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Especialista Tributário em Clínicas Médicas,

Odontológicas e de Saúde
Instrutores
Introdução
Normas aplicáveis

RDC nº 63/2011 ➔ Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de


Saúde

RDC nº 50/2002 ➔ Planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos


de estabelecimentos assistenciais de saúde

RDC nº 306 / 2004 ➔ Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de


Serviços de Saúde

Portaria SVS/MS n° 344/1998 ➔ Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos


sujeitos a controle especial.

*RDC = Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de


Vigilância Sanitária
**SVS/MS = Secretaria de Vigilância em Saúde - Ministério da Saúde
Normas aplicáveis

RDC nº 17/2013 ➔ Critérios para peticionamento de AFE e AE de farmácias e drogarias

*AFE ➔ Autorização de Funcionamento da ANVISA ➔ permissão para que as farmácias e drogarias exerçam
as atividades sob regime de vigilância sanitária, mediante comprovação de requisitos técnicos e
administrativos específicos

** AE ➔ Autorização Especial da ANVISA ➔ concede às farmácias permissão para o exercício da atividade


de manipulação das substâncias sujeitas a controle especial, bem como dos medicamentos que as
contenham

RIR/2018 ➔ Tratamento do IRPJ e CSLL

IN RFB nº 1.700/2017 ➔ Regulamentação da RFB

Lei nº 10.406/2002 ➔ Societário


Normas ANS e ANVISA
Dentre as Competência da ANS
1) propor normas relativas fixar diretrizes gerais para implementação no setor de saúde
suplementar sobre:
▪ Aspectos econômico-financeiros
▪ Normas de contabilidade, atuariais e estatísticas
▪ Parâmetros quanto ao capital e ao patrimônio líquido mínimos, bem assim quanto às
formas de sua subscrição e realização quando se tratar de S/A.
▪ Políticas e diretrizes gerais ao Conselho Nacional de Saúde Suplementar (CONSU) para
a regulação do setor de saúde suplementar
Autorização de Funcionamento da ANVISA (AFE)
É necessário a Autorização da ANVISA para o funcionamento das empresas que, relativamente aos
itens constantes da Lei nº 6.360/76, Decreto nº 79.094/77 e Lei nº 9.782/99, Decreto nº 3.029/99,
correlacionadas à Medicamentos, Drogas e Insumos Farmacêuticos, pretendem exercer atividades
de:
1) Extrair
2) Produzir
3) Fabricar Exemplos:
4) Transformar Agrotóxicos; Alimentos; Cosméticos;
Embarcações; Farmácias e Drogarias; Insumos
5) Sintetizar farmacêuticos; Medicamentos; Portos,
6) Embalar Aeroportos e Fronteiras; Produtos para a saúde;
7) Reembalar Saneantes; Tabaco
8) Importar
9) Exportar
10) Armazenar
11) Expedir
12) Distribuir
AFE de Farmácias e Drogarias
▪ Permissão expedida pela ANVISA para que a empresa possa comercializar
medicamentos industrializados, incluindo os medicamentos sujeitos a controle especial,
presentes na Portaria SVS/MS n° 344/1998

▪ Necessário comprovar os requisitos técnicos e administrativos específicos, conforme


estabelecido na RDC nº 17/2013

▪ Ausência ➔ infração sanitária e estará sujeita a pena de advertência, interdição,


cancelamento de autorização e de licença e/ou multa, de acordo com os termos da Lei
nº 6.437/1977

▪ Também devem estar licenciadas pelo órgão competente do estado ou município.


Autorização Especial de Empresa (AE) - ANVISA

▪ Permite o exercício de atividades que envolvam insumos farmacêuticos, medicamentos


e substâncias sujeitas a controle especial, bem como o plantio, cultivo e colheita de
plantas* das quais possam ser extraídas substâncias sujeitas a controle especial,
mediante comprovação de requisitos técnicos e administrativos específicos constantes
da RDC n° 16 / 2014

▪ Ausência ➔ infração sanitária e estará sujeita a pena de advertência, interdição,


cancelamento de autorização e de licença e/ou multa, de acordo com os termos da Lei
nº 6.437/1977

*Somente é concedida à pessoa jurídica de direito público ou privado que tenha por
objetivo o estudo, a pesquisa, a extração ou a utilização de princípios ativos obtidos
daquelas plantas
Multas da ANVISA - Lei nº 6.437/1977

A pena de multa consiste no pagamento das seguintes quantias:


▪ nas infrações leves ➔ de R$ 2.000,00 a R$ 75.000,00
▪ nas infrações graves, de R$ 75.000,00 a R$ 200.000,00
▪ nas infrações gravíssimas, de R$ 200.000,00 a R$ 1.500.000,00

As multas serão aplicadas em dobro em caso de reincidência

A autoridade sanitária competente levará em consideração a capacidade econômica do


infrator
Multas da ANVISA - Lei nº 6.437/1977
As infrações sanitárias classificam-se em:

▪ leves, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância atenuante

▪ graves, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante

▪ gravíssimas, aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais circunstâncias


agravantes
Multas da ANVISA - Lei nº 6.437/1977
ATENUANTES AGRAVANTES
A ação do infrator não ter sido fundamental Ter o infrator reincidente
para a consecução do evento

A errada compreensão da norma sanitária, Ser o infrator cometido a infração para obter
admitida como excusável, quanto patente a vantagem pecuniária decorrente do consumo
incapacidade do agente para atender o pelo público do produto elaborado em
caráter ilícito do fato contrário ao disposto na legislação
o infrator, por espontânea vontade, O infrator coagir outrem para a execução
imediatamente, procurar reparar ou minorar material da infração
as consequências do ato
ter o infrator sofrido coação, a que podia Ter a infração consequências calamitosas à
resistir, para a prática do ato saúde pública
ser o infrator primário, e a falta cometida, de Se, tendo conhecimento de ato lesivo à saúde
natureza leve pública, o infrator deixar de tomar as
providências de sua alçada tendentes a evitá-
lo
Ter o infrator agido com dolo, ainda que
eventual fraude ou má fé
Dispensa de AFE
Não é exigida AFE dos seguintes estabelecimentos ou empresas:

1. que exercem o comércio varejista de produtos para saúde de uso leigo;


2. filiais que exercem exclusivamente atividades administrativas, sem armazenamento, desde que
a matriz possua AFE;
3. que realizam o comércio varejista de cosméticos, produtos de higiene pessoal, perfumes e
saneantes;
4. que exercem exclusivamente atividades de fabricação, distribuição, armazenamento,
embalagem, exportação, fracionamento, transporte ou importação, de matérias-primas,
componentes e insumos não sujeitos a controle especial, que são destinados à fabricação de
produtos para saúde, cosméticos, produtos de higiene pessoal, perfumes e saneantes;
5. que realizam exclusivamente a instalação, manutenção e assistência técnica de equipamentos
para saúde.
Abertura de Clínicas Médicas

O primeiro passo para “abrir” um serviço de saúde é procurar a Vigilância Sanitária do


município ou estado, pois o licenciamento sanitário, assim como a fiscalização destes
serviços, é realizado de forma descentralizada, ou seja, pelos órgãos locais de Vigilância
Sanitária.

RDC n. 50 / 2002, Art. 3° As secretariais estaduais e municipais de saúde são


responsáveis pela aplicação e execução de ações visando o cumprimento deste
Regulamento Técnico, podendo estabelecer normas de caráter supletivo ou
complementar a fim de adequá-lo às especificidades locais.

*RDC n. 50 / 2002 ➔ dispõe sobre o planejamento, programação,


elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde
Clínicas Médicas – Vigilância Sanitária
CLÍNICA MÉDICA COM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS INVASIVOS E COM INTERNAÇÃO
Referente ao alvará sanitário para estabelecimentos que exerçam atividades relacionadas
à clínica médica (com procedimentos invasivos ou cirúrgicos e com internação) a empresa
precisará realizar os seguintes passos (ex: orientações PMF):

▪ Preencher o requerimento padrão


▪ Contrato social
▪ Cartão CNPJ
▪ Alvará de funcionamento da SMDU (Secretaria municipal do meio ambiente e
desenvolvimento urbano)
▪ Croqui de localização (desenho da localização)
▪ Guia DAM (devidamente paga para as atividades requeridas)

*Ver modelos específicos junto à Vigilância Sanitária de cada Município.


Clínicas Médicas – Vigilância Sanitária

▪ Roteiro de Auto-Inspeção Geral de Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) com


procedimento cirúrgico ou invasivo + anexos específicos para as atividades desenvolvidas (se
for o caso), preenchidos e assinados pelo responsável técnico e/ou proprietário
▪ Certidão (de Inclusão) de Responsabilidade Técnica emitida pela Vigilância Sanitária ou
protocolo de solicitação da mesma + Certificado/Declaração de inscrição do profissional no
respectivo conselho de classe (para o ano vigente)
▪ Documento comprobatório de constituição do Núcleo de Segurança do Paciente - NSP
assinado pelo responsável técnico ou legal, e da última reunião do NSP
▪ Relatórios de Controle de Qualidade dos Equipamentos de Raios-X (quando houver atividades
de radiologia - cód. 15117; 15150)

*Ver modelos específicos junto à Vigilância Sanitária de cada Município.


Clínicas Médicas – Vigilância Sanitária

*Ex.: Florianópolis
Diretrizes básicas - PPRA

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

PPRA, além do previsto na NR-09, na fase de reconhecimento, deve conter:


1) Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica
e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando:
a) fontes de exposição e reservatórios
b) vias de transmissão e de entrada
c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente
d) persistência do agente biológico no ambiente
e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos
f) outras informações científicas
Diretrizes básicas - PPRA

2) Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando:


a) a finalidade e descrição do local de trabalho
b) a organização e procedimentos de trabalho
c) a possibilidade de exposição
d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho
e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento
CNAEs Comuns

8630-5/01 Atividade médica ambulatorial com recursos para


realização de procedimentos cirúrgicos

8630-5/02 Atividade médica ambulatorial com recursos para


realização de exames complementares

8630-5/03 Atividade médica ambulatorial restrita a consultas

8630-5/04 Atividade odontológica

8650-0/04 Atividades de fisioterapia


Riscos Comuns aos CNAEs

Atividades Riscos
Agentes Exemplos de Fonte
CNAEs Comuns
Contato com fluídos corporais, ambiente hospitalar e
Bactérias, fungos, vírus e
Biológico com doenças infectocontagiosas; Ar Condicionado;
microorganimos
limpeza de banheiros

8630-5/01 Produtos Domissanitários, Substâncias,


Químico Contato com produtos químicos de limpeza
Compostos ou produtos químicos
8630-5/02
Operação de equipamentos de raio-x e
Físico Radiações Ionizantes
acompanhamento a pacientes na sala de raio-x
8630-5/03
Trabalho em pé na mesma posição durante as
8630-5/04 Ergonômico Postura Inadequada e Má iluminação cirurgias; Trabalho sentado na mesma posição; uso do
telefone ou digitação; Iluminação natural e artificial
8650-0/04
Utilização de bisturis e agulhas em procedimentos de
Perfuração, Quedas, Trânsito e suturas e micro cirurgias; acidentes de percurso e de
Acidentes
Transporte trânsito devido ao deslocamento com veículos para
atendimento médico.
Diretrizes básicas - PCMSO
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO

a) Reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos


b) Localização das áreas de risco segundo PPRA
c) Relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que
desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos
d) Vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos
e) Programa de vacinação

Sempre que houver transferência permanente ou ocasional de um trabalhador para um


outro posto de trabalho, que implique em mudança de risco, esta deve ser comunicada
de imediato ao médico coordenador ou responsável pelo PCMSO.
Inscrição de Pessoa Jurídica no CRM
Inscrição de PJ no CRM
▪ Solicitação ➔ verificar em cada Estado (maioria on-line)

▪ Diretor Técnico ➔ realiza solicitações, recebe notificações, realiza contatos


e acompanha todo o processo de uma solicitação até a sua conclusão.

▪ Envio de Documentos ➔ formato PDF

▪ Exemplos - Links PR e SC:


▪ https://servicos.crmpr.org.br/portal/inscricao-pre-prestador
▪ http://www.cremesc.org.br/conteudo.jsp?ids=1261
▪ https://servicos.crmpr.org.br/portal/api/arquivos/manualPJ.pdf
Inscrição de PJ no CRM – Lab. Anatomia Patológica
▪ As obrigações éticas e legais dos médicos e laboratórios de anatomia
patológica, assim como as condutas tomadas a partir de laudos
citopatológicos positivos e a auditoria desses exames estão previstas na
nova Resolução CFM nº 2.074/2014.

▪ Ficou estabelecido que exames anatomopatológicos são atos privativos dos


profissionais da Medicina.
Componentes da Sociedade Médica
▪ Não precisam ser, necessariamente, médicos, mas para o registro no Conselho
Regional de Medicina faz-se necessário que um médico figure como Responsável
Técnico, de acordo com a Resolução CFM 1.980/11:

Art. 5º O cadastro ou registro da empresa, instituição, entidade ou


estabelecimento deverá ser requerido pelo profissional médico responsável técnico,
em requerimento próprio, dirigido ao conselho regional de medicina de sua
jurisdição territorial.
Inscrição de Pessoa Jurídica
nos demais Conselhos
Componentes da Sociedade Odontologia - CRO
▪ Necessidade de Responsável Técnico, Resolução CFO 63/05:

Art. 88. Para se habilitar ao registro e à inscrição, a entidade prestadora de


assistência odontológica e a empresas que comercializam e/ou industrializam
produtos odontológicos deverão, obrigatoriamente, ter sua parte técnica
odontológica sob responsabilidade de um cirurgião-dentista.
Art. 89. Estão obrigadas a registro e inscrição as clínicas sujeitas à administração
direta ou indireta, Federal, Estadual ou Municipal, as pertencentes a instituições
de ensino e as das entidades representativas da classe.
Parágrafo único. Não são obrigados a registro e inscrição como clínica
odontológica, os consultórios que apenas anunciem especialidades.
CRO – Acúmulo de Responsabilidade Técnica
▪ É vedado ao cirurgião-dentista a acumulação de responsabilidades técnicas,
inclusive no caso de filial, conforme disposição do §2º do art. 90 da Res.
CFO-63/05

▪ Excepcionalmente, o profissional poderá acumular 02 (duas)


responsabilidades técnicas, desde que uma das empresas tenha finalidade
filantrópica, e, o profissional não receba desta nenhuma remuneração (§3º,
art. 90 da Res. CFO-63/90).
CREFITO – Responsabilidade Técnica
▪ Para inscrever a PJ com atividade de fisioterapia e/ou terapia ocupacional
é necessário indicação de um responsável técnico, conforme art. 4º da
Resolução COFFITO nº 37/84

▪ Acúmulo de Responsabilidade ➔ A responsabilidade técnica é exercida


pelo fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional, em, no máximo, 3 (três)
empresas, conforme art. 23, parágrafo único, da Resolução COFFITO nº
37/84
CREFONO – Responsabilidade Técnica
▪ Toda PJ de direito público ou privado, que exerça atividades que estejam
ligadas à Fonoaudiologia, é obrigada a registrar-se no Conselho Regional
de Fonoaudiologia de sua jurisdição apresentando um Fonoaudiólogo,
devidamente registrado e plenamente regular junto ao Conselho como
RESPONSÁVEL TÉCNICO, conforme determina a Lei nº 6965/81 e
Resoluções CFFa Nº 446/14 e 439/13
CRN – Responsabilidade Técnica
▪ Toda PJ, que exerça atividades do campo da alimentação e
nutrição humanas, é obrigada a registrar-se no Conselho Regional de
Nutrição de sua jurisdição apresentando um Nutricionista, devidamente
registrado e plenamente regular junto ao Conselho como RESPONSÁVEL
TÉCNICO, conforme determina a Resolução CFN nº 378/2005.
Laboratório de Análises Clínicas – Registro no Conselho
Decreto nº 20.931 de 11 de janeiro de 1932:

Art. 24 Os institutos hospitalares de qualquer natureza, públicos ou particulares, os


laboratórios de análises e pesquisas clínicas, os laboratórios de soros, vacinas e outros
produtos biológicos, os gabinetes de raios X e os institutos de psicoterapia, fisioterapia
e ortopedia, e os estabelecimentos de duchas ou banhos medicinais, só poderão
funcionar sob responsabilidade e direção técnica de médicos ou farmacêuticos, nos
casos compatíveis com esta profissão, sendo indispensável para o seu funcionamento,
licença da autoridade sanitária.
Laboratório de Análises Clínicas – Registro no Conselho
Registro da empresa (PARECER CFM Nº 80/98):

▪ Diretor técnico médico ➔ registro no CRM

▪ Diretor técnico farmacêutico ➔ registro no CRF

Em laboratórios que executam exclusivamente análises clínicas não há


obrigatoriedade de ser médico seu técnico.
Exigência de Registro por mais de um Conselho
2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou-se no sentido de que a obrigatoriedade de
registro nos conselhos profissionais e a indicação de responsável técnico é determinada pela atividade básica
ou pela natureza dos serviços prestados pela empresa. Precedentes (AGARESP 201600179730, HERMAN
BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:27/05/2016 ..DTPB / AGRESP 200901500633, SÉRGIO KUKINA,
STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:11/05/2016 ..DTPB).

3. Ainda, a jurisprudência veda o duplo registro, devendo a empresa ser registrada junto ao Conselho que
fiscaliza a sua atividade principal, ainda que exerça secundariamente atividades sujeitas a fiscalização por
outros Conselhos Profissionais. Precedentes (APELREEX 00068902820124036106, DESEMBARGADOR
FEDERAL CARLOS MUTA, TRF3 - TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:18/01/2017
..FONTE_REPUBLICACAO / AC 00055018520104036103, DESEMBARGADOR FEDERAL NELTON DOS SANTOS,
TRF3 - TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:13/05/2016 ..FONTE_REPUBLICACAO).

TRF 3ª Região. 2017.


APELAÇÃO CÍVEL Nº 0003998-65.2012.4.03.6133/SP
Obrigatoriedade de obter CNES
CNES: Informe o número de inscrição no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) com sete
dígitos, se Prestador de Serviço de Saúde.

