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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Guarabira-PB
18.06.2015
INTRODUÇÃO
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
O CDC enumera através dos incisos I a XII, do art. 56, as sanções administrativas que
podem ser impostas aos infratores, sem prejuízo das sanções cíveis, penais, bem como de
outras definidas em normas específicas e, sendo que, quem as aplica são as autoridades
administrativas competentes, no âmbito de suas atribuições.
Assim, são infrações administrativas descritas pelo CDC:
a) multa;
b) apreensão do produto;
c) inutilização do produto;
d) cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
e) proibição de fabricação do produto;
f) suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
g) suspensão temporária de atividade;
h) revogação de concessão ou permissão de uso;
i) cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
j) interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
k) intervenção administrativa;
l) imposição de contrapropaganda.
Por fim, é importante mencionarmos que pode haver cumulação de sanções, sendo
possível, inclusive, aplicação desta(s) por medida cautelar antecedente ou incidente de
procedimento administrativo, tendo o fornecedor direito à ampla defesa.
Vejamos agora, uma breve análise de cada uma das sanções administrativas:
A multa é a sanção pecuniária aplicada em razão do inadimplemento dos deveres de
consumo. Ela deve ser aplicada mediante procedimento administrativo de órgão competente,
nos termos da lei (CDC, art. 57 c.c. o art. 56, I). Deve ser graduada de acordo com a gravidade
da infração, a vantagem auferida, bem como da condição econômica do fornecedor.
A apreensão de produto é a providência que visa suprimir do mercado produtos
irregulares ou impróprios ao consumo, sendo por vício de quantidade ou mesmo em
desacordo com as especificações ou fórmulas apresentadas.
Quanto à inutilização do produto, é uma sanção que deve ser vista como medida
impeditiva de consumo de determinado produto, por este ser impróprio à saúde da
população. A inutilização, no caso, tem como objetivo impedir o consumo, tornando inviável
que este volte ao mercado. Por ser grave a irregularidade, justifica-se a inutilização,
garantindo segurança ao consumidor. Uma vez que o produto oferece riscos eminentes aos
consumidores, esta inutilização pode ocorrer antes ou após a instauração do processo,
podendo ser objeto de incineração.
Em se tratando de cassação do registro do produto junto ao órgão competente, está
sanção ocorre quando em determinado produto verificando-se irregularidades, como
adulteração da fórmula e fraude. E, sendo um produto que necessita de registro junto a órgão
administrativo para ser fabricado, distribuído e comercializado, cabe à Administração
proceder a cassação do respectivo registro, impossibilitando que o produto possa ser
produzido, distribuído ou comercializado. Sua configuração deve estar respaldada pela força
probatória do ato infrator, para que o fornecedor não seja apenado, com extremo rigor, cujos
reflexos estarão presentes no impedimento do exercício da atividade econômica.
A proibição de fabricação do produto é uma sanção decorrente da potencialidade
lesiva que o produto pode atingir. Por ser de tão alta intensidade lesiva, a Administração deve
proíbe sua fabricação no território nacional, evitando futuros danos à vida e à saúde dos
consumidores.
Quanto à suspensão de fornecimento de produtos ou serviços, trata-se de
paralisação temporária, até que se esclareça denúncia sobre fraude ou perigo para o
consumidor, evitando-se que, nesse interim, tais produtos ou serviços continuem a ser
fornecidos e comercializados, minimizando riscos à vida, saúde e segurança dos
consumidores.
A suspensão temporária de atividade, na mesma linha da sanção anterior, objetiva
a paralisação temporária de atividade industrial, comercial ou de prestação de serviço, até
que se apure irregularidade que estejam afetando os consumidores.
A respeito da revogação de concessão ou permissão de uso, existem determinadas
atividades que são exercidas através de concessão ou permissão do poder público, tais como
os dos transportes e das comunicações. Desta forma, caso os fornecedores de tais produtos e
serviços incorreram em alguma infração às normas do CDC, estas concessões ou permissões
poderão ser revogadas pela autoridade pública.
Com relação à cassação de licença do estabelecimento ou de atividade,
será aplicável nos casos em que o fornecedor, que necessita de licença da administração para
instalar e fazer funcionar seu estabelecimento ou atividade, desrespeita a legislação e insiste
em lançar no mercado produto nocivo à saúde ou impróprio para o consumo humano, de tal
sorte que a cassação da licença impedirá o funcionamento do estabelecimento ou o exercício
da atividade, com isso impedindo-se a continuação do fabrico ou da comercialização;
Quanto à interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de
atividade, trata-se de sanção mais grave que as anteriores e deverá ser aplicada nos casos de
insuficiência das antecedentes. São os casos de apreensão e inutilização do produto, cassação
de registro de produto e cassação de licença de estabelecimento. Vem a ser a proibição de
funcionamento do estabelecimento, obra ou atividade que esteja causando lesão aos direitos
dos consumidores, sob pena de desobediência.
Nos casos de intervenção administrativa, procura-se remover a administração do
estabelecimento ou atividade, em caso de lesão ao consumidor, ou da paralisação de serviço
público essencial, sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação da
licença, a interdição ou suspensão da atividade (CDC, art. 59 § 2°). Seu objetivo é restabelecer
a prestação de serviço público essencial ao consumidor, como transporte, escola e hospital,
ou restaurar os direitos do consumidor, sem impedir o funcionamento do estabelecimento ou
atividade, mas afastando os dirigentes recalcitrantes.
Já a imposição de contrapropaganda é a sanção específica para os casos de
propaganda enganosa ou abusiva. É a divulgação, a expensas do infrator, de mensagem da
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local, espaço
e horário, de maneira capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva (CDC,
art. 56, XII c.c. art. 60, caput, e § 1°). É o desmentido, o reconhecimento de que o produto não
possui as qualidades e virtudes anunciadas em peça publicitária. Evita-se, com a aplicação
desta sanção, que o consumidor, influenciado pela publicidade enganosa, venha a adquirir
produtos ou serviços de forma iludida, ou em desacordo com sua vontade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS