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Manual do Laudo de Ruído

Sumário

1. Legislação

1.1 Introdução

1.2 NR15
1.2.1 Anexo 1 (Ruído Contínuo ou Intermitente)
1.2.2 Anexo 2 (Ruído de Impacto)
1.2.3 Documentos Complementares

1.3 NHO-01

2. Manual de Utilização do Gerente SST – Seção Ruído Ocupacional

2.1 Controle Administrativo e Configuração (ambos os laudos)


2.1.1 Controle Administrativo
2.1.2 Configurações Técnicas

2.2 Ruído Contínuo ou Intermitente


2.2.1 Amostragem
2.2.2 Análise de Exposição
2.2.3 Eficiência do Protetor Auricular

2.3 Ruído de Impacto


2.3.1 Análise de Exposição ao Impacto

3.Impressão

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Manual do Laudo de Ruído
1. Legislação

1.1 Introdução

A NR 15 (Atividades e Operações Insalubres) estabelece dois tipos de critérios para


caracterização da insalubridade: quantitativos e qualitativos. Dentre os critérios que podem
ser quantificados o ruído de natureza industrial de interesse a higiene ocupacional
apresenta-se nos anexos 1 e 2 desta norma. Quando a concentração do ruído encontra-se
acima dos limites de tolerância estabelecidos pelos anexos é concedida ao trabalhador a
insalubridade de grau médio (20 % salário mínimo).

Visto a importância de se identificar os riscos ambientais expostos ao trabalhador, o laudo


de ruído deve conter a análise da exposição do trabalhador com e sem EPI (protetor
Auricular). Essa nova tendência pode ser constatada nas novas portarias e ordens de
serviço do INSS onde em seus parágrafos estabelece: constatada tecnicamente a eficiência
da medida de controle, o segurado não terá mais direita a aposentadoria especiais. E,
ainda, caso o empregador mantenha seus empregados expostos a gentes insalubres, o
mesmo deverá que custear o INSS com alíquotas que variam de 6%, 9% a 12%
dependendo do tempo para a obtenção do benefício pelo empregado ( 25, 20 ou 15 anos).

Outro importante fator que vem demandando a elaboração de laudos de ruído ocupacional
consistentes e que levem em consideração a realidade das exposições e o nexo causal
entre atividade laborativa e a perda auditiva, é a crescente onda de indenizações nas varas
civeis.

Com relação ao PPRA, nas etapas de reconhecimento e monitoramento dos agentes de


riscos quantitativos deve-se levantar o ruído de diversas áreas e a exposição diária dos
Grupos Homogêneos de Responsabilidade. Contudo, no PPRA, deve-se constar apenas as
áreas/grupos onde forem identificados nível de exposição acima dos 50%; como definido na
NR 9.

1.2 NR15

Para fins de NR 15 o Anexo 1e 2, o ruído industrial de interesse para a higiene ocupacional possui
duas classificações básicas: ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto.
 Ruído Contínuo ou Intermitente: aquele que não é ruído impacto;
 Impacto: com duração inferior a um segundo, em intervalos superiores a um segundo.

1.2.1 Anexo 1 (Ruído Contínuo ou Intermitente)

As vibrações sonoras são detectáveis, quando a variação de pressão do ar atinge valores de ordem
de 2 x 10-5 Pa, para freqüência em torno de 1.000 Hz. Pode-se observar que as freqüências audíveis
encontram-se entre 16 e 20.000 Hz, faixa chamada de “audiofreqüência”. Também se pode observar
a enorme faixa de variação de pressão que o sistema auditivo normal do homem consegue captar.
Quando as vibrações mecânicas têm valores superiores a 20.000 Hz, são chamadas de ultra-sons
e, quando têm valores inferiores a 16 Hz, são chamadas de infra-sons. Os ultra-sons e os infra-sons
não são audíveis.

TRANSCRIÇÃO DO ANEXO 1

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Manual do Laudo de Ruído
A seguir será apresentada a transcrição na íntegra do Anexo 1 da NR 15, redação dada pela Portaria n o
3.214, de 08/06/78.

Nível de Máxima exposição diária


Pressão Sonora- permissível
NPS dB(A)
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

1. Entende-se por Ruído Contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação de Limites de


Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.

2. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento
de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.

COMENTÁRIOS
O equipamento para medir o ruído ocupacional é chamado de medidores de nível de pressão
sonora ou medidores de nível sonoro; embora, tecnicamente, incorreto, na prática são conhecidos,
simplesmente, como “decibelímetro”. O microfone é peça vital no circuito, sendo sua função a de
transformar um sinal mecânico (vibração sonora) num sinal elétrico. O circuito de medição dos
aparelhos pode ter resposta lenta ou rápida. A resposta lenta facilita as medições, quando existe
muita variação de ruído no ambiente de trabalho.
Embora seja de grande interesse para a Higiene Ocupacional, a determinação dos níveis de pressão
sonora por faixas de freqüência, permitindo fazer a “análise de freqüência”, isto é, permitindo ter o
espectro sonoro do ruído proveniente da fonte analisada, este tipo de avaliação não é obrigatória,
segundo a NR 15 (Anexos 1 e 2) para a elaboração de um laudo técnico visando a caracterização da
exposição insalubridade. A análise de freqüência é geralmente utilizada para a análise de eficiência
de EPI (protetor auricular) pois fornece maiores exatidões nas avaliações (método longo NIOSH 01).

Um aspecto importante para a credibilidade das avaliações de ruído é a certeza de que os valores
medidos estão corretos. Com exceção do INMETRO, não existe, até o momento, no Brasil,

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Manual do Laudo de Ruído
laboratório credenciado por este órgão para realizar calibração em medidores de pressão sonora.
Caso venha a existir, o usuário deve entrar em contato com o INMETRO (0xx 21 679-9112) para ter
conhecimento dos laboratórios credenciados por este órgão.

Também são reconhecidos certificados emitidos por laboratórios de outros países que integram a
rede de calibração local.

3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados
no Quadro deste anexo.

4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição
diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.

CONHECIMENTOS ADICIONAIS
A máxima exposição diária permissível apresentada na tabela de limite de tolerância para ruído
continua ou intermitente são para aqueles funcionários que não utilizam protetores auriculares (EPI).
A escolha da resposta de freqüência chamada de curva A, B ou C está relacionada à capacidade de
detecção do ouvido humano a um nível baixo, médio ou alto de pressão sonora. A Curva A é a que
melhor representa o nível de detecção do ser humano. Segundo normas da OSHA, todos os
medidores de pressão sonora devem ser utilizados na curva A, para avaliações da exposição do ser
humano ao ruído.
Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB), com instrumento
de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta
(SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os LT devem ser
entendidos como referências, a serem utilizadas por engenheiros de segurança e médicos do
trabalho, considerados os profissionais tecnicamente qualificados em higiene ocupacional.
O limiar de percepção auditiva é de 0 dB = 20 uPa; já o limiar da dor, para a maioria das pessoas,
situa-se entre 120 e 130 dB. A necessidade de considerar, simultaneamente, a variação da pressão
sonora e a freqüência da onda leva a representar ambos os fatores em gráficos chamados de
espectros sonoros.
As freqüências centrais são as seguintes:

31,5 63 125 250 500 1.000 2.000 4.000 8.000 16.000


freqüências baixas ou graves freqüências da voz falada freqüências altas ou agudas
Os níveis de aceitabilidade, denominados de limites de tolerância (LT) devem ser interpretados, no
caso do ruído, como níveis de pressão sonora, aos quais as maiorias dos trabalhadores podem estar
expostos, dia após dia, durante toda a sua vida de trabalho, sem que disto resulte um efeito adverso
na sua habilidade de ouvir e entender uma conversa normal. Os LT para os níveis de pressão sonora
dependem do tempo de exposição e do tipo de ruído que o trabalhador está exposto (continuo /
intermitente ou de impacto).
É importante salientar que, devido às diferentes susceptibilidade individuais, os seguintes aspectos
sobre a interpretação do LT devem ser observados:
a) nunca deve ser interpretado como linha certa que separa o ruído perigoso daqueles aceitáveis;
b) refere-se à maioria dos trabalhadores e, em conseqüência, pode apresentar efeitos nocivos para
alguns trabalhadores, apesar de expostos a valores abaixo do nível de LT; isto torna as audiometrias
importantes.

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Manual do Laudo de Ruído
Sob o ponto de vista da Higiene Ocupacional, caso seja encontrado um nível de ruído intermediário,
será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais
elevado.

O pagamento do adicional devido, somente ficará caracterizado, após a verificação da eficácia da


proteção individual ou coletiva fornecida pelo empregador, se a mesma é suficiente para atenuar a
exposição do trabalhador; a partir desta avaliação é que poderemos concluir se a exposição do
trabalhador é insalubre ou não.

ANEXO 1 DA NR 15 (CONTINUAÇÃO)

5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam
adequadamente protegidos.

6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de


diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das
seguintes frações:

C1 / T1 + C2 / T2 + C3 / T3 + ... + Cn / Tn

exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância.


Na equação acima Cn indica o tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído
específico e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste Anexo.

7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente,


superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente.

COMENTÁRIOS
O medidor de pressão sonora simples mede o ruído de forma pontual, sem levar em consideração o
tempo efetivo de exposição à fonte. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais
períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, deverá ser calculada a dose de exposição
levando em consideração o somatório das frações (ver item 6 do anexo 1), que representa o tempo
efetivo de exposição ao nível de ruído proveniente da fonte pelo tempo permitido pela legislação. O
resultado da soma destas frações é um número adimensional que também pode ser expresso em
porcentagem, se o valor encontrado for maior ou igual a 1 (um) ou 100%, significa que exposição ao
ruído está acima do limite de tolerância.
Já o dosímetro de ruído possui, em seu interior, um processador que permite calcular a dose de
exposição do empregado a vários níveis de exposição além de fornecer outros parâmetros
importantes a conclusão do laudo técnico. Embora não citada, explicitamente, na NR 15 - Anexo 1, a
realização da avaliação de ruído com a utilização do dosímetro é mais recomendada, sendo
legalmente válida, desde que realizada de acordo com a norma FUNDACENTRO NHO 01. (Ver o
ítem “Assuntos complementares sobre avaliação da exposição ocupacional ao ruído”). São de
especial interesse, os acessórios para impressão dos dados apresentados pelo dosímetro, pois
permitem uma indicação visual permanente dos níveis de ruído medidos e facilitam o trabalho de
cálculo.
Segundo a legislação, havendo em qualquer período da jornada de trabalho, níveis de ruído acima
de 115 dBA, a situação será caracterizada como de risco grave e iminente para os funcionários que
não utilizam EPI, seja qual for o valor final da dose de exposição ao ruído. Neste caso, mesmo que
seja inferior a 100% ou 1, o que nos levaria a concluir que o limite de tolerância não teria sido
ultrapassado, a operação teria que ser interrompida imediatamente. Este tipo de avaliação é feito de
forma pontual e instantânea, durante a jornada do trabalhador; isto não significa, entretanto, que a
exposição é insalubre, o cálculo da dose deve ser feita necessariamente.