Portaria MS 1.646/16:

Art. 4º O cadastramento e a manutenção dos dados cadastrais no CNES são obrigatórios para que todo e
qualquer estabelecimento de saúde possa funcionar em território nacional, devendo preceder aos
licenciamentos necessários ao exercício de suas atividades, bem como às suas renovações.

http://cnes2.datasus.gov.br/
Aspectos Constitutivos
039

Capital Social Mínimo para Constituição de Operadoras

▪ Seguindo o que está disposto no art. 3º da RN/ANS nº 451/2020, a ANS divulga os


parâmetros para a atualização do Capital de Referência a ser considerado no cálculo
do Capital Base (CB) a ser observado pelas operadoras de planos de saúde (site ANS)
040

Sociedade Empresária x Sociedade Simples

Sociedade Empresária Sociedade Simples


São as exercentes de atividade típica do
Empresário, isto é, as que desenvolvem São sociedades constituídas para que os
profissionalmente atividade econômica sócios possam, de forma organizada,
organizada para a produção e exercer atividade econômica intelectual.
circulação de bens ou de serviços.
Ex.: Profissionais liberais, médicos,
Ex.: Clínicas Médicas / Odontológicas
advogados, dentistas, etc
o Registro Público de Empresas
Registro Civil das Pessoas Jurídicas
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais
041

Sociedade Limitada
❑ A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente
pela integralização do capital social

❑ Aplica-se subsidiariamente as normas da sociedade simples

❑ O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. É vedada
contribuição que consista em prestação de serviços.

❑ Aos bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de 5 anos da
data do registro

❑ A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios,


enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização.
042

Novidade: Sociedade Limitada Unipessoal


Lei 10.406/2002:

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de


suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

§ 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. (Incluído
pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que
couber, as disposições sobre o contrato social. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Abertura de Clínicas Médicas
EIRELI
▪ A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) será constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 vezes o maior
salário-mínimo vigente no País. (998,00 em 2019)
▪ O nome empresarial ➔ expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social
▪ A pessoa natural poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade
▪ Poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio,
independentemente das razões que motivaram tal concentração.
▪ Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de
serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou
de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade
profissional.
▪ Aplicam-se à EIRELI, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas.
EIRELI – Alteração em agosto de 2018
▪ Em 6 de agosto de 2018, o Departamento de Registro Empresarial e Integral (DREI),
fixou entendimento de que é possível uma mesma pessoa jurídica ser titular de mais de
uma EIRELI. (IN DREI 47/2018)
“A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI poderá ser constituída
tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica, nacional ou estrangeira.
Quando o titular da EIRELI for pessoa natural deverá constar do corpo do ato
constitutivo cláusula com a declaração de que o seu constituinte não figura em
nenhuma outra empresa dessa modalidade.
A pessoa jurídica pode figurar em mais de uma EIRELI.”
EIRELI – Alteração em agosto de 2018
DR. BELTRANO

EIRELI TITULAR ➔ PF
HOLDING

Empresa
EIRELI SAÚDE 1 EIRELI SAÚDE 2 EIRELI SAÚDE 3 EIRELI SAÚDE 4 4

EIRELIs TITULARES ➔ PJ
Pessoas Jurídicas

Lei nº 10.406/2002 (Código Civil):


Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Empresa Individual Equiparada à PJ para fins tributários

Decreto 9.580/18 (RIR/18):


Art. 162. As empresas individuais são equiparadas às pessoas jurídicas (Decreto-Lei nº
1.706, de 23 de outubro de 1979, art. 2º).
§ 1º São empresas individuais:
I - os empresários constituídos na forma estabelecida no art. 966 ao art. 969 da Lei nº
10.406, de 2002 - Código Civil;
II - as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente,
qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de
lucro, por meio da venda a terceiros de bens ou serviços (Lei nº 4.506, de 1964, art. 41, § 1º,
alínea “b”; e Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 27, § 1º); e
Empresa Individual Equiparada à PJ para fins tributários

Decreto 9.580/18 (RIR/18):


Art. 162.
§ 2º O disposto no inciso II do § 1º não se aplica às pessoas físicas que, individualmente,
exerçam as profissões ou explorem as atividades de:
I - médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador,
jornalista, pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser assemelhadas (Decreto-
Lei nº 5.844, de 1943, art. 6º, caput, alínea “a”; Lei nº 4.480, de 14 de novembro de 1964,
art. 3º; e Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil, art. 966, parágrafo único);
EIRELI - Exploração Individual da Atividade Médica

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ EMENTA: A EIRELI se


caracteriza efetivamente como uma pessoa jurídica e não como uma pessoa física
equiparada à jurídica. Não existe qualquer impedimento legal a que a EIRELI explore,
individualmente, a atividade médica. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 10.406, de 2002
(Código Civil), art. 44, inciso VI e art. 980-A, Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR), art.
150, §§1º e 2º; SCI Cosit nº 19, de 2013. (SC Cosit 272/2014)
EIRELI – Divisão da Receita entre PJ e PF (Livro Caixa)

Ementa: EIRELI. SERVIÇOS MÉDICOS. FRACIONAMENTO DE RECEITAS. AUSÊNCIA DE


AUTONOMIA OPERACIONAL E PATRIMONIAL. IMPOSSIBILIDADE. O exercício de uma
única atividade econômica, no mesmo local e utilizando os mesmos recursos, impede
que o profissional adote dois regimes tributários diversos, submetendo parte dos
rendimentos decorrentes dessa atividade à tributação como pessoa física e parte
como pessoa jurídica (Eireli). Dispositivos Legais: Lei nº 12.441, de 2011, art. 2º; Lei
nº 12.406, de 2002, arts. 44, 45 e 966; IN RFB nº 1.634, de 2016, art. 29, II, ‘a’.
(Solução de Consulta Cosit nº 429, de 13 de setembro de 2017)
Prestação de Serviço x Venda de Serviço
Parecer Normativo CST nº 15/83:
5.3 Por oportuno, convém ressaltar que não se deve confundir prestação de serviços com venda de serviços.
5.3.1 Na primeira hipótese, há uma efetiva prestação de serviços pessoais, pelos componentes da sociedade
ou profissionais por ela empregados, sendo exemplo os consultórios e escritórios de profissionais liberais.
5.3.2 A segunda hipótese - venda de serviços - pressupõe uma unidade econômica e jurídica sob estrutura
empresarial, na qual são agrupados e coordenados os fatores materiais e humanos, inclusive de qualificação
diferente dos titulares da sociedade necessários à consecução dos objetivos sociais e ao desenvolvimento de
atividade profissional e lucrativa, com receita oriunda de rubricas diversas, não só da prestação de serviços,
configurando uma empresa comercial, cujos negócios ou atividades passam a ter natureza de atos de
comércio. Nesta hipótese há um conjunto de operações características de empresa, pela atividade conjugada
e indiscriminada dos seus elementos na realização dos objetivos sociais, as quais se configuram como
operações de vendas de produtos, bens, idéias ou serviços, que podem ser de informações, de propaganda
ou publicidade, de educação, de saúde, de transportes, de serviços de terceiros, etc.
Prestação de Serviço x Venda de Serviço

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 060, DE 27 DE OUTUBRO DE 2010


4ª REGIÃO FISCAL (AL, PB, PE e RN)
(DOU de 11.11.2010)
ASSUNTO: Obrigações Acessórias (Dmed)
EMENTA: O médico que, individualmente, exerça a profissão, ainda que contrate empregado com a função
de atendente, não é obrigado a apresentar a Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed), visto que
não se equipara a pessoa jurídica, para os efeitos da legislação do Imposto sobre a Renda. Nada obstante, se
o médico prestar os serviços com o auxílio de outros profissionais de formação idêntica à sua, equiparar-se-á
a pessoa jurídica, nos termos da legislação do citado tributo, ficando, portanto, obrigado a inscrever-se no
CNPJ e a entregar a referida Dmed.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Decreto Nº 3.000, de 1999, art. 150, § 1º, II, e § 2º, I; IN RFB Nº 985, de 2009, art.
2º, "caput", alterada pela IN RFB Nº 1.055, de 2010.
Condomínios de Consultórios

Característica do Condomínio ➔ existência de área comum e área privativa

Constituição ➔ por meio de uma convenção com aprovação de 2/3 das frações ideais

Finalidade ➔ rateio das despesas da área comum. Ex.: Despesas com folha de portaria

Descaracterização ➔ Estrutura organizada para venda de serviços

Tributação ➔ Cada PJ ou PF, ora condômino, registra suas receitas e despesas e oferece a
tributação segundo seu regime.
Condomínios - Reflexos para Contabilidade e Tributação
Condomínio de Consultórios Condôminos PJ e PF

▪ Contabilidade própria ▪ Contabilidade própria ou livro caixa


▪ Rateio de despesas das áreas comuns, ▪ Reconhecimento da despesa do
via de regra, proporcionalmente à condomínio, via de regra,
fração ideal de cada condômino proporcionalmente à fração ideal
▪ Receita ➔ Taxas condominiais ▪ Receita ➔ Consultas
▪ Sem personalidade jurídica ▪ Tributado de acordo com regime ou Livro
▪ Impossibilidade de tributar receitas Caixa
externas como PJ
Terceirização da atividade médico-hospitalar

“É licita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre


pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das
empresas envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa
contratante”. (STF, 2018. ADPF 324 e o Recurso Extraordinário nº 958252)
Aspectos Tributários
Lucro Presumido: PJs Impedidas de Optar – RIR/18

▪ Somente a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo lucro
real poderá optar pela tributação com base no lucro presumido. (Art. 587,
§ 3º, RIR/18)

▪ A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em


relação a todo o ano-calendário (Art. 587, § 1º, RIR/18)

▪ A opção será manifestada com o pagamento da primeira ou da quota única


do IRPJ (DARF 2089) devido correspondente ao primeiro período de
apuração de cada ano-calendário (Art. 587, § 4º, RIR/18)
Lucro Presumido: PJs Impedidas de Optar – RIR/18
Impedidas ao Lucro Presumido (art. 257, RIR/18):
▪ cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 ou
proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses

▪ Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento,


agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio,
sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguros privados e de capitalização e entidades abertas de previdência complementar

▪ que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior


Lucro Presumido: PJs Impedidas de Optar – RIR/18

Impedidas ao Lucro Presumido (art. 257, RIR/18):


▪ que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à
isenção ou à redução do IR
▪ que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime
de estimativa
▪ Factoring
▪ que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do
agronegócio
▪ que tenham sido constituídas como sociedades de propósito específico, formadas por
MEs e EPPs, observado o disposto no art. 56 da LC nº 123/2006
▪ Que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei 13.043, de 2014
Lucro Presumido - Períodos de Apuração
O IRPJ e a CSLL com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração
trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário.

