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Insalubres e

periculosos

TÓPICO

1
1.INTRODUÇÃO

1.1INTRODUÇÃO
O ambiente de trabalho pode induzir a mecanismos de agressão ao ser humano, como a
potencialidade carcinogênica, mutagênica, teratogênica, exposição a inúmeros patógenos, ruído
excessivo, riscos de queda, situações penosas entre outras. Os riscos são decorrentes de
condições inseguras, ou seja, das condições precárias de trabalho, capazes de afetar a segurança
e a saúde do trabalhador.
A norma regulamentadora NR 15 (Atividades e Operações Insalubres) – descreve as
atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim,
as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho, pelos trabalhadores, determinam
a caracterização do exercício insalubre, assim como os meios de proteger os trabalhadores de tais
exposições. A norma regulamentadora NR 16 (Atividades e Operações Perigosas) – descreve as
atividades que são consideradas perigosas no ambiente de trabalho.

1.2 O QUE É INSALUBRE?

Segundo TAVARES (2009) Insalubre significa pouco saudável, capaz de provocar doenças,
o que podemos encontrar no ambiente de trabalho onde manipulamos produtos químicos,
manejamos ferramentas e utilizamos máquinas diversas, dividimos espaço com vários colegas de
profissão, compartilhamos o mesmo ar, etc.
O ARTIGO 189 DA CLT estabelece que ―Serão consideradas atividades ou operações
insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da
natureza e da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos‖

Do ponto de vista da insalubridade para que o ambiente de trabalho seja considerado


insalubre é preciso ter três ingredientes:
1 – Que o trabalhador esteja trabalhando em ambiente exposto a algum agente agressivo a
saúde.
2 – Que exista previsão legal para o pagamento de insalubridade devido a exposição a tal
agente agressivo na NR 15.
3 – Que a exposição a tal agente de risco esteja acima do limite de tolerância (se houver
limite de tolerância) previsto na NR 15 e seus anexos.

A NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES define em seus 14 anexos, os


agentes insalubres, limites de tolerância e os critérios técnicos e legais para avaliar e caracterizar
as atividades e operações insalubres e o adicional (quando houver) devido para cada caso:
15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se
desenvolvem: 15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2,
3, 5, 11 e 12; 15.1.2 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751, de 23 de novembro
de 1990)
15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14;
15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos
Anexos n.º 7, 8, 9 e 10.
15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do
item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo
da região, equivalente a:
40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;

10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado


o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.
15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do
adicional respectivo.
15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro
dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do
trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do
trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados
expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização.
15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de
avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do
trabalhador.
15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade
insalubre.
15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que
comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido. 15.6 O
perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.
15.7 O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do MTb nem a realização
ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades onde não houver perito.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE AGENTE INSALUBRE E ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE?

1.3 O que é LT (Limite de Tolerância) - Na NR 15

15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente,
que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
TÓPICO

Agente
2
Físico anexo
1,2,3
2.1 RUÍDO

O ruído é um som desagradável, prejudicial ao organismo, produzido por movimento não


periódico. Pode ser classificado em: contínuo, intermitente e de impacto (Entende-se por ruído de
impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a
intervalos superiores a 1 (um) segundo). A maioria das indústrias apresenta o ruído como um
problema a ser resolvido, causado pelos processos industriais em si ou pelo fluxo constante de
matérias primas e produtos, que são trazidos, despejados, carregados e levados, operações estas
geralmente ruidosas.
a) Efeitos O efeito do ruído sobre o organismo é o da redução da capacidade auditiva e até
surdez permanente. A consequência direta para o empregado é a irritabilidade, dor de cabeça, mal
estar, fadiga, redução da produtividade, aumento de acidentes, etc.
b) A solução do problema de alto nível de ruído pode estar na fonte, trajetória e/ou receptor.

Na solução do problema de ruído, devem-se considerar todas as soluções viáveis e


analisar, para cada solução, o custo/benefício. Os custos de redução de ruído envolvem o custo de
um projeto, montagem e manutenção ao longo do tempo do sistema de proteção. Assim, podemos
citar:
Solução no receptor – Trabalhador Neste caso, podemos utilizar cabine de proteção para
isolar o trabalhador:
Segurança do trabalho: uso de protetores auditivos até que ações sejam tomadas para a
redução do ruído (o uso de protetores auditivos não deve ser considerado como solução
permanente do problema); uso de indivíduos surdos nas áreas com alto nível de ruído e redução
da jornada de trabalho nos ambientes ruidosos, com deslocamento do pessoal para outros
ambientes com serviços mais silenciosos, diminuindo, assim, o tempo de exposição ao ruído de
cada trabalhador.

2.2 ANEXO 01 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU


INTERMITENTE

Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de


Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente
devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no
circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas
próximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem
exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo. Para os valores encontrados de
nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao
nível imediatamente mais elevado. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115
dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.

NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

ANEXO N.• 1

LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE


NIVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSIVEL
85 8 horas
86
7 horas
87 6 horas
88
89 5 horas
90 4 horas e 30 minutos
91 4 horas
92 3 horas e 30 minutos
93 3 horas
94 2 horas e 40 minutos
95 96 2 horas e 15 minutos
98
2 horas
100
1 hora e 45 minutos
102
1 hora e 15 minutos
104
I hora
105
45 minutos
106
35 minutos
108
30 minutos
110
25 minutos
112
20 minutos
114
115 15 minutos
10 minutos
8 minutos
7 minutos

2.3 ANEXO N.º 2 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDOS DE IMPACTO

Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Os níveis de impacto
deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora operando no
circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido
do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos
entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. Em caso de não se
dispor de medidor do nível de pressão sonora com circuito de resposta para impacto, será válida a
leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação "C". Neste caso, o
limite de tolerância será de 120 dB(C). As atividades ou operações que exponham os
trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB
(LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no
circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente.

2.4 ANEXO N.º 3 LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR

Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG)


A sobrecarga térmica pode ser avaliada, entre outros, pelo índice chamado IBUTG (Índice
de Bulbo Úmido — Termômetro de Globo), que também é o índice legal, conforme previsto na NR
15.
Esse índice deve ser medido pelos sensores que discutimos.
Tbs - Termômetro de bulbo seco
Tbn - Termômetro de bulbo úmido natural
Tg - Termômetro de globo
O IBUTG para ambientes internos sem carga solar é calculado a partir da medição de duas
temperaturas: Tbn e Tg
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg

Para ambientes externos com carga solar, o IBUTG é calculado a partir de três medições:
Tbs, Tbn e Tg
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

O IBUTG leva ainda em consideração o tipo de atividade desenvolvida (LEVE, MODERADA


e PESADA), que pode ser avaliada por classe ou por tarefa (quantificando a tarefa em kcal/h),
como veremos. A legislação prevê um regime de trabalho (Trabalho/Descanso) em função do valor
do IBUTG e do tipo de atividade para duas situações: regime de trabalho intermitente com
períodos de descanso no próprio local e regime de trabalho intermitente com descanso em outro
local. Os tempos de descanso são períodos trabalhados para todos os fins legais. A determinação
dos tipos de atividade por classes ou a quantificação de calor metabólico são dadas pelo Quadro 4.

Quadro 3 - classificação do tipo de atividade em regime de trabalho intermitente, com descanso


no próprio local REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM

DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE TIPO DE ATIVIDADE


TRABALHO LEVE MODERADA PESADA

Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0

45 min trabalho 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9


15 min descanso

30 min trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9


30 min descanso

15 min trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0


45 min descanso

Não é permitido o trabalho sem a adoção Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de
de medidas adequadas de controle 30,0

Fonte: BRASIL. MTE. NR 15: Atividades e operações insalubres

Neste caso, faz-se uma avaliação do ponto de trabalho, que é o mesmo local físico do
ponto de descanso. Com os valores de Tbn e Tg, calculamos o IBUTG e, considerando o tipo de
atividade, verificamos como nos situamos no Quadro 3. Pode ser possível trabalho contínuo, ou
um regime de trabalho – descanso, ou não ser permitido trabalho sem medidas de controle. É
importante esclarecer que, utilizando-se a Tabela I do Anexo III da NR-15, temos:
• A aplicabilidade para ―descanso no próprio local‖ deve ser entendida como esse
descanso ocorre no MESMO PONTO FÍSICO EM QUE OCORRE O TRABALHO, e não no
―mesmo recinto‖. Significa que o trabalhador estará submetido ao ―mesmo IBUTG‖ de quando
trabalha. Quando há fontes radiantes, diferenças pequenas de posição (0,5 m a 1,0 m) podem
mudar dramaticamente a temperatura de globo e o IBUTG.
• Se houver alteração do IBUTG, por alteração da posição física do trabalhador, a Tabela I
não se aplica.
• São poucos os casos em que realmente seria aplicável a Tabela I.

Regime de Trabalho Intermitente com Descanso em Outro Local Nesse caso, calculamos o
IBUTG do ambiente de trabalho e o IBUTG do ambiente de descanso e, com esses valores,
calculamos o IBUTG médio da atividade analisada, ponderado no tempo. Os tempos de trabalho e
de descanso devem sempre somar 60 minutos, isto é, todas as considerações do índice se
referem a análises sobre períodos de uma hora corrida, devendo ser essa hora a mais crítica da
jornada. Calcula se também o metabolismo médio e usa-se a Tabela II, que nos fornece o máximo
valor do IBUTG médio ponderado admissível correspondente ao metabolismo médio ponderado da
situação.
Quadro 4 — Taxas de Metabolismo por Tipo de Atividade (NR-15)
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE

Sentado. movimentos moderados com braços e 125


tronco: exemplo: datilografia

Sentado. movimentos moderados com braços e 150


pernas: exemplo: dirigir

De pé. trabalho leve em máquina ou bancada. 150


principalmente com os braços

TRABALHO MODERADO

Sentado, movimentos vigorosos com braços e 180


pernas.

