do(a) estagiário(a) no processo de supervisão,
mantendo contato com os locais, profissionais e com os Conselhos Regionais de
Serviço Social - CRESS.
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Ressaltamos que as instituições de ensino superior seguem as diretrizes


curriculares do MEC e as normativas que regulamentam os cursos, neste sentido, o
curso de Serviço Social está respaldado em diretrizes curriculares e legislações que
fundamentam o processo de formação, principalmente no que se refere ao Estágio
Supervisionado Curricular Obrigatório e para entender melhor, vamos abordar a
seguir alguns pontos principais sobre a Lei de Estágio.

1.3.2 LEI DE ESTÁGIO Nº 11.788/2008

Caro(a) estagiário(a), o primeiro ponto importante que deve ser considerado


nesta parte da unidade I é que o estágio por lei não se configura como trabalho,
logo não há vínculo empregatício ao ser inserido no espaço sócio-ocupacional do
Assistente Social para cumprimento das horas obrigatórias do estágio, isto porque
a Lei nº 11.788/2008 nos apresenta que o “estágio é ato educativo escolar
supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação
para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino
regular em instituições de educação superior” (BRASIL, 2008).
21

Neste sentido, o estágio é um momento de troca de saberes entre o(a)


estagiário(a) e o supervisor e esta troca deverá acontecer no espaço de atuação
profissional, mas, para isso, o profissional deverá ter vínculo empregatício no local
de estágio e ter o registro profissional no Conselho do seu estado de residência, já
o(a) estagiário(a) deverá estar matriculado no curso em Serviço Social e em
disciplina de estágio supervisionado curricular obrigatório, também é preciso ter o
termo de compromisso e a descrição das atividades a serem desenvolvidas.
A lei de estágio (Brasil, 2008) destaca que além do(a) estagiário(a) receber
a supervisão direta do profissional ao ser inserido em campo de estágio, também
deverá ser acompanhado por um professor orientador que, no caso do Serviço
Social, é denominado supervisor acadêmico, esse profissional irá acompanhar as
atividades que o(a) estagiário deverá desenvolver, tanto no campo de estágio
quanto da instituição ensino, tendo este profissional o papel fundamental em
relação à teoria e à prática as quais o(a) estagiário deverá desenvolver ao cumprir
a carga horária de estágio.
É importante entender que tanto a instituição de ensino quanto o campo que
irá conceder o espaço para cumprimento das horas de estágio tem requisitos que
deverão ser seguidos para o não descumprimento da Lei, no entanto o(a)
estagiário também tem, e são estes que iremos nos aprofundar a seguir.
Pois bem, caro(a) estagiário(a), é importante entender que o estágio tem
duas modalidades, o não-obrigatório que “é aquele desenvolvido como atividade
opcional, acrescida à carga horária regular e obrigatória” (BRASIL, 2008), nesta
modalidade, normalmente o(a) estagiário(a) receberá uma bolsa remuneratória ao
cumprimento das horas, em forma de auxílio financeiro e também incentivo para
focar nos estudos, no entanto, esta modalidade não será o nosso foco visto que
de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso - PPC está modalidade é opcional.
O que vamos focar aqui é a segunda modalidade, o estágio obrigatório que
“é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para
aprovação e obtenção de diploma” (BRASIL, 2008), ou seja, para conclusão do
curso é necessário cumprir a carga horária total estabelecida no Projeto
Pedagógico do Curso, a qual está em consonância às diretrizes curriculares da
ABEPSS.
Por você estar matriculado no curso de Serviço Social, poderá fazer as
duas modalidades, no entanto, deverá cumprir a carga horária somente quando
22

estiver matriculado em disciplinas de estágio, seguindo os prazos e a quantidade


de horas em relação às atividades teóricas e práticas, não devendo ultrapassar a
jornada de horas estabelecida na lei que é no máximo 06h/dia e 30h/semanais.
Tanto as horas, quanto os dias da semana e as atividades a serem
desenvolvidas pelo(a) estagiário(a) deverão estar informadas no documento -
Termo de Compromisso de Estágio (TCE) e este documento deverá estar
assinado pelos atores envolvidos (estagiário(a), representante legal do local e da
instituição de ensino), mas pode ficar tranquilo(a), que estas orientações serão
apresentadas na unidade III e você também receberá o acompanhamento do
Supervisor Acadêmico durante o cumprimento do Estágio Supervisionado
Curricular Obrigatório.
Para entender melhor sobre o estágio obrigatório do curso de Serviço
Social, apresentaremos a seguir informações à luz da Resolução nº 533/2008, a
qual foi regulamentada 4 (quatro) dias após a Lei de Estágio entrar em vigor, esta
resolução destaca sobre a supervisão direta de estágio em Serviço Social.

1.3.3 RESOLUÇÃO Nº 533/2008


23

Caro(a) estagiário(a), a supervisão de estágio em Serviço Social deve


acontecer de forma sistemática, ou seja, entre os três atores que são: o supervisor
de campo, supervisor acadêmico e estagiário(a), sendo que estes atores que
deverão elaborar e validar o plano de estágio.
O Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se
configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio institucional,
objetivando capacitá-lo para o exercício profissional, o que pressupõe
supervisão sistemática. Esta supervisão será feita conjuntamente por
professor supervisor e por profissional do campo, com base em planos de
estágio elaborados em conjunto pelas unidades de ensino e organizações
que oferecem estágio (CFESS, 2008, p. 01).

Neste documento, deverá constar as atividades a serem desenvolvidas ao


cumprir a carga horária, atividades estas que deverão estar de acordo com as
atribuições e competências do supervisor de campo, conforme previsto no Projeto
Pedagógico do Curso - PPC.
É importante destacar que “a atividade de supervisão direta do estágio em
Serviço Social constitui momento ímpar no processo de ensino-aprendizagem, pois
se configura como elemento síntese na relação teoria e prática” (CFESS, 2008, p.
02), ou seja, é mediante a inserção nos diversos espaços ocupacionais que o(a)
estagiário(a) compreende a intervenção profissional, principalmente por este
profissional conhecer a política de atuação e a realidade institucional. No entanto,
quando o supervisor de campo recebe um(a) estagiário(a) além de ele contribuir
com o processo formativo também tem a oportunidade de rever as teorias já
estudadas na formação acadêmica, gerando assim trocas de saberes.
24

Cabe destacar que o supervisor de campo tem uma quantidade de estagiários


limite para acompanhar, conforme descrito na Resolução nº 533/2008 em relação ao
número de estagiários é preciso “levar em conta a carga horária do supervisor de
campo, as peculiaridades do campo de estágio e a complexidade das atividades
profissionais, sendo que o limite máximo não deverá exceder 1 (um) estagiário para
cada 10 (dez) horas semanais de trabalho” (CFESS, 2008, p.03).
Neste sentido, se o supervisor de campo atuar com jornada de trabalho de
10h semanais só poderá supervisionar 1 estagiário, se a jornada de trabalho for de
20h semanais serão 2 estagiários e se a jornada de trabalho do supervisor de
campo for de 30h semanais poderá receber 3 estagiários.
Vale ressaltar que as atividades realizadas pelo(a) estagiário(a) tanto no
campo de estágio obrigatório, quanto na instituição de ensino, deverá receber o
acompanhamento de profissionais da área, tal ação é resultado de supervisão direta
com intuito da validação do processo de formação profissional.
25

1.3.4 POLÍTICA NACIONAL DO ESTÁGIO - ABEPSS

A política Nacional do Estágio em Serviço Social foi descrita pela Associação


Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social - ABEPSS, considerada como
uma entidade civil de natureza acadêmico-científica em âmbito nacional, a qual
deliberou e fundamentou este documento no intuito de delimitar a relação
teórico-prática durante o processo de formação profissional dos estudantes
devidamente matriculados no curso de Bacharelado em Serviço Social, por meio do
Estágio Supervisionado, para que este documento pudesse ser elaborado houve a
necessidade de ter “como referência o documento-base, acrescido das contribuições
dos seis relatórios das oficinas regionais, do relatório da mesa que debateu a PNE
na Oficina Nacional de Graduação e das contribuições enviadas por Vasconcelos em
2009” (ABEPSS, 2010. p. 02).
Caro(a) estagiário(a), a PNE-ABEPSS apresenta muitos pontos importantes,
alguns foram discutidos nas oficinas regionais e na oficina nacional de graduação
que abordaremos ao longo deste manual, tais como, informações relevantes sobre
26

as Universidades e as tendências contemporâneas no mercado do trabalho, tendo a


necessidade de compreender as questões que envolvem o estágio; os princípios
que norteiam a realização do estágio; a concepção do estágio supervisionado e suas
relações no que se refere ao conhecimento teórico-metodológico, ao trabalho do
Assistente Social, sua capacitação no técnico-operativo e o seu compromisso com
as classes trabalhadoras; também é apresentado pontos importante sobre o estágio
supervisionado curricular obrigatório e o não obrigatório, as atribuições dos atores
envolvidos no processo do estágio e, por fim, as estratégias operacionais.
Dentre as pautas mencionadas acima, faz-se necessário destacar alguns
pontos que identificamos serem importantes nesta parte da unidade, como as
supervisões que podem acontecer de forma coletiva e individual, destacamos que
isso é muito comum nos atendimentos realizados pelo supervisor acadêmico, visto
que é uma forma de garantir o desenvolvimento do(a) estagiário(a) em relação à
teoria e prática, bem como a sua capacidade de interpretação e compreensão a
partir dos conhecimentos adquiridos e da vivência no campo de estágio, neste
sentido, as supervisões coletivas e individuais é um meio fundamental para a
criação da identidade profissional, visto que, o(a) estagiário(a) desenvolverá o
pensamento crítico analítico e o trabalho em equipe, que são fatores importantes na
atuação profissional.
Outro fator importante abordado na PNE (ABEPSS, 2010, p) refere-se ao
estagiário cumprir as horas de estágio curricular obrigatório no local de trabalho,
“indica-se que esta situação deva ser evitada e/ou que sua viabilidade esteja
condicionada a situações nas quais sejam esgotadas todas as possibilidades do(a)
estudante se inserir como estagiário(a) em outro local, mediante avaliação do
colegiado do curso”. Portanto, o(a) estagiário(a) não poderá cumprir as horas do
estágio obrigatório no seu local de trabalho e isso também deve ser levado em
consideração no caso do estágio não-obrigatório.
No entanto, caso isso aconteça e seja aprovada pelo colegiado de curso após
ser esgotadas todas as possibilidades, deve estar explícito no TCE a distinção das
atividades que serão realizadas no estágio não-obrigatório e no estágio obrigatório,
isso cabe também no caso de vínculo empregatício, é importante destacar que o(a)
estagiário não poderá cumprir a carga horária do estágio obrigatório no mesmo setor
que cumpre as horas do estágio não-obrigatório e/ou do vínculo de trabalho.
27

A PNE (ABEPSS, 2010, p. 31) também destaca que em “nenhuma hipótese a


realização do estágio não-obrigatório substituirá o estágio obrigatório”, ou seja, as
horas cumpridas no estágio não-obrigatório não poderão ser utilizadas para validar o
estágio obrigatório e vice-versa, isto porque, além de ser modalidades diferentes
(conforme estabelecido na Lei nº 11.788/2008) somente o estágio obrigatório é uma
exigência para obtenção do diploma e conclusão do curso.
Para melhor entendimento em relação ao cumprimento da carga horária,
principalmente sobre o vínculo e validação das horas, vamos apresentar a situação
hipotética em forma de estudo de caso que conta a experiência da aluna Joana, com
o estágio não-obrigatório e o estágio obrigatório.

Estudo de caso: Estágio não-obrigatório e obrigatório

A aluna Joana está matriculada no curso de Serviço Social do UniCV, sempre


teve vontade de vivenciar o trabalho do Assistente Social, mas como iria demorar
para ser matriculada na disciplina de estágio supervisionado curricular obrigatório
viu que não seria possível naquele momento, porém ao ler o manual Joana
descobriu que poderia fazer o estágio não-obrigatório que além de receber uma
bolsa remunerativa ela poderia vivenciar a prática profissional, recebendo a
supervisão de um profissional com vínculo empregatício em um dos diversos
espaços sócio-ocupacionais do Assistente Social. Então, Joana participou do
processo e todas as etapas solicitadas, conquistando a tão sonhada vaga do
estágio não-obrigatório, a qual cumpria a carga horária limite de 6h/dia e
30h/semanais. Porém, o que Joana não se atentou é que ela seria matriculada na
disciplina de Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório três meses depois,
como o cumprimento da carga horária estabelecida no Projeto Pedagógico do
Curso para esta modalidade (estágio obrigatório) vinculada à conclusão do curso e
obtenção do diploma, Joana queria utilizar a carga horária do estágio
não-obrigatório para validar o estágio obrigatório, porém sabia que isso não era
possível por ser modalidades de estágio diferentes, então Joana solicitou a redução
da carga horária do estágio não-obrigatório, desta forma, ela poderia continuar com
a bolsa remuneratória do estágio não-obrigatório e também realizar o estágio
obrigatório, pois, assim ela não ultrapassaria a carga horária de 6h/dia e
28

30h/semanais conforme estabelecido na Lei nº 11.788/2008 e não usaria a mesma


carga horária para validar as duas modalidades. Joana ainda teve a oportunidade
de realizar seus estágios em locais diferentes, isto porque, além de estar
recomendado na PNE como uma situação que deve ser evitada, Joana entendeu
que ela teria a oportunidade de conhecer serviços/políticas diferentes, além de
acreditar que estava fazendo o que era correto legalmente e eticamente.

