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Ruído e vibrações

APRESENTAÇÃO

Ruídos e vibrações no ambiente de trabalho provocam desconforto nos seres humanos, podendo
gerar problemas de diversas ordens à saúde do trabalhador: fisiológicas, psicológicas e
mecânicas. Conhecer as fontes e os limites toleráveis ao corpo humano permite buscar
alternativas de projeto, tanto ergonômicas quanto funcionais, as quais visam a melhoria da
qualidade de vida do trabalhador e, consequentemente, da produtividade das empresas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará os fenômenos dos ruídos e das vibrações de
forma diversificada, compreendendo como propor avaliações, sugestões de soluções
arquitetônicas e especificações de revestimentos, a fim de saber como contribuir com a
concepção de projetos corporativos em várias escalas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as fontes de ruído.


• Definir vibrações.
• Enumerar os efeitos fisiológicos e psicológicos dos ruídos e das vibrações.

DESAFIO

Nos ambientes corporativos a inadequação acústica é um fenômeno indesejável, incômodo e até


insalubre. O ruído ambiental deve manter níveis que proporcionem o bem-estar do trabalhador e
o seu consequente bom desempenho profissional.

Você, arquiteto, foi contratado para avaliar o nível de ruído dos ambientes de uma empresa de
contabilidade e, assim, auxiliar a compreender se há algo de errado, já que a equipe começou a
relatar certo desconforto durante a jornada de trabalho.

Veja na imagem a seguir os dados identificados durante a sua avaliação:


INFOGRÁFICO

O ruído e as vibrações são originadas tanto por eventos internos quanto externos aos ambientes
construídos, e ambos devem ser considerados nos projetos arquitetônicos de programas voltados
aos espaços de trabalho.

Neste Infográfico, você vai ver as diferenças entre ruído e vibrações em relação aos seus limites
toleráveis, segundo as normas técnicas.
CONTEÚDO DO LIVRO

Embora os ruídos e as vibrações às vezes sejam inevitáveis, sendo responsáveis por uma série de
efeitos nocivos à saúde do trabalhador, têm um repertório técnico de recomendações, presentes
em normas regulamentadoras, para elaborar projetos de espaços de trabalho ergonômicos,
funcionais e acusticamente confortáveis.

Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Ruído e vibrações, da obra Ergonomia do
ambiente construído, base teórica desta Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
ERGONOMIA DO
AMBIENTE
CONSTRUÍDO

Dulce América de Souza


Ruídos e vibrações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar as fontes de ruído.


 Definir vibrações.
 Enumerar os efeitos fisiológicos e psicológicos dos ruídos e das vibrações.

Introdução
Nos ambientes construídos, ocorrem interferências de diversas naturezas.
Os ruídos e as vibrações são fenômenos que causam mal-estar e até
transtornos de ordem fisiológica e psicológica ao trabalhador que convive
por longas jornadas nos espaços destinados ao trabalho. Os arquitetos e
demais projetistas devem conhecer esses fenômenos, as normas técnicas
que objetivam avaliá-los e as recomendações científicas para reduzir ao
máximo os ruídos e as vibrações que podem comprometer o desempe-
nho e a saúde do trabalhador no seu ambiente de trabalho.
Neste capítulo, conheceremos os limites humanos de tolerância
aos ruídos e às vibrações, suas naturezas e os efeitos causados pela ex-
posição excessiva e esses fenômenos no ambiente de trabalho. Serão
apresentadas as normas técnicas pertinentes às recomendações para os
ambientes de trabalho e as relativas às medições de ruídos e vibrações,
no sentido de contribuir para soluções de projeto voltadas ao bem-estar
e à segurança do usuário no nosso caso de estudo: o trabalhador em
seu espaço físico laboral.

Identificação das fontes de ruído


A diferença entre som e ruído não é física, visto que o som é uma sensação
produzida no sistema auditivo humano — é, portanto, sensorial —, já o ruído
é considerado um som indesejável ou não harmonioso. O ruído pode provocar
desconforto e efeitos nocivos ao ser humano, e, em níveis muito elevados,
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pode causar: perda da audição e da pressão arterial, denominados efeitos


fisiológicos; incômodos, denominados efeitos psicológicos; e danos e falhas
estruturais, denominados efeitos mecânicos (BISTAFA, 2011).
Iida (2005, p. 269) destaca que existem ruídos de diversas naturezas, os quais
tendem a desagradar a percepção de um determinado estímulo: “O termo ruído
geralmente é associado a sinais auditivos, mas esse conceito pode ser estendido
para qualquer tipo de sinal que atrapalhe a percepção, como os ‘chuviscos’ que
ocorrem na tela de TV, as luvas que reduzem a sensibilidade tátil dos dedos ou
reflexos que prejudicam a nitidez de uma fotografia [...]”. O autor salienta que as
diversas naturezas dos ruídos tendem a degradar a percepção de um estímulo,
pelo efeito do mascaramento, que se trata da interferência de um sinal sobre
o outro. A interferência tende a ser mais sentida com sinais simultâneos que
ocorrem em um mesmo canal, bem como quando há semelhanças entre os
sinais. Por exemplo: uma fala interfere mais em outra fala do que a música, ou
o ruído da rua sobre a fala.
A faixa de audição humana é elástica, compreende todos os tipos de som, desde
um murmúrio do vento até o ruído de um avião a jato. Conforme observam Kroe-
mer e Grandjean (2005, p. 252): “Para acomodar uma faixa tão grande em escala
prática, foi introduzida uma unidade logarítmica, o decibel (dB) [...]”. Sabendo
que as pessoas apresentam muitas diferenças quanto à tolerância dos ruídos, o
Quadro 1 ilustra os limites toleráveis de ruídos em diversos tipos de atividades.