De pé, trabalho leve em máquina ou bancada. 175


com alguma movimentação.

De pé. trabalho moderado em máquina ou 220


bancada. com alguma movimentação.

Em movimento, trabalho moderado de levantar ou 300


empurrar.

TRABALHO PESADO

Trabalho intermitente de levantar. empurrar ou 440


arrastar peso: exemplo: remoção com pá.

Trabalho fatigante. 550

Sendo que:
∙ M = Taxa de metabolismo média ponderada para uma hora

∙ IBUTG = IBUTG médio ponderado para uma hora.


∙ T = Trabalho D = Descanso M = Metabolismo

Esta tabela foi complementada pela NHT de Calor da Fundacentro, de 1985, e também na
sua atualização recente, com mais pontos, sendo baseada na mesma equação (curva) de
correlação oriunda dos TLVs da ACGIH, que são a base do Anexo 3.

TÓPICO
3 ANEXO 5 A 10

3 ANEXO N.º 5 RADIAÇÕES IONIZANTES

Nas atividades ou operações onde os trabalhadores possam ser expostos a radiações


ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a
proteção do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela
radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NE-3.01: "Diretrizes Básicas de
Radioproteção", de julho de 1988, aprovada, em caráter experimental, pela Resolução CNEN n.º
12/88, ou daquela que venha a substituí-la. (Parágrafo dado pela Portaria n.º 04, de 11 de abril de
1994)

3.1 ANEXO N.º 6 TRABALHO SOB CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS

TRABALHOS SOB AR COMPRIMIDO Trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em


ambientes onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se
exige cuidadosa descompressão, de acordo com as tabelas anexas.
Para fins de aplicação deste item, define-se:
Câmara de Trabalho - É o espaço ou compartimento sob ar comprimido, no interior da qual
o trabalho está sendo realizado;
Câmara de Recompressão - É uma câmara que, independentemente da câmara de
trabalho, é usada para tratamento de indivíduos que adquirem doença descompressiva ou
embolia e é diretamente supervisionada por médico qualificado;
Campânula - É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara
de trabalho do tubulão e vice-versa;
Eclusa de Pessoal - É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a
câmara de trabalho do túnel e vice-versa;
Encarregado de Ar Comprimido - É o profissional treinado e conhecedor das diversas
técnicas empregadas nos trabalhos sob ar comprimido, designado pelo empregador como o
responsável imediato pelos trabalhadores;
Médico Qualificado - É o médico do trabalho com conhecimentos comprovados em
Medicina Hiperbárica, responsável pela supervisão e pelo programa médico;
Operador de Eclusa ou de Campânula - É o indivíduo previamente treinado nas
manobras de compressão e descompressão das eclusas ou campânulas, responsável pelo
controle da pressão no seu interior;
Período de Trabalho - É o tempo durante o qual o trabalhador fica submetido a pressão
maior que a do ar atmosférico excluindo-se o período de descompressão;
Pressão de Trabalho - É a maior pressão de ar à qual é submetido o trabalhador no
tubulão ou túnel durante o período de trabalho;
Túnel Pressurizado - É uma escavação, abaixo da superfície do solo, cujo maior eixo faz
um ângulo não superior a 45º (quarenta e cinco graus) com a horizontal, fechado nas duas
extremidades, em cujo interior haja pressão superior a uma atmosfera;
Tubulão de Ar Comprimido - É uma estrutura vertical que se estende abaixo da superfície
da água ou solo, através da qual os trabalhadores devem descer, entrando pela campânula,
para uma pressão maior que atmosférica. A atmosfera pressurizada opõe-se à pressão da
água e permite que os homens trabalhem em seu interior.

Durante o transcorrer dos trabalhos sob ar comprimido, nenhuma pessoa poderá ser
exposta à pressão superior a 3,4 kgf/cm2, exceto em caso de emergência ou durante tratamento
em câmara de recompressão, sob supervisão direta do médico responsável.
• Após a descompressão, os trabalhadores serão obrigados a permanecer, no mínimo, por
2 (duas) horas, no canteiro de obra, cumprindo um período de observação médica. Para trabalhos
sob ar comprimido, os empregados deverão satisfazer os seguintes requisitos: Ter mais de 18
(dezoito) e menos de 45 (quarenta e cinco) anos de idade; Ser submetido a exame médico
obrigatório, pré-admissional e periódico, exigido pelas características e peculiaridades próprias do
trabalho; Ser portador de placa de identificação, de acordo com o modelo anexo (Quadro I),
fornecida no ato da admissão, após a realização do exame médico. É vedado o trabalho àqueles
que se apresentem alcoolizados ou com sinais de ingestão de bebidas alcoólicas. É proibido ingerir
bebidas gasosas e fumar dentro dos tubulões e túneis.
Para efeito de remuneração, deverão ser computados na jornada de trabalho o período de
trabalho, o tempo de compressão, descompressão e o período de observação médica. Em relação
à supervisão médica para o trabalho sob ar comprimido, deverão ser observadas as seguintes
condições:
∙ Nenhum empregado poderá trabalhar sob ar comprimido, antes de ser examinado por médico
qualificado, que atestará, na ficha individual, estar essa pessoa apta para o trabalho; ∙ O candidato
considerado inapto não poderá exercer a função, enquanto permanecer sua inaptidão para esse
trabalho
∙ O atestado de aptidão terá validade por 6 (seis) meses;
∙ Em caso de ausência ao trabalho por mais de 10 (dez) dias ou afastamento por doença, o
empregado, ao retornar, deverá ser submetido a novo exame médico.

