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Direito do Consumidor

O direito do consumidor é o conjunto de


regras e princípios jurídicos que trata das
relações de consumo, isto é, as relações
existentes entre o consumidor e o fornecedor
de bens ou de serviços.
Cont.
É um ramo recente e específico, que tem como
objectivo disciplinar relações entre
consumidor e fornecedor que normalmente
não são equilibradas, já que o consumidor,
destinatário final de um produto ou serviço,
não tem usualmente o mesmo conhecimento
sobre o produto ou poder económico que o
fornecedor.
Cont.
A relação de consumo, como dito acima, pode
ser definida como a relação jurídica de
consumo formada por, pelo menos, duas
figuras: o consumidor (aquele que compra um
produto ou serviço para seu uso) e o
fornecedor (aquele que vende o produto ou
serviço e assim ganha vantagem financeira).
Cont.
Vulnerabilidade do consumidor
Quer dizer que a relação consumerista é regida
pela ideia de que o consumidor, como parte
mais vulnerável da relação, deve ter seus
direitos protegidos.
Cont.
Essa vulnerabilidade, que também pode ser
aplicada às empresas, caso estas sejam as
destinatárias finais do produto ou serviço e se
verifique a vulnerabilidade destas, pode
ocorrer de 3 formas diferentes, a depender se
sua natureza é técnica, jurídica ou ainda
económica.
Cont.
Técnica:
Essa vulnerabilidade baseia-se na ideia central
de que o consumidor não tem conhecimento
técnico sobre o produto ou serviço que está
adquirindo, de forma que, em razão disso, ele
pode ser mais facilmente ludibriado a comprar
um produto ou serviço que não atende ao
padrão desejado por ele ou que não irá
atender às suas expectativas, por exemplo.
Cont.
Jurídica ou científica:
Essa segunda espécie de vulnerabilidade diz
respeito à falta de conhecimentos no âmbito
jurídico, económico ou contábil, de modo que
presume-se que o consumidor não vai dispor
dos mesmos mecanismos e profissionais que
aquele que o vendeu um bem ou serviço.
Cont.
Económica:
O último tipo de vulnerabilidade relaciona-se
a ideia de que o consumidor não está na
mesma posição económica que o fornecedor,
não dispondo dos mesmos recursos que uma
grande empresa, por exemplo, possui.
Cont.
Os principais direitos do consumidor
 Garantia legal
A garantia é um dos direitos mais conhecidos
e cobrados pelo consumidor. Mesmo que o
fornecedor não ofereça contratualmente uma
garantia por um produto, a lei prevê uma.
Cont.
Isso significa que todos os produtos vão contar
com um período de garantia que vai depender
da natureza do produto: se durável ou não
durável.
Os bens duráveis têm garantia legal de 90 dias
e os não duráveis, por sua vez, contam com 30
dias de garantia.
A essas garantias, pode ser adicionada uma
garantia contratual, caso as partes desejem.
Cont.
 Troca de mercadorias
O consumidor pode exigir a troca do produto
se verificado que este já veio com um defeito
de fábrica.
Nesses casos, o fornecedor tem 30 dias para
corrigir o defeito observado.
Se passados os 30 dias o consumidor verificar
que o defeito não foi resolvido ou surgirem
outros após o conserto, poderá ser exigida:
Cont.
• a troca do produto; ou
• o abatimento no preço; ou
• o dinheiro de volta (com a devida correção);
ou
• nos casos de problemas com a quantidade do
produto, a complementação do número de
itens até que se atinja o previsto na
embalagem ou o requerido pelo consumidor.
Cont.
 Publicidade
O consumidor, como destinatário da
publicidade, isto é, a propaganda de um
produto ou serviço realizada pelo fornecedor,
tem direito à protecção contra publicidade
enganosa ou abusiva.
Cont.
 Precificação de produtos
Como muitos já sabem, caso um produto de
um estabelecimento comercial esteja indicado
com um preço menor do que está sendo
cobrado pelo estabelecimento, deve
prevalecer aquele indicado na etiqueta.
Cont.
Assim, o consumidor não deve pagar a mais
do que indicado na etiqueta de preço. Porém,
essa regra tem uma excepção: caso o preço
esteja bem abaixo do valor de mercado do
produto, de modo que seja possível que o
cliente presuma que se trata de um erro na
hora de colocar o preço, é possível que o
cliente pague o valor cobrado pelo
fornecedor!
Cont.
 Cláusulas abusivas e proibidas
Assim como a publicidade, os contratos
devem ser redigidos de maneira clara e
expressa.
Ou seja, os contratos devem ser escritos de
maneira a facilitar o entendimento do
consumidor de modo que ele entenda
plenamente todas as regras ali contidas.
Cont.
O Comité de Direito de Consumidor prevê uma
atenção especial aos chamados contratos de
adesão, que são aqueles em que o
consumidor não tem como discutir as
cláusulas, isto é, as regras, ali contidas e
apenas assina um modelo elaborado pelo
fornecedor.
Cont.
Nesses casos, o tamanho da fonte utilizada no
contrato não pode ser inferior ao tamanho 12,
de modo a facilitar a sua compreensão pelo
consumidor.
Além disso, as regras que significarem uma
redução a algum direito do consumidor devem
estar expressas e em evidência no texto.
Cont.