Fonte: elaborado pelas autoras.

Caro(a) estagiário(a), como podemos observar no estudo de caso acima, a


aluna Joana, não utilizou a carga horária do estágio não-obrigatório para validar o
estágio obrigatório, visto que isso não pode acontecer legalmente e eticamente
falando, como já mencionamos anteriormente, são modalidades diferentes e, por
este motivo, a carga horária deve ser cumprida separadamente, porém nada impede
a realização simultaneamente das duas modalidades (estágio não obrigatório e
estágio obrigatório), todavia a carga horária não pode ultrapassar 6h/dia e
30/semanais e recomenda-se que seja campo de estágio diferente. Porém o que se
deve ter em mente é que o estágio obrigatório é único e deve ser realizado para
obtenção do diploma e conclusão do curso, devendo cumprir a carga horária
estabelecida no Projeto Pedagógico do Curso tanto para supervisão de campo
quanto para supervisão acadêmica.
Em linhas gerais, a PNE-ABEPSS enfatiza sobre a supervisão direta,
regulamentada na Resolução nº 533/2008, a qual destaca sobre o acompanhamento
sistematizado do supervisor de campo e do supervisor acadêmico quando o(a)
estagiário(a) estiver devidamente matriculado na disciplina de estágio
supervisionado curricular obrigatório e necessitar do cumprimento da carga horária
que é definida no Projeto Pedagógico do Curso, bem como sobre o processo do
estágio e as atribuições dos supervisores (campo e acadêmico) e do(a)
estagiário(a).
29
30

UNIDADE II
2. PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Caro(a) estagiário(a), a formação profissional é um processo contínuo,


considerado como um conjunto de atividades que envolve a teoria e a prática,
preparando-o para o exercício profissional e capacitando-o a “responder às
exigências de um projeto profissional coletivamente construído e historicamente
situado” (IAMAMOTO, 2004, p. 163).
Neste sentido, faz-se necessário um sólido suporte teórico e uma experiência
prática para consolidação da criação da identidade profissional, processo este que é
construído durante a graduação em Serviço Social, mais especificamente, no
Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório.
Para lhe auxiliar nesta preparação e capacitação profissional, vamos nos
apropriar de alguns assuntos importantes que irão contribuir neste período
fundamental, que é o estágio, tais como: os princípios éticos da profissão, as
competências e atribuições do profissional, o Projeto Ético-Político e as três
dimensões. O intuito desta unidade é que você se sinta seguro quando estiver
inserido em um dos espaços sócio-ocupacionais do(a) assistente social.
31

2.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS DA PROFISSÃO

É importante destacar que a materialização do estágio supervisionado


curricular obrigatório em Serviço social deve estar atrelado aos princípios éticos, que
estão explicitados no Código de Ética do(a) Assistente Social e constitui os valores
norteadores do projeto profissional, valores estes que precisam se consolidar no
cotidiano profissional e nas vivências no campo de estágio.
Esses princípios éticos “representam a estrutura ideológica sobre a qual se
elaborou e se assentou o Código de Ética do assistente social. Eles se configuram
como parâmetros ideológicos das regras materiais contidas nos artigos do Código
de Ética” (BARROCO, 2012, P.120). E a partir dessa informação é que vamos nos
aprofundar no conteúdo desta parte da unidade, pois é por meio desses princípios
que você, caro(a) estagiário(a) entenderá a importância de compreender todas as
normativas que perpassam o Código de Ética, pois certamente irá utilizá-lo quando
estiver vivenciando a experiência profissional em seu campo de estágio e, claro,
quando atuar como Assistente Social.
Os princípios éticos se configuram em 11 (onze) bases fundamentais que
devem ser praticadas cotidianamente e claro que iremos destacá-los na íntegra e
32

comentar cada princípio a partir do referencial teórico da autora Barroco (2012) em


forma de tabela, considerando este conteúdo como primordial para entender o
processo do estágio supervisionado curricular obrigatório.

TABELA 02: OS PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA COMENTADO


PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DO/A COMENTÁRIOS - BARROCO
ASSISTENTE SOCIAL

I. Reconhecimento da liberdade como valor ético O Assistente Social na prática profissional,


central e das demandas políticas a ela inerentes - na relação que estabelece com o usuário do
autonomia, emancipação e plena expansão dos Serviço Social, com outros profissionais e
indivíduos sociais. com qualquer pessoa, deve pautar sua
conduta no reconhecimento da liberdade e
de suas possibilidades, eis que esse é o
valor ético central. Qualquer conduta que
viole esse princípio estará sujeita ao
enquadramento no Código de Ética e a sua
apuração.

II. Defesa intransigente dos direitos humanos e A dimensão jurídica da recusa do arbítrio
recusa do arbítrio e do autoritarismo. expressa-se na ausência de estabelecimento
de posturas, condutas ou determinações
injustas, desnecessárias que não sejam
razoáveis, posto que se apresentam como
rigor excessivo. As condutas arbitrárias,
muitas vezes, não são explícitas e se
revelam na decisão individual e no “desejo”
de seu executor, que em geral é superior
hierárquico, que tem poder de mando. O
autoritarismo caracteriza-se como uma
conduta em que uma instituição ou pessoa
se excede no exercício da autoridade de que
lhe foi investida, podendo ser caracterizado
pelo uso do abuso de poder e autoridade,
confundindo-se, por não raras vezes, como o
despotismo. O assistente social precisa se
contrapor a essas condutas autoritárias e
arbitrárias impostas por autoridade superior
que violam o Código de Ética, uma vez que
negam os princípios que devem ser
afirmados e reafirmados em toda a atuação
da profissão.

III. Ampliação e consolidação da cidadania, O Serviço Social se encontra totalmente


considerada tarefa primordial de toda sociedade, comprometido no processo de ampliação e
com vistas à garantia dos direitos civis sociais e consolidação da cidadania, mediado pelo
políticos das classes trabalhadoras. conflito capital e trabalho e pelos reflexos da
reprodução da desigualdade, presentes nos
espaços sócio-ocupacionais.

IV. Defesa do aprofundamento da democracia, A democracia é meramente formal, nem


enquanto socialização da participação política e possibilitando a efetiva participação de todos
da riqueza socialmente produzida. na vida, nem possibilitando a efetiva
participação de todos na vida política, nem a
liberdade de expressão de manifestação ou
do pensamento, uma vez que inexiste
33

igualdade de oportunidade para todas. O


princípio em questão destaca um outro
elemento fundamental da democracia real ao
indicar que tal defesa também tem sua
expressão na socialização da riqueza
socialmente produzida. Ou seja, para que
haja democracia é imprescindível que a
riqueza produzida seja socializada, seja
distribuída entre aqueles que participam do
processo de trabalho e de produção de
qualquer bem.

V. Posicionamento em favor da equidade e justiça Equidade, no Direito, consiste na adaptação


social, que assegure universalidade de acesso da regra existente à situação concreta,
aos bens e serviços relativos aos programas e observando-se os critérios de justiça e
políticas sociais, bem como sua gestão igualdade. Pode-se dizer, então, que a
democrática. equidade adapta a regra a um caso
específico, a fim de deixá-la mais justa. Ela é
uma forma de se aplicar o direito, mas sendo
o mais próximo possível do justo para as
duas partes. Consta do preâmbulo da
Constituição que a justiça é um dos valores
supremos da sociedade, como a harmonia
social e a liberdade. Para que haja justiça
social deve ser assegurada a universalidade
de acesso aos bens e serviços relativos aos
programas e políticas sociais. Reafirmamos
que a equidade e a justiça devem ser
componentes cotidiano da atuação do
Assistente Social, porém na perspectiva de
superação da ordem burguesa, na medida
em que tais valores são apenas formalidade
assegurados, afinal, as desigualdades não
permitem a sua efetivação.

VI. Empenho na eliminação de todas as formas Esse princípio deve também regular toda
de preconceito, incentivando o respeito à atividade do Assistente Social, afastando,
diversidade, à participação de grupos socialmente rejeitando e denunciando condutas e atitudes
discriminados e à discussão das diferenças. preconceituosas ou discriminatórias,
manifestadas em qualquer dimensão
profissional, não admitindo juízo
preconcebido, na forma de atitude
discriminatórias perante pessoa, lugares,
tradições, culturas, orientação sexual
considerados diferentes ou “estranhos”. O
respeito à diversidade e o incentivo das
diferenças, num sentido amplo, diz respeito
àquela que é diferente do padrão dominante
na sua forma de pensar, de se manifestar, de
agir, de expressar sua individualidade.

VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às O pluralismo deve nortear a conduta do


correntes profissionais democráticas existentes e Assistente Social no sentido de respeito às
suas expressões teóricas, e compromisso com o correntes profissionais democráticas
constante aprimoramento intelectual. existentes e suas expressões teóricas em
busca do constante aprimoramento
intelectual.
34

VIII. Opção por um projeto profissional vinculado Toda ação e conduta profissional deve ser
ao processo de construção de uma nova ordem efetivada nessa perspectiva histórica,
societária, sem dominação, exploração de classe, consubstanciada nesse princípio, pois é esse
etnia e gênero. projeto social aí implicado que se conecta
com o projeto profissional do Serviço Social,
o que supõe a erradicação de todos os
processos de exploração, opressão e
alienação.

IX. Articulação com os movimentos de outras Esse princípio também se encontra presente
categorias profissionais que partilhem dos em várias regras adotada pelo Código de
princípios deste Código e com a luta geral dos/as Ética do/a Assistente Social e sua
trabalhadores/as. formulação permite refletir que os assistentes
sociais e suas entidades profissionais devem
buscar parcerias com movimentos de outras
categorias profissionais que tenham
identidades com o projeto ético-político do
Serviço Social e com a luta dos
trabalhadores. Esse princípio nos remete à
concepção da necessidade de organização
da categoria que ultrapasse os limites do
corporativismo, na perspectiva da defesa das
lutas coletivas dos trabalhadores.

X. Compromisso com a qualidade dos serviços O princípio em questão coloca como


prestados à população e com o aprimoramento essencial o compromisso com a qualidade
intelectual, na perspectiva da competência dos serviços prestados à população, o que
profissional. deve ser uma tarefa cotidiana da atividade
desenvolvida pelo Assistente social. Para
que isso ocorra, além da responsabilidade
ética, é necessário o constante
aperfeiçoamento intelectual do Assistente
Social, o que possibilitará compreender a
realidade de forma crítica e as dimensões da
questão social, bem como para buscar
mecanismo e instrumentos eficazes e éticos,
para contribuir com a efetivação do acesso e
implementação de direitos.

XI. Exercício do Serviço Social sem ser Ao refletirmos sobre o ato de discriminar e
discriminado/a, nem discriminar, por questões de ser discriminado, merece destaques duas
inserção de classe social, gênero, etnia, religião, Resoluções do Conselho Federal de Serviço
nacionalidade, orientação sexual, identidade de Social (Resolução nº 489/2006 e Resolução
gênero, idade e condição física. nº 615/2011) que serve como instrumentos
importantes para subsidiar o exercício
profissional do Assistente Social numa
perspectiva de enfrentamento ao preconceito
e, portanto, de respeito à diversidade
humana e do exercício do Serviço Social
sem ser discriminado(a) e discriminar por
diferente questões.
Fonte: (CFESS, 1993, p 23-24 e BARROCO, 2012, p. 121-131).

Além dos princípios apresentados acima podemos destacar alguns princípios


que estão estabelecidos na Política Nacional de Estágio (2010, p.13), o primeiro
refere-se à “articulação entre Formação e Exercício Profissional”, a qual está
35

atrelada aos atores envolvidos, ou seja, o Assistente Social (supervisor de campo),


o(a) professor(a) (supervisor acadêmico) e o(a) estagiário(a), este princípio
apresenta desde as tratativas iniciais, antes da inserção em campo até a reflexão
das ações realizadas, construindo e socializando conhecimento através de um
processo de ensino e aprendizagem.
O segundo trata-se da articulação da universidade com a sociedade, tendo o
estágio como um processo fundamental para constituir e potencializar essa relação,
pois é por meio do estágio que se tem a aproximação entre a universidade e a
comunidade, promovendo serviços gratuitos para a comunidade e ao mesmo tempo
proporcionando aos estudantes a oportunidade de vivenciar a prática profissional,
recebendo o acompanhamento de professores/profissionais especializados na área.
O terceiro princípio aborda sobre teoria e prática, ofertas nos cursos de
graduação por meio do estágio, promovendo atividades práticas que acontecem nos
espaços sócio-ocupacionais e no ambiente acadêmico, tornando-se evidente a
existência de um processo didático pedagógico dentro das universidades e dialético
nos campo que estágio, envolvendo as dimensões (assunto que vamos tratar mais a
frente) que são consideradas essenciais dentro da prática profissional.
O quarto princípio destaca as relações com profissionais das diversas áreas
do conhecimento, bem como a vivência no espaço sócio-institucional, relações e
experiências que só podem ser proporcionadas durante o cumprimento da carga
horária em campo de estágio.
Por fim, o quinto princípio que oferta oportunidades de participar do processo
entre ensino, pesquisa e extensão, aqui proporcionado por meio do estágio
supervisionado obrigatório. Este tripé é um diferencial, principalmente, no curso de
Serviço Social, pois leva o(a) estagiário(a) para um nível elevado em relação ao
conhecimento e aprendizagem.
Caro(a) estagiário(a), em linhas gerais podemos considerar que os princípios
éticos são fundamentais para a nossa profissão e além de estar contidos em nosso
Código de Ética, também pode ser encontrado nas normativas que regulamentam as
atividades práticas dentro do processo de formação profissional, principalmente no
estágio supervisionado curricular obrigatório, pois é neste momento que se
desenvolve a identidade profissional, devendo entender que existem normas
jurídicas que sobrepõe as regras, como é o caso dos princípios fundamentais ora
apresentados nesta parte da unidade e neste sentido, deve-se ter em mente que os
36

princípios fundamentais não podem ser violados e sim seguidos, visto que fazem
parte do exercício profissional.

