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UFCD 11005 - Trabalho de pesquisa sobre: processo de melhoria contínua

PROCESSO DE MELHORIA CONTÍNUA

A melhoria contínua é uma abordagem de gestão empresarial que se concentra no


processo de melhoria constante dos produtos, serviços e procedimentos de uma
organização.

O objetivo da melhoria contínua é otimizar os resultados da empresa por meio da


identificação e eliminação de gastos. Além disso, ele deve facilitar a deteção de
deficiências nos processos produtivos, reduzir os custos operacionais e melhorar a
qualidade dos produtos.

No geral é aumentar a eficácia e a qualidade nas organizações ou empresas através


da melhoria contínua dos procedimentos e processos internos.

É a procura constante pelo aperfeiçoamento e otimização, rumo à excelência. A ideia


é promover ações de melhoria contínua nos processos e nos serviços ou produtos
oferecidos. De forma a aumentar a qualidade e reduzir desperdícios.

No conceito de melhoria contínua, nada pode ser “estar bem o suficiente”. Tudo deve
ser revisto e aprimorado com o tempo. Porém, isso não deve ser encarado como um
programa, que possui início, meio e fim. Na verdade, para que a estratégia funcione,
ela deve ser cíclica e inserida na cultura da empresa. Isto é, deve haver continuidade
na sua aplicação, bem como fazer parte do dia a dia dos colaboradores.

O processo de melhoria contínua é o conjunto de etapas e atividades específicas


realizadas para implementar a melhoria contínua.

Em outras palavras, este processo visa a melhoria contínua de produtos, serviços ou


processos. Para isso, as ofertas são continuamente avaliadas com base
nas necessidades do cliente a fim de melhorar a eficácia e a eficiência do negócio.

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O feedback do cliente também é valorizado neste processo, permitindo que as equipas


de desenvolvimento de produto ou serviço aprimorem as ofertas com base nas
opiniões dos consumidores.

Além de melhorar a qualidade e a eficiência das ofertas, o processo de melhoria


contínua também considera outros fatores.

Por exemplo, os resultados empresariais, a estratégia do negócio, o relacionamento


com funcionários, fornecedores, clientes, entre outros aspetos que influenciam nos
resultados do negócio.

O processo de melhoria contínua tem as suas raízes na indústria automóvel dos anos
50, mais especificamente no princípio japonês do "Kaizen", que significa "mudança
para melhor". Uma característica marcante do Kaizen é que a melhoria deve ser
incremental e em pequena escala. Como um caminho de pequeno progresso, que se
repete sempre e nunca termina. O Kaizen não é concebido para o sucesso a curto
prazo. As empresas são bem-sucedidas nisso se perseguem o princípio de forma
consistente e trabalham permanentemente em melhorias.

 Pré-requisitos importantes para o processo de melhoria contínua

Para alcançar o sucesso a longo prazo através do uso do processo de melhoria


contínua, uma organização precisa que todos os envolvidos se unam e estejam
dispostos a fazer pequenas melhorias contínuas nos seus respetivos contextos de
trabalho. Para que isto aconteça, é importante que as condições de enquadramento
estejam corretas.

A gestão de topo deve tomar uma decisão consciente a favor do CIP e consolidá-la na
cultura corporativa. Isto pode ser feito através de medidas de formação contínua,

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integrando o ciclo PDCA nos processos e fluxos de trabalho e disponibilizando tempo


de trabalho.

Todos os envolvidos devem estar conscientes de que, com o processo de melhoria


contínua, não há mudanças bruscas. Ao invés disso, trata-se de otimizar e aperfeiçoar
gradualmente as áreas mais importantes de uma empresa.

 Quem está envolvido no processo de melhoria contínua?

Uma característica importante do processo de melhoria contínua é que as melhorias


são planeadas e implementadas não apenas pelos gestores, mas principalmente pelos
próprios funcionários. Esta implementação direta por todos os envolvidos nos
processos é de grande importância.

O método visa motivar os colaboradores a participar ativamente no processo de


melhoria contínua, tornando assim sua tarefa identificar e implementar melhorias na
sua área. A longo prazo, essas pequenas otimizações levam a um aumento da
qualidade dos produtos e processos, mas também dos serviços.

 Vantagens de realizar um processo de melhoria contínua

Esse esforço contínuo gera vantagem competitiva para as empresas. Isto porque se
mantém sempre atualizada perseguindo as melhores práticas. E, desta forma,
consegue manter sempre uma posição competitiva no mercado.

Outro ponto diz respeito à qualidade. Os produtos e serviços passam por constantes
atualizações. De forma a garantir que a oferta é sempre a melhor.

Não são apenas as grandes organizações que devem ter um plano de melhoria
contínua. Qualquer empresa precisa rever sua atuação com frequência, bem como
procurar soluções mais eficientes para satisfazer as necessidades dos clientes.

Assim sendo, essas ações são importantes porque permitem:

 Melhorar as condições de trabalho;


 Otimizar processos;

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 Aumentar a produtividade interna;


 Estimular o desenvolvimento da empresa;
 Manter a saúde financeira;
 Destacar-se da concorrência;
 Garantir a satisfação dos clientes;
 Atrair mais consumidores para o negócio;
 Aumentar o fluxo de vendas.

No entanto, para que a melhoria contínua seja bem-sucedida, é preciso


comprometimento coletivo e um bom planeamento estratégico. Caso contrário,
dificilmente se conseguirá implementar as ações e obter resultados satisfatórios.

Alguns dos Exemplos da importância das ações de melhoria contínua

Resumidamente, a melhoria contínua oferece uma melhoria na qualidade como um


todo. Isso significa que otimiza os processos e, simultaneamente melhora os produtos
e serviços. E também promove um ambiente de trabalho mais eficiente e positivo.

Assim sendo, podemos dizer que os benefícios são sentidos pela empresa, pelo
colaborador e pelo próprio cliente.

1- Aumenta a eficiência e reduz os custos da empresa

Ao identificar e eliminar ineficiências nos processos, a empresa pode observar


melhorias significativas de produtividade, bem como a redução de custos operacionais.

2- Melhora a qualidade de produtos e serviços

Ao identificar e abordar problemas de qualidade, a empresa pode definir estratégias


para melhorar a qualidade do produto e serviços. Isso favorece a retenção de clientes
e pode melhorar a fidelização dos consumidores à marca. Exemplo: Avaliação Da
Qualidade De Serviço

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3- Promove a inovação

O processo de melhoria contínua incentiva e promove a inovação na empresa, uma vez


que estimula a experimentação e aprendizagem constante.

Por isso, ao adotar essa metodologia, a empresa cria um ambiente que permite a
implementação de novas ideias e soluções, melhorando a capacidade de adaptação e
inovação da empresa.

4- Aumenta a satisfação do cliente

Ao focar na melhoria contínua, a empresa pode entender melhor as necessidades e


desejos do cliente. Dessa forma, ela pode utilizar esses dados para melhorar a
experiência do consumidor. E isso pode aumentar a retenção e a satisfação do cliente.

5- Melhora a cultura organizacional

Quando a empresa decide implementar uma mentalidade de melhoria contínua, ela


também promove uma cultura de aprendizado e colaboração no negócio.

Como resultado, essa metodologia favorece o aumento da motivação e o compromisso


dos colaboradores, bem como a melhora do alinhamento da equipa.

 4 passos para realizar o processo de melhoria contínua

No inicio, é essencial é compreender o que pode dificultar a sua implementação.

A mentalidade fixa em relação às metodologias tradicionais, falta de clareza sobre os


objetivos do negócio, falta de transparência e resistência à mudança, são alguns dos
principais obstáculos à implementação desse processo.

Por isso, sua realização exige que a empresa utilize alguma metodologia que permita a
análise, medição e monitoramento constante de processos. Nesse sentido, uma das
ferramentas mais utilizadas é o método PDCA.

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Realizado em 4 passos, este método determina que a empresa realize quatro


atividades de forma cíclica, para garantir o funcionamento da melhoria contínua.

1. Plan (Planear): crie um plano de ação baseado nos objetivos da empresa, nos
problemas que devem ser resolvidos e nas equipas e ferramentas disponíveis
para executá-lo;
2. Do (Fazer): coloque o plano de ação em prática, implementando as mudanças
sugeridas e monitorando o processo para que tudo seja realizado com precisão;
3. Check (Verificar): verifique se as mudanças realizadas geraram os resultados
desejados e quais os efeitos produzidos;
4. Act (Atuar): caso alguma falha seja identificada na etapa anterior, esta é a hora
de fazer os ajustes no plano inicial. Assim que ele se tornar eficaz, seus
procedimentos devem ser padronizados e implementados em toda a empresa.

