Você está na página 1de 27

SEGURANÇA DO TRABALHO

Curso Técnico em Segurança do Trabalho


Disciplina: Higiene Ocupacional
Aula 11 – Avaliação dos Agentes Físicos
Autor: Joeldes Damasceno Matias
Professor: Marcílio Lima

AVALIAÇÃO DOS AGENTES FÍSICOS

Você verá por aqui: O objetivo final da segurança do trabalho é a busca


constante de evitar os acidentes e as doenças do trabalho. Portanto através da higiene
ocupacional, visa tal prevenção por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e
controle dos agentes ambientais. Nesta aula nos limitaremos à avaliação dos principais
agentes físicos.
Segundo a portaria nº 25, de 29/12/94, que alterou a redação da NR-09
(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), “consideram-se agentes físicos as diversas
formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-
ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.”

Para bem realizar a antecipação, reconhecimento e avaliação dos agentes


físicos, se necessário o conhecimento de diversos critérios e o domínio de técnicas e
metodologias de avaliação.
Na grande maioria dos agentes físicos se faz necessário as avaliações
qualitativas e quantitativas, buscando desta forma o máximo de informações inerentes ao
agente avaliado, para uma determinação coerente das ações do determinado agente no
ambiente laboral.

Página 1 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

OBJETIVOS

Conhecer a importância da avaliação ambiental na prevenção de


acidentes;

Conhecer critérios, técnicas e metodologias para avaliação


qualitativa e quantitativa dos agentes físicos.

Avaliação Ambiental para Agentes Físicos:

Antes de abordarmos os procedimentos normativos de avaliação para agente,


devemos entender alguns conceitos:

- Limite de Tolerância: Segundo a NR - 15. Entende-se por "Limite de Tolerância", para os


fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a
natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral.

- Nível de Ação: Segundo a NR – 09 considera-se nível de ação o valor acima do qual


devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as
exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem
incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle
médico.

Obs.: Para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na
NR 15, Anexo I.

- Limite de Tolerância: ―Um valor abaixo do qual há razoável segurança para a maioria dos
expostos contra o desencadeamento de doenças causadas por um agente ambiental”.

Página 2 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

RUÍDO

O ruído por sua enorme ocorrência e visto que os efeitos à saúde dos
indivíduos expostos são consideráveis, é um dos maiores focos de atenção dos higienistas e
profissionais voltados para a segurança e saúde do trabalhador.

Escala de ruído

Página 3 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE.

De acordo com a NR-15, Anexo 1, os Limites de Tolerância para


exposição a ruído contínuo ou intermitente são representados por níveis máximos
permitidos, segundo o tempo diário de exposição, ou, alternativamente, por tempos máximos
de exposição diária em função dos níveis de ruído existentes. Os níveis de ruído contínuo ou
intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão
sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. A Tabela 1 do Anexo 1 da NR-
15 é reproduzida a seguir:

LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE

NÍVEL DE RUÍDO MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA


DB (A) PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

- Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância
fixados na tabela acima.
- Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima
exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.

Página 4 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

- Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não
estejam adequadamente protegidos.

AVALIAÇÃO DE NÍVEL DE RUIDO COM MEDIDORES DE LEITURA INSTANTÂNEA,


PORTADOS PELO AVALIADOR.

Decibelímetro

Dose de Ruído
Os limites de tolerância fixam tempos máximos de exposição para
determinados níveis de ruído. Porém, sabe-se que existem tarefas profissionais nas quais o
indivíduo é exposto durante a jornada, a níveis de ruído variados. Para quantificar tais
exposições utiliza-se o conceito da DOSE, resultando em uma ponderação para diferentes
situações acústicas, de acordo com o tempo de exposição e o tempo máximo permitido, de
forma cumulativa na jornada.

- Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de


diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a
soma das seguintes frações:

D= C1 + C2 + C3 + Cn
T1 T2 T3 Tn
Onde:
Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico.
Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo a Tabela.
D significa a dose.

Página 5 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

IMPORTANTE

Se D for maior do que 1, a exposição está acima do limite de tolerância;


Se D for maior do que 0,5 e menor do que 1, a exposição está abaixo do
limite de tolerância, porém está acima do nível de ação.
Se D for menor do que 0,5, a exposição está abaixo do nível de ação.

FACILITANDO A APLICAÇÃO:
- Quando a exposição for a um único nível de ruído o cálculo da dose diária também é feito
utilizando a expressão utilizada, ou seja, simplesmente dividindo C1 por T1.

Dosimetria de Ruído
Na verdade, nunca existirão somente três ou quatro situações acústicas,
de forma que, com somente três ou quatro frações, será possível encontrar a dose. O que
se observará é uma exposição a níveis de ruído que oscilam muito rapidamente, com difícil
obtenção de dados relativos a tempos de exposição e níveis de ruído. Para se obter uma
dose representativa, torna-se necessário o uso de um dosímetro.

Figura 1- Dosímetro Página 6 de 27


SEGURANÇA DO TRABALHO

3.3 Exercícios — Dose de Ruído

a) Numa determinada indústria, a exposição do operador de campo A é a seguinte:


- nível de ruído na zona auditiva tempo de exposição diária.
92 dB(A) 2 horas
85 dB(A) 4 horas
90 dB(A) 2 horas
A exposição ultrapassa o limite de tolerância? Demonstre.

Resposta:
D = 120 + 240 + 120 = 0,666 + 0,5 + 0,5
180 480 240
D = 1,666

Conclusão: Como o valor da Dose foi maior do que 1, a exposição está acima do limite de
tolerância.

b) Na mesma empresa, o operador B possui o seguinte perfil de exposição:


- nível de ruído na zona auditiva tempo de exposição diária.
85 dB(A) 4 horas
95 dB(A) 1 hora
68 dB(A) 1 hora
90 dB(A) 2 horas
A exposição ultrapassa o limite de tolerância?

RUÍDOS DE IMPACTO

- Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.

- Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de
pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As leituras
devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de
impacto será de 130 Db (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser
avaliado como ruído contínuo.

- Em caso de não se dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de resposta
para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de
compensação "C". Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).

- As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a


níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB(LINEAR), medidos no circuito de resposta

Página 7 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST),
oferecerão risco grave e iminente.

TABELA LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO DE IMPACTO.

Resumo: O ruído é um dos agentes ambientais mais presentes nos processos produtivos.
Portanto se faz necessário, uma avaliação ambiental obedecendo aos critérios normativos,
com objetivo de determinar medidas de controle, considerando que o ruído não limita as
suas ações apenas na redução da acuidade auditiva.

CALOR

Parâmetros do Ambiente e da Tarefa que Devem Ser Obtidos


Como vimos, devemos obter:
• Temperatura do ar
• Velocidade do ar
• Carga radiante do ambiente
• Umidade relativa do ar
• Metabolismo, por meio da atividade física da tarefa.
Finalmente, para chegarmos a um índice de sobrecarga térmica, necessitamos de sensores
que sejam capazes de ―sentir‖ os parâmetros acima, pois vimos que eles se relacionam com
as trocas térmicas que influem na sobrecarga térmica do trabalhador.

Os sensores que veremos no índice que nos interessa, IBUTG, são:

Termômetro de Bulbo Seco — é um termômetro comum, cujo bulbo fica em contato com o
ar. Teremos, dele, portanto, a temperatura do ar. Note que podem ser utilizados outros
sensores similares aos termômetros de bulbo, como os termopares.

Página 8 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Figura 1 — Termômetro de Bulbo Seco

Termômetro de Bulbo Úmido Natural — é um termômetro cujo bulbo é recoberto por um


pavio hidrófilo, o qual tem sua extremidade imersa em água destilada. Outros arranjos de
sensores, pavios e reservatórios são possíveis, desde que se preserve uma boa aeração do
bulbo e pelo menos 25 mm de pavio livre de qualquer obstáculo, a partir do início da parte
sensível do termômetro.