É vedado ainda pelo Comité de direito do


consumidor as cláusulas abusivas, que são
aquelas que geram prejuízo ou colocam o
consumidor em uma posição de desvantagem
diante do fornecedor.
Cot.
Se o consumidor se sentir prejudicado por
alguma dessas cláusulas abusivas, é possível
requerer, judicialmente, a anulação dessas
disposições contratuais.
Como exemplos de cláusulas abusivas,
podemos destacar aquelas que:
Cont.
• no caso de dano ao consumidor diminuam de
forma extrema a responsabilidade do
fornecedor;
• contenham proibições ao consumidor de
devolver o bem ou de receber o dinheiro de
volta nos casos em que o produto ou serviço
venham com defeitos ou com baixa qualidade;
Cont.
• proíbam o consumidor de entrar directamente
na Justiça, obrigando-o a primeiro recorrer ao
próprio fornecedor;
• nas hipóteses de parcelamento de um
produto, prevejam que o consumidor perca
todos os valores já pagos em caso de
inadimplemento das demais prestações.
Cont.
Direito à desistência nas compras de produtos
pela internet ou telemarketing
Quando é realizada uma compra realizada fora
do estabelecimento comercial, como compras
pela internet, ou por meio dos serviços de
telemarketing, por exemplo, o consumidor
tem direito a desistir da compra efectuada
dentro do prazo de 7 dias.
Cont.
• Vale destacar que esse prazo é concedido pela
Lei, então deve sempre ser obedecido pelos
empresários!
• Nessas hipóteses, o consumidor pode se
arrepender e desistir da compra, requerendo
a devolução do dinheiro pago.
• Nesse valor que será devolvido deve-se incluir
as taxas como frete, por exemplo.
Cont.
Para isso, o consumidor deve devolver o
produto ou pedir para que o fornecedor
interrompa a prestação do serviço.
Mas atenção: o prazo de 7 dias começa a ser
contado da assinatura do contrato ou do
recebimento do produto ou serviço!
Cont.
Responsabilidade do fornecedor
Alguns produtos já saem da produção com
algum defeito, o que pode ocasionar falha na
segurança e, por consequência, os chamados
acidentes de consumo, que são causados
pelas falhas que o produto ou serviço
possuem.
Cont.
Desse modo, os fornecedores devem ter uma
atenção maior a fim de evitar vícios nos seus
produtos ou serviços oferecidos, já que eles
são responsáveis pelos danos causados
independentemente de culpa.
Cont.
• Isso significa que o fornecedor será responsabilizado
pelo defeito do produto ou por não ter prestado todas
as informações necessárias para a adequada utilização
do produto ao consumidor.
• Nesses casos, os responsáveis pelos danos causados
por produto ou serviço defeituoso são:
• o fabricante ou produtor;
• o construtor;
• o importador;
• o prestador de serviço.
Cont.
Mas atenção, o comerciante também pode ser
responsável sempre que:
• o fabricante, construtor, produtor ou
importador não forem encontrados;
• o produto não tiver a identificação clara do
fabricante, produtor, construtor ou
importador;
• o comerciante não conservar os produtos
perecíveis como se deve.
Cont.
Os prazos para reclamação
• O consumidor tem um prazo, fixado em Lei, para
realizar a reclamação dos defeitos que sejam fáceis
de ser encontrados nos produtos ou serviços.
• Esse prazo vai depender do tipo de produto ou
serviço.
• Se o produto ou serviço forem não duráveis – como
alimentos, serviços de lavandaria ou prestados por
restaurantes – o prazo será de 30 dias.
Cont.
Mas, se o serviço ou produto forem duráveis
– como electrodomésticos ou reformas
realizadas em um imóvel – esse prazo passará
a ser de 90 dias.
Atenção: os prazos indicados acima só valem
para os defeitos que forem fáceis de serem
localizados pelo consumidor.
Cont.
Quando o defeito não for de fácil percepção, o
prazo para reclamar se inicia a partir do
aparecimento do defeito, pois apenas neste
momento o consumidor terá possibilidade de
pedir uma providência da empresa.
Cont.
Como e onde fazer reclamações?
O mais indicado quando houver falha na
prestação ou produto é que o consumidor
procure o fornecedor.
Esse passo não é obrigatório, mas é sempre
bom tentar resolver primeiro com o
empresário, evitando, assim, desgastes
financeiros e de tempo para os dois!
Cont.
Muitas empresas contam com Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC – que
consiste em um número de telefone em que
os clientes podem relatar os problemas e
tentar buscar soluções de maneira mais rápida
e efetiva!
Mas, se o problema persistir, o consumidor
pode recorrer a um dos órgãos de protecção
ao consumidor, que está presente no país.
Trabalho Individual

Mediante as informações fornecidas sobre o


direito do consumidor, individualmente
procure trazer o regulamento do consumidor
que rege no nosso país.

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