Quadro 1. Limites toleráveis de ruídos

Nível de ruído
Atividade
dB (A)
50 A maioria considera como um ambiente silencioso, mas cerca
de 25% das pessoas terão dificuldade para dormir
55 Máximo aceitável para ambientes que exigem silêncio
60 Aceitável em ambientes de trabalho durante o dia
65 Limite máximo aceitável para ambientes ruidosos
70 Inadequado para trabalho em escritórios (conversação difícil)
75 É necessário aumentar a voz para conversação
80 Conversação muito difícil
85 Limite máximo para a jornada de trabalho

Fonte: Adaptado de Iida (2005).


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Em ambientes de trabalho, o ideal é conservar o nível de ruído ambiental


abaixo de 70 dB. Conforme orienta IIda (2005, p. 396): “Embora os ruídos até
90 dB não provoquem sérios danos aos órgãos auditivos, os ruídos entre 70 e
90 dB dificultam a conversação e a concentração e podem provocar aumento
dos erros e redução do desempenho [...]”.
No Brasil, a Norma Regulamentadora n° 15 (NR-15) — Atividades e
operações insalubres —, em seu Anexo 1, estabelece os limites de tolerância
para ruído contínuo ou intermitente (BRASIL, 2015). O ruído contínuo de
85 dB é considerado o máximo tolerável para uma exposição de oito horas de
jornada de trabalho pela NR-15, conforme o Quadro 2.

Quadro 2. Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Nível de ruído
Máxima exposição diária permissível
dB (A)

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

(Continua)
4 Ruídos e vibrações

(Continuação)

Quadro 2. Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Nível de ruído
Máxima exposição diária permissível
dB (A)

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

Fonte: Adaptado de Brasil (1978).

Existem estudos internacionais que consideram ruídos de 80 dB como já


prejudiciais, e, nesse sentido, as normas estrangeiras fixam o limite máximo
de ruído em 80 dB. Acima do nível máximo de tolerância estabelecido pelas
normas, a exposição do trabalhador deve ser reduzida gradativamente e
devem ser providenciados equipamentos de proteção individual para os
ouvidos (IIDA, 2005).
Quando falamos de ambiente construído, no Brasil, os níveis de ruído
aceitáveis são determinados pelas normas técnicas ABNT NBR 10151:2000
— Avaliação do nível do ruído em áreas habitadas visando o conforto da
comunidade — e ABNT NBR 10152:1987 — Níveis de ruído para conforto
acústico. A primeira fixa níveis de ruído para ambientes externos, ao ar livre,
ao passo que a segunda fixa níveis de ruído para ambientes internos. A NBR
10152:1987 atribui os intervalos adequados de ruído ambiente, de acordo com
a finalidade característica do recinto, conforme descrito no Quadro 3, em
que dB(A) corresponde à pressão sonora ponderada e NC se refere à curva
de avaliação de ruído — método de avaliação de um ruído em um ambiente
determinado (ABNT, 1987, 2000).
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Quadro 3. Níveis aceitáveis de ruído ambientes de acordo com o uso – NBR 10152

Locais dB(A) NC
Hospitais Apartamentos, enfermarias, berçários, 35–45 30–40
centros cirúrgicos
Laboratórios, áreas para uso do público 40–50 35–45

Serviços 45–55 40–50

Escolas Bibliotecas, salas de música, salas de 35–45 30–40


desenho
Salas de aula, laboratórios 40–50 35–45
Circulação 45–55 40–50
Hotéis Apartamentos 35–45 30–40
Restaurantes, salas de estar 40–50 35–45
Portaria, recepção, circulação 45–55 40–50
Residências Dormitórios 35–45 30–40
Salas de estar 40–50 35–45
Restaurantes — 40–50 35–45
Escritórios Salas de reunião 30–40 25–35
Salas de gerência, salas de projetos e 35–45 30–40
de administração
Salas de computadores 45–65 40–60
Salas de mecanografia 50–60 45–55
Igrejas e templos — 40–50 35–45
(cultos meditativos)
Locais para esporte Pavilhões fechados para espetáculos e 45–60 40–55
atividades esportivas

Fonte: Adaptado de ABNT (1987)

Verificamos, a partir do item “escritórios”, no Quadro 3, que os níveis


considerados adequados de ruído nos ambientes de trabalho se situam consi-
deravelmente abaixo dos 85 dB indicados como limite máximo de ruído para
uma jornada de trabalho de oito horas, conforme preconiza a NR-15.
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No mercado da construção civil, a ABNT NBR 10152:1987 foi apoiada


pela ABNT NBR 15575:2013 — Norma de desempenho de edificações —,
que enfatiza os níveis de atenuação ou transmissão de ruídos aceitáveis, por
meio do desempenho dos sistemas construtivos das edificações habitacionais,
contribuindo para os demais programas arquitetônicos (CAU/BR, 2015).