2.2 COMPETÊNCIAS DO(A) PROFISSIONAL

Além dos princípios éticos que são considerados como atos fundamentais
para o exercício profissional é preciso enfatizar que o(a) Assistente Social deve se
apropriar de conhecimentos, adquirir habilidades e ter atitudes que o leve a
desempenhar as suas funções com o maior nível de magnitude possível, para isso,
este profissional precisa desenvolver competências ao longo do seu processo de
formação e vivência com a prática profissional.
Mas, antes de destacarmos sobre as competências do Assistente Social
faz-se necessário compreender o significado da palavra “competência”, para auxiliar,
realizamos algumas pesquisas e identificamos que a origem deste termo que veio do
latim “competere”3 e de acordo com Dolz e Ollagnier (2004, p.33) foi no final do
século XV na França que o termo competência surgiu, neste período “designava a
legitimidade e a autoridade outorgadas às instituições para tratar determinados

3
Significado: COM (junto) + PETERE (disputar, procurar, inquirir).
Fonte: Dicionário eletrônico. Origem da Palavra. Disponível em:
http://origemdapalavra.com.br/palavras/competencia . Acesso em: 27/05/2022.
37

problemas”, sendo restrito ao âmbito jurídico. Segundo os autores supracitados, no


final do século XVIII, o termo competência foi ampliado para o “nível individual e
passou a designar toda a capacidade ao saber e a experiência”, isto porque, todo
indivíduo tem a consciência de desenvolver uma capacidade adaptativa e
contextualizada do profundo conhecimento, a partir do procedimento de
aprendizagem obtendo domínio no assunto conforme vivência com a realidade,
tornando-se um especialista e competente para executar tal ação.
Quando analisamos o significado do termo competência dentro do mundo do
trabalho, não podemos deixar de analisar o processo histórico que envolve o
sistema capitalista, em sua linha do tempo que começa desde a era primitiva,
passando pela idade média, depois o início da revolução industrial que até o
presente momento apresenta-se 4 (quatro) fases, a primeira fase foi em meados dos
anos de 1765 com o processo de mecanização (surgimento de máquinas
industriais); a segunda fase em meados de 1870 com a fabricação de automóveis
(Taylorismo e Fordismo - processo de repetição); a terceira fase em meados de 1969
com a inovação de máquinas que realizam a operação de forma automática (modo
de produção Toyotismo); e, por fim, a quarta fase que é a revolução que vivemos
atualmente que traz as experiências criadas nas fases anteriores, porém com o uso
da tecnologia que se amplia e melhora cada vez mais, esta fase é conhecida como o
mundo do conhecimento digital e utilização dos dados tornando um processo
industrial mais eficaz.
Acreditamos que você deve estar se perguntando, mas porque estão
abordando esta informação em um manual de estágio supervisionado curricular
obrigatório? O que isso tem a haver com o que eu vou vivenciar no campo de
estágio? Ora, caro(a) estagiário(a), essas fases fizeram parte do processo histórico
da profissão e, esses fatos ocorridos que causaram o problemas sociais e as
diversas expressões da questão social que a profissão surgiu, mas isto certamente
vai além do surgimento da profissão, porque os profissionais dos dias atuais
precisam cada vezes mais adquirir conhecimento, habilidade e domínio das suas
ações, ou seja, ter competência no que faz, visto que estamos vivenciando uma fase
que tem por objetivo reduzir falhas por meio do avanço tecnológico, aumento do
consumo e lucratividade, evidenciando que o ato de atuar dentro dos diversos
espaços sócio-ocupacionais não corresponde à aquisição de um diploma de
38

formação, mas a competência que deve superar o certificado da aptidão e a


qualificação para exercer tal função.
A partir dessas informações compreendemos que a “competência se impõe
como uma necessidade, uma inovação indispensável, uma forma de superar as
insuficiências de um regime obsoleto: o da qualificação” (DOLZ E OLLAGNIER,
2004, p. 66). Neste sentido, podemos considerar que o profissional que se apropria
da “competência” desenvolve comportamentos autónomos, além de manifestar
atitudes que vão além do esperado, promovendo o bem individual e coletivo e a
capacidade de se relacionar com pessoas, desde o nível hierárquico até o nível
operacional, realizando o mesmo tratamento sem distinção, demonstrando o seu
conhecimento e habilidade no assunto ou na ação realizada, garantindo a
confiabilidade para exercer tal função, constituindo a capacidade de apresentar
decisões a uma determinada situação ou assunto.
Partindo de toda esta análise é que podemos enfatizar sobre a competência
do Assistente Social, que deve ser considerada como um ato adquirido quando se
apropria de um vasto desenvolvimento metodológico, pautado em conhecimentos de
diversos assuntos e de habilidades adquiridas ao executar determinada ação,
mesmo não sendo considerado um assunto e/ou ação exclusiva da categoria
profissional.
Neste sentido, fica evidente que a competência deve ser refletida e
aprofundada por meio dos fundamentos históricos e teóricos metodológicos, bem
como na vivência no campo de estágio até a atuação profissional, considerando a
origem do termo e suas relações dentro do mundo do trabalho, entendendo que “a
competência expressa a capacidade para apreciar ou dar resolutividade a
determinado assunto, não sendo exclusivas de uma única especialidade profissional,
mas a ela concernentes em função da capacitação dos sujeitos profissionais”
(CFESS, 2012, p. 37). Depreende-se que as competências constituídas ao
Assistente Social, estão estabelecidas na Lei que regulamenta a profissão (8.662 de
07 de junho de 1993), sendo elas:

I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos


da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e
organizações populares; II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos,
programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social
com participação da sociedade civil; III - encaminhar providências, e prestar
orientação social a indivíduos, grupos e à população; IV - (Vetado); V -
orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de
39

identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa


de seus direitos; VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços
Sociais; VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir
para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; VIII -
prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias
relacionadas no inciso II deste artigo; IX - prestar assessoria e apoio aos
movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício
e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; X -
planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de
Unidade de Serviço Social; XI - realizar estudos sócio-econômicos com os
usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da
administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras
entidades (BRASIL, 1993).

Caro(a) estagiário(a), como pode observar existem 10 (dez) competências


do(a) Assistente Social e de uma certa forma essas competências estão
entrelaçadas ao significado do termo, ou seja, para executar qualquer ação
mencionada acima é preciso ter conhecimento, habilidade e atitude, demonstrando
autoridade no assunto, compreendendo que as ações devem ir além do previsto,
isso é considerado competência e é claro que exige um aprofundamento teórico
para que possa executar tal ação, a qual está atrelada às atribuições profissionais,
assunto que vamos tratar a seguir.

2.3 ATRIBUIÇÕES DO(A) PROFISSIONAL


40

Ao realizar uma pesquisa sobre o termo atribuição identificou-se que não há


estudos mais aprofundados para entender a sua origem e significado, isto porque o
conceito é claro e direto, indicando a responsabilidade de uma pessoa em relação a
seu cargo, função ou ofício, neste sentido o conceito deste termo está interligado ao
processo de trabalho a partir de uma ou mais competências adquiridas, ou seja,
etimologicamente o significado do termo atribuição expressa-se a “ação ou efeito de
atribuir”4, considerado como uma prerrogativa, privilégio, direito e poder para realizar
algo.
Neste sentido, o conceito atribuição é considerado de duas formas: geral que
refere-se à realização de uma ação por qualquer indivíduo, independente se este é
um especialista da área ou não e o privativo, a qual só profissionais capacitados e
especializados podem exercer determinada ação, tornando uma norma específica, a
qual regulamenta o exercício profissional, como é o caso do Assistente Social que
expressa-se as atribuições por meio da lei que regulamenta a profissão que a Lei
8.662/1993, a qual destaca em seu artigo 4º as atribuições privativas desse
profissional l, sendo elas:

I- coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas,


planos, programas e projetos na área de Serviço Social; II - planejar,
organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço
Social; IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações
e pareceres sobre a matéria de Serviço Social; V - assumir, no magistério de
Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disciplinas
e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de
formação regular; VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de
estagiários de Serviço Social; VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e
Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação; VIII - dirigir e
coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em
Serviço Social; IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e
comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para
Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao
Serviço Social; X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos
assemelhados sobre assuntos de Serviço Social; XI - fiscalizar o exercício
profissional através dos Conselhos Federal e Regionais; XII - dirigir serviços
técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas; XIII - ocupar
cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e
entidades representativas da categoria profissional (BRASIL, 1993).

Como podemos observar, caro(a) estagiário(a) todas as ações que envolvem


o serviço social devem ser realizadas por um Assistente Social, considerando que as
4
Significado do termo atribuir. Fonte: https://www.dicio.com.br/atribuicao/
41

atribuições são privativas, somente um profissional formado em serviço social


poderá realizar as atribuições mencionadas acima. Mas é importante destacarmos
que essas atribuições estão interligadas às competências da categoria profissional o
que nos leva a considerar a importância de adquirir conhecimento e habilidade para
executar qualquer atribuição privativa do Assistente Social.
Cabe aqui destacar que devemos evitar a execução de atribuições que
possuem caráter técnico administrativo e que não é considerada específica do
Assistente Social, por um único motivo, mão de obra barata. Nós, enquanto
assistentes sociais, precisamos lutar e defender o nosso espaço sócio-ocupacional,
demonstrando por meio de nossa atuação que somos uma categoria profissional
que garante o direito humano e social e não profissionais que realizam
assistencialismo.
E porque estamos abordando esta informação aqui, neste manual? Ora, pelo
simples fato de existir pessoas que acreditam que o(a) estagiário é uma mão de
obra barata, por não fazer parte do quadro de funcionário e não receber
remuneração, mas precisa estar ali para cumprimento de carga horária e acaba
delegando ações que não condizem com as atribuições privativas do Assistente
Social, prejudicando no processo de formação profissional, por isso é de extrema
importância que você saiba quais as atribuições privativas do Assistente Social, pois
são elas que deverão acompanhar durante o cumprimento das horas do estágio
supervisionado curricular obrigatório.
42

2.4 PROJETO ÉTICO-POLÍTICO

Caro(a) estagiário(a), o Projeto Ético-Político do Serviço Social tem o objetivo


de orientar a formação e o exercício profissional, por este motivo há o envolvimento
direto do CFESS/CRESS, da ABEPSS e ENESSO. Para entender o significado do
termo faz-se necessário destacar três bases fundamentais, o primeiro refere-se a
uma projeção coletiva (Projeto), o segundo o envolvimento de vários indivíduos em
busca de uma valorização ética (Ética) e, por fim, o terceiro, a vinculação de um
determinado projeto societário (Político).
É importante destacar que a idealização do Projeto Ético-Político do Serviço
Social foi considerado um marco para a categoria, sendo o resultado de um
processo histórico que se materializou no ano de 1979 com o III Congresso
Brasileiro de Assistentes Sociais, conhecido como “Congresso da Virada” após um
longo debate entre os profissionais da época, concluindo que “esse momento foi a
expressão coletiva da categoria dos Assistentes Sociais de ruptura com o
conservadorismo, e de compromisso com as lutas democráticas da classe
trabalhadora” (CFESS, 2009, p 142). Entendendo que os assistentes sociais
43

