Você está na página 1de 107

RIO

INTEGRAL
Documento Orientador

Parte Diversificada
Eduardo Paes
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Renan Ferreirinha Carneiro


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Adriano Carneiro Giglio


SUBSECRETARIA DE ENSINO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Carla Andrea Dias Celestino Aline Pereira Botelho Dos Santos


COORDENADORIA DE ENSINO Elizabeth De Lima Gil Vieira
FUNDAMENTAL Luciane Guimarães De Souza Santos
Natasha Miranda Da Silva Carvalho
Christianne Guimarães Fournier GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL
COORDENADORIA DE AVALIAÇÃO
Carlos Eduardo Silva Jascone
Joana Elisa Costa Oscar Elizabeth De Lima Gil Vieira
Thamara De Paula Monteiro
COORDENADORIA DE DIVERSIDADE,
CULTURA E EXTENSÃO CURRICULAR PRODUÇÃO E REVISÃO TÉCNICO-
ORTOGRÁFICA
Marcelo Fernandes Do Nascimento
COORDENADORIA DE GESTÃO DOS
RESULTADOS DE APRENDIZAGEM
CONTATOS E/SUBE
Rita Simone Pereira Ramos telefone: 2976-2291
ESCOLA DE FORMAÇÃO PAULO FREIRE email: educaçãointegral@rioeduca.net

APOIO TÉCNICO

Instituto Gesto

Jullie Anne Kuntz Truss


PRODUÇÃO E REVISÃO GERAL
UM CONVITE

Caro(a), educador(a),

O Material Orientador – Parte Diversificada foi elaborado para oferecer orientações e


apresentar sugestões referentes aos componentes curriculares desta parte do currículo
carioca, dos anos iniciais aos anos finais do Ensino Fundamental e destinado às escolas de
tempo integral.

Ele tem o objetivo de subsidiar a organização do trabalho pedagógico dos professores


regentes, de modo a colaborar, com os diferentes projetos e práticas pedagógicas realizadas
na e pela escola ou sugeridos e apontados também pela SME.

Este material busca contribuir para a organização de ações formativas, para o


desenvolvimento de práticas inovadoras, troca de experiências bem sucedidas e demais
vivências para cada um dos componentes curriculares da parte diversificada do currículo,
tornando-o significativo e, ao mesmo tempo, bem próximo do que é realizado em nossas
escolas. Esperamos, portanto, que este documento seja um estimulador de novas ideias
e propostas para o trabalho coletivo das unidades escolares e para a concretização da
Educação Integral.

Adriano Giglio
Subsecretário de Ensino
SUMÁRIO

0 COMO NAVEGAR PELO MATERIAL? 6


1 ESTUDO ORIENTADO 7
1.1 DE ONDE PARTIMOS? 9
1.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 11

1.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 16


1.2.1 EIXO 1: TÉCNICAS DE ESTUDO 16
1.2.2 EIXO 2: ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS 18
1.2.3 ESTRATÉGIA: ELEMENTOS ORIENTADORES 21

1.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 24

2 PROJETO DE VIDA 29
2.1 DE ONDE PARTIMOS? 31
2.1.1 OBJETIVOS DO COMPONENTE 32
2.1.2 ORIENTAÇÕES CURRICULARES 34
2.1.3 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 41

2.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 46


2.2.1 EIXO 1: COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIAIS 46
2.2.2 EIXO 2: PROTAGONISMO 47
2.2.3 ESTRATÉGIA: ELEMENTOS ORIENTADORES 48

2.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 49


2.3.1 SUGESTÃO DE "DIÁRIO DE BORDO" 49
2.3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES 51
2.3.3 SUGESTÕES DE FILMES 60

3 PROJETOS INTEGRADORES 62
3.1 DE ONDE PARTIMOS? 64
3.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 66
3.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 71
3.2.1 EIXO 1: MUNDO DIGITAL E CIDADANIA – EXPLORANDO A CULTURA DIGITAL 71
3.2.2 EIXO 2: CULTURA E CONEXÕES – EXPLORANDO O REPERTÓRIO CULTURAL 72
3.2.3 EIXO 3: CULTURA E CONEXÕES HUMANAS EM UM MUNDO DIGITAL 73

3.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 74


3.3.1 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (ABP) 74
3.3.2 PROJETOS INTEGRADORES NO COLABORATÓRIO (GETs) 77
4 ELETIVA 78
4.1 DE ONDE PARTIMOS? 80
4.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 81

4.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 86


4.2.1 EIXO 1: JOGOS E PRÁTICAS ESPORTIVAS 86
4.2.2 EIXO 2: OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU 87
4.2.2 EIXO 3: TEMAS CONTEMPORÂNEOS 88

4.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 89


4.3.1 COMO CONSTRUIR UMA ELETIVA 90
4.3.2 COMO OPERACIONALIZAR UMA ELETIVA 91
4.3.3 CULMINÂNCIA DAS ELETIVAS 91
4.3.4 AVALIAÇÃO DE ELETIVAS PELOS ESTUDANTES E PELA EQUIPE ESCOLAR 92

5 RODA DE LEITURA 93
5.1 DE ONDE PARTIMOS? 95
5.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 96
5.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE 96
5.1.3 O COMPONENTE COMPONDO A TRAJETÓRIA DO ESTUDANTE COMO UM TODO 96

5.2 OBJETIVOS DO COMPONENTE 97


5.3 POSSÍVEIS ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS 98
5.4 OBSERVAR, REGISTRAR E AGIR 99

6 CÍRCULO DE LEITURA 101


6.1 DE ONDE PARTIMOS? 103
6.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 103
6.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE 103

6.2 OBETIVOS DO COMPONENTE 104


6.3 POSSÍVEIS ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS 105
6.4 OBSERVAR, REGISTRAR E AGIR 106
COMO NAVEGAR PELO MATERIAL?
Este material orientador é organizado em 6 (seis) capítulos, da seguinte forma:

Estudo Orientado Projeto de Vida Projetos Integradores

Eletiva Roda de Leitura Círculo de Leitura

1 2 3 4 5 6

Ao longo de todos os capítulos, você encontrará trechos especiais destacados. Conheça a seguir
cada um deles e seus objetivos:

SE LIGA!
Destaca aspectos do tema em questão e apresenta observações ou dicas importantes.

PARA SABER MAIS!


Traz indicações de listas, artigos, sites, vídeos, podcasts e outras referências que podem apoiar
o aprofundamento do estudo naquela temática.

6
1. Estudo Orientado
SUMÁRIO

1 ESTUDO ORIENTADO 7
1.1 DE ONDE PARTIMOS? 9
1.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 11

1.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 16


1.2.1 EIXO 1: TÉCNICAS DE ESTUDO 16
1.2.2 EIXO 2: ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS 18
1.2.3 ESTRATÉGIA: ELEMENTOS ORIENTADORES 21

1.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 24


1.1 1.2 1.3

1.1 DE ONDE PARTIMOS?

C omo todos os componentes curriculares da matriz diversificada, Estudo Orientado tem


objetivos pedagógicos e metodologia singulares. Por isso, criamos esse documento
orientador com objetivo de apoiar você – diretor(a), coordenador(a) ou professor(a) –
nos processos de planejamento e implementação deste componente.

Entendemos como Estudo Orientado o momento de apoiar os estudantes no desenvolvimento


da capacidade de autogestão de seus processos de aprendizagem, principalmente, quanto
às rotinas e técnicas de estudo e pesquisa para a construção e consolidação de saberes e
desenvolvimento de habilidades ligados às diferentes áreas de conhecimento.

Muitas vezes, os estudantes têm dificuldade em se planejar sozinhos e até mesmo não entendem
qual a necessidade e importância de cultivar o hábito de estudar. Um componente curricular como
o Estudo Orientado apoia o desenvolvimento de autonomia, capacidade de tomada de decisão
e organização pessoal, dentre outras competências altamente valorizadas na atual sociedade.

Esse componente curricular tem como objetivo principal o foco no desenvolvimento pessoal do
aluno e na melhoria da aprendizagem, levando-o a aprender diferentes formas de se organizar,
de planejar e de esquematizar seus espaços e tempos de estudo.

Nesse contexto, o professor ocupa o papel de facilitador e mediador dessa aprendizagem,


orquestrando e direcionando o planejamento dos estudantes, assim como seus planos de estudo e
cooperação para a aprendizagem. As relações dialógicas e de parceria são essenciais, de modo que
aluno e professor aprendam juntos e descubram os melhores caminhos para o processo de estudo.
Essa relação colaborativa também deve ser incentivada entre os próprios estudantes, promovendo,
assim, o desenvolvimento da ajuda entre os pares que, juntos, buscam melhores estratégias, em um
processo que ultrapassa os limites do acadêmico e pedagógico e passa a ser um processo social.

Desse modo, o componente curricular Estudo Orientado se configura como um espaço para o
processo de construção do aprender a aprender e da elaboração do plano individual de estudo e
desenvolvimento, além de promover diversos aspectos como o diálogo, a monitoria, a colaboração
e o respeito.

Nesse caminho, entendemos que estudar é um ato de transformação cuja importância reside
na possibilidade de ressignificação da aprendizagem, moldando um novo horizonte no sistema
educacional, para contribuir com o nascimento de uma geração de estudantes protagonistas
do seu processo de aprendizagem.

Os estudantes de escolas de educação integral em tempo integral que passam boa parte do dia
na escola, nem sempre conseguem garantir tempo de qualidade e organização em casa para
estudar. Assim, esse componente os orienta e ajuda neste desafio: organização do tempo para
realização das tarefas, para leitura de livros e outras ações importantes para a aprendizagem.

9
1.1 1.2 1.3

Com o desenvolvimento do senso de organização e gestão de tempo e tarefas, os estudantes


poderão direcionar maiores esforços onde têm mais necessidade.

Ao professor de Estudo Orientado cabe orientar os estudantes na construção ou acompanhamento


de seu Cronograma e Plano de Estudos, estimulando a concretização dos mesmos, a fim de
constituir hábitos que os acompanhe em toda sua jornada escolar. Esses planos de estudo
ajudam ao estudante na realização de suas tarefas escolares cotidianas.

Deste modo, é sabido que o professor se torna elemento relevante neste processo de
organização, pois, é o responsável por incentivar os estudantes, tornando-os autônomos e
responsáveis por seu desenvolvimento cognitivo, socioemocional e cultural. Levando-os a:

» ENTENDER a importância do estudo e do processo de escolarização, mesmo os de Anos


Iniciais (ter uma atitude positiva diante da aula);

» VALORIZAR o processo de estudo (desenvolver aptidões como capacidade intelectual,


vontade, hábitos, condições pessoais, familiares);

» SABER como estudar (dominar técnicas e utilizar estratégias que favoreçam a


aprendizagem).

É sabido que criar rotinas, fazer resumos e selecionar técnicas, horários e ambientes adequados
são fundamentais para que o tempo de estudo seja eficiente e qualificado. E para motivar os
estudantes a se dedicarem às atividades deste componente, é importante que os demais saberes
desenvolvidos ao longo desses percursos sejam ligados a contextos reais da sociedade e dos
próprios estudantes, até para que eles entendam a relevância da escola para a compreensão dos
inúmeros desafios da vida em sociedade. Dessa forma, as crianças e adolescentes encontram
significado em sua relação com o conhecimento e o ato de estudar adquire sentido em suas vidas.

Assim, desenvolver hábitos e técnicas de estudo também implica em adaptar o corpo e a mente
a uma rotina produtiva de estudo e pesquisa. Quando saem da Educação Infantil e entram
no Ensino Fundamental, nossos estudantes são apresentados a componentes curriculares mais
complexos que aumentam o seu estímulo cognitivo, como Ciências, Geografia, História, Artes,
Matemática, entre outros. Essa mudança no currículo exige também uma mudança na rotina da
criança e do adolescente para que ele desenvolva as competências propostas. Nesse modelo
educativo, aprender a estudar é fundamental para que o estudante atinja a sua autonomia e seja
protagonista de seu processo formativo.

Para conteúdos, habilidades de outros componentes, entre outras possibilidades. Como exemplo
citamos os elementos referentes à abstração, ao raciocínio lógico, ao letramento científico e
matemático, ao ordenamento, entre outros, para serem desenvolvidos e aplicados durante as
aulas do componente.

10
1.1 1.2 1.3

O componente Estudo Orientado, assim, apresenta-se também como espaço e tempo para a
implementação de possíveis propostas de recomposição de aprendizagem, reforço referente aos
componentes curriculares, implementação de projetos entre outras ações orientadas pela SME ou
pela unidade escolar, com intencionalidade pedagógica e em articulação com a matriz curricular.

Entende-se que além de disponibilizar planos de organização e técnicas de estudo, o componente


intenciona reforçar componentes curriculares, fortalecer habilidades, recompor aprendizagens,
integrar conceitos e rever atividades que possam promover conhecimento. Deste modo, é
possível que o componente apresente orientações específicas da SME para o desenvolvimento
de atividades ao longo do ano ou em momentos determinados e previamente informados.

A seguir, destacamos pontos importantes sobre o que é o componente curricular Estudo Orientado:

» É suporte didático para a compreensão e para a progressão dos estudos das


crianças e adolescentes;

» É momento em que aprender a estudar pode ser o centro da prática de ensino do


professor orientador de estudo;

» É construção, por parte dos estudantes, de hábitos de estudo de forma


independente e criativa;

» É oportunidade de acompanhamento sistemático por parte do professor sobre o


processo de aprendizagem e recomposição de aprendizagem dos estudantes;

» É condição para os estudantes estabelecerem relações entre o conhecimento e


sua aplicação na vida cotidiana;

» É oportunidade para o professor verificar a eficácia do seu próprio trabalho na


condução do ensino e trabalhar articulando sua prática com as demandas das
crianças e adolescentes;

» É uma metodologia que deve favorecer o desenvolvimento da autoconfiança dos


estudantes na sua capacidade de aprender a aprender.

1.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO

C omo sabemos, as escolas de Educação Integral em tempo integral da SME Rio têm como
pilares o foco no desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no
centro.

Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular nessas
escolas, estimulamos a seguinte pergunta: dentre as 10 competências gerais da Base Nacional

11
1.1 1.2 1.3

Comum Curricular (BNCC), quais são as que podem ser mais diretamente desenvolvidas através
deste componente?

Dizemos “mais diretamente” porque, considerando que competência é a capacidade de mobilizar


conhecimentos, habilidades, atividades e valores de forma intencional de acordo com a necessidade,
um único componente acaba por contribuir de alguma forma com o desenvolvimento de todas as
10 competências ao mesmo tempo.

Porém, é possível identificar aquelas principais e esse é um passo indispensável para o processo de
construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente em específico.

Vamos fazer essa reflexão para o Estudo Orientado?

Uma vez que o Estudo Orientado tem como escopo desenvolver hábitos e técnicas de estudo
adequados ao estudante, que proporcionem seu desenvolvimento e autonomia, a partir de práticas
educacionais inovadoras e também oportunizar momentos de recomposição de aprendizagem
e/ou reforço escolar,, pode-se afirmar que este componente contribui mais diretamente com o
desenvolvimento das seguintes competências:

2. PENSAMENTO
10. RESPONSABILIDADE
1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO 7. ARGUMENTAÇÃO
E CIDADANIA
E CRIATIVO

O que: Valorizar O que: Exercitar O que: Argumentar O que: Agir pessoal


e utilizar os a curiosidade com base em fatos, e coletivamente
conhecimentos intelectual e dados e informações com autonomia,
sobre o mundo utilizar as ciências confiáveis. responsabilidade,
físico, social, com criticidade e flexibilidade,
cultural e digital. criatividade. Para: Formular, resiliência e
negociar e defender determinação.
Para: Entender Para: Investigar ideias, pontos de
e explicar a causas, elaborar e vista e decisões Para: Tomar decisões
realidade, testar hipóteses, comuns, com com base em
continuar formular e resolver base em direitos princípios éticos,
aprendendo e problemas e criar humanos, consciência democráticos,
colaborar com a soluções. socioambiental, inclusivos,
sociedade. consumo responsável sustentáveis e
e ética. solidários.

Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf

Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja nos quadros a seguir:

12
1.1 1.2 1.3

1. CONHECIMENTO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Busca, análise e curadoria de fontes e informações.


Busca de
Respeito a normas de citação, direitos de propriedade
informação
intelectual e privacidade. Uso ético.

Listagem, resumo, seleção, conexão, atribuição de


significado e organização de conhecimentos adquiridos.
Aplicação do
Incorporação de estratégias para reter conhecimentos.
conhecimento
Utilização do conhecimento para solucionar problemas
diversos.

Motivação, responsabilidade e autonomia para aprender.


Aprendizagem Colaboração com a aprendizagem dos demais.
Aprendizagem
ao longo da vida Reconhecimento da importância do conhecimento para a
e conhecimento
vida e para intervir na sociedade.

Consciência sobre o que, como e por que aprender.


Definição de necessidades/metas e utilização de
Metacognição
estratégias/ferramentas de aprendizagem adequadas.
Avaliação do que se aprende.

Discussão de ideias. Compartilhamento e construção


Contextualização coletiva de conhecimento. Compreensão e respeito
sociocultural do a valores, crenças e contextos sociais, políticos
conhecimento e multiculturais que influenciam a produção do
conhecimento.

2. PENSAMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO E CRIATIVO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Exploração de Testagem, combinação, modificação e geração de ideias


ideias para atingir objetivos e resolver problemas.

Conexão entre ideias específicas e amplas, prévias e


Conexões
novas, a partir de diferentes caminhos

Criação de
Criação de planos de investigação para pesquisar uma
Criatividade processos de
questão ou solucionar um problema.
investigação

Questionamento e modificação de ideias existentes e


Soluções
criação de soluções inovadoras.

Experimentação de opções e avaliação de riscos e


Execução
incertezas para colocar ideias em prática.

13
1.1 1.2 1.3

Formulação Formulação de perguntas para garantir base sólida para a


de perguntas investigação.

Interpretação de dados e informações com base em


Interpretação
critérios científicos, éticos e estéticos. Posicionamento
de dados
crítico.

Uso de raciocínio indutivo e dedutivo para analisar e


Lógica e raciocínio explicar recursos, soluções e conclusões de processos de
investigação.

Pensamento Formulação de hipóteses. Explicação da relação entre


científico e crítico Desenvolvimento variáveis.
de hipóteses Sustentação de raciocínio com intuição, observação,
modelo ou teoria.

Avaliação do
raciocínio e Análise de argumentos, raciocínios e evidências.
explicação de Aprimoramento da lógica da investigação.
evidências

Comparação, agrupamento e síntese de informações de


Síntese diferentes fontes para produzir conclusões sólidas e evitar
erros de lógica.

7. ARGUMENTAÇÃO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Desenvolvimento de opiniões e argumentos sólidos,


Afirmação
por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e
argumentativa
compreensíveis para o interlocutor.

Desenvolvimento de inferências claras, pertinentes,


Argumentação Inferências
perspicazes e originais.

Expressão de pontos de vista divergentes com


Confronto de
assertividade e respeito. Escuta e aprendizagem com o
pontos de vista
outro.

Interesse e exploração de questões globais,


Perspectiva global compreendendo as interrelações entre problemas,
tendências e sistemas ao redor do mundo.
Consciência
global Reconhecimento da importância, visão sólida e atitude
Consciência respeitosa em relação a questões sociais e ambientais.
socioambiental Engajamento na promoção dos diretos humanos e da
sustentabilidade social e ambiental.

14
1.1 1.2 1.3

10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Posicionamento sólido em relação a direitos e


Incorporação
responsabilidades em contextos locais e globais,
de direitos e
extrapolando interesses individuais e considerando o bem
responsabilidades
comum.

Responsabilidade Tomada de Tomada de decisão de forma consciente, colaborativa e


decisões responsável.

Consideração de fatores objetivos e subjetivos na tomada


Ponderação sobre
de decisão, com avaliação de consequências de suas
consequências
ações e de outros.

Análise e Identificação e incorporação de valores importantes para


incorporação de si e para o coletivo. Atuação com base em valores pessoais
valores próprios apesar das influências externas.
Valores
Reconhecimento e ponderação de valores conflitantes e
Postura ética
dilemas éticos antes de se posicionar e tomar decisões.

Participação ativa na proposição, implementação e


Participação social avaliação de solução para problemas locais, regionais,
e liderança nacionais e globais. Liderança corresponsável em ações e
projetos voltados ao bem comum.
Cidadania
Solução de
Interesse e disposição para lidar com problemas do
problemas
mundo real que demandam novas abordagens ou
ambíguos e
soluções.
complexos

Fonte: https://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progres-
sao.pdf

15
1.1 1.2 1.3

1.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS


METODOLÓGICAS

A o desenvolver as aulas de Estudo Orientado, é importante considerar uma variedade de


estratégias de ensino que estimulem o engajamento, a participação ativa e a autonomia
dos estudantes. Nesse sentido, apresentaremos dois eixos e elementos orientadores
estratégicos que podem servir como base para o planejamento das atividades, a fim de propiciar
a criação de hábitos e organização dos estudantes.

No eixo 1, abordaremos algumas técnicas de estudo.

No eixo 2, apresentaremos algumas possibilidades de como orientar a organização de uma rotina


de estudo.

Por fim, você conhecerá os elementos orientadores estratégicos para apoiar a construção de
atividades neste componente que promovam a organização de rotinas de estudo, mesmo
quando se tratar de recomposição de aprendizagem e/ou reforço escolar, essas orientações e
sugestões podem ser empregadas.

1.2.1 EIXO 1: TÉCNICAS DE ESTUDO

S abemos que estudar é diferente de aprender e, ao longo da vida, mesmo na fase adulta, muitas
vezes nos deparamos com desafios para atingir nossos objetivos ao estudar. Professor, você
já se perguntou como pode capacitar as crianças e adolescentes a se tornarem aprendizes
mais autônomos e alcançarem resultados significativos? Para que isso aconteça é necessário que
os estudantes tenham a oportunidade de "aprender a aprender". Esse caminho envolve conhecer
e saber utilizar diversas ferramentas práticas que otimizem sua rotina de estudos e aprendizado,
além de incentivar a reflexão sobre o próprio processo de aprendizagem.