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Manual do Laudo de Ruído
A NR 9 (item 5.3.5.5) diz que o EPI deve ser adequado ao risco, considerando-se a eficiência
necessária para o controle da exposição e o conforto além de destacar a importância do treinamento
para sua correta utilização e limitações de proteção oferecidos pelos diversos tipos existentes. Outro
ponto importante diz respeito às recomendações para o seu uso, guarda, higienização e reposição.
Para se verificar se a exposição ao ruído teve uma atenuação dentro dos limites aceitáveis, é preciso
executar o Programa de Conservação Auditiva (PCA), seguindo os princípios descritos abaixo:
a) Escolher, individualmente, o protetor adequado, utilizando, para os plugs, o método
denominado REAT (real ear attenuation at threshold) e, para conchas, o MIRE
(microphone in real ear), já que ambos consideram a real exposição do empregado,
tanto quantitativamente, preferencialmente medida através da audiometria, como
qualitativamente, analisada pelo medidor de nível de pressão sonora por banda de
freqüência;
b) Treinar e motivar o empregado para a utilização do EPI;
c) Documentar estas atividades, bem como a entrega, utilização e reposição de cada EPI;
d) Acompanhar a evolução audiométrica do empregado, através de testes realizados com
critério e analisados sob metodologia científica, que, entre outros aspectos, confirmam a
validade dos audiogramas e mostram a evolução da audição dos empregados,
mensurando, de forma epidemiológica, agravamentos auditivos e verificando a eficiência
das medidas de proteção coletivas e/ou individuais.
Ao ler a NR 9 (PPRA), interpretamos que é possível recorrer à ACGIH para a determinação de LT
não citados no anexo 1 da NR 15; levando em consideração os valores para exposição ao ruído, em
jornadas acima de 8 (oito) horas, através de cálculos específicos previstos nesta norma de
reconhecimento internacional, inclusive no Brasil pois é possível constatar que os níveis de pressão
sonoro entre 80 e 85 dBA contribuem no cálculo da dose efetiva de ruído recebida pelo trabalhador
durante a jornada de trabalho. Quando se faz a avaliação do ruído através de um dosímetro este é
um dos parâmetros importantes a ser fornecido no ajuste do equipamento, denominado limiar de
detecção do dosímetro.

PARÂMETROS DE CÁLCULOS SEGUNDO CRITÉRIOS DAS NORMAS

As normas da FUNDACENTRO NHT 07 e NHT 09 foram revisadas se transformando em NHO 01 e


serviram como base para os conceitos e definições apresentados abaixo.
Embora não citada, explicitamente, na NR 15 - Anexo 1, a interpretação feita, neste item, baseia-se
na interpretação da NR 9 (PPRA), que permite recorrer à ACGIH para a determinação dos LT não
citados nas NR. Desta forma, para se determinar os LT para jornadas acima de 8 h, deve ser
aplicada a fórmula ou o gráfico apresentados a seguir:

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Manual do Laudo de Ruído

onde:
LT = limite de tolerância para uma determinada jornada de trabalho - dB(A)
T = tempo da jornada requerida para o caso em questão - Horas (h)
 “5’ é o fator de duplicação usada na NHT 09 e NR 15.

Exemplo 1: Cálculo do limite de tolerância para um trabalhador com jornada de trabalho de 10h.
Para T = 10 horas de jornada de trabalho

O quadro resumo apresentado abaixo evitará que o leitor tenha que efetuar outros cálculos para
achar o LT de outras jornadas de trabalho, lembramos que os valores foram aproximados sem casa
decimal de modo a facilitar cálculos posteriores.

Nível e Ruído Máxima Exposição Diária Permissível


(dBA) (h)
(Critério ACGIH para q = 5)
84 9
83 10
82 12
81 14
80 16

Observando os exemplos a seguir, é possível concluir que as exposições ao ruído abaixo de 85 dBA
e/ou jornadas acima de 8 h podem influenciar na caracterização da insalubridade de uma
determinada atividade.
Exemplo 1 - Numa casa de força, um operador expõe-se, diariamente, durante 8 horas, à seguinte
situação:
Valores Medidos
Nível medido equivalente Tempo real de exposição Tempo máximo permissível por Cn / Tn
(TWA) - dB(A) (Slow) diária/horas (Cn) dia/horas (Tn) -(h)
82 1,5 - -

84 2 - -

90 3 4 0,75

95 1,5 2 0,75
88,4 8h -- SOMA Cn / Tn =1,50

Conclusão: A exposição está acima do limite de tolerância. Observe que não participaram do cálculo
os valores correspondentes a 84 e 82 dBA, o que não afetou, neste caso, a conclusão sobre a
exposição. Considerando que para 8 h a Dose de 100% corresponde a 85 dBA o valor encontrado
para o TWA = 88,4 (Ruído Médio Equivalente) para Dose de 150% está coerente matematicamente.

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Manual do Laudo de Ruído
Entretanto, se observarmos os exemplo abaixo verificaremos que os valores entre 80 e 85 dBA são
importantes para o cálculo da dose, se forem utilizados os LT da ACGIH, interferindo no resultado
final. ( 89,6 dB(A) para 8 horas equivale a 1,75 isto é dose de 175 %)
Valores Medidos
Nível medido equivalente Tempo real de exposição Tempo máximo permissível por Cn / Tn
(TWA) - dB(A) (Slow) diária/horas (Cn) dia/horas (Tn) -(h)
82 1,5 12 0,09

84 2 9 0,16

90 3 4 0,75

95 1,5 2 0,75
89,6 8h -- SOMA Cn / Tn =1,75

Exemplo 2 - Um motorista de empilhadeira expõe-se aos seguintes níveis de ruídos, durante uma
jornada de oito horas de trabalho:
Valores Medidos
Nível medido equivalente Tempo real de exposição Tempo máximo permissível por Cn / Tn
(TWA) - dB(A) (Slow) diária/horas (Cn) dia/horas (Tn) -(h)
86 6 7 0,86

85 1 8 0,13

83 1 10 (*) 0,10
85,6 8 -- SOMA Cn / Tn = 1,09

(*) Ver Exemplo 1 para o cálculo do tempo permitido para ruídos abaixo de 85 dBA.
Conclusão: A exposição ruído, encontra-se acima do limite de tolerância pois a Dose de 1,09
(109%) é maior que 1,00 (100%). Observe que foi incluído o tempo máximo de permitido para 83
dB(A), o que alterou matematicamente, a soma das frações, interferindo no resultado final. Caso este
valor tivesse sido desprezado no somatório das frações, a Dose seria de 0,982 (98,2%), e a
exposição estaria abaixo do limite de toler6ancia, fato que alteraria totalmente a conclusão sobre a
exposição.
Conclui-se que os ruídos entre 80 e 85 dBA contribuem no cálculo da dose; neste caso, a exposição
está acima do limite de tolerância.

DEFINIÇÕES IMPORTANTES PARA A ELABORAÇÃO DE UM LAUDO:

A seguir apresentaremos algumas definições importantes para a elaboração de um laudo técnico de


ruído:
a) Nível de ruído equivalente (TWA): É a média ponderada no tempo do nível de pressão sonora
medido em dB (curvas A, B, C ou linear), avaliado no período de tempo de interesse. É uma
função de integração utilizada dentro dos parâmetros da norma (q=5 no Brasil). Pode ser
considerado como o nível de pressão sonora contínua, em regime permanente, que apresentaria
a mesma energia acústica total que o ruído real, flutuante, no mesmo período de tempo.
Lembramos ao usuário que a nova norma da FUNDACENTRO NHO 01 considera para fim de
avaliação do ruído ocupacional q = 3. O que muda um pouco a fórmula apresentada. O Gerente
SST permite mudanças em qualquer parâmetro para a análise da exposição, portanto, é
adaptado a qualquer norma.
O TWA (Time Weighted Average) é representativo para uma determinada função avaliada durante a
jornada de trabalho. O nível de ruído equivalente calculado pelo dosímetro caracteriza o ruído da
atividade do funcionário avaliado e deve ser comparado com os dados da Tabela de LT, de modo
a identificar o tempo máximo de exposição sem o uso do EPI.

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Manual do Laudo de Ruído

onde:
D = contagem da dose da exposição em porcentagem (%) apresentada no visor
T = tempo da medição em minutos
Nota = limiar do limite de detecção desejado (80 dBA) a partir da qual o dosímetro passara a registrar
em seu processador para efeito de contribuição na Dose final calculada e conseqüentemente no
cálculo do ruído equivalente (TWA).

b) Dose: Trata-se da determinação da dose de ruído recebida pelo funcionário exposto e a


verificação da adequação da exposição frente a este parâmetro. O conceito de dose de ruído é o
critério estabelecido como parâmetro de exposição, a ser determinado através do dosímetro ou
calculado de forma pontual quando a exposição diária ao ruído é composta de dois ou mais
períodos de exposição a diferentes níveis. O dosímetro calcula a dose relativa ao tempo em que
o funcionário foi avaliado.
Desta forma, é necessário calcular a dose projetada (alguns dosímetros calculam a dose
projetada, diretamente) para o período de sua jornada de trabalho (6 ou 8 horas); este é o
resultado de maior importância para caracterizar a exposição do funcionário ao ruído.
c) Dose Projetada: É a caracterização da dose relativa ao período efetivo da jornada de trabalho.
Esta dose pode ser calculada, diretamente, no dosímetro ou calculada através de uma simples
regra de três, caso fique comprovada, por regressão linear, que os valores variam de forma
linear. A dose de exposição acima de 100% é prejudicial aos funcionários que realizam atividades
sem o EPI.
Nota: Em situações especiais, com presença ocasional de ruído de impacto, estes somente serão
detectados pelo dosímetro se forem superiores a 140 dBA (depende do equipamento utilizado).
Entretanto, como a maioria dos dosímetros atua integrando o modo slow (resposta lenta), os picos de
ruído de impacto não são, adequadamente, considerados, na formação da dose.

Norma FUNDACENTRO para a interpretação dos resultados

VALOR DA DOSE RUÍDO SITUAÇÃO DA CONSIDERAÇÃO ATUAÇÃO PARA AÇÕES DE


(%) MÁXIMO EXPOSIÇÃO TÉCNICA DA SITUAÇÃO CONTROLE
(dBA)
10 a 50 80 Aceitável ------------ Desejável - não prioritária
51 a 80 83 Aceitável De atenção Rotineira
81 a 100 85 Temporariamente De atenção Preferencial
aceitável
101 a 300 92 Inaceitável De atenção Urgente
Acima de 301 115 Inaceitável Emergência Imediata
Qualquer nível 115 Inaceitável Emergência Imediata – Interromper a exposição

1.2.2 Anexo 2 (Ruído de Impacto)

Este anexo trata exclusivamente do ruído de impacto ou impulsivo. Este tipo de ruído se
caracteriza por ser de uma intensidade muito alta com duração muito pequena menor que
um segundo, em intervalos maiores que um segundo, como por exemplo podemos citar
um disparo de uma arma, uma martelada em uma superfície metálica, e a operação de um
bate estaca.

TRANSCRIÇÃO DO ANEXO 2

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Manual do Laudo de Ruído
A seguir será apresentada a transcrição na íntegra do Anexo 2 da NR 15, redação dada pela Portaria n o
3.214, de 08/06/78.

1. Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração
inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.

2. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão
sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas próximas
ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (LINEAR). Nos
intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo.

3. Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de resposta para
impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação "C". Neste
caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).

4. As atividades ou operações que exponham, os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de


ruído de impacto superiores a 140 dB (LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou superiores
a 130 dB (C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST), oferecerão risco grave e iminente.

COMENTÁRIOS
Para medir este tipo de ruído o circuito de compensação do equipamento deve estar preparado para
identificar e efetuar a leitura com precisão dos níveis alcançados. Em conseqüência, devem ser
medidos ruídos de impacto com um instrumento comum para resposta “fast” em circuito de
compensação C, esta é uma alternativa, quando não se tem disponível um medidor de nível de
pressão sonora operando em circuito linear e circuito de resposta para impacto.
Vale ressaltar que os aparelhos utilizados para avaliação de ruído devem seguir normas ou
especificações aceitas internacionalmente (IEC 123 ou IEC 179), para se ter confiabilidade nas
medições realizadas.
Um aspecto importante em relação ao ruído de impacto, embora não citado na NR 15 - Anexo 2, são
os efeitos diferenciados quando o trabalhador estiver exposto a um número variado de impulsos
(ruídos de impacto). Por exemplo, receber 100 impactos de 125 dB é diferente do que receber
10.000 impactos (dos mesmos 125 dB) por dia. Evidentemente, 10.000 impactos serão mais
prejudiciais ao trabalhador; desta forma, a relação de número de impactos e nível de pico de ruído é
que determina o máximo permissível, segundo a recomendação da ACGIH. Isto é o que poderia ser
chamado de dose de exposição ao ruído de impacto.