precisavam romper com o conservadorismo que estava enraizado na atuação


profissional.
De acordo com Netto (1999) houve uma estruturação no Projeto Ético-Político
nos anos de 1980 o qual passou a qualificar como sendo básico, mantendo os eixos
fundamentais, flexível sem se descaracterizar, mas, incorporando novas questões,
assimilando problemáticas diversas no enfrentamento de novos desafios, é claro que
mediante a essa nova estruturação não podemos deixar de destacar que o Projeto
Ético-Político é um processo com constante desdobramento.
O autor supracitado destaca que, somente na década de 1990 é que o Projeto
Ético-Político conquistou a hegemonia no Serviço Social por estar fundamentado
teórica e metodologicamente, além de conquistar dois elementos importantes que
são: o crescente envolvimento dos profissionais em fóruns e eventos e a
consonância com as tendências relevantes dos movimentos da sociedade brasileira.
É evidente que houve um avanço nos preceitos do Projeto Ético-Político do Serviço
Social ao longo dos anos, viabilizando para os assistentes sociais mais autonomia
no exercício profissional e direcionando tanto no processo de formação quanto na
atuação nos diversos espaços sócio-ocupacionais.
Mediante a essas informações você deve estar se perguntando o porquê
estamos abordando sobre o Projeto Ético-Político neste manual de estágio
obrigatório. Pois bem, o Serviço Social desde a sua gênese até os dias atuais
passou por mudanças que marcaram não só na trajetória, mas também no exercício
profissional, resultados conquistados pela própria categoria através de grandes
debates históricos, debates estes que levaram ao rompimento com o
conservadorismo e a regulamentação e normatização da profissão. No entanto, é
importante compreender que não basta apenas cumprir as horas de estágio para
obtenção do diploma de graduação e vivenciar a prática profissional, é preciso se
aprofundar em todos os conceitos que regem a atuação do Assistente Social e o
Projeto Ético-Político do Serviço Social nos direciona no agir profissional mediante
as diversas expressões da questão social.
Para entender melhor, apresentaremos alguns pontos importantes que
fundamentam o Projeto Ético-Político e que será de extrema importância tanto na
vivência do estágio obrigatório quanto no exercício profissional, neste sentido,
destacamos, primeiramente, sobre o núcleo que tem como valor central o
“reconhecimento da liberdade” um verdadeiro marco para a categoria, que de certa
44

forma traz consigo o “compromisso com a autonomia” para executar as


competências e atribuições privativas do Assistente Social, devendo exercer a
“emancipação”, compreendendo a “plena expansão dos indivíduos sociais” (NETTO,
1999, p. 15).
O segundo ponto importante que devemos destacar em relação ao Projeto
Ético-Político do Serviço Social é que a sua idealização deu-se através da existência
do projeto societário que tem como objetivo o desenvolvimento de “uma nova ordem
social sem exploração/dominação de classe, etnia e gênero”, fundamentando-o na
“defesa intransigente dos direitos humanos e o repúdio do arbítrio e dos
preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo, tanto na sociedade como no
exercício profissional” (NETTO, 1999, p. 15-16), pontos que estão explícitos em
nosso Código de Ética como fundamentos que devem ser seguidos durante o
exercício profissional e evidente no processo de cumprimento da carga horária do
estágio supervisionado curricular obrigatório.
E, por fim, o terceiro ponto importante contido no Projeto Ético-Político do
Serviço Social está atrelado à dimensão política, que traz o conceito em relação ao
posicionamento do profissional em favor da “equidade e da justiça social, na
perspectiva da universalização do acesso a bens e a serviços relativos às políticas e
programas sociais; à ampliação e à consolidação da cidadania são explicitamente
postas como garantia dos direitos civis, políticos e sociais das classes
trabalhadoras” (NETTO, 1999, 16). É evidente que este terceiro ponto destaca sobre
a postura que o Assistente Social precisa ter durante o exercício profissional, visto
que é o garantidor de direitos sociais.
Em síntese, ao analisar a trajetória do Serviço Social e a idealização do
Projeto Ético-Político é evidente o compromisso que o Assistente Social precisa ter
ao exercer a profissão por meio das competências profissionais, promovendo
estratégias para: ampliação da liberdade; autonomia; emancipação; garantia dos
direitos; consolidação da cidadania; democracia; equidade; justiça social; acesso
aos bens e serviços; qualidade com a prestação de serviços; articulação com outros
profissionais e trabalhadores; execução de programa e projetos sociais, além de
entender os direitos e deveres profissionais. Seguindo estes preceitos contidos no
Projeto Ético-Político, bem como nas normativas que regem a profissão certamente
realizará um trabalho com excelência.
45

2.5 DIMENSÕES: TEÓRICO-METODOLÓGICA, TÉCNICO-OPERATIVA E


ÉTICO-POLÍTICA
46

De acordo com Santos (2002), em relação ao Serviço Social o termo


“dimensão” refere-se à propriedade de algo, apresentando uma direção que norteia
a atuação profissional. Neste sentido, todos os elementos que constituem este
conceito são considerados intrínsecos, pois envolvem alguns pilares importantes
que orientam o exercício profissional, como, por exemplo, o processo formativo,
investigativo, organizativo e interventivo, bem como, os pressupostos, as
perspectivas e as competências que tornam as atribuições do Assistente Social uma
totalidade.
Partindo desta premissa, destacamos sobre as três dimensões constitutivas
da intervenção profissional do Assistente Social, consideradas como uma unidade
pelo simples fato de uma não ser mais importante que a outra, mas por estarem
interligadas, por se complementarem, por manterem as suas especificidade e por
serem interdependentes, sendo requisitos fundamentais que permitem ao
profissional colocar-se diante das situações com as quais se defronta, vislumbrando
com clareza os projetos societários, seus vínculos de classe, e seu próprio processo
de trabalho (ABEPSS, 1996, p. 13).
Para melhor compreensão, destacamos a seguir as três dimensões que lhe
auxiliarão durante a vivência no campo de estágio, bem como no exercício
profissional. Sendo elas:

Figura 01: as dimensões

Fonte: elaborado pelas autoras


47

A primeira dimensão teórico-metodológica refere-se à capacidade de realizar


uma leitura crítica sobre a realidade social, articulando com um ato investigativo que
permite ao Assistente Social a busca por estratégias voltadas ao interesse da
população assistida. Segundo Iamamoto (2004), para que este profissional possa
realizar qualquer tipo de intervenção faz-se necessário fundamentar-se em teoria
que possa explicar as relações sociais existentes na sociedade, o intuito é que o
Assistente Social sai do ato imediatista e do senso comum realizado em seu
cotidiano e busca por bases teóricas para que possa explicar a prática,
desempenhando o trabalho a partir de análise concretas.
Neste sentido, podemos considerar que a dimensão teórico-metodológica é
uma união entre a teoria e a prática, ou seja, é a partir das bases metodológicas que
o profissional consegue explicar a realidade social e desempenhar o seu trabalho na
sociedade. Por este motivo, esta dimensão é fundamental, pois o Assistente Social
só conseguirá desenvolver o seu trabalho embasado nas teorias que servirá de
mecanismo para análise da realidade que envolve a atuação profissional,
possibilitando a escolha de instrumentos e técnicas capazes de materializar a
intervenção.
Caro(a) estagiário(a), para que você possa entender melhor, até mesmo
quando estiver vivenciando a prática profissional em seu campo de estágio
obrigatório, apresentaremos um exemplo, de uma situação hipotética em que o
Assistente Social precisa de conhecimento teórico para realizar uma intervenção
profissional.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA

Um dos usuários do serviço do Centro de Referência Especializado de Assistência


Social buscou pelo atendimento do Assistente Social para relatar um abuso de
violência contra uma pessoa idosa, esse usuário relata que testemunhou o
momento em que um homem agrediu a sua mãe idosa em plena luz do dia e
declara que a cena foi chocante e não sabe o que fazer, pois este filho é usuário
de drogas e acabou ameaçando-o de forma agressiva.

Fonte: elaborado pelas autoras


48

Perceba que esta situação é agravante tanto para a pessoa que procurou o
serviço quanto para a idosa e, até mesmo, para o seu filho. Situação esta que
apresenta claramente o rompimento de vínculos parentais e abuso de drogas,
acarretando a violência doméstica. Agora o que devemos nos perguntar é: o que o
Assistente Social irá fazer? Qual a orientação para a pessoa que a procurou?
Pois bem, caro(a) estagiário(a), se este profissional não tiver um
conhecimento teórico sobre a demanda ora apresentada, que tipo de informação
será passado para este usuário do serviço? Qual a ação será adotada? Perceba que
não basta apenas estudar as bases teóricas metodológicas da profissão, mas é
preciso um aprofundamento que se deve ir além do que está previsto, entendendo
toda a realidade à nossa volta e assim conseguiríamos orientar e saber o que deve
ser feito.
A segunda dimensão é a técnico-operativa, considerada como a que mais se
aproxima da prática profissional, visto que o Assistente Social se apropria do uso de
instrumentos e técnicas para a realização interventiva. De acordo com Guerra (2012)
esta dimensão trata-se da materialização do trabalho do Assistente Social em seu
cotidiano, compostas por elementos como: estratégias e táticas que orientam a
prática profissional; recursos técnicos e operacionais para executar os
procedimentos profissionais, orientação em relação às dimensões
teórico-metodológica e ético-política, além de proporcionar os instrumentos para o
desenvolvimento técnico e as habilidades que norteiam a operacionalização da ação
profissional.
Para que o Assistente Social consiga entender e desenvolver a dimensão
técnico-operativa em sua atuação profissional é preciso ter conhecimento da
realidade do usuário, a existência de objetivos, a natureza da demanda, as
estratégias de sobrevivência, o modo de vida, entre outras percepções que facilite
no uso dos instrumentais e técnicas, para isso os profissionais precisam responder
algumas perguntas como: Para que fazer? Para quem fazer? Quando e onde fazer?
O que fazer? Como fazer? (GUERRA, 2012, p. 43). Isso irá facilitar na escolha dos
instrumentais que constituem a atuação profissional.
É importante destacar que as instrumentalidades utilizadas pelo Assistente
Social precisam estar atreladas à resolutividade do problema social em questão,
olhando para os fins visados de forma ética e comprometida com a profissão,
49

entendendo que existem diversos instrumentos a serem utilizados, porém precisam


estar atrelados aos preceitos éticos, para que não haja um retrocesso e o uso do
tecnicismo, agindo de forma neutra e superficial por falta de conhecimento e
habilidade.
Em linhas gerais, a dimensão técnico-operativa se compreende a partir das
atribuições e competências do Assistente Social, as quais envolvem um vasto
conhecimento teórico e da análise da realidade que não pode ser reduzida ao ato de
tecnicismo, ou seja, não pode ser feita de forma automática, mas sim através da
competência que permeia a atuação profissional.
Por fim, destacamos sobre a terceira dimensão a Ético-política, considerada
tão importante quanto as duas apresentadas anteriormente, pois veio para
fundamentar os princípios e valores contidos no Código de Ética do/a Assistente
Social, salientando que compete ao profissional a contribuição efetiva em relação ao
processo de manutenção e ampliação aos direitos sociais e políticos que envolvem a
classe trabalhadora, na luta pela democracia e na defesa de uma nova ordem
societária. É evidente que a dimensão ético-política está atrelada ao Projeto
Ético-Político do Assistente Social, levando em consideração a liberdade, o
compromisso, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos.
De acordo com Santos (2013, p. 26), “a dimensão ético-política envolve o
projetar a ação em função dos valores e finalidades do profissional, da instituição e
da população. É responsável pela avaliação das consequências de nossas ações ou
a não avaliação dessas consequências”. Com isso, torna-se a base fundamental
para o exercício profissional, entendendo que o Serviço Social é uma profissão que
faz parte do processo de divisão social e técnica do trabalho, mas que consiste de
princípios éticos que norteiam a atuação no enfrentamento das expressões da
questão social, exigindo do Assistente Social uma reflexão ética e crítica em relação
aos valores morais os quais existem no seio da profissão e na sociedade.
Reforçando o debate entre a ética e a política que envolve a atuação profissional,
refletindo na criação de novos valores, exigindo posicionamento e escolhas
conscientes, objetivando a liberdade; emancipação; compromisso e competência ao
exercer a prática profissional.
50

UNIDADE III
3. PROCESSO DO ESTÁGIO DO UNICV
51

Conforme destaca nas Diretrizes curriculares da ABEPSS (1996, p. 19) “o


estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se configura a
partir da inserção do aluno no espaço sócio-institucional objetivando capacitá-lo para
o exercício do trabalho profissional, o que pressupõe supervisão sistemática”.
Considerado como um momento importante no aprendizado, por envolver a teoria e
a prática profissional, constituindo um percentual da carga horária total do curso de
bacharelado em Serviço Social.
Segundo a Iamamoto (2012, p. 285), o(a) estagiário(a) deve receber
acompanhamento de um professor de Serviço Social da universidade, que tenha a
função de supervisor acadêmico e o papel de proporcionar “a reflexão
teórico-metodológica das questões atinentes ao exercício profissional cotidiano e à
formação do aluno”. Bem como, do supervisor de campo que tenha formação em
Serviço Social, registro ativo no conselho regional - CRESS e atue como Assistente
Social, com o papel de “integrar o aluno no campo de trabalho; determinar e
acompanhar as atividades do acadêmico aí desenvolvidas; acompanhar o
aprendizado em serviço e zelar pelo desempenho ético do acadêmico.
Para entender melhor, apresentaremos a seguir o processo de supervisão
sistemática e operacional do estágio obrigatório do Centro Universitário Cidade
Verde - UniCV.
52

3.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO UNICV

O estágio supervisionado curricular obrigatório do Centro Universitário Cidade


Verde - UniCV é ofertado a partir do terceiro ano da graduação em Serviço Social,
porém os estudantes só poderão ser matriculados nas disciplinas de estágio, após a
aprovação das disciplinas de Fundamentos Históricos Teóricos-metodológicos e de
Ética profissional, “pela necessidade de formação do senso crítico e conhecimentos
específicos básicos da profissão, é que o estudante poderá iniciar a atividade de
estágio” (PNE, 2010, p.29).
As disciplinas de estágio supervisionado curricular obrigatório serão ofertadas
de forma modular e sequencial e só poderá ser matriculado na disciplina seguinte
após aprovação da disciplina anterior. Para entender melhor, veja as situações a
seguir:
53

Figura 02: Situações das disciplinas


Fonte: elaborado pelas autoras

Como pode observar, a partir do momento que obter aprovação na disciplina


passa a ser matriculado(a) na disciplina seguinte, mas ao ser reprovado em
qualquer uma das disciplinas fica retido, tendo que repetir a disciplina novamente até
obter aprovação e ser matriculado na disciplina seguinte. Para que não corra o risco
de ser reprovado, sugerimos que você realize todas as atividades, prática e teórica,
seguindo as informações contidas no comando de cada atividade disponível no
ambiente da disciplina, o qual estiver matriculado e cumpra a carga horária de
campo e acadêmica dentro do prazo estabelecido.
É importante entender que dependendo do motivo da reprovação, correrá o
risco de não ter a carga horária de campo e/ou acadêmica validada, o que impedirá
no avanço do processo e ter que cumprir a carga horária novamente, principalmente
a de campo, por isso mais uma vez sugerimos que se atente ao que está sendo
solicitado no comando de cada atividade e siga as orientações do(a) supervisor(a)
54

acadêmico(a). Você deve estar se perguntando agora! Mas quantas disciplinas eu


tenho que cursar? Qual é a carga horária total? Quais documentos eu irei utilizar?
Quais informações eu preciso saber para entender o processo do estágio
supervisionado curricular obrigatório do UniCV. Pois bem, iremos apresentar a
seguir.