Fontes de ruído
As fontes de ruído podem ser tanto externas quanto internas à edificação, e os
ruídos externos mais impactantes são o tráfego, os advindos das atividades
industriais e a vizinhança. Já os ruídos internos mais comuns que ocorrem
nos ambientes de trabalho são provenientes das máquinas ruidosas e dos
motores, no caso das indústrias, e os ruídos gerados dentro de um ambiente
corporativo, como os escritórios, correspondentes aos telefones, computadores,
impressoras e pessoas andando e falando (KROEMER; GRANDJEAN, 2005).
Os ruídos de rua são fatores externos que perturbam as atividades de
trabalho dentro de um escritório, por exemplo. O ruído interno em fábricas
pode ser contínuo ou intermitente, podendo soar como um estrondo, assobio,
ruído de fala e chocalho. Nos escritórios, as atividades desenvolvidas exigem
concentração mental para a compreensão da linguagem, os equipamentos de
informática — computadores (sistema de refrigeração e teclado), impressoras,
plotters, etc. — são fontes de ruído associadas à fala e à movimentação humana
(KROEMER; GRANDJEAN, 2005).
Iida (2005) destaca uma fonte de ruído particularmente perturbadora: os
ruídos de curtíssima duração, ou ruídos de impacto:

Os ruídos de curtíssima duração, também chamados de impacto, são aqueles


com duração de apenas alguns segundos. São especialmente prejudiciais
quando os picos de energia acústica atingem níveis de 110 a 135 dB. Ocorrem,
por exemplo, com as batidas de máquinas em forjarias e estamparias (pren-
sas). Podem ser considerados também ruídos de impacto aqueles de natureza
inesperada e que se destacam no ambiente, como buzinas, batidas de porta,
queda de objetos e gargalhadas repentinas (IIDA, 2005, p. 396).

Os ruídos de impacto são os que mais perturbam, isso porque o or-


ganismo tem dificuldade de adaptação aos ruídos inesperados. Um som
repentino de 100 dB com curtíssima duração provoca susto, resultando em
uma reação imediata de defesa. “Nessas ocasiões, o organismo adota uma
posição instintiva de máxima estabilidade postural, preparando-se para uma
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eventual fuga [...]” (IIDA, 2005, p. 396). Essas reações retardam o tempo
de reação para outras tarefas, interferindo diretamente na produtividade
do trabalho executado.
Qualquer edificação pode ser acometida por diversas fontes de ruídos inter-
nos e externos, pois o som produzido em um ambiente da edificação se reproduz
por vias diretas e indiretas, resultando em ruídos em outros ambientes da
edificação. Nos ambientes de convivência, principalmente aqueles destinados
às refeições — cantinas, refeitórios e cozinhas —, a acústica é sensivelmente
prejudicada, pois geralmente são revestidos de materiais cerâmicos, visando a
atender os requisitos de higiene e assepsia. Nesses ambientes, “[...] as paredes
propiciam a reflexão das ondas sonoras contribuindo para altos índices de
reverberação acústica [...]” (BERZOINI, 2015, p. 53).
A qualidade acústica de um ambiente também é influenciada pelo tempo
de reverberação acústica, que se refere à persistência do som em um ambiente
fechado diretamente relacionado pela reflexão sonora resultante dos elementos
construtivos, pois o intervalo de tempo necessário para o som baixar ao nível
de 60 dB é definido a partir do seu nível inicial, conforme ilustra a Figura 1
(BERZOINI, 2015).

Figura 1. Esquema da reverberação em recintos fechados.


Fonte: Berzoini (2015, p. 54)
8 Ruídos e vibrações

Alguns aspectos da edificação também podem resultar em reflexões do som


externo para o interior da edificação, como as formas geométricas projetadas
nas sacadas. Em relação ao conforto acústico do ambiente construído, a perda
de isolamento acústico resultante do baixo isolamento das esquadrias e frestas
ou orifícios nas fechaduras permitem a passagem do som do exterior.

Formas de medição dos ruídos


A medição da quantidade de ruído é computada em unidades físicas, conside-
rando-se todos os fatores acústicos por um determinado intervalo de tempo.
O nível do ruído não é o único fator interveniente, também a frequência em
que ele ocorre é considerada. Os estudos resultaram em unidades de medida
que combinam vários componentes, sendo possível caracterizar a carga de
ruído em um determinado ponto por meio de um único dado. Para avaliar
o ruído em um ambiente de trabalho, duas unidades são essenciais: “1. O
nível equivalente do ruído contínuo (nível de ruído contínuo); e 2. O nível
de frequência acumulada [...]” (KROEMER; GRANDJEAN, 2005, p. 256).