Em relação à ventilação e à temperatura, serão observadas as seguintes condições: ∙


Durante a permanência dos trabalhadores na câmara de trabalho ou na campânula ou eclusa, a
ventilação será contínua, à razão de, no mínimo, 30 pés cúbicos/min./homem.
∙ A temperatura, no interior da campânula ou eclusa, da câmara de trabalho, não excederá a 27ºC, o
que poderá ser conseguido resfriando se o ar através de resfriadores, antes da entrada na câmara
de trabalho, campânula ou eclusa, ou através de outras medidas de controle.

A comunicação entre o interior dos ambientes sob pressão de ar comprimido e o exterior


deverá ser feita por sistema de telefonia ou similar as atividades ou operações realizadas sob ar
comprimido serão consideradas insalubres de grau máximo. Trabalho Submersos Qualquer
trabalho realizado ou conduzido por um mergulhador em meio líquido. Mergulhador É o
profissional qualificado e legalmente habilitado para utilização de equipamentos de mergulho
submersos. Contratante Pessoa física ou jurídica que contrata os serviços de mergulho ou para
quem esses serviços são prestados. Empregador Pessoa física ou jurídica, responsável pela
prestação dos serviços, de quem os mergulhadores são empregados. Supervisor de mergulho
Mergulhador qualificado e legalmente habilitado designado pelo empregador para supervisionar a
operação de mergulho. Responsabilidade do Contratante Oferecer todos os meios ao seu alcance
para atendimento em casos de emergência quando solicitado pelo supervisor de mergulho; exigir
do empregador que o certificado de Cadastramento expedido pela Diretoria de Portos e Costas -
DPC
Responsabilidade de Empregador Indicar por escrito os integrantes da equipe e suas
funções; Exigir atestado médico dos mergulhadores estejam atualizados; Comunicar

imediatamente à Delegacia do Trabalho Marítimo da região através de relatório circunstanciado os


acidentes ou situações de risco ocorridos durante a operação de mergulho; Responsabilidade do
Supervisor de Mergulho Estabelecer com o comandante da embarcação ou responsável pela
plataforma de mergulho as medidas necessárias ao bom andamento e a segurança da operação
de mergulho antes do seu início; Não permitir a operação de mergulho se não houver no local os
equipamentos normais e de emergência adequados e em quantidade suficiente para sua condução
segura;
Deveres dos Mergulhadores Portar obrigatoriamente o seu Livro de Registro do
Mergulhador – LRM; comunicar ao supervisor as irregularidades observadas durante a operação
de mergulho; assegurar-se antes do início da operação de que os equipamentos individuais
fornecidos pelo empregador estejam em perfeitas condições de funcionamento.
CLASSIFICAÇÃO DOS MERGULHADORES MR – Mergulhadores habilitados, apenas,
para operações de mergulho utilizando ar comprimido; MP - Mergulhadores devidamente
habilitados para operações de mergulho que exijam a utilização de mistura respiratória artificial.
Exames Médicos É obrigatória a realização de exames médicos para o exercício da
atividade de mergulho, em nível profissional. Os exames médicos serão divididos em duas
categorias. • Exame pré admissional para seleção de candidatos a atividades de mergulho.
•Exame Periódico para controle do pessoal em atividade de mergulho.
CONCLUSÃO DOS LAUDOS Apto para mergulho Incapaz temporariamente para mergulho
Incapaz definitivamente para mergulho

Das Regras de Segurança do Mergulho

Durante o período de observação não será permitido aos mergulhadores: Realizar outro
mergulho, exceto utilizando as tabelas apropriadas para mergulhos sucessivos; realizar vôos a
mais de 600 (seiscentos) metros; realizar esforços físicos excessivos; afastar-se do local da
câmara, caso o mergulho tenha se realizado com a utilização de misturas respiratórias artificiais.
Todos os integrantes das equipes de mergulho, especialmente os supervisores, deverão
tomar as devidas precauções, relativas à segurança das operações ao planejamento e execução
conforme discriminado a seguir: - Quanto ao Planejamento:
a) condições meteorológicas;
b) condições de mar;
c) movimentação de embarcações;
d) perigos submarinos, incluindo ralos, bombas de sucção ou locais onde a diferença de
pressão hidrostática possa criar uma situação de perigo para os mergulhadores; e) profundidade e
tipo de operação a ser executada;
f) adequação dos equipamentos;
g) disponibilidade e qualificação do pessoal;
h) exposição a quedas da pressão atmosférica causadas por transporte aéreo, após o
mergulho;
i) operações de mergulho simultâneas.