1º Trimestre Janeiro, Fevereiro e Março Período de Apuração: 31 de março

2º Trimestre Abril, Maio e Junho Período de Apuração: 30 de junho

3º Trimestre Julho, Agosto e Setembro Período de Apuração: 30 de setembro

4º Trimestre Outubro, Novembro e Dezembro Período de Apuração: 31 de dezembro


Lucro Presumido - Base de Cálculo
O lucro presumido será apurado, trimestralmente, pela soma das seguintes parcelas:

i. O valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção relativa a cada atividade,


sobre a receita bruta auferida em cada período de apuração trimestral, deduzida das
devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos;

ii. Demais receitas e ganhos de capital e outros acréscimos à base de cálculo.

Base legal: arts. 25, 51 e 53 da Lei nº 9.430/96


Lucro Presumido
RECEITA BRUTA (art. 208 do RIR/2018)
(+) O produto da venda de bens nas operações de conta própria
(+) O preço da prestação de serviços em geral
(+) O resultado auferido nas operações de conta alheia
(+) As receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não
compreendidas nos itens anteriores
(=) Receita Bruta
Nota: Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do
comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de
mero depositário.

(+) Receita Bruta


(-) Devoluções e vendas canceladas
(-) Descontos concedidos incondicionalmente
(-) Tributos sobre ela incidentes
(-) Valores decorrentes de ajuste a valor presente do ativo vinculado à receita
bruta
(=) Receita Líquida
Lucro Presumido – Regime de Caixa
Possibilidade de adotar o regime de caixa para o reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou
de prestação de serviços, com pagamento a prazo ou em parcelas.

Esse reconhecimento se fará pelo recebimento desses valores, devendo a pessoa jurídica:
a) quando mantiver escrituração do Livro Caixa:
• emitir nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou conclusão do serviço; e
• indicar, no Livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento;
ou

b) quando mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os


recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a
nota fiscal a que corresponder o recebimento.
Percentuais de Presunção de IRPJ e CSLL
IRPJ CSLL

ATIVIDADE Receita anual


% até R$ %
120.000,00*

Revenda de combustíveis derivados de petróleo e álcool, GLP e gás natural veicular 1,6 - 12,0

Venda de Lubrificantes 8,0 - 12,0

Venda de Mercadorias 8,0 - 12,0

Venda de produtos industrializados 8,0 - 12,0

Industrialização por Encomenda** 8,0 - 12,0

Atividade Rural 8,0 - 12,0

Sobre a receita bruta dos serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia
clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e
patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de 8,0 - 12,0
sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
Anvisa (art. 29, Lei 11.727/2008)

Serviços de Fisioterapia, desde que respeito os critérios do art. 29, Lei 11.727/2008. 8,0 - 12,0

Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra ou aplicação


32,0 16,0 32,0
parcial de materiais

Construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais


8,0 - 12,0
indispensáveis à sua execução (Solução de Consulta nº 54, de 11 de Julho de 2011)

Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiridos


8,0 - 12,0
para revenda

Base legal: Arts. 591 e 592 do RIR/18


Percentuais de Presunção de IRPJ e CSLL
IRPJ CSLL
ATIVIDADE Receita anual até
% %
R$ 120.000,00*

Serviços de transporte de cargas 8,0 - 12,0

Serviços de transporte de passageiros 16,0 - 12,0

Serviços de profissões legalmente regulamentada, inclusive escolas 32,0 - 32,0

Intermediação de negócios, inclusive corretagem (seguros, imóveis, dentre outros) 32,0 16,0 32,0

Compra e venda de veículos usados (muito embora, trate-se de uma


comercialização, para fins fiscais, equipara-se a operação de consignação, 32,0 16,0 32,0
conforme art. 5º da Lei nº 9.716 de 1998).

Administração, locação ou cessão de bens imóveis, e móveis. 32,0 16,0 32,0

Prestação de serviços de gráfica, com ou sem fornecimento de material, em


32,0 16,0 32,0
relação à receita bruta que não decorra de atividade comercial ou industrial
Prestação de serviços de suprimento de água tratada e coleta de esgoto e
32,0 16,0 32,0
exploração de rodovia mediante cobrança de pedágio (AD COSIT nº 16/2000)
Coleta e transporte de resíduos até aterros sanitários ou local de descarte 32,0 16% 32,0

Base legal: Arts. 591 e 592 do RIR/18


Condições da IN RFB nº 1.700/17
A Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de 2017 Veio esclarecer que não se
aplicam os percentuais reduzidos de presunção do lucro (8% e 12%) na hipótese de:

a) pessoa jurídica organizada sob a forma de sociedade simples;

b) serviços prestados com utilização de ambiente de terceiro; e

c) à pessoa jurídica prestadora de serviço médico ambulatorial com recursos para


realização de exames complementares e serviços médicos prestados em residência, sejam
eles coletivos ou particulares (home care).
Serviços de Saúde
Percentuais de Presunção
Conceito de Serviços Hospitalares – 8% e 12%
Classificam-se como serviços hospitalares aqueles prestados (SC Cosit 227/2015 e ADI nº
19, de 2007):
▪ em estabelecimento próprio
▪ por Entidade assistencial de saúde que disponha de estrutura material e de pessoal
destinados a atender à internação de pacientes humanos
▪ que garanta atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica
organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos
▪ que possuam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente
humano, durante 24 horas por dia
▪ com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e parto,
bem como registros médicos organizados para a rápida observação e acompanhamento
dos casos e organizada sob a forma de sociedade empresária.
Conceito de Serviços Hospitalares – 8% e 12%
São também considerados serviços hospitalares (ADI nº 19, de 2007):

▪ Serviços pré-hospitalares, prestados na área de urgência, realizados por meio de UTI


móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo "D") ou em aeronave de
suporte médico (Tipo "E"), bem como os serviços de emergências médicas, realizados
por meio de UTI móvel, instaladas em ambulâncias classificadas nos Tipos "A", "B", "C"
e "F", que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente
suporte avançado de vida.
Conceito de Serviços Hospitalares
Do conceito de serviços hospitalares estão excluídas (SC Disit nº 7046/2018):
▪ as simples consultas médicas, ainda que oriundas de serviço médico ambulatorial com
recursos para a realização de exames complementares, as quais não se identificam com
as atividades prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos
▪ Para fazer jus ao percentual de presunção referido, a prestadora dos serviços
hospitalares deve, ainda, estar organizada, de fato e de direito, como sociedade
empresária e atender às normas da Anvisa. Caso contrário, a receita bruta advinda da
prestação dos serviços, ainda que caracterizados como hospitalares, estará sujeita ao
percentual de presunção de 32%
▪ Para os serviços médicos prestados em dependências de terceiros, o percentual a ser
utilizado na apuração da base de cálculo do IRPJ, sob o regime do lucro presumido, será
de 32%.
Atuação em Conformidade com as Normas da ANVISA
Atuação em Conformidade com as Normas da ANVISA (SC Cosit 227/2015):

▪ Para atuar em conformidade com as normas da Anvisa, a prestador do serviço deve


dispor de ambientes e profissionais que satisfaçam as determinações da Agência,
delineada na Parte II - Programação Físico Funcional dos Estabelecimentos de Saúde,
item 3 - Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes, da RDC
Anvisa nº 50, de 2002 (páginas 35 a 81)

▪ Condições cuja comprovação deve ser feita mediante alvará da vigilância sanitária
estadual ou municipal.
Condições da IN RFB nº 1.700/17
Art. 33 § 1º
II - 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida:
a) na prestação de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, fisioterapia e terapia ocupacional,
fonoaudiologia, patologia clínica, imagenologia, radiologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina
nuclear e análises e patologias clínicas, exames por métodos gráficos, procedimentos endoscópicos,
radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a prestadora desses serviços
seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa);
§ 3º Para fins de aplicação do disposto na alínea “a” do inciso II do § 1º, entende-se como atendimento às
normas da Anvisa, entre outras, a prestação de serviços em ambientes desenvolvidos de acordo com o item 3
- Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes da Parte II - Programação Físico-
Funcional dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002,
cuja comprovação deve ser feita mediante alvará da vigilância sanitária estadual ou municipal.
Home Care