O nível equivalente de ruído contínuo (Leq) expressa o nível médio de energia sonora
durante um dado período de tempo (o nível de energia). Esta quantidade é uma inte-
gração de todos os níveis sonoros que variam durante esse tempo, e compara o efeito
perturbador dos ruídos flutuantes com um ruído contínuo de intensidade constante.
O nível de frequência acumulada é medido como um indicador de nível sonoro e
um contador de frequência, operando sobre um dado período de tempo. As unidades
comumente usadas na medição de som incluem:
 L50 (nível médio de ruído): “L50 = 60 dB” indica que o nível de 60 dB foi alcançado
ou excedido durante 50% do tempo relevante.
 L1 (nível do pico de ruído): “L1 = 70 dB” indica que o nível de 70 dB foi alcançado ou
excedido durante 1% do tempo.
Ambos os níveis, L50 e L1, estão relacionados com o nível de ruído equivalente por meio
da seguinte aproximação (KROEMER; GRANDJEAN, 2005, p. 256):
Ruídos e vibrações 9

A norma ABNT NBR 10151:2000 — Avaliação do nível do ruído em


áreas habitadas visando o conforto da comunidade — estabelece os procedi-
mentos de medição e a avaliação de ruído, cujas referências normativas são
os padrões internacionais regidos pelas normas: IEC-60651:1979 — Sound
level meters; IEC-60804:1985 — Integrated averaging sound level meters; e
IEC-60942:1988 — Sound calibrators (ABNT, 2000). A norma ABNT NBR
10152:1987 — Níveis de ruído para conforto acústico — fixa os níveis de ruído
compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos e determina que
sejam consultados os documentos complementares: ABNT NBR 10151:2000;
DS/IEC 225 – Octave, half-octave and third-octave band filters intended for
the analysis of sound and vibrations; e IEC-651:1979 – Sound level meters.
Ambas as normas são utilizadas na medição de ruídos, orientando os pro-
cedimentos baseados nas unidades de medida mencionadas por Kroemer e
Grandjean (2005).

Definindo as vibrações
As vibrações podem ser definidas como movimentos periódicos, oscilações
de partículas, de um sistema de partículas ou de um corpo rígido em torno
de uma posição de equilíbrio ou um ponto fixo. As vibrações que ocorrem
no corpo humano são resultantes de movimentos periódicos — regulares e
irregulares — de um equipamento, ferramenta, veículo, ou qualquer outro
mecanismo. A ação desses agentes desloca o corpo humano da sua posição de
repouso (IIDA, 2005; KROEMER; GRANDJEAN, 2005). Segundo Kroemer
e Grandjean (2005, p. 272), “O som é uma vibração que afeta nossas células
auditivas. ‘Vibrações mecânicas’ são uma preocupação, já que causam mu-
danças na posição dos membros do corpo e órgãos importantes [...]”.
O corpo humano não é uma estrutura de massa rígida, diferentes partes do
corpo oscilam de maneira desigual, e a natureza das vibrações exerce efeitos
correspondentes sobre as pessoas. Sete fatores físicos são importantes para
compreender as vibrações, são eles: ponto de aplicação no corpo; direção de
aplicação; frequência das oscilações; aceleração das oscilações; duração
do efeito; ressonância e amortecimento.

1. Ponto de aplicação no corpo. Três pontos, por onde as vibrações entram no


corpo, são ergonomicamente significativos: as nádegas e possivelmente os pés
(quando dirigindo ou andando em um veículo) e as mãos (quando operando
ferramentas vibratórias ou uma máquina.
10 Ruídos e vibrações

2. Direção de aplicação. A direção da oscilação é importante. Para a maior


parte do corpo, a direção está no sentido vertical (da cabeça aos pés). Para
a mão e braço, é aproximadamente perpendicular à linha que passa pela
mão e braço.
3. Frequência das oscilações. A extensão dos efeitos biomecânicos e
geralmente patológico das vibrações é dependente da frequência. As fre-
quências particularmente importantes são aquelas na faixa das frequências
naturais do corpo e, assim, causam ressonância. Geralmente dinstingue-se
uma faixa baixa e alta de frequência. As vibrações dos veículos motores
pertencem à faixa baixa, aquelas das ferramentas motorizadas à faixa
alta de frequência.
4. Aceleração das oscilações. Dentro da faixa de frequência que é fisiologi-
camente importante, a aceleração das oscilações é geralmente tomada como
medida da carga vibracional. Uma referência comumente usada é a aceleração
pelo efeito da gravidade (g = 9,8m/s²).
5. Duração do efeito. O efeito das vibrações depende muito da sua duração.
Seus efeitos danosos aumentam rapidamente com o tempo transcorrido.
6. Ressonância. Todo sistema mecânico, que possui as propriedades ele-
mentares de massa e elasticidade, é capaz de oscilar. Cada sistema tem a
sua própria frequência natural, com a qual ele vibra após estimulação. Quão
mais próxima a frequência da força excitadora chega à frequência natural do
sistema excitado, maior será a amplitude das oscilações forçadas. Quando a
amplitude das oscilações forçadas excede a da força excitadora, diz-se que o
sistema está em ressonância.
7. Amortecimento. As oscilações de qualquer sistema estão sujeitas a amorteci-
mento, que reduz suas amplitudes. Por exemplo, quando se está de pé, quaisquer
vibrações verticais transmitidas pelos pés são rapidamente amortecidas pelas
pernas. As frequências acima de 30Hz são particularmente bem amortecidas
pelos tecidos do corpo; portanto, para uma frequência de indução de 35 Hz, a
amplitude de oscilação é reduzida a ½ nas mãos, a 1/3 nos cotovelos e a 1/10
nos ombros (KROEMER; GRANDJEAN, 2005, pp. 272-273.)