 Ferramentas úteis para o processo de melhoria contínua

Algumas ferramentas ou metodologias que podem ser úteis para processos de


melhoria contínua são:

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 Benchmarking - O benchmarking é uma ferramenta utilizada para comparar os


processos e os resultados de uma empresa com os de outras organizações
líderes do mesmo setor ou de outros setores.

 Método Delphi - O método Delphi é utilizado para envolver opiniões e


perspectivas de especialistas sobre um tema específico. Para isso, os
especialistas são submetidos a várias perguntas e compartilham seus feedbacks
sobre assuntos de interesse.

 Diagrama de dispersão - O diagrama de dispersão é utilizado para visualizar a


relação entre duas variáveis e determinar se existe uma correlação entre elas.

 Diagrama de fluxo - Este tipo de diagrama é utilizado para representar


visualmente as etapas de um processo. Por isso, ele pode ajudar a identificar
ineficiências e oportunidades de melhoria.

 Diagrama de controlo - O diagrama de controle é utilizado para monitorar um


processo e determinar se os resultados estão dentro dos limites aceitáveis.

 Diagrama de Pareto - Diagrama de Pareto é uma das principais ferramentas


quando falamos de qualidade de uma organização. De acordo com o seu
criador, Vilfredo Pareto, 80% dos resultados ou consequências são produzidos
por 20% das causas principais . Isso significa que, se solucionarmos essas 20%
principais, eliminamos grande parte dos problemas. Assim, a ideia por trás
desta ferramenta é justamente descobrir as causas que geram maiores
prejuízos. Para, assim, solucioná-las definitivamente. Ou então determinar as
que trazem mais sucesso e, com isso, aperfeiçoá-las.
 Diagrama de causa e efeito - Também conhecido como diagrama de Ishikawa,
o diagrama de causa e efeito é utilizado para identificar as causas raiz de um
problema ou situação, bem como para visualizar como diferentes variáveis
podem estar relacionadas.

 Diagrama de afinidade - O diagrama de afinidade pode ser utilizado para


organizar e agrupar ideias ou problemas em categorias semelhantes.

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 Folha de controlo - A folha de controle deve ser utilizada para coletar e


monitorar dados de um processo e determinar se os resultados estão dentro
dos limites aceitáveis.

 Índice de capacidade do processo - Este índice é utilizado para medir a


capacidade de um processo produzir resultados dentro dos limites
especificados e determinar se são necessárias quaisquer melhorias.

 Kaizen O método Kaizen foca na identificação e eliminação constante de


desperdícios e atividades desnecessárias no processo.

 Lean Manufacturing - O lean manufacturing é uma abordagem de melhoria


contínua que se concentra na otimização da eficiência e na eliminação de
desperdícios no processo de produção.

 Pesquisas - As pesquisas, questionários e sondagens permitem que a empresa

obtenha informações valiosas sobre a satisfação dos clientes, as necessidades

do mercado e as opiniões e sugestões dos colaboradores.

Ao analisar dados por meio dessas ferramentas, é possível identificar áreas de

melhoria e oportunidades de mudanças e melhorias no processo, produto ou serviço.

Exemplos de processos de melhoria contínua

Existem vários exemplos de metodologias de processos de melhoria contínua nas


empresas. Além do PDCA mencionado anteriormente, o método Kaizen também pode
ser utilizado para sua implementação, já que é baseado principalmente em feedback,
eficiência e evolução.

Outros exemplos de sucesso são a tecnologia LEAN, criada pela Toyota; o Six Sigma e a
Gestão de Qualidade Total (TQM).

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Para se ter uma ideia da relevância dessas metodologias para uma organização,
empresas como Google, Tesla e Toyota são algumas das principais marcas que se
beneficiaram da implementação do processo de melhoria contínua no seu dia a dia.

 Kaizen é uma abordagem para organização de atividades baseada no senso


comum, autodisciplina, ordem e economia. O método Kaizen é um forte
contributo e uma parte importante do modelo de produção lean (exuto, do
inglês).

O conceito Kaizen pode tem aplicação tanto no desenvolvimento de software lean,


quanto em outros processos e empreendimentos individuais.