Para fins de aplicação do percentual de presunção de 8% (oito por cento), a ser aplicado sobre a
receita bruta auferida pela pessoa jurídica com vistas à determinação da base de cálculo do
imposto de renda apurado na forma do lucro presumido, consideram-se serviços hospitalares
aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde, prestados pelos estabelecimentos assistenciais de saúde que desenvolvem as
atividades previstas nas atribuições 1 a 4 da RDC Anvisa nº 50, de 2002.
Para essa finalidade, não são considerados serviços hospitalares as atividades que não possuam
custos diferenciados das simples consultas médicas, os serviços prestados com utilização de
ambiente de terceiro, os serviço médico ambulatorial com recursos para realização de exames
complementares e os serviços médicos prestados em residência, sejam eles coletivos ou particulares
(home care). (SC Cosit nº 195-2019)
Demais serviços de saúde – 8% e 12%
Além dos serviços hospitalares, originalmente previstos, foi também autorizada a
utilização do percentual de 8% para apuração da base de cálculo do IRPJ e 12% para CSLL
pela sistemática do lucro presumido nas atividades de prestação de serviços de:

▪ Auxílio diagnóstico e terapia


▪ Patologia clínica
▪ Imagenologia
▪ Anatomia patológica e citopatologia
▪ Medicina nuclear
▪ Análises e patologias clínicas

***Prestadora destes serviços deve ser organizada sob a forma de sociedade empresária e
atenda às normas da ANVISA
Auxílio diagnóstico e terapia – 8% e 12%
Aplica-se o coeficiente de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta, para fins de
determinação do lucro presumido na atividade de prestação de serviços de reabilitação e
atendimento, por meio de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e hidroterapia,
visto que constituem subatividades referentes à atribuição dos estabelecimentos
assistenciais de saúde consistente na prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e
terapia, desde que, cumulativamente, a prestadora desses serviços seja organizada, de
fato e de direito, sob a forma de sociedade empresária, registrada na Junta Comercial, nos
termos do Código Civil, e possua infraestrutura física conforme a Resolução de Diretoria
Colegiada Anvisa nº 50, de 2002, cuja comprovação deve ser feita mediante alvará
expedido pelo órgão de vigilância sanitária competente. (Solução de Divergência Cosit nº
38/2013)
Auxílio diagnóstico e terapia – 8% e 12%

Ao perquirir se essa lista seria exaustiva, abrangendo apenas as atividades arroladas na


norma (patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina
nuclear e análises e patologias clínicas), a conclusão foi a de que, consoante interpretação
consignada no parágrafo único do art. 31, conjugado com o inciso II do art. 38 da Instrução
Normativa RFB nº 1.234, de 2012, todos os serviços arrolados na “Atribuição 4: Prestação
de Atendimento ao Apoio ao Diagnóstico e Terapia” da Resolução RDC Anvisa nº 50, de
2002, estão entre os que se sujeitam à tributação segundo a regra prevista no artigo objeto
de nova redação. (Solução de Consulta Cosit n.º 114 de 26 de março de 2019)
Auxílio diagnóstico e terapia – 8% e 12%
UNIDADE FUNCIONAL: 4 – APOIO AO DIAGNÓSTICO E TERAPIA
4.1 Patologia Clínica
4.2 Imagenologia
4.3 Métodos gráficos (audiometria, potenciais evocados e estudo do
Sono)
4.4 Anatomia Patológica e Citopatologia
4.5. Medicina nuclear
4.6 Centro Cirúrgico
4.7 Centro Obstétrico (Partos cirúrgicos e normais)
4.8 Reabilitação (Fisioterapia, Terapia ocupacional, Fonoaudiologia)
4.9 Hemoterapia e Hematologia
4.10 Radioterapia
4.11 Quimioterapia
4.12 Diálise
4.13 Banco de leite humano – BLH
4.14 Oxigenoterapia Hiperbárica
Patologia Clínica – 8% e 12%
Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:

ATIVIDADES: 4.1-Patologia clínica:


4.1.1-receber ou proceder a coleta de material (no próprio
laboratório ou descentralizada);
4.1.2-fazer a triagem do material;
4.1.3-fazer análise e procedimentos laboratoriais de substâncias ou
materiais biológicos com finalidade diagnóstica e de pesquisa;
4.1.4-fazer o preparo de reagentes/soluções;
4.1.5-fazer a desinfecção do material analisado a ser descartado;
4.1.6-fazer a lavagem e preparo do material utilizado; e
4.1.7-emitir laudo das análises realizadas.
Imagenologia – 8% e 12%
Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:
4.2-Imagenologia:
4.2.1-proceder à consulta e exame clínico de pacientes;
4.2.2-preparar o paciente;
4.2.3-assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e
realizar procedimentos anestésicos;
4.2.4-proceder a lavagem cirúrgica das mãos;
4.2.5-realizar exames diagnósticos e intervenções terapêuticas:
a)por meio da radiologia através dos resultados de estudos
fluoroscópicos ou radiográficos;
b)por meio da radiologia cardiovascular, usualmente recorrendo a
catéteres e injeções de contraste. Executam-se também
procedimentos terapêuticos como angioplastia, drenagens e
embolizações terapêuticas;
c)por meio da tomografia- através do
emprego de radiações ionizantes;
Imagenologia – 8% e 12%
Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:
d) por meio da ultra-sonografia- através dos resultados dos estudos
ultrasonográficos;
e)por meio da ressonância magnética- através de técnica que utiliza
campos magnéticos;
f)por meio de endoscopia digestiva e respiratória;
g)por outros meios;
4.2.6-elaborar relatórios médico e de enfermagem e registro dos
procedimentos realizados;
4.2.7-proporcionar cuidados pós-anestésicos e pós procedimentos;
4.2.8-assegurar atendimento de emergência;
4.2.9-realizar o processamento da imagem;
4.2.10-interpretar as imagens e emitir laudo dos exames realizados;
4.2.11-guardar e preparar chapas, filmes e contrastes;
4.2.12-zelar pela proteção e segurança de pacientes e operadores; e
4.2.13-Assegurar o processamento do material
biológico coletado nas endoscopias.
Imagenologia / Radiologia

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ EMENTA: LUCRO PRESUMIDO.
BASE DE CÁLCULO. SERVIÇOS DE RADIOLOGIA. AMBIENTE DE TERCEIRO. PESSOA JURÍDICA
NÃO ORGANIZADA DE FATO E DE DIREITO SOB A FORMA DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
PERCENTUAL A base de cálculo presumida do IRPJ incidente na prestação de serviço de
radiologia, com utilização de ambiente de terceiro, por pessoa jurídica não organizada, de
fato e de direito, sob a forma de sociedade empresária, corresponde a trinta e dois por
cento da receita bruta auferida mensalmente. (SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 245, DE
12 DE SETEMBRO DE 2014)
Exames de fibroscan e ultra-som
Portanto, para as atividades da consulente voltadas para os serviços de exames de
fibroscan, ultra-som, avaliação indireta do grau de fibrose no fígado, voltadas diretamente à
promoção da saúde e prestadas por estabelecimento assistencial de saúde, dentro das
atividades previstas na atribuição 4 da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002,
da Anvisa, a receita bruta decorrente da prestação desses serviços dessas atividades
sujeita-se ao percentual de 8% (oito por cento), para fins de apuração da base de cálculo
do IRPJ (Lucro Presumido), e de 12% (doze por cento), para o cômputo da base de cálculo
da CSLL. (Solução de Consulta Cosit nº 14/2019 )
Anatomia patológica e citopatologia – 8% e 12%

Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:

Anatomia patológica - unidade destinada a realizar exames citológicos e estudos macro


e ou microscópicos de peças anatômicas retiradas cirurgicamente de doentes ou de
cadáveres, para fins de diagnóstico.
Anatomia patológica e citopatologia – 8% e 12%
Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:
4.4-Anatomia patológica e citopatologia:
4.4.1-receber e registrar o material para análise ( peças, esfregaços, líquidos, secreções e
cadáveres)
4.4.2-fazer a triagem do material recebido;
4.4.3-preparo e guarda dos reagentes;
4.4.4-fazer exames macroscópicos e/ou processamento técnico (clivagem, descrição,
capsulamento, fixação e armazenagem temporária e peças) do material a ser examinado;
4.4.5-realizar exames microscópicos de materiais teciduais ou citológicos, obtidos por coleta a
partir de esfregaços, aspirados, biópsias ou necrópsias;
4.4.6-realizar necrópsias;
4.4.7-emitir laudo dos exames realizados;
4.4.8-fazer a codificação dos exames realizados;
4.4.9-manter documentação fotográfica científica,
arquivo de lâminas e blocos;
4.4.10-zelar pela proteção dos operadores.
Medicina nuclear - 8% e 12%
Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:

Medicina nuclear - unidade destinada à execução de atividades relacionadas com a


utilização de substâncias radioativas, para fins de diagnóstico e tratamento.
Medicina nuclear - 8% e 12%
Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002:

4.5-Desenvolvimento de atividades de medicina nuclear:


4.5.1-receber e armazenar os radioisótopos;
4.5.2-fazer o fracionamento dos radioisótopos;
4.5.3-receber e proceder a coleta de amostras de líquidos corporais para ensaios;
4.5.4-realizar ensaios com as amostras coletadas utilizando radioisótopos;
4.5.5-aplicar radioisótopos no paciente pelos meios: injetável, oral ou inalável;
4.5.6-manter o paciente em repouso pós-aplicação;
4.5.7-realizar exames nos pacientes "aplicados";
4.5.8-realizar o processamento da imagem;
4.5.9-manter em isolamento paciente pós-terapia com potencial de emissão radioativa;
4.5.10-emitir laudo dos atos realizados e manter documentação; e
4.5.11-zelar pela proteção e segurança dos pacientes e operadores.
Análises e patologias clínicas - 8% e 12%