NORMA NHO 01
A norma FUNDACENTRO NHO 01 apresenta a metodologia de avaliação baseada nos princípios
citada acima. O critério apresentado por esta norma baseia-se no limite de tempo permitido para o
número de impactos identificados em uma determinada operação.
As normas da FUNDACENTRO NHT 07 3 NHT 09 foram revisadas se transformando em NHO 01. O
Gerente SST só permite avaliação segundo esta última norma.

Nesta norma são definidas duas opções de avaliação em função do tipo de equipamento disponível
para caracterização do nível aceitável de exposição. Cada opção de avaliação possui uma tabela
diferenciada de número máximo de impactos em função do tempo de exposição permitido.

A seguir apresentaremos especificações mínimas para cada caso:

a) OPÇÂO I: equipamento de resposta dinâmica de leitura com resposta para impacto, circuito de
compensação linear - ANSI S1.4/1971 (R1976) Tipo 1 ou IEC 651/1979 Tipo I.

NÍVEL DE RUÍDO NÚMERO MÁXIMO DE


IMPACTOS POR HORA

10
Manual do Laudo de Ruído
db (LINEAR)
até 111 3600
112 a 117 1000
118 800
119 600
120 500
121 400
122 300
123 250
124 200
125 150
126 125
127 100
128 80
129 60
130 50
131 40
132 30
133 25
134 20
135 15
136 12
137 10
acima de 137 zero

b) OPÇÃO II: equipamento de resposta dinâmica de leitura rápida (FAST), circuito de compensação C

NÍVEL DE RUÍDO NÚMERO MÁXIMO DE


IMPACTOS POR HORA

db (C)
até 101 3600
102 a 107 1000
108 800
109 600
110 500
111 400
112 300
113 250
114 200
115 150
116 125
117 100
118 80
119 60
120 50
121 40
122 30
123 25
124 20
125 15
126 12
127 10
acima de 127 zero

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Manual do Laudo de Ruído
CONDIÇÃO SITUAÇÃO DA NÍVEL DE ATUAÇÃO
EXPOSIÇÃO RECOMENDADO PARA AS
AÇÕES DE CONTROLE

Nível de ruído inferior ao máximo permissível em função do Preferencial (relativamente às


número de impactos por hora inferior ao máximo permissível em ações para situações “aceitáveis”
função do nível de ruído existente. de ruído contínuo)
Aceitável

Nível de ruído superior ao máximo permissível em função do


número de impactos por hora existente ou número de impactos
por hora superior ao máximo permissível em função do nível de
ruído existente. Inaceitável URGENTE

Nível de ruído superior ao máximo nível permissível constante na Inaceitável IMEDIATA


tabela.

(interromper)

Número de impactos superior ao máximo número de impactos O critério não se


constante nas tabelas (3600) aplica (vide norma
para ruído contínuo)
-

Caso seja caracterizada a insalubridade da atividade, devido à exposição a ruído contínuo ou


intermitente e a ruídos de impacto, o adicional de insalubridade devido é de 20% sobre o salário
mínimo legal.

12
Manual do Laudo de Ruído
1.2.3 Documentos Complementares

Os seguintes documentos listados devem ser consultados, para melhor entendimento dos Aspectos
Técnicos e Legais de Periculosidade e Insalubridade:
 CLT - Título II - Capítulo V - Seção XIII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas
 Decreto n.º 157, de 02/07/91 - Convenção OIT 139 - OIT 147 - Prevenção e Controle dos
Riscos profissionais causados pelas substâncias ou agentes cancerígenos
 Decreto n.º 1.253, de 27/09/94 - Convenção OIT 136 - Proteção contra os riscos de intoxicação
provocados pelo benzeno.
 Portaria Ministerial 3.393, de 17/12/87 – Periculosidade com Radiações Ionizantes
 Portaria n.º 12, de 12/11/79 - Acrescenta o Anexo 14 (Agentes Biológicos) à NR 15 já efetuada
no texto
 Portaria 3.751, de 23/11/90 - Revoga o Anexo 4 (Iluminação) da NR 15, transferindo para a NR
17 (Ergonomia) já efetuada no texto
 Portaria Interministerial No 04 do Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência Social, de
31/07/91 - Estabelece procedimentos operacionais e de segurança no manuseio do gás óxido de
etileno e suas misturas destinado ao processo de esterilização de materiais.
 Portaria n.º 08, de 05/10/92 - Estabelece os limites de tolerância para o manganês e seus
compostos já efetuada no texto
 Portaria n.º 10, de 08/09/94 - Instituiu o Grupo de Trabalho Tripartite para elaboração de
proposta de regulamentação sobre benzeno

 Portaria n.º 22, de 26/12/94 - Altera a Portaria 3.214, de 08/06/78, para os limites de tolerância
para poeiras minerais - asbestos já efetuada no texto.
 Portaria n.º 25, de 29/12/94 - Alteração do texto da NR 9 já efetuada no texto
 Portaria n.º 2, de 20/12/95 - Introduz a norma para vigilância da saúde dos trabalhadores na
prevenção da exposição ocupacional ao benzeno já efetuada no texto
 Portaria n.º 14, de 20/12/95 - Estabelece o Anexo 13-A (Exposição ocupacional ao benzeno) já
efetuada no texto
 Portaria n.º 5.051, de 26/02/99 - Apresenta novos critérios e modelo para preenchimento da CAT
 Instrução Normativa n.º 1 e 2, de 20/12/95 - Introduz os critérios para a avaliação das
concentrações de benzeno em acidentes de trabalho já efetuada no texto
 Ordem de Serviço OS 600, de 02/06/98 - Enquadramento e Comprovação de Atividade como
Especial.
 Ordem de Serviço OS 607, de 05/08/98 - Aprova Norma Técnica sobre Intoxicação Ocupacional
pelo Benzeno
 Ordem de Serviço OS 608, de 05/08/98 - Aprova Norma Técnica sobre Perda Auditiva
Neurossensorial por Exposição Continuada à Níveis Elevados de Pressão Sonora.
 Ordem de Serviço (INSS) OS 621, de 05/05/99) - Apresenta novos critérios e modelo para
preenchimento da CAT
 ABNT NBR 5.413 – Iluminância de Interiores
 FUNDACENTRO NHT 01 C/E - 1985 - Norma para avaliação da exposição ocupacional ao calor
 FUNDACENTRO NHT 02 - A/E 1985 - Norma para avaliação da exposição ocupacional a
aerodispersóides.
 FUNDACENTRO NHT 03 - A/E 1984 - Determinação de vazão de amostragem, pelo método da
bolha de sabão.

13
Manual do Laudo de Ruído
 FUNDACENTRO NHT 04 - A/E 1985 - Norma de manutenção de baterias recarregáveis de
níquel-cádmio (Ni-Cd).
 FUNDACENTRO NHT 05 - AQ/E 1985 - Avaliação da exposição ocupacional a agentes químicos,
pelo método colorimétrico.
 FUNDACENTRO NHT 08 - GV/E - Norma para avaliação da exposição ocupacional a solventes
orgânicos.
 FUNDACENTRO NHT 13 - MA - Determinação gravimétrica de aerodispersóides.
 FUNDACENTRO NHT 14 - MA - Determinação quantitativa de sílica livre cristalizada por difração
de raio X.
 FUNDACENTRO NHO 01 - 1999 - Norma para avaliação da exposição ocupacional ao ruído
contínuo ou intermitente e de impacto. (antiga NHT 07 e NHT 09).
 NIOSH - National Institute of Occupational Safety and Health Administration) - normas de
avaliação de higiene ocupacional
 OSHA - Organization Safety and Health Administration - normas de avaliação de higiene
ocupacional
 ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists - normas de avaliação de
higiene ocupacional

Nota: Como complemento ao assunto tratado recomendamos a leitura do


Livro “Perícia e Avaliação de Ruído e Calor - Passo a Passo” (Autores:
Giovanni Moraes e Rogério Regazzi presente no portal www.isegnet.com.br).

1.3 NHO-1

A NHO-01 faz parte da Série de Normas de Higiene Ocupacional (NHO’s) elaborada por técnicos da
Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO, por meio do Projeto Difusão de Informações em
Higiene do Trabalho, 1997/1998.

São destacados a seguir os principais tópicos tratados pelos técnicos da FUNDACENTRO que a elaboraram:

Esta Norma cancela e substitui as seguintes Normas da FUNDACENTRO:

 HHT-06 R/E – 1985: Norma para avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente
em fase experimental.

 NHT-07 R/E – 1985: Norma para avaliação da exposição ocupacional ao ruído – ruído de impacto.

 NHT-09 R/E – 1986: Norma para avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente
através de dosímetros.

As principais modificações e avanços técnicos em relação às Normas anteriores são:

 substituir as três Normas anteriormente existentes e trata tanto da avaliação da exposição ocupacional ao
ruído contínuo ou intermitente, quando da avaliação da exposição ocupacional ao ruído de impacto;

 introduz o conceito de nível de exposição como um dos critérios para a quantificação e caracterização da
exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente e o conceito de nível de exposição normalizado
para interpretação dos resultados;

14
Manual do Laudo de Ruído
 adota o valor “3” como incremento de duplicação de dose (q = 3);

 considera a possibilidade de utilização de medidores integradores e de medidores de leituras


instantâneas.

1.3.1 OBJETIVO

Esta Norma Técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição
ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de surdez ocupacional.
1.3.2 APLICAÇÃO

A Norma aplica-se à exposição ocupacional a ruído contínuo ou intermitente e a ruído de impacto, em


quaisquer situações de trabalho, contudo não está voltada para a caracterização das condições de conforto
acústico.

1.3.3 TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES

1.3.3.1 Para os fins desta Norma aplicam-se as seguintes Definições, Símbolos e Abreviaturas:

Ciclo de exposição: conjunto de situações acústicas ao qual é submetido o trabalho, em seqüência definida,
e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho.

Critério de Referência (CR): nível médio para o qual a exposição, por um período de 8 horas, corresponderá
a uma dose de 100%.

Dose: parâmetro utilizado para caracterização da exposição ocupacional ao ruído, expresso em porcentagem
de energia sonora, tendo por referência o valor máximo da energia sonora diária admitida, definida com base
em parâmetros preestabelecidos (q. CR, NLI).

Dose Diária: dose referente à jornada diária de trabalho.

Dosímetro de Ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional ao
ruído.

Grupo Homogêneo (GHE): corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição


semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de parte do grupo seja
representativo da exposição de todos os trabalhadores que compõem o mesmo grupo.

Incremento de Duplicação de Dose (q): incremento em decibéis que, quando adicionado a um determinado
nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo máximo permitido.

Limite de Exposição (LE): parâmetro de exposição ocupacional que representa condições sob as quais
acredita-se que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, sem sofrer efeitos adversos
à sua capacidade de ouvir e entender uma conversão normal.

Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): corresponde ao valor máximo, acima do qual não é permitida
exposição em nenhum momento da jornada de trabalho.

Medidor Integrador de Uso Pessoal: medidor que possa ser fixado no trabalhador durante o período de
medição, fornecendo por meio de integração, a dose ou nível médio.

Medidor Integrador Portado pelo Avaliador: medidor operador diretamente pelo avaliador, que fornece, por
meio de integração, a dose ou o nível médio.

Nível de Ação: valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a
probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à audição do trabalhador e evitar que o limite
de exposição seja ultrapassado.

Nível Equivalente (Neq): nível médio baseado na equivalência de energia, conhecido como LEQ.

15
Manual do Laudo de Ruído
Nível de Exposição (NE): nível médio representativo da exposição ocupacional diária.

Nível de Exposição Normalizado (NEN): nível de exposição, convertido para uma jornada padrão de 8 horas
diárias, para fins de comparação com o limite de exposição.

Nível Limiar de Integração (NLI): nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados na
integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição.