No ambiente de trabalho, em particular nas indústrias, os motores elétri-


cos são complexos geradores de vibrações, devido ao fluxo turbulento do ar
de refrigeração (GERGES, 1992). Nos ambientes construídos, as vibrações
de sólidos e de impacto são transmitidas diretamente sobre a estrutura do
edifício, provocando, posteriormente, a vibração do ar (SOUZA et al., 2013).
De maneira geral, as fontes de vibração que acometem os edifícios podem
se originar internamente — derivadas do funcionamento dos equipamentos,
como sistemas de ar-condicionado, elevadores, etc., e até de movimentos hu-
manos — ou externamente, associadas ao tráfego e às atividades da construção
civil. Devemos considerar também as fontes naturais de vibração, como os
tremores de terra, erupções vulcânicas e os ruídos estrondosos resultantes de
tempestades (ANTUNES et al., 2016).
Ruídos e vibrações 11

No interior dos edifícios, as vibrações podem se manifestar de dois modos:


vibração perceptível e ruído de baixa frequência. A vibração perceptível é
percebida pelos seres humanos através da sensação tátil — frequentes em pisos e
paredes — ou por meio de um movimento vibratório audível, como o movimento
dos vidros nas janelas. Os ruídos de baixa frequência — geralmente compreendem
as frequências entre 10 e 20 Hz e 150 e 200 Hz — resultam da vibração propagada
através da fundação e demais estruturas dos edifícios, excitando os elementos de
interiores, como paredes, pavimentos e tetos. “Este movimento vibratório origina
ondas sonoras que são percebidas pelo ouvido humano como ruído (usualmente
designado por ruído estrutural) [...]” (ANTUNES et al., 2016, p. 2).
A variação das respostas humanas às vibrações em edifícios compre-
ende desde a simples percepção até uma reação de desconforto mais ampla.
Amplitudes de vibração mais baixas, quando repetidas, podem conduzir o
desconforto ou incômodo. O Quadro 4 apresenta uma relação genérica entre
a vibração e a percepção humana.

Quadro 4. Percepção e amplitudes de vibração

Valor eficaz (RMS) da aceleração


Percepção
ponderada (m/s2)
< 0,01 Não perceptível
0,015 Limiar da percepção
0,02 Raramente perceptível
0,08 Facilmente perceptível
0,315 Fortemente perceptível
> 0,315 Extremamente perceptível

Fonte: Adaptado de Antunes et al. (2016).

Conforme apontado por Kroemer e Grandjean (2005), a sensibilidade


humana aos níveis de vibração varia conforme as características do fe-
nômeno vibratório, do seu conteúdo de frequência, da direção e da sua
amplitude. A norma ISO 2631-1 — Guia para avaliação da exposição
humana às vibrações de corpo inteiro — sugere valores como indicativos
da sensação de desconforto em relação às amplitudes de aceleração de
vibração, conforme o Quadro 5.
12 Ruídos e vibrações

Quadro 5. Amplitudes de vibração e reações ao desconforto causado por vibrações


(ISO 2631-1)

Valor eficaz (RMS) da


Percepção
aceleração ponderada (m/s2)
Inferior a 0,315 Não é desconfortável
De 0,315 a 0,63 Um pouco desconfortável
Entre 0,5 e 1 Razoavelmente desconfortável
De 0,8 a 1,6 Desconfortável
De 1,25 a 2,5 Muito desconfortável
Superior a 2 Extremamente desconfortável

Fonte: Adaptado de Antunes et al. (2016).

Cabe ressaltar que, de acordo com a ABNT NBR 15575:2013 — Norma


de desempenho de edificações — para a avaliação do desempenho acústico
de uma edificação, devem ser considerados os impactos e ruídos de equipa-
mentos nas premissas de projeto (item 12.4.3). O projeto deve considerar “os
ruídos contínuos, variáveis e de impactos, e das vibrações de equipamentos
como motores-bomba, elevadores, válvulas de descarga, motores geradores
de energia [...]” (ABNT, 2013, documento on-line).
Do ponto de vista do conforto humano, é relevante detectar as características
dos ruídos e das vibrações que possam provocar desconforto, incômodos e
efeitos nocivos à saúde do trabalhador. Esse tema tem se tornado importante
para as empresas onde há um número elevado de funcionários expostos a
consideráveis níveis de ruídos e vibrações, sem equipamentos adequados
conforme orientam as normas de segurança.

