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ATIVIDADES E

OPERAÇÕES
INSALUBRES
Profª. Ma. Andyara Letícia

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ATIVIDADES INSALUBRES
• CONCEITO:
• Art. 189 da CLT: Serão consideradas atividades ou operações insalubres
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e
do tempo de exposição aos seus efeitos.
• Cabe ao Ministério da Economia, no exercício de sua competência
regulamentar em matéria de segurança e saúde do trabalho, definir as
atividades e operações insalubres, bem como adotar normas sobre os
critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos
agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição
do empregado a esses agentes (art. 190 da CLT).

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NORMA REGULAMENTORA Nº15
• 15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:
• 15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos nº 1 (ruído contínuo ou
intermitente), 2 (ruídos de impacto), 3 (calor), 5 (radiações ionizantes), 11 (agente
químico) e 12 (poeira mineral).
• 15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos nº 6 (condições hiperbáricas – ar
comprimido e trabalhos submersos), 13 (agentes químicos) e 14 (agentes biológicos);
• 15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes
dos Anexos nº 7 (radiações não-ionizantes - microondas, ultravioletas e laser), 8
(vibração), 9 (frio) e 10 (umidade).
• 15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral.

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NORMA REGULAMENTORA Nº15
• 15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de
acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador
a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da
região, equivalente a:
• 15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau
máximo;
• 15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
• 15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;
• 15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade,
será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de
acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

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NORMA REGULAMENTORA Nº15
• 15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a
cessação do pagamento do adicional respectivo.
• 15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
• a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
• b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
• 15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por
laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médico do
trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos
empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua
eliminação ou neutralização.

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NORMA REGULAMENTORA Nº15
• 15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará
caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que
comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.
• 15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias
profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho,
através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou setor
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar
atividade insalubre.
• 15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho,
desde que comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do
Trabalho indicará o adicional devido.

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NORMA REGULAMENTORA Nº15
• ANEXO 1 - Limites de tolerância • ANEXO 8 – Vibração.
para ruído contínuo ou intermitente. • ANEXO 9 – Frio.
• ANEXO 2 - Limites de tolerância • ANEXO 10 – Umidade.
para ruídos de impacto.
• ANEXO 11 - Agentes químicos cuja
• ANEXO 3 - Limites de tolerância insalubridade é caracterizada por
para exposição ao calor. limite de tolerância e inspeção no
• ANEXO 4 – revog. Port. MTPS nº local de trabalho.
3.751/1990. • ANEXO 12 - Limites de tolerância
• ANEXO 5 - Radiações ionizantes. para poeiras minerais.
• ANEXO 6 - Trabalho sob condições • ANEXO 13 - Agentes químicos.
hiperbáricas. • ANEXO 13A – Benzeno.
• A N E X O 7 - R a d i a ç õ e s n ã o - • ANEXO 14 - Agentes biológicos.
ionizantes.

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ATIVIDADES INSALUBRES
• Súmula 460 do STF: “para efeito do adicional de insalubridade, a perícia
judicial, em reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da
atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministro do
Trabalho”.
• Comprovado que a atividade do trabalhador o expõe ao calor acima de tais
limites de tolerância, inclusive em decorrência de trabalho em ambiente
externo, sujeito a radiação solar, devido será o adicional de insalubridade.
• A propósito, as atividades e operações insalubres são previstas em normas
do Ministério da Economia, mas a verificação da presença de agentes
nocivos acima dos limites de tolerância fica a cargo de profissional
devidamente habilitado, qual seja médico do trabalho ou engenheiro do
trabalho, o qual emitirá laudo técnico indicando a caracterização ou não
da insalubridade no caso concreto, nos termos do art. 195, caput, da CLT.

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ATIVIDADES INSALUBRES

• A regra geral é a necessidade de perícia no local de trabalho


para caracterização da insalubridade, pois só assim haverá
certeza de que os agentes nocivos eram encontrados acima dos
limites de tolerância. Não obstante, o TST mitigou tal regra ao
admitir, no caso de extinção da empresa, outros meios de prova,
consoante a OJ 278:
• OJ-SDI1-278. Adicional de insalubridade. Perícia. Local de
trabalho desativado (DJ 11.08.2003). A realização de perícia é
obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for
possível sua realização, como em caso de fechamento da
empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova.

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ATIVIDADES INSALUBRES
• A eliminação ou neutralização da insalubridade (art. 191 da CLT):
• A adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites
de tolerância. No caso, trata-se das medidas de proteção coletiva, as quais
reduzem os agentes nocivos de forma a manter o ambiente de trabalho salubre,
dentro dos parâmetros estipulados pelo Ministério da Economia. Exemplo: uma
indústria que utiliza maquinário que produz ruído excessivo enclausura tais
máquinas, no sentido da redução de tal agente físico, mantendo assim o ruído
ambiente dentro dos limites de tolerância.
• A utilização de equipamentos de proteção individual pelo trabalhador que
diminuam a intensidade do agente agressivo, de forma que não sejam
ultrapassados os limites de tolerância. Exemplo: indústria que utiliza máquinas
que produzem ruído excessivo neutraliza a insalubridade do ambiente de
trabalho mediante o fornecimento (e exigência do uso) de abafadores de ruído e
protetores auriculares (EPIs), conforme o caso.

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ATIVIDADES INSALUBRES
• A adoção de tais medidas, tanto de proteção coletiva quanto individual,
constitui obrigação do empregador, e deve ser fiscalizada pela
Superintendência Regional do Trabalho, por meio dos Auditores Fiscais
do Trabalho, os quais concederão prazo para regularização (art. 191,
parágrafo único, CLT).
• O trabalho realizado em ambiente insalubre, assim considerado aquele
em que os agentes nocivos são encontrados em patamares superiores
aos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério da Economia, é
remunerado com adicional. Os adicionais são parcelas salariais
condicionadas à prestação do serviço em condições mais gravosas ao
trabalhador (trabalho em ambiente insalubre ou perigoso, trabalho
noturno, trabalho em sobrejornada etc.).

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ATIVIDADES INSALUBRES
• Art. 192, da CLT: O exercício de trabalho em condições
insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por
cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
• Art. 194 da CLT: O direito do empregado ao adicional de
insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação
do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta
Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.

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ATIVIDADES INSALUBRES
• Súmula 47, 80 e 248 do TST:
• Súm. 47. Insalubridade (mantida). Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O
trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não
afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.
• Súm. 80. Insalubridade (mantida). Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A
eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores
aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do
respectivo adicional.
• Súm. 248. Adicional de insalubridade. Direito adquirido (mantida). Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A reclassificação ou a descaracterização da
insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfação do
respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade salarial.

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