Nível Médio (NM): nível de ruído representativo da exposição ocupacional relativo ao período de medição,
que considera os diversos valores de níveis instantâneos ocorridos no período e os parâmetros de medição
predefinidos.

Ruído Contínuo ou Intermitente: todo e qualquer ruído que não está classificado como ruído de impacto ou
impulsivo.

Ruído de Impacto ou Impulsivo: ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um)
segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo).

Situação Acústica: cada parte do ciclo de exposição na qual o trabalhador está exposto a níveis de ruído
considerados estáveis.

Zona Auditiva: região do espaço delimitada por um raio de 150 mm  50 mm, medido a partir da entrada do
canal auditivo.

1.3.3.2 As principais correlações entre a terminologia em Português e Inglês são as seguintes:

Critério de Referência (CR): Criterion Level (CL)

Incremento de Duplicação de Dose (q): Exchange Rate (q ou ER)

Limite de Exposição (LE): Threshold Limit Value (TLV)

Limite de Exposição Valor Teto (LE-VT): Threshold Limit Value-Ceiling (TLV-C)

Nível Equivalente (Neq): Equivalent Level (Leq)

Nível Médio (NM): Average Level (Lavg ou TWA)

Nível Limiar de Integração (NLI): Threshold Level (TL)

1.3.4 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO

1.3.4.1 Ruído contínuo ou intermitente

O critério de referência que embasa os limites de exposição diária adotados pra ruído contínuo ou intermitente
corresponde a uma dose de 100% para exposição de 8 horas ao nível de 85 dB(A).

O critério de avaliação considera, além do critério de referência, o incremento de dose (q) igual a 3 e o nível
limiar de integração igual a 80 dB(A).

A avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo ou intermitente deverá ser feita por meio da
determinação da dose diária de ruído ou do nível de exposição, parâmetros representativos da exposição
diária do trabalhador. Esses parâmetros são totalmente equivalentes, sendo possível, a partir de um obter-se
o outro, mediante as expressões matemáticas que seguem:

16
Manual do Laudo de Ruído

onde:

NE = nível de exposição

D = dose diária de ruído em porcentagem

TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho

A avaliação deve ser realizada utilizando-se medidores integradores (IEC 804) de uso individual, fixados no
trabalhador.

Na indisponibilidade destes equipamentos, a Norma oferece procedimentos alternativos para outros tipos de
medidores integradores ou medidores de leitura instantânea, não fixados no trabalhador, que poderão ser
utilizados na avaliação de determinadas situações de exposição ocupacional. Em cada caso deverão ser
seguidos os procedimentos de medição específicos estabelecidos na presente Norma.

No entanto, as condições de trabalho que apresentem dinâmica operacional complexa, como, por exemplo, a
condução de empilhadeiras, atividades de manutenção, entre outras, ou que envolvam movimentação
constante do trabalhador, não deverão ser avaliadas por esses métodos alternativos.

Nota: como verificado acima o dosímetro de ruído ou audio-dosímetro será sempre o equipamento mais
adequado nas avaliações.

1.3.4.1.a Avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente por meio da


dose diária. Utilizando medidor integrador de uso pessoal

A determinação da dose de exposição ao ruído deve ser feita, preferencialmente, por meio de medidores
integradores de uso pessoal (dosímetros de ruído), ajustados de forma a atender as especificações contidas
no item 5.2.1.1 (equipamentos de medição).

Neste caso o limite de exposição ocupacional diário no ruído contínuo ou intermitente corresponde a dose
diária igual a 100%.

O nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído é de dose diária igual a 50%.

O limite de exposição valor teto para o ruído contínuo ou intermitente é 115 dB(A).

Exposições a níveis inferiores a 80 dB(A) não serão considerados no cálculo da dose.

Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária também é feito utilizando a
expressão apresentada, ou seja, simplesmente dividindo “C1” por “T1”.

Neste critério, o limite de exposição ocupacional diária ao ruído contínuo ou intermitente corresponde a dose
diária igual a 100%.

1.3.4.1.b Avaliação da exposição de um trabalhador ao ruído contínuo ou intermitente por meio do


nível de exposição

17
Manual do Laudo de Ruído
A avaliação da exposição pelo nível de exposição deve ser realizada, preferencialmente, utilizando-se
medidores integradores de uso individual. Na indisponibilidade destes equipamentos, poderão ser utilizados
outros tipos de medidores integradores ou medidores de leitura instantânea, portados pelo avaliador.

O Nível de Exposição – NE é o Nível Médio representativo da exposição diária do trabalhador avaliado.

Para fins de comparação com o limite de exposição, deve-se determinar o Nível de Exposição Normalizado
(NEN), que corresponde ao Nível de Exposição (NE) convertido para a jornada padrão de 8 horas diárias.

O Nível de Exposição Normalizado – NEN é determinado pela seguinte expressão:

TE
NEN = NE + 10 log [ dB ]
480

onde:

NE = nível médio representativo da exposição ocupacional diária.

TE = tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.

Neste critério o limite de exposição ocupacional diária ao ruído correspondente a NEN igual a 85 dB(A), e o
limite de exposição valor teto para ruído contínuo ou intermitente é de 115 dB(A).

Para este critério considera-se como nível de ação o valor NEN igual a 82 dB(A).

Tabela 1. Tempo máximo diário de exposição permissível em função do nível de ruído.

Nível de ruído Tempo máximo diário


permissível (Tn)
dB(A)
(minutos)
80 1.523,90
81 1.209,52
82 960,00
83 761,95
84 604,76
85 480,00
86 380,97
87 302,38
88 240,00
89 190,48
90 151,19
91 120,00
92 95,24
93 75,59
94 60,00
95 47,62

18
Manual do Laudo de Ruído
96 37,79
97 30,00
98 23,81
99 18,89
100 15,00

Tabela 1. Tempo máximo diário de exposição permissível em função do nível de ruído.

(continuação)

Nível de ruído Tempo máximo diário


dB(A) permissível (Tn)
(minutos)
101 11,90
102 9,44
103 7,50
104 5,95
105 4,72
106 3,75
107 2,97
108 2,36
109 1,87
110 1,48
111 1,18
112 0,93
113 0,74
114 0,59
115 0,46

1.3.4.2 Ruído de impacto

A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser feita por meio de medidor de nível de
pressão sonora operando em “Linear” e circuito de resposta para medição de nível de pico.

Neste critério o limite de exposição diária ao ruído de impacto é determinado pela expressão a seguir:

onde:

Np = nível de pico, em dB(Lin), máximo admissível.

19
Manual do Laudo de Ruído
n = número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária de trabalho.

A Tabela 2, obtida com base na expressão anterior, apresenta a correlação entre os níveis de pico máximo
admissíveis e o número de impactos ocorridos durante a jornada diária de trabalho, extraída a partir da
expressão de determinação do limite de exposição diária ao ruído de impacto.

Tabela 2. Níveis de pico máximo admissíveis em função do número de impactos

Np n Np n Np n

120 10000 127 1995 134 398

121 7943 128 1584 135 316

122 6309 129 1258 136 251

123 5011 130 1000 137 199

124 3981 131 794 138 158

125 3162 132 630 139 125

126 2511 133 501 140 100

Quando o número de impactos ou de impulsos diário exceder a 10.000 (n > 10.000), o ruído deverá ser
considerado como contínuo ou intermitente.

O limite de tolerância valor teto para ruído de impacto corresponde ao valor de nível de pico de 140 dB(Lin).

O nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído de impacto corresponde ao valor Np obtido na
expressão acima, subtraído de 3 decibéis  (Np –3) dB.

Nota:

Os critérios estabelecidos na presente Norma estão baseados em conceitos e parâmetros técnico-


científicos modernos, seguinte tendências internacionais atuais, NÃO HAVENDO UM COMPROMISSO
DE EQUIVALÊNCIA COM O CRITÉRIO LEGAL. Desta forma, os resultados obtidos e sua interpretação
quando da aplicação da presente Norma podem diferir daqueles obtidos na caracterização da
insalubridade pela aplicação do disposto na NR-15, anexo 1, da Portaria 3214 de 1978.

1.3.5 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

1.3.5.1 Abordagem dos locais e das condições de trabalho

A avaliação de ruído deverá ser feita de forma a caracterizar a exposição de todos os trabalhadores
considerados no estudo.

Identificando-se grupos de trabalhadores que apresentem iguais características de exposição – grupos


homogêneos – não precisarão ser avaliados todos os trabalhadores. As avaliações podem ser realizadas
cobrindo um ou mais trabalhadores cuja situação corresponde à exposição “típica” de cada grupo
considerado.

Havendo dúvidas quanto à possibilidade de redução do número de trabalhadores a serem avaliados, a


abordagem deve considerar necessariamente a totalidade dos expostos no grupo considerado.

20
Manual do Laudo de Ruído
O conjunto de medições deve ser representativo das condições reais de exposição ocupacional do grupo de
trabalhadores objeto do estudo. Desta forma, a avaliação deve cobrir todas as condições, operacionais e
ambientais habituais, que envolvem o trabalhador no exercício de suas funções.

Para que as medições sejam representativas da exposição de toda a jornada de trabalho é importante que o
período de amostragem seja adequadamente escolhido. Se forem identificados ciclos de exposição repetitivos
durante a jornada, a amostragem deverá incluir um número suficiente de ciclos. A amostragem deverá cobrir
um número maior de ciclos, caso estes não sejam regulares ou apresentem níveis com grandes variações de
valores.

No decorrer da jornada diária, quando o trabalhador executar duas ou mais rotinas independentes de
trabalho, a avaliação da exposição ocupacional poderá ser feita avaliando-se, separadamente, as condições
de exposição em cada uma das rotinas e determinando-se a exposição ocupacional diária pela composição
dos dados obtidos.

Havendo dúvidas quanto à representatividade da amostragem, esta deverá envolver necessariamente toda a
jornada de trabalho.

Os procedimentos de avaliação devem interferir o mínimo possível nas condições ambientais e operacionais
características da condição de trabalho em estudo.

Condições de exposição não rotineiras, decorrentes de operações ou procedimentos de trabalho previsíveis,


mas não habituais, tais como manutenções preventivas, devem ser avaliadas e interpretadas isoladamente,
considerando-se a sua contribuição na dose diária ou no nível de exposição.

Deverão ser obtidas informações administrativas, a serem corroboradas por observação de campo,
necessárias na caracterização da exposição dos trabalhadores, com base no critério utilizado.

1.3.5.2 Equipamento de medição - Especificações mínimas

1.3.5.2.a Medidores integradores de uso pessoal

Os medidores integradores de uso pessoal, também denominados de dosímetros de ruído, a serem utilizados
na avaliação da exposição ocupacional ao ruído devem atender às especificações constantes da Norma ANSI
S1.25-1991 ou de suas futuras revisões, ter classificação mínima do tipo 2 e estar ajustados de forma a
atender aos seguintes parâmetros:

 circuito de ponderação – “A”

 circuito de resposta – lenta (slow)

 critério de referência – 85 dB(A), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas

 nível limiar de integração – 80 dB(A)

 faixa de medição mínima – 80 a 115 dB(A)

 incremento de duplicação de dose = 3 (q = 3)

 indicação da ocorrência de níveis superiores a 115 dB(A)

1.3.5.2.b Medidores integradores portados pelo avaliador

Os medidores integradores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional ao ruído devem atender
às especificações da Norma IEC 804 ou de suas futuras revisões e ter classificação mínima do tipo 2. Para a
determinação de níveis médios de ruído devem estar ajustados de forma a atender aos seguintes parâmetros:

21
Manual do Laudo de Ruído
 circuito de ponderação – “A”

 circuito de resposta – lenta (slow) ou rápida (fast), quando especificado pelo fabricante

 critério de referência – 85 dB(A), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas

 nível limiar de integração – 80 dB(A)

 faixa de medição mínima – 80 a 115 dB(A)

 incremento de duplicação de dose = 3 (q = 3)

 indicação da ocorrência de níveis superiores a 115 dB(A)

1.3.5.2.c Medidores de leitura instantânea

Os medidores de leitura instantânea a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional ao ruído


contínuo ou intermitente, ou de impacto, devem ser no mínimo do tipo 2, segundo especificações constantes
das Normas ANSI S1.4-1983 e IEC 651, ou de suas futuras revisões.

Para a medição de ruído contínuo ou intermitente, os medidores devem estar ajustados de forma a operar no
circuito de ponderação “A”, circuito de resposta lenta (slow) e cobrir uma faixa de medição mínima de 80 a
115 dB(A).

Para a medição de ruído de impacto os medidores devem estar ajustados de forma a operar no circuito
“linear”, circuito de resposta para medição de nível de pico, e cobrir uma faixa de medição de pico mínima de
100 a 150 dB.

1.3.5.2.d Calibradores acústicos

Os equipamentos utilizados na calibração dos medidores de nível de pressão sonora, devem atender às
especificações da Norma ANSI S1.40-1984 ou IEC 942-1988.

Os calibradores, preferencialmente, devem ser da mesma marca que o medidor e, obrigatoriamente, permitir o
adequado acoplamento entre o microfone e o calibrador, diretamente ou por meio do uso de adaptador.

1.3.5.3 Interferentes ambientais no desempenho dos equipamentos

O uso de protetor de vento sobre o microfone é sempre recomendável a fim de evitar possíveis interferências
da velocidade do ar e proteger o microfone contra poeira.

Os medidores só poderão ser utilizados dentro das condições de umidade e temperatura especificados pelos
fabricantes.

Se os medidores forem utilizados em ambientes com a presença de campos magnéticos significativos, devem
ser considerados os cuidados e as limitações previstas pelo fabricante.

1.3.5.4 Aferição e certificação dos equipamentos

Os medidores e os calibradores deverão ser periodicamente aferidos e certificados pelo fabricante,


assistência técnica autorizada, ou laboratórios credenciados para esta finalidade.

1.3.5.5 Procedimentos gerais de medição

Os equipamentos de medição, quando em uso, devem estar calibrados e em perfeitas condições


eletromecânicas. Antes de iniciar as medições deve-se:

 verificar a integridade eletromecânica e coerência na resposta do instrumento;

22
Manual do Laudo de Ruído
 verificar as condições de carga das baterias;

 ajustar os parâmetros de medição, conforme o critério a ser utilizado;

 efetuar a calibração de acordo com as instruções do fabricante.

As medições devem ser feitas com o microfone posicionado dentro da zona auditiva do trabalhador, de forma
a fornecer dados representativos da exposição ocupacional diária ao ruído a que submetido o trabalhador no
exercício de suas funções. No caso de medidores de uso pessoal, o microfone deve ser posicionado sobre o
ombro, preso na vestimenta, dentro da zona auditiva do trabalhador.

Quando forem identificadas diferenças significativas entre os níveis de pressão sonora que atingem os dois
ouvidos, as medições deverão ser realizadas do lado exposto ao maior nível.

O direcionamento do microfone deve obedecer às orientações do fabricante, constantes do manual do


equipamento, de forma a garantir a melhor resposta do medidor.

O posicionamento e a conduta do avaliador não devem interferir no campo acústico ou nas condições de
trabalho, para não falsear os resultados obtidos. Se necessário, deve ser utilizada avaliação remota, por meio
do uso de cabo de extensão para o microfone, a fim de permitir leitura à distância.

Antes de iniciar a medição o trabalhador a ser avaliado deve ser informado:

 do objetivo do trabalho;

 que a medição não deve interferir em suas atividades habituais, devendo manter a sua rotina de trabalho;

 que as medições não efetuam gravação de conversas;

 que o equipamento ou microfone nele fixado só pode ser removido pelo avaliador;

 que o microfone nele fixado não pode ser tocado ou obstruído;

 sobre outros aspectos pertinentes.

Os dados obtidos só serão validados se, após a medição, o equipamento mantiver as condições adequadas
de uso. Deverão ser invalidados, efetuando-se nova medição, sempre que:

 a aferição (VERIFICAÇÃO) da calibração acusar variação fora da faixa tolerada de  1 dB;

 o nível de tensão de bateria estiver abaixo do mínimo aceitável;

 houver qualquer prejuízo à integridade eletromecânica do equipamento.

Quando ocorrer a presença simultânea de ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto, a avaliação da
exposição ao ruído contínuo ou intermitente. Quando forem utilizados medidores integradores, o ruído de
impacto será automaticamente computado na integração. No caso de utilização de medidores de leitura
instantânea, as leituras que coincidirem com a ocorrência dos picos de impacto deverão ser normalmente
computadas nos dados da medição.

1.3.5.6 Procedimentos específicos de medição de ruído contínuo ou intermitente

1.3.5.6.a Utilizando medidor integrador de uso pessoal

a) Realize os ajustes preliminares no equipamento e sua calibração, com base nas instruções do manual de
operação e nos parâmetros especificados no item 5.2.1.1.

23
Manual do Laudo de Ruído
b) Coloque o medidor no trabalhador a ser avaliado e fixe o microfone dentro da zona auditiva, conforme
item 6.3.

c) Posicione e fixe qualquer excesso de cabo de microfone para evitar qualquer dificuldade ou
inconveniente ao usuário.

d) Adote as medidas necessárias para impedir que o usuário, ou outra pessoa, possa fazer alterações na
programação do equipamento, comprometendo os resultados obtidos.

e) Inicie o processo de integração somente após o microfone estar devidamente ajustado e fixado no
trabalhador.

f) Cheque o dosímetro periodicamente, durante a avaliação, para se assegurar de que o microfone está
adequadamente posicionado e que o equipamento está em condições normais de operação.

g) Retire o microfone do trabalhador somente após a interrupção da medição.

h) Determine e registre o tempo efetivo de medição, sempre que a medição não cobrir a jornada integral de
trabalho.

i) Quando a medição não cobrir toda a jornada de trabalho, a dose determinada para o período medido
deve ser projetada para a jornada diária efetiva de trabalho, determinando-se a dose diária.

1.3.5.6.b Utilizando medidor integrador portado pelo avaliador

a) Realize os ajustes preliminares no equipamento e sua calibração, com base nas instruções do manual de
operação e nos parâmetros especificados no item 5.2.1.2.

b) Mantenha o microfone do medidor dentro da zona auditiva do trabalhador e posicione-se de forma a


minimizar a interferência na medição.

c) Determine e registre o tempo efetivo de medição, sempre que a medição não cobrir a jornada integridade
de trabalho.

d) Quando a medição cobrir um período representativo da exposição ocupacional, o nível médio fornecido
pelo medidor será representativo da exposição do trabalhador avaliado durante toda a sua jornada de
trabalho, correspondendo ao nível de exposição. Se for determinada a fração de dose, esta deverá ser
projetada para a jornada diária efetiva de trabalho.

e) Acompanhe toda a movimentação do trabalhador no exercício de suas funções, de forma que durante
toda a medição o microfone mantenha-se posicionado dentro da zona auditiva.

f) Quando forem utilizados medidores cujo tempo de integração seja prefixado e não cubra o período
mínimo representativo da exposição, deverão ser seguidos os procedimentos complementares
relacionados a seguir:

 medições seqüenciais, cada uma com tempo de duração dentro do limite imposto pelo medidor;

 número de medições suficiente para cobrir um período representativo da exposição;

 registro de todas as leituras das medições para permitir a determinação do nível médio ou da

 fração de dose relativos ao período avaliado, mediante a seguinte expressão matemática:

24
Manual do Laudo de Ruído
onde:

NM = Nível médio representativo da exposição do trabalhador avaliado

ni = número de leituras obtidas para um mesmo nível médio parcial assumido - NM i

n = número total de leituras = n1 + n2 + ... + ni + ... + nn

NMi = iésimo nível médio de pressão sonora assumido, em dB(A)

g) As medições devem ser feitas em um período representativo da exposição ocupacional, por meio de n
leituras seqüenciais colhidas a intervalos de tempo fixos e predefinidos, identificados por “t”, de no
máximo 15 segundos.

h) Cada leitura corresponde ao valor efetivamente lido no medidor no instante da medição, arredondado
para o valor mais próximo, dentro de um intervalo de 0,5 dB. Não devem ser tomadas, portanto, médias
subjetivas (média por interpolação visual) durante a realização de cada leitura. (Exemplos: valor lido: 80,7
 valor assumido: 80,5; valor lido: 80,8  81,0).

1.3.5.7 Procedimentos específicos de medição de ruído de impacto

a) Realize os ajustes preliminares no equipamento e sua calibração, com base nas instruções do manual de
operação e parâmetros especificados no item 5.2.1.3.

b) Mantenha o microfone do medidor dentro da zona auditiva do trabalhador e posicione-se de forma a


minimizar a interferência na medição.

c) Acompanhe toda a movimentação do trabalhador no exercício de suas funções, de forma a manter o


microfone posicionado dentro da zona auditiva, durante todo o período de medição.

d) Efetue medições em número suficiente para determinar os níveis de impacto a que fica submetido o
trabalhador avaliado.

e) Determine o número de impactos por dia a que fica exposto o trabalhador avaliado.

f) O número de impactos e os níveis medidos em um período menor que a jornada diária de trabalho
poderão ser extrapolados para toda a jornada, desde que o período avaliado representativo de toda a
exposição do trabalhador.

1.3.6 Interpretação dos resultados

1.3.6.1 Ruído contínuo ou intermitente

1.3.6.1.a Dose diária

Com base no critério apresentado no item 4.1.1, sempre que a dose diária de exposição a ruído determinada
for superior a 100%, o limite de exposição estará excedido e exigirá a adoção imediata de medidas de
controle.

Se a dose diária estiver entre 50% e 100% a exposição deve ser considerada acima do nível de ação,
devendo ser adotadas medidas preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições aos
ruídos causem prejuízos à audição do trabalhador e evitar que o limite de exposição seja ultrapassado.

Não é permitida, em nenhum momento da jornada de trabalho, exposição a níveis de ruído contínuo ou
intermitente acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam protegidos, independentemente dos valores
obtidos para dose diária ou para o nível de exposição.

25
Manual do Laudo de Ruído
1.3.6.1.b Nível de exposição normalizado

Com base no critério apresentado no item 5.1.2, sempre que o nível de exposição normalizado – NEN – for
superior a 85 dB(A), o limite de exposição estará excedido e exigirá a adoção imediata de medidas de
controle.

Se o NEN estiver entre 82 dB(A) e 85 dB(A) a exposição deve ser considerada acima do nível de ação,
devendo ser adotadas medidas preventivas a fim de minimizar a probabilidade de que as exposições causem
prejuízos à audição do trabalhador e evitar que o limite de exposição seja ultrapassado.

Não é permitida, em nenhum momento da jornada de trabalho, exposição a níveis de ruído contínuo ou
intermitente acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos,
independentemente dos valores obtidos para dose diária ou para o nível de exposição.

1.3.6.1.c Critério de julgamento e tomada de decisão

O Quadro a seguir apresenta considerações técnicas e a situação recomendada em função da Dose Diária ou
do Nível de Exposição Normalizado encontrados na condição de exposição avaliada.

Dose Diária NEN Consideração Atuação


(%) dB(A)
técnica recomendada
0 a 50 até 82 aceitável no mínimo manutenção da
condição existente
50 a 80 82 a 84 acima do nível de ação adoção de medidas preventivas
80 a 100 84 a 85 região de incerteza adoção de medidas preventivas e
corretivas visando a redução da
dose diária
acima de 100 > 85 acima do limite de exposição adoção imediata de medidas
corretivas

1.3.6.2 Ruído de Impacto

Com base no critério apresentado no item 4.2, sempre que o nível de pico ultrapassar o nível máximo
permitido – Np, calculado para o número de impactos a que o trabalhador está exposto em sua jornada diária
de trabalho, o limite de exposição estará excedido e exigirá a adoção imediata de medidas de controle.