A seguir, apresentamos algumas das principais técnicas de estudo que podem ser trabalhadas
com as crianças e adolescentes:

» RESUMOS: Ensine os estudantes a como selecionar e sistematizar os elementos mais


significativos e relevantes de um texto ou aula, de forma que exercitem o ordenamento
e a priorização de ideias.

• Comece por textos mais curtos e simples, aumentando, aos poucos, o grau de
complexidade, considerando os tempos e ritmos de aprendizagem dos estudantes;
• Oriente os estudantes a como identificar e selecionar as ideias principais de um texto,
circulando ou sublinhando as mesmas, fazendo anotações do que consideram importante;
• Discuta com os estudantes como escrever o resumo, organizando a introdução e
identificando os tópicos presentes no texto e sua relação e ordem.

» MNEMÔNICOS: Essa técnica tem o objetivo de auxiliar no processo de memorização.


Ao colocar a técnica em prática, são criados gatilhos para que se consiga lembrar de
conteúdos específicos.

16
1.1 1.2 1.3

• Explique e demonstre aos estudantes como eles podem criar acrônimos, imagens mentais
ou associações criativas que os apoiem na memorização;
• Existem algumas variações dessa técnica, veja algumas aplicações:
– Para recordar as cinco fases da mitose: P-MAT (Prófase, Metáfase, Anáfase, Telófase).
– Para lembrar das capitais do sudeste: Sempre bom ver rios. (São Paulo/SP, Belo
Horizonte/MG, Vitória/ES, Rio de Janeiro/RJ).
DICA: Essa técnica pode ser útil para estudar vocabulário em idiomas estrangeiros, lista de
termos científicos ou outros conjuntos de informações.

» AUTOEXPLICAÇÃO: Ao explicar um assunto com suas próprias palavras, os estudantes


conectam o novo conhecimento com o que já sabem, identificam relações entre os
conceitos e criam exemplos ou analogias. Articular e elaborar o conhecimento de forma
ativa, faz com que os estudantes consigam identificar dúvidas, compreender e consolidar
as informações de maneira mais efetiva.

• Ao final da aula, reserve alguns minutos para que os estudantes utilizem essa técnica ao
mesmo tempo;
• Incentive-os a utilizarem essa técnica em casa, prestando atenção em sua voz e
identificando pontos de melhoria para que ao finalizar, repita o processo com o foco nos
pontos mapeados.

» AUTOINTERROGAÇÃO: Essa é uma variação da autoexplicação em que os estudantes


elaboram perguntas e as respondem em voz alta.

• Utilize o mesmo processo da autoexplicação, com enfoque na elaboração das perguntas


e desenvolvimento das respostas.

» USO DE RECURSOS VISUAIS: Ilustrações, mapas mentais, gráficos e diagramas podem ser
empregados para representar conceitos e informações de maneira visualmente atrativa e
organizada. Essa técnica auxilia na retenção e na compreensão de conteúdos complexos.

• Comece com mapas mentais, entre outros recursos, mais simples e que apresentem mais
imagens aumente o grau de complexidade gradativamente.

SE LIGA!
Essas são apenas algumas possibilidades a serem exploradas. Ao longo do ano, é importante
permitir que os estudantes experimentem diferentes técnicas de estudo. Professor(a), atenção
às adaptações necessárias destas sugestões para o ano de escolaridade dos estudantes.

17
1.1 1.2 1.3

1.2.2 EIXO 2: ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS

A
lém de conhecerem técnicas de estudo variadas e serem capazes de escolher quais delas
e em que momento as utilizar, os estudantes precisam aprender a estruturar sua rotina.
Esse é um processo que envolve desde se organizar para estudar até executar o que foi
planejado e entender a importância de uma postura autônoma e responsável frente ao aprendizado.
As crianças e adolescentes devem ser incentivados e ensinados a:

» Priorizar as habilidades que serão o foco da sua atenção durante a semana, mês ou
bimestre, considerando seus desafios;

» Estabelecer metas de estudo considerando as habilidades previstas para o bimestre;

» Criar planos de estudo;

» Estabelecer formas de monitorar o seu progresso e de fazer ajustes quando em seu


plano necessário;

» Estruturar uma rotina (semanal/mensal de estudos);

» Gerenciar seu tempo;

Abaixo, apresentamos uma lista de ações que pode ser adaptada conforme as necessidades
da turma e compartilhada com os estudantes para auxiliá-los a estabelecer e aprimorar sua
rotina de estudos, sempre observando e adequando ao ano de escolaridade do estudante.

ENSINO FUNDAMENTAL I

Lista de organização para estudar

Na escola:
» Mantenha sua mochila, estojo, cadernos e outros materiais sempre organizados;

» Durante a aula, preste atenção às explicações do professor;

» Levante a mão e faça perguntas para entender sempre que precisar;

» Ao final das aulas reflita sobre as perguntas abaixo:


• Prestei atenção às explicações do professor?
• Me empenhei em fazer as atividades da aula com capricho?
• Realizei todas as tarefas solicitadas?
• Participei ativamente da aula?
• Respeitei as opiniões diferentes da minha?

18
1.1 1.2 1.3

Em casa:
» Crie uma rotina de estudo, isto é, tente estudar sempre no mesmo horário;
» Estude sempre no lugar mais silencioso que puder;
» Evite se distrair parando para brincar, mexer no celular, ouvir música ou
conversar;
» Leia as instruções das tarefas com calma antes de começar, se precisar, leia mais
de uma vez;
» Se estiver cansado antes de terminar, faça uma pausa. Levante-se, estique o
corpo, tome uma água e depois volte aos estudos;
» Organize seu material na mochila no dia anterior para não esquecer de levar
nada.

Lembre-se de que você é capaz e está aqui para aprender e crescer!


Acredite em si mesmo!

ENSINO FUNDAMENTAL II

Lista de preparação para estudar

Antes de Começar

Organização: Certifique-se de que seu espaço de estudo esteja limpo e organizado.


Materiais: Tenha todos os materiais necessários, como livros, cadernos, lápis e papel, à
mão.
Local Silencioso: Escolha um local tranquilo, livre de distrações e barulhos excessivos.
Tempo: Defina um período de tempo específico para estudar.
Objetivos: Saiba o que precisa estudar e quais tarefas deseja realizar.

Durante o estudo

Desligar distrações: Coloque o celular em modo silencioso e se afaste de jogos ou redes


sociais.
Foco total: Concentre-se apenas na tarefa em mãos, evitando distrações.
Técnicas de Estudo: Use técnicas como resumos, mapas mentais e outras, se necessário.
Anotações: Faça anotações importantes à medida que estuda para ajudar a lembrar o
que aprendeu.
Perguntas: Anote as dúvidas que surgirem para que você possa esclarecê-las depois.

19
1.1 1.2 1.3

Durante as pausas

Alongamento: Faça alguns alongamentos rápidos para relaxar o corpo.


Movimente-se: Dê uma volta rápida ou faça algo de que você goste para descansar a mente.

Após o estudo

Revisão rápida: Revise as anotações e o que estudou para reforçar o aprendizado.


Planejamento: Planeje o que estudará na próxima sessão de estudo.
Comemore conquistas: Celebre o progresso feito durante a sessão de estudo.

Lembre-se de que cada pessoa tem suas próprias preferências e necessidades, então,
personalize esta lista de acordo com o que funciona melhor para você. O importante é
criar uma rotina de estudos que ajude você a se concentrar e aproveitar ao máximo o
tempo de estudo.

Conseguir visualizar com antecedência como será cada dia de estudo da semana favorece que
as crianças e adolescentes, ao se planejar, antecipem suas necessidades, evitando que esqueçam
de realizar tarefas ou tenham pouco tempo para estudar para provas, fazer pesquisas e trabalhos.

SE LIGA!
Ao incentivar e propor que as crianças e adolescentes façam cronogramas e planos de
estudos, incentive-os a estabelecerem metas de aprendizado, definindo objetivos de
curto, médio e longo prazo! Uma meta de curto prazo pode ser, por exemplo, seguir o
cronograma proposto durante uma semana inteira. Já uma meta de médio prazo pode
envolver aprender um conteúdo que apresenta dificuldade para a próxima prova.

Ao alcançar qualquer meta, não importando o tamanho, é importante que o estudante


reconheça e comemore essa conquista. No caso de não atingir a meta, é necessário buscar
compreender o que aconteceu para fazer ajustes e progredir. E, por último, lembre os
estudantes, quando for preciso, que o rendimento nos estudos nem sempre é o mesmo, e
imprevistos podem ocorrer impactando o cronograma. O importante é seguir em frente,
buscando atingir seus objetivos ao longo do ano!

Lembre-se também, professor(a) de que, mesmo para os estudantes de anos iniciais é


importante organizar e contruir hábitos e rotinas de estudo.

20
1.1 1.2 1.3

1.2.3 ESTRATÉGIA: ELEMENTOS ORIENTADORES

P
ara a construção de atividades que promovam o aprendizado referente ao componente
Estudo Orientado sugerimos que o professor desenvolva um plano de estudos, de acordo
com o ano de escolaridade dos estudantes e com a intencionalidade pedagógica definida
para o componente pela SME e/ou escola, com atividades relacionadas aos seguintes campos:

Letramento científico Ordenamento Raciocínio lógico Abstração

Essa sugestão intenciona contribuir para o desenvolvimento de habilidades ligadas a esses campos,
os quais entendemos precisam ser reforçados e aplicados de forma diferenciada e inovadora.

É importante que, sempre que possível, o professor busque construir e propor atividades referentes
ao plano de estudo, a partir dos interesses dos estudantes.

Apresentamos como exemplo possibilidades de atividades que utilizem letramento científico,


ordenamento, raciocínio lógico e abstração por meio da aplicação, reflexão e desenvolvimento
de jogos, gráficos, mapas, tabelas, linhas do tempo, entre outros. A partir dessas possibilidades
de atividades sugeridas podemos explorar as técnicas de estudo e orientações de estudos e
desenvolver habilidades nesses campos, promovendo a construção do plano de estudos.

É possível também a produção do plano de estudos a partir da construção e implementação de


projetos que sejam de interesse dos estudantes e da comunidade escolar. E quando possível que
permeiem os elementos orientadores sugeridos.

Abaixo estão alguns pontos que podem ser explorados na construção e aplicação de atividades
usando jogos, gráficos, mapas, tabelas, linhas do tempo, entre outros:

Formulação de perguntas: Incentive os estudantes a desenvolverem habilidades de formulação


de perguntas durante o estudo e momentos de pesquisa. Encoraje-os a questionar o que estão
aprendendo, a levantar dúvidas e a buscar respostas por meio da pesquisa e investigação. Aqui
vale desenvolver com os estudantes atividades para que entendam como elaborar perguntas
reflexivas que os façam aprofundar seus conhecimentos sobre um determinado tema.

» O primeiro passo, pode ser fazê-los entender que uma pergunta de resposta binária (do tipo
sim ou não) não aprofunda a reflexão. É preciso que eles foquem em questionamentos que
promovam a reflexão sobre mais detalhes do tema em estudo e que resultem em respostas
mais específicas, tais como: porque algo precisa ser esclarecido (problema ou desafio a
ser estudado); qual é o contexto a ser estudado (a descrição do fenômeno em si); quem
são as pessoas ou seres impactados ou envolvidos no processo (definição dos atores que
são impactados pelo desafio ou fenômeno em estudo); como esse fenômeno ou evento
ocorre (quais as fases do percurso ou processo formativo em desenvolvimento e como
cada estudante deverá se organizar para participar e estudar ativamente); onde esse evento

21
1.1 1.2 1.3

ou fenômeno ocorre (qual ou quais as características dos principais contextos onde essas
ocorrências podem ser identificadas); quando ocorre (indicação dos momentos em que o
fenômeno ocorre, se é recorrente ou pontual).

» Vamos a um exemplo: Considere que os estudantes tenham acesso a seguinte informação:


"Os planetas do Sistema Solar orbitam ao redor do Sol." Uma pergunta simples, embora
não binária, a ser feita seria: “Quantos (ou quais) são os planetas do Sistema Solar?” Seguem
algumas possibilidades de perguntas reflexivas: "Por que os movimentos dos planetas
em suas órbitas ao redor do Sol são influenciados pela gravidade?"; “Como a gravidade
influencia os movimentos dos planetas em suas órbitas ao redor do Sol?”; “Como esse
movimento impacta na manutenção da vida na Terra?”; Quais fatores podem influenciar
nesse equilíbrio e como promovê-los ou demonstrá-los?; Qual a relação entre a força
gravitacional e os movimentos e órbitas dos Planetas?

Interpretação de dados: Promova atividades em que os estudantes analisem dados e informações,


compreendendo como interpretar e tirar conclusões a partir deles. Isso pode envolver a análise
de gráficos, tabelas, experimentos e textos científicos, desenvolvendo sua capacidade de
compreender e utilizar evidências.

» Parta de atividades simples como responder a uma pergunta do tipo “Qual é a cidade
que consome mais café no Brasil?”, fornecendo gráficos e tabelas que possibilitem que os
estudantes obtenham a resposta e também tenham acesso a informações relacionadas,
como dados sobre a produção anual de café no país, preço, exportação; despertando seu
interesse e promovendo debate.

Raciocínio lógico: Estimule o pensamento lógico por meio de exercícios que envolvam a resolução
de problemas e a análise de argumentos. Isso ajuda os estudantes a desenvolverem habilidades de
pensamento crítico e a aplicarem a lógica em diferentes contextos. Relembre os principais tipos
de raciocínio lógico:

» Raciocínio Dedutivo: Parte de premissas gerais ou universais para chegar a uma


conclusão específica. É baseado na lógica formal. Exemplo: Premissa 1 - Todos os
quadrados possuem quatro lados iguais, Premissa 2 - O objeto A é um quadrado,
Conclusão: Portanto, o objeto A possui quatro lados iguais.

» Raciocínio Indutivo: Parte de observações ou evidências específicas para chegar a


uma conclusão geral ou provável. É baseado na probabilidade. Exemplo: Observação
1 - Todos os números pares observados até agora são divisíveis por 2. Observação 2 -
Mais um número par é encontrado e também é divisível por 2. Conclusão: É provável que
todos os números pares sejam divisíveis por 2.

Explore o processo científico: Introduza os estudantes ao método científico e ao papel das


hipóteses na investigação científica. Ensine-os a formular hipóteses testáveis e a compreender a
importância de desenvolver suposições baseadas em evidências e conhecimentos prévios.

22
1.1 1.2 1.3

» Um exemplo de atividade que favorece esse desenvolvimento é estudar o crescimento


de plantas expostas à luz solar direta em comparação com plantas mantidas no escuro.

» Com base em seus conhecimentos prévios sobre a fotossíntese, os estudantes formulam


a hipótese de que as plantas expostas à luz solar cresceriam mais saudáveis do que
aquelas no escuro.

» Para testar suas hipóteses, oriente que realizem o experimento e registrem o


crescimento das plantas ao longo de algumas semanas.

» Ao analisarem os resultados, as crianças e adolescentes compreendem a importância


de formular hipóteses testáveis e de utilizar evidências e conhecimentos prévios para
conduzir uma investigação científica precisa e fundamentada.

Aplicação de hipóteses: Incentive os estudantes a aplicarem o desenvolvimento de hipóteses em


diferentes contextos. Isso pode ser feito ao realizar projetos, investigações científicas ou estudos
de caso, nos quais os estudantes formulem hipóteses e então, as testem por meio de coleta de
dados e análise.

» Uma aplicação prática seria investigar com os estudantes, a partir de conceitos


geográficos e dados disponíveis na Internet, a distribuição das chuvas em diferentes
regiões da cidade.

» Inicialmente com base nas observações sobre o clima local, cada estudante ou grupo
formula uma hipótese, como por exemplo: “As áreas próximas aos rios recebem uma
maior quantidade de chuva.” ou “Nos bairros mais altos chove mais”.

» Ao coletarem dados de precipitação em diferentes pontos da cidade, confirmam, neste


caso, a primeira hipótese inicial. Já a segunda hipótese seria descartada.

» O principal objetivo de atividades como essa é que os estudantes compreendam


a importância de desenvolver pesquisas baseadas em evidências para melhor
compreender os fenômenos naturais que os cercam.

23
1.1 1.2 1.3

1.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES

É importante considerar para o planejamento de atividades do componente, a criação de


ambientes de aprendizado significativos e a capacidade de autogestão dos processos
de estudo, que são fatores cruciais para o desenvolvimento dos estudantes em Estudo
Orientado.

Nessa perspectiva, apresentamos como sugestão de apoio para o professor um instrumento


voltado para o planejamento dos estudantes. Ele pode ser adaptado de acordo com o contexto e
as necessidades da turma.

Instrumento de planejamento para o estudante

Professor, este instrumento direciona a atenção dos estudantes para sua autogestão, orientando-
os na criação de rotinas de estudo, estabelecimento de metas e aplicação de estratégias de
aprendizado eficazes.

Para os primeiros anos dos Anos Iniciais (1º, 2º e 3º anos), considerando que os estudantes ainda
estão no processo de aquisição da leitura e da escrita e se familiarizando com a rotina do Ensino
Fundamental, nossa sugestão é que o instrumento de planejamento do percurso formativo seja mais
visual, ainda assim, as crianças vão precisar do seu apoio e sua facilitação para o preenchimento.

Vamos trabalhar com um instrumento mais simples, mas que contenha todas as informações
necessárias para o acompanhamento do tempo e qualidade de estudo dos estudantes:

CRONOGRAMA DE ESTUDOS – ANOS INICIAIS 1º, 2º E 3º ANOS

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus
estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje

😊📚⏰
Tempo:

24
1.1 1.2 1.3

Você conseguiu
fazer a atividade
do dia?

🫣
😳
😀
O que você mais
gostou nessa
atividade?

Você teve alguma


dificuldade para
fazer a atividade?

🫤🚧
😮💨💪
😀🏁

25
1.1 1.2 1.3

Para os 4º, 5º e 6º anos, vamos trabalhar com o uso de imagens e textos adequados ao momento
do ciclo de alfabetização e letramento dos estudantes:

CRONOGRAMA DE ESTUDOS – ANOS INICIAIS 4º, 5º E 6º ANOS

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus
estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje

😊📚⏰
Tempo:

Você conseguiu
fazer a atividade
do dia?

🫣
😳
😀
O que você mais
gostou nessa
atividade?

26
1.1 1.2 1.3

Você teve alguma


dificuldade para
fazer a atividade?

🫤🚧
😮💨💪
😀🏁
Para os 7º, 8º e 9º anos, as imagens terão um caráter ilustrativo e interativo com os estudantes e o
preenchimento do instrumento será feito com respostas escritas das seguintes perguntas:

» Horário/tempo: Em que horário eu irei estudar? Por quanto tempo estudarei? Considere
as atividades e objetivos do dia.

» Objetivos: Quais objetivos e atividades foram definidos em sala de aula com o professor
e o restante da turma?

» Meta: Qual é a minha meta do dia? Indique que “produto” você terá ao final do tempo
de estudo.

» Estratégias/técnicas: Que estratégias/técnicas de estudo são mais indicadas para fazer


as atividades?

CRONOGRAMA DE ESTUDOS – ANOS FINAIS 7º, 8º E 9º ANOS

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA

Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus Sobre meus
estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje estudos hoje

😊📚⏰
Horário/tempo
Em que horário
eu irei estudar?
Por quanto
tempo estudarei?
Considere as
atividades e
objetivos do dia.
(Os estudantes
deverão escrever
suas respostas.)

27
1.1 1.2 1.3

Objetivos
Quais objetivos
e atividades
foram definidos
em sala de aula
com o professor
e o restante da
turma?

Meta
Qual é a minha
meta do dia?
Indique que
entregas você
fará ao final do
tempo de estudo.

Estratégias/
técnicas
Que estratégias/
técnicas de
estudo são
mais indicadas
para fazer as
atividades?

Ao encorajar nossos estudantes a se tornarem protagonistas ativos de seu próprio aprendizado,


estamos preparando-os não apenas para os desafios acadêmicos, mas também para os desafios
que encontrarão ao longo de suas vidas.

28
2. Projeto de vida
SUMÁRIO

2 PROJETO DE VIDA 29
2.1 DE ONDE PARTIMOS? 31
2.1.1 OBJETIVOS DO COMPONENTE 32
2.1.2 ORIENTAÇÕES CURRICULARES 34
2.1.3 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 41

2.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 46


2.2.1 EIXO 1: COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIAIS 46
2.2.2 EIXO 2: PROTAGONISMO 47
2.2.3 ESTRATÉGIA: ELEMENTOS ORIENTADORES 48

2.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 49


2.3.1 SUGESTÃO DE "DIÁRIO DE BORDO" 49
2.3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES 51
2.3.3 SUGESTÕES DE FILMES 60
2.1 2.2 2.3

2.1 DE ONDE PARTIMOS?

C
omo todos os componentes curriculares da matriz diversificada, Projeto de Vida tem
objetivos pedagógicos e metodologia singulares. Por isso, criamos esse documento
orientador com objetivo de apoiar você - diretor, coordenador ou professor - nos processos
de planejamento e implementação deste componente.

Entendemos como Projeto de Vida o momento em que os estudantes podem refletir sobre suas
aspirações, metas e valores pessoais, bem como suas perspectivas para o futuro. Esse componente
curricular busca auxiliá-los na identificação de seus desejos e interesses e por meio de atividades
e ferramentas, busca capacitar os estudantes a planejarem suas trajetórias de vida, levando em
consideração suas habilidades, aptidões e sonhos, encorajando-os a desenvolver a autonomia e
consciência necessárias para tomarem decisões responsáveis e éticas, tanto no âmbito pessoal
quanto profissional.

Nos tempos da matriz curricular destinados ao componente Projeto de Vida, é preciso também
possibilitar aos estudantes a construção de sua linha do tempo considerando suas relações com os
ambientes escolar, familiar, local e global. É o momento para torná-los cada vez mais conscientes de
sua própria individualidade e identidade através da visualização sistematizada de suas descobertas,
valores, escolhas, conquistas, perdas e desafios do passado, do presente e dos futuros possíveis.