Melhoria contínua

A palavra “kaizen” — da qual “kai” = mudança e “zen” = bom, significa “mudança para
melhor” ou simplesmente “melhoria”. Em contexto empresarial, podemos definir
Kaizen como medidas para implementação de melhoria contínua dos processos. Em
resumo, a metodologia se centra no conceito de produtividade: produzir com o
mínimo de desperdício.

Kaizen refere-se a quaisquer atividades que continuamente promovem melhoria de


todas atividades e processos, envolvendo todos os colaboradores, desde o CEO até os
trabalhadores da linha de produção. Rotular melhorias em industriais ou negócios
como “Kaizen” é uma prática comum no Japão. O mesmo se aplica para melhorias em

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processos como compras e logísticas, que extrapolam as barreiras da empresa e


penetram a cadeia de suprimento.

Com as práticas de gestão Kaizen, uma maior prioridade é dada ao processo de


fabricação, já que ele gera um impacto direto no resultado final da produção. De
acordo com a filosofia Kaizen, processos imperfeitos potencialmente levam uma
empresa a não atingir seus objetivos. Uma das prioridades da metodologia Kaizen
centra-se em melhorar os processos internos da empresa ao invés de simplesmente
colocar mais produtos no mercado, aumentando sua competitividade. Esse aspeto é
chamado de Controle de Qualidade Total (TQC, do inglês).

A metodologia Kaizen hoje em dia é modelo de base para outras metodologias de


melhoria. Sistema de sugestões, automação, sistema Kanban, just-in-time (no
momento certo), defeito zero, manutenção produtiva total, são algumas das
metodologias que se baseiam na filosofia Kaizen.

História do Kaizen

Após a segunda guerra mundial

A história do Kaizen começa após a segunda guerra mundial. Durantes os esforços


japoneses para recuperação econômica pós-guerra, parcialmente influenciada por
empresas americanas e professores de controle de qualidade, a montadora japonesa
Toyota começava a implementar círculos de controlo de qualidade.

O que é círculo de controlo de qualidade?

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Um círculo de controle de qualidade consiste em um grupo de trabalhadores que


preformam uma mesma função. Esses trabalhadores se encontram regularmente para
identificar, analisar e resolver problemas relacionados a sua função. Revolucionário, o
conceito tornou-se bastante popular no Japão na década de 1950.

Popularização no resto do mundo

O termo Kaizen se tornou famoso mundialmente através do trabalho de Masaaki Imai.


Nascido em 1930, o consultor de negócios e teórico da organização japonês fundou
o Instituto Kaizen Grupo de Consultoria (KICG, em inglês) para ajudar empresas do
ocidente a introduzir os conceitos, sistemas e ferramentas Kaizen. O Instituto Kaizen
aplicou metodologia Kaizen e lean em praticamente todos setores de negócio ao redor
do globo.

Maasaki Imai publicou dois livros fundamentais a respeito do processo de gestão de


negócios. “Kaizen: O Espírito Japonês de Melhoria” (1985) e “Gemba Kaizen: Uma
Abordagem de Bom Senso à Estratégia de Melhoria Contínua” (1997) popularizaram e
difundiram o conceito e objetivo do Kaizen no ocidente.

Eventos Kaizen

Em seu uso moderno, o método Kaizen é usado para lidar com uma questão
específica no intervalo de mais ou menos uma semana. Durando entre 2-10 dias, esse
intervalo é chamado de blitz ou evento Kaizen. Os eventos Kaizen focam em atingir em
melhorias impactantes em um projeto em um curto intervalo de tempo. Eles devem
ter um objetivo claro e conciso e devem contar com disponibilidade imediata de
recursos para atingir resultados rápidos. Dessa forma, os eventos garantem motivação
e satisfação contínuas na equipa.

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10 princípios da metodologia Kaizen

1. Melhorar tudo continuamente.


2. Abolir conceitos antigos e tradicionais.
3. Não aceitar desculpas, fazer as coisas andarem.
4. Dizer não ao status. implementar novos métodos e acreditar no seu sucesso.
5. se algo estiver errado, corrija.
6. incentive todos os colaboradores a tomarem parte na solução de problemas.
7. busque informações e opiniões de múltiplas fontes.
8. antes de tomar decisões, pergunte-se “por que” 5 vezes (técnica dos 5 porquês).
9. Seja econômico(a). poupe dinheiro através de pequenas melhorias para gastar o
dinheiro poupado em novas melhorias.
10. lembre-se que não existe um limite para melhorias. nunca pare de tentar melhorar.