Figura 2 — Termômetro de Bulbo Úmido Natural

Termômetro de Globo — é um aparato que possui um termômetro (ou sensor equivalente)


posicionado no centro de uma esfera oca de cobre de diâmetro de seis polegadas. A esfera
é preenchida naturalmente comar e a abertura é fechada pela rolha do termômetro. A esfera
é pintadaexternamente de preto fosco, um acabamento altamente absorvedor da radiação
infravermelha.

Página 9 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Figura 2 — Termômetro de Globo

Avaliação Ambiental de Calor

Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) A sobrecarga térmica pode ser
avaliada, entre outros, pelo índice chamado IBUTG (Índice de Bulbo Úmido —Termômetro
de Globo), que também é o índice legal, conforme previsto na NR-15.
Esse índice deve ser medido pelos sensores que discutimos.
Tbs - Termômetro de bulbo seco
Tbn - Termômetro de bulbo úmido natural
Tg - Termômetro de globo
O IBUTG para ambientes internos sem carga solar é calculado a partir da medição de duas
temperaturas: Tbn e Tg
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg
Para ambientes externos com carga solar, o IBUTG é calculado a partir de três medições:
Tbs, Tbn e Tg
IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs

Página 10 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Termômetro Digital para IBUTG

O IBUTG leva ainda em consideração o tipo de atividade desenvolvida (LEVE,


MODERADA e PESADA), que pode ser avaliada por classe ou por tarefa (quantificando a
tarefa em kcal/h), como veremos. A legislação prevê um regime de trabalho
(Trabalho/Descanso) em função do valor do IBUTG e do tipo de atividade para duas
situações: regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local e
regime de trabalho intermitente com descanso em outro local. Os tempos de descanso são
períodos trabalhados para todos os fins legais. A determinação dos tipos de atividade por
classes ou a quantificação de calor metabólico são dadas pelo Quadro 3.

Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente


com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço.

Operador de Forno

Página 11 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

- Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido no Quadro n º


1.

QUADRO Nº 1
Regime de Trabalho Intermitente com TIPO DE ATIVIDADE
Descanso no Próprio Local de Trabalho LEVE MODERADA PESADA
(por hora)
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0

45 minutos trabalho 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9


15 minutos descanso
30 minutos trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho sem a adoção acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
de medidas adequadas de controle

Neste caso, faz-se uma avaliação do ponto de trabalho, que é o mesmo local físico do ponto
de descanso. Com os valores de Tbn e Tg, calculamos o IBUTG e, considerando o tipo de
atividade, verificamos como nos situamos no Quadro 1. Pode ser possível trabalho contínuo,
ou um regime de trabalho/descanso, ou não ser permitido trabalho sem medidas de controle.

É importante esclarecer que, utilizando-se o Quadro I do Anexo III da NR-15, temos:


• A aplicabilidade para ―descanso no próprio local‖ deve ser entendida como esse descanso
ocorre no MESMO PONTO FÍSICO EM QUE OCORRE O TRABALHO, e não no ―mesmo
recinto‖. Significa que o trabalhador estará submetido ao ―mesmo IBUTG‖ de quando
trabalha. Quando há fontes radiantes, diferenças pequenas de posição (0,5 m a 1,0 m)
podem mudar dramaticamente a temperatura de globo e o IBUTG.
• Se houver alteração do IBUTG, por alteração da posição física do trabalhador, o Quadro I
não se aplica.
• São poucos os casos em que realmente seria aplicável o Quadro I.

Página 12 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho intermitente


com período de descanso em outro local (local de descanso).

