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INTEGRAL
Documento Orientador
Parte Diversificada
Eduardo Paes
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
APOIO TÉCNICO
Instituto Gesto
Caro(a), educador(a),
Adriano Giglio
Subsecretário de Ensino
SUMÁRIO
2 PROJETO DE VIDA 29
2.1 DE ONDE PARTIMOS? 31
2.1.1 OBJETIVOS DO COMPONENTE 32
2.1.2 ORIENTAÇÕES CURRICULARES 34
2.1.3 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 41
3 PROJETOS INTEGRADORES 62
3.1 DE ONDE PARTIMOS? 64
3.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 66
3.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 71
3.2.1 EIXO 1: MUNDO DIGITAL E CIDADANIA – EXPLORANDO A CULTURA DIGITAL 71
3.2.2 EIXO 2: CULTURA E CONEXÕES – EXPLORANDO O REPERTÓRIO CULTURAL 72
3.2.3 EIXO 3: CULTURA E CONEXÕES HUMANAS EM UM MUNDO DIGITAL 73
5 RODA DE LEITURA 93
5.1 DE ONDE PARTIMOS? 95
5.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 96
5.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE 96
5.1.3 O COMPONENTE COMPONDO A TRAJETÓRIA DO ESTUDANTE COMO UM TODO 96
1 2 3 4 5 6
Ao longo de todos os capítulos, você encontrará trechos especiais destacados. Conheça a seguir
cada um deles e seus objetivos:
SE LIGA!
Destaca aspectos do tema em questão e apresenta observações ou dicas importantes.
6
1. Estudo Orientado
SUMÁRIO
1 ESTUDO ORIENTADO 7
1.1 DE ONDE PARTIMOS? 9
1.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 11
Muitas vezes, os estudantes têm dificuldade em se planejar sozinhos e até mesmo não entendem
qual a necessidade e importância de cultivar o hábito de estudar. Um componente curricular como
o Estudo Orientado apoia o desenvolvimento de autonomia, capacidade de tomada de decisão
e organização pessoal, dentre outras competências altamente valorizadas na atual sociedade.
Esse componente curricular tem como objetivo principal o foco no desenvolvimento pessoal do
aluno e na melhoria da aprendizagem, levando-o a aprender diferentes formas de se organizar,
de planejar e de esquematizar seus espaços e tempos de estudo.
Desse modo, o componente curricular Estudo Orientado se configura como um espaço para o
processo de construção do aprender a aprender e da elaboração do plano individual de estudo e
desenvolvimento, além de promover diversos aspectos como o diálogo, a monitoria, a colaboração
e o respeito.
Nesse caminho, entendemos que estudar é um ato de transformação cuja importância reside
na possibilidade de ressignificação da aprendizagem, moldando um novo horizonte no sistema
educacional, para contribuir com o nascimento de uma geração de estudantes protagonistas
do seu processo de aprendizagem.
Os estudantes de escolas de educação integral em tempo integral que passam boa parte do dia
na escola, nem sempre conseguem garantir tempo de qualidade e organização em casa para
estudar. Assim, esse componente os orienta e ajuda neste desafio: organização do tempo para
realização das tarefas, para leitura de livros e outras ações importantes para a aprendizagem.
9
1.1 1.2 1.3
Deste modo, é sabido que o professor se torna elemento relevante neste processo de
organização, pois, é o responsável por incentivar os estudantes, tornando-os autônomos e
responsáveis por seu desenvolvimento cognitivo, socioemocional e cultural. Levando-os a:
É sabido que criar rotinas, fazer resumos e selecionar técnicas, horários e ambientes adequados
são fundamentais para que o tempo de estudo seja eficiente e qualificado. E para motivar os
estudantes a se dedicarem às atividades deste componente, é importante que os demais saberes
desenvolvidos ao longo desses percursos sejam ligados a contextos reais da sociedade e dos
próprios estudantes, até para que eles entendam a relevância da escola para a compreensão dos
inúmeros desafios da vida em sociedade. Dessa forma, as crianças e adolescentes encontram
significado em sua relação com o conhecimento e o ato de estudar adquire sentido em suas vidas.
Assim, desenvolver hábitos e técnicas de estudo também implica em adaptar o corpo e a mente
a uma rotina produtiva de estudo e pesquisa. Quando saem da Educação Infantil e entram
no Ensino Fundamental, nossos estudantes são apresentados a componentes curriculares mais
complexos que aumentam o seu estímulo cognitivo, como Ciências, Geografia, História, Artes,
Matemática, entre outros. Essa mudança no currículo exige também uma mudança na rotina da
criança e do adolescente para que ele desenvolva as competências propostas. Nesse modelo
educativo, aprender a estudar é fundamental para que o estudante atinja a sua autonomia e seja
protagonista de seu processo formativo.
Para conteúdos, habilidades de outros componentes, entre outras possibilidades. Como exemplo
citamos os elementos referentes à abstração, ao raciocínio lógico, ao letramento científico e
matemático, ao ordenamento, entre outros, para serem desenvolvidos e aplicados durante as
aulas do componente.
10
1.1 1.2 1.3
O componente Estudo Orientado, assim, apresenta-se também como espaço e tempo para a
implementação de possíveis propostas de recomposição de aprendizagem, reforço referente aos
componentes curriculares, implementação de projetos entre outras ações orientadas pela SME ou
pela unidade escolar, com intencionalidade pedagógica e em articulação com a matriz curricular.
A seguir, destacamos pontos importantes sobre o que é o componente curricular Estudo Orientado:
C omo sabemos, as escolas de Educação Integral em tempo integral da SME Rio têm como
pilares o foco no desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no
centro.
Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular nessas
escolas, estimulamos a seguinte pergunta: dentre as 10 competências gerais da Base Nacional
11
1.1 1.2 1.3
Comum Curricular (BNCC), quais são as que podem ser mais diretamente desenvolvidas através
deste componente?
Porém, é possível identificar aquelas principais e esse é um passo indispensável para o processo de
construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente em específico.
Uma vez que o Estudo Orientado tem como escopo desenvolver hábitos e técnicas de estudo
adequados ao estudante, que proporcionem seu desenvolvimento e autonomia, a partir de práticas
educacionais inovadoras e também oportunizar momentos de recomposição de aprendizagem
e/ou reforço escolar,, pode-se afirmar que este componente contribui mais diretamente com o
desenvolvimento das seguintes competências:
2. PENSAMENTO
10. RESPONSABILIDADE
1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO 7. ARGUMENTAÇÃO
E CIDADANIA
E CRIATIVO
Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf
Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja nos quadros a seguir:
12
1.1 1.2 1.3
1. CONHECIMENTO
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Criação de
Criação de planos de investigação para pesquisar uma
Criatividade processos de
questão ou solucionar um problema.
investigação
13
1.1 1.2 1.3
Avaliação do
raciocínio e Análise de argumentos, raciocínios e evidências.
explicação de Aprimoramento da lógica da investigação.
evidências
7. ARGUMENTAÇÃO
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
14
1.1 1.2 1.3
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Fonte: https://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progres-
sao.pdf
15
1.1 1.2 1.3
Por fim, você conhecerá os elementos orientadores estratégicos para apoiar a construção de
atividades neste componente que promovam a organização de rotinas de estudo, mesmo
quando se tratar de recomposição de aprendizagem e/ou reforço escolar, essas orientações e
sugestões podem ser empregadas.
S abemos que estudar é diferente de aprender e, ao longo da vida, mesmo na fase adulta, muitas
vezes nos deparamos com desafios para atingir nossos objetivos ao estudar. Professor, você
já se perguntou como pode capacitar as crianças e adolescentes a se tornarem aprendizes
mais autônomos e alcançarem resultados significativos? Para que isso aconteça é necessário que
os estudantes tenham a oportunidade de "aprender a aprender". Esse caminho envolve conhecer
e saber utilizar diversas ferramentas práticas que otimizem sua rotina de estudos e aprendizado,
além de incentivar a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem.
A seguir, apresentamos algumas das principais técnicas de estudo que podem ser trabalhadas
com as crianças e adolescentes:
• Comece por textos mais curtos e simples, aumentando, aos poucos, o grau de
complexidade, considerando os tempos e ritmos de aprendizagem dos estudantes;
• Oriente os estudantes a como identificar e selecionar as ideias principais de um texto,
circulando ou sublinhando as mesmas, fazendo anotações do que consideram importante;
• Discuta com os estudantes como escrever o resumo, organizando a introdução e
identificando os tópicos presentes no texto e sua relação e ordem.
16
1.1 1.2 1.3
• Explique e demonstre aos estudantes como eles podem criar acrônimos, imagens mentais
ou associações criativas que os apoiem na memorização;
• Existem algumas variações dessa técnica, veja algumas aplicações:
– Para recordar as cinco fases da mitose: P-MAT (Prófase, Metáfase, Anáfase, Telófase).
– Para lembrar das capitais do sudeste: Sempre bom ver rios. (São Paulo/SP, Belo
Horizonte/MG, Vitória/ES, Rio de Janeiro/RJ).
DICA: Essa técnica pode ser útil para estudar vocabulário em idiomas estrangeiros, lista de
termos científicos ou outros conjuntos de informações.
• Ao final da aula, reserve alguns minutos para que os estudantes utilizem essa técnica ao
mesmo tempo;
• Incentive-os a utilizarem essa técnica em casa, prestando atenção em sua voz e
identificando pontos de melhoria para que ao finalizar, repita o processo com o foco nos
pontos mapeados.
» USO DE RECURSOS VISUAIS: Ilustrações, mapas mentais, gráficos e diagramas podem ser
empregados para representar conceitos e informações de maneira visualmente atrativa e
organizada. Essa técnica auxilia na retenção e na compreensão de conteúdos complexos.
• Comece com mapas mentais, entre outros recursos, mais simples e que apresentem mais
imagens aumente o grau de complexidade gradativamente.