EMENTA: LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇOS DE ANÁLISES E PATOLOGIAS CLÍNICAS


LABORATORIAIS. PERCENTUAL DE PRESUNÇÃO. A partir de 1º de janeiro de 2009, para
efeito de determinação da base de cálculo da CSLL devida pela pessoa jurídica tributada
com base no lucro presumido, aplica-se o percentual de 12% (doze por cento) sobre a
receita bruta decorrente da prestação de serviços de análises e patologias clínicas
laboratoriais, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de
sociedade empresária (de direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa. Na hipótese de
não atendimento desses requisitos os percentuais serão de 32% (trinta e dois por cento).
(SOLUÇÃO DE CONSULTA DISIT/SRRF06 Nº 6034, DE 20 DE JULHO DE 2016)
Análises e patologias clínicas - 8% e 12%

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ EMENTA: LUCRO


PRESUMIDO. SERVIÇOS DE SAÚDE. PERCENTUAL PRESUNÇÃO REDUZIDO. REQUISITOS. A
partir de 1º de janeiro de 2009, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ
devido pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, aplica-se o percentual
de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços de
análises clínicas laboratoriais, de análises toxicológicas, de análises citológicas,
citogenéticas e anatomopatológicas e de serviços de diagnóstico por imagem, tomografia e
ressonância magnética, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a
forma de sociedade empresária (de direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa.
(SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 86, DE 02 DE ABRIL DE 2014)
Reprodução Humana Assistida
A partir de 1º de janeiro de 2009, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de
renda devido por pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido: a) aplica-se sobre a
receita bruta decorrente da prestação de serviços de reprodução humana medicamente assistida, o
percentual de 8% (oito por cento), desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a
forma de sociedade empresária e atenda ao disposto no art. 30 da Instrução Normativa nº
1.234/2012 e às normas da Anvisa. Na hipótese de não atendimento desses requisitos o
percentual é de 32% (trinta e dois por cento); e b) aplica-se o percentual de 32% (trinta e dois por
cento) sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços de simples consultas médicas,
que não se identificam com as atividades prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios
médicos. (SC SRRF06-Disit nº 6065-2017)
Serviços Reabilitação Cardiovascular

Para a determinação da base de cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) devido
pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, aplica-se o percentual de 8% (oito por
cento) sobre:
a) às receitas dos serviços hospitalares de vacinação desde que o estabelecimento execute as
atividades previstas nas atribuições 1 a 4 da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da
Anvisa e cumpra as exigências estabelecidas no art. 33, §§ 3º e 4º da IN RFB nº 1.700, de 2017; e
b) às receitas dos serviços de reabilitação cardiovascular e reabilitação traumato-ortopédica,
calorimetria indireta e avaliação postural computadorizada, desde que cumpra as exigências
estabelecidas no art. 33, §§ 3º e 4º da IN RFB nº 1.700, de 2017. (SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT
Nº 33, DE 27 DE MARÇO DE 2018)
Serviços Medicina Veterinária
ASSUNTO: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
EMENTA: LUCRO PRESUMIDO. PERCENTUAL DE PRESUNÇÃO. SERVIÇOS HOSPITALARES.
Não se enquadram como serviços hospitalares, para fins de utilização do percentual de
12% sobre a receita bruta na determinação da base de cálculo presumida da CSLL, os
serviços prestados relacionados à medicina veterinária. (SOLUÇÃO DE CONSULTA
DISIT/SRRF06 Nº 6028, DE 28 DE JUNHO DE 2017)

Não se enquadram como serviços hospitalares, para fins de utilização do percentual de 8%


sobre a receita bruta na determinação da base de cálculo presumida do IRPJ, os serviços
prestados relacionados à medicina veterinária. (SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 107, DE
03 DE FEVEREIRO DE 2017)
Serviços Odontológicos
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
EMENTA: SERVIÇOS HOSPITALARES. SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS. LUCRO PRESUMIDO.
PERCENTUAL DE PRESUNÇÃO. Para fins de determinação da base de cálculo presumida do Imposto
sobre a Renda da Pessoa Jurídica, aplica-se o percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a
receita bruta auferida com a prestação de serviços odontológicos, como extração dentária e
implantologia, por não serem atividades desempenhadas em âmbito hospitalar. (SOLUÇÃO DE
CONSULTA DISIT/SRRF06 Nº 6008, DE 22 DE MARÇO DE 2018)
Serviços de Procedimentos Odontológicos
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
EMENTA: LUCRO PRESUMIDO. PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS. PERCENTUAL DE
PRESUNÇÃO. Para efeito de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ) devido por pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, aplica-se o
percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta decorrente da prestação de
serviços odontológicos, tais como profilaxia odontológica, implantologia, extração dentária,
odontologia estética, ortodontia e ortopedia facial/funcional, periodontia, endodontia e
odontopediatria, uma vez que os referidos serviços não se identificam com atividades prestadas no
âmbito hospitalar, mas sim em consultórios odontológicos. (SOLUÇÃO DE CONSULTA DISIT/SRRF06
Nº 6064, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2017)
Serviços Odontológicos – Favorável
Solução de Consulta nº 8.024 - SRRF08/Disit, de 1 de novembro de 2016
EMENTA: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇOS DE INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS E CONSULTAS
ODONTOLÓGICAS.
Admite-se, desde 1º de janeiro de 2009, que, para fins de determinação da base de cálculo do
imposto de renda da pessoa jurídica organizada sob a forma de sociedade empresária e
cumpridora das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o lucro presumido
proveniente da prestação de serviços voltados para a área odontológica, seja determinado
mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita da atividade.
Serviços Odontológicos – Solução de Divergência
Aplica-se a presunção de 32% sobre a receita bruta dos serviços odontológicos em geral para fins de
composição da base de cálculo do IRPJ apurado na forma do Lucro Presumido.
A partir de 1º de janeiro de 2009, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ devido
pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, aplica-se o percentual de 8% sobre a
receita bruta decorrente da prestação de serviços de auxílio diagnóstico e terapia listados na
“Atribuição 4: Prestação de Atendimento ao Apoio ao Diagnóstico e Terapia” da Resolução RDC Anvisa
nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, mesmo que executadas no âmbito das atividades odontológicas e
desde que as receitas sejam segregadas entre si. Também é condição para a aplicação dessa
presunção de 8% que as prestadoras dos serviços sejam organizadas sob a forma de sociedade
empresária (de direito e de fato) e atendam às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa).
Aplica-se a presunção de 32% sobre a receita bruta decorrente da prestação de serviços de auxílio
diagnóstico e terapia aos serviços prestados com a utilização de ambiente de terceiros. (SOLUÇÃO
DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 3, DE 31 DE MAIO DE 2019)
Vacinação e Imunização Humana – 8% e 12%
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ EMENTA: LUCRO PRESUMIDO.
SERVIÇOS DE VACINAÇÃO E IMUNIZAÇÃO HUMANA. BASE DE CÁLCULO. PERCENTUAL APLICÁVEL
SOBRE A RECEITA BRUTA. Desde 1º de janeiro de 2009, aplica-se o percentual de 8% (oito por
cento) para apuração da base de cálculo do IRPJ, pela sistemática do lucro presumido, às receitas
dos serviços hospitalares de vacinação desde que o estabelecimento execute as atividades previstas
nas atribuições 1 a 4 da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Anvisa e cumpra as
exigências estabelecidas no art. 33, §§ 3º e 4º da IN RFB nº 1.700, de 2017. LUCRO PRESUMIDO.
SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO MEDICAMENTOSA SEM INTERNAÇÃO. BASE DE CÁLCULO.
PERCENTUAL APLICÁVEL SOBRE A RECEITA BRUTA. Aplica-se o percentual de 32% (trinta e dois por
cento) para apuração da base de cálculo do IRPJ, pela sistemática do lucro presumido, às receitas
dos serviços de administração medicamentosa. (SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 181, DE 28 DE
SETEMBRO DE 2018)
Serviços de Anestesiologia – 32%
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ementa: Para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ no regime de tributação com base
no lucro presumido, aplica-se o coeficiente de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta
decorrente da prestação de serviços de anestesiologia com utilização, na espécie, de ambiente de
terceiro. (SOLUÇÃO DE CONSULTA DISIT/SRRF04 Nº 4034, DE 26 DE AGOSTO DE 201
EIRELI – Impossibilidade de utilizar percentuais reduzidos