Atividade de Cozinheiro

Nesse caso, calculamos o IBUTG do ambiente de trabalho e o IBUTG do ambiente de


descanso e, com esses valores, calculamos o IBUTG médio da atividade analisada,
ponderado no tempo. Os tempos de trabalho e de descanso devem sempre somar 60
minutos, isto é, todas as considerações do índice se referem às análises sobre períodos de
uma hora corrida, devendo ser essa hora a mais crítica da jornada. Calcula-se também o
metabolismo médio e usa-se a Tabela II, que nos fornece o máximo valor do IBUTG médio
ponderado admissível correspondente ao metabolismo médio ponderado da situação.
- Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente termicamente mais
ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve.
- Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro nº 2.

QUADRO Nº 2
M (Kcal/h) MÁXIMO
IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0

Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada pela
seguinte fórmula:

Página 13 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

M = Mt x Tt + Md x Td
60
Sendo:
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.

IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela seguinte
fórmula:

IBUTG IBUTGt x Tt + IBUTGd xTd


60
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho,
sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
- As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro n º 3.
- Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos
legais.
QUADRO Nº 3
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE

TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h


SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os
braços. 150

Página 14 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma
movimentação. 220
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção 440
com pá).
Trabalho fatigante 550

IMPORTANTE
Verificar na Norma de Higiene Ocupacional, NHO 06:
Quadro 1 – Taxa metabólica por tipo de atividade.
Quadro 2 – Limite de exposição ocupacional ao calor.

VAMOS EXERCITAR!!!!!!

Exercício 1
Trabalho e Descanso no Próprio Local
Um operador de forno carrega a carga em 3 minutos, a seguir aguarda por 4 minutos o
aquecimento da carga, sem sair do lugar, e gasta outros 3 minutos para a descarga. Este
ciclo de trabalho é continuamente repetido durante a jornada de trabalho. No levantamento
ambiental, obtivemos os seguintes valores:
Tg = 35ºC
Tbn = 25ºC
O tipo de atividade é considerado como moderado.

Resposta:
Cada ciclo de trabalho é de 10 minutos; portanto, em uma hora teremos 6 ciclos, e o
operador trabalha 6x6=36 minutos e descansa 4x6=24 minutos.
Como o ambiente é interno, sem incidência solar, o IBUTG será:
IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg
IBUTG = 0,7 x 25 + 0,3 x 35
IBUTG = 28,0ºC

Página 15 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Consultando-se o quadro I da NR-15, anexo 3, verificamos que o regime de trabalho nesse


caso deve ser de 45 minutos de trabalho e 15 minutos de descanso, a cada hora, para que
não haja sobrecarga térmica. Como o operador trabalha somente 36 minutos e descansa 24
minutos, a sobrecarga térmica é considerada aceitável.

Exercício 2
Regime de Trabalho com Descanso em Outro Local
Um operador de forno demora 3 minutos para carregar o forno, a seguir aguarda o
aquecimento por 4 minutos, fazendo anotações em um local distante do forno, para depois
descarregá-lo durante 3 minutos. Verificar qual o regime de trabalho/descanso.
Nesse caso, temos duas situações térmicas diferentes, uma na boca do forno e outra na
segunda tarefa. Temos, portanto, de fazer as medições nos dois lugares.
Local 1 (TRABALHO) Tg = 54ºC
Tbn = 22ºC
Atividade metabólica M = 300 kcal/h
Local 2 (DESCANSO) Tg = 28ºC
Tbn = 20ºC
M = 125 kcal/h

Resumo: O agente físico calor deve ser avaliado, tomando-se como base os seus efeitos
provenientes da exposição somente ao mesmo ou também quando combinado com outros
agentes, que podemos citar alta umidade, como também a realização de atividades
penosas.