SE LIGA!
Essas são apenas algumas possibilidades a serem exploradas. Ao longo do ano, é importante
permitir que os estudantes experimentem diferentes técnicas de estudo. Professor(a), atenção
às adaptações necessárias destas sugestões para o ano de escolaridade dos estudantes.
17
1.1 1.2 1.3
A
lém de conhecerem técnicas de estudo variadas e serem capazes de escolher quais delas
e em que momento as utilizar, os estudantes precisam aprender a estruturar sua rotina.
Esse é um processo que envolve desde se organizar para estudar até executar o que foi
planejado e entender a importância de uma postura autônoma e responsável frente ao aprendizado.
As crianças e adolescentes devem ser incentivados e ensinados a:
» Priorizar as habilidades que serão o foco da sua atenção durante a semana, mês ou
bimestre, considerando seus desafios;
Abaixo, apresentamos uma lista de ações que pode ser adaptada conforme as necessidades
da turma e compartilhada com os estudantes para auxiliá-los a estabelecer e aprimorar sua
rotina de estudos, sempre observando e adequando ao ano de escolaridade do estudante.
ENSINO FUNDAMENTAL I
Na escola:
» Mantenha sua mochila, estojo, cadernos e outros materiais sempre organizados;
18
1.1 1.2 1.3
Em casa:
» Crie uma rotina de estudo, isto é, tente estudar sempre no mesmo horário;
» Estude sempre no lugar mais silencioso que puder;
» Evite se distrair parando para brincar, mexer no celular, ouvir música ou
conversar;
» Leia as instruções das tarefas com calma antes de começar, se precisar, leia mais
de uma vez;
» Se estiver cansado antes de terminar, faça uma pausa. Levante-se, estique o
corpo, tome uma água e depois volte aos estudos;
» Organize seu material na mochila no dia anterior para não esquecer de levar
nada.
ENSINO FUNDAMENTAL II
Antes de Começar
Durante o estudo
19
1.1 1.2 1.3
Durante as pausas
Após o estudo
Lembre-se de que cada pessoa tem suas próprias preferências e necessidades, então,
personalize esta lista de acordo com o que funciona melhor para você. O importante é
criar uma rotina de estudos que ajude você a se concentrar e aproveitar ao máximo o
tempo de estudo.
Conseguir visualizar com antecedência como será cada dia de estudo da semana favorece que
as crianças e adolescentes, ao se planejar, antecipem suas necessidades, evitando que esqueçam
de realizar tarefas ou tenham pouco tempo para estudar para provas, fazer pesquisas e trabalhos.
SE LIGA!
Ao incentivar e propor que as crianças e adolescentes façam cronogramas e planos de
estudos, incentive-os a estabelecerem metas de aprendizado, definindo objetivos de
curto, médio e longo prazo! Uma meta de curto prazo pode ser, por exemplo, seguir o
cronograma proposto durante uma semana inteira. Já uma meta de médio prazo pode
envolver aprender um conteúdo que apresenta dificuldade para a próxima prova.
20
1.1 1.2 1.3
P
ara a construção de atividades que promovam o aprendizado referente ao componente
Estudo Orientado sugerimos que o professor desenvolva um plano de estudos, de acordo
com o ano de escolaridade dos estudantes e com a intencionalidade pedagógica definida
para o componente pela SME e/ou escola, com atividades relacionadas aos seguintes campos:
Essa sugestão intenciona contribuir para o desenvolvimento de habilidades ligadas a esses campos,
os quais entendemos precisam ser reforçados e aplicados de forma diferenciada e inovadora.
É importante que, sempre que possível, o professor busque construir e propor atividades referentes
ao plano de estudo, a partir dos interesses dos estudantes.
Abaixo estão alguns pontos que podem ser explorados na construção e aplicação de atividades
usando jogos, gráficos, mapas, tabelas, linhas do tempo, entre outros:
» O primeiro passo, pode ser fazê-los entender que uma pergunta de resposta binária (do tipo
sim ou não) não aprofunda a reflexão. É preciso que eles foquem em questionamentos que
promovam a reflexão sobre mais detalhes do tema em estudo e que resultem em respostas
mais específicas, tais como: porque algo precisa ser esclarecido (problema ou desafio a
ser estudado); qual é o contexto a ser estudado (a descrição do fenômeno em si); quem
são as pessoas ou seres impactados ou envolvidos no processo (definição dos atores que
são impactados pelo desafio ou fenômeno em estudo); como esse fenômeno ou evento
ocorre (quais as fases do percurso ou processo formativo em desenvolvimento e como
cada estudante deverá se organizar para participar e estudar ativamente); onde esse evento
21
1.1 1.2 1.3
ou fenômeno ocorre (qual ou quais as características dos principais contextos onde essas
ocorrências podem ser identificadas); quando ocorre (indicação dos momentos em que o
fenômeno ocorre, se é recorrente ou pontual).
» Parta de atividades simples como responder a uma pergunta do tipo “Qual é a cidade
que consome mais café no Brasil?”, fornecendo gráficos e tabelas que possibilitem que os
estudantes obtenham a resposta e também tenham acesso a informações relacionadas,
como dados sobre a produção anual de café no país, preço, exportação; despertando seu
interesse e promovendo debate.
Raciocínio lógico: Estimule o pensamento lógico por meio de exercícios que envolvam a resolução
de problemas e a análise de argumentos. Isso ajuda os estudantes a desenvolverem habilidades de
pensamento crítico e a aplicarem a lógica em diferentes contextos. Relembre os principais tipos
de raciocínio lógico:
22
1.1 1.2 1.3
» Inicialmente com base nas observações sobre o clima local, cada estudante ou grupo
formula uma hipótese, como por exemplo: “As áreas próximas aos rios recebem uma
maior quantidade de chuva.” ou “Nos bairros mais altos chove mais”.
23
1.1 1.2 1.3
Professor, este instrumento direciona a atenção dos estudantes para sua autogestão, orientando-
os na criação de rotinas de estudo, estabelecimento de metas e aplicação de estratégias de
aprendizado eficazes.
Para os primeiros anos dos Anos Iniciais (1º, 2º e 3º anos), considerando que os estudantes ainda
estão no processo de aquisição da leitura e da escrita e se familiarizando com a rotina do Ensino
Fundamental, nossa sugestão é que o instrumento de planejamento do percurso formativo seja mais
visual, ainda assim, as crianças vão precisar do seu apoio e sua facilitação para o preenchimento.
Vamos trabalhar com um instrumento mais simples, mas que contenha todas as informações
necessárias para o acompanhamento do tempo e qualidade de estudo dos estudantes:
Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus
estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje
😊📚⏰
Tempo:
24
1.1 1.2 1.3
Você conseguiu
fazer a atividade
do dia?
🫣
😳
😀
O que você mais
gostou nessa
atividade?
🫤🚧
😮💨💪
😀🏁
25
1.1 1.2 1.3
Para os 4º, 5º e 6º anos, vamos trabalhar com o uso de imagens e textos adequados ao momento
do ciclo de alfabetização e letramento dos estudantes:
Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus
estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje
😊📚⏰
Tempo:
Você conseguiu
fazer a atividade
do dia?
🫣
😳
😀
O que você mais
gostou nessa
atividade?
26
1.1 1.2 1.3
🫤🚧
😮💨💪
😀🏁
Para os 7º, 8º e 9º anos, as imagens terão um caráter ilustrativo e interativo com os estudantes e o
preenchimento do instrumento será feito com respostas escritas das seguintes perguntas:
» Horário/tempo: Em que horário eu irei estudar? Por quanto tempo estudarei? Considere
as atividades e objetivos do dia.
» Objetivos: Quais objetivos e atividades foram definidos em sala de aula com o professor
e o restante da turma?
» Meta: Qual é a minha meta do dia? Indique que “produto” você terá ao final do tempo
de estudo.
Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus
estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje
😊📚⏰
Horário/tempo
Em que horário
eu irei estudar?
Por quanto
tempo estudarei?
Considere as
atividades e
objetivos do dia.
(Os estudantes
deverão escrever
suas respostas.)
27
1.1 1.2 1.3
Objetivos
Quais objetivos
e atividades
foram definidos
em sala de aula
com o professor
e o restante da
turma?
Meta
Qual é a minha
meta do dia?
Indique que
entregas você
fará ao final do
tempo de estudo.
Estratégias/
técnicas
Que estratégias/
técnicas de
estudo são
mais indicadas
para fazer as
atividades?
28
2. Projeto de vida
SUMÁRIO
2 PROJETO DE VIDA 29
2.1 DE ONDE PARTIMOS? 31
2.1.1 OBJETIVOS DO COMPONENTE 32
2.1.2 ORIENTAÇÕES CURRICULARES 34
2.1.3 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 41
C
omo todos os componentes curriculares da matriz diversificada, Projeto de Vida tem
objetivos pedagógicos e metodologia singulares. Por isso, criamos esse documento
orientador com objetivo de apoiar você - diretor, coordenador ou professor - nos processos
de planejamento e implementação deste componente.
Entendemos como Projeto de Vida o momento em que os estudantes podem refletir sobre suas
aspirações, metas e valores pessoais, bem como suas perspectivas para o futuro. Esse componente
curricular busca auxiliá-los na identificação de seus desejos e interesses e por meio de atividades
e ferramentas, busca capacitar os estudantes a planejarem suas trajetórias de vida, levando em
consideração suas habilidades, aptidões e sonhos, encorajando-os a desenvolver a autonomia e
consciência necessárias para tomarem decisões responsáveis e éticas, tanto no âmbito pessoal
quanto profissional.
Nos tempos da matriz curricular destinados ao componente Projeto de Vida, é preciso também
possibilitar aos estudantes a construção de sua linha do tempo considerando suas relações com os
ambientes escolar, familiar, local e global. É o momento para torná-los cada vez mais conscientes de
sua própria individualidade e identidade através da visualização sistematizada de suas descobertas,
valores, escolhas, conquistas, perdas e desafios do passado, do presente e dos futuros possíveis.