Assim, este componente curricular prevê o fortalecimento das competências socioemocionais em


total integração com as competências cognitivas. Por meio dele se pretende o desenvolvimento de
3 dimensões dos estudantes que dialogam com o Projeto de Vida: a construção de identidade, a
projeção para o futuro e a relação com os aspectos de sua vida cotidiana e o mundo em que vivem.

É relevante perceber que a educação desejada, frente à sociedade da informação e à transformação,


é a que contempla o ser humano integral. “Não somos somente seres de cognição, de aprendizagens.
Somos comunicação, afetos e relacionamentos (BOY, 2019, p. 22).”

Essa perspectiva articula as diferentes etapas do desenvolvimento (afetivo, físico, social e


cognitivo), investindo, intencionalmente, nos aspectos afetivos dos estudantes, ou seja, nas
competências socioemocionais. Conforme já mencionado, podemos inferir que cognição e
afetividade são inseparáveis, devendo ser tratadas com a mesma importância na formação das
crianças e adolescentes, superando a suposta dicotomia entre emoção e razão e contribuindo
para a concretização do que conceituamos como Educação Integral.

Partindo dessa reflexão, qual seria a definição de competências socioemocionais?

Em linhas gerais, competências socioemocionais se referem à capacidade de mobilizar, articular e


colocar em prática conhecimentos, valores atitudes e habilidades para se relacionar com os outros
e consigo mesmo, assim como estabelecer e atingir objetivos e enfrentar situações adversas
de maneira criativa e construtiva. São capacidades individuais que podem ser manifestadas em
pensamentos, sentimentos e comportamentos de cada pessoa (BOY, 2019, p. 22).

31
2.1 2.2 2.3

2.1.1 OBJETIVOS DO COMPONENTE

É
objetivo do Projeto de Vida oferecer aos estudantes condições de planejar sua vida e
construir o caminho até os seus sonhos.

O Projeto de Vida busca formar um estudante capaz de:

1. Compreender a importância dos valores para a convivência social;

2. Compreender a importância da formação acadêmica para qualquer projeto futuro;

3. Reconhecer a si e ao outro;

4. Cuidar de si, do outro e do espaço em que está inserido;

5. 
Refletir sobre sua participação no contexto familiar, social e cultural e compreender a
interferência desses contextos na sua história;

6. 
Conhecer seu potencial como agente transformador do seu meio e ser consciente de
seu papel na sociedade;

7. Refletir sobre suas intenções e desejos expressos a partir de seus sonhos;

8. Realizar um projeto e compreender as vantagens do planejamento;

9. Avaliar ações e redefinir caminhos que efetivam sonhos e desejos individuais e


coletivos;

10. 
Refletir sobre suas características e potencialidades e o que pode ser transformado
(forças e fraquezas);

11. Compreender que é possível lidar com as adversidades.

A partir dos objetivos do Projeto de Vida, visando delinear o caminho a ser percorrido para o
desenvolvimento dessas habilidades, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos para
cada ano de escolaridade:

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA 6º E 7º ANO

» Criar regras de convivência, respeitando-as e as mantendo atualizadas;

» Iniciar o processo de criação do registro de seu Projeto de Vida com metas e


objetivos;

» Trabalhar o autoconhecimento e a autoestima dentro de seu contexto familiar, social


e cultural;

» Desenvolver o sentimento de preservação e conservação do meio ambiente, a


começar pelo ambiente escolar;

» Desenvolver o processo de construção identitária;

32
2.1 2.2 2.3

» Trabalhar e refletir os valores para um bom convívio social.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O 8º ANO

» Revisar e reafirmar as regras de convivência, respeitando-as e as mantendo


atualizadas;

» Trabalhar o autoconhecimento e a autoestima dentro de seu contexto familiar, social


e cultural;

» Promover a autocrítica no processo de construção identitária;

» Compreender o espaço escolar como ambiente de construção do conhecimento;

» Trabalhar o pensamento crítico em relação à sociedade e a si mesmo;

» Refletir sobre o seu papel social enquanto sujeito dentro de uma coletividade;

» Desenvolver a noção da importância do autocuidado e estabelecer uma relação com


seus projetos de futuro;

» Exercitar sonhos, desejos e ambições;

» Iniciar um trabalho de conscientização em relação às perspectivas de futuro e


possíveis profissões.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA O 9º ANO

» Revisar e reafirmar as regras de convivência, respeitando-as e as mantendo


atualizadas;

» Ajudar o aluno a reconhecer diferentes possibilidades que contemplem seus sonhos;

» Formar alunos com desejos de ingressar em escolas de excelência acadêmica e que


contemplem seus sonhos e projetos de vida;

» Ajudar alunos egressos (que desejem retornar à escola) e que eles sejam exemplos
inspiradores;

» Valorizar o currículo oculto do aluno, descobrindo aptidões e os estimulando para


novas perspectivas;

» Aprofundar conhecimento sobre alternativas e possibilidades para prosseguir nos


estudos;

» Auxiliar na identificação de vocações e aptidões pessoais, possibilitando a


compreensão das especificidades de cada profissão;

» Aprofundar aspectos referentes ao mundo do trabalho e futuras profissões, como:


pré-requisitos, preenchimento de formulários, interpretação de editais de concursos,
locais de formação e especialização profissional, salários e benefícios e confecção de
currículo vitae;

33
2.1 2.2 2.3

» Estimular o pensamento crítico, a autocrítica e a reflexão pessoal;

» Registrar o seu Projeto de Vida estabelecendo metas e objetivos.

A partir do conhecimento dos objetivos do componente curricular Projeto de Vida, apontamos o


real desafio diário: Mas, o que é necessário para que o Projeto de Vida aconteça? Assim, indicamos
alguns caminhos possíveis para contribuir com a prática diária do docente:

� Sempre motivar os alunos;

� Oferecer feedbacks;

� Valorizar o esforço;

� Estabelecer um ambiente seguro onde erros sejam considerados oportunidades de


aprendizagem;

� Fazer demonstrações e analogias, partindo de exemplos concretos e progredindo


gradualmente para o abstrato, concretizando o pensamento;

� Manter o foco no processo e não somente nos resultados.

Destacamos que é por meio da elaboração de um Projeto de vida que os estudantes podem
transformar sonhos em metas mensuráveis e realizáveis, envolvendo as dimensões da afetividade,
da corporeidade, da transcendência, além da dimensão cognitiva, elementos estes que compõem
o que denominamos Educação Integral.

Essas metas são desdobradas em etapas que se transformam numa espécie de “mapa de navegação”,
para que o próprio estudante realize o monitoramento e entenda as possíveis transformações
que vão surgindo na sua trajetória pessoal, além das oportunidades que exigirão escolhas mais
acertadas, uma vez que o Projeto de Vida é o início de um planejamento de desenvolvimento
pessoal e social, no qual o estudante se torna capaz de enxergar os seus sonhos, com ajuda de um
plano gradual e estruturado.

2.1.2 ORIENTAÇÕES CURRICULARES

N
este componente, o professor assume um papel essencial como mediador no
desenvolvimento da identidade e aprendizado dos estudantes, priorizando uma abordagem
construtiva e participativa do conhecimento. Assim, é importante que o professor inspire e
apoie as ações do Projeto de Vida dos estudantes, sendo inovador, aberto a novidades, motivador,
criativo, carismático e sensível. Dessa forma, a habilidade de planejar e implementar aulas atrativas
de Projeto de Vida se destaca como crucial para promover a interação e o engajamento dos
estudantes.

Nessa perspectiva, é ideal que os professores que lecionam as aulas de Projeto de Vida sejam
apresentados a esse componente curricular e entendam a importância de trabalhar a partir das

34
2.1 2.2 2.3

orientações curriculares em cada ano de escolaridade, além de participar de encontros periódicos


para fortalecimento dos conceitos e troca de experiências.

Podemos dizer que o Projeto de Vida, num sentido


amplo, é um exercício constante de tornar visível, na
nossa linha do tempo, nossas descobertas, valores,
escolhas, perdas e desafios futuros, aumentando nossa
percepção, aprendendo com os erros e projetando
novos cenários de curto e médio prazo. É um roteiro
aberto de autoaprendizagem, multidimensional, em
contínua construção e revisão, que pode se modificar,
adaptar-se e se transformar ao longo da nossa vida.

Trata-se, enfim, de proporcionar aos estudantes a ocasião de pensar sobre seu futuro à luz do
presente, sem perder, porém, a indispensável dimensão da utopia, relacionando o individual e o
coletivo, na compreensão de que não nos educamos sozinhos.

Neste adensar de ideias, o Projeto de Vida estimula a busca de “trilhas de vida com significado útil
pessoal e socialmente [...]. Não são roteiros fechados, mas abertos, adaptados às necessidades de
cada um.” (MORAN, 2018, p. 7)

A concepção metodológica desenvolvida para o Projeto de Vida prima sempre pela experiência
(já vivida ou recriada) para, a partir dela, desenvolver reflexão e gerar ação. Esses três passos
- experiência, reflexão e ação - foram resgatados da prática pedagógica de Paulo Freire, pois
apostamos na construção de sentido, para que o aprendizado desenvolvido no Projeto de Vida
seja autenticamente significativo.

Assim, nosso pontapé inicial, qualquer que seja o conteúdo, é uma experiência que vai além do
puramente intelectual, entendendo que o caminho do afeto toca dimensões do humano que não
permitem a indiferença.

Com base nas indicações apresentadas acima, foram elaboradas para o Projeto de Vida Orientações
Curriculares para cada ano de escolaridade, identificando os objetos de conhecimento, habilidades
e objetivos de aprendizagem.

35
2.1 2.2 2.3

Essas orientações foram idealizadas com base nos objetivos específicos de cada ano e escalonadas
de acordo com as expectativas de aprendizagem para cada fase de desenvolvimento do estudante
considerando seu ritmo e maturidade.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 6º E 7º ANO) – 1º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Aprender a lidar com planejamento e » Apresentação de valores à luz das sete


estabelecimento de objetivos em médio Aprendizagens Básicas para a convivência Social
prazo; de Bernardo Toro;
» Trabalhar em grupo a construção de » Apresentação dos objetivos do Projeto de Vida
regras que possibilitem o crescimento e a sua relação com a formação do estudante
coletivo; protagonista e cidadão;
» Perceber a importância do » Valores - apresentação dos valores para o
estabelecimento dos valores para reger convívio social;
a própria vida;
» Valores - amizade e respeito;
» Reconhecer o valor da interdependência
» Introdução às Sete Aprendizagens Básicas para a
humana;
Convivência Social;
» Saber ouvir e acolher a novidade;
» As Sete Aprendizagens Básicas para a
» Reconhecer em si mesmo o preconceito convivência - aprender a respeitar o semelhante;
e o estereótipo;
» As Sete Aprendizagens Básicas para a
» Fundamentar a importância ou a convivência - aprender a comunicar-se;
necessidade do diálogo.
» Contrato de Convivência - definição das regras.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 6º E 7º ANO) – 2º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Perceber a importância de interagir » As Sete Aprendizagens Básicas para a


harmoniosamente com o outro, respeitando convivência - Aprender a interagir;
as diferenças.
» As Sete Aprendizagens Básicas para a
» Exercitar a democracia como valor; convivência - Aprender a decidir em grupo;
» Desenvolver a noção da importância do » As Sete Aprendizagens Básicas para a
autocuidado; convivência - Aprender a se cuidar;
» Estabelecer uma relação de cuidado com o » As Sete Aprendizagens Básicas para a
ambiente e criar algo esteticamente bonito a convivência - Aprender a cuidar do lugar em
partir de algo inesperado; que vivemos;
» Valorizar a cultura herdada como forma de » As Sete Aprendizagens Básicas para a
preservação dos ideais e valores coletivos; convivência - Aprender a valorizar o saber
social;
» Vivenciar a experiência da criação de regras
coletivas. » Revisão e fechamento das Sete Regras para a
convivência.

36
2.1 2.2 2.3

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 6º E 7º ANO) – 3º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Compreender as etapas necessárias para » Introdução às etapas do projeto;


elaboração de um projeto;
» Conceito de variáveis que afetam o
» Refletir sobre imprevisibilidade das coisas; projeto;
» Desenvolver a noção de organização individual » Etapas e variáveis de um projeto;
e coletiva;
» Variável tempo;
» Reconhecer as vantagens de uma divisão
» Plano de ação;
adequada do tempo entre deveres e diversão;
» Definição de um projeto concreto;
» Desenvolver a capacidade de vislumbrar um
futuro e compreender como isto depende das » Levantamento das variáveis que podem
decisões que tomam hoje; interferir ajudando ou atrapalhando o
projeto;
» Exercitar a autonomia na elaboração de uma
atividade. » Definição das metas escalonadas.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 6º E 7º ANO) – 4º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Estabelecer vínculos entre o planejado e o » Desenvolvimento do Plano de Ação;


executado;
» Execução do Plano de ação;
» Efetivar uma ideia por meio de trabalho
» Continuação do plano de ação;
concreto;
» Exposição do trabalho realizado;
» Exercitar a fala em público e a apresentação
de trabalho elaborado; » Avaliação e fechamento do ano.
» Desenvolver o senso de autoavaliação.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 8º ANO) – 1º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Saber ouvir e refletir a partir do que ouviu; » Revisão dos conceitos e objetivos e
reafirmação das Regras de Convivência;
» Incorporar elementos da história de uma
história apresentada para a própria vida; » Exemplo de uma história de sucesso;
» Desenvolver a capacidade de pesquisa e » Sensibilização para o autoconhecimento;
seleção;
» Variáveis na nossa vida;
» Exercitar a capacidade de improviso;
» Identificação de Forças, Oportunidades,
» Perceber o valor do consenso; Fraquezas e ameaças do exemplo de uma
história de sucesso (Matriz FOFA);
» Desvelar as possibilidades abertas pela
dinâmica (Matriz FOFA); » Matriz FOFA do exemplo de uma história de
sucesso;
» Atribuir valor às escolhas dos outros;
» Escada dos sonhos (referente ao exemplo de
» Exercitar a oralidade e o respeito. história de sucesso).

37
2.1 2.2 2.3

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 8º ANO) – 2º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Refletir livremente sobre os sonhos e desejos para o » Revisão dos conceitos e objetivos
futuro; e reafirmação das Regras de
Convivência;
» Perceber a importância de enxergar onde se está e
aonde se quer chegar para não caminhar sem direção; » Exemplo de uma história de
sucesso;
» Valorizar o presente e perceber a importância de
estar bem e feliz durante todo o percurso; » Sensibilização para o
autoconhecimento;
» Desenvolver a noção de que é preciso se conhecer
para conviver bem consigo mesmo; » Variáveis na nossa vida;
» Refletir sobre as características positivas e negativas; » Identificação de Forças,
Oportunidades, Fraquezas e
» Exercitar a capacidade de analisar o ambiente em que ameaças do exemplo de uma
vive; história de sucesso (Matriz FOFA);
» Estabelecer uma relação entre vida atual e futura; » Matriz FOFA do exemplo de uma
» Incorporar elementos da análise realizada na própria história de sucesso;
vida; » Escada dos sonhos (referente ao
» Estabelecer uma relação do Projeto de Vida com o exemplo de história de sucesso).
autocuidado;
» Exercitar a reflexão em grupo a partir das percepções
estabelecidas.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 8º ANO) – 3º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Reconhecer características próprias, suas forças e » Identificar forças,


fraquezas; oportunidades, fraquezas e
ameaças pessoais;
» Relacionar suas características com seu sonho;
» Visão Otimista;
» Compreender que se deve buscar os sonhos com ações
pautadas em valores éticos de respeito a si e ao outro; » Resiliência;
» Reconhecer os benefícios de se valorizar o lado bom das » Determinação;
coisas;
» Tomada de decisão;
» Identificar em si mesmo a capacidade de superar desafios
» Valorização dos pontos fortes;
que a vida nos apresenta;
» Potencialização dos pontos
» Incorporar à sua prática cotidiana a determinação como
fortes e oportunidades.
valor;
» Exercitar o poder de decisão;
» Reconhecer em si valores que podem ser desenvolvidos
positiva ou negativamente;
» Exercitar a capacidade de autoavaliação;
» Desenvolver o senso de autoavaliação.

38
2.1 2.2 2.3

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 8º ANO) – 4º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Reconhecer a importância de se estabelecer » Neutralização das ameaças e


metas e superar as dificuldades; estabelecimento de metas;
» Concretizar uma ideia num trabalho; » Plano de ação baseado nas etapas do
projeto (sonho em degraus);
» Exercitar a oralidade e o respeito;
» Culminância;
» Desenvolver a capacidade de avaliar o
percurso feito. » Avaliação e fechamento do ano.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 9º ANO) – 1º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Exercitar o saber ouvir e refletir a partir do » Convivência;


que ouviu;
» Revisão do Projeto de Vida realizado no 8º
» Perceber os ganhos ao se reavaliar uma ano;
decisão;
» A importância da escola na formação do
» Refletir sobre a importância da escola para indivíduo;
sua vida;
» Abrindo os horizontes (apresentar diferentes
» Refletir sobre o sentido do trabalho na nossa possibilidades de profissões);
vida;
» Valorização do potencial pessoal e das
» Perceber a diversidade de possibilidades habilidades de planejamento como
para sua vida profissional futura; ferramentas para a vida futura;
» Exercitar a capacidade de se planejar; » Características importantes para o sucesso
em qualquer ambiente e em qualquer
» Perceber a importância da realização pessoal profissão.
para os projetos estabelecidos.

39
2.1 2.2 2.3

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 9º ANO) – 2º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Refletir sobre o que nos leva ao sucesso; » Habilidades / Sucesso;


» Exercitar a escuta e o respeito; » Painel ou feira sobre as diversas profissões;
» Conhecer experiências diversificadas das » Palestras de profissionais;
profissões;
» Escola - fator determinante para a realização
» Valorizar o estudo; do projeto de vida em longo prazo;
» Desenvolver a capacidade de pesquisa e » Identificação das escolas de ensino médio;
seleção;
» Levantamento para o ingresso nos colégios
» Exercitar a capacidade de organização e de ensino médio;
exposição das suas ideias;
» Planejamento para o ingresso nos colégios
» Concretizar uma ideia num trabalho; de Ensino Médio;
» Exercitar a fala em público. » Apresentação e Avaliação do planejamento
para o ingresso no Ensino Médio.

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 9º ANO) – 3º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Refletir sobre o que é fundamental na » Identificação de fatores determinantes na


escolha de uma profissão; escolha da profissão;
» Relacionar o que gosta de fazer com » Apresentação sobre as áreas que gostariam
possíveis profissões; de conhecer e atuar;
» Revisitar seu Projeto de Vida e perceber os » Revisitando o Projeto de Vida a partir da
ganhos ao se reavaliar uma decisão; experiência de partilha dos Projetos de Vida
dos colegas de turma;
» Incorporar à própria vida elementos da
experiência do outro; » Planejamento do ano atual e ensino médio;
» Reconhecer os benefícios de se planejar; » Plano de ação do ano atual e ensino médio;
» Exercitar a visão de longo prazo; » Plano de estudo com foco no Projeto de
Vida;
» Concretizar uma ideia por meio de um
trabalho; » Responsabilidade e comprometimento.
» Desenvolver a noção de que somos
responsáveis por aquilo que seremos no
futuro.

40
2.1 2.2 2.3

PROJETO DE VIDA (SUGESTÕES 9º ANO) – 3º BIMESTRE

HABILIDADES OBJETOS DE CONHECIMENTO

» Compreender os conceitos de autoeficácia e » Autoeficácia e


autodeterminação para o sucesso do planejamento; autodeterminação;
» Reconhecer o que é essencial na própria vida e o que pode » Revisitando o Projeto de
ser alterado; Vida sempre que precisar;
» Rever a própria história à luz de aconselhar as próximas » A escola de Tempo Integral
gerações (alunos ingressos na escola); e meu Projeto de Vida;
» Exercitar a capacidade de decidir em grupo e compartilhar » Projeto de Vida e
sua experiência escolar com os alunos egressos da escola de acolhimento;
Tempo Integral;
» Planejamento do
» Concretizar uma ideia por meio de um trabalho; acolhimento;
» Exercitar a capacidade de síntese das experiências » Apresentação e fechamento
vivenciadas ao logo dos anos de permanência na escola de do ano.
Tempo Integral e celebrar as conquistas e oportunidades.

2.1.3 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO

C
omo sabemos, as escolas de Educação Integral em Tempo Integral da SME Rio têm como
pilares o foco no desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no centro.

Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular
nessas escolas, estimulamos a seguinte pergunta: dentre as 10 competências gerais da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), quais são as que podem ser mais diretamente desenvolvidas
através deste componente?

Dizemos “mais diretamente” porque, considerando que competência é a capacidade de mobilizar


conhecimentos, habilidades, atividades e valores de forma intencional de acordo com a necessidade,
um único componente acaba por contribuir de alguma forma com o desenvolvimento de todas as
10 competências ao mesmo tempo.

Porém, é possível identificar aquelas principais e esse é um passo indispensável para o processo de
construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente em específico.

Vamos fazer essa reflexão para o Projeto de Vida?

Uma vez que o Projeto de Vida tem como escopo possibilitar que nossos estudantes reconheçam
seu lugar no mundo de hoje para planejar sua atuação no mundo de amanhã, pode-se afirmar que
este componente contribui mais diretamente com o desenvolvimento das seguintes competências:

41
2.1 2.2 2.3

6. TRABALHO E 8. AUTOCONHECIMENTO 9. EMPATIA E 10. RESPONSABILIDADE


PROJETO DE VIDA E AUTOCUIDADO COOPERAÇÃO E CIDADANIA

O que: Valorizar e O que: Conhecer-se, O que: Exercitar a O que: Agir pessoal


apropriar-se de compreender-se na empatia, o diálogo, e coletivamente
conhecimentos e diversidade humana a resolução de com autonomia,
experiências. e apreciar-se. conflitos e a responsabilidade,
cooperação. flexibilidade,
Para: Entender o Para: Cuidar de resiliência e
mundo do trabalho sua saúde física e Para: Fazer- determinação.
e fazer escolhas emocional, se respeitar
alinhadas à reconhecendo suas e promover o Para: Tomar decisões
cidadania e ao seu emoções e as dos respeito ao outro com base em
projeto de vida outros, com autocrítica e aos direitos princípios éticos,
com liberdade, e capacidade para lidar humanos, com democráticos,
autonomia, com elas. acolhimento e inclusivos,
criticidade e valorização da sustentáveis e
responsabilidade. diversidade, sem solidários.
preconceitos de
qualquer natureza.

Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf

Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja nos quadros a seguir:

6. TRABALHO E PROJETO DE VIDA

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Compreensão do valor e utilização crítica de estratégias


de planejamento e organização, com estabelecimento
Determinação e adaptação de metas e caminhos para realizar projetos
presentes e futuros.
Manutenção de foco, persistência e compromissos.

Compreensão do valor do esforço e trabalho árduo para


Projeto de Vida alcance de objetivos e superação de obstáculos, desafios
Esforço e adversidades.
Investimento na aprendizagem e no desenvolvimento para
melhoria constante. Construção de redes de apoio.

Confiança na capacidade de utilizar fortalezas e


Autoeficácia fragilidades pessoais para superar desafios e alcançar
objetivos.

42
2.1 2.2 2.3

Capacidade de lidar com estresse, frustração, fracasso,


ambiguidades e adversidades para realizar projetos
Perseverança
presentes e futuros.
Busca e apreciação de atividades desafiadoras
Projeto de Vida
Reflexão contínua sobre seu próprio desenvolvimento e
sobre suas metas e objetivos. Consideração de devolutivas
Autoavaliação de pares e adultos para análise de características e
habilidades que influencia sua capacidade de realizar
projetos presentes e futuros.

Visão ampla e crítica sobre dilemas, relações, desafios,


tendências e oportunidades associadas ao mundo do
Compreensão
trabalho na contemporaneidade. Identificação de espectro
sobre o mundo
amplo de profissões e suas práticas. Reconhecimento
do trabalho
do valor do trabalho como fonte de realização pessoal e
transformação social.

Trabalho Análise de aptidões e aspirações para realizar escolhas


profissionais mais assertivas.
Capacidade para agir e se relacionar de forma
Preparação adequada em diferentes ambientes de trabalho. Acesso
para o trabalho a oportunidades diversas de formação e inserção
profissional.
Estabelecimento de metas para a vida profissional
presente e futura, incluindo projeções financeiras.

8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Consciência coerente e integrada sobre si mesmo e sobre como sua identidade,


Autoconsciência
perspectivas e valores influenciam sua tomada de decisão.

Compreensão e desenvolvimento de pontos fortes e fragilidades de maneira


Autoestima consciente, respeitosa, assertiva e constante para alcançar realizações presentes
e futuras.

Utilização de seus conhecimentos, habilidades e atitudes com confiança e


Autoconfiança
coragem para aprimorar estratégias e vencer desafios presentes e futuros.

Reconhecimento de emoções e sentimentos, bem como da influência que


Equilíbrio
pessoas e situações exercem sobre eles. Manutenção de equilíbrio em situações
emocional
emocionalmente desafiadoras.

Saúde e Capacidade de lidar com mudanças relativas ao crescimento.


desenvolvimento Avaliação de necessidades e riscos relativos à saúde. Incorporação de estratégias
físico para garantir bem-estar e qualidade de vida.

Atenção plena e
capacidade de Manutenção de atenção. Reflexão sobre a sua própria maneira de pensar.
reflexão

43
2.1 2.2 2.3

9. EMPATIA E COOPERAÇÃO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Reconhecimento, valorização e participação em grupos e


Valorização da contextos culturalmente diversos. Interação e aprendizado
diversidade com outras culturas. Combate ao preconceito e
engajamento de outros com a diversidade.

Compreensão da emoção dos outros e do impacto


Alteridade
Empatia de seu comportamento nos demais. Relativização de
(reconhecimento
interesses pessoais para resolver conflitos que ameaçam a
do outro)
necessidade de outros ou demandam conciliação.

Acolhimento da Compreensão de motivações, pontos de vista e


perspectiva do sentimentos do outro. Atuação em favor de outras pessoas
outro e comunidades.

Utilização de diálogo para interagir com pares e


Diálogo e adultos. Construção, negociação e respeito a regras de
convivência convivência. Promoção de entendimento e melhoria do
ambiente na escola e comunidade.
Diálogo e
Cooperação Trabalho em equipe, planejando, tomando decisão e
Colaboração
realizando ações e projetos de forma colaborativa.

Mediação de Mediação e negociação para evitar e resolver


conflitos desentendimentos.

10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Posicionamento sólido em relação a direitos e


Incorporação
responsabilidades em contextos locais e globais,
de direitos e
extrapolando interesses individuais e considerando o bem
responsabilidades
comum.

Responsabilidade Tomada de Tomada de decisão de forma consciente, colaborativa e


decisões responsável.

Consideração de fatores objetivos e subjetivos na tomada


Ponderação sobre
de decisão, com avaliação de consequências de suas
consequências
ações e de outros.

Análise e Identificação e incorporação de valores importantes para


incorporação de si e para o coletivo. Atuação com base em valores pessoais
valores próprios apesar das influências externas.
Valores
Reconhecimento e ponderação de valores conflitantes e
Postura ética
dilemas éticos antes de se posicionar e tomar decisões.

44
2.1 2.2 2.3

Participação ativa na proposição, implementação e


Participação social avaliação de solução para problemas locais, regionais,
e liderança nacionais e globais. Liderança corresponsável em ações e
projetos voltados ao bem comum.
Cidadania
Solução de
Interesse e disposição para lidar com problemas do
problemas
mundo real que demandam novas abordagens ou
ambíguos e
soluções.
complexos

Ao lecionar este componente, é preciso manter em mente as habilidades que você, professor(a),
busca desenvolver nos estudantes até a conclusão do Ensino Fundamental.

Dessa forma, poderemos contribuir ativamente com o processo de desenvolvimento ao identificar


os pontos mais frágeis em nossos estudantes e intencionalmente estabelecer objetivos educacionais
específicos para os fortalecer.

SE LIGA!
Se liga! Observe, mais uma vez, a definição e as finalidades das quatro competências com
que o Projeto de Vida contribui mais diretamente para o desenvolvimento dos estudantes.

Percebeu que em todas elas há aspectos de protagonismo? Isto significa que um bom
trabalho pedagógico também é essencial para dar vida ao segundo pilar do Programa Rio
Integral nas escolas de Anos Finais: criança e adolescente no centro.

45
2.1 2.2 2.3

2.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS


METODOLÓGICAS

A
o priorizarmos as competências gerais da BNCC Trabalho e Projeto de Vida,
Autoconhecimento e Autocuidado, Empatia e Cooperação, Responsabilidade e Cidadania
para serem trabalhadas em Projeto de Vida, entendemos que, em virtude dos objetivos
do componente, é interessante que as atividades a serem desenvolvidas favoreçam também o
desenvolvimento das competências socioemocionais e o protagonismo dos estudantes.

Por isso, apresentaremos dois eixos e elementos orientadores como estratégias que podem servir
como base e suporte para o planejamento das atividades.

Os eixos são constituídos por áreas a serem trabalhadas e os elementos orientadores da estratégia, por
sua vez, são temas específicos que fornecem orientação dentro de cada um dos eixos. Eles são os focos
específicos que guiarão a criação de atividades para atingir os objetivos estabelecidos dentro dos eixos.

O eixo 1 é voltado para o desenvolvimento das competências socioemocionais.

No eixo 2, destacaremos o protagonismo, pois este é fundamental para que o estudante se


reconheça como autor de seu projeto de vida e ator principal de sua jornada.

Como estratégia, abordaremos os seguintes elementos orientadores que sugerimos estar


contemplados no trabalho com cada um dos eixos: Individualidade e Identidade, Sonhar e planejar
o futuro e Responsabilidade social.

Ao integrar esses eixos e elementos orientadores, favorecemos o desenvolvimento das competências


da BNCC elencadas e não apenas oferecemos aos estudantes a possibilidade de refletir sobre seus
próprios destinos, mas também estamos preparando-os para enfrentar desafios do mundo real
com confiança, adaptabilidade e inteligência emocional.

2.2.1 EIXO 1: COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS

P
odemos observar competências socioemocionais em todas as 10 competências gerais
da BNCC. Desde a introdução dos seus princípios, o aprendizado de competências
socioemocionais vem sendo descrito por diferentes teorias. A mais disseminada é o
modelo da Colaboração pelo Aprendizado Acadêmico, Social e Emocional (CASEL), que é focado
no desenvolvimento de cinco competências interrelacionadas de natureza cognitiva, afetiva e
comportamental: Autoconhecimento, Autocontrole, Tomada de Decisão Responsável, Habilidades
Sociais e Consciência Social.

A CASEL (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning) é uma organização sem
fins lucrativos que se dedica a promover a aprendizagem emocional nas escolas e comunidades.
Ela tem sido uma influência importante no campo da educação, destacando a importância do
desenvolvimento das competências socioemocionais para o sucesso dos alunos em suas vidas
pessoais, acadêmicas e futuras carreiras.

46
2.1 2.2 2.3

Veja a seguir a descrição das cinco competências socioemocionais elencadas acima:

1 AUTOCONHECIMENTO: Refere-se à habilidade de reconhecer e compreender suas próprias


emoções e os fatores que as desencadeiam. Isso inclui a capacidade de expressar emoções
de forma adequada e gerenciar reações emocionais de maneira saudável.

2 AUTOCONTROLE: Diz respeito à capacidade de regular suas próprias emoções, pensamentos


e comportamentos eficientemente em diferentes situações. Isso inclui gerenciar estresse,
controle de impulsos, planejamento e esforço para atingir metas pessoais e acadêmicas.

3 CONSCIÊNCIA SOCIAL: Diz respeito à habilidade de interagir de forma eficaz e respeitosa


com os outros. Isso inclui a capacidade de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis,
trabalhar em equipe, resolver conflitos e demonstrar empatia e compreensão pelas
necessidades dos outros.

4 HABILIDADES SOCIAIS: Refere-se à capacidade de comunicar de forma clara e eficaz, ouvir


ativamente, resistir à pressão social inadequada (ao bullying, por exemplo), solucionar conflitos
de modo construtivo e respeitoso, bem como cooperar com o outro quando for o caso.

5 TOMADA DE DECISÃO RESPONSÁVEL: Envolve a capacidade de fazer escolhas informadas


e éticas, considerando o bem-estar próprio e dos outros. Isso inclui a compreensão das
consequências das ações e a habilidade de agir de maneira ética e responsável.

PARA SABER MAIS!


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-
e-ao-bullying?highlight=WyJlc2NyaXRhIl0

2.2.2 EIXO 2: PROTAGONISMO

Q
uando falamos sobre protagonismo, referimos-nos ao estudante como o elemento
central em sua própria jornada. Ser protagonista não é sobre estar em destaque, mas sim
reconhecer-se como o ator principal na construção de seu Projeto de Vida, exercendo um
papel ativo em todas as esferas da vida, como família, escola e comunidade.

De acordo com Antonio Carlos Gomes da Costa, especialista no assunto, assumir o protagonismo
da própria vida envolve participar de ações coletivas de forma voluntária, movido pelos próprios
interesses e compromisso social, e atuar na solução de problemas reais, buscando beneficiar o
bem comum.

47
2.1 2.2 2.3

Sugerimos que essa perspectiva seja trabalhada com os estudantes no processo de desenvolvimento
do componente e impacte sua perspectiva de projeto de vida.

2.2.3 ESTRATÉGIA: ELEMENTOS ORIENTADORES

P
ara a construção de atividades que promovam a reflexão necessária e autodesenvolvimento
referente ao componente Projeto de Vida, a partir dos eixos elencados, sugerimos que o
professor desenvolva atividades relacionadas aos seguintes temas que funcionam como
elementos orientadores para a produção de atividades referentes ao componente:

Individualidade e Identidade, Sonhar e planejar o futuro e Responsabilidade social

» Individualidade e Identidade: O objetivo é oportunizar a descoberta e processo de reflexão


sobre a identidade de cada estudante e estimular o processo de autoconhecimento. Isto
é fundamental para que eles desenvolvam um conhecimento mais profundo de si mesmos,
reconhecendo suas potencialidades e fragilidades.

» Sonhar e planejar o futuro: Estimular o sonho com o futuro, evidenciando a importância de


compreender que a realização de qualquer objetivo começa com o ato de sonhar, porém é
necessário aprender como tornar o sonho realidade, ou seja, ser capaz de planejar traçando
rotas e metas. Assim, planejar para o futuro, projetar sonhos e relacioná-los com o processo
de planejamento, estabelecendo objetivos, metas e estratégias, alinhados com as escolhas, é
um caminho importante para desenvolvermos em nossos estudantes.

» Responsabilidade social: Relacionar a responsabilidade pessoal e as atitudes do estudante


diante das diversas situações, dimensões e circunstâncias concretas de sua vida com a
responsabilidade social.

Lembramos que tanto o planejamento como as orientações curriculares não objetivam “engessar”
as ações pedagógicas e a criatividade dos professores, mas apontar princípios educativos e
oferecer referências para a realização das aulas desse componente curricular emergente, que
valoriza as experiências e vivências dos alunos, seus sonhos e esperanças, como um campo fértil
para ações pedagógicas inovadoras.

SE LIGA!
No momento de preparar suas aulas, escolha um ou mais desses objetivos e reflita em que
estratégias seriam mais interessantes para atingi-los. Lembre-se de que uma boa estratégia
precisa considerar as singularidades dos seus estudantes, o perfil de sua turma e da sua
comunidade escolar.

48
2.1 2.2 2.3

2.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO:


PLANEJANDO ATIVIDADES

P
ara apoiar no planejamento das aulas e atividades deste componente, sugerimos alguns
recursos práticos e adaptáveis, que possibilitam a personalização conforme as necessidades
e dinâmicas das turmas. Começando com a sugestão de um "diário de bordo" como ferramenta
de autorregulação, seguimos com inspirações para atividades e por último, apresentamos uma
seleção de filmes de animação que trazem temáticas pertinentes ao componente.

2.3.1 SUGESTÃO DE “DIÁRIO DE BORDO”

A
fim de favorecer a autorregulação dos estudantes, sugerimos o uso de um instrumento
de registro socioemocional ao final de cada aula. Essa é uma maneira eficaz de incentivar
a expressão e a reflexão das emoções, pensamentos e experiências dos estudantes. Este
instrumento auxiliará os estudantes a se envolverem de forma mais profunda com o conteúdo, a se
autoconhecerem e a aprenderem a se autorregular.

O modelo abaixo é uma sugestão que pode ser adaptada da forma que melhor atender às
necessidades e perfil da turma:

DIÁRIO DE BORDO 6º e 7º ANO

Emoções e Sentimentos
Escolha o emoji que melhor representa as emoções que você sentiu durante esta aula:

🤩😃🙂😐☹😢😠
Pensamentos e Reflexões
Escreva o que você achou da aula. O que você gostou mais? O que aprendeu?

Experiências Significativas
Desenhe ou escreva sobre algo que você achou importante nesta aula e que queira lembrar.

Progresso nas Metas


Lembre-se das suas metas e escreva algo que você fez ou aprendeu hoje que te ajuda a
chegar lá.
Metas:
Progresso:
Metas:
Progresso:

49
2.1 2.2 2.3

Palavra de Incentivo
Escolha uma palavra que te deixe animado, motivado.

Observações Adicionais
Use este espaço para adicionar desenhos, mais pensamentos ou algo que queira
compartilhar.

DIÁRIO DE BORDO 8º e 9º ANO

Emoções e Sentimentos
Liste as emoções que você experimentou durante esta aula. Use palavras-chave para
descrever seus sentimentos.

Pensamentos e Reflexões
Escreva seus pensamentos e reflexões sobre o conteúdo abordado nesta aula. Pergunte a
si mesmo como você se sente em relação às discussões e atividades.

Experiências Significativas
Registre qualquer experiência, aprendizado ou pensamento que tenha ocorrido durante esta
aula e que seja relevante para o seu projeto de vida.

Progresso nas Metas


Reflita sobre como esta aula contribuiu para o seu progresso em relação às suas metas
pessoais e ao seu projeto de vida.
Metas:
Progresso:
Metas:
Progresso:

Palavra de Incentivo
Escolha ou ajuste uma palavra de incentivo com base no que você discutiu e aprendeu nesta
aula.

Observações Adicionais
Use este espaço para adicionar quaisquer observações ou pensamentos adicionais que
deseje registrar.

50
2.1 2.2 2.3

É possível incluir outras questões no diário de bordo, promovendo a reflexão dos estudantes sobre
seu nível de envolvimento ao longo das aulas. Dessa forma, eles são estimulados a fazer uma
autoavaliação para rever e definir suas metas e compromissos pessoais.

» Exemplos de perguntas:

» Prestei atenção às explicações do professor?

» Me dediquei para fazer as atividades da aula com capricho?

» Realizei todas as tarefas solicitadas?

» Participei ativamente da aula?

» Respeitei as opiniões diferentes da minha?

Além desse instrumento de acompanhamento, reunimos algumas sugestões de atividades.

2.3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES

A
seguir, apresentamos algumas sugestões de atividades que se destinam a inspirar e auxiliar
o professor em sua prática e na construção de outras atividades ao longo do ano. Cada
atividade que pode ser adaptada e personalizada de acordo com o perfil e as necessidades
de cada turma.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA 6º ANO:

BAÚ DAS EMOÇÕES

Duração: 1 aula

• Materiais necessários: Caixa de sapato/baú e objetos e/ou imagens que possam repre-
sentar diferentes emoções.
Por exemplo: desenho/foto de pessoa chorando; um pedaço de tecido preto rasgado.

Desenvolvimento:

1. Coloque os objetos ou imagens dentro do baú. Busque ter uma seleção que represente
emoções como medo, tristeza, alegria, nojo, surpresa. Quanto mais objetos e/ou imagens,
mais interessante será o desenvolvimento da atividade, as emoções podem se repetir.

2. Reúna os estudantes em círculo e explique que cada um deles terá a oportunidade de


tirar um objeto ou imagem do baú que represente uma emoção e que eles irão comparti-
lhar seus pensamentos e associações com a emoção escolhida.

51
2.1 2.2 2.3

3. Um por um, cada estudante irá tirar um objeto ou imagem do baú e compartilhar com
o restante da turma a emoção representada pelo objeto e contar uma história ou expe-
riência relacionada a ela. Incentive-os a compartilhar como se sentiram naquela situação
e como lidaram com a emoção.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA 7º ANO:

TEIA DE DIÁLOGO

Duração: 1 aula

• Habilidades trabalhadas: Reconhecer o valor da interdependência humana; Saber ouvir


e acolher a novidade; Fundamentar a importância ou a necessidade do diálogo.
• Materiais necessários: Um novelo de barbante.

Desenvolvimento:

1. Reúna os estudantes em um círculo no chão e mostre novelo de fio para a turma, expli-
que que ele simboliza a teia de interdependência entre todos.

2. O primeiro estudante deve segurar o novelo e compartilhar algo que gosta ou algo que
aprendeu recentemente. Enquanto segura a ponta do fio, após terminar de falar, ele lança
o novelo para outro colega, mantendo o fio bem seguro.
Conforme o novelo vai sendo lançado para diferentes estudantes, um caminho emaranha-
do de fios começará a se formar. Cada estudante deve manter seu pedaço do fio firme
para evitar que o novelo se enrole ainda mais.
Cada estudante que recebe o novelo, deve compartilhar algo também e, em seguida,
lançar o novelo para outro colega. Durante todo o processo, os estudantes devem prati-
car a escuta ativa, demonstrando interesse genuíno nas palavras do colega. Conforme os
estudantes compartilham e lançam o novelo, a teia de fios se tornará emaranhada.

3. Uma vez que todos tenham participado, explique que agora a turma precisa trabalhar
em conjunto para desembaraçar a teia de fios. Os estudantes devem se mover cuidadosa-
mente, passando por baixo e por cima dos fios para encontrar a ponta que estão seguran-
do. É preciso que cada um coopere para desembaraçar a teia, ajudando uns aos outros a
encontrar os caminhos certos e liberar os fios.

4. Após desembaraçarem a teia – ou caso não tenham conseguido, reúna a turma em


círculo para uma discussão sobre a experiência. Pergunte como se sentiram ao trabalhar

52
2.1 2.2 2.3

juntos para desembaraçar a teia e como isso reflete a interdependência e a importância do


diálogo e cooperação.

5. Peça aos estudantes que reflitam individualmente sobre a atividade. Eles podem escre-
ver ou compartilhar em voz alta o que aprenderam sobre a interdependência, cooperação
e o diálogo durante o processo de desembaraçar a teia.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA 8º ANO:

EXPLORANDO POSSIBILIDADES COM A MATRIZ FOFA

Duração: 2 aulas

• Habilidades trabalhadas: Saber ouvir e refletir a partir do que ouviu; Incorporar elemen-
tos da história vista para a própria vida; Desvelar as possibilidades abertas pela dinâmica
(Matriz FOFA).
• Materiais necessários: Papel, canetas, quadro ou tela para escrever.

Matriz FOFA

Pontos Fortes Pontos Fracos

Oportunidades Ameaças

53
2.1 2.2 2.3

A matriz FOFA (ou SWOT, em inglês) é uma ferramenta amplamente utilizada para análise
de situações, seja em contextos de trabalho, acadêmicos ou pessoais. Ela ajuda a identifi-
car os pontos fortes (F), oportunidades (O), pontos fracos (F) e ameaças (A) de uma deter-
minada situação ou projeto. Pode ser uma ferramenta valiosa para ensinar os estudantes a
avaliar e planejar estrategicamente.