Efeitos fisiológicos e psicológicos de ruídos


e vibrações no ser humano
A resposta para a pergunta “Por que o ruído faz mal?” não é simples. A reação
do homem perante os ruídos é complexa, pois a orelha humana possui uma
grande capacidade de captar sons e ruídos, desde as menores até as altíssimas
frequências. Da mesma forma, a reação humana à exposição prolongada
às vibrações desencadeia efeitos nocivos ao ser humano, em particular nos
ambientes de trabalho.
Ruídos e vibrações 13

Segundo Iida (2005), a consequência mais evidente da alta exposição ao ruído


é a surdez, que pode ser de duas naturezas: a surdez de condução e a surdez
nervosa. A surdez de condução se caracteriza pela redução da capacidade de
transmissão das variações sonoras da orelha externa para a interno. Ruídos de
impacto com alta intensidade podem provocar a surdez de condução, uma vez
que podem romper a membrana do tímpano ou danificar a transmissão pela
orelha média. A surdez nervosa ocorre na orelha interna, causada pela redução
da sensibilidade das células nervosas da cóclea. “Para ruídos de até 80 dB, essas
perdas são pequenas, mas tendem a crescer a partir desse nível, chegando a
27% aos 95 dB, principalmente após exposição prolongada a ruídos intensos.
As perdas ocorrem nas faixas de alta frequência, acima de 1.000 Hz, sendo
maiores em torno de 4.000 Hz, e são irreversíveis [...]” (IIDA, 2005, p. 398).
Sob o aspecto ergonômico, um problema comum e recorrente é que o
ruído ambiental perturba a compreensão da fala. Kroemer e Grandjean (2005)
salientam que a capacidade de identificar um som em particular em meio aos
demais sons depende do limiar de audição, que aumenta com a intensidade
do som até 80 dB, conforme a Figura 2.

Figura 2. Gráfico de sílabas (S) e da frase ou de seu sentido (W).


Fonte: Adaptada de Kroemer e Grandjean (2005, p. 263).
14 Ruídos e vibrações

A compreensão da fala em ambientes de trabalho impacta diretamente o


conforto ou desconforto do trabalhador. O gráfico da Figura 2 mostra que
“[...] com uma compreensão silábica de apenas 20% das sentenças (S = 0,2)
ainda é possível entender quase 80% das sentenças; se a metade das sílabas
são compreendidas, então cerca de 95% das sentenças são inteligíveis [...]”
(KROEMER; GRANDJEAN, 2005, p. 262).
No desempenho geral do trabalhador, o ruído também influencia, gerando
aborrecimentos devido à interrupção forçada da tarefa, provocando tensão e
dores de cabeça. A memória de curta duração também é afetada pela expo-
sição excessiva aos ruídos, assim como há redução de concentração mental,
pois o pensamento e a reflexão são mais difíceis em um ambiente ruidoso. O
estresse fisiológico provocado pela exposição ao ruído pode produzir reações
sintomáticas, como aumento da pressão sanguínea, aceleração da frequência
cardíaca, contração dos vasos sanguíneos da pele, aumento do metabolismo,
redução da velocidade de digestão e aumento da tensão muscular (IIDA, 2005;
KROEMER; GRANDJEAN, 2005).
As vibrações são subjetivamente percebidas como um incômodo, variando
entre um transtorno menor até um transtorno insuportável. “A extensão do
transtorno depende, em primeira instância, da frequência de indução, da ace-
leração das oscilações e da duração da exposição [...]” (KROEMER; GRAND-
JEAN, 2005, p. 275). Os efeitos fisiológicos e psicológicos das vibrações
sobre o trabalhador incluem perda de equilíbrio, falta de concentração e visão
turva, que diminui a acuidade visual. Contata-se também aumentos do ritmo
cardíaco, respiratório e volume de oxigênio consumido.
Iida (2005) atribui às vibrações no ambiente de trabalho a produção de
fadiga, dores de cabeça, insônia e, em casos extremos, danificação permanente
de alguns órgãos humanos. Além disso:

As vibrações sobre os braços, mãos e dedos prejudicam a circulação sanguí-


nea. Isso ocorre principalmente na faixa de 40 a 125 Hz, embora haja muitas
diferenças individuais. Em casos mais graves, os dedos ficam descoloridos,
provocando o fenômeno “dedo branco”. Nessa situação, os dedos ficam in-
sensíveis e podem sofrer necrose. Em trabalhadores florestais que usam
motosserra, há uma degeneração gradativa do tecido vascular e nervoso,
causando perda da capacidade manipulativa e do tato das mãos, dificultando
o controle motor (IIDA, 2005, p. 405).