VIBRAÇÃO
A exposição a vibrações é contemplada na legislação brasileira no Anexo
nº 8 da NR-15 da Portaria nº 3.214/1978, alterado pela Portaria nº 12/1983, que
reproduzimos a seguir.
Todo corpo pode ser interpretado como um sistema mecânico de massa e
mola, lembrando-se que, na prática, existe também um amortecimento interno. Assim, todo
corpo possui uma freqüência natural de oscilação, que pode ser observada com um
pequeno estímulo no sistema, deixando o oscilar livremente. No entanto, esse corpo poderá
estar sujeito a forças externas, que podem entrar em contato com ele, obrigando-o a vibrar.
As vibrações assim obtidas são chamadas de vibrações forçadas. Se chamarmos a

Página 16 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

freqüência da vibração externa a um corpo de freqüência de excitação, haverá o fenômeno


de ressonância quando a freqüência de excitação se igualar à freqüência natural,
resultando num crescente aumento da amplitude do movimento, que, em condições severas,
chega a ser destrutivo para o corpo em questão.

Quantificação da Vibração
Num movimento oscilatório, podem-se quantificar vários parâmetros, entre
eles, o deslocamento, a velocidade e a aceleração. No caso de vibração para efeitos de
higiene industrial, avalia-se a aceleração, em m/s2.
A medição é possível por meio da utilização de um acelerômetro — um
transdutor que transforma o movimento oscilatório num sinal elétrico, enviado a um medidor-
integrador. A medição da vibração é feita segundo eixos de medição, como será visto.

Acelerômetros

Observe-se, portanto, que é uma grandeza vetorial, isto é, além de


magnitude, possui uma direção e um sentido. Ocupacionalmente falando, possui também
um ponto ou região de interface pela qual é transmitida ao corpo humano.

Visando à comprovação ou não da exposição, deve tomar por base os


limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para a Normalização - ISO -
em suas Normas ISSO 2631 e ISO 5349 ou suas substitutas.
- Vibração ao corpo inteiro – ISO 2631.
- Vibrações a mão – ISO 5349.

Página 17 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

EXISTEM 3 TIPOS DE EXPOSIÇÃO HUMANA À VIBRAÇÃO:


1. Vibrações transmitidas simultaneamente à superfície total do corpo e/ou a partes
substanciais dele.
Por exemplo: Quando ruídos de alta intensidade no ar ou na água excitam vibrações no
corpo.
2. Vibrações transmitidas ao corpo como um todo através de superfícies de sustentação.
Por exemplo: Em veículos, em construções, em movimento vibratório e nas proximidades de
maquinário de trabalho
3. Vibrações aplicadas a partes específicas do corpo, como cabeça e membros.
Por exemplo: Por meio de cabos, pedais ou suportes de cabeça, ou por grande variedade de
ferramentas e instrumentos manuais.
ISO 2631
Esta Norma Internacional define e dá valores numéricos a limites de exposição a vibrações
transmitidas ao corpo humano, por superfícies sólidas, na amplitude de freqüência de 1 Hz a
80 Hz.

CARACTERIZAÇÃO DA VIBRAÇÃO:
Direção da Vibração
Eixo x Costas ao peito
Eixo y Lado direito ao esquerdo
Eixo z Pé (ou nádega) à cabeça

Página 18 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

LOCAL DE MEDIÇÃO
As medições de vibração deverão ser feitas tão perto quanto possível do ponto ou área da
qual a vibração é transmitida ao corpo.
Por exemplo:
Se o homem estiver em pé no chão ou sentado em uma plataforma (sem qualquer material
elástico entre o corpo e a estrutura de sustentação) o transdutor de medida deverá ser
fixado àquela estrutura.
Local de Medição:

FATORES FÍSICOS PARA DETERMINAR A RESPOSTA HUMANA À VIBRAÇÃO:


Intensidade m/s2
Freqüência Hz
Direção x, y, z
Duração diária

Página 19 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

ISO 5349
Especifica métodos gerais para medir e informar a exposição da vibração transmitida à mão
em três eixos ortogonais para as faixas de um terço de oitava e faixas de uma oitava tendo
freqüências centrais entre 8 Hz e 1.000 Hz.

CARACTERIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
A severidade da vibração depende:
• do espectro de freqüência
• da intensidade da vibração
• do tempo de exposição
• do padrão de exposição (intervalos)
• da direção
• da postura da mão
• do tipo de maquinário

Os efeitos biológicos dependem:


• da direção da vibração
• das condições climáticas
• do método de trabalho (habilidade)
• dos agentes que afetam a circulação periférica
(fumo, medicamentos, drogas, etc.)

Direção da vibração:
Direção: Z e X

Página 20 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Direção: Z e Y

Direção: X e Z

Intensidade da vibração:
A quantidade principal usada para descrever a intensidade da vibração deve ser a
aceleração. A aceleração deve ser normalmente expressa em metros por segundo ao
quadrado [m/s2].

Página 21 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Localização e montagem dos transdutores:


As medições nos três eixos deverão ser feitas na superfície (ou em ponto próximo) da mão
onde a energia entra no corpo. Se a mão da pessoa estiver em contato direto com a
superfície vibratória da máquina, o transdutor deverá ser fixado na estrutura da máquina.

FATORES FÍSICOS PARA DETERMINAR A RESPOSTA HUMANA À VIBRAÇÃO:


Intensidade m/s2
Freqüência Hz
Direção x, y, z
Duração diária

VAMOS EXERCITAR!!!!!!!!!!!
1 - Quais os efeitos nocivos da vibração no corpo humano?
2 – Quais os fatores que determinam a resposta humana à vibração?
3 – Qual o equipamento que avalia a intensidade da vibração, abordado na aula ,e qual
grandeza física ele avalia?
Resumo: A vibração é um agente físico de grande poder destrutivo de estruturas. Sua
ação no corpo humano não é diferente, podendo ter ação localizada e ou mais ampla.
Portanto uma avaliação do agente se faz necessária, para a determinação de medidas
preventivas.
RADIAÇÃO NÃO-IONIZANTES

Página 22 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Avaliação
A avaliação da radiação em termos da exposição de pele e olhos é feita por meio de
sensores especiais e radiômetros leitores. Há limites de exposição previstos na ACGIH que
devem ser consultados para essas avaliações.

Soldador

A exposição à radiação não-ionizantes pode ser avaliada seguindo-se o critério da ACGIH,


como recomenda a NR-9 quando não possuímos LTs na NR-15. Portanto a avaliação torna-
se meramente qualitativa, porém o avaliador deve buscar um critério técnico bom, e isso
remeteria à ACGIH.

Radiômetros

Resumo: Embora não tenha o mesmo poder destrutivo no ser humano, o quanto tem a sua
prima radiação ionizante. Todavia, mesmo assim, possuem propriedades e energia

Página 23 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

suficiente para produzir danos à saúde e serem consideradas riscos ambientais


significativos.

Radiação Ionizante

Para início de conversa:

A NR–15, especificamente no Anexo Nº 5, determina que nas atividades ou


operações onde trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites de
tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do
seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são
os constantes da Norma CNEN-NE-3.01: "Diretrizes Básicas de Radioproteção", de julho de
1988, aprovada, em caráter experimental, pela Resolução CNEN nº 12/88, ou daquela que
venha a substituí-la.

RESTRIÇÃO DE DOSE:

Com a finalidade de garantir um nível adequado de proteção individual para cada IOE, deve
ser estabelecido, como condição limitante do processo de otimização da proteção
radiológica, um valor de restrição de dose efetiva levando em consideração as incertezas a
ela associadas relativo a qualquer fonte ou instalação sob o controle regulatório.

NÍVEIS DE REGISTRO E INVESTIGAÇÃO:

O nível de registro para monitoração individual mensal de IOE deve ser igual ou inferior a
0,20 mSv para dose efetiva. Níveis operacionais para fins de registro de monitoração em
períodos inferiores ou superiores ao período mensal devem ser submetidos à aprovação da
CNEN. O nível de investigação para monitoração individual de IOE deve ser, para dose
efetiva, 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mês. Para dose equivalente, o nível de
investigação para pele, mãos e pés é de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mês.
Para o cristalino, o nível de investigação é 50 mSv por ano ou 6 mSv em qualquer mês. Para
fins de investigação, níveis operacionais, em períodos de monitoração inferiores ou
superiores ao período mensal devem ser submetidos à CNEN.