31
2.1 2.2 2.3
É
objetivo do Projeto de Vida oferecer aos estudantes condições de planejar sua vida e
construir o caminho até os seus sonhos.
3. Reconhecer a si e ao outro;
5.
Refletir sobre sua participação no contexto familiar, social e cultural e compreender a
interferência desses contextos na sua história;
6.
Conhecer seu potencial como agente transformador do seu meio e ser consciente de
seu papel na sociedade;
10.
Refletir sobre suas características e potencialidades e o que pode ser transformado
(forças e fraquezas);
A partir dos objetivos do Projeto de Vida, visando delinear o caminho a ser percorrido para o
desenvolvimento dessas habilidades, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos para
cada ano de escolaridade:
32
2.1 2.2 2.3
» Refletir sobre o seu papel social enquanto sujeito dentro de uma coletividade;
» Ajudar alunos egressos (que desejem retornar à escola) e que eles sejam exemplos
inspiradores;
33
2.1 2.2 2.3
� Oferecer feedbacks;
� Valorizar o esforço;
Destacamos que é por meio da elaboração de um Projeto de vida que os estudantes podem
transformar sonhos em metas mensuráveis e realizáveis, envolvendo as dimensões da afetividade,
da corporeidade, da transcendência, além da dimensão cognitiva, elementos estes que compõem
o que denominamos Educação Integral.
Essas metas são desdobradas em etapas que se transformam numa espécie de “mapa de navegação”,
para que o próprio estudante realize o monitoramento e entenda as possíveis transformações
que vão surgindo na sua trajetória pessoal, além das oportunidades que exigirão escolhas mais
acertadas, uma vez que o Projeto de Vida é o início de um planejamento de desenvolvimento
pessoal e social, no qual o estudante se torna capaz de enxergar os seus sonhos, com ajuda de um
plano gradual e estruturado.
N
este componente, o professor assume um papel essencial como mediador no
desenvolvimento da identidade e aprendizado dos estudantes, priorizando uma abordagem
construtiva e participativa do conhecimento. Assim, é importante que o professor inspire e
apoie as ações do Projeto de Vida dos estudantes, sendo inovador, aberto a novidades, motivador,
criativo, carismático e sensível. Dessa forma, a habilidade de planejar e implementar aulas atrativas
de Projeto de Vida se destaca como crucial para promover a interação e o engajamento dos
estudantes.
Nessa perspectiva, é ideal que os professores que lecionam as aulas de Projeto de Vida sejam
apresentados a esse componente curricular e entendam a importância de trabalhar a partir das
34
2.1 2.2 2.3
Trata-se, enfim, de proporcionar aos estudantes a ocasião de pensar sobre seu futuro à luz do
presente, sem perder, porém, a indispensável dimensão da utopia, relacionando o individual e o
coletivo, na compreensão de que não nos educamos sozinhos.
Neste adensar de ideias, o Projeto de Vida estimula a busca de “trilhas de vida com significado útil
pessoal e socialmente [...]. Não são roteiros fechados, mas abertos, adaptados às necessidades de
cada um.” (MORAN, 2018, p. 7)
A concepção metodológica desenvolvida para o Projeto de Vida prima sempre pela experiência
(já vivida ou recriada) para, a partir dela, desenvolver reflexão e gerar ação. Esses três passos
- experiência, reflexão e ação - foram resgatados da prática pedagógica de Paulo Freire, pois
apostamos na construção de sentido, para que o aprendizado desenvolvido no Projeto de Vida
seja autenticamente significativo.
Assim, nosso pontapé inicial, qualquer que seja o conteúdo, é uma experiência que vai além do
puramente intelectual, entendendo que o caminho do afeto toca dimensões do humano que não
permitem a indiferença.
Com base nas indicações apresentadas acima, foram elaboradas para o Projeto de Vida Orientações
Curriculares para cada ano de escolaridade, identificando os objetos de conhecimento, habilidades
e objetivos de aprendizagem.
35
2.1 2.2 2.3
Essas orientações foram idealizadas com base nos objetivos específicos de cada ano e escalonadas
de acordo com as expectativas de aprendizagem para cada fase de desenvolvimento do estudante
considerando seu ritmo e maturidade.
36
2.1 2.2 2.3
» Saber ouvir e refletir a partir do que ouviu; » Revisão dos conceitos e objetivos e
reafirmação das Regras de Convivência;
» Incorporar elementos da história de uma
história apresentada para a própria vida; » Exemplo de uma história de sucesso;
» Desenvolver a capacidade de pesquisa e » Sensibilização para o autoconhecimento;
seleção;
» Variáveis na nossa vida;
» Exercitar a capacidade de improviso;
» Identificação de Forças, Oportunidades,
» Perceber o valor do consenso; Fraquezas e ameaças do exemplo de uma
história de sucesso (Matriz FOFA);
» Desvelar as possibilidades abertas pela
dinâmica (Matriz FOFA); » Matriz FOFA do exemplo de uma história de
sucesso;
» Atribuir valor às escolhas dos outros;
» Escada dos sonhos (referente ao exemplo de
» Exercitar a oralidade e o respeito. história de sucesso).
37
2.1 2.2 2.3
» Refletir livremente sobre os sonhos e desejos para o » Revisão dos conceitos e objetivos
futuro; e reafirmação das Regras de
Convivência;
» Perceber a importância de enxergar onde se está e
aonde se quer chegar para não caminhar sem direção; » Exemplo de uma história de
sucesso;
» Valorizar o presente e perceber a importância de
estar bem e feliz durante todo o percurso; » Sensibilização para o
autoconhecimento;
» Desenvolver a noção de que é preciso se conhecer
para conviver bem consigo mesmo; » Variáveis na nossa vida;
» Refletir sobre as características positivas e negativas; » Identificação de Forças,
Oportunidades, Fraquezas e
» Exercitar a capacidade de analisar o ambiente em que ameaças do exemplo de uma
vive; história de sucesso (Matriz FOFA);
» Estabelecer uma relação entre vida atual e futura; » Matriz FOFA do exemplo de uma
» Incorporar elementos da análise realizada na própria história de sucesso;
vida; » Escada dos sonhos (referente ao
» Estabelecer uma relação do Projeto de Vida com o exemplo de história de sucesso).
autocuidado;
» Exercitar a reflexão em grupo a partir das percepções
estabelecidas.
38
2.1 2.2 2.3
39
2.1 2.2 2.3
40
2.1 2.2 2.3
C
omo sabemos, as escolas de Educação Integral em Tempo Integral da SME Rio têm como
pilares o foco no desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no centro.
Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular
nessas escolas, estimulamos a seguinte pergunta: dentre as 10 competências gerais da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), quais são as que podem ser mais diretamente desenvolvidas
através deste componente?
Porém, é possível identificar aquelas principais e esse é um passo indispensável para o processo de
construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente em específico.
Uma vez que o Projeto de Vida tem como escopo possibilitar que nossos estudantes reconheçam
seu lugar no mundo de hoje para planejar sua atuação no mundo de amanhã, pode-se afirmar que
este componente contribui mais diretamente com o desenvolvimento das seguintes competências:
41
2.1 2.2 2.3
Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf
Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja nos quadros a seguir:
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
42
2.1 2.2 2.3
8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Atenção plena e
capacidade de Manutenção de atenção. Reflexão sobre a sua própria maneira de pensar.
reflexão
43
2.1 2.2 2.3
9. EMPATIA E COOPERAÇÃO
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
44
2.1 2.2 2.3
Ao lecionar este componente, é preciso manter em mente as habilidades que você, professor(a),
busca desenvolver nos estudantes até a conclusão do Ensino Fundamental.
SE LIGA!
Se liga! Observe, mais uma vez, a definição e as finalidades das quatro competências com
que o Projeto de Vida contribui mais diretamente para o desenvolvimento dos estudantes.
Percebeu que em todas elas há aspectos de protagonismo? Isto significa que um bom
trabalho pedagógico também é essencial para dar vida ao segundo pilar do Programa Rio
Integral nas escolas de Anos Finais: criança e adolescente no centro.
45
2.1 2.2 2.3
A
o priorizarmos as competências gerais da BNCC Trabalho e Projeto de Vida,
Autoconhecimento e Autocuidado, Empatia e Cooperação, Responsabilidade e Cidadania
para serem trabalhadas em Projeto de Vida, entendemos que, em virtude dos objetivos
do componente, é interessante que as atividades a serem desenvolvidas favoreçam também o
desenvolvimento das competências socioemocionais e o protagonismo dos estudantes.
Por isso, apresentaremos dois eixos e elementos orientadores como estratégias que podem servir
como base e suporte para o planejamento das atividades.
Os eixos são constituídos por áreas a serem trabalhadas e os elementos orientadores da estratégia, por
sua vez, são temas específicos que fornecem orientação dentro de cada um dos eixos. Eles são os focos
específicos que guiarão a criação de atividades para atingir os objetivos estabelecidos dentro dos eixos.
P
odemos observar competências socioemocionais em todas as 10 competências gerais
da BNCC. Desde a introdução dos seus princípios, o aprendizado de competências
socioemocionais vem sendo descrito por diferentes teorias. A mais disseminada é o
modelo da Colaboração pelo Aprendizado Acadêmico, Social e Emocional (CASEL), que é focado
no desenvolvimento de cinco competências interrelacionadas de natureza cognitiva, afetiva e
comportamental: Autoconhecimento, Autocontrole, Tomada de Decisão Responsável, Habilidades
Sociais e Consciência Social.
A CASEL (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning) é uma organização sem
fins lucrativos que se dedica a promover a aprendizagem emocional nas escolas e comunidades.