Veja abaixo uma possibilidade de explicação da matriz FOFA para os estudantes:

» F representa os Pontos Fortes (Strengths em inglês). São aspectos positivos do


nosso comportamento e atitudes e/ou habilidades em que somos bons, que se
tornam recursos que podemos usar. Por exemplo, se você é muito bom em cálculo,
esse é um ponto forte para matemática ou outra situação que envolva cálculos.

» O significa Oportunidades (Opportunities em inglês). São situações, contextos


favoráveis que podem acontecer para o seu desenvolvimento ou para alavancar
suas ideias e ações. Por exemplo, talvez haja um concurso de redação na escola, e
você tem a chance de melhorar suas habilidades de escrita.

» O outro F representa os Pontos Fracos (Weaknesses em inglês). São habilidades


que precisamos melhorar ou que ainda não somos tão bons. Por exemplo, se você
não gosta muito de escrever, isso pode ser um ponto fraco.

» A representa as Ameaças (Threats em inglês). São coisas que podem atrapalhar


nossos planos ou causar problemas. Por exemplo, se você tem vários trabalhos de
casa acumulados, isso pode ser uma ameaça para o seu tempo livre.

Explique que podemos usamos a matriz FOFA para pensar melhor sobre as situações. Por
exemplo, se o estudante precisa decidir se deve ou não entrar para um time esportivo
na escola, ele pode usar a matriz FOFA. A matriz FOFA nos ajuda a pensar sobre os prós e
contras de uma decisão. Ressalte que os estudantes podem usá-la para muitas situações
na vida cotidiana, como escolher atividades extracurriculares, fazer escolhas na hora de
estudar, ou até mesmo decidir como gastar seu dinheiro quando forem mais velhos.

A seguir apresentamos um exemplo de Matriz FOFA preenchida:

Vamos imaginar que um estudante chamado João está pensando em se juntar a um time
de futebol na escola. Ele decide usar a matriz FOFA para ajudar na decisão. Aqui está uma
possível matriz FOFA preenchida por João:

54
2.1 2.2 2.3

Matriz FOFA

Pontos Fortes Pontos Fracos


• Sou rápido; • Não tenho muita experiência em esportes
• Já joguei futebol com meus amigos e me coletivos;
diverti; • Não tenho muita resistência física, fico
• Gosto de esportes e quero aprender mais cansado rápido.
sobre futebol.

Oportunidades Ameaças
• Posso fazer novos amigos no time; • O treino pode ser cansativo e ocupar muito
• Aprender mais sobre futebol pode ser tempo;
divertido; • Se eu tiver muitos deveres de casa, pode
• Pode ser uma chance de aprender a ser difícil encontrar tempo para os treinos;
trabalhar de forma colaborativa; • Se eu não gostar, pode ser difícil sair do
• Posso melhorar meu condicionamento time depois;
físico e desenvolver minha coordenação • O treinamento exige rotina e disciplina, não
motora. sou disciplinado.

Agora, João pode olhar para sua matriz FOFA e ver que ele tem alguns pontos fortes, como
ser rápido, e algumas oportunidades, como fazer novos amigos. No entanto, ele também
reconhece seus pontos fracos, como a falta de experiência em esportes coletivos, e as
ameaças, como o tempo que os treinos podem consumir e sua falta de disciplina.

Com base nessa análise, João pode tomar uma decisão mais segura, considerando os da-
dos que levantou, ponderando sobre se deseja ou não se juntar ao time de futebol da
escola. A matriz FOFA o ajuda a pesar os prós e contras e a considerar como essa decisão
afetará sua vida escolar e social.

Desenvolvimento:

1. Apresente aos estudantes o conceito da Matriz FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas


e Ameaças), uma ferramenta de análise estratégica frequentemente usada para tomar de-
cisões informadas. Além da explicação trazida você pode, por exemplo, comparar a análise
FOFA a uma espécie de mapa que ajuda a entender os pontos fortes e fracos de uma situa-
ção, bem como as oportunidades e ameaças que podem surgir. Explique que eles usarão
essa ferramenta para explorar possibilidades e aplicá-la à própria vida.
2. Sugerimos ao professor que exercite a matriz FOFA com os estudantes a partir do filme
Moana – Um Mar de Aventuras. Após a exibição, organize uma discussão sobre os pontos
fortes, oportunidades, fraquezas e ameaças enfrentadas por Moana. Com base na dúvida

55
2.1 2.2 2.3

de Moana sobre sair de sua ilha e desbravar os mares ou permanecer na ilha, oriente os
estudantes a preencherem a matriz FOFA da personagem. (Ao final desse material, temos
uma lista com a sinopse de filmes que podem ser utilizados nesta e em outras atividades
do componente.)
3. Agora peça aos estudantes se dividam em duplas para conversarem e um apoiar o outro
na criação da Matriz FOFA de cada um. Eles devem identificar suas forças, oportunidades,
fraquezas e ameaça pessoais com base nas em suas histórias de vidas, decisões e projetos
futuros.
4. Cada estudante apresenta sua Matriz FOFA pessoal com a sua dupla e compartilha as
escolhas feitas. Incentive uma discussão aberta e respeitosa, onde os estudantes atribuam
valor às escolhas dos outros e explorem as diferentes perspectivas.
5. Conduza uma discussão sobre a experiência da atividade. Explore com os estudantes
como foi o processo de identificar os elementos que compõe a sua matriz FOFA e como
esse recurso ajudou ou não a refletir e tomar uma decisão.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA 9º ANO:

MANDALA IKIGAI

Duração: 1 aula

• Habilidades trabalhadas: Refletir sobre o que é fundamental na escolha de uma profis-


são; Relacionar o que gosta de fazer com possíveis profissões.

A mandala Ikigai é um instrumento visual que combina os princípios do conceito ja-


ponês "ikigai" com o formato de uma mandala. O termo "ikigai" se refere a encontrar um
propósito na vida, uma razão de ser que combina paixão, vocação, missão e profissão.
Essa mandala é uma representação dessas quatro dimensões, que ajuda a visualização
de como elas se interconectam para criar um equilíbrio e uma sensação de significado
em suas vidas.

Este instrumento pode auxiliar os estudantes a refletirem sobre o seu "ikigai", ou seja,
sua razão de ser, combinando paixão, vocação, missão e profissão. É, portanto, uma ativ-
idade de mapeamento e experimentação para os estudantes neste momento escolar.

56
2.1 2.2 2.3

Veja a seguir três exemplos de mandalas já preenchidas:

57
2.1 2.2 2.3

Desenvolvimento:

1. Inicie a atividade explicando o conceito japonês de "ikigai" e sua importância na busca


por um propósito significativo na vida.
2. Explique que o ikigai é composto por quatro dimensões: o que/quem você ama, o que
você é bom em fazer, aquilo que você já foi ou pode ser reconhecido e valorizado por

58
2.1 2.2 2.3

fazer e que a partir dessas dimensões é possível refletir nas interseções sobre qual é sua
paixão, missão, profissão e vocação.
3. Explique que eles criarão sua mandala ikigai. Forneça o modelo da mandala em branco
ou oriente-os a criar a sua própria a partir de um modelo no quadro para ser reproduzido
no caderno. A mandala deve estar dividida em quatro seções representando as quatro
dimensões do ikigai e conter os oito campos do modelo.
4. O preenchimento da mandala deve começar com os quatro campos: “O que/quem
você ama”, “Aquilo em que você é bom”, “Aquilo que você já foi ou pode ser reconhecido
e valorizado por fazer” e “O que o mundo precisa”.
5. Agora as interseções serão preenchidas: paixão, missão, profissão e vocação.
6. Peça aos estudantes para fazerem uma reflexão escrita sobre o que descobriram ao
criar suas mandalas ikigai. Encoraje-os a identificarem ações concretas que podem tomar
para seguir em direção ao seu ikigai associando-o ao seu Projeto de Vida.

59
2.1 2.2 2.3

2.3.3 SUGESTÕES DE FILMES

N
esta lista, apresentamos uma seleção de filmes de animação, organizados por ordem
alfabética, que abordam uma variedade de temas convergentes com o componente
Projeto de Vida, desde autodescoberta e superação até relações interpessoais e propósito
de vida. Além de uma breve sinopse, incluímos palavras-chave que resumem os principais temas de
cada filme. Essas palavras-chave são ferramentas úteis para facilitar a seleção de filmes de acordo
com as habilidades que você deseja trabalhar com os estudantes.

DIVERTIDA MENTE (2015) FUGA DAS GALINHAS (2000)


Estúdio: Pixar Aardman e DreamWorks

"Divertidamente" explora as emoções e Em "Fuga das Galinhas", somos transportados


o impacto que elas têm na vida da pré- para a vida em uma fazenda, onde um
adolescente Riley. Com foco nas emoções grupo de galinhas liderado por Ginger
alegria, tristeza, raiva, medo e nojo, o filme sonha com a liberdade além das cercas.
mostra como essas emoções trabalham Cansadas de serem exploradas pela terrível
juntas para moldar a experiência emocional Sra. Tweedy, as galinhas elaboram um plano
de Riley enquanto ela enfrenta uma ousado para escapar da fazenda antes que
mudança significativa em sua vida. se tornem refeições. Com engenhosidade
e determinação, elas enfrentam desafios
Palavras-chave: emoções, autodescoberta,
enquanto embarcam em uma jornada de
mudança, equilíbrio emocional, crescimento.
autodescoberta, amizade e coragem.

Palavras-chave: liberdade, aventura,


ENCANTO (2021)
planejamento, autodescoberta, amizade,
Estúdio: Walt Disney
coragem.
Em "Encanto", somos transportados para
uma mágica e encantadora vila na Colômbia,
MOANA (2016)
onde todos os membros da família de
Estúdio: Walt Disney
Mirabel possuem poderes mágicos, exceto
ela. Enquanto busca seu lugar especial na "Moana" é uma animação que aborda
família, Mirabel descobre que sua maior temas de autodescoberta, determinação
magia é sua habilidade de criar laços fortes e coragem. A história segue Moana, uma
e superar desafios, desvendando segredos jovem corajosa que embarca em uma
antigos que ameaçam a vila. Uma história jornada para restaurar o equilíbrio e trazer
de autoaceitação, empoderamento e amor esperança à sua ilha natal. Através de
familiar. desafios e amizades inesperadas, Moana
descobre sua verdadeira identidade e
Palavras-chave: autoaceitação,
capacidade de liderar.
empoderamento, família, laços, desafios,
segredos, amor. Palavras-chave: autodescoberta, coragem,
determinação, liderança, jornada, família,
tradição.

60
2.1 2.2 2.3

O REI LEÃO (1994) SOUL (2020)


Estúdio: Walt Disney Estúdio: Pixar

"O Rei Leão" é uma jornada emocionante "Soul" explora questões profundas
que explora temas de liderança, de propósito, paixão e a jornada de
responsabilidade e ciclo da vida. Através dos autodescoberta. O filme conta a história de
olhos de Simba, um jovem leão destinado Joe Gardner, um músico que tem a chance
a se tornar rei, o filme aborda desafios, de se apresentar em um clube lendário, mas
amadurecimento e a importância de um acidente o leva a uma jornada no mundo
enfrentar o passado para abraçar o futuro. das almas. Lá, ele descobre o significado da
vida e o valor de cada momento.
Palavras-chave: liderança, responsabilidade,
maturidade, ciclo da vida, superação. Palavras-chave: propósito, autodescoberta,
valor da vida, jornada de vida.

A VIDA É UMA FESTA (2017)


Estúdio: Pixar ZOOTOPIA (2016)
Estúdio: Walt Disney
"A Vida é uma Festa" explora a importância
da família, das memórias e da tradição. A Em "Zootopia", uma metrópole habitada
história segue Miguel, um jovem apaixonado por animais que falam, Judy Hopps, uma
pela música que acidentalmente entra coelha determinada, realiza seu sonho de se
no mundo dos mortos. Ao longo de sua tornar policial, desafiando as expectativas
jornada, ele aprende sobre a importância de de sua espécie. Ao se unir a Nick Wilde,
honrar suas raízes e valorizar a conexão com uma raposa esperta, eles investigam um
seus ancestrais. mistério que ameaça a harmonia da cidade.
O filme aborda temas de determinação,
Palavras-chave: família, memórias, tradição,
superação de preconceitos e trabalho em
identidade, conexões.
equipe, enquanto Judy e Nick desvendam
segredos complexos e revelam as nuances
VIDA DE INSETO (1998) da coexistência animal.
Estúdio: Pixar
Palavras-chave: determinação, diversidade,
“Vida de Inseto" mergulha em um mundo trabalho em equipe, preconceitos,
microscópico de insetos e aborda temas de coexistência, harmonia.
superação, trabalho em equipe e aceitação
das diferenças. O filme segue Flik, uma
formiga inventora que, apesar de suas
desventuras, ajuda a comunidade a enfrentar
desafios e a valorizar cada indivíduo por
suas habilidades únicas.

Palavras-chave: superação, trabalho


em equipe, aceitação, individualidade,
comunidade.

61
3. Projetos Integradores
SUMÁRIO

3 PROJETOS INTEGRADORES 62
3.1 DE ONDE PARTIMOS? 64
3.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 66
3.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 71
3.2.1 EIXO 1: MUNDO DIGITAL E CIDADANIA – EXPLORANDO A CULTURA DIGITAL 71
3.2.2 EIXO 2: CULTURA E CONEXÕES – EXPLORANDO O REPERTÓRIO CULTURAL 72
3.2.3 EIXO 3: CULTURA E CONEXÕES HUMANAS EM UM MUNDO DIGITAL 73

3.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 74


3.3.1 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (ABP) 74
3.3.2 PROJETOS INTEGRADORES NO COLABORATÓRIO (GETS) 77
3.1 3.2 3.3

3.1 DE ONDE PARTIMOS?

C
omo todos os componentes da matriz diversificada, Projetos Integradores tem objetivos
pedagógicos e metodologia singulares. Por isso, criamos esse documento orientador
com objetivo de apoiar você - diretor, coordenador ou professor - nos processos de
planejamento, implementação e avaliação deste componente.

Entendemos Projetos Integradores como o momento em que os estudantes são instigados a


levantar situações-problema ligados às suas vivências e territórios e, frente ao ímpeto de investigá-
las e resolvê-las, mobilizem conhecimentos, habilidades, atitudes e valores desenvolvidos em
diversos componentes curriculares. É o espaço para reconhecer e valorizar as experiências dos
estudantes e também estimular que eles sejam cada vez mais capazes de compreender como
diferentes componentes e áreas de conhecimento se somam para explicar e solucionar situações
e problemáticas do mundo real.

Uma das bases essenciais para o trabalho com projetos é a do contato dos estudantes com as
diferentes realidades vividas pelos projetos integradores devido a capacidade de se trabalhar com
temas que provoquem nos estudantes conexões e caminhos para a apropriação do conhecimento
pelas diferentes realidades.

Um dos papéis da escola é possibilitar essa aproximação do estudante com temas e contextos
relevantes socialmente. A vantagem do trabalho com projetos é promover o contato do estudante
com as realidades, via mediação da escola, sobretudo com as realidades dos territórios em que
eles se encontram.

O componente curricular Projetos Integradores deve propor questões que extrapolam a escola,
mas que são desenvolvidas e mediadas com os professores e com o respaldo do contexto escolar.
Não se trata de propor ao estudante um mero lançar-se ao mundo, mas de proporcionar a ele a
construção de uma autonomia.

Nos tempos de Projetos Integradores, é preciso provocar o exercício da inter e transdisciplinaridade


na prática, pois este é um componente contextualizado e deve despertar e/ou potencializar a
curiosidade, o espírito investigativo e a criatividade dos estudantes. É importante desenvolver
atividades que os incentivem a olhar para o mundo e a realidade que os cercam de forma crítica
e a compartilhar suas ideias, possíveis soluções e conhecimentos em diálogo com os saberes das
áreas de conhecimento.

Através desse exercício, simultaneamente, buscamos consolidar as competências já desenvolvidas


nos demais componentes - dotando-as de maior concretude e aplicabilidade – e incentivar o
desenvolvimento de outras competências, até então inexploradas. O objetivo de Projetos
Integradores é apoiar nossos estudantes a se tornarem cidadãos capazes de compreender
integralmente situações das mais simples às mais complexas e de agilmente idealizar e aplicar, com
responsabilidade, ética e cooperação, estratégias para superar desafios individuais e coletivos.

A realização de um projeto transdisciplinar poderá se iniciar por meio de atividades propostas


por um componente curricular, mas sequenciadas em outros ou em alguns componentes

64
3.1 3.2 3.3

ao mesmo tempo. Para que isso ocorra, é necessário que o estudante tenha experimentado
o conhecimento de conceitos fundamentais, de problemas particulares e de aspectos
metodológicos específicos de cada componente para acumular um saber que lhe permita
transitar para outro componente curricular.

Assim, o estudante vai desenvolvendo um percurso no qual os saberes acumulados vão lhe dando
uma competência maior para abordar problemas que não podem ser solucionados a partir de
um único componente curricular. Outro aspecto importante: não é necessário que todos os
componentes curriculares estejam num mesmo projeto; eles devem se agrupar a partir do desafio
proposto pelo projeto.

Todo projeto desenvolvido em sala de aula pressupõe a troca e a construção de conhecimentos


coletivos. Para que isso ocorra, é necessário que intencionalmente o projeto aponte para
articulações entre componentes em seu início, ao longo e ao final de sua execução, considerando-
os, inclusive, no produto final proposto.

Em Projetos Integradores acontece uma transição do meio teórico e desconectado com o cotidiano
para uma aprendizagem pautada na realidade – algo muito positivo quando consideramos que
boa parte dos estudantes possui acesso a ferramentas digitais e ao acervo quase ilimitado de
informações que se encontram na internet. O professor orienta os estudantes em atividades em
que estes exercem seu conhecimento e desenvolvem novas habilidades.

Espera-se que o professor defina coletivamente os temas, recortes e questões dos projetos a serem
desenvolvidos. Essa definição pode ser resultado de uma colaboração conjunta entre professores,
estudantes e comunidade.

O professor pode aproveitar projetos já organizados e selecionados pelas próprias unidades


escolares, temas definidos no PPP, projetos sugeridos pela SME ou construir novas propostas com
os grupos.

Esses projetos, que venham a compor o componente Projetos Integradores, devem propiciar
aos estudantes momentos de resolução de problemas, ligados a seus territórios e vivências,
estimulando-os a interferirem e transformarem aspectos importantes da vida escolar e em
sociedade, tornando-se, assim, protagonistas. É preciso desenvolver atividades que os estimulem
a adotar um olhar crítico sobre a realidade e a apresentarem suas visões, possíveis soluções e
conhecimentos em diálogo com os saberes das diversas áreas de conhecimento.

O que se espera é, por exemplo, que o estudante não se limite a fazer uma pesquisa, uma entrevista
ou uma visita ao museu, e imaginar que isso é suficiente para estabelecer o diálogo entre a escola
e o mundo. Espera-se que as ações planejadas e executadas pelo professor permitam a aquisição
de conhecimentos e procedimentos reais.

Preparar o estudante para uma entrevista, por exemplo, pressupõe considerar a dimensão ética que
definirá as questões a serem propostas ao entrevistado, ou seja, quando se trabalha com projetos,

65
3.1 3.2 3.3

procedimentos usados na entrevista são recursos importantes para a aquisição de um saber e não
um fim em si mesmo. Portanto, consideramos que a mediação do professor se constitui de modo
essencial para que o estudante observe, em cada tarefa, procedimento e ações, o sentido pelo
qual se aprende.

Veja a seguir objetivos deste componente:

» Compreender os Projetos Integradores como uma atividade interdisciplinar, com foco


principal em propiciar embasamento prático das habilidades trabalhadas em aula em torno
de uma atividade única;
» Desenvolver as relações teóricas dos componentes curriculares por meio de uma atividade
prática aplicada, sob a orientação dos docentes;
» Viabilizar a articulação entre as vivências e experiências e o conhecimento Sistematizado.

3.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO

C
omo sabemos, as escolas de Educação Integral em Tempo Integral da SME Rio têm como
pilares o foco no desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no centro.

Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular
nessas escolas, estimulamos a seguinte pergunta: dentre as 10 competências gerais da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), quais são as que podem ser mais diretamente desenvolvidas
através deste componente?

Dizemos “mais diretamente” porque, considerando que competência é a capacidade de mobilizar


conhecimentos, habilidade, atividades e valores de forma intencional de acordo com a necessidade,
um único componente acaba por contribuir de alguma forma com o desenvolvimento de todas as
10 competências ao mesmo tempo.

Porém, é possível identificar aquelas principais e esse é um passo indispensável para o processo de
construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente em específico.

Vamos fazer essa reflexão para o Projetos Integradores?

Uma vez que Projetos Integradores tem como escopo o desenvolvimento de projetos que
reconheçam as experiências dos estudantes e os estimulem a ter um olhar crítico para a realidade,
a partir de práticas educacionais inovadoras e criativas, pode-se afirmar que este componente
contribui mais diretamente com o desenvolvimento das seguintes competências:

66
3.1 3.2 3.3

2. PENSAMENTO
3. REPERTÓRIO
1. CONHECIMENTO CIENTÍFICO, CRÍTICO 5. CULTURA DIGITAL
CULTURAL
E CRIATIVO

O que: Valorizar O que: Exercitar O que: Valorizar O que: Compreender,


e utilizar os a curiosidade as diversas utilizar e criar
conhecimentos intelectual e manifestações tecnologias digitais
sobre o mundo utilizar as ciências artísticas e culturais. de forma crítica,
físico, social, com criticidade e significativa e ética.
cultural e digital. criatividade. Para: Fruir e
participar de práticas Para: Comunicar-se,
Para: Entender Para: Investigar diversificadas da acessar e produzir
e explicar a causas, elaborar e produção artístico- informações e
realidade, testar hipóteses, cultural. conhecimentos,
continuar formular e resolver resolver problemas
aprendendo e problemas e criar e exercer
colaborar com a soluções. protagonismo
sociedade. e autoria.

Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf

Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja no quadro a seguir:

1. CONHECIMENTO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Exploração de Testagem, combinação, modificação e geração de ideias


ideias para atingir objetivos e resolver problemas.

Conexão entre ideias específicas e amplas, prévias e


Conexões
novas, a partir de diferentes caminhos.

Criação de
Criação de planos de investigação para pesquisar uma
Criatividade processos de
questão ou solucionar um problema.
investigação

Questionamento e modificação de ideias existentes e


Soluções
criação de soluções inovadoras.

Experimentação de opções e avaliação de riscos e


Execução
incertezas para colocar ideias em prática.

Formulação Formulação de perguntas para garantir base sólida para a


de perguntas investigação.
Pensamento
científico e crítico
Interpretação de Interpretação de dados e informações com base em critérios
dados científicos, éticos e estéticos. Posicionamento crítico.

67
3.1 3.2 3.3

Uso de raciocínio indutivo e dedutivo para analisar e


Lógica e raciocínio explicar recursos, soluções e conclusões de processos de
investigação.

Formulação de hipóteses. Explicação da relação entre


Desenvolvimento variáveis.
de hipóteses Sustentação de raciocínio com intuição, observação,
Pensamento modelo ou teoria.
científico e crítico
Avaliação do
raciocínio e Análise de argumentos, raciocínios e evidências.
explicação de Aprimoramento da lógica da investigação.
evidências

Comparação, agrupamento e síntese de informações de


Síntese diferentes fontes para produzir conclusões sólidas e evitar
erros de lógica.

2. PENSAMENTO CRÍTICO, CIENTÍFICO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Exploração de Testagem, combinação, modificação e geração de ideias


ideias para atingir objetivos e resolver problemas.

Conexão entre ideias específicas e amplas, prévias e


Conexões
novas, a partir de diferentes caminhos.

Criação de
Criação de planos de investigação para pesquisar uma
Criatividade processos de
questão ou solucionar um problema.
investigação

Questionamento e modificação de ideias existentes e


Soluções
criação de soluções inovadoras.

Experimentação de opções e avaliação de riscos e


Execução
incertezas para colocar ideias em prática.

Formulação Formulação de perguntas para garantir base sólida para a


de perguntas investigação.

Interpretação de Interpretação de dados e informações com base em critérios


dados científicos, éticos e estéticos. Posicionamento crítico.

Pensamento Uso de raciocínio indutivo e dedutivo para analisar e


científico e crítico Lógica e raciocínio explicar recursos, soluções e conclusões de processos de
investigação.

Formulação de hipóteses. Explicação da relação entre


Desenvolvimento variáveis.
de hipóteses Sustentação de raciocínio com intuição, observação,
modelo ou teoria.

68
3.1 3.2 3.3

Avaliação do
raciocínio e Análise de argumentos, raciocínios e evidências.
explicação de Aprimoramento da lógica da investigação.
Pensamento evidências
científico e crítico
Comparação, agrupamento e síntese de informações de
Síntese diferentes fontes para produzir conclusões sólidas e evitar
erros de lógica.

3. REPERTÓRIO CULTURAL

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Fruição das artes e da cultura para vivenciar, compreender


e valorizar sua própria identidade e contextos sociais,
Fruição
culturais, históricos e ambientais, desenvolvendo
sentimento de pertencimento.
Repertório
Cultural
Expressão de sentimentos, ideias, histórias e experiências
por meio das artes. Experimentação, documentação,
Expressão
apresentação, compartilhamento, revisão e análise de
obras criativas.

Identificação e discussão do significado de eventos e


Investigação e
manifestações culturais e da influência da cultura na
identidade cultural
formação de grupos e identidades.

Senso de identidade individual e cultural. Curiosidade,


Consciência
Identidade e abertura e acolhimento a diferentes culturas e visões de
multicultural
diversidade mundo.
cultural
Respeito à Experimentação de diferentes vivências, compreensão da
Cidadania diversidade importância e valorização de identidades, manifestações,
cultural trocas e colaborações culturais.

Mediação da Reconhecimento de desafios e benefícios de se viver e


diversidade trabalhar em sociedades culturalmente diversas. Mediação
cultural cultural.

5. CULTURA DIGITAL

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Utilização de
Utilização de ferramentas multimídia e periféricos para
ferramentas
aprender e produzir.
digitais
Computação e
programação
Utilização de recursos tecnológicos para desenhar,
Produção
desenvolver, publicar, testar e apresentar produtos para
multimídia
demonstrar conhecimento e resolver problemas

69
3.1 3.2 3.3

Computação e Linguagens de Utilização de linguagens de programação para solucionar


programação programação problemas.

Compreensão e escrita de algoritmos. Avaliação de


Domínio de vantagens e desvantagens de diferentes algoritmos.
algoritmo Utilização de classes, métodos, funções e parâmetros para
Pensamento
dividir e resolver problemas.
computacional
Visualização e Utilização de diferentes representações e abordagens para
análise de dados visualizar e analisar dados.

Compreensão do impacto das tecnologias na vida das


Mundo digital pessoas e na sociedade, incluindo nas relações sociais,
culturais e comerciais.
Cultura e mundo
digital
Utilização das tecnologias, mídias e dispositivos de
Uso ético comunicação modernos de forma ética, comparando
comportamentos adequados e Inadequados.

Fonte: https://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_
Progressao.pdf

No contexto do século XXI, a relevância das estratégias metodológicas para a abordagem de


projetos se destaca, impulsionada pelas demandas tecnológicas, criativas e da cultura digital.
Estes elementos se revelam fundamentais na construção e evolução de projetos contemporâneos.
Nesse cenário, é importante que o professor não apenas internalize essa abordagem, mas também
guie os estudantes na compreensão do valor intrínseco do vasto conjunto de conhecimentos e
ferramentas oferecido pela cultura digital e tecnológica. Esta compreensão torna-se fundamental
no componente de Projetos Integradores, uma vez que o professor assume a função de estabelecer
as interconexões essenciais entre esses elementos, capacitando os estudantes a visualizar como
essa função tecnológica impacta positivamente a concepção e execução de projetos.

Assim, o professor estabelece um elo crucial entre os avanços tecnológicos e a construção de


projetos, permitindo aos estudantes explorar diferentes direções para suas criações, alinhadas
com os desafios e oportunidades do mundo contemporâneo.

Instrumentalizar os estudantes a aplicar essa interseção entre tecnologia e projetos não só atende
às demandas atuais, mas também os dota com ferramentas preciosas para criar soluções inovadoras
e pertinentes aos desafios futuros.

Além disso, ensinar a decifrar textos literários, informativos ou argumentativos; extrair e interpretar
dados de textos; e decifrar imagens, como pinturas, tirinhas, mapas ou infográficos, todas essas
oportunidades de aprendizado se fazem presentes neste componente.

70
3.1 3.2 3.3

3.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS


METODOLÓGICAS

A
o desenvolver as aulas de Projetos Integradores e definir os temas que podem gerar
Projetos, é importante considerar uma variedade de estratégias de ensino e ferramentas
que colaborem e estimulem o engajamento, a participação ativa e a autonomia dos
estudantes.

Nesse sentido, apresentaremos três eixos, que podem ser considerados no planejamento e
desenvolvimento dos projetos:

No eixo 1, "Mundo Digital e Cidadania: Explorando a Cultura Digital", o foco na promoção do


letramento digital visa capacitar os alunos a compreender e utilizar as tecnologias de maneira
crítica e responsável, enquanto abordam questões de cidadania digital. Isso é essencial para que
possam participar ativamente do mundo digital de forma informada e ética.

No eixo 2, "Cultura e Conexões: Explorando o Repertório Cultural", a ênfase na exploração


do repertório cultural permite aos alunos desenvolver uma compreensão mais profunda da
diversidade cultural e artística que enriquece nossa sociedade. Isso não apenas amplia sua visão
de mundo, mas também os capacita a construir conexões significativas com diferentes grupos e
contextos culturais.

No eixo 3, "Cultura e Conexões Humanas em um Mundo Digital", a integração entre a cultura e


as relações humanas em um ambiente digital ganha destaque. Isso permite que os estudantes
compreendam como a tecnologia pode ser usada para fortalecer as conexões interpessoais e
culturais, ao mesmo tempo em que exploram as responsabilidades éticas e os desafios associados
a essas interações digitais.

Em conjunto, esses eixos proporcionam uma educação abrangente e contextualizada, preparando


os alunos para um mundo em constante evolução.

A importância de trabalhar com esses eixos é proporcionar aos estudantes um conjunto abrangente
de conhecimentos necessários para navegar no mundo contemporâneo, cada vez mais orientados
pela tecnologia e pela cultura digital. Essas possibilidades não apenas enriquecem a experiência
de aprendizado, mas também capacitam os estudantes a aplicar conhecimentos práticos em
cenários do mundo real, impulsionando a resolução de desafios e a execução eficaz dos projetos.

3.2.1 EIXO 1: MUNDO DIGITAL E CIDADANIA – EXPLORANDO A CULTURA


DIGITAL

O
objetivo neste eixo é desenvolver a conscientização sobre as oportunidades e desafios
apresentados pelo mundo digital, capacitando os alunos a se tornarem cidadãos digitais
responsáveis, ativos e informados, incentivando-os a agir de forma crítica, consciente e
ética ao produzir, consumir e reproduzir informações, especialmente nas mídias eletrônicas.

71
3.1 3.2 3.3

A seguir, apresentamos duas possibilidades que devem estar em consonância com os projetos a
serem desenvolvidos com o eixo:

» REFLEXÃO SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS NA ATUALIDADE:

• Fake News e desinformação: Explorar com os estudantes os riscos das fake news e da
desinformação, destacando a importância de verificar fontes, analisar a veracidade das
informações e evitar a disseminação de conteúdo falso. Promover atividades em que os
estudantes possam analisar e identificar notícias falsas, verificando a confiabilidade das
fontes e checando fatos.

• Autocuidado digital: Compreender a importância do uso consciente da tecnologia


e seus impactos na saúde mental e no bem-estar, proporcionando aos estudantes o
desenvolvimento de uma relação saudável com a tecnologia, priorizando o equilíbrio
emocional, o bem-estar e a segurança digital.

• Segurança digital: Desenvolver atividades de reflexão e conscientização sobre o


compartilhamento de informações pessoais e a importância de proteger a privacidade online.

» CIDADANIA DIGITAL: discutir sobre o papel dos estudantes como cidadãos digitais
ativos, incentivando a participação em fóruns, debates e projetos que visem a melhoria
da sociedade.

• Mídias sociais e identidade digital: Debates sobre os efeitos das mídias sociais na
autoestima, privacidade e reputação digital. Explorar estratégias para construir uma
presença online positiva e autêntica, promovendo valores como respeito, empatia e
responsabilidade.

• Combate ao cyberbullyng: Discutir suas formas e impactos emocionais, incentivando os


estudantes a serem aliados contra o cyberbullying e ajudarem na promoção de um ambiente
online seguro e inclusivo. Explorar a importância de relatar incidentes e apoiar vítimas.

• Inclusão e letramento digital: Capacitar os estudantes a usar a tecnologia de forma


crítica e responsável. Explorar estratégias para garantir que o uso de tecnologias seja uma
ferramenta de inclusão e oportunidade para todos os estudantes.

3.2.2 E
 IXO 2: CULTURA E CONEXÕES – EXPLORANDO O REPERTÓRIO
CULTURAL

O
objetivo do eixo é promover a ampliação do repertório cultural dos estudantes por meio
da exploração de diferentes manifestações culturais, tradições, costumes e expressões
artísticas. Isso inclui não apenas a compreensão das próprias raízes culturais, mas
também a capacidade de apreciar e respeitar a diversidade cultural do outro. Além disso, esse
eixo proporciona desenvolver o pensamento crítico, criativo e a capacidade de reflexão sobre o
papel da cultura na sociedade.

72
3.1 3.2 3.3

A seguir, apresentamos duas possibilidades de trabalho com o eixo:

» INVESTIGAÇÃO E IDENTIDADE CULTURAL: Investigar acontecimentos passados e como


eles se refletem atualmente na realidade (local, regional, nacional ou mundial).

• Cultura local;
• Manifestações de outras culturas.

» CONSCIÊNCIA MULTICULTURAL: Despertar o senso de identidade individual e cultural


promovendo curiosidade, abertura e acolhimento a diferentes culturas e visões de mundo.

• Valorização da diversidade cultural: Oportunize que os estudantes experienciem práticas


diversificadas da produção artístico-cultural.

• Respeito a diversidade cultural: Explore diferentes formas de expressão e culturas para


que os estudantes consigam valorizar a sua identidade individual e respeitar o outro.

Esse eixo oferece uma vasta possibilidade de trabalho em projetos que possibilitam ampliar o
repertório cultural dos estudantes, permitindo a exploração de diversas manifestações culturais,
tradições, costumes e expressões artísticas. Isso não só enriquece seu conhecimento sobre culturas
diversas, mas também aprimora sua capacidade de apreciar e respeitar a diversidade cultural em
qualquer projeto que escolham abraçar.

3.2.3 EIXO 3: CULTURA E CONEXÕES HUMANAS EM UM MUNDO DIGITAL

O
objetivo desse eixo é explorar como as tecnologias digitais influenciam e moldam a
cultura, as relações sociais e as conexões humanas na era digital. Ele visa desenvolver a
capacidade dos estudantes de compreender criticamente o impacto da tecnologia na
sociedade e na cultura, ao mesmo tempo em que exploram formas criativas de uso das ferramentas
digitais para promover a conexão humana e a expressão cultural.

A seguir, apresentamos duas possibilidades de trabalho com o eixo:

» TRANSFORMAÇÕES NA PRODUÇÃO CULTURAL: Refletir sobre como as tecnologias


digitais afetam a forma de produção, distribuição e consumo da cultura:
• Influência das mídias sociais no repertório cultural;
• Consumo cultural personalizado e filtros de algoritmos.

» ACESSO À CULTURA NO CONTEXTO DIGITAL: Aprofundar a discussão sobre o acesso


à cultura no ambiente digital, abrangendo aspectos como colaboração, educação,
memória e interculturalidade.
• Preservação cultural e digitalização;
• Comunidades culturais online;
• Pirataria e direitos autoriais.

73
3.1 3.2 3.3

3.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO:


PLANEJANDO ATIVIDADES

O
s projetos devem ser desenvolvidos pelos estudantes e orientados pelo professor e ter
como objetivo solucionar problemas do cotidiano, promovendo a convivência e as trocas
de conhecimentos, saberes e experiências.

Relembramos que é preciso articular, integrar as propostas deste componente com as áreas do
conhecimento e ter projetos definidos com intencionalidade e habilidades a serem desenvolvidas.

É imprescindível que os professores estejam atentos aos seguintes pontos no momento de


elaboração e planejamento dos projetos:

» Orientar os estudantes, ouvindo-os na escolha do problema e do projeto;

» Detectar, selecionar, aprofundar e organizar os diferentes interesses dos grupos;

» Colaborar na definição do problema a ser enfrentado, estruturando as ideias


apresentadas;

» Mapear os conhecimentos dos estudantes que sejam necessários para o enfrentamento


da solução do problema;

» Ampliar os conhecimentos dos estudantes que estejam relacionados ao problema;

» Propor paradas em momentos propícios para reflexão sobre o andamento das ações;

» Criar momentos para apropriação dos possíveis resultados ao longo das atividades,
fazendo devolutivas constantes;

» Destacar competências, habilidades, conhecimentos e valores construídos ao longo das


etapas;

» Registrar os avanços do projeto.

É também importante que o professor planeje as etapas e atividades de forma articulada com as áreas
do conhecimento. Sempre com o entendimento de que não há hierarquia entre esse componente
e as áreas de conhecimento. Todos são importantes e precisam de planejamento, intencionalidade
e articulação com as áreas do conhecimento e as habilidades a serem desenvolvidas.

3.3.1 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (ABP)

Q
uando falamos de “Aprendizagem Baseada em Projetos” (ABP), estamos nos referindo a
um método de ensino inovador e baseado na prática. Por meio dessa abordagem, os
estudantes aumentam seu engajamento no desenvolvimento de solução e desenvolvem
uma visão crítica, através da qual protagonizam criativamente a solução de seus problemas.

74
3.1 3.2 3.3

Para organizar cada projeto e facilitar o trabalho que guia as situações de aprendizagem com os
estudantes, é essencial incorporar os seguintes elementos ao projeto: questão norteadora, plano
de projeto, cronograma, acompanhamento e produto final. Veja o detalhamento de cada um:

Questão norteadora: é importante que seja um desafio ou situação-problema que


estimule a curiosidade, deve ser formulada em conjunto entre o professor e os estudantes
e é destinada a ser respondida apenas no estágio final do projeto. A resposta a essa
pergunta central é o resultado do processo. É importante que a pergunta seja ampla o
suficiente para permitir que o estudante busque diferentes caminhos, tome decisões ao
longo das etapas, colabore com sua equipe, caso o projeto seja em grupo, e desenvolva
sua criticidade.

Plano de atividades: é fundamental fazer com que o estudante se envolva em etapas de


produção até chegar à resposta final da questão norteadora do projeto. Para que isso
aconteça é preciso definir uma sequência de etapas/atividades, de uma graduação da
mais simples à mais complexa. O número de atividades varia de acordo com o tempo
disponível para a realização do projeto.

Cronograma: Quantas semanas terá o projeto até a sua finalização? Os estudantes terão
quanto tempo para terminar cada atividade? Essas são algumas perguntas chave para
ajudar a definir um cronograma semanal de atividades e o que se espera de cada etapa.

Acompanhamento: Ao longo do desenvolvimento do projeto é fundamental orientar os


estudantes a cada etapa/atividade para garantir que façam pesquisas de forma adequada,
trabalhem de forma colaborativa e sejam responsáveis por seu envolvimento.

Produto final: o produto final deve estar diretamente relacionado a questão norteadora
escolhida inicialmente e deve ser decidido de forma colaborativa na fase de planejamento
do projeto.

Veja abaixo um exemplo projeto com o Eixo 1: Mundo Digital e Cidadania - Explorando a Cultura
Digital:

75
3.1 3.2 3.3

Questão Norteadora: De que maneira as fakes news e a desinformação afetam a percepção


pública sobre questões sociais e políticas, e como podemos desenvolver habilidades
críticas para enfrentar esse desafio no ambiente digital?

Plano de Atividades:
Atividade 1: Introdução aos conceitos de fake news, desinformação e sua influência na
opinião pública.
Atividade 2: Análise de exemplos de fake news que impactaram debates sociais ou
políticos. Recursos: serão utilizados jornais, matérias, entrevistas, entre outros.
Atividade 3: Discussão sobre como as fake news podem influenciar decisões e percepções
individuais e coletivas. Serão mapeados também casos vivenciados pelos próprios
estudantes.
Atividade 4: Desenvolvimento de estratégias para identificar, verificar e combater notícias
falsas, como: verificação de fontes, checagem de fatos, exame de títulos e manchetes,
análise de conteúdo e linguagem, verificação de imagens e vídeos, conferência de dados
e números, análise da data da notícia, consideração sobre a origem/autoria.
Atividade 5: Criação de um recurso educativo que aborde diferentes táticas de combate
às fake news e a importância de uma cidadania digital crítica.

Cronograma:
Semana 1: Introdução às fake news e seu impacto na opinião pública.
Semana 2: Análise de exemplos e discussão sobre influência política e social.
Semana 3: Desenvolvimento de habilidades críticas e estratégias de combate.
Semana 4 e: Criação do recurso educativo.

Acompanhamento: O professor oferecerá orientações para análise crítica e verificação de


informações, incentivando os estudantes a discutir as implicações das fake news.

Produto Final: Os estudantes criarão um recurso educativo, como um guia ou vídeo, que
explique como identificar fake news, analisar fontes e tomar decisões informadas.

O projeto visa aprofundar a compreensão dos estudantes sobre o impacto das fake news
nas percepções sociais e políticas, capacitando-os a abordar esse desafio com pensamento
crítico e conscientização.

76
3.1 3.2 3.3

3.3.2 PROJETOS INTEGRADORES NO COLABORATÓRIO (GETs)

O
Programa Ginásio Educacional Tecnológico (GETs) da Rede Municipal de Ensino do Rio de
Janeiro foi instituído pelo Decreto Nº 50.434 de 23 de março de 2022, com a proposta de
ser uma escola vocacionada para a inovação.

Um dos objetivos destes espaços, os colaboratórios, é promover a inovação pedagógica integrada


ao desenvolvimento do protagonismo estudantil, questão que dialoga fortemente com os obje-
tivos, princípios e propósito da promoção da Educação Integral. Ressaltamos que assim como os
colaboratórios, todo o espaço escolar deve contribuir na constituição da educação como ambi-
ente de inovação e desenvolvimento da cultura digital.

O programa GET compreende a


tecnologia de forma interligada aos
processos de organização social e
contempla o desenvolvimento de
habilidades socioemocionais no
cenário da Cultura Digital. Também
é uma possibilidade de se consti-
tuir como um dos muitos recursos
pedagógicos que facilitam a artic-
ulação entre a interdisciplinaridade
e o ensino pautado nas habilidades,
Legenda: A imagem acima é de um dos colaboratórios dos GETs.
competências envolvidas pela Edu- Fonte: Colaboratório do GET Coelho Neto. Prefeitura do Rio /
cação Integral. Divulgação

Os pilares do programa GET estão inseridos nas orientações gerais da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e no seu documento complementar, a BNCC da Computação. Seus três pilares
principais são: Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDICs); Cultura Digital e;
Pensamento Computacional. Eles são a base para a construção dos projetos “mão na massa” a
serem elaborados a partir de metodologias ativas, gameficação e steam, entre outras possibili-
dades, que podem ser interligadas e introduzidas ao cotidiano dos estudantes.

Mesmo que a sua escola não seja um GET, a partir da concepção da Educação Integral e com o
auxílio dos projetos integradores, você pode proporcionar aos seus estudantes a projeção dessa
proposta.