3.1.1 DA DISCIPLINA

As disciplinas de estágio supervisionado curricular obrigatório serão ofertadas


em três módulos sequenciais, sendo elas:
Estágio 01 - disciplina 100% teórica, ou seja, o(a) estagiário(a) não terá por
obrigatoriedade da inserção em campo, porém precisará providenciar todas as
documentações juntamente com o supervisor acadêmico e supervisor de campo.
Nesta disciplina, estudará toda a base fundamental e operacional que rege o estágio
supervisionado curricular obrigatório e ao final entenderá a importância de realizar
as atividades práticas e teóricas, caso decida iniciar o cumprimento da carga horária
durante o período de matrícula do estágio 01(um) será possível, porém as
documentações iniciais deverão estar validadas antes da inserção em campo.
Estágio 02 - nesta disciplina, você terá por obrigatoriedade a inserção em
campo de estágio, que deve ser realizado de forma presencial, iniciando o
cumprimento da carga horária de campo e acadêmico e realizando as atividades
pedagógicas. Nesta disciplina, receberá a supervisão sistemática, ou seja, o
acompanhamento direto do(a) supervisor(a) de campo e supervisor(a) acadêmico(a).
Estágio 03 - nesta disciplina será realizada a continuidade do cumprimento
da carga horária de campo e acadêmico e do acompanhamento dos supervisores de
campo e acadêmico, devendo realizar as atividades teóricas e práticas.
Como pode observar, são 3 (três) disciplinas de estágio, ofertadas em
módulos diferentes e sequenciais, contendo atividades teóricas (online) e práticas
(presencial), devendo realizá-las dentro do prazo solicitado no calendário acadêmico
modular, a falta do cumprimento da carga horária (online e presencial), bem como da
realização das atividades, implicará na retenção da disciplina, tendo a matrícula da
disciplina regime de dependência, visto que as 3 (três) disciplina de estágio não tem
prova Substitutiva (SUB), portanto é preciso seguir o processo e as normativas que
55

regulamentam o estágio, conforme previsto no Projeto Pedagógico do Curso e neste


manual de estágio.

3.1.2 DA CARGA HORÁRIA

De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de Serviço Social, a carga


horária total destinada para as disciplinas de estágio supervisionado curricular
obrigatório é de 500 horas, sendo distribuídas nas três disciplinas, configurada da
seguinte forma:
Disciplina de estágio 01 - por ser considerada uma disciplina 100% teórica é
destinada 100 horas para a realização das atividades pedagógicas, sendo aprovada
na disciplina é validada as 100 horas automaticamente.
Disciplina de estágio 02 - é destinado 160 horas para o cumprimento da
carga horária de supervisão de campo e 40 horas de supervisão acadêmica,
totalizando 200 horas entre atividades práticas e teóricas.
Disciplina de estágio 03 - Também é destinado 160 horas para o
cumprimento da carga horária de supervisão de campo e 40 horas de supervisão
acadêmica, totalizando às outras 200 horas entre atividades prática e teórica.
Para entender melhor a divisão da carga horária, explicaremos através da
imagem a seguir.

Figura 03: disciplina e carga horária

Fonte: elaborado pelas autoras


56

Portanto, as horas práticas (supervisão de campo) têm um total de 320 horas


e as atividades pedagógicas/teóricas (supervisão acadêmica) o total de 180 horas
(100h referente à disciplina de estágio 01 + 80h referente às disciplinas de estágio
01 e 02), somando temos o equivalente a 500 horas de estágio supervisionado
obrigatório.

3.1.3 DA INSERÇÃO EM CAMPO DE ESTÁGIO

A inserção no campo de estágio obrigatório do curso de Serviço Social pode


ser realizada em qualquer espaço sócio-ocupacional do/a Assistente Social, tanto no
1º, 2º e/ou 3º setor, desde que tenha um profissional atuante e que aceite receber
o(a) estagiário(a) para supervisioná-lo(a). Antes da inserção em campo é preciso
saber qual serviço/política deseja cumprir a carga horária do estágio obrigatório, em
seguida identificar se o UniCV tem convênio firmado com o local, para isso, deverá
57

realizar a consulta na Central de Estágio por meio do link:


https://unicv.edu.br/central-de-estagio-unifcv/ buscando pelo local mais próximo da
residência que pretende estagiar, mas se
o UniCV não tiver parceria com o local
desejado é preciso preencher o formulário
de convênio com as informações do local
de forma que o setor de estágio possa
celebrar a parceria e assim ser inserido no
campo de estágio obrigatório desejado. É
importante ter em mente que não realizar a consulta no site da Central de Estágio do
UniCV e seguir as orientações do(a) supervisor(a) acadêmico(a) e tutor(a) da
disciplina de estágio, poderá implicar na não inserção no campo de estágio. Para
entender melhor como realizar a consulta, iremos apresentar na figura a seguir como
identificar as empresas conveniadas com o UniCV e como preencher o formulário de
convênios.

Figura 04: Central de Estágio UniCV

Fonte: Site da Central do Estágio do UniCV


58

Após a identificação do local de estágio é importante informar para o(a)


supervisor(a) acadêmico(a) para que seja orientado sobre o próximo passo, que é o
preenchimento e coleta das assinaturas/carimbo dos documentos iniciais (termo de
compromisso, carta de apresentação, termo de ciência de COVID do estagiário e
concedente, termo de conduta e plano de estágio).
Cabe ressaltar que até o momento não há legislação que obrigue o
representante legal do local e/ou o assistente social a receber o(a) estagiário(a) para
cumprimento da carga horária de campo do estágio obrigatório e o(a) estagiário(a)
não poderá ser inserido no local desejado no caso do UniCV não ter convênio
firmado, portanto é obrigatório cumprir a carga horária de campo em locais
conveniados com o UniCV, mesmo que este não seja próximo da residência, sendo
de inteira responsabilidade do(a) estagiário(a) o deslocamento para o cumprimento
da carga horária.
Mediante à essas informações você pode estar se perguntando. Quais as
etapas que eu devo seguir, tanto para os locais conveniados quanto os não
conveniados antes da inserção em campo? Bom, vejamos a seguir as etapas.

TABELA 03: CRONOGRAMA DAS ETAPAS ANTES DA INSERÇÃO NO CAMPO


LOCAIS CONVENIADOS COM O UNICV LOCAIS NÃO CONVENIADOS COM O UNICV

1- Escolher/definir o local que pretende 1- Escolher/definir o local que pretende estagiar.


estagiar. 2- Consultar na Central de estágio se temos
2- Consultar na Central de estágio se temos convênio.
convênio. 3- Se não tivermos convênio, deverá preencher o
3- Se tivermos convênio deverá entrar em formulário de convênio. Importante: antes de
contato com o(a) supervisor acadêmico preencher o formulário, verificar o setor, contato,
informando o local e que o UniCV tem e-mail e a pessoal responsável pela celebração
convênio. de convênio, passando as informações corretas,
4- Entrar em contato com o(a) profissional assim, terá mais chances do convênio ser
Assistente Social do local. firmado.
5- Combinar com o(a) profissional Assistente 4- Após o preenchimento do formulário deverá
Social do local os melhores dias e horário. informar para o(a) supervisor(a) acadêmico(a) de
6- Baixar os documentos iniciais obrigatórios. forma que possa acompanhar e/ou auxiliar na
7- Preencher e coletar as assinaturas. celebração juntamente com o pessoal do setor de
8- Postar no ambiente na opção “Documentos estágio e a tutora de estágio do curso de Serviço
Necessários - Envio Obrigatório” para Social.
validação do(a) supervisor(a) acadêmico(a). 5- Aguardar a celebração de convênio, é
9- Aguardar a validação e o retorno do(a) importante entender que nesta etapa pode ou
supervisor(a) acadêmico(a). não ocorrer a celebração de convênio, portanto é
10- Iniciar o cumprimento da carga horária sempre bom ter mais de uma opção caso não dê
após o deferimento dos documentos e certo.
liberação do(a) supervisor(a) acadêmico(a). 6- Após a celebração do convênio deverá seguir
as informações do “Locais conveniados com o
UniCV” a partir da etapa 3.
Fonte: Processo de estágio do curso de Serviço Social do UniCV.
59

Pronto, agora com as etapas apresentadas antes da inserção em campo é o


momento de conhecer os documentos que serão utilizados nas disciplinas de
estágio 01, 02 e 03.

3.1.4 DAS DOCUMENTAÇÕES

As documentações de estágio fazem parte do processo operacional,


consideradas obrigatórias para validação das atividades práticas e teóricas que
deverão ser desenvolvidas ao ser matriculado(a) nas disciplinas de estágio
obrigatório, bem como, comprovação do cumprimento das horas e parceria, abaixo
iremos apresentar os documentos que serão preenchidos e coletados assinaturas
pelo(a) estagiário(a), sendo eles:

❖ Termo de compromisso de estágio: é um documento que comprova o


compromisso entre as partes envolvidas que são: representante do campo
concedente, representante da instituição UniCV, estagiário(a) e supervisores
campo e acadêmico, durante o cumprimento da carga horária. Neste
documento o(a) estagiário(a) deverá preencher os dados do local de estágio,
os dados do(a) estagiário(a) e solicitar a assinatura/carimbo do representante
legal do local do estágio, supervisor(a) de campo e assinar, após isto deverá
enviar o documento (consultar a forma de envio) para que possa ser
analisada e solicitada a assinatura/carimbo do representante legal da
instituição UniCV e demais envolvidos.
❖ Carta de apresentação: este documento, é informado ao supervisor
acadêmico que o(a) estagiário(a) está devidamente matriculado na disciplina
de estágio supervisionado curricular obrigatório e habilitado para o
cumprimento das horas de estágio obrigatório, também informa sobre a
quantidade total de horas que são 320h e que o(a) estagiário(a) não receberá
nenhum valor remuneratório, conforme previsto na Lei nº 11.788/2008, bem
como horas diárias e semanal e o seguro de vida. Este documento apresenta
que o(a) estagiário(a) deverá preencher as informações solicitadas e coletar a
assinatura/carimbo do responsável.
❖ Termo de ciência COVID/19 do(a) estagiário e concedente: este
documento traz duas informações importantes antes da inserção em campo,
60

a primeira refere-se aos protocolos de segurança orientados pela


Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a pandemia do COVID-19
(coronavírus) e a segunda sobre o(a) estagiário(a) estar em boas condições
de saúde e não possuir qualquer sintoma relacionado ao coronavírus. É
preciso preencher as informações do concedente, do(a) estagiário(a) e coletar
assinatura/carimbo do representante legal e assinar.
❖ Termo de conduta do(a) estagiário(a): neste documento é apresentado às
10(dez) atribuições do(a) estagiário(a), conforme descrito na Política Nacional
de Estágio da ABEPSS de 2010, é um termo de ciência destacando que o
descumprimento de uma dessas atribuições implicará na rescisão do termo
de compromisso de estágio e a não continuidade do cumprimento da carga
horária. Esse documento deve ser preenchido e assinado pelo(a)
estagiário(a).
❖ Plano de estágio: Esse documento está previsto na Lei de estágio
(11.788/2008), na Resolução nº 533/2008 e na Política Nacional de estágio da
ABEPSS de 2010, todas essas normativas destacam a importância desse
documento, pois envolve os três atores sendo fundamental no processo de
estágio, pois é informado sobre as atividades/ações que serão desenvolvidas
no campo de estágio, bem como os dias da semana, a carga horária diária e
semanal, o período de cumprimento das horas e quais são os supervisores de
campo e acadêmico responsável pelo acompanhamento do(a) estagiário(a).
O preenchimento deverá ser realizado pelo(a) estagiário(a) sob a orientação
do(a) supervisor(a) de campo e validação do(a) supervisor acadêmico(a), é
importante entender que este documento deverá ser assinado/carimbado
pelo(a) supervisor(a) de campo e acadêmico e pelo(a) estagiário(a).
❖ Registro de frequência de campo: esse documento contabiliza as horas de
estágio em campo, devendo registrar as atividades que competem às
atribuições e competências do(a) Assistente Social (supervisor(a) de campo).
É de responsabilidade do(a) estagiário(a) o preenchimento e todas as
informações que constam no cabeçalho, o dia/mês, horário de entrada e
saída, somatória das horas/dia, o registro das atividades, o total das horas
cumpridas e após o cumprimento das 160 horas, deverá assinar e solicitar
assinatura/carimbo do(a) supervisor(a) de campo, bem como o visto em todas
as atividades realizadas. É importante destacar que em relação a supervisão
61

de campo não poderá ultrapassar a carga horária máxima que são de 6


horas/dia e 30 horas/semanais conforme estabelecida na Lei de estágio
(11.788/2008), para que isso não ocorra, é preciso definir juntamente com
o(a) supervisor(a) de campo, bem como com o(a) supervisor(a) acadêmico(a),
os dias da semana, as horas diárias e o tempo que levará para cumprir às
320 horas (a carga horária total). Veja a seguir um exemplo de como definir
os dias da semana, horário, a carga horária semanal e quantos dias úteis
levará para cumprir a carga horária total.