Ela tem sido uma influência importante no campo da educação, destacando a importância do
desenvolvimento das competências socioemocionais para o sucesso dos alunos em suas vidas
pessoais, acadêmicas e futuras carreiras.
46
2.1 2.2 2.3
Q
uando falamos sobre protagonismo, referimos-nos ao estudante como o elemento
central em sua própria jornada. Ser protagonista não é sobre estar em destaque, mas sim
reconhecer-se como o ator principal na construção de seu Projeto de Vida, exercendo um
papel ativo em todas as esferas da vida, como família, escola e comunidade.
De acordo com Antonio Carlos Gomes da Costa, especialista no assunto, assumir o protagonismo
da própria vida envolve participar de ações coletivas de forma voluntária, movido pelos próprios
interesses e compromisso social, e atuar na solução de problemas reais, buscando beneficiar o
bem comum.
47
2.1 2.2 2.3
Sugerimos que essa perspectiva seja trabalhada com os estudantes no processo de desenvolvimento
do componente e impacte sua perspectiva de projeto de vida.
P
ara a construção de atividades que promovam a reflexão necessária e autodesenvolvimento
referente ao componente Projeto de Vida, a partir dos eixos elencados, sugerimos que o
professor desenvolva atividades relacionadas aos seguintes temas que funcionam como
elementos orientadores para a produção de atividades referentes ao componente:
Lembramos que tanto o planejamento como as orientações curriculares não objetivam “engessar”
as ações pedagógicas e a criatividade dos professores, mas apontar princípios educativos e
oferecer referências para a realização das aulas desse componente curricular emergente, que
valoriza as experiências e vivências dos alunos, seus sonhos e esperanças, como um campo fértil
para ações pedagógicas inovadoras.
SE LIGA!
No momento de preparar suas aulas, escolha um ou mais desses objetivos e reflita em que
estratégias seriam mais interessantes para atingi-los. Lembre-se de que uma boa estratégia
precisa considerar as singularidades dos seus estudantes, o perfil de sua turma e da sua
comunidade escolar.
48
2.1 2.2 2.3
P
ara apoiar no planejamento das aulas e atividades deste componente, sugerimos alguns
recursos práticos e adaptáveis, que possibilitam a personalização conforme as necessidades
e dinâmicas das turmas. Começando com a sugestão de um "diário de bordo" como ferramenta
de autorregulação, seguimos com inspirações para atividades e por último, apresentamos uma
seleção de filmes de animação que trazem temáticas pertinentes ao componente.
A
fim de favorecer a autorregulação dos estudantes, sugerimos o uso de um instrumento
de registro socioemocional ao final de cada aula. Essa é uma maneira eficaz de incentivar
a expressão e a reflexão das emoções, pensamentos e experiências dos estudantes. Este
instrumento auxiliará os estudantes a se envolverem de forma mais profunda com o conteúdo, a se
autoconhecerem e a aprenderem a se autorregular.
O modelo abaixo é uma sugestão que pode ser adaptada da forma que melhor atender às
necessidades e perfil da turma:
Emoções e Sentimentos
Escolha o emoji que melhor representa as emoções que você sentiu durante esta aula:
🤩😃🙂😐☹😢😠
Pensamentos e Reflexões
Escreva o que você achou da aula. O que você gostou mais? O que aprendeu?
Experiências Significativas
Desenhe ou escreva sobre algo que você achou importante nesta aula e que queira lembrar.
49
2.1 2.2 2.3
Palavra de Incentivo
Escolha uma palavra que te deixe animado, motivado.
Observações Adicionais
Use este espaço para adicionar desenhos, mais pensamentos ou algo que queira
compartilhar.
Emoções e Sentimentos
Liste as emoções que você experimentou durante esta aula. Use palavras-chave para
descrever seus sentimentos.
Pensamentos e Reflexões
Escreva seus pensamentos e reflexões sobre o conteúdo abordado nesta aula. Pergunte a
si mesmo como você se sente em relação às discussões e atividades.
Experiências Significativas
Registre qualquer experiência, aprendizado ou pensamento que tenha ocorrido durante esta
aula e que seja relevante para o seu projeto de vida.
Palavra de Incentivo
Escolha ou ajuste uma palavra de incentivo com base no que você discutiu e aprendeu nesta
aula.
Observações Adicionais
Use este espaço para adicionar quaisquer observações ou pensamentos adicionais que
deseje registrar.
50
2.1 2.2 2.3
É possível incluir outras questões no diário de bordo, promovendo a reflexão dos estudantes sobre
seu nível de envolvimento ao longo das aulas. Dessa forma, eles são estimulados a fazer uma
autoavaliação para rever e definir suas metas e compromissos pessoais.
» Exemplos de perguntas:
A
seguir, apresentamos algumas sugestões de atividades que se destinam a inspirar e auxiliar
o professor em sua prática e na construção de outras atividades ao longo do ano. Cada
atividade que pode ser adaptada e personalizada de acordo com o perfil e as necessidades
de cada turma.
Duração: 1 aula
• Materiais necessários: Caixa de sapato/baú e objetos e/ou imagens que possam repre-
sentar diferentes emoções.
Por exemplo: desenho/foto de pessoa chorando; um pedaço de tecido preto rasgado.
Desenvolvimento:
1. Coloque os objetos ou imagens dentro do baú. Busque ter uma seleção que represente
emoções como medo, tristeza, alegria, nojo, surpresa. Quanto mais objetos e/ou imagens,
mais interessante será o desenvolvimento da atividade, as emoções podem se repetir.
51
2.1 2.2 2.3
3. Um por um, cada estudante irá tirar um objeto ou imagem do baú e compartilhar com
o restante da turma a emoção representada pelo objeto e contar uma história ou expe-
riência relacionada a ela. Incentive-os a compartilhar como se sentiram naquela situação
e como lidaram com a emoção.
TEIA DE DIÁLOGO
Duração: 1 aula
Desenvolvimento:
1. Reúna os estudantes em um círculo no chão e mostre novelo de fio para a turma, expli-
que que ele simboliza a teia de interdependência entre todos.
2. O primeiro estudante deve segurar o novelo e compartilhar algo que gosta ou algo que
aprendeu recentemente. Enquanto segura a ponta do fio, após terminar de falar, ele lança
o novelo para outro colega, mantendo o fio bem seguro.
Conforme o novelo vai sendo lançado para diferentes estudantes, um caminho emaranha-
do de fios começará a se formar. Cada estudante deve manter seu pedaço do fio firme
para evitar que o novelo se enrole ainda mais.
Cada estudante que recebe o novelo, deve compartilhar algo também e, em seguida,
lançar o novelo para outro colega. Durante todo o processo, os estudantes devem prati-
car a escuta ativa, demonstrando interesse genuíno nas palavras do colega. Conforme os
estudantes compartilham e lançam o novelo, a teia de fios se tornará emaranhada.
3. Uma vez que todos tenham participado, explique que agora a turma precisa trabalhar
em conjunto para desembaraçar a teia de fios. Os estudantes devem se mover cuidadosa-
mente, passando por baixo e por cima dos fios para encontrar a ponta que estão seguran-
do. É preciso que cada um coopere para desembaraçar a teia, ajudando uns aos outros a
encontrar os caminhos certos e liberar os fios.
52
2.1 2.2 2.3
5. Peça aos estudantes que reflitam individualmente sobre a atividade. Eles podem escre-
ver ou compartilhar em voz alta o que aprenderam sobre a interdependência, cooperação
e o diálogo durante o processo de desembaraçar a teia.
Duração: 2 aulas
• Habilidades trabalhadas: Saber ouvir e refletir a partir do que ouviu; Incorporar elemen-
tos da história vista para a própria vida; Desvelar as possibilidades abertas pela dinâmica
(Matriz FOFA).
• Materiais necessários: Papel, canetas, quadro ou tela para escrever.
Matriz FOFA
Oportunidades Ameaças
53
2.1 2.2 2.3
A matriz FOFA (ou SWOT, em inglês) é uma ferramenta amplamente utilizada para análise
de situações, seja em contextos de trabalho, acadêmicos ou pessoais. Ela ajuda a identifi-
car os pontos fortes (F), oportunidades (O), pontos fracos (F) e ameaças (A) de uma deter-
minada situação ou projeto. Pode ser uma ferramenta valiosa para ensinar os estudantes a
avaliar e planejar estrategicamente.
Explique que podemos usamos a matriz FOFA para pensar melhor sobre as situações. Por
exemplo, se o estudante precisa decidir se deve ou não entrar para um time esportivo
na escola, ele pode usar a matriz FOFA. A matriz FOFA nos ajuda a pensar sobre os prós e
contras de uma decisão. Ressalte que os estudantes podem usá-la para muitas situações
na vida cotidiana, como escolher atividades extracurriculares, fazer escolhas na hora de
estudar, ou até mesmo decidir como gastar seu dinheiro quando forem mais velhos.
Vamos imaginar que um estudante chamado João está pensando em se juntar a um time
de futebol na escola. Ele decide usar a matriz FOFA para ajudar na decisão. Aqui está uma
possível matriz FOFA preenchida por João:
54
2.1 2.2 2.3
Matriz FOFA
Oportunidades Ameaças
• Posso fazer novos amigos no time; • O treino pode ser cansativo e ocupar muito
• Aprender mais sobre futebol pode ser tempo;
divertido; • Se eu tiver muitos deveres de casa, pode
• Pode ser uma chance de aprender a ser difícil encontrar tempo para os treinos;
trabalhar de forma colaborativa; • Se eu não gostar, pode ser difícil sair do
• Posso melhorar meu condicionamento time depois;
físico e desenvolver minha coordenação • O treinamento exige rotina e disciplina, não
motora. sou disciplinado.