Todas essas possibilidades de construção do conhecimento, a partir desse programa, estão em


consonância com o desenvolvimento integral, os vetores de transformação, a aprendizagem
“mão na massa” e a democratização da tecnologia, princípios dos GETs, a partir de uma visão
de Educação Integral, que busca o desenvolvimento pleno das crianças e adolescentes em suas
dimensões cognitiva, física, emocional, social e cultural.

77
4. Eletiva
SUMÁRIO

4 ELETIVA 78
4.1 DE ONDE PARTIMOS? 80
4.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO 81

4.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS 86


4.2.1 EIXO 1: JOGOS E PRÁTICAS ESPORTIVAS 86
4.2.2 EIXO 2: OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU 87
4.2.2 EIXO 3: TEMAS CONTEMPORÂNEOS 88

4.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO: PLANEJANDO ATIVIDADES 89


4.3.1 COMO CONSTRUIR UMA ELETIVA 90
4.3.2 COMO OPERACIONALIZAR UMA ELETIVA 91
4.3.3 CULMINÂNCIA DAS ELETIVAS 91
4.3.4 AVALIAÇÃO DE ELETIVAS PELOS ESTUDANTES E PELA EQUIPE ESCOLAR 92
4.1 4.2 4.3

4.1 DE ONDE PARTIMOS?

C omo todos os componentes curriculares da matriz diversificada, Eletiva tem objetivos


pedagógicos e metodologia singulares. Por isso, criamos esse documento orientador a
fim de apoiar você – diretor, coordenador ou professor – nos processos de planejamento
e implementação deste componente.

Entendemos como Eletiva um momento privilegiado para promover a experimentação, a ampliação


e a diversificação de conteúdos, de forma interdisciplinar e com intencionalidade pedagógica. O
componente Eletiva se caracteriza pelo seu desdobramento em uma gama de possibilidades de
incorporação e/ou utilização de temas que podem ser ofertados, considerando o contexto da
comunidade escolar (território, cultura, demanda dos estudantes, habilidades dos professores,
entre outros) e escolhidos pelos estudantes, de acordo com os seus interesses, sonhos e aspirações,
personalizando o currículo escolar em alinhamento com o projeto de vida dos estudantes.

As Eletivas podem ser propostas pelos professores, pela SME, por instituições parceiras ou pelos
próprios estudantes. Elas objetivam proporcionar práticas e vivências por meio de metodologias
diferentes daquelas que geralmente são adotadas no cotidiano da sala de aula. Para que isso ocorra,
na prática, é importante a criação de ambientes que despertem nos estudantes a curiosidade e o
aprofundamento de temáticas por eles sugeridas, sempre articulando os diversos componentes
curriculares.

Objetivo Geral

As Eletivas têm o objetivo de promover a autonomia do estudante, desenvolver sua capacidade


de fazer escolhas e tomar decisões, incentivar o senso de responsabilidade no processo de
aprendizagem, possibilitar a construção de um currículo personalizado e contribuir para o seu
Projeto de Vida.

Objetivos Específicos

» Propiciar ao estudante a possibilidade de refletir e tomar decisões sobre aspectos que


podem influenciar suas escolhas futuras;
» Propor um modelo mais lúdico de aprendizagem, com base na prática;
» Utilizar diferentes linguagens como meio de expressar ideias;
» Promover o encontro entre aqueles cujas afinidades se aproximam, independentemente da
faixa etária e ano de escolaridade, visto que pode haver o agrupamento de estudantes;
» Promover uma visão de mundo além do conhecimento acadêmico e teórico, ampliando o
repertório cultural do estudante com experimentações.
» Estimular a busca pela descoberta de talentos e novas habilidades;
» Desenvolver o protagonismo;
» Promover a excelência acadêmica.

80
4.1 4.2 4.3

Assim, com as Eletivas espera-se:

» Integrar os componentes curriculares;

» Promover a interdisciplinaridade; favorecer a vivências de atividades, experimentações e


projetos nos diferentes campos do conhecimento;

» Estimular o senso crítico dos estudantes;

» Ampliar o repertório de conhecimentos dos estudantes;

» Incentivar o diálogo e o debate entre os estudantes;

» Promover a empatia e a tolerância entre os estudantes;

» Desenvolver a criatividade e a autonomia dos estudantes.

Como dito inicialmente, as Eletivas podem ser propostas pelos professores, pela SME, por
instituições parceiras ou pelos próprios estudantes.

Para além das propostas apresentadas pela unidade escolar, é possível encontrar na rede
interessantes opções que podem ser utilizadas como eletivas, promovendo atividades diversas,
dinâmicas e articuladas com os componentes da BNCC.

Neste contexto, destacamos sempre a importância de consultar o site e materiais Rio Educa
disponibilizados, visto que eles oferecem uma gama de sugestões que podem contribuir para o
desenvolvimento de atividades referentes ao componente curricular, Eletiva.

Sugere-se, então, atenção especial para a apresentação, seleção, definição, junto aos estudantes,
das Eletivas. Buscar todas as possibilidades e aportes oferecidos pela rede é uma excelente
estratégia, pois contribui para a integração de um projeto potente e comum de Educação integral,
que possibilite de forma efetiva o desenvolvimento das multidimensões dos sujeitos.

Agora que entendemos o que é esse interessante componente curricular Eletiva, vamos conversar
um pouco sobre a integração com as competências da BNCC e como podemos organizar e
implementar esse rico componente.

4.1.1 AS COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC EM FOCO

C omo sabemos, as escolas de educação integral da SME Rio têm como pilares: o foco no
desenvolvimento de competências e a criança e o adolescente no centro.

Por isso, sempre que precisamos planejar e implementar qualquer componente curricular
nas escolas, precisamos nos perguntar: dentre as 10 competências gerais da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), quais são aquelas que podem ser mais diretamente desenvolvidas através deste
componente?

81
4.1 4.2 4.3

Dizemos “mais diretamente” porque, considerando que competência é a capacidade de mobilizar


conhecimentos, habilidades, atividades e valores de forma intencional de acordo com a necessidade,
um único componente acaba por contribuir de alguma forma com o desenvolvimento de todas as
10 competências ao mesmo tempo.

Porém, é possível identificar aquelas competências principais e esse é um passo indispensável para
o processo de construção de nossa intencionalidade pedagógica ao lecionar aquele componente
em específico.

Vamos fazer essa reflexão para as Eletivas?

Uma vez que as Eletivas têm como escopo propor uma aprendizagem que situe as crianças e os
adolescentes como protagonistas de seus percursos educacionais, possibilitando a diversidade e
enriquecimento do currículo escolar e movimentos de experimentação, inovação e criatividade,
pode-se afirmar que este componente contribui mais diretamente com o desenvolvimento das
seguintes competências:

3. REPERTÓRIO 10. RESPONSABILIDADE


4. COMUNICAÇÃO 5. CULTURA DIGITAL
CULTURAL E CIDADANIA

O que: Valorizar O que: Utilizar O que: Compreender, O que: Agir pessoal


as diversas diferentes utilizar e criar e coletivamente
manifestações linguagens. tecnologias digitais com autonomia,
artísticas e de forma crítica, responsabilidade,
culturais. Para: Expressar- significativa e ética. flexibilidade,
se e partilhar resiliência e
Para: Fruir informações, Para: Comunicar-se, determinação.
e participar experiências, ideias, acessar e produzir
de práticas sentimentos e informações e Para: Tomar decisões
diversificadas produzir sentidos conhecimentos, com base em
da produção que levem ao resolver problemas princípios éticos,
artístico-cultural. entendimento e exercer democráticos,
mútuo. protagonismo inclusivos,
e autoria. sustentáveis e
solidários.

Fonte: movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progressao.pdf

Para compreender melhor todos os aspectos envolvidos em cada uma das competências elencadas,
podemos dividi-las em dimensões e subdimensões. Veja nos quadros a seguir:

82
4.1 4.2 4.3

3. REPERTÓRIO CULTURAL

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Fruição das artes e da cultura para vivenciar, compreender


e valorizar sua própria identidade e contextos sociais,
Fruição
culturais, históricos e ambientais, desenvolvendo
sentimento de pertencimento.
Repertório
Cultural
Expressão de sentimentos, ideias, histórias e experiências
por meio das artes. Experimentação, documentação,
Expressão
apresentação, compartilhamento, revisão e análise de
obras criativas.

Identificação e discussão do significado de eventos e


Investigação e
manifestações culturais e da influência da cultura na
identidade cultural
formação de grupos e identidades.

Senso de identidade individual e cultural. Curiosidade,


Consciência
Identidade e abertura e acolhimento a diferentes culturas e visões de
multicultural
diversidade mundo.
cultural
Respeito à Experimentação de diferentes vivências, compreensão da
Cidadania diversidade importância e valorização de identidades, manifestações,
cultural trocas e colaborações culturais.

Mediação da Reconhecimento de desafios e benefícios de se viver e


diversidade trabalhar em sociedades culturalmente diversas. Mediação
cultural cultural.

4. COMUNICAÇÃO

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Compreensão e processamento do que é dito por outras


Escuta pessoas com atenção, interesse, abertura, ponderação e
respeito

Expressão de ideias, opiniões, emoções e sentimentos


com clareza.
Compartilhamento de informações e experiências com
Expressão
diferentes interlocutores. Domínio de aspectos retóricos
Comunicação
da comunicação verbal com garantia de compreensão do
receptor.

Expressão de ideias originais com clareza, conectando-


as com as ideias de seus interlocutores e promovendo o
Discussão entendimento mútuo. Utilização de perguntas/resumos e
análise de argumentos e evidências para preservar o foco
do debate.

83
4.1 4.2 4.3

Comunicação por meio de plataformas multimídia


analógicas e digitais, áudio, textos, imagens, gráficos e
Comunicação Multiletramento
linguagens verbais, artísticas, científicas, matemáticas,
cartográficas, corporais e multimodais de forma adequada.

5. CULTURA DIGITAL

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Utilização de
Utilização de ferramentas multimídia e periféricos para
ferramentas
aprender e produzir.
digitais

Computação e Utilização de recursos tecnológicos para desenhar,


Produção
programação desenvolver, publicar, testar e apresentar produtos para
multimídia
demonstrar conhecimento e resolver problemas

Linguagens de Utilização de linguagens de programação para solucionar


programação problemas.

Compreensão e escrita de algoritmos. Avaliação de


Domínio de vantagens e desvantagens de diferentes algoritmos.
algoritmo Utilização de classes, métodos, funções e parâmetros para
Pensamento
dividir e resolver problemas.
computacional
Visualização e Utilização de diferentes representações e abordagens para
análise de dados visualizar e analisar dados.

Compreensão do impacto das tecnologias na vida das


Mundo digital pessoas e na sociedade, incluindo nas relações sociais,
culturais e comerciais.
Cultura e mundo
digital
Utilização das tecnologias, mídias e dispositivos de
Uso ético comunicação modernos de forma ética, comparando
comportamentos adequados e Inadequados.

10. RESPONSABILIDADE E CIDADANIA

DIMENSÕES SUBDIMENSÕES

Posicionamento sólido em relação a direitos e


Incorporação
responsabilidades em contextos locais e globais,
de direitos e
extrapolando interesses individuais e considerando o bem
responsabilidades
comum.

Responsabilidade Tomada de Tomada de decisão de forma consciente, colaborativa e


decisões responsável.

Consideração de fatores objetivos e subjetivos na tomada


Ponderação sobre
de decisão, com avaliação de consequências de suas
consequências
ações e de outros.

84
4.1 4.2 4.3

Análise e Identificação e incorporação de valores importantes para


incorporação de si e para o coletivo. Atuação com base em valores pessoais
valores próprios apesar das influências externas.
Valores
Reconhecimento e ponderação de valores conflitantes e
Postura ética
dilemas éticos antes de se posicionar e tomar decisões.

Participação ativa na proposição, implementação e


Participação social avaliação de solução para problemas locais, regionais,
e liderança nacionais e globais. Liderança corresponsável em ações e
projetos voltados ao bem comum.
Cidadania
Solução de
Interesse e disposição para lidar com problemas do
problemas
mundo real que demandam novas abordagens ou
ambíguos e
soluções.
complexos

Fonte: https://movimentopelabase.org.br/wp-content/uploads/2018/03/BNCC_Competencias_Progres-
sao.pdf

No momento de preparar seu plano de aula e atividades, escolha uma ou mais dessas competências e
dimensões para trabalhar, formule objetivos e reflita sobre que estratégias seriam mais interessantes
para atingi-los. Lembre-se de que uma boa estratégia precisa considerar as singularidades dos seus
estudantes, o perfil de sua turma e da sua comunidade escolar. Na seção seguinte, “Possibilidades
de estratégias metodológicas”, apresentamos algumas sugestões.

85
4.1 4.2 4.3

4.2 POSSIBILIDADES DE ESTRATÉGIAS


METODOLÓGICAS

A o propor uma Eletiva, é fundamental levar em conta uma série de estratégias metodológicas
que permitam diversificar as experiências dos estudantes e favorecer a experimentação
com uma intencionalidade pedagógica clara.

Assim, para fins de organização e operacionalização do componente curricular Eletiva necessita-


se da construção de uma descrição e ementa do que será oferecido. Para apoiar o trabalho de
construção da ementa de forma a proporcionar aprendizagens significativas dentre o que se espera
dos estudantes, foram concebidos três eixos norteadores: Jogos e Práticas Esportivas, Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável e Temas Contemporâneos.

Para o Eixo 1, propomos Jogos e Práticas Esportivas.

No Eixo 2, apresentamos uma proposta de trabalho com Objetivos do Desenvolvimento Sustentável


(ODS) da ONU.

E por último, no eixo 3 você conhecerá Temas Contemporâneos elencados para o trabalho com
as Eletivas.

4.2.1 EIXO 1: JOGOS E PRÁTICAS ESPORTIVAS

A incorporação de jogos e práticas esportivas no componente curricular Eletivas possibilita,


além do desenvolvimento físico e cognitivo dos estudantes, o desenvolvimento da
capacidade de resolução de conflitos e trabalho em equipe. Dentre as possibilidades de
desenvolvimento desse eixo, sugerimos:

» Jogos de estratégia: esse tipo de jogo oferece uma experiência desafiadora aos estudantes,
pois requer pensamento crítico, análise de informações e adaptação às circunstâncias em
constante mudança. Exemplos: jogo da memória, quebra-cabeças, desafios lógicos e de
matemática em formato de jogo, estratégia em grupo para solucionar problemas.

» Jogos cooperativos: os jogos cooperativos são caracterizados por não possuírem


eliminações, exclusões, vencedores e perdedores. O foco principal é o desenvolvimento da
tarefa e a cooperação entre os estudantes.

» Práticas esportivas: futebol, vôlei, basquete, handebol, yoga, tênis de mesa, circuito
esportivo.

86
4.1 4.2 4.3

4.2.2 E
 IXO 2: OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU

C riados em 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), representam um


plano de ações propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de
erradicar a desigualdade social, preservar o planeta e assegurar a paz e a prosperidade.
Esses objetivos têm como propósito enfrentar os principais desafios globais até o ano de 2030.

É importante relacionar o trabalho com os ODS a situações e contextos reais que fazem parte
da vida das crianças e adolescentes, para que eles possam aprofundar seus conhecimentos e
compreender a conexão entre o que é aprendido na escola e a realidade ao seu redor.

Ao conectar os ODS com o cotidiano dos estudantes, eles têm a oportunidade de ver como suas
ações podem fazer a diferença em relação a problemas reais e urgentes. Isso pode despertar
um senso de responsabilidade social e ambiental, bem como desenvolver habilidades como
pensamento crítico, trabalho em equipe e criatividade.

Esses objetivos e metas estão distribuídos em cinco áreas estruturantes da humanidade e do


planeta, a saber:

» Pessoas: erradicação da fome e pobreza, para que todo e cada ser humano consiga
desenvolver seu potencial com dignidade e igualdade, em um ambiente saudável.

» Planeta: consumo, produção e gestão sustentável de recursos naturais com ações voltadas a
promover as necessidades das gerações presentes e futuras.

» Prosperidade: garantia de que todo indivíduo possa usufruir de plena realização pessoal e a
promoção harmônica do progresso econômico, social e tecnológico com a natureza.

» Paz: promoção de sociedades pacíficas, justas e inclusivas, sem violência ou medo.

» Parceria: buscar parceiros e meios para a implementação da Agenda 2030, para o


desenvolvimento sustentável, considerando principalmente o espírito de solidariedade
global.

Na sequência estão listados os 17 ODS:

87
4.1 4.2 4.3

Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

4.2.3 EIXO 3: TEMAS CONTEMPORÂNEOS

O s chamados temas contemporâneos não pertencem a uma área de conhecimento


específica, mas perpassam todos os componentes curriculares, assim como os 17
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e, por isso, podem apoiar a
construção de diferentes práticas. Esses temas estão intimamente relacionados à vida em
sociedade e ao desenvolvimento cognitivo, socioemocional, cultural, ético, estético e a uma vida
sustentável conforme nos aponta a BNCC. Assim, são essenciais para a sua formação e promovem
interdisciplinaridade. São eles:

» Meio ambiente: educação ambiental e educação para o consumo;

» Economia: trabalho, educação financeira e educação fiscal;

» Saúde: saúde e educação alimentar e nutricional;

» Cidadania e civismo: vida familiar e social, educação para o trânsito, educação em


direitos humanos, direitos da criança e do adolescente e processo de envelhecimento,
respeito e valorização do idoso;

» Multiculturalismo: diversidade cultural e educação para valorização do multiculturalismo


nas matrizes históricas e culturais brasileiras;

» Ciência e tecnologia: ciência e tecnologia.

88
4.1 4.2 4.3

4.3 APRENDIZAGEM EM AÇÃO:


PLANEJANDO ATIVIDADES

A s eletivas devem ser planejadas considerando além dos eixos temáticos, as diferentes
áreas do conhecimento e o interesse das crianças e adolescentes.

Para isso sugerimos que seja feito um alinhamento entre os professores sobre possíveis
temas que dialoguem com os eixos apresentados e as áreas do conhecimento e também um
levantamento dos temas que despertam o interesse e curiosidade dos estudantes.

Na prática, percebe-se uma tendência dos estudantes escolherem as eletivas por identificação
com o professor, pela temática, por intervenção de outros estudantes etc. Como estratégia para
organizar uma eletiva, seguem algumas sugestões:

» É relevante apresentar para os estudantes, de forma muito clara, os conteúdos que serão
trabalhados em cada Eletiva ao longo do curso;

» É importante promover o entendimento de que o tempo da Eletiva não significa tempo vago;

» Considera-se imprescindível trabalhar progressivamente o entendimento dos estudantes


quanto à importância das Eletivas, superando a visão de que é uma disciplina sem relevância.
Esse processo de sensibilização deve ser priorizado, de modo que os estudantes se
familiarizem com essa nova proposta pedagógica ao ingressarem na escola;

» Vale considerar o número de Eletivas oferecidas durante o semestre, de acordo com o


quantitativo de turmas, professores e os espaços disponíveis para cada Eletiva e assim,
promover uma melhor distribuição do número de estudantes em cada Eletiva;

» Recomenda-se atenção aos materiais necessários para a realização das Eletivas e sua
disponibilidade na Unidade Escolar, antes de aprovar uma proposta de Eletiva;

» As Eletivas podem ser organizadas em várias modalidades;

» Sugere-se, sempre que possível, promover um intercâmbio entre as Eletivas, integrando-as


em um projeto comum. Nas Eletivas de Artes Visuais, Música, Teatro e Dança, por exemplo,
pode-se elaborar uma culminância em conjunto;

» Sugere-se a realização de um período de experimentação das Eletivas para facilitar o


processo de tomada de decisão dos estudantes e minimizar o número de estudantes
cursando Eletivas com as quais não se identificam;

» A Unidade Escolar tem autonomia para definir como será esse período, podendo ser
realizado em um dia ou uma semana, durante a Feira das Eletivas (momento criado pela
unidade escolar para apresentar aos alunos os temas e as Eletivas propostas);

» Sugere-se que as Eletivas tenham títulos atraentes para os estudantes, reforçando a


atratividade e ludicidade.

89
4.1 4.2 4.3

4.3.1 COMO CONSTRUIR UMA ELETIVA

Q
uando se trata de desenvolver uma disciplina Eletiva, é crucial que o professor busque a
inovação e exercite sua criatividade.

Apresentamos a seguir dicas e critérios para a elaboração da ementa das Eletivas:

» Ludicidade;

» Interdisciplinaridade;

» Diversificação de conteúdo;

» Articulação com as disciplinas do núcleo comum;

» Apoio ao Projeto de Vida do estudante;

» Atratividade;

» Aprofundamento das temáticas trazidas pelos estudantes;

» Relevância social, cultural, política e econômica;

» Ampliação do conhecimento e preparação para aquisição de habilidades específicas;

» Despertar a curiosidade do estudante;

» Abordagem com múltiplas linguagens;

» Conhecimento prático, visando a experimentação, do professor.

Abaixo, sugerimos um modelo de ementa que pode ser adaptado, incorporando esses princípios
para criar uma Eletiva que estimule o interesse dos estudantes, promova a interdisciplinaridade, e
esteja alinhada às demandas do mundo atual:

EMENTA

Nome da Eletiva: a escolha deve despertar o interesse dos estudantes

Ano de escolaridade: a que ano(s) se destina a Eletiva

Descrição: resumo breve e atrativo sobre a Eletiva

Justificativa: motivo pelo qual está sendo proposta a Eletiva

Eixo ou eixos: eixo ou eixos contemplados

90
4.1 4.2 4.3

4.3.2 COMO OPERACIONALIZAR UMA ELETIVA

A
pós a definição das Eletivas, essas precisam ser divulgadas para os estudantes. Nesse
processo de divulgação das ementas, os critérios precisam estar bem definidos e
claramente apresentados: período, inscrição e composição das turmas/agrupamentos,
para que tenham toda a informação necessária para escolher, de forma consciente, aquela na qual
desejam se inscrever (dependendo da modalidade que a escola ofereça). Esse momento pode ser
realizado de diferentes formas: cartazes, divulgação nas turmas, redes sociais, Feira de Eletivas etc.