Figura 05: Exemplo de cumprimento de carga horária de campo

Fonte: elaborado pelas autoras.

❖ Registro de frequência acadêmica: este documento contabiliza as horas


das atividades pedagógicas/teóricas. Devendo constar o tempo de realização
das atividades, o tempo de leitura dos materiais, as Lives de supervisão
acadêmica, os vídeos da trilha de aprendizagem e as reuniões coletivas e
individuais agendadas e realizadas pelo(a) supervisor(a) acadêmico(a). É
responsabilidade do(a) estagiário(a) o preenchimento de todas as
62

informações que constam no cabeçalho, o dia/mês, horário de entrada e


saída, somatória das horas/dia, o registro das atividades, o total das horas
cumpridas e após o cumprimento das 40 horas deverá assinar e enviar para
o(a) supervisor(a) acadêmico(a) validar e assinar/carimbar. Para facilidade na
contabilização das horas acadêmica, faz-se necessário utilizar o parâmetro
estabelecido na Política Nacional de Estágio - ABEPSS que é de no mínimo,
03 horas/aula semanais de supervisão acadêmica, que contabiliza-se em 1
horas de atendimentos individuais ou coletivos semanal + 1 hora de leitura de
material + 1 hora de realização das atividades teóricas.
❖ Instrumento avaliativo do(a) estagiário - campo: é um documento que
avalia o processo e desempenho do(a) estagiário(a) por meio de atribuição de
conceito, sendo avaliado pelo(a) supervisor(a) de campo após o cumprimento
da carga horária, esta avaliação acontecerá duas vezes, a primeira será após
o cumprimento das 160 horas referente a disciplina de estágio 02 e a
segunda também após o cumprimento das 160 horas referente a disciplina de
estágio 03. O(a) estagiário(a) deverá preencher as informações contidas no
cabeçalho e assinar, mas não deverá realizar a auto avaliação, pois esta será
realizada pelo(a) Assistente Social - supervisor de campo e assinar/carimbar
o documento. É importante destacar que este documento passará pela
análise e assinatura/carimbo do(a) supervisor(a) acadêmico(a).
❖ Instrumento avaliativo do(a) estagiário(a) - acadêmico: é um documento
que avalia o processo e desempenho do(a) estagiário(a) por meio da
atribuição de conceito, sendo avaliado pelo(a) supervisor(a) acadêmico(a)
após o cumprimento da carga horária, esta avaliação acontecerá duas vezes,
a primeira será após o cumprimento das 40 horas referente a disciplina de
estágio 02 e a segunda também após o cumprimento das 40 horas referente
a disciplina de estágio 03. O(a) estagiário(a) deverá preencher as
informações contidas no cabeçalho e assinar, mas não deverá realizar a auto
avaliação, pois esta será realizada pelo(a) supervisor(a) acadêmico(a) que
assinará em seguida.

Os documentos: termo de compromisso, Carta de apresentação, Termo de


Ciência - COVID (concedente e estagiário), Termo de conduta e plano de estágio
são apresentados na disciplina de estágio 01 e deverão ser preenchidos pelo(a)
63

estagiário(a) e assinado, além disso é de responsabilidade do(a) estagiário(a)


coletar as assinaturas do representante legal e/ou assistente social (supervisor de
campo) e disponibilizar dentro do prazo no ambiente da disciplina para análise,
validação e assinatura do(a) supervisor(a) acadêmico(a) e representante do UniCV.
Já os documentos: registro de frequência de campo, registro de frequência
acadêmico, instrumento avaliativo de campo e instrumento avaliativo acadêmico são
apresentado nas disciplinas de estágio 02 e 03 e deverão ser preenchidas pelo(a)
estagiário(a) e assinado, além disso é de responsabilidade do(a) estagiário(a)
coletar as assinatura/carimbo do(a) assistente social - supervisor de campo e
disponibilizar dentro do prazo no ambiente da disciplina matriculada para análise,
validação e assinatura do(a) supervisor(a) acadêmico(a).
O documento a seguir não é de envio obrigatório, mas é importante dentro do
processo de estágio do UniCV, caso seja utilizado.
❖ Declaração de estágio - apresentar no ambiente de trabalho: é um
documento que o(a) estagiário(a) poderá utilizar para apresentar no ambiente
de trabalho como forma de comprovação de que está devidamente
matriculado em disciplina de estágio e precisa cumprir a carga horária
obrigatória para obtenção do diploma de graduação em Serviço Social.
Ressaltamos que este documento não determina que o representante do local
de trabalho possa dispensar para fins de cumprimento do estágio obrigatório
sendo necessário um acordo entre as partes envolvidas (empregador e
empregado), mas pode auxiliar no momento da negociação. Para utilizar o
documento, faz-se necessário ter o local de estágio definido, bem como a
carga horária e o período para que consiga preencher o documento e
apresentar na empresa para início de negociação. Neste caso não precisa
apresentar para o(a) supervisor(a) acadêmico(a), pois não é um documento
de cunho obrigatório.

Já o documento abaixo só será obrigatório o envio quando não há interesse


em cumprir a carga horária em um dos locais conveniados com o UniCV, veja a
informação a seguir.
64

❖ Declaração de desistência de vaga: é um documento que só será validado


quando o(a) estagiário(a) se recusar a cumprir as horas em campo nos locais
conveniados à UniCV e/ou por motivos pessoais, o qual declara não querer
cumprir as horas de campo nos locais conveniados dentro do período do
módulo (disciplina matriculada), conforme estabelecido no Projeto
Pedagógico do Curso - PPC. Mediante a isso o(a) estagiário(a) fica ciente que
a não aprovação o levará a cursar a disciplina em regime de dependência. É
importante destacar que a decisão do não cumprimento da carga horária em
um dos locais conveniados com o UniCV é de responsabilidade do(a)
estagiário(a), nesse caso, deverá encaminhar somente este documento,
preenchido e assinado pelo(a) estagiário(a) dentro do período da disciplina de
estágio 01, mas caso essa situação não aconteça, não há a necessidade de
preencher e enviar para validação, seguindo com o envio dos documentos
iniciais obrigatórios.

3.1.5 DA SUPERVISÃO

A supervisão acontecerá de forma direta e sistemática, envolvendo dois


profissionais formados em Serviço Social, com o CRESS ativo e vínculo com o local
o qual presta o serviço, e cada um tem um papel fundamental no processo de
supervisão direta e sistemática, sendo eles:
Supervisor(a) de campo: que tem o papel de inserir, acompanhar, orientar e
avaliar o(a) estagiário(a) no campo de estágio, em conformidade com o plano de
65

estágio, elaborado em consonância com o projeto pedagógico e com os programas


institucionais vinculados aos campos de estágio; garantindo diálogo permanente
com o(a) supervisor(a) acadêmico(a), no processo de supervisão (PNE, 2010, p.
19-20).
A supervisão de campo se dá por meio do acompanhamento do(a) Assistente
Social - supervisor(a) de campo, o qual o(a) estagiário(a) observará as atribuições e
competências deste profissional durante o cumprimento da carga horária. Este
cumprimento é registrado no documento “registro de frequência de campo” e
validado pelos profissionais supervisor(a) de campo e supervisor(a) acadêmico(a).

Supervisor(a) acadêmico(a): compete o papel de orientar os estagiários e


avaliar seu aprendizado, em constante diálogo com o(a) supervisor(a) de campo,
visando a qualificação do estudante durante o processo de formação e
aprendizagem das dimensões teórico-metodológicas, ético-políticas e
técnico-operativas da profissão, em conformidade com o plano de estágio (PNE,
2010, p. 19).
O(a) supervisor(a) acadêmico(a) realizará atendimentos individuais e/ou
coletivos semanalmente de forma on-line através de videoconferência, utilizando-se
do e-mail institucional do UniCV para repassar as informações de agendamentos e
demais informações/orientações, portanto, é de responsabilidade do(a) estagiário(a)
verificar o seu e-mail e se organizar para a participação. É importante compreender
que a não participação poderá levar à reprovação na disciplina, visto que não poderá
realizar o registro do atendimento no documento registro de frequência acadêmica e
poderá ter dificuldade no entendimento do processo.
Além do atendimento individual e/ou coletivo o(a) supervisor(a) acadêmico(a)
responderá as dúvidas por meio de mensagens enviadas no ambiente Moodle, bem
como repassar informações ou orientações pertinentes ao processo de estágio.
Cabe salientar que o(a) supervisor(a) acadêmico(a) não atentará por outros canais
de comunicação, como, WhatsApp, Facebook, Instagram, entre outros. Os únicos
canais de comunicação serão por meio de atendimento individuais e/ou coletivos
que serão agendados, por mensagens Moodle e/ou nas Lives/aula ao vivo.
66

3.1.6 DAS LIVES/AULAS ON-LINE

As Lives é uma modalidade de aulas on-line e ao vivo, possibilitando o(a)


estagiário(a) a interagir com outros colegas por meio do chat, tirar dúvidas com
professores ao vivo, enquanto aprende sobre a profissão em Serviço Social por meio
do processo de Estágio Supervisionado Obrigatório. Esta modalidade proporciona a
liberdade de estudar de qualquer lugar, tendo acesso à internet, ao Youtube por
meio de um computador, tablet ou smartphone. E o mais importante é que poderá
rever as lives/aulas quantas vezes julgar necessário, pois ficarão disponíveis durante
todo o processo de estágio.
As Lives/aulas acontecerão ao vivo, sendo ministradas pelos supervisores
acadêmicos do UniCV nas 03 disciplinas de estágio. À cada módulo teremos 03 lives
com as especificações das datas e horários dentro da disciplina matriculada,
conforme calendário de Lives e, na opção “Lives de supervisão Acadêmica”, terão os
links e convites que serão disponibilizados com antecedência, sugerimos que faça a
consulta para organização e participação ao vivo e em caso de dúvidas entre em
contato com o(a) supervisor acadêmico(a) e/ou tutor(a) da disciplina.
Para comprovação e validação da participação nas lives será disponibilizado
durante a realização de cada live/aula, um formulário de lista de presença, é
importante ficar atento(a), pois terá um prazo para preencher e validar a participação
da live/aula e caso não realize este preenchimento dentro do prazo não poderá
descrever no documento registro de frequência acadêmica, podendo não concluir às
40 horas de supervisão acadêmica acarretando reprovação na disciplina. Portanto,
recomendamos que participe de todas as atividades, inclusive das lives ao vivo e/ou
se não conseguir por algum motivo, assista por demanda, para preencher o
formulário da lista de presença a participação dentro do prazo.

3.1.7 DA TRILHA DE APRENDIZAGEM - VÍDEOS

A trilha de aprendizagem é uma sequência de vídeos curtos realizados pelos


supervisores acadêmicos do UniCV, que irão apresentar o processo de Estágio
Supervisionado Obrigatório em Serviço Social. Este recurso possibilitará o(a)
estagiário(a) a compreender a organização deste processo e cada etapa a ser
67

realizada, podendo assistir quantas vezes julgar necessário e o mais importante,


utilizar as horas assistidas no documento “registro de frequência acadêmico” para
fins de cumprimento das 40 horas do estágio 02 e 03.

3.1.8 DAS ATIVIDADES

As atividades de estudo das disciplinas de estágio supervisionado curricular


obrigatório acontecerão da seguinte forma:

TABELA 04: ATIVIDADES DE ESTUDO


DISCIPLINAS ATIVIDADES
11º MÓDULO ***Atividade de estudo 01: Questionário (10 questões)
Estágio Supervisionado Obrigatório I ***Atividade de estudo 02: Questionário (10 questões)
Carga horária: 100h (100% teórica) ***Atividade de estudo 03: Questionário (15 questões -
prova)

12º MÓDULO ***Atividade de estudo 01: Análise institucional


Estágio Supervisionado Obrigatório II ***Atividade de estudo 02: Questionário (10 questões)
Carga horária: 200h (160h de campo + ***Atividade de estudo 03: Projeto de intervenção +
40h acadêmico) documentação

13º MÓDULO ***Atividade de estudo 01: Questionário (10 questões)


Estágio Supervisionado Obrigatório III ***Atividade de estudo 02: Avaliação do Projeto de
Carga horária: 200h (160h de campo + Intervenção
40h acadêmico) ***Atividade de estudo 03: Relatório parcial +
documentação

Obs 01: disciplina de estágio 01 - para inserção em campo de estágio o(a) estagiário (a) deverá
enviar todas as documentações iniciais solicitadas para validação.
Obs 02: disciplina de estágio 02 - as documentações de estágio devem ser entregues junto com o
projeto de intervenção, visto que também serão avaliadas.
Obs 03: disciplina de estágio 03 - as documentações de estágio devem ser entregues junto com o
relatório de campo, visto que também serão avaliadas.