Agora, João pode olhar para sua matriz FOFA e ver que ele tem alguns pontos fortes, como
ser rápido, e algumas oportunidades, como fazer novos amigos. No entanto, ele também
reconhece seus pontos fracos, como a falta de experiência em esportes coletivos, e as
ameaças, como o tempo que os treinos podem consumir e sua falta de disciplina.
Com base nessa análise, João pode tomar uma decisão mais segura, considerando os da-
dos que levantou, ponderando sobre se deseja ou não se juntar ao time de futebol da
escola. A matriz FOFA o ajuda a pesar os prós e contras e a considerar como essa decisão
afetará sua vida escolar e social.
Desenvolvimento:
55
2.1 2.2 2.3
de Moana sobre sair de sua ilha e desbravar os mares ou permanecer na ilha, oriente os
estudantes a preencherem a matriz FOFA da personagem. (Ao final desse material, temos
uma lista com a sinopse de filmes que podem ser utilizados nesta e em outras atividades
do componente.)
3. Agora peça aos estudantes se dividam em duplas para conversarem e um apoiar o outro
na criação da Matriz FOFA de cada um. Eles devem identificar suas forças, oportunidades,
fraquezas e ameaça pessoais com base nas em suas histórias de vidas, decisões e projetos
futuros.
4. Cada estudante apresenta sua Matriz FOFA pessoal com a sua dupla e compartilha as
escolhas feitas. Incentive uma discussão aberta e respeitosa, onde os estudantes atribuam
valor às escolhas dos outros e explorem as diferentes perspectivas.
5. Conduza uma discussão sobre a experiência da atividade. Explore com os estudantes
como foi o processo de identificar os elementos que compõe a sua matriz FOFA e como
esse recurso ajudou ou não a refletir e tomar uma decisão.
MANDALA IKIGAI
Duração: 1 aula
Este instrumento pode auxiliar os estudantes a refletirem sobre o seu "ikigai", ou seja,
sua razão de ser, combinando paixão, vocação, missão e profissão. É, portanto, uma ativ-
idade de mapeamento e experimentação para os estudantes neste momento escolar.
56
2.1 2.2 2.3
57
2.1 2.2 2.3
Desenvolvimento:
58
2.1 2.2 2.3
fazer e que a partir dessas dimensões é possível refletir nas interseções sobre qual é sua
paixão, missão, profissão e vocação.
3. Explique que eles criarão sua mandala ikigai. Forneça o modelo da mandala em branco
ou oriente-os a criar a sua própria a partir de um modelo no quadro para ser reproduzido
no caderno. A mandala deve estar dividida em quatro seções representando as quatro
dimensões do ikigai e conter os oito campos do modelo.
4. O preenchimento da mandala deve começar com os quatro campos: “O que/quem
você ama”, “Aquilo em que você é bom”, “Aquilo que você já foi ou pode ser reconhecido
e valorizado por fazer” e “O que o mundo precisa”.
5. Agora as interseções serão preenchidas: paixão, missão, profissão e vocação.
6. Peça aos estudantes para fazerem uma reflexão escrita sobre o que descobriram ao
criar suas mandalas ikigai. Encoraje-os a identificarem ações concretas que podem tomar
para seguir em direção ao seu ikigai associando-o ao seu Projeto de Vida.
59
2.1 2.2 2.3
N
esta lista, apresentamos uma seleção de filmes de animação, organizados por ordem
alfabética, que abordam uma variedade de temas convergentes com o componente
Projeto de Vida, desde autodescoberta e superação até relações interpessoais e propósito
de vida. Além de uma breve sinopse, incluímos palavras-chave que resumem os principais temas de
cada filme. Essas palavras-chave são ferramentas úteis para facilitar a seleção de filmes de acordo
com as habilidades que você deseja trabalhar com os estudantes.
60
2.1 2.2 2.3
"O Rei Leão" é uma jornada emocionante "Soul" explora questões profundas
que explora temas de liderança, de propósito, paixão e a jornada de
responsabilidade e ciclo da vida. Através dos autodescoberta. O filme conta a história de
olhos de Simba, um jovem leão destinado Joe Gardner, um músico que tem a chance
a se tornar rei, o filme aborda desafios, de se apresentar em um clube lendário, mas
amadurecimento e a importância de um acidente o leva a uma jornada no mundo
enfrentar o passado para abraçar o futuro. das almas. Lá, ele descobre o significado da
vida e o valor de cada momento.
Palavras-chave: liderança, responsabilidade,
maturidade, ciclo da vida, superação. Palavras-chave: propósito, autodescoberta,
valor da vida, jornada de vida.
61
3. Projetos Integradores
SUMÁRIO
3 PROJETOS INTEGRADORES 62
3.1 DE ONDE PARTIMOS? 64
3.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 66
3.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 71
3.2.1 EIXO 1: MUNDO DIGITAL E CIDADANIA – EXPLORANDO A CULTURA DIGITAL 71
3.2.2 EIXO 2: CULTURA E CONEXÕES – EXPLORANDO O REPERTÓRIO CULTURAL 72
3.2.3 EIXO 3: CULTURA E CONEXÕES HUMANAS EM UM MUNDO DIGITAL 73
C
omo todos os componentes da matriz diversificada, Projetos Integradores tem objetivos
pedagógicos e metodologia singulares. Por isso, criamos esse documento orientador
com objetivo de apoiar você - diretor, coordenador ou professor - nos processos de
planejamento, implementação e avaliação deste componente.
Uma das bases essenciais para o trabalho com projetos é a do contato dos estudantes com as
diferentes realidades vividas pelos projetos integradores devido a capacidade de se trabalhar com
temas que provoquem nos estudantes conexões e caminhos para a apropriação do conhecimento
pelas diferentes realidades.
Um dos papéis da escola é possibilitar essa aproximação do estudante com temas e contextos
relevantes socialmente. A vantagem do trabalho com projetos é promover o contato do estudante
com as realidades, via mediação da escola, sobretudo com as realidades dos territórios em que
eles se encontram.
O componente curricular Projetos Integradores deve propor questões que extrapolam a escola,
mas que são desenvolvidas e mediadas com os professores e com o respaldo do contexto escolar.
Não se trata de propor ao estudante um mero lançar-se ao mundo, mas de proporcionar a ele a
construção de uma autonomia.
64
3.1 3.2 3.3
ao mesmo tempo. Para que isso ocorra, é necessário que o estudante tenha experimentado
o conhecimento de conceitos fundamentais, de problemas particulares e de aspectos
metodológicos específicos de cada componente para acumular um saber que lhe permita
transitar para outro componente curricular.
Assim, o estudante vai desenvolvendo um percurso no qual os saberes acumulados vão lhe dando
uma competência maior para abordar problemas que não podem ser solucionados a partir de
um único componente curricular. Outro aspecto importante: não é necessário que todos os
componentes curriculares estejam num mesmo projeto; eles devem se agrupar a partir do desafio
proposto pelo projeto.
Em Projetos Integradores acontece uma transição do meio teórico e desconectado com o cotidiano
para uma aprendizagem pautada na realidade – algo muito positivo quando consideramos que
boa parte dos estudantes possui acesso a ferramentas digitais e ao acervo quase ilimitado de
informações que se encontram na internet. O professor orienta os estudantes em atividades em
que estes exercem seu conhecimento e desenvolvem novas habilidades.
Espera-se que o professor defina coletivamente os temas, recortes e questões dos projetos a serem
desenvolvidos. Essa definição pode ser resultado de uma colaboração conjunta entre professores,
estudantes e comunidade.
Esses projetos, que venham a compor o componente Projetos Integradores, devem propiciar
aos estudantes momentos de resolução de problemas, ligados a seus territórios e vivências,
estimulando-os a interferirem e transformarem aspectos importantes da vida escolar e em
sociedade, tornando-se, assim, protagonistas. É preciso desenvolver atividades que os estimulem
a adotar um olhar crítico sobre a realidade e a apresentarem suas visões, possíveis soluções e
conhecimentos em diálogo com os saberes das diversas áreas de conhecimento.
O que se espera é, por exemplo, que o estudante não se limite a fazer uma pesquisa, uma entrevista
ou uma visita ao museu, e imaginar que isso é suficiente para estabelecer o diálogo entre a escola
e o mundo. Espera-se que as ações planejadas e executadas pelo professor permitam a aquisição
de conhecimentos e procedimentos reais.
Preparar o estudante para uma entrevista, por exemplo, pressupõe considerar a dimensão ética que
definirá as questões a serem propostas ao entrevistado, ou seja, quando se trabalha com projetos,
65
3.1 3.2 3.3
procedimentos usados na entrevista são recursos importantes para a aquisição de um saber e não
um fim em si mesmo. Portanto, consideramos que a mediação do professor se constitui de modo
essencial para que o estudante observe, em cada tarefa, procedimento e ações, o sentido pelo
qual se aprende.
C
omo sabemos, as escolas de Educação Integral em Tempo Integral da SME Rio têm como
pilares o foco no desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no centro.
Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular
nessas escolas, estimulamos a seguinte pergunta: dentre as 10 competências gerais da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), quais são as que podem ser mais diretamente desenvolvidas
através deste componente?
Porém, é possível identificar aquelas principais e esse é um passo indispensável para o processo de
construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente em específico.
Uma vez que Projetos Integradores tem como escopo o desenvolvimento de projetos que
reconheçam as experiências dos estudantes e os estimulem a ter um olhar crítico para a realidade,
a partir de práticas educacionais inovadoras e criativas, pode-se afirmar que este componente
contribui mais diretamente com o desenvolvimento das seguintes competências:
66
3.1 3.2 3.3
2. PENSAMENTO
3. REPERTÓRIO
1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO 5. CULTURA DIGITAL
CULTURAL
E CRIATIVO
Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf
Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja no quadro a seguir:
1. CONHECIMENTO
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Criação de
Criação de planos de investigação para pesquisar uma
Criatividade processos de
questão ou solucionar um problema.
investigação
67
3.1 3.2 3.3
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Criação de
Criação de planos de investigação para pesquisar uma
Criatividade processos de
questão ou solucionar um problema.
investigação
68
3.1 3.2 3.3
Avaliação do
raciocínio e Análise de argumentos, raciocínios e evidências.
explicação de Aprimoramento da lógica da investigação.