Não é permitida exposição a ruídos de impacto ou impulsivos com níveis de pico superiores a 140 dB para
indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.

Se o nível de pico estiver entre (Np – 3) e Np a exposição deve ser considerada acima do nível de ação,
devendo ser adotadas medidas preventivas para minimizar a probabilidade de que as exposições ao ruído
ultrapassem o limite de exposição.

1.3.6.3 Ruído contínuo ou intermitente simultâneo com ruído de impacto

Na ocorrência simultânea de ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto, a exposição ocupacional estar
acima do limite de exposição, quando pelo menos o limite para um dos tipos de ruído for excedido.

Não é permitida, em nenhum momento da jornada de trabalho, exposição a níveis de ruído contínuo ou
intermitente acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos,
independentemente dos valores obtidos para dose diária ou para o nível de exposição.

Não é permitida exposição a ruídos de impacto ou impulsos com níveis de pico superiores a
140 dB para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.

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Manual do Laudo de Ruído

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Manual do Laudo de Ruído
2. Manual de Utilização do Gerente SST – Seção Ruído Ocupacional

Essa parte do manual ensina ao usuário do Gerente SST como manipular e navegar no módulo de ruído.

O programa foi idealizado segundo métodos interativos, não necessitando de maiores detalhes com
relação a seqüência de telas para a realização de uma avaliação e emissão de um laudo. Isto é,
conforme pode ser visto na parte superior direita das telas, existe uma seta para direita e uma seta
para esquerda exatamente igual a um navegador da internet.

O usuário para a realização de um laudo, deve obedecer as seqüências de telas definidas pelas setas. A
medida que preenche uma tela o usuário deve avançar com a SETA DA DIREITA. Caso queira voltar para
correção de algum dado ou troca de parâmetros de cálculo, o usuário deve avançar com a SETA DA
ESQUERDA.

Para emitir o relatório deve-se clicar no botão “ABRIR WORD” para que o programa abra o editor de
texto vinculado com a extensão do arquivo de laudo para que se abra o relatório do Gerente SST/Ruído
que está sendo elaborado. O usuário poderá personalizar o laudo, gravá-lo com outro nome e imprimir
logo em seguida.

Também é permitido ao usuário imprimir qualquer tela do programa ou exporta-la para outro aplicativo.
Um bom exemplo para usar essa função é o cálculo do ruído médio semanal (quarta tela – Análise de
Exposição).

No módulo ruído o Gerente SST trabalha com ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto. No
decorrer desse manual quando for mencionada a palavra “ambos os laudos” quer dizer que a tela
mencionada é semelhante tanto para ruído contínuo ou intermitente quanto para ruído de impacto.

Notas: as funções de análise de EPI e a emissão do laudo respectivo são encontrados no


módulo ruído contínuo ou intermitente - quarta tela “Análise de Exposição”.

28
Manual do Laudo de Ruído
2.1 Controle Administrativo e Configuração (ambos os laudos):

2.1.1 Controle Adminstrativo (tela 1 – Ruído)

Nesta área devem ser inseridos os dados de controle administrativo do laudo/medição


identificando o responsável pelo documento, os trabalhadores envolvidos entre outros dados
relevantes ao controle da documentação.

EXEMPLO DE PREENCHIMENTO DA TELA 1

Grupo/caixa - controle de documentação


CAMPO 1 - RESPONSÁVEL: Profissional responsável pela elaboração do laudo de ruído contínuo
ou intermitente

CAMPO 2 - N° DO DOCUMENTO: Número de referência utilizado para o laudo em questão. No


caso de utilização das mesmas bases de dados para diferentes laudos emitidos trocar o número
desse campo.

CAMPO 3 - DATA DE EMISSÃO DO RELATÓRIO: Neste campo estará registrada a data em que foi
elaborado o último o presente documento.

29
Manual do Laudo de Ruído
Grupo/caixa - controle administrativo da exposição ao ruído
CAMPO 4 - NOME DA EMPRESA: Empresa ou Unidade onde foram realizadas as avaliações.

CAMPO 5 - GRUPO HOMOGÊNEO DE EXPOSIÇÃO (GHE) - Corresponde a um grupo de


trabalhadores que experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela
avaliação da exposição de qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do
restante dos trabalhadores do mesmo grupo. O GHE é definido pelo profissional responsável pela
avaliação quantitativa de agentes ambientais (laudo ambiental). Na maioria das vezes o GHE
poderá ter uma denominação diferente daquela apresentada pelo funcionário em sua carteira de
trabalho

No caso de utilização das mesmas bases de dados para diferentes laudos emitidos trocar o
número desse campo.

CAMPO 6 - FUNÇÃO NA EMPRESA ENVOLVIDA COM O GHE: - Relaciona a(s) função (ões) em
carteira dos indivíduos pertencentes ao mesmo GHE.

CAMPO 7 - RELAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS EXPOSTOS: - Colocar o nome completo de todos os


funcionários expostos dentro de um mesmo (GHE). Escreva apenas o nome do funcionário, um por
linha, não coloque outras informações neste campo.

CAMPO 8 - SETOR / ÁREA / UNIDADE: - Local onde foram realizadas as avaliações e medições
com equipamento específico.

CAMPO 9 - PRINCIPAIS FONTES SONORAS: - Relacionar as principais fontes sonoras relacionadas


as atividades do grupo considerado.

CAMPO 10 - OBSERVAÇÕES E COMENTÁRIOS: - Caso necessário, inserir comentários ou anotações


referente às atividades ou medições realizadas.

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Manual do Laudo de Ruído
2.1.2 Configurações Técnicas (tela 2 – Ruído)

Nesta tela relaciona os campos de configuração técnica do Gerenciador SST. Identificando os


dados necessários do equipamento utilizado na medição do ruído para que seja possível uma
rastreabilidade dos resultados e operações relacionadas com o equipamento. Inclusive os critérios
utilizados na medição e avaliações dos resultados. O Gerenciador SST utilizará para realização
dos cálculos normas que compõem os equipamentos de medição de nível de pressão sonora.

a) ANSI S 1.25 (1991) - Specification for personal noise dosimeters


b) ANSI S 1.4 (1983) - Specification for sound level meters
c) ANSI S1 1.40 (1984) - Specification for acoustical calibrators
d) IEC 804 (1985) - Integrating-averaging sound level metersIEC 651 (1993)
e) NIOSHI 1 e NIOSH2 - Para cálculo da atenuação de EPI.

EXEMPLO DE PREENCHIMENTO DA TELA 2

Grupo/caixa - intrumento de medição utilizado


CAMPO 1 - INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO: Instrumento utilizado para medição do nível de pressão
sonora.

CAMPO 2 - N° DE SÉRIE: Número de série do equipamento e que consta no certificado de


calibração.

31
Manual do Laudo de Ruído
CAMPO 3 TIPO NORMA: Define o tipo do equipamento utilizado nas medições que pode ser do tipo
1 (maior exatidão) ou 2. Equipamentos do tipo 3, geralmente com microfone eletrodinâmico não
podem ser utilizados para avaliação.

CAMPO 4 - MODELO: Modelo do equipamento utilizado.

CAMPO 5 - FABRICANTE: Fabricante do equipamento utilizado.

CAMPO 6 - NORMAS UTILIZADAS: Define as normas que o equipamento utilizado segue para
realização das medições.

SUBGRUPO - CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO

Os campos NÚMERO DO CERTIFICADO (7), DATA DE EMISSÃO (8) e ORGÃO EXECUTOR (9) são
retirados do certificado de calibração emitido por órgão reconhecido.

SUBGRUPO - CARACTERISTICAS DO INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO

CAMPO 10 - TIPO DE MEDIÇÃO: Define do tipo de medição que será realizada, estabelecendo
automaticamente ou manual as configurações exigidas pela legislação vigente.

CAMPO 11 - CIRCUITO DE RESPOSTA: circuito de resposta utilizado nas medições com o medidor
de nível de pressão sonora. Pode ser admitido com "Slow", "Fast" ou "Impulse". A primeira é
geralmente utilizada para ruído ocupacional. "Fast" é utilizado para ruído ambiental relacionado
ao grau de incômodo da vizinhança. O Impulsivo deve ser utilizado para medição de ruído de
impácto. No caso da não existência do circuito de resposta " Impulse" no equipamento, utiliza-se,
geralmente, a "Fast" com algumas considerações.

CAMPO 12 - CURVA DE PONDERAÇÃO: Estabelece a curva de ponderação (ou peso) relacionado


com o tipo de medição realizada. Para ruído contínuo ou intermitente usa-se a curva "A" para
ruído de Impácto, geralmente, não é aplicado a ponderação, chamada, nesse caso de linear -
Llin. Contudo na auxência do "Lin" no equipamento considera-se a curca "C". A nova norma da
NHO 01 considera circuito de resposta "Fast" com a curva de ponderação "C".

CAMPO 13 - DETECÇÃO: Estabelece como é realizado o processamento da medição instantânea,


podendo ser um valor médio quadrático "RMS" que estabelece a energia relacionado ao ruído. E a
detecção Pico que identifica a pressão máxima instantânea relacionada com o ruído existente: 1
RMS = 0,707 Pico.

Grupo/caixa - parâmetros de cálculo da dose e do twa


CAMPO 14 - PAISES/NORMAS: O Gerenciador SST fornece os parâmetros normalizados para
cálculo e projeção de dose e nível de pressão sonora em função do país ou norma. No Brasil
temos os parâmetros da NR 15 e da FUNDACENTRO NHO 01. Este último é semelhante ao da
ACGIH. Esse campo também permite a personalização dos parâmetros de cálculo.

NOTA IMPORTANTE: após a mudança dos parâmetros O Gerenciado SST atualiza


automaticamente todos os cálculos, permitindo que o usuário compare os resultados de
diferentes normas.

32
Manual do Laudo de Ruído
CAMPO 15 - TEMPO CRITÉRIO: Define o tempo relacionado aos critérios de referência,
normalmente 8 h. Esse campo não deve ser alterado por usuários não habilitados pois altera o
critério utilizado para o cálculo e projeção da dose. A projeção em diferentes tempos é realizada
em outra tela. Nesta são fixos os critérios de referência, por exemplo: 8 h a 85 dB(A) é igual a 1
(100%) de dose de exposição.

CAMPO 16 - NÍVEL LIMIAR DE INTEGRAÇÃO (NLI): Também chamado de nível limiar de detecção.
Define o nível de pressão sonora mínimo que será considerado no cáculo da dose e seus variantes.
Valores abaixo do NLI não contribui na composição da dose, portanto, tais valores tendem a
diminuir o nível médio de pressão sonora (Leq ou TWA) relacionado a atividade.

CAMPO 17 - INCREMENTO DE DUPLICAÇÃO DE DOSE (q): Define o parâmetro de cálculo do nível


de pressão sonora médio segundo as normas ISO 804 e ANSI S 1.25 (1991). Valores de q = 3 dB são
relacionados com a energia equivalente de exposição, no entanto ao Leq. Valores acima de 3
como 4, 5 e 6 valorizam os períodos de exposição não ocasional, isto é, forçam um valor médio
relacionado com o maior tempo de exposição. A alteração desse campo propicia a análise das
diferenças entre as normas. No Campo 14 podem ser escolhidas referências padronizadas.

CAMPO 18 - CRITÉRIO DE REFERÊNCIA: Limite de tolerância relacionado ao tempo critério, por


exemplo: 85 dB(A) e tempo de 8 h equivale a uma dose diária de 100%, considerando 40 horas
semanais. Valores acima destes limites são insalubres segundo a legislação do país. As diferenças
entre os limites regionais são devidas a fatores políticos e de confiabilidade. Alguns países são
mais conservativos que outros. No Campo 14 podem ser escolhidas referências padronizadas.