Fonte: Elaborado pelas autoras

As atividades pedagógicas são consideradas todas aquelas realizadas no


ambiente virtual de aprendizagem, mas que de certa forma envolvem elementos
colhidos no campo de estágio. Deve constar no documento: registro de frequência
acadêmica, o tempo gasto e a ação realizada. Já a atividade prática é aquela
realizada no campo de estágio sob a supervisão do Assistente Social, também deve
estar descrita no documento: registro de frequência de campo. É importante
salientar que deixar de realizar qualquer atividade poderá implicar na reprovação.
68

3.1.9 DA VALORAÇÃO

Cada atividade terá um valor para atribuição de nota, que somado a todas as
atividades, poderá atingir a média máxima de 10.0, mas para obter aprovação na
disciplina é obrigatório cumprir a carga horária de campo e acadêmica e realizar as
atividades, se alcançar a média 6.0 já terá aprovação na disciplina matriculada.

3.1.10 DA AVALIAÇÃO

O processo avaliativo acontecerá de duas formas: por meio da correção das


atividades teóricas e validação das documentos por meio da atribuição de conceito
dos supervisores (campo e acadêmico) . Em relação às atividades teóricas, serão
avaliadas todas as atividades das disciplinas de estágio 01, 02 e 03, tendo
atividades objetivas e discursivas, sendo que as atividades discursivas serão
avaliadas pelos supervisores acadêmicos a partir dos critérios contidos no comando
de cada atividade, disponível no ambiente virtual - moodle do UniCV, conforme
descrito na tabela a seguir:

TABELA 05: PROCESSO AVALIATIVO


ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO EM SERVIÇO SOCIAL I: 100h Estrutura de
pontos referentes a avaliação

ATIVIDADE 1 ATIVIDADE 2 ATIVIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO


(0,0 a 2,0 pontos) (0,0 a 2,0 pontos) (0,0 a 6,0 pontos) Envio Obrigatório

Realização do Realização do Realização de Prova Documentações (termo


questionário contendo questionário on-line e/ou de compromisso, carta
10 questões objetivas, contendo 10 Presencial, de apresentação, plano
com base nos questões objetivas, pós-pandemia. de estágio, Termo de
materiais de apoio, com base nos Contendo 15 questões Conduta, Termo de
vídeos e Lives. materiais de apoio, com base no Manual COVID – Estagiário e
vídeos e Lives. de Estágio. do Concedente).

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO EM SERVIÇO SOCIAL II: 200h


Estrutura de pontos referentes a avaliação

ATIVIDADE 1 ATIVIDADE 2 ATIVIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO


(0,0 a 2,0 pontos) (0,0 a 2,0 pontos) (0,0 a 6,0 pontos) Envio Obrigatório

Elaboração da Análise Realização do Elaboração da Entrega das


Institucional, com questionário proposta do Projeto de documentações:
base nos materiais de contendo 10 Intervenção, com base registro de frequência
apoio, vídeos e Lives. questões objetivas, nos materiais de apoio, de campo e acadêmico
com base nos vídeos e Lives + e instrumento avaliação
materiais de apoio, documentação de de campo e acadêmico
69

vídeos e Lives. estágio. juntamente com o


Projeto de intervenção.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO EM SERVIÇO SOCIAL III: 200 h Estrutura de


pontos referentes a avaliação

ATIVIDADE 1 ATIVIDADE 2 ATIVIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO


(0,0 a 2,0 pontos) (0,0 a 2,0 pontos) (0,0 a 6,0 pontos) Envio Obrigatório

Realização do Elaboração da Elaboração do relatório Entrega das


questionário contendo Avaliação do Projeto de campo, com base documentações:
10 questões objetivas, de Intervenção, com nos materiais de apoio, registro de frequência
com base nos base nos materiais de vídeos e Lives + de campo e acadêmico
materiais de apoio, apoio, vídeos e Lives. documentação de e instrumento avaliação
vídeos e Lives. estágio. de campo e acadêmico
juntamente com o
relatório de campo
Fonte: Elaborado pelas autoras

3.1.11 DO PRAZO

O(a) estagiário(a) deverá seguir o prazo para a realização e entrega das


atividades, tanto teórica (online) quanto prática (presencial), conforme descrito no
calendário acadêmico anual, respeitando o período de cada módulo.

3.1.12 DO SEGURO DE VIDA

Durante o cumprimento da carga horária de campo das disciplinas de Estágio


Supervisionado Curricular Obrigatório, o(a) estagiário(a) estará assegurado pelo
Centro Universitário Cidade Verde - UniCV. Este seguro de vida refere-se ao tempo
de deslocamento de ida e volta, bem como as horas que estarão inseridas no campo
de estágio. A seguradora e o número da apólice estão contidos no plano de estágio.

3.1.13 DO ATESTADO

A Resolução CONSEPE n° 006/2021 que regulamenta o Estágio


Supervisionado Curricular Obrigatório em Serviço Social do UniCV, destaca no art.
25º que o estudante matriculado nas disciplinas de Estágio Supervisionado
Curricular Obrigatório poderá ser afastado das atividades regulares nos casos de
licença médica superior a 15 dias, como, licença de gestação e demais casos
amparados por lei.
70

No caso do(a) acadêmico(a) que se encontrar em licença médica, poderá se


afastar das atividades obrigatórias, mas não será dispensado do cumprimento da
carga horária (campo e acadêmico) e nem da realização das atividades, portanto, o
atestado médico não isentará o(a) estagiário(a) do cumprimento das horas exigida
no estágio supervisionado obrigatório e o não cumprimento acarretará na
reprovação da disciplina tendo que solicitar a matrícula novamente em regime de
dependência (consultar a forma de solicitação via ambiente moodle).

3.1.14 DA REPROVAÇÃO

As disciplinas de estágio supervisionado obrigatório em Serviço Social não


tem prova ou atividade Substitutiva, portanto o(a) estagiário(a) que não seguir as
orientações repassadas pelos supervisores acadêmicos, coordenador(a) de curso e
tutor(a) de estágio em relação ao processo de estágio poderá reprovar na disciplina,
tendo que cursá-la novamente em regime de dependência, para que isso não
aconteça, iremos destacar a seguir algumas orientações para organização e
entendimento do processo de estágio.

TABELA 06: CRONOGRAMA DE ESTUDO


Disciplina de estágio 01 Disciplina de estágio 02 Disciplina de estágio 03

1- Acessar o ambiente Moodle 1- Acessar o ambiente Moodle 1- Acessar o ambiente Moodle


com frequência (pelo menos 1 com frequência (pelo menos 1 com frequência (pelo menos 1
vez por dia) para visualizar e vez por dia) para visualizar e vez por dia) para visualizar e
responder as orientações e responder as orientações e responder as orientações e
informações enviadas pelo(a) informações enviadas pelo(a) informações enviadas pelo(a)
tutor(a) de estágio e tutor(a) de estágio e tutor(a) de estágio e
supervisores acadêmicos. supervisores acadêmicos. supervisores acadêmicos.
2-Ler o Manual de estágio e 2-Ler os materiais de estudo e 2-Ler os materiais de estudo e
demais materiais de estudo. Manual de estágio. Manual de estágio.
3- Assistir todos os vídeos 3- Assistir todos os vídeos 3- Assistir todos os vídeos
4- Assistir as Lives ao vivo 4- Assistir as Lives ao vivo 4- Assistir as Lives ao vivo
5- Participar de todas as 5- Participar de todas as 5- Participar de todas as
reuniões coletivas e reuniões coletivas e reuniões coletivas e
individuais. individuais. individuais.
6- realizar as atividades dentro 6- realizar as atividades dentro 6- realizar as atividades dentro
do prazo. do prazo. do prazo.
7- Seguir o processo de 7- cumprir a carga horária de 7- cumprir a carga horária de
inserção em campo e campo e acadêmica conforme campo e acadêmica conforme
preencher e enviar as orientação e dentro do prazo. orientação e dentro do prazo.
documentações iniciais para
validação dentro do prazo.
Fonte: processo de estágio do Curso de Serviço Social do UniCV.
71

Pronto, seguindo essas orientações nas 03 (três) disciplinas de Estágio


Supervisionado Obrigatório em Serviço Social, terá grandes chances de garantir a
média para a aprovação na disciplina, avançando no processo até a sua finalização.
Depreende-se que é de extrema importância seguir todas as orientações que
o(a) supervisor(a) acadêmico(a) repassar, neste caso, sugerimos reservar no mínimo
de 03 horas por semana para se dedicar às atividades acadêmicas e no máximo de
06 horas por dia e 30 horas por semana para as atividades de campo.

3.1.15 DAS ATRIBUIÇÕES DOS ATORES ENVOLVIDOS NO ESTÁGIO


SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO

As atribuições dos atores envolvidos no processo de estágio supervisionado


curricular obrigatório são: supervisor(a) de campo, supervisor(a) acadêmico(a) e
estagiário(a), e cada um tem atribuições específicas, os quais apresentaremos a
seguir:

TABELA 07 - ATRIBUIÇÕES
RESPONSÁVEIS ATRIBUIÇÕES

1- Comunicar à coordenação de estágio da UFA o número de vagas


por semestre e definir, em consonância com o calendário acadêmico
e conjuntamente com a coordenação de estágio, o início das
atividades de estágio do respectivo período, a inserção do estudante
no campo de estágio e o número de estagiários por supervisor de
campo, em conformidade com a legislação vigente;
2 Elaborar e encaminhar à coordenação de estágios do Curso de
Serviço Social da UFA o Plano de trabalho do Serviço Social com
sua proposta de supervisão e o respectivo cronograma de
realização desta atividade;
3 Certificar se o campo de estágio está na área do Serviço Social,
em conformidade às competências e atribuições específicas,
Supervisor(a) de Campo previstas nos artigos 4º e 5º da Lei 8.662/1993, objetivando a
garantia das condições necessárias para o que exercício
profissional seja desempenhado com qualidade e competência
técnica e ética, requisitos fundamentais ao processo de formação do
estagiário;
4 Oportunizar condições institucionais para o desenvolvimento das
competências e habilidades do(a) estagiário(a), assumindo a
responsabilidade direta das ações desenvolvidas pelo Serviço
Social na instituição conveniada;
5 Disponibilizar ao(à) estagiário(a) a documentação institucional e
de temáticas específicas referentes ao campo de estágio;
6 Participar efetivamente na elaboração do plano de estágio dos
supervisionados, de acordo com o projeto pedagógico do curso, em
parceria com o(a) supervisor(a) acadêmico(a), e manter cópia do
referido documento no local de estágio;
72

7 Realizar encontros sistemáticos, com periodicidade definida


(semanal ou quinzenalmente), individuais e/ou grupais com os(as)
estagiários(as), para acompanhamento das atividades de estágio e
discussão do processo de formação profissional e seus
desdobramentos, bem como de estratégias pertinentes ao
enfrentamento das questões inerentes ao cotidiano profissional;
8 Participar efetivamente do processo de avaliação continuada do
estagiário, juntamente, com o supervisor acadêmico; quando da
avaliação semestral, emitir parecer e nota de acordo com
instrumental qualitativo, construído pelo coletivo dos sujeitos e
fornecido pela coordenação de estágio da UFA;
9 Participar das reuniões, encontros de monitoramento, avaliação e
atualização, seminários, fóruns de supervisores e demais atividades
promovidas pela Coordenação de Estágios da UFA, para o devido
estabelecimento da unidade imprescindível ao processo pedagógico
inerente ao estágio supervisionado;
10 Encaminhar as sugestões e dificuldades à coordenação de
estágios da UFA e contatar com os supervisores acadêmicos,
Coordenador(a) de Estágios ou Coordenador(a) de Curso quando
julgar necessário;
11 Manter o controle atualizado da folha de frequência do estagiário,
observando a carga horária exigida no respectivo nível de estágio e
atestando o número de horas realizado pelo estagiário;
12 Atender às exigências de documentação e avaliação solicitadas
pela Coordenação de Estágio da UFA;
13 Decidir, juntamente com a Coordenação de Estágios e
supervisão acadêmica, sobre os casos de desligamento de
estagiários;
14 Avaliar a pertinência de abertura e encerramento do campo de
estágio.