Página 24 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Fique por dentro.......

MÉTODOS DE DETECÇÃO DA RADIAÇÃO:


Uma forma que permite detectar as radiações, e medir sua intensidade, são os detectores
eletrônicos conhecidos como os Geiger-Muller, Câmara de Ionização, Contadores
Proporcionais. Tais detectores funcionam basicamente com sensores que contém um gás
ou uma mistura de gases, que se ionizam pela passagem da radiação. Esta ionização dá
origem a uma corrente elétrica, que é coletada por um eletrodo, após amplificação por
circuitos especiais, é registrada no display do aparelho, em forma de intensidade de
radiação. Geralmente a detecção é efetuada no detector, porém associado a um sistema de
registro eletrônico, capaz de ―contar‖ cada sinal (ionização) provocado pela passagem da
radiação pelo mesmo.Portanto o detector é um dispositivo capaz de transformar a energia
recebida pala radiação em impulsos elétricos mensuráveis

Detetor Geiger Muller


digital, atua numa faixa
de energia de 40 keV até
3 MeV com precisão de
+20%, possui escalas
automáticas de 0,5
mSv/h até 9,99 mSv/h,
com peso de 500 gramas

Página 25 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

DOSÍMETROS DE LEITURA INDIRETA

São detectores que possuem a propriedade de acumular efeitos fisico-químicos


proporcionais à quantidade de exposição às radiações recebida, num intervalo de tempo.
Assim, portanto, estes detectores possuem a finalidade de registrar as doses recebidas por
trabalhadores , durante um período de tempo. Podem ser do tipo filmes fotográficos ( similar
ao utilizado pelos dentistas ) , que enegrecem proporcionalmente à quantidade de radiação
recebida , assim como os chamados TLD "Dosímetros Termoluminescentes" que contém um
cristal , geralmente sulfato de lítio , que armazena a quantidade de radiação recebida , e
libera proporcionalmente esta resposta na forma de fluorescência , quando aquecido na
faixa de temperatura de 200 oC.

Dosímetro de Leitura Indireta


(TLD ou Filme Badge) fornecido
por uma instituição credenciada
e licenciada pelo Órgão Oficial
(CNEN) , sendo seu uso
obrigatório para todo pessoal
que trabalha profissionalmente
com materiais radioativos ,e
permite estabelecer registros
dosimétricos do trabalhador ,
assim como sua vida
radiológica.

Você sabia.........
Que o Dosímetro de leitura indireta deve ser usado, pelo usuário, por
sobre o avental pumblífero!!!!!!!!

Resumo: Se não houver critério rigoroso de proteção e controle das radiações, haverá
sempre o risco de exposição, não só para aqueles que operam equipamentos ou para
pesquisadores que lidam com tais elementos, mas também para pessoas que estiverem em
locais executando tarefas bem diferentes. Todavia o risco à exposição de radiação depende
das instalações e protetores existentes e do tipo de radiação se é mais ou menos intensa.
Por exemplo, as radiações gama e X podem atravessar paredes, avançar distâncias
maiores com intensidade suficiente para causar danos à sociedade.

Página 26 de 27
SEGURANÇA DO TRABALHO

Bibliografia:
1 - Técnicas de avaliação de agentes ambientais : manual SESI. Brasília : SESI/DN, 2007.

2 – Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978 – NR


15.

3 – Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria da SSST Nº 25, de 29 de dezembro de


1994 – NR 09.

4 – Vibrações Mecânicas: Silva, Prof. João Bosco da Silva. Departamento de Engenharia


Mecânica. UFRN.

5 - A n d r e u c c i, R i c a r d o. Curso Básico de Proteção Radiológica – Aspecto


Industriais. 3ª Edição, Editora Abende.

Página 27 de 27

Você também pode gostar