Dados Adicionais

A norma da Fundacentro NHO 01 especifica que os medidores integradores "de uso pessoal"
(dosímetros) ou "portados pelo avaliador" devem ser ajustados para atender os seguintes
parâmetros:

a) circuito de ponderação - "A";


b) circuita de resposta - "lenta - slow" ou "rápida - fast", quando especificado pelo
fabricante
c) critério de referência - 85 dBA, que corresponde a Dose de 100% para uma
exposição de 8 h;
d) nível limiar de detecção - 80 dBA
e) faixa de medição mínima - 80 a 115 dBA;
f) incremento de duplicação de dose - q=3;
g) indicação da ocorrência de níveis superiores a 115 dBA.

Lembramos que os critério da NR 15 e da Norma da Fundacentro NHO 01 são


divergentes. O usuário poderá apenas com um toque de mouse escolher o critério
permitindo que o Gerenciador SST recalcule automaticamente os resultados para
a norma selecionada. O Gerente SST possui internamente algorítmicos que
seguem as normas utilizadas em dosímetro e medidores de nível de pressão
sonora para o cálculo de dose, Leq, TWA e análise de Eficiência de EPI. Abaixo
estão algumas seguidas:

 Para Ruído Contínuo ou Intermitente:

Ruído Contínuo ou Intermitente NR 15 NHO 01


LT para 8 horas 85 85
Incremento de duplicação de dose (q) 5 3

33
Manual do Laudo de Ruído
Nível limiar de detecção (NLI) sem referência 80
Nível Médio (NM) sem referência equação
Valores abaixo de 80 dBA desprezíveis para efeito de desprezíveis para efeito de
cálculo de dose cálculo de dose
Nível de exposição sem referência equação
Nível de exposição normalizado sem referência equação
Nível de Ação referente (jornada de 8 h) (NR 9 ) Nível de Exposição Normalizado
82 dBA
80 dBA - Dose - 50%
Risco Grave e Iminente 115 dBA 115 dBA

IMPORTANTE: É possível notar que com adoção do q=3 pela FUNDACENTRO o


Nível de Ação passa a ser de 82 dBA para uma jornada de 8 h.

 Para Ruído de Impacto:

Ruído de Impacto NR 15 NHO 01


LT 120 dBC ou 130 dB (linear) 140 dB (linear)
Relaciona número de picos máximos Sem referência Tabela especifica
admissíveis em função do número de impactos
Nível de Ação Sem referência (Np - 3) dB

IMPORTANTE: A NHO 01 adota o critério do nível de ação para o ruído de impacto


e altera o limite de tolerância em dB linear e não cita as alternativas na
utilização de parâmetros em com leitura em dBC com circuito de resposta fast.

2.2 Ruído Contínuo ou Intermitente

2.2.1 Amostragem (tela 3 – Ruído)

Nesta tela são organizados os diversos dados de medição realizadas em diferentes locais em
diferentes horários. O programa também executa referências cruzadas, isto é, entrando com
valores de dose e tempo de exposição o programa preenche automaticamente a coluna de nível
de pressão sonora (NPS) de acordo com a norma escolhida na tela de configuração. Se for
preenchido na seqüência natural: NPS e tempo de exposição o programa calcula a dose. Apos o
preenchimento da tabela com os deferentes lugares ou atividades, o usuário pode reunir-los em
diferentes grupos apenas marcando na caixa de verificação atividade/locais que farão parte do
grupo.

Geralmente chamamos o grupo de GHE, isto é, Grupo Homogêneo de Exposição. Contudo como
o programa também permite analises nas telas posteriores dos grupos em conjunto, aconselha-se
utilizar as notações que melhor convier para a análise que se pretente realizar.

Lembramos que a unidade de NPS (nível de pressão sonora) é o dB(A), de tempo de exposição é
o minuto e a de dose é o percentual. E, ainda que a norma utilizada para os cálculos é
apresntada no quadro em amarelo acima a esquerda da tabela.

EXEMPLO DE PREENCHIMENTO DA TELA 3 (Entrada de dados de medição)

34
Manual do Laudo de Ruído

Grupo/caixa - quadro de amostragem


Como pode ser visto no quadro de amostragem os botões são interativos. Ao realizar alterações
na tabela, as atualizações dos resultados e cálculos globais serão executadas apos clicar no botão
ATUALIZAR ou teclar o “Enter” na tabela. Lembramos que as colunas de NPS, Tempo e Dose
devem ser preenchidas para que o programa realize as atualizações sem problemas.

As colunas de Lmax (nível máximo) e R . Fundo (ruído de fundo) não precisam, necessariamente,
serem preenchidas. No caso do preenchimento dessas colunas o Gerenciador SST seleciona o
Lmax máximo e o R. Fundo mínimo dentre os existentes nos locais ou grupo selecionado para o
resultado global.

Operações de excluir e incluir linhas, cortar e colar são permitidas utilizando os botões de
controle da tabela, posicionados imediatamente acima. A cada nova linha preenchida a
Atividade/Local especificado na primeira coluna aparece na caixa de verificação na área de
seleção das atividades/locais disponíveis. As operações de copiar e colar permitem que sejam
transferidos para o quadro de amostragem dados de medição obtidos diretamente dos
equipamentos ou de uma planilha de excel, por exemplo.

Grupo/caixa - seleção das atividades / locais de análise


Essa parte do programa permite selecionar na caixa de verificação as Atividades/Locais que irão
compor os resultados globais presentes no canto inferior direito.

35
Manual do Laudo de Ruído
O Gerente SST imediatamente atualiza os resultados finais quando o usuário marcar na caixa de
verificação as Atividades/Locais desejadas. Caso o mesmo queira compor grupos que relacionam
as Atividades/locais selecionado, deve-se teclar em Criar Grupo para que o mesmo seja composto
e gravado no quadro Grupo de amostragem. Também podem ser criados diversos grupos com um
número finito de Atividades/Locais.

Se o usuário desejar observar os resultados de cada grupo criado, basta apenas clicar no grupo no
quadro de amostragem para que o resultado seja mostrado. Caso o mesmo queira saber quais as
Atividades/Locais que compõem o grupo, clicar duas vezes no grupo para que a árvore seja
apresentada. Se for clicado algum elemento da árvore, este será espesso como resultado no
quadro de resultados da tela de amostragem. O Botão Limpar apaga os últimos valores do quadro
de resultados.

Os botões adicionar, excluir e remover são interativos as operações realizadas nessa área.

IMPORTANTE: O grupo ou grupos que serão criados nessa tela irão compor os resultados de
análise da tela posterior, conforme escolha do usuário. O programa na emissão do histórico
utilizará todos os locais pertencentes ao grupo.

36
Manual do Laudo de Ruído
2.2.2 Análise de Exposição (tela 4 – Ruído)

Nesta tela são analisados os diversos dados de medição reunidos em diferentes grupos na tela de
amostragem. O programa também executa referências cruzadas, isto é, entrando com valores de
dose e tempo de exposição o programa preenche automaticamente a coluna de nível de pressão
sonora (NPS) de acordo com a norma escolhida na tela de configuração. Se for preenchido na
seqüência natural: NPS e tempo de exposição o programa calcula a dose. Vale lembrar que os
resultados dos grupos podem ser alterados nessa tela e, ainda, inseridos novos locais/atividades
que participarão da análise final. Os dados serão utilizados no relatório impresso pelo programa
na forma de histórico.

Podemos dizer que esta é a tela principal do ruído contínuo ou intermitente.

EXEMPLO DE PREENCHIMENTO DA TELA4

Conforme pode ser visto na tela acima ao clicar na coluna da esquerda aparecerá os grupo
criados na tela anterior. Selecione o grupo ou os grupos que farão parte do relatório final.
Lembramos que ao selecionar dois grupos por exemplo “atividade manha” e “atividade tarde” o
Gerente SST irá calcular os valores utilizando todos os componentes que originaram os dois
grupos, emitindo um histórico na ordem de preenchimento.

Grupo - análise de exposição

OPÇÃO 1: Sem EPI

37
Manual do Laudo de Ruído
Para realizar análise de exposição "Sem EPI", siga os passos abaixo:

1. Clique na opção de análise "Sem EPI"


2. Clique na coluna "Grupos de amostragem" na "Tabela de Análise",então escolha um dos
grupos da listagem. Para criar um grupo, retorne para a Tela de "Amostragem" e clique no
botão "Criar Grupo".
3. Os valores totalizados referente do grupo aparecerão no quadro "Resultados da Análise
de Exposição".

Grupo – projeção de dose


No relatório do Gerente SST é apresentada uma tabela de projeção de dose semelhante a
encontrada nessa tela. O usuário tem três opções de tempo (min) para a realização das projeções
que irão compor o laudo de ruído contínuo ou intermitente.

Neste mesmo grupo, o usuário pode realizar uma avaliação da dose média semanal. Basta clicar
no botão “Dose Semanal” situado do lado superior direito da tabela de projeções. A tela de dose
semanal pode ser muito útil para o levantamento de uma atividade habitual e permanente. Basta
o usuário inserir as dose que o indivíduo fica exposto em função do dia da semana. O programa se
utilizando de critérios de cálculos da ACGIH (40 horas – 500% = 5 x 100%) base de todas as normas
de ruído ocupacional para calcular o nível de pressão sonora médio diário que o indivíduo fica
exposto.

Usando esta tela fica fácil para o usuário comparar, utilizando o mesmo critério, grupos
homogêneos de responsabilidade que apresentam expedientes diferentes. E, ainda, analisar a
contribuição de uma atividade de lazer barulhenta na exposição do indivíduo. Lembramos que os
valores de dose semanal só podem ser exportado ou impressos conforme aparece na tela.

Nota: posteriormente esta parte do programa será comentada ao final da explicação dos laudos com EPI.

OPÇÃO 2:Com EPI

Para realizar a análise de exposição "Com EPI", siga os passos abaixo:

1. Clique na opção de análise "Com EPI".


2. Selecione o método de medição e o critério de atenuação utilizado nos protetores (*.epi).
3. Preencha o valor para o "Fator de Campo", quando o critério for (NIOSH 2).
4. Clique no botão "Lista de Protetores". A sub-tela "Seleção do Protetor Auricular" será
exibida, para selecionar os protetores a serem utilizados.
5. Clique na coluna "Grupos de amostragem" na "Tabela de Análise".
6. Clique na coluna "EPI" na "Tabela de análise" e selecione na listagem dos protetores
utilizados.

Dando prosseguimento a essa tela passaremos primeiramente para as subtelas relacionadas


com a análise do ruído contínuo ou intermitente. Nestas subtelas estão presentes funções do
programa relacionadas a analise de Eficiência de EPI segundo diversos critérios e normas.

Lista - método de utilização

OBJETIVO

38
Manual do Laudo de Ruído
Método antigo descrito na norma (ANSI 3.19-1974 e ANSI 12.6-1997 Parte A).
Os participantes da análise são individuos treinados e qualificados na utilização de protetores,
logo são orientados e supervisionados para a sua devida utilização, antes da realização da
análise.

SUBJETIVO

Método atual descrito na norma (ANSI 12.6-1997 Parte B).


Os indivíduos que utilizarão o protetor auricular são indivíduos que desconhecem o uso de
protetores auriculares, estes apenas seguem as orientações que constam nas embalagens do
protetor auricular.

Lista - critério de atenuação

NIOSH 01

O mais confiável. Leva em consideração o ruído encontrado no local de trabalho, geralmente


utilizado o mais crítico para essa análise. É realizada uma análise em frequênia nas bandas de
oitavas e diminuídos desses valores a atenuação e somados o desvio padrão por oitava fornecido
pelo fabricante que possui CA.

O Gerenciador SST realiza esses cálculos automaticamente por freqüência e posteriormente


calcula o valor global do ambiente com e sem EPI. A diferença entre estes fornece a atenuação
efetiva (real) do EPI utilizado em campo. A dificuldade desse método está no uso de analisadores
de nível de pressão sonora em freqüência em tempo real.

NIOSH 02

Considera um ruído em banda larga de 100 dB para as oitavas utilizadas no cálculo. Leva em
consideração fatores de erros, portanto não é o método mais aconselhável. Ruído tonais de baixa
freqüência ou alta freqüência , na realidade, terão diferentes atenuações, o que não é
considerado nesse método. A atenuação é fornecida por um número chamado de NRR.