Pensamento evidências
científico e crítico
Comparação, agrupamento e síntese de informações de
Síntese diferentes fontes para produzir conclusões sólidas e evitar
erros de lógica.
3. REPERTÓRIO CULTURAL
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
5. CULTURA DIGITAL
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Utilização de
Utilização de ferramentas multimídia e periféricos para
ferramentas
aprender e produzir.
digitais
Computação e
programação
Utilização de recursos tecnológicos para desenhar,
Produção
desenvolver, publicar, testar e apresentar produtos para
multimídia
demonstrar conhecimento e resolver problemas
69
3.1 3.2 3.3
Fonte: https://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_
Progressao.pdf
Instrumentalizar os estudantes a aplicar essa interseção entre tecnologia e projetos não só atende
às demandas atuais, mas também os dota com ferramentas preciosas para criar soluções inovadoras
e pertinentes aos desafios futuros.
Além disso, ensinar a decifrar textos literários, informativos ou argumentativos; extrair e interpretar
dados de textos; e decifrar imagens, como pinturas, tirinhas, mapas ou infográficos, todas essas
oportunidades de aprendizado se fazem presentes neste componente.
70
3.1 3.2 3.3
A
o desenvolver as aulas de Projetos Integradores e definir os temas que podem gerar
Projetos, é importante considerar uma variedade de estratégias de ensino e ferramentas
que colaborem e estimulem o engajamento, a participação ativa e a autonomia dos
estudantes.
Nesse sentido, apresentaremos três eixos, que podem ser considerados no planejamento e
desenvolvimento dos projetos:
A importância de trabalhar com esses eixos é proporcionar aos estudantes um conjunto abrangente
de conhecimentos necessários para navegar no mundo contemporâneo, cada vez mais orientados
pela tecnologia e pela cultura digital. Essas possibilidades não apenas enriquecem a experiência
de aprendizado, mas também capacitam os estudantes a aplicar conhecimentos práticos em
cenários do mundo real, impulsionando a resolução de desafios e a execução eficaz dos projetos.
O
objetivo neste eixo é desenvolver a conscientização sobre as oportunidades e desafios
apresentados pelo mundo digital, capacitando os alunos a se tornarem cidadãos digitais
responsáveis, ativos e informados, incentivando-os a agir de forma crítica, consciente e
ética ao produzir, consumir e reproduzir informações, especialmente nas mídias eletrônicas.
71
3.1 3.2 3.3
A seguir, apresentamos duas possibilidades que devem estar em consonância com os projetos a
serem desenvolvidos com o eixo:
• Fake News e desinformação: Explorar com os estudantes os riscos das fake news e da
desinformação, destacando a importância de verificar fontes, analisar a veracidade das
informações e evitar a disseminação de conteúdo falso. Promover atividades em que os
estudantes possam analisar e identificar notícias falsas, verificando a confiabilidade das
fontes e checando fatos.
» CIDADANIA DIGITAL: discutir sobre o papel dos estudantes como cidadãos digitais
ativos, incentivando a participação em fóruns, debates e projetos que visem a melhoria
da sociedade.
• Mídias sociais e identidade digital: Debates sobre os efeitos das mídias sociais na
autoestima, privacidade e reputação digital. Explorar estratégias para construir uma
presença online positiva e autêntica, promovendo valores como respeito, empatia e
responsabilidade.
3.2.2 E
IXO 2: CULTURA E CONEXÕES – EXPLORANDO O REPERTÓRIO
CULTURAL
O
objetivo do eixo é promover a ampliação do repertório cultural dos estudantes por meio
da exploração de diferentes manifestações culturais, tradições, costumes e expressões
artísticas. Isso inclui não apenas a compreensão das próprias raízes culturais, mas
também a capacidade de apreciar e respeitar a diversidade cultural do outro. Além disso, esse
eixo proporciona desenvolver o pensamento crítico, criativo e a capacidade de reflexão sobre o
papel da cultura na sociedade.
72
3.1 3.2 3.3
• Cultura local;
• Manifestações de outras culturas.
Esse eixo oferece uma vasta possibilidade de trabalho em projetos que possibilitam ampliar o
repertório cultural dos estudantes, permitindo a exploração de diversas manifestações culturais,
tradições, costumes e expressões artísticas. Isso não só enriquece seu conhecimento sobre culturas
diversas, mas também aprimora sua capacidade de apreciar e respeitar a diversidade cultural em
qualquer projeto que escolham abraçar.
O
objetivo desse eixo é explorar como as tecnologias digitais influenciam e moldam a
cultura, as relações sociais e as conexões humanas na era digital. Ele visa desenvolver a
capacidade dos estudantes de compreender criticamente o impacto da tecnologia na
sociedade e na cultura, ao mesmo tempo em que exploram formas criativas de uso das ferramentas
digitais para promover a conexão humana e a expressão cultural.
73
3.1 3.2 3.3
O
s projetos devem ser desenvolvidos pelos estudantes e orientados pelo professor e ter
como objetivo solucionar problemas do cotidiano, promovendo a convivência e as trocas
de conhecimentos, saberes e experiências.
Relembramos que é preciso articular, integrar as propostas deste componente com as áreas do
conhecimento e ter projetos definidos com intencionalidade e habilidades a serem desenvolvidas.
» Propor paradas em momentos propícios para reflexão sobre o andamento das ações;
» Criar momentos para apropriação dos possíveis resultados ao longo das atividades,
fazendo devolutivas constantes;
É também importante que o professor planeje as etapas e atividades de forma articulada com as áreas
do conhecimento. Sempre com o entendimento de que não há hierarquia entre esse componente
e as áreas de conhecimento. Todos são importantes e precisam de planejamento, intencionalidade
e articulação com as áreas do conhecimento e as habilidades a serem desenvolvidas.
Q
uando falamos de “Aprendizagem Baseada em Projetos” (ABP), estamos nos referindo a
um método de ensino inovador e baseado na prática. Por meio dessa abordagem, os
estudantes aumentam seu engajamento no desenvolvimento de solução e desenvolvem
uma visão crítica, através da qual protagonizam criativamente a solução de seus problemas.
74
3.1 3.2 3.3
Para organizar cada projeto e facilitar o trabalho que guia as situações de aprendizagem com os
estudantes, é essencial incorporar os seguintes elementos ao projeto: questão norteadora, plano
de projeto, cronograma, acompanhamento e produto final. Veja o detalhamento de cada um:
Cronograma: Quantas semanas terá o projeto até a sua finalização? Os estudantes terão
quanto tempo para terminar cada atividade? Essas são algumas perguntas chave para
ajudar a definir um cronograma semanal de atividades e o que se espera de cada etapa.
Produto final: o produto final deve estar diretamente relacionado a questão norteadora
escolhida inicialmente e deve ser decidido de forma colaborativa na fase de planejamento
do projeto.
Veja abaixo um exemplo projeto com o Eixo 1: Mundo Digital e Cidadania - Explorando a Cultura
Digital:
75
3.1 3.2 3.3
Plano de Atividades:
Atividade 1: Introdução aos conceitos de fake news, desinformação e sua influência na
opinião pública.
Atividade 2: Análise de exemplos de fake news que impactaram debates sociais ou
políticos. Recursos: serão utilizados jornais, matérias, entrevistas, entre outros.
Atividade 3: Discussão sobre como as fake news podem influenciar decisões e percepções
individuais e coletivas. Serão mapeados também casos vivenciados pelos próprios
estudantes.
Atividade 4: Desenvolvimento de estratégias para identificar, verificar e combater notícias
falsas, como: verificação de fontes, checagem de fatos, exame de títulos e manchetes,
análise de conteúdo e linguagem, verificação de imagens e vídeos, conferência de dados
e números, análise da data da notícia, consideração sobre a origem/autoria.
Atividade 5: Criação de um recurso educativo que aborde diferentes táticas de combate
às fake news e a importância de uma cidadania digital crítica.
Cronograma:
Semana 1: Introdução às fake news e seu impacto na opinião pública.
Semana 2: Análise de exemplos e discussão sobre influência política e social.
Semana 3: Desenvolvimento de habilidades críticas e estratégias de combate.
Semana 4 e: Criação do recurso educativo.
Produto Final: Os estudantes criarão um recurso educativo, como um guia ou vídeo, que
explique como identificar fake news, analisar fontes e tomar decisões informadas.
O projeto visa aprofundar a compreensão dos estudantes sobre o impacto das fake news
nas percepções sociais e políticas, capacitando-os a abordar esse desafio com pensamento
crítico e conscientização.
76
3.1 3.2 3.3
O
Programa Ginásio Educacional Tecnológico (GETs) da Rede Municipal de Ensino do Rio de
Janeiro foi instituído pelo Decreto Nº 50.434 de 23 de março de 2022, com a proposta de
ser uma escola vocacionada para a inovação.
Os pilares do programa GET estão inseridos nas orientações gerais da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e no seu documento complementar, a BNCC da Computação. Seus três pilares
principais são: Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs); Cultura Digital e;
Pensamento Computacional. Eles são a base para a construção dos projetos “mão na massa” a
serem elaborados a partir de metodologias ativas, gameficação e steam, entre outras possibili-
dades, que podem ser interligadas e introduzidas ao cotidiano dos estudantes.
Mesmo que a sua escola não seja um GET, a partir da concepção da Educação Integral e com o
auxílio dos projetos integradores, você pode proporcionar aos seus estudantes a projeção dessa
proposta.