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ


EMENTA:LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇOS HOSPITALARES. PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LTDA (EIRELI). REDUÇÃO DO PERCENTUAL.
INAPLICABILIDADE.
Aplica-se o percentual de 32% para fins de apuração do Lucro Presumido, base de cálculo
do IRPJ, à pessoa jurídica organizada sob a forma de empresa individual de responsabilidade
Ltda. – EIRELI - que presta serviços hospitalares. (SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 263,
DE 18 DE DEZEMBRO DE 2018)
Serviços de Saúde
Decisões Judiciais
Serviços Hospitalares – Conceito Amplo
1. "Devem ser considerados serviços hospitalares aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que,
"em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento
hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com
as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
2. Precedente representativo da controvérsia: REsp 1.116.399/BA, DJe
24/02/2010.
3. Os serviços médicos oftalmológicos, bem como a realização de exames cirúrgicos, estão
abarcados pelo conceito de "serviços hospitalares" para fins de recolhimento do IRPJ e
CSSL sob a base de cálculo reduzida.(...)
STJ, RECURSO ESPECIAL Nº 1.165.921 - MA
Serviços Hospitalares – Conceito Amplo
“1. O Superior Tribunal de Justiça pacificou a matéria atinente à aplicação de alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL
(12%) às receitas provenientes de serviços hospitalares. O critério eleito é de cunho objetivo e concerne à natureza do
serviço que deve ser relacionado à promoção da saúde e ter custo diferenciado, excluídas, assim, as receitas decorrentes de
simples consultas médicas e demais atividades administrativas. Assim, nos termos do precedente representativo da
controvérsia, a concessão do benefício independe da estrutura física do local de prestação do serviço e se este possuiu, ou
não, capacidade para internação de pacientes (REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção, DJe
24/02/2010).
2. A Lei nº 11.727/2008 impôs alterações ao artigo 15, § 1º, III, 'a', da Lei nº 9.249/1995, que passaram a viger a partir
de 01-01-2009. Além do enquadramento da atividade como de natureza hospitalar, outros dois requisitos passaram a ser
exigidos, a saber: i) estar constituída como sociedade empresária; ii) atender às normas da ANVISA.
3. As sociedades empresárias devem ser registradas no Registro Público das empresas Mercantis (Junta Comercial) do
Estado em que se encontram estabelecidas.
4. Não é legítimo exigir que a empresa comprove atender às normas da ANVISA. Uma vez que está em exercício regular de
sua atividade e detém o Alvará de funcionamento, há presunção relativa de que está adequada às regras da vigilância
sanitária. Caberia, desta forma, ao Fisco trazer elementos que indiquem o descumprimento de tais regras. Precedentes
desta Corte Regional.”
TRF4, Apelação/Remessa Necessária Nº 5012759-78.2014.4.04.7110
Data de autuação: 01/09/2015
Relator: ROGER RAUPP RIOS - 1ª Turma
Demais Receitas adicionadas à Base de
cálculo Presumida
Receitas Adicionadas a Base Presumida
Encontrado o resultado da aplicação do percentual de presunção sobre a receita bruta das
atividades da empresa, devem ser adicionados à base de cálculo de IRPJ e CSLL (art. 215, IN RFB nº
1.700/17).
• os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos;
• os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e renda
variável;
• os juros sobre o capital próprio auferidos;
• os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no
recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período
anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se
refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro
presumido ou arbitrado;
• o valor resultante da aplicação dos métodos de transfer princing (ex.: pessoas vinculadas no
exterior ou em país com tributação favorecida);
• as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título
de indenização, em virtude de rescisão de contrato
Lucro Presumido – Alíquotas IRPJ
Sobre a base de cálculo, encontrada pelo lucro presumido com as suas adições, aplica-se a
alíquota de 15%. (art. 623 do RIR/18)

ADICIONAL DE IR DE 10%: Sobre parcela do lucro presumido que exceder ao valor


resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do respectivo período
de apuração. (art. 624 do RIR/18)

Do imposto devido poderão ser deduzidos:


a) O IR pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo do
imposto devido; e
b) O IR pago indevidamente em períodos anteriores.
Alíquotas CSLL – art. 30 da IN 1.700
1) 15%, exceto no período compreendido entre 01/09/2015 e 31/12/2018, no qual vigorará a alíquota de
20%, nos casos de:
a) pessoas jurídicas de seguros privados e de capitalização;
b) bancos de qualquer espécie e agências de fomento;
c) distribuidoras de valores mobiliários;
d) corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
e) sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
f) sociedades de crédito imobiliário;
g) administradoras de cartões de crédito;
h) sociedades de arrendamento mercantil; e
i) associações de poupança e empréstimo;
2) 15%, exceto no período compreendido entre 01/10/2015 e 31/12/2018, no qual vigorará a alíquota de
17%, no caso de cooperativas de crédito; e
3) 9%, no caso de:
a) administradoras de mercado de balcão organizado;
b) bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
c) entidades de liquidação e compensação;
d) empresas de fomento comercial ou factoring; e
e) demais pessoas jurídicas.
Recolhimento do IRPJ e da CSLL
O prazo para recolhimento do IRPJ e CSLL é o último dia útil do mês seguinte ao de encerramento
do trimestre.
Os prazos são:

- primeiro trimestre - último dia útil de abril;


- segundo trimestre - último dia útil de julho;
- terceiro trimestre - último dia útil de outubro; e
- quarto trimestre - último dia útil de janeiro do ano seguinte.

O IRPJ deverá ser recolhido em DARF pelo código 2089.


A CSLL deverá ser recolhido em DARF pelo código 2372.
Se o valor do IRPJ ou da CSLL for inferior a R$ 10,00, este deverá ser somado ao valor do mesmo
tributo dos períodos seguintes até que atinja esse valor, quando então será recolhido juntamente
com esse, sem nenhum acréscimo por essa acumulação.
Pagamento em Quotas do IRPJ e CSLL
O IRPJ e a CSLL poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil
dos três meses subsequentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder.

Deverá observar as seguintes condições:


a) Valor Mínimo: Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto de valor inferior a R$
2.000,00 será pago, em quota única, até o último dia do mês subsequente ao do encerramento do período
de apuração.

b) Acréscimos: Selic acumulada mensalmente + 1% no mês do pagamento.


1ª quota: sem acréscimo;
2ª quota: 1%
3ª quota: Selic do mês anterior mais 1%.
Nota: Não há como gerar as três quotas no mês de abril para envio ao contribuinte, devendo aguardar a
divulgação da taxa selic.

Base legal: Art. 919 do RIR/18


PIS E COFINS CUMULATIVO
Lucro Presumido
Base de Cálculo – Regime Cumulativo

Lei nº 9.718/1998:

Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de


direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação
vigente e as alterações introduzidas por esta Lei.
Art. 3º O faturamento a que se refere o art. 2º compreende a receita bruta de que trata o
art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977. (Redação dada pela Lei nº
12.973, de 2014)
Conceito de Receita Bruta - Decreto-Lei nº 1.598

(+) O produto da venda de bens nas operações de conta própria


(+) O preço da prestação de serviços em geral
(+) O resultado auferido nas operações de conta alheia
(+) As receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não
compreendidas nos itens anteriores
(=) Receita Bruta

Nota: Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do
comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de
mero depositário. (IPI e ICMS-ST)
Exclusões da Receita Bruta – Regime Cumulativo
Lei nº 9.718/1998:
Art. 3º (...)
§2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluem-se da
receita bruta:
I - as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;
II - as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso
de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimento pelo valor do patrimônio líquido e os
lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita bruta;
IV - as receitas de que trata o inciso IV do caput do art. 187 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
decorrentes da venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou
intangível; e
VI - a receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja
contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de
concessão de serviços públicos.
Alíquotas – Regime Cumulativo
Lei nº 9.718/1998:
Art. 4º As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do
Servidor Público – PIS/PASEP e para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS devidas pelos
produtores e importadores de derivados de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas
seguintes alíquotas:
(...)
(Aliquotas majoradas de produtos monofásicos. Por exemplo: Combustíveis)
IV – sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente
das demais atividades.

Regra Geral:
0,65% - PIS/Pasep
3% - COFINS
ISS
Exemplo ➔ Alíquotas ISS em Florianópolis

1) 2% ➔ para os serviços previstos nos itens 01, 04 e 16 e nos subitens 03.03, 08.01,
10.05, 12.08, 12.11 e 12.13;
2) 2,5% ➔ para os serviços previstos no item 09 e nos subitens 07.10, 10.08, 10.09, 11.02,
17.04, 17.05, 17.06, 17.12 e 17.19;
3) 3% ➔ para os serviços previstos nos itens 07, 08 e 10, exceto os serviços previstos nos
subitens mencionados nos incisos I e II;
4) 0,01% ➔ para os serviços previstos no subitem 16.01, quando se tratar de tarifas do
Sistema de Transporte Coletivo Municipal;
5) 5% ➔ para os demais serviços.

Item 04 ➔ Serviços de saúde, assistência médica e congêneres


Art. 10 do Regulamento do ISS - Decreto n° 2.154/2003
Exemplo ➔ Alíquotas ISS em Florianópolis
Exemplo ➔ ISS Fixo Florianópolis
Regulamento do ISS:
Art. 12. Quando os serviços forem prestados por sociedades simples, porém, realizados de
forma pessoal, estas ficarão sujeitas ao pagamento do imposto na forma do artigo
anterior, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que
preste serviço em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos
termos da lei aplicável.
§ 1º As sociedades a que se refere este artigo são aquelas formadas por pessoas físicas,
devidamente habilitadas para o exercício de todas as atividades consignadas em seus
objetos sociais.
§ 2º Nos casos de início e encerramento de atividade, o imposto devido na forma deste
artigo será proporcional ao número de meses de efetivo exercício das atividades,
computando-se como inteira a fração do mês.
Contribuições Previdenciárias
Contribuições Previdenciárias
• Exemplo CNAE: 8630-5/01 - Atividade médica ambulatorial com recursos para realização de
procedimentos cirúrgicos
FPAS: 515

Contribuição Patronal:
• Contribuição Previdenciária Patronal: 20% sobre a Folha; ou
• Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta: não está enquadrado na regra da
"Desoneração da Folha de Pagamento"
RAT: Alíquota de 2%, pode variar.
Contribuição devida para Outras Entidades e Fundos (Terceiros): 5,8%
Lucro Real
Serviços de Saúde sujeitos ao Regime Cumulativo

Mesmo sendo Lucro Real, permanecem sujeitas ao Regime Cumulativo de PIS e COFINS as
receitas decorrentes de serviços (art. 10, XIII, da Lei nº 10.833/2003):

a) prestados por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e


de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises
clínicas; e

b) de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue;


