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INTRODUÇÃO A HIGIENE OCUPACIONAL

Prof. Marco Antônio dos Santos


DEFINIÇÕES

HIGIENE OCUPACIONAL, HIGIENE INDUSTRIAL, HIGIENE DO TRABALHO

A American Industrial Hygiene Association (AIHA), citada na Enciclopédia de


Segurança e Saúde Ocupacional, da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) define a higiene ocupacional como:
“Ciência e arte devotada ao reconhecimento, à avaliação e ao
controle dos fatores e estressores ambientais, presentes no local de trabalho
ou oriundos deste, os quais podem causar doença, degradação da saúde ou
bem-estar, ou desconforto significativo e ineficiência entre os trabalhadores
ou cidadãos de uma comunidade”.
A DEFINIÇÃO DA ACGIH

“A ciência e arte do conhecimento, avaliação e


controle de fatores ambientais originados do, ou no,
local de trabalho e que podem causar doenças,
prejuízos para a saúde e bem estar, desconforto e
ineficiência significativos entre os trabalhadores ou
entre os cidadãos da comunidade”.
OBJETIVO

A higiene ocupacional tem como objetivo reduzir


a exposição de todos os trabalhadores, a todos os
agentes ambientais, a valores tão baixos quanto
razoavelmente exequível dentro de critérios definidos
de tolerabilidade.
ENTIDADES E ASSOCIAÇOES DA ÁREA

São vários os órgãos e entidades ligados as


questões de higiene ocupacional no Brasil e no mundo.
Dentre as principais podemos destacar: ACGIH, AIHA,
ABHO, NIOSH, OSHA, Fundacentro, Fundação Mafre,
etc.
NR-15: INTRODUÇÃO

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


NR-15: INTRODUÇÃO

ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES


(Continuação)
NR-15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que
se desenvolvem:
15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos nos 1, 2, 3, 5, 11 e 12;
15.1.2 Revogado pela Portaria n° 3.751, de 23-11-1990 (DOU 26-11-90)
15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos nos 6, 13 e 14;
15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho,
constantes dos Anexos nos 7, 8, 9 e 10.
NR-15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
Continuação...
15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza
e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do
trabalhador, durante a sua vida laboral.

15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os


subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional,
incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: SÚMULA 228
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Continuação...
15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau
máximo;

15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;

15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.


SÚMULA n° 228
• Estipulava o salário básico como base de cálculo
do adicional de insalubridade.

• Em abril de 2008, o STF editou a Súmula


Vinculante (SV) 4, segundo a qual o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de
base de cálculo de vantagem de servidor público
ou de empregado nem ser substituído por
decisão judicial.
SÚMULA n° 228

• O STF cassou a Súmula 228 do TST “apenas e tão somente na


parte em que estipulou o salário básico do trabalhador como
base de cálculo do adicional de insalubridade devido”.

• Em julho do mesmo ano, o TST alterou a redação da sua Súmula


228 para definir que, a partir da edição da SV 4 do STF, o
adicional de insalubridade seria calculado sobre o salário básico,
salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
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15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá


ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
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15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de


segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade
por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou
médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional
devido aos empregados expostos à insalubridade quando
impraticável sua eliminação ou neutralização.
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15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade


ficará caracterizada através de avaliação pericial por
órgão competente, que comprove a inexistência de
risco à saúde do trabalhador.
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15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias


profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho,
através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou setor
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar
atividade insalubre.
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15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do


Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o perito do
Ministério do Trabalho indicará o adicional devido.
15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem
utilizadas.
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15.7. O disposto no item 15.5. não prejudica a ação


fiscalizadora do MTb nem a realização ex officio da
perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades
onde não houver perito.
ANEXO Nº1 – RUIDO
CONTÍNUO OU
INTERMITENTE

Fonte: NR 15
Fonte: NR 15
Fonte: NR 15
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ANEXO N° 5 – RADIAÇÕES IONIZANTES


(Atualizado pela Portaria MTb n.º 1.084, de 18 de dezembro de 2018)

Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expostos a


radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as obrigações e
controles básicos para a proteção do homem e do seu meio ambiente contra
possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são os
constantes da Norma CNEN-NN-3.01: "Diretrizes Básicas de Proteção
Radiológica", de março de 2014, aprovada pela Resolução CNEN n.º 164/2014,
ou daquela que venha a substituí-la.
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ANEXO N° 6 – TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS

Fonte: Google Fonte: Google


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ANEXO N° 7 – RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES

1. Para os efeitos deste anexo, são radiações não-ionizantes


as micro-ondas, ultravioletas e laser.

2. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores


às radiações não-ionizantes, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho.
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ANEXO N° 7 – RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES

3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores


às radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400-320
nanômetros) não serão consideradas insalubres.
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ANEXO N° 7 – RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES

Fonte: Internet Fonte: Google


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ANEXO N° 8 – VIBRAÇÃO

1. As atividades e operações que exponham os


trabalhadores, sem a proteção adequada, às
vibrações localizadas ou de corpo inteiro, serão
caracterizadas como insalubres, através de perícia
realizada no local de trabalho.
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ANEXO N° 8 – VIBRAÇÃO

2. A perícia, visando à comprovação ou não da


exposição, deve tomar por base os limites de
tolerância definidos pela Organização
Internacional para a Normalização - ISO, em suas
normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas
substitutas.
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ANEXO N° 8 – VIBRAÇÃO

Constarão obrigatoriamente do laudo da perícia:


a) o critério adotado;
b) o instrumental utilizado;
c) a metodologia de avaliação;
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ANEXO N° 8 – VIBRAÇÃO
Constarão obrigatoriamente do laudo da perícia
(continuação):
d) a descrição das condições de trabalho e o
tempo de exposição às vibrações;
e) o resultado da avaliação quantitativa;
f) as medidas para eliminação e/ou
neutralização da insalubridade, quando houver.
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ANEXO N° 8 – VIBRAÇÃO
(Redação dada pela Portaria MTE n.º 1.297, de 13 de agosto de 2014)

1. Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer dos


limites de exposição ocupacional diária a VCI:
a) valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 1,1 m/s2;
b) valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.
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ANEXO N° 8 – VIBRAÇÃO
(Redação dada pela Portaria MTE n.º 1.297, de 13 de agosto de 2014)

2. Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de exposição


ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de aceleração resultante
de exposição normalizada (aren) de 5 m/s².
REFERÊNCIAS
• AMERICAN MUTUAL INSURANCE ALLIANCE. Manual de Solventes
Orgânicos Industriais. Rio de Janeiro: Fundacentro, 1974.
• AMARAL, Lenio Sérvio. Aerodispersoides. In: Saliba, Tuffi Messias [et
al.] Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos
ambientais (PPRA). 2 ed. São Paulo: LTr, 1998.
• ANJOS, Alcinéa Meigikos Santos. O tamanho das partículas de poeira
suspensas no ar dos ambientes de trabalho. São Paulo: Spel, 2001.
• ACGIH. TLVs® e BEIs®: baseados na documentação dos limites de
exposição ocupacional (TLVs®) para substâncias químicas e agentes
físicos & índices biológicos de exposição (BEIs®). Tradução ABHO. São
Paulo: ABHO, 2008.
REFERÊNCIAS
• BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 9: programa de prevenção
de riscos ambientais. Disponível em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_09_a
t.pdf>. Acesso em: 5fev. 2011.

• NR 15: atividades e operações insalubres. Disponível em:


<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15.as
p>. Acesso em: 5 Jan. 2011.

• CARRIL, José Luiz Montserrat Alonso; et al. Manual de higiene industrial.


Madrid: Mapfre. (Curso de Higiene Industrial). ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE HIGIENISTAS OCUPACIONAIS.
• SALGADO, Paulo Eduardo Toledo; et al. Noções gerais de toxicologia
ocupacional. São Paulo: De Paula Guimarães, 1989.
REFERÊNCIAS
• TUFFI, Messias Saliba et al. Higiene do trabalho e PPRA. São Paulo: Ltr,
1997.

• GANA SOTO, José Manuel Osvaldo. Limites de tolerância – agentes


químicos. In: __ Riscos químicos. São Paulo. FUNDACENTRO, 1989.

• LEIDEL, N. A.; BUSH, K.A.; LYNCH, J. R. Occupational exposure


sampling strategy manual. Cincinnati: NIOSH, 1977. 132 p.

• NIOSH. NIOSH manual of analytical methods (NMAM). Disponível


em <http://www.cdc.gov/NIOSH/NMAM/>. Acesso em: 5 jan. 2011.
REFERÊNCIAS
• NBR 14.725/2001 — FISPQ — Ficha de Informação Segurança de
Produtos Químicos.

• NHO 04 — Método de Coleta e Análise de Fibras em Locais de Trabalho.


Fundacentro, 2001.

• NHO 07 — Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo


Método da Bolha de Sabão. Fundacentro, 2002.

• NHO 08 — Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados
Sobre Filtros e Membranas. Fundacentro, 2008.

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