1 Orientar os(as) supervisores(as) de campo e estagiários(as) sobre


a política de estágio da UFA, inserindo o debate atual do estágio
supervisionado e seus desdobramentos no processo de formação
profissional;
2 Orientar os(as) estagiários(as) na elaboração do Plano de Estágio,
conjuntamente com os(as) supervisores de campo, de acordo com
os objetivos acadêmicos, em consonância com o projeto pedagógico
e com as demandas específicas do campo de estágio;
3 Supervisionar as atividades desenvolvidas pelos estagiários na
UFA por meio de encontros sistemáticos, com horários previamente
estabelecidos, e no local de desenvolvimento do estágio, quando da
realização das visitas sistemáticas aos campos de estágio,
contribuindo na efetivação da supervisão direta e de qualidade,
juntamente com o supervisor de campo;
4 Auxiliar o(a) estagiário(a) no processo de sistematização do
conhecimento, orientando e revisando suas produções teóricas,
como também contribuindo no processo pedagógico de análise do
Supervisor(a) Acadêmico trabalho profissional;
5 Receber, ler, manter sigilo e observar criticamente as sínteses
profissionais construídas pelos(as) estagiários(as), conduzindo a
supervisão embasada em pressupostos teóricos, ético, políticos,
técnico-operativos que contribuam com uma formação integral;
6 Organizar e participar de reuniões, encontros, seminários e outras
atividades que se fizerem necessárias, com os supervisores de
campo na UFA para atualizações acerca de demandas à profissão,
qualificação do processo de formação e exercício profissional e o
aprofundamento teórico sobre temáticas pertinentes à efetivação da
supervisão direta;
73

7 Acompanhar a trajetória acadêmica do(a) estagiário(a), no que se


refere ao processo de estágio, por meio da documentação
específica exigida pelo processo didático de aprendizagem da UFA;
8 Fornecer à coordenação de estágio ou órgão competente, os
documentos necessários para compor o prontuário de cada
estagiário;
9 Receber e analisar o controle de frequência, relatórios e demais
documentos solicitados para avaliação dos acadêmicos em cada
nível de estágio;
10 Avaliar o estagiário emitindo parecer sobre sua frequência,
desempenho e atitude ético-crítica e técnico-política no exercício do
estágio, atribuindo o respectivo conceito ou à respectiva nota;
11 Encaminhar à coordenação de estágio, relato de irregularidade
ou demanda específica sobre a atuação dos campos, para efeito de
realização de visita institucional.

1 Observar e zelar pelo cumprimento dos preceitos ético-legais da


profissão e as normas da instituição campo de estágio;
2 Informar ao supervisor acadêmico, ao supervisor de campo e/ou
ao coordenador de estágios, conforme o caso, qualquer atitude
individual, exigência ou atividade desenvolvida no estágio, que
infrinja os princípios e preceitos da profissão, alicerçados no projeto
ético-político, no projeto pedagógico do curso e/ ou nas normas
institucionais do campo de estágio;
3 Apresentar sugestões, proposições e pedido de recursos que
venham a contribuir para a qualidade de sua formação profissional
ou, especificamente, o melhor desenvolvimento de suas atividades;
4 Agir com competência técnica e política nas atividades
Estagiário(a) desenvolvidas no processo de realização do estágio supervisionado,
requisitando apoio aos supervisores, de campo e acadêmico, frente
a um processo decisório ou atuação que transcenda suas
possibilidades;
5 Comunicar e justificar com antecedência ao supervisor acadêmico,
ao supervisor de campo e/ou ao coordenador de estágios, conforme
o caso, quaisquer alterações, relativas à sua frequência, entrega de
trabalhos ou atividades previstas;
6 Apresentar ao coordenador de estágio, no início do período,
atestado de vacinação, no caso de realizar seu estágio em
estabelecimento de saúde;
7 Realizar seu processo de estágio supervisionado em consonância
com o projeto ético-político profissional;
8 Reconhecer a disciplina de Estágio Curricular em Serviço Social
como processo e elemento constitutivo da formação profissional,
cujas estratégias de intervenção constituam-se na promoção do
acesso aos direitos pelos usuários;
9 Participar efetivamente das supervisões acadêmicas e de campo,
tanto individuais como grupais, realizando o conjunto de exigências
pertinentes à referida atividade;
10 Comprometer-se com os estudos realizados nos grupos de
supervisão de estágio, com a participação nas atividades
concernentes e com a documentação solicitada.
Fonte: PNE, 2010, p. 20-24.
74

3.2 ORIENTAÇÕES GERAIS

Caro(a) estagiário(a), é importante entender que a realização das atividades


teóricas e práticas (online e presencial), o cumprimento da carga horária (campo e
acadêmico) e a aprovação nas disciplinas de estágio são de sua inteira
responsabilidade. Nesse sentido, esperamos que você seja o protagonista da sua
formação profissional, tendo a responsabilidade com os prazos, com as entregas
das tarefas e com a vivência profissional.
Os profissionais: supervisor(a) de campo e supervisor(a) acadêmico(a) irão
acompanhar todo o processo, mas o compromisso com a sua formação é
exclusivamente sua, não podendo transferir quaisquer responsabilidades, como: a
busca pelo campo de estágio; o preenchimento e coleta das assinaturas; a
postagem das documentações; a realização das atividades dentro do prazo; a
pontualidade; a participação nas lives/aula e o comparecimento nas supervisões
acadêmicas e de campo nos dias e horários agendados pelos profissionais; a busca
pelo conhecimento teórico e metodológico; a curiosidade pela política/serviço
inserido, o compromisso ético com a profissão e com os usuários assistidos e a
busca por se tornar o futuro e melhor profissional a partir do que você é, ou seja,
sem perder a sua essência, respeitando a sua trajetória, as conquistas e
aprendizados adquiridos.
75

INDICAÇÃO DE LIVROS

Título: Estágio Supervisionado

Autora: Marta A. Feiten Buriolla

Editora: Cortez

Sinopse: A autora mostra a necessidade de


recuperar o significado da prática profissional,
do estágio e da supervisão nos cursos de
Serviço Social no Brasil. Destaca os
regulamentos e as concepções sobre estágios,
bem como a relação entre as faculdades de
Serviço Social e as instituições campos de
estágio.

Título: Código de ética do/a Assistente Social


comentado

Autora: Maria Lucia Silva Barroco

Editora: Cortez

Sinopse: Este livro preenche uma lacuna. Não


havia até agora um texto acadêmico destinado a
comentar o Código de Ética em vigor, de 1993,
na sua totalidade. As autoras comentam o
Código em seus fundamentos sócio-históricos e
ontológicos, bem como em suas reais
possibilidades de materialização, no contexto de
uma sociabilidade fundada na acumulação e na
propriedade privada.
76

INDICAÇÃO DE FILMES

Título: Um senhor Estagiário

Ano: 2015

Sinopse: Um Senhor Estagiário acompanha Jules


Ostin (Anne Hathaway), uma criadora de um site
bem-sucedido de vendas de roupas que, apesar
de ter apenas 18 meses, já tem mais de duas
centenas de funcionários. Ela leva uma vida
bastante atarefada, devido às exigências do cargo
e ao fato de gostar de manter contato com o
público. Quando sua empresa inicia um projeto de
contratar idosos como estagiários, em uma
tentativa de colocá-los de volta à ativa, cabe a ela
trabalhar com o viúvo Ben Whittaker (Robert De
Niro). Aos 70 anos, Ben leva uma vida monótona e vê o estágio como uma
oportunidade de se reinventar. Por mais que enfrente o inevitável choque
de gerações, logo ele conquista os colegas de trabalho e se aproxima cada
vez mais de Jules, que passa a vê-lo como um amigo.

Título: Os estagiários

Ano: 2013

Sinopse: Billy (Vince Vaughn) e Nick (Owen


Wilson) são grandes amigos e trabalham juntos
como vendedores de relógios. Eles são pegos de
surpresa quando seu chefe (John Goodman)
fecha a empresa, por acreditar que o negócio
esteja ultrapassado. Com problemas financeiros,
eles conseguem a inscrição em uma seleção de
estágio no Google. Mesmo sem terem a garantia
que serão contratados, eles partem para a sede
da empresa e lá precisam lidar com a diferença
de idade entre eles e os demais competidores.
77

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) estagiário(a), chegamos ao final deste manual de estágio


supervisionado curricular obrigatório e, acreditamos que você tenha compreendido
sobre a importância de vivenciar a prática profissional do Assistente Social na
graduação em Serviço Social. Mas, para que possamos lhe auxiliar neste processo,
principalmente em relação à fixação dos conteúdos abordados nas três unidades,
faremos um breve resgate dos conteúdos, trazendo os principais conceitos
abordados aqui, entendendo que o ato de rever o conteúdo nos proporciona a
melhor compreensão e o mais importante, a segurança em realizar a ação.
Dito isto, vamos iniciar a partir das diretrizes e normativas, pauta abordada na
primeira unidade, que nada mais é do que as normativas que fundamentam o
estágio em Serviço Social. As diretrizes estão contidas na base conceitual e
referem-se a de 1996, quando a ABEPSS regulamenta as diretrizes curriculares
gerais do curso de Serviço Social, neste documento consta a regulamentação e
informações sobre o estágio.
Também foi destacado sobre o objetivo do estágio, apresentado na Política
Nacional do Estágio de 2010, bem como do Projeto Pedagógico do curso de Serviço
Social da UniCV. E, por fim, as normativas que regulamentam o processo estágio,
que envolve desde a lei que regulamenta a profissão até a normativa que
regulamenta o estágio a partir da lei nº 11.788/2008.
Não basta apenas entender as diretrizes e normativas, é preciso compreender
o processo que envolve toda a atuação profissional, como os princípios éticos
considerados fundamentais que estão previstos no Código de Ética do/a Assistente
Social, bem como os princípios que regem o estágio em Serviço Social que estão
previstos na Política Nacional do Estágio.
Além disso, foi necessário apresentar o significado do termo competências
para entender quais são as privativas do Assistente Social, bem como suas
atribuições. Outro ponto importante para entender a atuação profissional refere-se
ao Projeto Ético-Político que envolve preceitos sociais, éticos e políticos que estão
pautados na sociedade e na atuação profissional, configurando assim as três
dimensões que são: teórico-metodológico, técnico-operativo e ético-político.
E, por fim, o processo do estágio supervisionado curricular obrigatório do
UniCV, que está configurado a partir das normativas que regulamentam a profissão
78

do assistente social e do estágio, apresentados no Projeto Pedagógico da Profissão


do curso de Serviço Social da UniCV. Nesta parte, destacamos todo o processo o
qual deve ser seguido para aprovação nas disciplinas de estágio e assim obtenção
do diploma de graduação, a qual desejamos sucesso nesta caminhada.

“A verdadeira coragem é ir atrás de seu sonho mesmo


quando todos dizem que ele é impossível”

Cora Coralina
79

REFERÊNCIAS

ABESS/CEDEPSS. Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social/Centro de


Documentação e Pesquisa em Políticas Sociais e Serviço Social. Proposta básica
para o projeto de formação profissional. Serviço Social & Sociedade, São Paulo:
Cortez, n. 50, p. 143-171, 1997.

ABEPSS. Diretrizes Gerais para o curso de Serviço Social (com base no


Currículo Mínimo aprovado em Assembleia Geral Extraordinária de 8 de novembro
de 1996). Disponível em:
https://www.abepss.org.br/arquivos/textos/documento_201603311138166377210.pdf.
Acesso em: 24/05/2022.

________. Diretrizes Curriculares para os cursos de Serviço Social - Resolução


Nº 15, de 13 de Março de 2002. Disponível em:
https://www.abepss.org.br/arquivos/textos/documento_201603311141012990370.pdf.
Acesso em: 24 maio 2022.

______. Política Nacional de Estágio da Associação Brasileira de Ensino e


Pesquisa em Serviço Social, 2010. Disponível em:
http://www.cfess.org.br/arquivos/pneabepss_maio2010_corrigida.pdf. Acesso em: 23
maio 2022.

BARROCO, Maria Lucia Silva. Código de Ética do/a Assistente Social


comentado. Conselho Deferal de Serviço Social - CFESS (organizador). São Paulo.
Cortez. 2012.

BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de


estudantes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 de set.
2008. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm. Acesso em:
23 maio 2022.

______, Lei n. 8662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de


Assistente Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, DF, 8 jun. 1993. p.7.613. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm. Acesso em: 23 maio 2022.
80

BURIOLLA, Marta Alice Feiten. O estágio supervisionado. 7 ed. São Paulo.


Cortez.2011.

CFESS, Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética do/a Assistente


Social. Aprovado em 13 de março de 1993. Disponível em:
https://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf. Acesso em: 23 maio 2022.

_______. Resolução nº 533, de 29 de setembro de 2008. Regulamenta a


supervisão direta de estágio em Serviço Social. Disponível em:
http://www.cfess.org.br/arquivos/Resolucao533.pdf. Acesso em: 23 maio 2022.

_______. 30 Anos do Congresso da Virada. Brasília, 2009. Disponível em:


http://www.cfess.org.br/arquivos/CFESS-CongressodaVirada-Site.pdf. Acesso em:
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_______. Atribuições Privativas do/a Assistente Social: em questão. Brasília:


2012.

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DOLZ, Joaquim. OLLAGNIER, Edmée. O enigma da competência em educação.


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IAMAMOTO, Marilda Villela. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. 7º


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NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético‐político


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SANTOS, Cláudia Mônica dos. As Dimensões da Prática Profissional do Serviço


Social. In: Revista Libertas. Volume 2 número 2 e volume 3, números 1 e 2.
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81

______. Instrumentos e técnicas: mitos e dilemas na formação


profissional do Assistente Social no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Júris, 2013.

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