Retenções
Retenção de INSS
Solução de Consulta Cosit nº 134, DOU de 02/04/2019:
Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE GINÁSTICA NA EMPRESA. SERVIÇOS DE VACINAÇÃO. ATENDIMENTOS
MÉDICOS. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
Não configura cessão de mão de obra a prestação de serviços de "ginástica na empresa", de
vacinação e de "atendimentos médicos" executados nas dependências das empresas contratantes,
quando o serviço é prestado mediante "cronograma de atuação e formato de prestação de serviços
pré-determinados contratualmente", no prazo definido pela empresa contratada, e os profissionais
executam os serviços contratados sem que se configure "poder de mando dos representantes da
empresa" contratante. Nesse caso, a empresa contratada, em relação à prestação desses serviços,
não está sujeita à retenção de que trata o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991.
Dispositivos Legais: Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, art. 31, caput e § 3º; Decreto nº 3.048,
de 6 de maio de 1999, art. 219, caput e § 1º; Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro
de 2009, art.115.
Simples Nacional
Forma de Cálculo

A alíquota efetiva é o resultado de:

RBT12 x Aliq-PD
RBT12

RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores


ao período de apuração;

Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos

PD: parcela a deduzir constante dos Anexos


Art. 18, § 1º-A, da LC nº
123/06 alterado pela LC
nº 155/16.
Exemplo de cálculo– Anexo III

Receita bruta acumulada dos últimos 12 meses: R$ 810.000,00


Receita de janeiro/2020: R$ 68.000,00
Valor a Deduzir
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota
(em R$)

1ª Faixa Até 180.000,00 6,00% -


2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00
3ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00
4ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00
5ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00
6ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00

Considerando a fórmula vista, teremos:

810.000,00 x 16% - 35.640,00 = 0,1160 = 11,60%


810.000,00
A ALÍQUOTA EFETIVA DO SN É DE 11,60%
Serviços – Regra de 28% da Folha – Anexo III ou V

Anexo III: Carga tributária menor


Anexo V: Carga tributária maior
Objetivo: Favorecer empresas com folha de pagamento maior
✓ Algumas atividades sujeitas ao anexo III devem migrar para o anexo V
quando a razão entre o valor da folha salarial e a receita bruta seja
inferior a 28%.
✓ As atividades do anexo V devem migrar para o anexo III quando a razão
entre o valor da folha salarial e a receita bruta seja igual ou maior que
28%.
Serviços – Regra de 28% da Folha – Anexo III ou V
Para o cálculo da razão de 28%, serão considerados, respectivamente, os
montantes pagos e auferidos nos doze meses anteriores ao período de
apuração para fins de enquadramento no regime tributário do Simples
Nacional.
Considera-se folha de salários, incluídos encargos, o montante pago, nos
doze meses anteriores ao período de apuração, a título de remunerações a
pessoas físicas decorrentes do trabalho, acrescido do montante efetivamente
recolhido a título de contribuição patronal previdenciária e FGTS, incluídas as
retiradas de pró-labore.

Art. 18, § 5ºK e § 24


da LC 123
Prestadores de Serviço – Aplica-se a regra dos 28%?
Inc. ANEXO III - § 5º-B REGRA DE 28%
Creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e
de ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem,
I preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres, exceto as atividades de academias de NÃO
dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais e as de academias de atividades físicas,
desportivas, de natação e escolas de esportes
II Agência terceirizada de correios; NÃO
III Agência de viagem e turismo; NÃO
Centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e
IV NÃO
de carga;
V Agência lotérica; NÃO
Serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda,
IX NÃO
tratamento e revestimento em metais;
XIII Transporte municipal de passageiros; NÃO
XIV Escritórios de serviços contábeis; NÃO
Produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação,
XV NÃO
inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais;

XVI Fisioterapia; SIM


XVII Corretagem de seguros; NÃO
XVIII Arquitetura e urbanismo; SIM
XIX Medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; SIM
XX Odontologia e prótese dentária; SIM
Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de
XXI SIM
nutrição e de vacinação e bancos de leite.
Prestadores de Serviço – Aplica-se a regra dos 28%?
Inc. ANEXO III - § 5º-D REGRA DE 28%
I Administração e locação de imóveis de terceiros; SIM
II Academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; SIM
III Academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; SIM
Elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em
IV SIM
estabelecimento do optante;
V Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; SIM
Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados
VI SIM
em estabelecimento do optante;
IX Empresas montadoras de estandes para feiras; SIM
XII Laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; SIM
Serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem
XIII SIM
como ressonância magnética;
XVI Serviços de prótese em geral. SIM
ANEXO III - § 5º-E REGRA DE 28%
Serviços de comunicação e de transportes interestadual e intermunicipal de cargas, e de
transportes autorizados, inclusive na modalidade fluvial, serão tributadas na forma do Anexo NÃO
III (ICMS do Anexo I)
ANEXO III - § 5º-F REGRA DE 28%
As atividades de prestação de serviços não vedadas ao Simples Nacional salvo se, para alguma
dessas atividades, houver previsão expressa de tributação na forma dos Anexos IV ou V da LC NÃO
nº 123/2006
Prestadores de Serviço – Aplica-se a regra dos 28%?
Inc. ANEXO III - § 5º-I (ANEXO V) REGRA DE 28%
I Medicina, inclusive laboratorial e enfermagem; SIM
II Medicina veterinária; SIM
III Odontologia; SIM
Psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de
IV SIM
nutrição e de vacinação e bancos de leite;
V Serviços de comissaria, de despachantes, de tradução e de interpretação; SIM
Engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia,
VI geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronom SIM
ia;
Representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de
VII SIM
terceiros;
VIII Perícia, leilão e avaliação; SIM
IX Auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; SIM
X Jornalismo e publicidade; SIM
XI Agenciamento, exceto de mão de obra; SIM
Outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de serviços
decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva,
XII SIM
artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não,
desde que não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III ou IV desta Lei Complementar.
Caso Prático
Situação Fática
CLÍNICA X DO Folha de
pagamento
CÁLCULO RENAL (2 empregados) = Pro Labore =
total 14.000,00 / 3.000,00 / mês
LTDA. Mês

Receita de 2018
Janeiro 99.000,00
Fevereiro 95.000,00
Março 80.000,00
FGTS (8%) =
Abril 85.000,00 2 Sócios
1.120,00 / mês
Maio 83.000,00
Junho 95.000,00
Julho 92.000,00
Agosto 93.000,00
Setembro 97.000,00
819.000,00 RAT: 1% ISS Município:
Terceiros: 5,8% 2%

2021: SIMPLES OU
PRESUMIDO?
Decisões
STJ - REsp nº 837.195/PR
STJ - REsp nº 778.406/RS
SC COSIT 227/2015
SC COSIT 245/2014
SC COSIT 371/2014
TRF2 – Apelação em Mandado de Segurança 2005.51.10.006934-0
Anexo V – Simples Nacional
Tabela de Imposto de Renda Anual em Vigor

Tabela progressiva do Imposto de Renda - Anual


parcela a deduzir do IR, em
Base de cálculo anual, em R$ alíquota
R$
Até 22.847,76 isento isento
De 22.847,77 até 33.919,80 7,50% 1.713,58
De 33.919,81 até 45.012,60 15% 4.257,57
De 45.012,61 até 55.976,16 22,50% 7.633,51
Acima de 55.976,16 27,50% 10.432,32
Estudo Comparativo
Cenário 1 ➔ Utilize as médias de faturamento, aponte a carga tributária efetiva de todos os tributos em valor e
em percentual do 1º trimestre/21, considerando que seja uma PJ do lucro presumido, constituída como
sociedade simples, com ISS sobre faturamento.

Cenário 2 ➔ Utilize as médias de faturamento, aponte a carga tributária efetiva de todos os tributos em valor e
em percentual do 1º trimestre/21, considerando que seja uma PJ do lucro presumido, constituída como
sociedade simples, com ISS fixo.
Utilize as médias de faturamento, aponte a carga tributária efetiva em valor e em percentual, considerando que
seja uma PJ do lucro presumido, constituída como sociedade empresária, com os seguintes desdobramentos:

Cenário 3 ➔ Procedimentos cirúrgicos de cálculo renal não se encaixa no conceito de serviços hospitalares da
Receita Federal

Cenário 4 ➔ Empresa com decisão judicial favorável para de procedimentos cirúrgicos como serviços hospitalares
Estudo Comparativo
Cenário 5 ➔ Utilize as médias de faturamento, aponte a carga tributária efetiva em valor e em percentual,
considerando que seja uma PJ do lucro presumido, constituída como EIRELI.

Cenário 6 ➔ Utilize as médias de faturamento, aponte a carga tributária efetiva em valor e em percentual,
considerando que seja uma PJ do lucro presumido, constituída como Sociedade Limitada Unipessoal.

Cenário 7 ➔ Utilize as médias de faturamento, aponte a carga tributária efetiva em valor e em percentual,
considerando que seja uma PJ do Simples Nacional.

Cenário 8 ➔ Dentro do Simples Nacional aponte alternativa de economia tributária.

Cenário 9 ➔ Aponte a carga tributária efetiva em valor e em percentual na pessoa física, considerando que os dois
sócios dividam em partes iguais das receitas e despesas, bem como a contratação de profissionais tão-somente
auxiliares.
Gabriel Villena
Advogado e Contabilista
@Prof.GabrielVillena
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