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Desde então, muitas outras contribuições têm sido dadas no campo da administração
de empresas para que a GQT continue a evoluir. Considerando que o mundo hoje é
“VUCA” (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), as chances de um negócio sobreviver
sem se aprimorar são bem remotas. Afinal, ao implementar ferramentas de controle e
de gestão de qualidade, a empresa se coloca em condições de melhorar
continuamente.
Qualidade total
Embora a “semente” da GQT tenha sido plantada na década de 1930, foi entre as
décadas de 1950 e 60 que ela viria a se consolidar como um importante ponto de
apoio na gestão. É nessa época que William Edwards Deming, Armand Feigenbaum e
Joseph Juran sistematizariam o planejamento estratégico aliado ao controle de
qualidade.
O termo “total” foi adotado com o intuito de reforçar que o objetivo da Gestão da
Qualidade Total é garantir qualidade em todos os processos, operações e partes
envolvidas nisso.
Há quem considere a GQT menos como uma ferramenta do que como uma filosofia de
trabalho. Isso porque ela incorpora uma série de técnicas, conceitos e utilitários
relacionados à gestão, formando assim um grande sistema de aperfeiçoamento.
just in time;
análise de Pareto;
Kaizen;
benchmarking;
ISO 9000;
ciclo PDCA.
Cabe ressaltar que a GQT tem uma norma própria para definir se uma empresa, de
fato e de direito, pode ser definida como de qualidade. Trata-se da ISO 8402:1994,
publicada pela International Organization for Standardization, o órgão global que cuida
da padronização de medidas nas atividades produtivas. Portanto, uma empresa só será
efetivamente gerida e voltada para a qualidade se contar com essa importante
chancela em todas as suas operações.
Sem processos bem definidos que viabilizem esses dois objetivos, dificilmente um
negócio se mantém próspero e competitivo, e por uma simples razão: ele não contará
com instrumentos de controle. Afinal, é disso que a GQT cuida, controlar resultados
tendo em vista objetivos cada vez mais ambiciosos. A partir disso, a empresa que a
adota se coloca em condições de extrair uma série de vantagens que, de outra forma,
seria impossível perceber.
Destaca-se as seguintes:
Maior rentabilidade
Os bons gestores sabem que um negócio lucrativo pode não ser aquele que vende
mais, mas sim, o que gasta menos. Então, por essa perspectiva, quanto mais a empresa
elimina o desperdício, erros e falhas na produção, mais rentável ela será.
Uma característica muito importante da GQT é que ela se aplica a negócios e empresas
de praticamente todos os segmentos. Da indústria de transformação até as unidades
hospitalares, não há campo de atuação que não se beneficie de suas práticas.
Neste estudo, por exemplo, ficaram comprovadas as melhorias que a implementação
da Gestão da Qualidade gerou para os hospitais brasileiros. Em um deles, a Santa Casa
de Misericórdia, no Rio Grande do Sul, os índices de satisfação de pacientes e clientes
em geral atingiram níveis bastante elevados.
Isso só reforça a importância da GQT como conceito indispensável para empresas que
têm como meta reforçar sua posição no mercado ou mesmo ampliar seu market share.
A questão, nesse caso, é relativamente simples: cliente satisfeito volta a consumir e,
de quebra, indica a marca para amigos, familiares e conhecidos.
Nesse sentido, a tecnologia nas empresas ganha uma relevância crescente. Ainda que
métodos artesanais ou de baixa tecnologia existam, nos segmentos de vanguarda é
impossível ter bons resultados sem o uso intensivo dos recursos digitais.
Assim sendo, a GQT aplicada a modelos de negócios mais modernos é uma aliada das
mais poderosas para fazer uma empresa com potencial rapidamente se destacar. Pela
sua implementação, até mesmo uma startup novata ganha a habilidade de detectar
falhas em seus processos. Assim, ela pode avaliar com mais precisão o cenário onde
está, tornando-se muito mais competitiva.
Outra característica das empresas orientadas pela Gestão da Qualidade é que, nelas,
prevalece a gestão colaborativa. Assim, processos e atividades se organizam em um
modelo hierárquico horizontal. Ou seja, todos têm voz ativa, embora as equipes e
setores ainda estejam sob o comando de um profissional mais experiente.
Sobre a 5S, vale destacar que ela é uma das referências para a implementação da GQT,
já que ela vem a ser a base sobre a qual a Gestão da Qualidade deve ser assentada.
Isso porque, de acordo com essa metodologia japonesa, a qualidade só existe em
empresas que zelam pela:
seiri (classificação);
seiton (ordem);
seiso (limpeza);
seiketsu (padronização);
shitsuke (disciplina).
Para garantir que todos farão a sua parte, é fundamental estreitar ainda mais os
vínculos entre os membros das equipes e destas com a empresa. Isso pode ser feito
basicamente de duas formas:
Já que a proposta é chegar à qualidade total, nada mais justo que ela comece
alcançando o público interno. Assim sendo, vale investir em programas de benefícios,
como bônus por resultados, planos de previdência, de saúde e de assistência social.
Outra maneira de estimular os colaboradores e, assim, fazer com que eles se envolvam
na GQT, é estimular o lazer dentro do ambiente da empresa, claro, de forma regrada e
com espaços adequados.
Definir um método
No segundo tópico, vimos alguns dos possíveis métodos que uma empresa pode tomar
como base para implementar a GQT. Além deles, a metodologia ágil também pode
servir como plataforma para que a qualidade seja efetivamente implementada. O mais
importante é que o método escolhido esteja alinhado à realidade do negócio e que
tenha sua validade comprovada em empresas do mesmo segmento.
Analisar os KPIs
Sem uma avaliação do desempenho não há como fazer a Gestão da Qualidade. Essa
avaliação, por sua vez, implica definir os principais Indicadores Chave de Desempenho
(KPI) da empresa.
Digamos, por exemplo, que no setor financeiro você tenha definido como KPIs:
variação da rentabilidade;
evolução das receitas;
contenção/controle de despesas;
redução de impostos e da carga tributária.
Nesse sentido, a empresa deverá adotar indicadores por setor e eles deverão ser
“desmembrados” internamente. Com cada departamento trabalhando por seus
próprios KPIs, será possível, então, detectar o que precisa melhorar e, a partir disso,
começar a efetivar a GQT.