77
4. Eletiva
SUMÁRIO
4 ELETIVA 78
4.1 DE ONDE PARTIMOS? 80
4.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 81
As Eletivas podem ser propostas pelos professores, pela SME, por instituições parceiras ou pelos
próprios estudantes. Elas objetivam proporcionar práticas e vivências por meio de metodologias
diferentes daquelas que geralmente são adotadas no cotidiano da sala de aula. Para que isso ocorra,
na prática, é importante a criação de ambientes que despertem nos estudantes a curiosidade e o
aprofundamento de temáticas por eles sugeridas, sempre articulando os diversos componentes
curriculares.
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
80
4.1 4.2 4.3
Como dito inicialmente, as Eletivas podem ser propostas pelos professores, pela SME, por
instituições parceiras ou pelos próprios estudantes.
Para além das propostas apresentadas pela unidade escolar, é possível encontrar na rede
interessantes opções que podem ser utilizadas como eletivas, promovendo atividades diversas,
dinâmicas e articuladas com os componentes da BNCC.
Neste contexto, destacamos sempre a importância de consultar o site e materiais Rio Educa
disponibilizados, visto que eles oferecem uma gama de sugestões que podem contribuir para o
desenvolvimento de atividades referentes ao componente curricular, Eletiva.
Sugere-se, então, atenção especial para a apresentação, seleção, definição, junto aos estudantes,
das Eletivas. Buscar todas as possibilidades e aportes oferecidos pela rede é uma excelente
estratégia, pois contribui para a integração de um projeto potente e comum de Educação integral,
que possibilite de forma efetiva o desenvolvimento das multidimensões dos sujeitos.
Agora que entendemos o que é esse interessante componente curricular Eletiva, vamos conversar
um pouco sobre a integração com as competências da BNCC e como podemos organizar e
implementar esse rico componente.
C omo sabemos, as escolas de educação integral da SME Rio têm como pilares: o foco no
desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no centro.
Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular
nas escolas, precisamos nos perguntar: dentre as 10 competências gerais da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), quais são aquelas que podem ser mais diretamente desenvolvidas através deste
componente?
81
4.1 4.2 4.3
Porém, é possível identificar aquelas competências principais e esse é um passo indispensável para
o processo de construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente
em específico.
Uma vez que as Eletivas têm como escopo propor uma aprendizagem que situe as crianças e os
adolescentes como protagonistas de seus percursos educacionais, possibilitando a diversidade e
enriquecimento do currículo escolar e movimentos de experimentação, inovação e criatividade,
pode-se afirmar que este componente contribui mais diretamente com o desenvolvimento das
seguintes competências:
Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf
Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja nos quadros a seguir:
82
4.1 4.2 4.3
3. REPERTÓRIO CULTURAL
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
4. COMUNICAÇÃO
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
83
4.1 4.2 4.3
5. CULTURA DIGITAL
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
Utilização de
Utilização de ferramentas multimídia e periféricos para
ferramentas
aprender e produzir.
digitais
DIMENSÕES SUBDIMENSÕES
84
4.1 4.2 4.3
Fonte: https://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progres-
sao.pdf
No momento de preparar seu plano de aula e atividades, escolha uma ou mais dessas competências e
dimensões para trabalhar, formule objetivos e reflita sobre que estratégias seriam mais interessantes
para atingi-los. Lembre-se de que uma boa estratégia precisa considerar as singularidades dos seus
estudantes, o perfil de sua turma e da sua comunidade escolar. Na seção seguinte, “Possibilidades
de estratégias metodológicas”, apresentamos algumas sugestões.
85
4.1 4.2 4.3
A o propor uma Eletiva, é fundamental levar em conta uma série de estratégias metodológicas
que permitam diversificar as experiências dos estudantes e favorecer a experimentação
com uma intencionalidade pedagógica clara.
E por último, no eixo 3 você conhecerá Temas Contemporâneos elencados para o trabalho com
as Eletivas.
» Jogos de estratégia: esse tipo de jogo oferece uma experiência desafiadora aos estudantes,
pois requer pensamento crítico, análise de informações e adaptação às circunstâncias em
constante mudança. Exemplos: jogo da memória, quebra-cabeças, desafios lógicos e de
matemática em formato de jogo, estratégia em grupo para solucionar problemas.
» Práticas esportivas: futebol, vôlei, basquete, handebol, yoga, tênis de mesa, circuito
esportivo.
86
4.1 4.2 4.3
4.2.2 E
IXO 2: OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU
É importante relacionar o trabalho com os ODS a situações e contextos reais que fazem parte
da vida das crianças e adolescentes, para que eles possam aprofundar seus conhecimentos e
compreender a conexão entre o que é aprendido na escola e a realidade ao seu redor.
Ao conectar os ODS com o cotidiano dos estudantes, eles têm a oportunidade de ver como suas
ações podem fazer a diferença em relação a problemas reais e urgentes. Isso pode despertar
um senso de responsabilidade social e ambiental, bem como desenvolver habilidades como
pensamento crítico, trabalho em equipe e criatividade.
» Pessoas: erradicação da fome e pobreza, para que todo e cada ser humano consiga
desenvolver seu potencial com dignidade e igualdade, em um ambiente saudável.
» Planeta: consumo, produção e gestão sustentável de recursos naturais com ações voltadas a
promover as necessidades das gerações presentes e futuras.
» Prosperidade: garantia de que todo indivíduo possa usufruir de plena realização pessoal e a
promoção harmônica do progresso econômico, social e tecnológico com a natureza.
87
4.1 4.2 4.3
Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs
88
4.1 4.2 4.3
A s eletivas devem ser planejadas considerando além dos eixos temáticos, as diferentes
áreas do conhecimento e o interesse das crianças e adolescentes.
Para isso sugerimos que seja feito um alinhamento entre os professores sobre possíveis
temas que dialoguem com os eixos apresentados e as áreas do conhecimento e também um
levantamento dos temas que despertam o interesse e curiosidade dos estudantes.
Na prática, percebe-se uma tendência dos estudantes escolherem as eletivas por identificação
com o professor, pela temática, por intervenção de outros estudantes etc. Como estratégia para
organizar uma eletiva, seguem algumas sugestões:
» É relevante apresentar para os estudantes, de forma muito clara, os conteúdos que serão
trabalhados em cada Eletiva ao longo do curso;
» É importante promover o entendimento de que o tempo da Eletiva não significa tempo vago;
» Recomenda-se atenção aos materiais necessários para a realização das Eletivas e sua
disponibilidade na Unidade Escolar, antes de aprovar uma proposta de Eletiva;
» A Unidade Escolar tem autonomia para definir como será esse período, podendo ser
realizado em um dia ou uma semana, durante a Feira das Eletivas (momento criado pela
unidade escolar para apresentar aos alunos os temas e as Eletivas propostas);
89
4.1 4.2 4.3
Q
uando se trata de desenvolver uma disciplina Eletiva, é crucial que o professor busque a
inovação e exercite sua criatividade.
» Ludicidade;
» Interdisciplinaridade;
» Diversificação de conteúdo;
» Atratividade;
Abaixo, sugerimos um modelo de ementa que pode ser adaptado, incorporando esses princípios
para criar uma Eletiva que estimule o interesse dos estudantes, promova a interdisciplinaridade, e
esteja alinhada às demandas do mundo atual:
EMENTA
90
4.1 4.2 4.3
A
pós a definição das Eletivas, essas precisam ser divulgadas para os estudantes. Nesse
processo de divulgação das ementas, os critérios precisam estar bem definidos e
claramente apresentados: período, inscrição e composição das turmas/agrupamentos,
para que tenham toda a informação necessária para escolher, de forma consciente, aquela na qual
desejam se inscrever (dependendo da modalidade que a escola ofereça). Esse momento pode ser
realizado de diferentes formas: cartazes, divulgação nas turmas, redes sociais, Feira de Eletivas etc.
Após a divulgação das propostas e a escolha/inscrição das Eletivas, sugerimos que sejam
observados os seguintes fatores:
» A proposta é que a(s) turma(s) das Eletivas apresente(m) características diversas, com
diferentes possibilidades de aprendizagens, cabendo ao professor ser o mediador do
processo de construção coletiva e colaborativa.
A
o final de cada período, realiza-se uma culminância, na qual as atividades desenvolvidas
durante as Eletivas são apresentadas para a comunidade escolar. A organização e forma
desse momento final ficam a critério do professor da Eletiva e da realidade da escola,
conforme ementa. Outra sugestão são culminâncias periódicas: semanais, mensais, semestrais ou
de outras formas a depender dos objetivos das Eletivas.
A culminância poderá ocorrer em um dia determinado com uma exposição geral dos trabalhos
realizados no semestre ou ao longo da semana em horários determinados pela equipe escolar.
Espera-se que esse momento seja uma oportunidade para celebrar as realizações e os resultados
alcançados pelos estudantes e professores ao longo do período.
Cabe sinalizar que o processo avaliativo de eletivas não confere notas ou conceitos. A avaliação
deve ser qualitativa e sugere-se a criação de propostas diversificadas de avaliação, considerando
o processo e desenvolvimento das atividades propostas.
91
4.1 4.2 4.3
Desse modo, os procedimentos pedagógicos utilizados nos processos avaliativos devem ser
apresentados aos estudantes, como estratégia de comunicação dos resultados esperados e
alcançados na realização dos projetos.
É
indicado que, ao fim de cada período, bimestre ou semestre letivo, seja realizada uma
avaliação das eletivas oferecidas, por parte dos estudantes em relação às experiências
vivenciadas nas disciplinas eletivas e da comunidade escolar envolvida nos projetos, de
modo a considerar os pontos positivos e oportunidades de melhorias. Esse momento reflexivo
servirá para proposição de novas ideias e abordagens que deverão ser incorporadas ao trabalho
realizado no semestre seguinte.
Para que os estudantes avaliem as eletivas de forma eficaz, podem ser adotadas abordagens
como a realização de pesquisas anônimas, questionários ou rodas de discussão, nas quais os eles
compartilhem suas opiniões e sugestões.