DOS EQUIPAMENTOS DE MERGULHO


Os sistemas e equipamentos deverão ser instalados em local adequado, de forma a não
prejudicar as condições de segurança das operações. Os equipamentos de mergulho utilizados
nas

operações de mergulho deverão possuir certificado de aprovação fornecido ou homologado pela


Diretoria de Portos e Costas (DPC).
Só poderá ser realizada uma operação de mergulho se houver disponível, no local, uma
quantidade de gases, no mínimo, igual a 3 (três) vezes a necessária à pressurização das câmaras
hiperbáricas, na pressão da profundidade máxima de trabalho, durante uma operação normal. Nos
equipamentos que dispuserem de sistema de reciclagem, a quantidade de gases poderá ser
apenas 2/3 (dois terços) da exigida no subitem 2.11.14.
Todos os sistemas e equipamentos deverão ter manutenção permanente de forma a
assegurar seu funcionamento perfeito, quando em utilização. Equipamento individual, de uso
obrigatório, composto de: Roupas Apropriadas para cada tipo de mergulho. Relógio, quando em
mergulhos autônomos. Faca. Lanterna, para mergulhos noturnos e profundos. Dos Registros das
Operações de Mergulho. Qualquer tipo de acidente ou lesão sofrida pelos mergulhadores, bem
como a ocorrência de doença descompressiva ou outros males; Particularidades de qualquer fator
ambiental que possa afetar a operação; qualquer outro elemento de importância para a segurança
ou a integridade física das pessoas envolvidas na operação.
Das Tabelas de Descompressão e Tratamento. As tabelas empregadas em todas as
operações de mergulho onde o ar comprimido seja utilizado como suprimento respiratório, inclusive
as de tratamento, serão as constantes do Anexo C. Outras tabelas poderão ser empregadas,
desde que devidamente homologadas pela Diretoria de Portos e Costas - DPC. As tabelas
referentes à utilização de Misturas Respiratórias Artificiais só poderão ser aplicadas quando
homologadas pela Diretoria de Portos e Costas (DPC).
Das Disposições Gerais. O trabalho submerso ou sob pressão somente será permitido a
trabalhadores com idade mínima de 18 (dezoito) anos. A atividade de mergulho é considerada
como atividade insalubre em grau máximo. O descumprimento ao disposto no item 2 - Trabalhos
Submersos caracterizará o grave e iminente risco para os fins e efeitos previstos na NR-3.

3.2 ANEXO N.º 7 RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES

Para os efeitos desta norma, são radiações não-ionizantes as microondas, ultravioletas e


laser. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes,
sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às
radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão consideradas
insalubres.

3.3 ANEXO N.º 8 VIBRAÇÃO

A vibração é um agente nocivo presente em várias atividades laborativas do nosso


cotidiano. As atividades de mineração e florestal, a indústria química, de móveis, da carne,
automotiva e tantas outras submetem os trabalhadores às vibrações localizadas (também
denominadas de vibração de mãos e braços ou de extremidades) e vibrações de corpo inteiro.
Cada parte do corpo humano vibra numa frequência característica; quando uma vibração externa
de mesma frequência atinge aquela parte, ocorre o fenômeno da ressonância (amplificação da
vibração).

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Vibração é caracterizada por um movimento repetitivo e periódico que algum objeto venha a
fazer. Existem infinitos fatores que podem levar alguma máquina, ou outro objeto, a vibrar, como
desequilíbrio de forças, peças desgastadas, componentes mal encaixados, desnível, rotação etc.

∙ Vibrações de corpo inteiro: são vibrações transmitidas ao corpo como um todo, geralmente por meio
da superfície de suporte, tal como pé, costas, nádegas de um ser humano sentado, ou na área de
suporte de uma pessoa reclinada. Ex: caminhão, trator, empilhadeira, ônibus.
∙ Vibrações de extremidades: são vibrações que atingem certas partes do corpo, principalmente mãos,
braços e outros. Ex :Trabalhador operando uma lixadeira.

3.3.1 Vibrações Localizadas

As vibrações localizadas são transmitidas aos membros superiores (e menos comumente


aos membros inferiores) através, principalmente, do uso de ferramentas manuais, portáteis ou não,
tais como motoserras, furadeiras, serras, politrizes britadeiras e martelos pneumáticos.
Segundo estimativas de Donald Wasserman, há mais de 2 milhões de trabalhadores
expostos aos riscos das vibrações de mãos e braços no mundo. Muitos deles são usuários
regulares de ferramentas manuais pneumáticas, elétricas, hidráulicas ou movidas a combustível.
Tais ferramentas são comumente utilizadas numa variedade de atividades industriais, incluindo
construção, derrubada de árvores, fundição, fabricação de móveis, reparo de autos, forjaria,
transporte ferroviário, manutenção e outras.
Em 1918, uma médica do trabalho americana, Alice Hamilton, elaborou um dos primeiros
estudos médicos numa pedreira em Indiana, onde trabalhadores utilizavam ferramentas manuais
pneumáticas vibratórias. Desde então, ela tem sido a precursora mundial de estudos médicos e
epidemiológicos em vibração de mãos e braços. Ficou demonstrado, nestes estudos, a relação de
causalidade entre o uso regular de ferramentas elétricas manuais com a irreversível e debilitante
condição médica inicial e impropriamente denominada Síndrome de Raynaud ou doença dos
dedos brancos, atualmente conhecida como síndrome da vibração de mãos e braços.