Nas frequências baixas (de 1-80 Hz), as vibrações são particularmente


danosas ao organismo, provocando lesões nos ossos, nas juntas e nos tendões.
Nas frequências intermediárias (30-200 Hz), as vibrações provocam doenças
Ruídos e vibrações 15

cardiovasculares, e, nas frequências altas (acima de 300 Hz), causam dores


agudas e distúrbios neurovasculares (IIDA, 2005). Alguns dos sintomas são
reversíveis — após um longo período de descanso —, porém são reincidentes
no caso de nova exposição às vibrações.
As vibrações mecânicas ou acústicas seguem as leis da física; no caso das
mecânicas, as sentimos, quando se trata de vibrações acústicas, as ouvimos. As
vibrações mecânicas são geralmente um transtorno, ao passo que as vibrações
acústicas ou ruídos podem ser uma fonte de informação e prazer, como a
música. É fundamental que o arquiteto compreenda as fontes e os efeitos no
organismo causados pelos ruídos e pelas vibrações e conduza seus projetos
de acordo com as normas, a fim de controlar e minimizar os impactos desses
fatores no ambiente construído.
Ruídos e vibrações 16

ABNT. ABNT NBR 10152:1987. Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro:
ABNT, 1987.
ABNT. ABNT NBR 10151:2000. Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto
da comunidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
ABNT. ABNT NBR 15575-3:2013. Edificações habitacionais — Desempenho. Parte 3:
Requisitos para os sistemas de pisos. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ANTUNES, S. et al. Vibrações em edifícios: aspetos a ter em consideração na avaliação
do ruido induzido por vibrações. In: EUROREGIO, 2016, Porto. Anais [...]. Porto: [s. n.],
2016. Disponível em: <http://www.sea-acustica.es/fileadmin/Oporto16/125.pdf>.
Acesso em: 02/06/2019.
BERZOINI, I. D. Análise do conforto acústico através da comparação entre
dados técnicos e a percepção do usuário: estudo de caso de uma escola de tempo integral
no município de Juiz de Fora. 2015. Dissertação (Mestrado em Ambiente Construído)
– Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído, Faculdade de Engenharia,
Universidade Federal de Juiz De Fora, Juiz de Fora, 2015. Disponível em: <http://www.
ufjf.br/ambienteconstruido/files/2015/06/Isabela-Dianim-Berzoini.compressed-1.pdf>.
Acesso em: 31/05/2019.
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 15: atividades e operações insalubres.
1978. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15-
-ANEXO1.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
CAU/BR. Guia para arquitetos na aplicação da Norma de Desempenho: ABNT NBR 15.575,
2015. Disponível em: https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2015/09/2_guia_
normas_final.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
17 Ruídos e vibrações

DANISH STANDARDS FOUNDATION. DS/IEC 225. Octave, half-octave and third-octave


band filters intended for the analysis of sound and vibrations. Charlottenlund: DS, 1978.
GERGES, S. N. Y. Ruído: fundamentos e controle. Florianópolis: UFSC, 1992.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDZATION. ISO 2631-1:1997. Mechanical
vibration and shock -- Evaluation of human exposure to whole-body vibration-- Part
1: General requirements. Geneva: ISO, 1997.
INTERNATIONAL STANDARD. IEC 60651:1979. Sound level meters. 1979. Disponível em:
https://webstore.iec.ch/publication/17086. Acesso em: 18 jul. 2019.
INTERNATIONAL STANDARD. IEC 60942:1988. Sound calibrators. 1988. Disponívele m:
https://webstore.iec.ch/publication/18450. Acesso em: 18 jul. 2019.
KROEMER, K. H. E.; GRANDJEAN E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao
homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
SOUZA, L. C. L. et al. Bê-á-bá da acústica arquitetônica: ouvindo a Arquitetura. São
Carlos: EdUFsCar, 2013.

Leituras recomendadas
BITENCOURT, F. (org.). Ergonomia e conforto humano: uma visão da arquitetura, enge-
nharia e design de interiores. Rio de Janeiro: Rio Book’s, 2011.
BOLETTI, R. R.; CORRÊA, W. M. Ergonomia: fundamentos e aplicações. Porto Alegre:
Bookman, 2015.
DICA DO PROFESSOR

Um dos aspectos mais importantes nos ambientes corporativos é a acústica, uma vez que esses
espaços exigem alta carga mental e concentração da equipe de trabalho. São as estratégias de
projeto que envolvem arranjos espaciais, indicação de sistemas e especificação de revestimentos
que reduzem o nível de ruído contínuo nos espaços de trabalho.

Nesta Dica do Professor, você vai ver soluções projetuais que contribuem para a adequação
acústica dos ambientes corporativos.

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EXERCÍCIOS

1) Os ruídos têm diversas naturezas e normalmente desagradam a percepção de um


determinado estímulo, isso porque é considerado um som indesejável ou não
harmonioso.

Em níveis considerados muito elevados, quais os tipos de efeitos nocivos ao ser


humano podem ser causados pelo ruído?

A) Pode provocar desconforto e causar efeitos nocivos, conhecidos como efeitos de


equilíbrio, psicológicos e mecânicos.

B) Pode provocar desconforto e causar efeitos nocivos, conhecidos como efeitos fisiológicos,
psicológicos e mecânicos.

C) Pode provocar desconforto e causar efeitos nocivos, conhecidos como efeitos fisiológicos,
redução do oxigênio consumido e efeitos mecânicos.

D) Pode provocar desconforto e causar efeitos nocivos, conhecidos como efeitos fisiológicos,
psicológicos e de “dedo branco”.

E) Pode provocar desconforto e causar efeitos nocivos, conhecidos como efeitos psicológicos
e mecânicos, assim como de lesões nos ossos.

2) Existem ruídos de diversas naturezas, no entanto, seja qual for o tipo de ruído, há
tendência em desagradar a percepção de um estímulo.