Após a divulgação das propostas e a escolha/inscrição das Eletivas, sugerimos que sejam
observados os seguintes fatores:

» A organização das turmas de cada Eletiva dependerá do desenho e planejamento


realizado pela escola e a alocação de professores nas turmas, respeitando a capacidade
dos espaços e propostas, desejo dos estudantes e a divisão ou não entre os mesmos
dos diversos anos de atendimento da escola.

» A proposta é que a(s) turma(s) das Eletivas apresente(m) características diversas, com
diferentes possibilidades de aprendizagens, cabendo ao professor ser o mediador do
processo de construção coletiva e colaborativa.

» A Eletiva tem duração/período estipulado pela comunidade escolar, podendo ser


bimestral ou semestral, quando poderá ocorrer um novo rodízio de estudantes entre
as Eletivas ou novas Eletivas serão oferecidas, intensificando as trocas de experiências
entre os estudantes e incentivando a convivência entre docentes e discentes.

4.3.3 CULMINÂNCIA DAS ELETIVAS

A
o final de cada período, realiza-se uma culminância, na qual as atividades desenvolvidas
durante as Eletivas são apresentadas para a comunidade escolar. A organização e forma
desse momento final ficam a critério do professor da Eletiva e da realidade da escola,
conforme ementa. Outra sugestão são culminâncias periódicas: semanais, mensais, semestrais ou
de outras formas a depender dos objetivos das Eletivas.

A culminância poderá ocorrer em um dia determinado com uma exposição geral dos trabalhos
realizados no semestre ou ao longo da semana em horários determinados pela equipe escolar.
Espera-se que esse momento seja uma oportunidade para celebrar as realizações e os resultados
alcançados pelos estudantes e professores ao longo do período.

Cabe sinalizar que o processo avaliativo de eletivas não confere notas ou conceitos. A avaliação
deve ser qualitativa e sugere-se a criação de propostas diversificadas de avaliação, considerando
o processo e desenvolvimento das atividades propostas.

91
4.1 4.2 4.3

Desse modo, os procedimentos pedagógicos utilizados nos processos avaliativos devem ser
apresentados aos estudantes, como estratégia de comunicação dos resultados esperados e
alcançados na realização dos projetos.

4.3.4 AVALIAÇÃO DE ELETIVAS PELOS ESTUDANTES E PELA EQUIPE


ESCOLAR

É
indicado que, ao fim de cada período, bimestre ou semestre letivo, seja realizada uma
avaliação das eletivas oferecidas, por parte dos estudantes em relação às experiências
vivenciadas nas disciplinas eletivas e da comunidade escolar envolvida nos projetos, de
modo a considerar os pontos positivos e oportunidades de melhorias. Esse momento reflexivo
servirá para proposição de novas ideias e abordagens que deverão ser incorporadas ao trabalho
realizado no semestre seguinte.

Para que os estudantes avaliem as eletivas de forma eficaz, podem ser adotadas abordagens
como a realização de pesquisas anônimas, questionários ou rodas de discussão, nas quais os eles
compartilhem suas opiniões e sugestões.

Em Eletiva, os estudantes não são avaliados como tradicionalmente ocorre com os demais
componentes curriculares, mas sim, são identificadas evidências de aprendizagem (registro) de
acordo com os resultados apresentados nas culminâncias alcançadas no semestre, de modo
coerente com os objetivos elencados a serem alcançados e as habilidades a serem desenvolvidas.

É importante que o professor registre ao longo do período o progresso e aprofundamento do


conhecimento dos estudantes de maneira mais holística. Em vez de se limitar a notas e avaliações
tradicionais, a ênfase recai sobre a demonstração prática do aprendizado, o que enriquece a
compreensão do desenvolvimento dos estudantes nesse contexto específico.

92
5. Roda de Leitura
SUMÁRIO

5 RODA DE LEITURA 93
5.1 DE ONDE PARTIMOS? 94
5.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 96
5.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE 96
5.1.3 O COMPONENTE COMPONDO A TRAJETÓRIA DO ESTUDANTE COMO UM TODO 96

5.2 OBJETIVOS DO COMPONENTE 97


5.3 POSSÍVEIS ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS 98
5.4 OBSERVAR, REGISTRAR E AGIR 99
5.1 5.2 5.3 5.4

5.1 DE ONDE PARTIMOS?

D
o componente pertencente à matriz curricular dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Através das Rodas de Leitura, as crianças têm a possibilidade de explorar vários livros,
conhecer muitas histórias e principalmente escolher suas leituras. Ter seu espaço de voz,
falar sobre suas emoções, sensações, trocar impressões com as outras crianças, além de promover
a capacidade reflexiva e crítica, enriquecendo o vocabulário, aumentando a riqueza de ideias,
ajudando na desinibição, facilitando a comunicação e a interação social entre crianças e professores.

Os professores têm papel fundamental, enquanto mediadores de leitura, sendo responsáveis por
despertar o gosto pela leitura literária, proporcionando elementos de ligação entre as crianças e
os livros, pois estes ampliam o potencial imaginativo da criança, tornando-a mais criativa.

A Roda de Leitura destaca-se como uma fonte enriquecedora de aprendizagem, possibilidade


de socialização entre as crianças, através de uma leitura compartilhada, seguida de uma conversa
sobre o texto lido por todos, pois cada um pode expor seu ponto de vista. Características de
oralidade como entonação da voz, ênfases e pausas nas leituras compartilhadas dos textos podem
ser observadas, além de permitir o trabalho com todos os gêneros literários.

Em uma Roda de Leitura é possível perceber motivações, sentimentos e objetivos dos autores. O
mediador possibilita um trabalho de interpretação, reflexão, compreensão e crítica, dando vida
e significado ao texto lido em grupo. Em cada texto que lê, o sujeito-leitor aumenta seu acervo
podendo fazer novas leituras de si mesmo, do outro e do mundo. [...]

A dimensão da leitura enquanto experiência está justamente na possibilidade


de ir além do momento em que se realiza, podendo desempenhar importante
papel na formação. CORSINO, 2010, p. 9.

Sendo assim, os professores têm papel fundamental, enquanto mediadores de leitura, sendo
responsáveis por despertar o gosto pela leitura literária, proporcionando elementos de ligação
entre as crianças e os livros, pois estes ampliam o potencial imaginativo da criança, tornando-a
mais criativa.

Orientadas pela concepção de leitura como compreensão e interação entre texto e leitor, as
atividades poderão ser organizadas, de forma a desenvolver habilidades de leitura:

» ANTES – permitindo situar o leitor diante da leitura, instigando-o a assumir papel ativo
no processo;

» DURANTE – permitindo construir uma interpretação que auxilie na resolução de


problemas;

» DEPOIS DA LEITURA – predispondo-se a unificar as etapas anteriores de forma concreta


(SOLÉ, 1998).

Assim, apresentamos algumas sugestões globais que permitirão múltiplasadaptações, fomentando


o estabelecimento entre as relações das experiências pessoais (como: inquietações e expectativas)
com o que se lê, promovendo, ainda, uma assimilação prazerosa das histórias propostas.

95
5.1 5.2 5.3 5.4

5.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL

A
Roda de Leitura não pressupõe simplesmente organizar os alunos em círculo para eles
lerem juntos. Vai muito além da organização. O professor responsável deve organizar a
atividade, a seleção das leituras que serão realizadas, funcionando como um mediador
para contribuir com as questões abordadas e para o desenvolvimento integral dos estudantes.

Roda de Leitura pressupõe intencionalidade de aprendizagem, encantamento pelas palavras, pelos


textos lidos e, acima de tudo, o prazer em ler.

5.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE

A
fundamentação teórica do componente Roda de leitura se baseia em conceitos e
abordagens que destacam a importância do diálogo, interação e construção coletiva
de significados no processo de leitura. A roda de leitura é uma prática pedagógica que
busca promover a socialização e a troca de experiências entre os participantes, estimulando a
compreensão e interpretação dos textos de forma colaborativa.

A leitura é vista como uma prática social, onde os leitores constroem significados em um contexto
compartilhado. A roda de leitura reflete essa perspectiva ao promover a discussão e a interpretação
conjunta dos textos, considerando o aspecto social da leitura.

5.1.3 O COMPONENTE COMPONDO A TRAJETÓRIA


DO ESTUDANTE COMO UM TODO

O
componente de Roda de Leitura auxilia para fundamentar uma estratégia pedagógica que
vai além da simples decodificação do texto, enfatizando a interação, a construção coletiva
de significados e o desenvolvimento das habilidades interpretativas dos estudantes.

96
5.1 5.2 5.3 5.4

5.2 OBJETIVOS DO COMPONENTE


» Promover a leitura em todos os segmentos da escola.

» Inserção dos alunos no mundo da leitura significativa, proporcionando situações


diversificadas de leitura (e escrita).

» Incentivar e facilitar o acesso à leitura.

» Conhecer vários gêneros textuais.

» Proporcionar o desenvolvimento das competências, habilidades e criatividade.

» Despertar o prazer da leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo do aluno.

» Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando efetivar, enquanto
processo, a leitura e a escrita.

» Estimular o desejo de novas leituras.

» Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação.

» Possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens.

» Proporcionar através da leitura, a oportunidade de ampliação dos horizontes pessoais e


culturais.

» Diversificar as sugestões para o trabalho com literatura junto aos alunos.

» Ampliar repertórios de leituras.

» Estimular a leitura e a produção de textos por parte dos alunos.

» Enriquecer o projeto pedagógico das escolas.

» Diversificar a prática pedagógica.

» Envolver a Comunidade Escolar em ações de fomento à leitura.

» Reconhecer os diferentes tipos de textos e linguagens, como forma de manifestação


artística e cultural.

» Estimular o contato e a reflexão a partir de diferentes linguagens.

» Diversificar a prática pedagógica, por meio do estímulo à sensibilidade e à criatividade.

» Promover o enriquecimento cultural e intelectual da comunidade escolar, criando o


hábito e o prazer de ler, escrever, pesquisar e interpretar.

97
5.1 5.2 5.3 5.4

5.3 POSSÍVEIS ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS

A
seguir, apontamos algumas estratégias de leitura essenciais na formação do bom leitor,
que podem ser utilizadas nos anos iniciais do ensino fundamental. Essas estratégias
são:

» Conhecimento Prévio

» Sumarização

» Conexões

» Perguntas ao texto

» Inferência

» Síntese

» Visualização

Orientamos o uso de tais estratégias para que os alunos possam melhorar a compreensão do que
leem e não apenas decodificarem o texto. Tais estratégias poderão ser dinamizadas sem uma
ordem específica. Mas ao ensinar (para os alunos, sujeitos-leitores) tais mecanismos, o professor
agirá didática e sensivelmente, explicando-os conforme surgem no decorrer da leitura do texto
(SOUZA; COSSON, 2012).

Ao pensar, construir, desenvolver as atividades de leitura do componente é importante estar atento


as estratégias sugeridas.

Os professores de Roda de Leitura devem ter clareza da importância e da necessidade de ensinar


um conjunto de estratégias de leitura, de situações nas quais as crianças possam ampliar seu
entendimento, bem como possam adquirir e ativar o seu conhecimento de mundo, linguístico e
textual, a partir do que estão lendo (Kleiman 1989).

Quanto ao trabalho com estratégias de leitura, Girotto e Souza (2010) afirmam:

Entre o repertório de estratégias de compreensão fazer conexões,


inferências, visualizações, questionamentos, sumarizações e síntese há
uma estratégia essencial, a de ativar o conhecimento prévio, em que
ficam evidentes todas as demais estratégias, tais como: a previsão,
a interlocução, o questionamento, a indagação. Os norte-americanos
chamam-na de estratégia-mãe ou estratégia guarda-chuva, pois
agrega todas as demais. (GIRROTO; SOUZA, 2 010, p. 65).

98
5.1 5.2 5.3 5.4

5.4 OBSERVAR, REGISTRAR E AGIR

O
conhecimento prévio – condição primeira para compreensão do texto é basilar para as
demais estratégias de leitura, porque o sujeito-leitor dificilmente conseguirá entender o
que está lendo sem pensar, isto é, sem estabelecer relação com aquilo que já conhece.
Kleiman (2002), ao comentar isso, também afirma que “a compreensão de um texto é um processo
que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já
sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida” (p. 13).

Nesse sentido, a leitura conduz o sujeito-leitor a trazer do seu passado de lembranças conhecimentos
significativos, relevantes à compreensão do texto propriamente dito.

Na estratégia conexão, intensifica-se o conhecimento prévio para estabelecer compreensão,


conectando o texto lido com o conhecimento que já traz consigo, num constante processo de
construção de significado.

Segundo Souza et al., três são os tipos de possíveis conexões: o texto-texto, com fusões que se
realizam do texto (que está sendo lido) com outros textos com os quais teve contato; o texto-leitor,
em que o aluno, nosso sujeito-leitor, faz uso de trechos do texto lido e os associa aos fatos de seu
cotidiano; texto-mundo, num processo de associar o texto com fatos de contextos sociais, ou seja,
fatos da cidade, de seu entorno, e acontecimentos que ocorrem no mundo (2010, p. 68). A conexão
ainda tem por base o pressuposto: estimular os alunos a conectarem seu conhecimento de mundo
com novas leituras, o que exigirá do sujeito-leitor a habilidade de compreender o texto como um
todo e assim relacionar ideias das partes com outros textos.

Compreende ação do sujeito-leitor em fazer uso do que já se constitui como seus conhecimentos
prévios (próprio do aluno), “aliados às dicas do texto, para completar os espaços deixados em
aberto” (VÁGULA 2016, p. 191). Por tais indícios textuais, ele passa a deduzir sequências dos fatos
e significados não conhecidos. As inferências podem ser elaboradas de diferentes tipos, como
interpretação(ções), hipótese(es), previsão(ões) e conclusão(ões) (GIROTTO; SOUZA, 2010, p. 138).
Qual será o final deste romance? Que sugestões podem surgir para resolução de determinado
conflito (p. 82)? Qual é o significado de determinada palavra desconhecida pelo aluno (p. 78)?
O que poderá acontecer com o/a personagem (antes que o mesmo esteja explícito no texto a
ser lido) (p. 80–82)?. “Formular hipóteses, fazer previsões, tudo isso exige correr riscos, pois, por
definição, não envolvem a exatidão daquilo que se previu ou formulou” (SOLÉ, 1998, p. 108).

A visualização é uma estratégia de leitura que está vinculada à inferência, pois se concretiza quando
leitores inferem e elaboram significados através da criação de imagens (mentais) e cenários em
suas mentes. Por serem inteiramente pessoais, essas visualizações intensificam a experiência com
a leitura, tornando-se um ato muito mais prazeroso, gerando um forte engajamento na prática
literária.

Isso se dá porque quando visualizam determinadas imagens, os sujeitos leitores, passam a se


interessar mais; pensam e entendem melhor a informação compreendida no texto (GIROTTO;
SOUZA, 2010, p. 85).

99
5.1 5.2 5.3 5.4

Essa estratégia auxilia os sujeitos-leitores a perceberem as pistas contidas no texto, ensejando


o raciocínio. Ao fazerem perguntas ao texto, os alunos passam a ter uma compreensão mais
significativa do texto. As questões podem ser respondidas com base no próprio texto ou no
conhecimento do leitor. Nesse sentido, os alunos podem aprender com o texto. Solé, ao falar sobre
as relações entre as perguntas e as respostas que podem surgir a partir de um determinado texto,
aduz: perguntas de resposta literal, perguntas para pensar e buscar, perguntas de elaboração
pessoal (1998, p. 156).

Embora difícil, a sumarização é a estratégia de selecionar o que de fato é importante, relevante,


no texto. As autoras Harvey e Goudvis (2008) (apud SOUZA, 2010), esclarecem que os sujeitos-
leitores devem parar a cada página, a fim de pensar sobre o que está sendo lido, antes de avançar
na leitura. Refletir sobre o que é relevante e pormenorizar informações contribui para produção de
significados, o que é fundamental para a compreensão da leitura.

A estratégia da síntese, definida como o processo de atribuição de sentido, com reconstrução


textual de acordo com o entendimento pessoal de cada leitor.

Essa ocorre quando o sujeito-leitor articula o que está lendo com impressões pessoais, isto é,
reconstitui o próprio texto e elenca as informações que considera essenciais. “Ensinar a resumir
selecionar os fatos, ordenar eventos, parafrasear e escolher o que é importante como um processo
de síntese, é fundamental para a formação do leitor autônomo” (GIROTTO; SOUZA, 2010, p.

Lembramos que no site do Rio Educa você encontra o Caderno Pedagógico Roda e Círculo de
Leitura, a fim de orientar, formar e auxiliá-lo na prática pedagógica junto aos estudantes da Rede
Municipal Carioca.

Então, vamos lá!

100
6. Círculo de Leitura
SUMÁRIO

6 CÍRCULO DE LEITURA 101


6.1 DE ONDE PARTIMOS? 103
6.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL 103
6.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE 103

6.2 OBETIVOS DO COMPONENTE 105


6.3 POSSÍVEIS ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS 105
6.4 OBSERVAR, REGISTRAR E AGIR 106
6.1 6.2 6.3 6.4

6.1 DE ONDE PARTIMOS?

C
omponente Círculo de Leitura pertencente à matriz curricular dos anos finais do Ensino
Fundamental II.

O Círculo de Leitura deve fortalecer o protagonismo juvenil e auxiliar no desenvolvimento


de habilidades de leitura e escrita dos mais variados gêneros literários, assim como as competências
gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), através da socialização de escolhas, leituras,
escutas, comentários e efeitos que as obras produzem nos leitores.

6.1.1 O PAPEL DO COMPONENTE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL

O
componente Círculo de Leitura desempenha um papel crucial no desenvolvimento
integral dos alunos do Ensino Fundamental II, contribuindo para o aprimoramento de
diversas habilidades cognitivas, sociais e emocionais.

Em resumo, o componente Círculo de Leitura no Ensino Fundamental II desempenha um papel


multifacetado no desenvolvimento integral dos alunos, abordando aspectos cognitivos, sociais e
emocionais de forma integrada.

6.1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO COMPONENTE

A
fundamentação teórica do componente Círculo de Leitura no Ensino Fundamental II pode
se basear em diversas abordagens pedagógicas e teorias educacionais.

A leitura é vista como uma prática social, onde os leitores interagem com textos em
contextos sociais específicos. O Círculo de Leitura reflete essa perspectiva ao criar um ambiente
em que os estudantes compartilham suas interpretações, experiências e perspectivas sobre os
textos.

O componente compondo a trajetória do estudante como um todo

O componente de Círculo de Leitura tem como intencionalidade oferecer diferentes prismas


para entender e fundamentar o componente do Círculo de Leitura no Ensino Fundamental II.
A combinação dessa abordagem pode enriquecer a prática pedagógica, proporcionando aos
estudantes uma experiência de leitura que vai além da simples decodificação de palavras.

103
6.1 6.2 6.3 6.4

6.2 OBJETIVOS DO COMPONENTE


» Promover a leitura em todos os segmentos da escola.

» Inserção dos alunos no mundo da leitura significativa, proporcionando situações


diversificadas de leitura (e escrita).

» Incentivar e facilitar o acesso à leitura.

» Conhecer vários gêneros textuais.

» Proporcionar o desenvolvimento das competências, habilidades e criatividade.

» Despertar o prazer da leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo do aluno.

» Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando efetivar, enquanto
processo, a leitura e a escrita.

» Estimular o desejo de novas leituras.

» Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação.

» Possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens.

» Proporcionar através da leitura, a oportunidade de ampliação dos horizontes pessoais e


culturais.

» Diversificar as sugestões para o trabalho com literatura junto aos alunos.

» Ampliar repertórios de leituras.

» Estimular a leitura e a produção de textos por parte dos alunos.

» Enriquecer o projeto pedagógico das escolas.

» Diversificar a prática pedagógica.

» Envolver a Comunidade Escolar em ações de fomento à leitura.

» Reconhecer os diferentes tipos de textos e linguagens, como forma de manifestação


artística e cultural.

» Estimular o contato e a reflexão a partir de diferentes linguagens.

» Diversificar a prática pedagógica, por meio do estímulo à sensibilidade e à criatividade.

» Promover o enriquecimento cultural e intelectual da comunidade escolar, criando o


hábito e o prazer de ler, escrever, pesquisar e interpretar.

104
6.1 6.2 6.3 6.4

6.3 POSSÍVEIS ABORDAGENS E ESTRATÉGIAS

O
componente Círculo de Leitura pressupõe apresentar um conjunto de estratégias, permi-
tindo que os estudantes ampliem seu entendimento e ativem seu conhecimento prévio,
linguístico e textual. Girotto e Souza (2010) ressaltam a importância da estratégia de
ativar o conhecimento prévio, considerada uma estratégia-mãe que engloba as demais, como pre-
visão, interlocução, questionamento e indagação.

As crianças gostam de ouvir e contar histórias. No espaço educacional a prática de contação


de histórias deve ser realizada durante todo o tempo, principalmente nos anos iniciais do ensino
fundamental. Para Benjamim (1994), é pela narrativa que as pessoas intercambiam experiências,
quando contam sua história a outro, quando narram fatos de sua vida, oralmente, ou por escrito,
quando deixam para seus pares rastros de sua experiência no mundo

105
6.1 6.2 6.3 6.4

6.4 OBSERVAR, REGISTRAR E AGIR

N
o site do Rio Educa, encontramos o Caderno Pedagógico Círculo de Leitura, a fim de orien-
tar, formar e auxiliá-lo no desenvolvimento das práticas pedagógicas junto aos estudantes
da Rede Municipal Carioca.

Sabemos que você, professor(a) é quem mais conhece os estudantes, e possui experiência e for-
mação para realizar um trabalho de excelência. Por isso, o objetivo deste material, o caderno pe-
dagógico, é ser um ponto de partida para novas ideias e práticas leitoras.

Este caderno também contém sugestões de atividades com diferentes

gêneros textuais, levando em conta a transversalidade dos processos de aprendizagem.

Então, vamos lá!

106

Você também pode gostar