Em Eletiva, os estudantes não são avaliados como tradicionalmente ocorre com os demais
componentes curriculares, mas sim, são identificadas evidências de aprendizagem (registro) de
acordo com os resultados apresentados nas culminâncias alcançadas no semestre, de modo
coerente com os objetivos elencados a serem alcançados e as habilidades a serem desenvolvidas.
92
5. Roda de Leitura
SUMÁRIO
5 RODA DE LEITURA 93
5.1 DE ONDE PARTIMOS? 94
5.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 96
5.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE 96
5.1.3 O COMPONENTE COMPONDO A TRAJETÓRIA DO ESTUDANTE COMO UM TODO 96
D
o componente pertencente à matriz curricular dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Através das Rodas de Leitura, as crianças têm a possibilidade de explorar vários livros,
conhecer muitas histórias e principalmente escolher suas leituras. Ter seu espaço de voz,
falar sobre suas emoções, sensações, trocar impressões com as outras crianças, além de promover
a capacidade reflexiva e crítica, enriquecendo o vocabulário, aumentando a riqueza de ideias,
ajudando na desinibição, facilitando a comunicação e a interação social entre crianças e professores.
Os professores têm papel fundamental, enquanto mediadores de leitura, sendo responsáveis por
despertar o gosto pela leitura literária, proporcionando elementos de ligação entre as crianças e
os livros, pois estes ampliam o potencial imaginativo da criança, tornando-a mais criativa.
Em uma Roda de Leitura é possível perceber motivações, sentimentos e objetivos dos autores. O
mediador possibilita um trabalho de interpretação, reflexão, compreensão e crítica, dando vida
e significado ao texto lido em grupo. Em cada texto que lê, o sujeito-leitor aumenta seu acervo
podendo fazer novas leituras de si mesmo, do outro e do mundo. [...]
Sendo assim, os professores têm papel fundamental, enquanto mediadores de leitura, sendo
responsáveis por despertar o gosto pela leitura literária, proporcionando elementos de ligação
entre as crianças e os livros, pois estes ampliam o potencial imaginativo da criança, tornando-a
mais criativa.
Orientadas pela concepção de leitura como compreensão e interação entre texto e leitor, as
atividades poderão ser organizadas, de forma a desenvolver habilidades de leitura:
» ANTES – permitindo situar o leitor diante da leitura, instigando-o a assumir papel ativo
no processo;
95
5.1 5.2 5.3 5.4
A
Roda de Leitura não pressupõe simplesmente organizar os alunos em círculo para eles
lerem juntos. Vai muito além da organização. O professor responsável deve organizar a
atividade, a seleção das leituras que serão realizadas, funcionando como um mediador
para contribuir com as questões abordadas e para o desenvolvimento integral dos estudantes.
A
fundamentação teórica do componente Roda de leitura se baseia em conceitos e
abordagens que destacam a importância do diálogo, interação e construção coletiva
de significados no processo de leitura. A roda de leitura é uma prática pedagógica que
busca promover a socialização e a troca de experiências entre os participantes, estimulando a
compreensão e interpretação dos textos de forma colaborativa.
A leitura é vista como uma prática social, onde os leitores constroem significados em um contexto
compartilhado. A roda de leitura reflete essa perspectiva ao promover a discussão e a interpretação
conjunta dos textos, considerando o aspecto social da leitura.
O
componente de Roda de Leitura auxilia para fundamentar uma estratégia pedagógica que
vai além da simples decodificação do texto, enfatizando a interação, a construção coletiva
de significados e o desenvolvimento das habilidades interpretativas dos estudantes.
96
5.1 5.2 5.3 5.4
» Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando efetivar, enquanto
processo, a leitura e a escrita.
97
5.1 5.2 5.3 5.4
A
seguir, apontamos algumas estratégias de leitura essenciais na formação do bom leitor,
que podem ser utilizadas nos anos iniciais do ensino fundamental. Essas estratégias
são:
» Conhecimento Prévio
» Sumarização
» Conexões
» Perguntas ao texto
» Inferência
» Síntese
» Visualização
Orientamos o uso de tais estratégias para que os alunos possam melhorar a compreensão do que
leem e não apenas decodificarem o texto. Tais estratégias poderão ser dinamizadas sem uma
ordem específica. Mas ao ensinar (para os alunos, sujeitos-leitores) tais mecanismos, o professor
agirá didática e sensivelmente, explicando-os conforme surgem no decorrer da leitura do texto
(SOUZA; COSSON, 2012).
98
5.1 5.2 5.3 5.4
O
conhecimento prévio – condição primeira para compreensão do texto é basilar para as
demais estratégias de leitura, porque o sujeito-leitor dificilmente conseguirá entender o
que está lendo sem pensar, isto é, sem estabelecer relação com aquilo que já conhece.
Kleiman (2002), ao comentar isso, também afirma que “a compreensão de um texto é um processo
que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já
sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida” (p. 13).
Nesse sentido, a leitura conduz o sujeito-leitor a trazer do seu passado de lembranças conhecimentos
significativos, relevantes à compreensão do texto propriamente dito.
Segundo Souza et al., três são os tipos de possíveis conexões: o texto-texto, com fusões que se
realizam do texto (que está sendo lido) com outros textos com os quais teve contato; o texto-leitor,
em que o aluno, nosso sujeito-leitor, faz uso de trechos do texto lido e os associa aos fatos de seu
cotidiano; texto-mundo, num processo de associar o texto com fatos de contextos sociais, ou seja,
fatos da cidade, de seu entorno, e acontecimentos que ocorrem no mundo (2010, p. 68). A conexão
ainda tem por base o pressuposto: estimular os alunos a conectarem seu conhecimento de mundo
com novas leituras, o que exigirá do sujeito-leitor a habilidade de compreender o texto como um
todo e assim relacionar ideias das partes com outros textos.
Compreende ação do sujeito-leitor em fazer uso do que já se constitui como seus conhecimentos
prévios (próprio do aluno), “aliados às dicas do texto, para completar os espaços deixados em
aberto” (VÁGULA 2016, p. 191). Por tais indícios textuais, ele passa a deduzir sequências dos fatos
e significados não conhecidos. As inferências podem ser elaboradas de diferentes tipos, como
interpretação(ções), hipótese(es), previsão(ões) e conclusão(ões) (GIROTTO; SOUZA, 2010, p. 138).
Qual será o final deste romance? Que sugestões podem surgir para resolução de determinado
conflito (p. 82)? Qual é o significado de determinada palavra desconhecida pelo aluno (p. 78)?
O que poderá acontecer com o/a personagem (antes que o mesmo esteja explícito no texto a
ser lido) (p. 80–82)?. “Formular hipóteses, fazer previsões, tudo isso exige correr riscos, pois, por
definição, não envolvem a exatidão daquilo que se previu ou formulou” (SOLÉ, 1998, p. 108).
A visualização é uma estratégia de leitura que está vinculada à inferência, pois se concretiza quando
leitores inferem e elaboram significados através da criação de imagens (mentais) e cenários em
suas mentes. Por serem inteiramente pessoais, essas visualizações intensificam a experiência com
a leitura, tornando-se um ato muito mais prazeroso, gerando um forte engajamento na prática
literária.
99
5.1 5.2 5.3 5.4
Essa ocorre quando o sujeito-leitor articula o que está lendo com impressões pessoais, isto é,
reconstitui o próprio texto e elenca as informações que considera essenciais. “Ensinar a resumir
selecionar os fatos, ordenar eventos, parafrasear e escolher o que é importante como um processo
de síntese, é fundamental para a formação do leitor autônomo” (GIROTTO; SOUZA, 2010, p.
Lembramos que no site do Rio Educa você encontra o Caderno Pedagógico Roda e Círculo de
Leitura, a fim de orientar, formar e auxiliá-lo na prática pedagógica junto aos estudantes da Rede
Municipal Carioca.
100
6. Círculo de Leitura
SUMÁRIO
C
omponente Círculo de Leitura pertencente à matriz curricular dos anos finais do Ensino
Fundamental II.
O
componente Círculo de Leitura desempenha um papel crucial no desenvolvimento
integral dos alunos do Ensino Fundamental II, contribuindo para o aprimoramento de
diversas habilidades cognitivas, sociais e emocionais.
A
fundamentação teórica do componente Círculo de Leitura no Ensino Fundamental II pode
se basear em diversas abordagens pedagógicas e teorias educacionais.
A leitura é vista como uma prática social, onde os leitores interagem com textos em
contextos sociais específicos. O Círculo de Leitura reflete essa perspectiva ao criar um ambiente
em que os estudantes compartilham suas interpretações, experiências e perspectivas sobre os
textos.
103
6.1 6.2 6.3 6.4
» Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando efetivar, enquanto
processo, a leitura e a escrita.
104
6.1 6.2 6.3 6.4
O
componente Círculo de Leitura pressupõe apresentar um conjunto de estratégias, permi-
tindo que os estudantes ampliem seu entendimento e ativem seu conhecimento prévio,
linguístico e textual. Girotto e Souza (2010) ressaltam a importância da estratégia de
ativar o conhecimento prévio, considerada uma estratégia-mãe que engloba as demais, como pre-
visão, interlocução, questionamento e indagação.
105
6.1 6.2 6.3 6.4
N
o site do Rio Educa, encontramos o Caderno Pedagógico Círculo de Leitura, a fim de orien-
tar, formar e auxiliá-lo no desenvolvimento das práticas pedagógicas junto aos estudantes
da Rede Municipal Carioca.
Sabemos que você, professor(a) é quem mais conhece os estudantes, e possui experiência e for-
mação para realizar um trabalho de excelência. Por isso, o objetivo deste material, o caderno pe-
dagógico, é ser um ponto de partida para novas ideias e práticas leitoras.
106