Como é denominado o efeito da interferência de um determinado sinal sobre outro


sinal?

A) Decibel.

B) Tráfego.

C) Atividade industrial.

D) Mascaramento.

E) Vizinhança.

3) Em ambientes de trabalho, o ideal é conservar o nível de ruído ambiental em níveis


que não prejudiquem a saúde e o desempenho do trabalhador. A Norma
Regulamentadora n.° 15 – Atividades e operações insalubres – determina limites
toleráveis para exposição diária aos ruídos.

Qual é o valor considerado o máximo tolerável de ruído contínuo para a exposição de


seis horas de jornada de trabalho?

A) A NR-15 estabelece o ruído contínuo de 85dB como o máximo tolerável para uma
exposição de seis horas de jornada de trabalho.
B) A NR-15 estabelece o ruído contínuo de 86dB como o máximo tolerável para uma
exposição de seis horas de jornada de trabalho.

C) A NR-15 estabelece o ruído contínuo de 87dB como o máximo tolerável para uma
exposição de seis horas de jornada de trabalho.

D) A NR-15 estabelece o ruído contínuo de 88dB como o máximo tolerável para uma
exposição de seis horas de jornada de trabalho.

E) A NR-15 estabelece o ruído contínuo de 89dB como o máximo tolerável para uma
exposição de seis horas de jornada de trabalho.

4) As vibrações ocorridas no corpo humano provocam o deslocamento da sua posição de


repouso, resultantes de movimentos periódicos, regulares ou irregulares. As
diferentes partes do corpo humano oscilam de maneira desigual, uma vez que o corpo
não é uma estrutura rígida.

Há sete fatores importantes para compreender as vibrações, quais são eles?

A) Os sete fatores físicos para compreender as vibrações são: mascaramento, direção de


aplicação, frequência das oscilações, aceleração das oscilações, duração do efeito,
ressonância e amortecimento.

B) Os sete fatores físicos para compreender as vibrações são: ponto de aplicação no corpo,
direção de aplicação, efeitos mecânicos, aceleração das oscilações, duração do efeito,
ressonância e amortecimento.

C) Os sete fatores físicos para compreender as vibrações são: ponto de aplicação no corpo,
direção de aplicação, frequência das oscilações, nível equivalente contínuo, duração do
efeito, ressonância e amortecimento.

D) Os sete fatores físicos para compreender as vibrações são: ponto de aplicação no corpo,
direção de aplicação, frequência das oscilações, aceleração das oscilações, nível de
frequência acumulada, ressonância e amortecimento.

E) Os sete fatores físicos para compreender as vibrações são: ponto de aplicação no corpo,
direção de aplicação, frequência das oscilações, aceleração das oscilações, duração do
efeito, ressonância e amortecimento.

5) Em relação aos edifícios, as fontes de vibração podem ser originadas interna ou


externamente. Internamente, são fontes de vibração o funcionamento dos
equipamentos, como ar-condicionado, elevadores e a movimentação de pessoas;
externamente, as fontes de vibração mais comuns advêm do tráfego e da construção
civil.

No interior dos edifícios, as vibrações podem se manifestar de dois modos, quais são
eles?

A) Vibração perceptível e ruído de baixa frequência.

B) Vibração perceptível e ressonância.

C) Amortecimento e ruído de baixa frequência.

D) Vibração perceptível e ruído contínuo.

E) Vibração perceptível e ruídos de curtíssima duração.

NA PRÁTICA

Quando aplicados de forma adequada, os parâmetros estabelecidos pelas Normas da ABNT e


pelos referenciais técnicos, são basilares para amenizar problemas de ruído ambiental já na fase
de estudo preliminar dos projetos de espaços destinados ao trabalho.
Neste Na Prática, você vai ver como foi realizada a avaliação acústica de uma sala de reunião de
uma grande empresa, cujos funcionários relatavam desconforto em relação aos ruídos da
tubulação.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Como a arquitetura pode garantir o isolamento acústico em hospitais

O seguinte artigo aborda a importância dos requisitos acústicos nos projetos hospitalares e
enfatiza os cuidados necessários na especificação de materiais, para um programa complexo que
envolve o bem-estar de um grande número de usuários: funcionários e pacientes.

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Entendendo absorção e difusão acústica em projetos de arquitetura

O artigo a seguir explica, de forma ilustrada e didática, as duas categorias técnicas utilizadas em
acústica: isolamento e tratamento de som. Ao longo das explicações são apresentadas soluções
de projeto para amenizar o impacto do ruído em diferentes situações.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Como melhorar o isolamento acústico do escritório com elementos de decoração?

O texto sugere a utilização de alguns elementos de decoração que podem contribuir para o
conforto acústico em um ambiente corporativo.

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Conforto acústico

A arquiteta do StudioM4 Arquitetura explica as diferenças entre tratamento e isolamento de som


em projetos de arquitetura, além de sugerir soluções viáveis para reduzir ruídos nos ambientes
construídos.

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Acústica de escritórios

O vídeo apresenta informações básicas para a adequação acústica para espaços corporativos,
particularmente para os escritórios, por meio de gráficos e imagens ilustrativas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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