DO FABRICANTE

Considera um ruído em banda larga para as oitavas utilizadas no cálculo da atenuação global do
EPI. Esse dado é fornecido pelo fabricante de acordo com seu método de cálculo e deve ser
semelhante ao da NIOSH 02. Aconselha-se utilizar o método 1 da NIOSH por considerar a análise
em freqüência do ruído existente no local.

IMPORTANTE: Tanto a NIOSH 02 quanto o NRR do fabricante considera para fim de análise da
atenuação efetiva do EPI a medição no local de trabalho na curva "C" e na curva "A" . O
procedimento para o calculo da atenuação efetiva será:

a) Definição do(s) local(is) mais crítico(s);


b) Medição em dB(C) e dB(A) do ruído mais elevado. Chamaremos de dBC(medido)
e dBA(medido);
c) Definir o EPI obtendo o NRR segundo a NIOSH 02.
d) Obter o ruído efetivo que chegaria no ouvido do operador com o EPI
selecionado: dB(A) (no ouvido) = dBC(medido) - NRR;
e) Calcular a atenuação efetiva "Atenuação = dBA(medido) - dB(A) (no ouvido).

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Manual do Laudo de Ruído
Exemplo: Em um determinado lugar mediu-se um ruído instantâneo durante a operação mais
crítica de 100 dB(C) e 97 dB(A). O empregado utilizava um EPI cujo número do NRR é de 25 dB.
Resultado: Ruído no ouvido = 100 dB(C) - 25 dB = 75 dB(A); Atenuação Efetiva = 97 dB(A) - 75
dB(A) = 22 dB Fator de Redução do NRR = (1 - 22 / 25) x 100 = (1 - 0,88) x 100 = 12 % No Fator de
Redução também podem ser inclusos índices de redução tabelados devido ao tempo de utilização
e/ou tipo de EPI, por exemplo: para o mesmo caso acima constatou-se que o EPI utilizado perde
20% de sua eficiência devido a deterioração do material... O novo fator de redução então será 12
% + 20 % = 32 %

Campo de cálculo - fator de campo


Este campo será habilitado somente quando: Método de Medição for o objetivo e o Critério de
Atenuação seguir a NIOSH 2 onde deve-se empregar um fator de conversão para relacionar os
valores medidos no local(campo) nas curvas de ponderação A e C. Tal método é empregado
exclusivamente para atender a formula seguinte:

NPS c/ EPI(dBA)= NPS(C) - NRR(Linear)

Subtela - seleção do protetor auricular (ainda na tela 4 – com epi)


Essa tela é exibida, quando o botão "Lista de Protetores" é pressionado, sendo utilizada para
identificar o EPI que fará parte dos cálculos do programa. O usuário não precisa operar esta área
se não houver necessidade para a análise de dose e projeção de dose que deseje realizar;
partindo para o Grupo/Caixa Análise de Exposição.

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Manual do Laudo de Ruído
SUBTELA COM A LISTAGEM DE PROTETORES UTILIZADOS.

PROCEDIMENTO DE ESCOLHA DO EPI

No caso que o usuário deseje realizar análises com e sem EPI, esse quadro passa a ser muito
importante devendo prosseguir e considerar os seguintes pontos:

- O Gerente SST possui uma tela de análise de eficiência de EPI que pode ser ativada a
qualquer momento.
- Os EPI(s) inseridos na tela de análise são gravados no mesmo diretório, permitindo que o
usuário ao importar o EPI visualize os EPI (s) registrados no programa.
- Deve-se Importar o EPI desejado da tela de análise utilizando o botão importar. Podem
ser importados diferentes tipos de EPI.
- O usuário deve escolher o critério utilizado para que o programa identifique a atenuação
do EPI escolhido. Só é permitido a escolha de um critério para o grupo de EPI escolhido
que farão parte das análises posteriores.
- Recomendamos sempre que possível utilizar o método longo da NIOSH.
-

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Manual do Laudo de Ruído
Tabela - análise de exposição (volta a tabela da tela 4)
Como pode ser visto na tabela de análise de exposição os botões são interativos, não precisando
de maiores explicações. Ao realizar alterações na tabela, as atualizações dos resultados e
cálculos globais serão executadas imediatamente sem necessidade de clicar em botões
adicionais.

Deve-se levar em consideração que a apresentação dos resultados das análises podem ocorrer
sem ou com a presença do EPI. O programa atualiza imediatamente as análises globais.

na utilização do EPI colocar a atenuação utilizando os dados gravados do EPI ou entrando


manualmente com o valor a ser considerado. Após a inserção dos valores o programa atualizará
imediatamente os resultados com EPI.

INSERIR GRUPOS

Para a inserção dos grupos gravados na tela de amostragem basta apenas clicar na primeira
coluna da tabela que aparecerá opções de escolha de qual grupo considerar, teclando ENTER no
desejado. Os grupos podem compor um Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) bem definido. O
resultado será expresso no quadro da análise de exposição no lado direito abaixo.

Tabela - projeção de dose

Como opção padrão o Gerente SST permite a projeção de dose para três valores distintos que
podem ser modificados pelo usuário. Os valores considerados são 360 minutos (6 horas), 480
minutos (8 horas) e 660 minutos (11 horas). Esses valores podem ser modificados e apareceram no
relatório emitido pelo Gerente SST.

Na tela de análise de exposição existem na parte inferior a direita dois botões de analise que
podem facilitar a conclusão de laudos sobre exposição média diário e projeções com e sem EPI.

Quadro - resultado da análise


O Resultado da análise dependerá da opção escolhida: "sem EPI" ou "com EPI". E será expresso na
tabela da análise de exposição no lado direito abaixo.

Lembramos que na análise final, para impressão do relatório, é recomendado que o usuário
escolha apenas um único EPI. Mesmo porque não é normal um trabalhador usar em diferentes
áreas da empresa tipos diferentes de EPI(s).

BOTÃO - GRÁFICO DE DOSE

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Manual do Laudo de Ruído
Quando pressionado exibirá as dose projetadas contínuas sem e com EPI. Possibilitando a
verificação do tempo de permanência para que a dose não seja superior a 100%.

SUBTELA COM O GRÁFICO DE DOSE

BOTÃO - DOSE SEMANAL

A ferramenta de DOSE SEMANAL pode ser considerada como uma metodologia de avaliação da
média diária durante uma semana considerando, como critério de balizamento 8 horas de
exposição durante cinco dias. Isto é, somam-se as doses de exposição durante uma semana,
incluindo o lazer, dividindo-se este valor final por cinco. Desta forma temos um meio de analisar
todo o ruído a que o indivíduo fica exposto durante uma semana .

Segundo a literatura as possíveis perdas auditivas devido a atividades em ambiente insalubres


consideram que o indivíduo não fique exposto a ruídos prejudiciais fora do seu ambiente de
trabalho. E, também, considera como critério semanal 40 horas de exposição para o limite de
exposição. Portanto para obter um valor coerente, levando em consideração trabalhos extras e
lazer, deve-se analisar a média diária segundo estes critérios.

SUBTELA DE DOSE MÉDIA DIÁRIA

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Manual do Laudo de Ruído

Para o caso acima o nível de pressão sonora diário que o indivíduo fica exposto é de 78,8 dB(A)
que corresponde a uma dose média diária de 42,5% .

2.2.3 Eficiência de Protetor Auricular (Ultima parte – Ruído Contínuo ou Intermitente)

Nesta parte do programa podemos criar um laudo de eficiência para o protetor auricular obtendo
as informações necessárias para a elaboração de ruído considerando a utilização efetiva do EPI.

A elaboração do laudo de eficiência é pré-requisito do laudo de ruído contínuo ou intermitente c/


EPI, logo deveremos criar os arquivos de EPI (*.epi) que serão importados dentro da SubTela -
Seleção de Protetores Auriculares.

Na tela abaixo são mostrados como deverão ser preenchidos os campos da tela de eficiência de
EPI. A primeira parte a ser preenchida são os dados do EPI podendo ser incluído a foto do
produto e alguns comentários sobre o uso ou norma de atenuação empregada.

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Manual do Laudo de Ruído

Na segunda parte o usuário, caso disponha, deve inserir as medições do NPS em dB realizadas em
campo nas oitavas de freqüência conforme acima. Isso permite que se calcule a atenuação pelo
método longo da NIOSH; considerado o mais confiável.

Como sugestão para o do relatório de análise de EPI em campo, o usuário deve medir no local as
fontes de maior ruído. Elaborar um laudo para cada uma e posteriormente utilizar na dosimetria
com o valor mais baixo encontrado; garantido a eficiência da sua análise.

Ao emitir o laudo de dosimetria com EPI o usuário deve anexar os laudos de eficiência de EPI
justificando a atenuação empregada na sua análise.

2.3 Ruído de Impacto

2.3.1 Análise de Exposição ao Impacto

A análise de exposição de ruído de impacto realizada nesta tela segue os critérios de exposição da norma
NHO-1 da (FUNDACENTRO).

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Manual do Laudo de Ruído

Tabela de exposição ao ruído de impacto


Preencha as colunas da tabela de acordo com as orientações abaixo:

COLUNA 1 - Local / Atividade - Local ou atividade submetida ao GHE (Grupo Homogênio Exposição)
analisado. A repetição de nomes nesta coluna é permitida, porém aconselha-se ao preencher a utilização de
nomes distintos para facilitar a interpretação dos resultados.

COLUNA 2 - NPS (dB) - Nível de Pressão Sonora medido no local aonde o trabalhador é exposto ao ruído de
impacto.

COLUNA 3 - Nº de Impactos / dia - Número de Impactos submetidos ao trabalhador durante uma jornada de
trabalho.

COLUNA 4 - Nível Permitido (dB) - (somente visualização) Esta coluna é o resultado dos valores
preenchidos na coluna (2) e na coluna (3). Este valor caracteriza o maior nível de exposição permitido ao
trabalhador.

COLUNA 5 - Considerações Técnicas- (somente visualização) Apresenta um comentário sobre o resultado da


exposição no local. Quando o valor da (coluna 5) for menor que o da coluna (2) configura-se a consideração
técnica de valor acima do nível de exposição. E assim segue as outras considerações:

Condição Consideração Técnica


NPS>Nível Permitido acima do nível de ação

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(NPS-3)>=Nível Permitido acima do nível de ação
(NPS-3)<Nível Permitido aceitável

Gráfico de nível de exposição


Este gráfico exibe os valores preenchidos na tabela de exposição ao ruído de impacto. Seu entendimento é
bastante simples todo ponto acima da linha é considerado acima do nível de acima, e deduz-se para os
valores abaixo da linha, as condições de aceitável e acima do nível de ação.

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Manual do Laudo de Ruído
3. IMPRESSÃO

O Gerente SST permite imprimir diretamente as telas clicando no botão imprimir. Também
permite que as mesmas sejam exportadas na forma de figura (.bmp).

Com relação aos laudos emitidos pelo programa, estes foram elaborados conforme exigências e
requisitos das normas de forma a atendendo as expectativas dos clientes finais.

Os relatórios e laudos impressos pelo programa “Botão Abrir Word” são os seguintes:

Relatório do PPRA;

Laudo de Dosimetria de Ruído com e sem EPI;

Laudo de Eficiência de EPI;

Laudo de Ruído de Impacto.

O programa permite que seus usuários consigam de imediato gerar relatórios e laudos
comparados aos melhores especialistas da área. Para isso o Gerente SST chama o editor de texto
vinculado a extensão RTF, montando automaticamente o relatório no formato, por exemplo
Word, de forma que o usuário possa imprimi-lo do editor. Essa forma automática e simples
permite que o usuário, ainda, personalize seu relatório.

Para chamar a tela de impressão de relatório do módulo correspondente basta clicar em “ ABRIR
WORD” que o mesmo vincula de forma transparente suas entradas e análise do módulo atual ao
laudo desejado.

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