Os sintomas iniciais da síndrome da vibração de mãos e braços incluem:

o branqueamento local, em um ou mais dedos de quaisquer ou ambas as mãos


expostas à vibração,
o dor,
o paralisia,
o formigamento,
o perda da coordenação,
o falta de delicadeza e inabilidade para realizar tarefas intrincadas.

A síndrome também implica em danos na percepção cutânea e prejuízo na destreza


manipulativa, como por exemplo, dificuldade em pegar uma moeda numa superfície plana, abotoar
uma camisa ou virar uma página de jornal. A severidade dos sintomas é diretamente proporcional
à dose das vibrações, função de sua intensidade e duração da exposição cotidiana. No entanto,
mesmo as exposições intermitentes podem trazer danos.

3.4 ANEXO N.º 09 FRIO

Para as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas ou em


locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a
proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada
no local de trabalho.
a) Efeitos: As lesões produzidas pela ação do frio afetam principalmente as extremidades e
áreas salientes do corpo, como pés, mãos, face e outras. As principais doenças dermatológicas
causadas pelo frio são ulcerações, frostbite, fenômeno de Raynaud, pé de imersão e urticária pelo
frio, enregelamento dos membros e Hipotermia.
b) Limites de tolerância

No Brasil, até o presente momento, não existe regulamentação de limites de tolerância de


exposição ao frio, dessa forma, devemos seguir as recomendações propostas pela ACGIH
(American Conference of Governmental Industrial Hygienists), os Threshold Limit Values (TLVs) –
Valores Limites, no sentido de proteger os trabalhadores dos efeitos da exposição ocupacional ao
frio utilizando os valores limites para esta exposição, sob os quais a maioria dos trabalhadores
possa estar protegido dos efeitos adversos à saúde.
3.5 ANEXO N.º 10 UMIDADE

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, com


umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações
insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses
locais para estudar a implantação de medida de controle. A exposição do trabalhador à umidade
pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias,
entre outras. Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas
de proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de
estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o
fornecimento do EPI - luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia,
cozinha, limpeza etc).

Norma Técnica Vibração


• NHO 09 — Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibrações de Corpo Inteiro.
• NHO 10— Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibrações de Mãos e Braços.
• NR 15 — Atividades e Operações Insalubres. Anexo 08.

TÓPICO
4
AGENTES QUÍMICOS E AGENTES BIOLÓGICOS

4.1 RISCOS QUÍMICOS


Os riscos químicos são aqueles citados nos anexos 11, 12 e 13 da NR 15 – Atividades e
operações insalubres. Fatores que influenciam na toxidade do agente A gravidade do agente no
organismo humano depende da concentração do produto químico, do tempo de exposição do
trabalhador ao agente químico, da suscetibilidade individual de cada um (uma pessoa é mais ou
menos susceptível de responder a determinado estímulo que outras), de idade – pessoas mais
velhas tendem a desenvolver doenças mais facilmente e intoxicação anterior, uma vez que o
agente químico vai se acumulando no organismo. Efeitos Principais efeitos no organismo são
irritação dos olhos, nariz, pulmões, pele, asfixia, intoxicações, anestesia e pneumoconioses –
poeira nos pulmões.

4.2 RISCOS BIOLÓGICOS

Os Riscos Biológicos se encontram no anexo 14 da NR 15 como ambientes insalubres. São


considerados agentes biológicos os micro-organismos causadores de doenças, tais como vírus,
bactérias, parasitas, fungos, bacilos, com os quais pode o trabalhador entrar em contato, no
exercício das mais diversas atividades profissionais. Por exemplo: os profissionais médicos,
enfermeiros, funcionários de hospitais, sanatórios, laboratórios de análise biológica, dentre outros.
Dentre as doenças profissionais causadas por esses agentes, citamos a tuberculose, brucelose,
tétano, malária, febre amarela, febre tifóide e carbúnculo. Podemos ainda afirmar que as técnicas
de avaliação quantitativa, bem como as máximas concentrações permissíveis no ar, não são
absolutamente válidas ou confiáveis, devendo-se dessa forma tomar cuidados quanto à exposição
desses agentes, usando medidas preventivas de vacinação, esterilização, rigorosa higiene pessoal
e do ambiente de trabalho, equipamento de proteção individual e controle médico permanente.
(FUNDACENTRO, 1979).

Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é


caracterizada pela avaliação qualitativa.
Insalubridade de grau máximo trabalho ou operações, em contato permanente com: - Pacientes
em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente
esterilizados;
- Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais
portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose); - Esgotos
(galerias e tanques); e
- Lixo urbano (coleta e industrialização).

INSALUBRIDADE DE GRAU MÉDIO

Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material


infecto-contagiante, em:
- Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e
outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao
pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso
desses pacientes, não previamente esterilizados);
- Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao
atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais
animais);

- Contato em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros


produtos;
- Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico); -
Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente ao pessoal
técnico);
- Cemitérios (exumação de corpos);
- Estábulos e cavalariças; e
- Resíduos de animais deteriorados.

TÓPICO
5
AMBIENTES PERICULOSOS

5.1 O QUE É PERICULOSIDADE E NR 16?


Quando um trabalhador é exposto a uma constante condição de risco de morte, como, por
exemplo, o contato com substâncias inflamáveis, explosivos, energia elétrica, radiação ionizante ou
substâncias radioativas, chamamos isso de periculosidade. Os trabalhos e operações que
apresentam periculosidade estão descritos na Norma Regulamentadora – NR 16. São exemplos de
trabalhadores nestas condições os frentistas de postos de combustível, os operadores de
distribuidoras de gás e os trabalhadores no setor de energia elétrica (quando há periculosidade
constante na função), trabalhadores de usinas nucleares, fabricantes de explosivos, entre outros. A
situação de periculosidade deve ser atestada através de laudo técnico, emitido por Engenheiro de
Segurança do Trabalho ou por Médico do Trabalho.

5.2 QUAL A DIFERENÇA ENTRE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE?

A insalubridade e a periculosidade possuem semelhanças, pois, ambas colocam o


trabalhador em condições de risco. Porém trata-se de conceitos bastante diferentes um do outro. A
periculosidade se refere a riscos imediatos ao qual um trabalhador é exposto, colocando sua
segurança e integridade física em risco. Em outras palavras, implicam em contato com agentes
que podem causar acidentes graves capazes de levar a óbito, lesão corporal com mutilação parcial
ou irreparável.
Já a insalubridade faz referência a situações que colocam em risco a saúde do trabalhador
a médio e longo prazo, tirando ou diminuindo sua possibilidade de ter uma vida saudável após
terminar sua vida laboral em determinada função, como por exemplo produtos químicos, ruídos,
exposição ao calor, dentre outros.
Em seu texto, a NR 16 indica que o trabalhador pode optar pelo adicional de insalubridade
se este for mais vantajoso que o de periculosidade. Normalmente há a opção pelo benefício que é
mais vantajoso ao trabalhador, pois eles não são cumulativos. Porém há uma semelhança: os
adicionais só são devidos ao trabalhador enquanto ele realizar atividades nas áreas perigosas ou
em condições de exposição a agentes insalubres. Quando essas atividades não apresentarem
mais riscos, seja de periculosidade ou de insalubridade, o trabalhador não recebe mais o
respectivo adicional.

Deve se dar atenção para situações de periculosidade e insalubridade. Quais são

os trabalhos considerados perigosos, de acordo com a nr 16?

São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos anexos da NR 16.


No anexo 1, são apresentadas operações e atividades com explosivos; também são indicadas as
áreas adjacentes consideradas como de risco, em função da quantidade de material armazenada.
Trabalhadores que manuseiem explosivos, como mineradores, fabricantes de fogos de artifícios,
munições, entre outros, estão enquadrados. No anexo 2 são destacados as atividades e operações
com inflamáveis, líquidos ou gasosos. Além da determinação da área de risco em função da
quantidade de material, este anexo também especifica as capacidades máximas para os diferentes
tipos de embalagens. Frentistas, trabalhadores de indústrias petroquímicas, usinas produtoras de
etanol, refinarias, entre outros, fazem parte desse grupo.

Já o anexo 3 descreve a periculosidade associada a atividades e operações perigosas com


exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança patrimonial ou pessoal. Estamos nesse ponto falando de seguranças, vigilantes,
escoltas e transporte de valores.
O anexo 4 descreve a periculosidade das atividades envolvendo energia elétrica. Este
anexo faz diversas referências a outra Norma Regulamentadora, a NR 10, que trata
especificamente de atividades com energia elétrica. Envolve todos os trabalhadores que lidam
diretamente com eletricidade, independente do ramo de atuação de seu empregador.
Mais recentemente, em 2014, foi incluída na NR 16 o anexo 5, que relaciona as atividades
perigosas em motocicleta. O anexo deixa claro em seu texto que não estão inclusos como
trabalhos perigosos deslocamentos de motocicleta da residência para o trabalho, ou o contrário,
assim como também não são considerados usos de motocicleta em locais privados ou de forma
fortuita, ou seja, eventualmente, ou ainda trabalhos que sejam habituais, porém em tempo
extremamente reduzido.
O anexo (*) foi acrescentado pela Portaria nº 3.393, de 17-12-1987. Ele descreve atividades
e operações com substâncias radioativas e radiações ionizantes. Os trabalhadores que se
encaixam nesse tópico são desde os que mineram produtos radioativos até operadores de fontes
radioativas em serviços de saúde, passando por trabalhadores de usinas nucleares.

5.3 O QUE É ADICIONAL DE PERICULOSIDADE?

A NR 16 estabelece que ―o exercício de trabalho em condições de periculosidade


assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o
salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da
empresa‖ (Item 16.2).
Para efeitos de comparação, a Norma Regulamentadora NR 15 determina que os
adicionais de insalubridade sejam pagos baseados no salário mínimo vigente na região, que pode
ser maior ou igual ao salário mínimo regional, em percentuais que podem ser de 10% (grau mínimo
de insalubridade), 20% (exposição a insalubridade de grau médio) ou 40% do salário mínimo (para
trabalhadores expostos ao grau máximo de insalubridade). Todas as áreas de risco, definidas no
corpo e nos anexos da NR 16, devem ser delimitadas pelo empregador. Este adicional, assim
como o noturno, o de hora extra e o de transferência, integra o salário do empregado, bem como a
remuneração das férias e o décimo terceiro salário.
É obrigação do empregador providenciar os laudos que atestem a periculosidade ou não de
um ambiente. Caso essa definição se torne uma demanda na Justiça do Trabalho, através da
reclamação de algum trabalhador ou do sindicato que represente os trabalhadores, cabe ao juiz do
trabalho nomear um perito qualificado para determinar qual é a real situação do empreendimento e
indicar em seu laudo pericial se o reclamante faz jus aos valores solicitados. O adicional de
periculosidade é devido conforme previsto na NR 16

Existe a possibilidade de receber adicional de periculosidade se meu trabalho não consta


na nr 16?

Isso depende de acordos coletivos celebrados diretamente entre empregado e


empregadores, ou ainda de leis complementares, mas há sim essa possibilidade. Um exemplo é o
de agentes penitenciários, cuja atividade não consta nos anexos da NR 16 mas em diversos
estados há acordos para que esses trabalhadores recebam adicional de periculosidade. Ressalta-

se portanto, a necessidade do profissional de Saúde e Segurança do Trabalho manter-se sempre


atualizado quanto às normas e regulamentações pertinentes à sua área de atuação, mantendo em
vista a possibilidade de haver regulamentações específicas para os trabalhadores de determinados
setores de atividades.
TÓPICO

6EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO
Para resolver todas as questões é importante realizar uma pesquisa na NR 15 e NR16

1 – Quais são as atividades consideradas insalubres. Que direitos tem quem trabalha em
condições insalubres?
2 – A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de qual
avaliação?
3 - Como saber se tenho direito ao adicional de insalubridade?
4 - Pode o Técnico de Segurança fazer um laudo técnico?
5- Qual a idade mínima para trabalhar em trabalhos submersos ou solo
pressão? 6 – O que é limite de tolerância?
7 – Qual a validade dos exames complementares previstos nos exames A e B.
8 - Qual o objetivo da NR 15?
9 - A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer?
10 – Quantos anexos têm a nr15
11- O adicional de insalubridade pode ser retirado da folha de pagamento do empregado
se for eliminada a insalubridade?
12 – Quais as atividades e operações são consideradas perigosas conforme a nr 16? 13 –
Para considerar líquido combustível seu ponto de fulgor deverá ser maior de ... 14 - Não
são consideradas perigosas, para efeito da nr 16 em condições com motocicletas...
15 – Como São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os
trabalhadores segundo a nr 16
16 – Qual valor adicional de periculosidade?
17- As atividades inflamáveis contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos do
direito a periculosidade? qual o limite que é considerado perigoso?
18 - De quem é a responsabilidade da caracterização ou descaracterização da
periculosidade?

REFERÊNCIAS

1999 – TLVs e BEIs - Limites de Exposição (TVLs) para Substâncias Químicas e Agentes Físicos e Índices
Biológicos de Exposição (BEIs). In: AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL
HYGIENISTS - ACGIH, p. 155-163, 1999.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NRs: normas regulamentadoras de segurança e saúde no


trabalho: Manuais de Legislação Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 1999.

______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15: atividades e operações insalubres. Disponível em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_15. asp>. Acesso em: 24 ago. 2016 .
______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 16: atividades e operações perigosas. Disponível em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_16. asp>. Acesso em: 24 ago. 2016.

FUNDACENTRO. Curso de engenharia de segurança do trabalho. São Paulo: Fundacentro, 1979a. v 2 e 3.

______. Curso de medicina do trabalho. São Paulo: FUNDACENTRO, 1979b. v 5. GONÇALVES, Edwar
Abreu. Segurança e medicina do trabalho em 1.200 perguntas e respostas. São Paulo: LTr, 2005.

______. Manual de Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: LTr, 2000. SAAD, Eduardo Gabriel (Org.).
Introdução à segurança do trabalho: textos básicos para estudantes de engenharia. São Paulo:
FUNDACENTRO. 1981.

TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. São Paulo. Margus, 2008.

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