A metodologia Kaizen busca a perfeição através da eliminação do desperdício (Muda)


no ambiente de trabalho (Gemba). O objetivo do Kaizen é a produção sem desperícios
— seja de mão de obra ou de recursos matérias — através do aperfeiçoamento de
atividades e criação de processos estandardizados.

Os sete desperdícios (Muda)

Uma porção dos micro-processos que constituem o processo em sua totalidade (do
início ao fim) não geram nenhum valor ao produto pelo qual os consumidores estão
dispostos a pagar. Analisando os processos de manufatura, Taiichi Ohno identificou
que passos adicionam e quais não adicionam valor ao produto final. Como resultado,

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ele desenvolveu uma forma melhor para empresas identificarem desperdícios com seu
modelo de “sete desperdícios”. Ele incluem:

1. Atrasos, esperas ou tempo perdido em uma fila sem valor sendo agregado. Grande
parte da vida individual de um produto é gasta esperando para ser processado.
2. Superprodução. Produzir mais do que o necessário geralmente leva a outros
disperícios: excesso de inventário, que requer gasto de recursos em espaço de
armazenamento e preservação.
3. Excesso de processamento ou de empreendimento. Ocorre quando mais trabalho é
realizado em um item do que o exigido pelo cliente, ou seja, sem adição de valor.
4. Transporte. Cada vez que um produto é deslocado, existe um custo, risco de dano,
perda, atraso, etc., além de não adicionar ao valor ao produto.
5. Movimentação desnecessária. Movimentação se refere a atividades de maquinário ou
pessoal que pode causar danos. Aos funcionários, pode se traduzir em lesões por
esforço repetitivo — LER, e para máquinas, desgaste e deterioração. Procure minimizar
a movimentação utilizada na obtenção do produto final.
6. Inventário. Seja na forma de matérias-primas, trabalho em andamento ou produtos
em estoque, inventário representa capital desembolçado e ainda sem retorno.
7. Defeitos. Podem representar retrabalho ou a necessidade de recomeçar o trabalho. De
qualquer forma, representa um aumento de custos.

Gemba Kaizen

A palavra japonesa Gemba significa ambiente de trabalho.

Na produção lean, o conceito de Gemba consiste na visibilidade dos problemas e na


ideia de que as melhores soluções vêm da do Gemba (planta de produção/chão de
fábrica). A “caminhada Gemba” é uma atividade que consiste em levar a produção lean
as “linhas de frente” da linha de produção.

No âmbito internacional, o termo Gemba tornou-se amplamente conhecido após


publicações a respeito do sistema de gestão de qualidade da Toyota. Na prática,

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significa que em caso de problemas, os engenheiros devem ir até a fonte para


entender a extensão do seu impacto.

O princípio japonês de tomada de decisões difere do americano, no qual as decisões a

respeito do sistema de produção são normalmente tomadas de fora do ambiente

produtivo.

As “regras de ouro” da gestão Gemba, chamados de 5 princípios Gemba, são os

seguintes:

1. Quando uma dificuldade aparecer, vá ao ambiente de produção.

2. Cheque com gembutsu (máquinas, ferramentas, rejeitos e reclamações de clientes).

3. Tome medidas corretivas temporárias de imediato.

4. Encontre a raiz do problema. Repetir a pergunta “por que” várias vezes vai ajudá-lo a

chegar a causa.

5. Padronize para prevenir recorrência de problemas.

Metodologia Kaizen em tecnologias modernas

No cenário corporativo atual, o gerenciamento de multiplos projetos simultâneos e a


necessidade de uma tomada rápida de decisões são importantes realidades.

Gestores muitas vezes tentam aplicar tecnologias avançadas e caras para resolver
problemas. Entretanto, muitas vezes esses problemas podem ser resolvidos através do
senso comum, e abordagens mais baratas.

O método Kaizen envolve o uso de ferramentas simples, listas de controles e técnicas


específicas. Ele não requer o investimento de uma quantidade grande de dinheiro ao
mesmo tempo em que oferece melhorias substanciais para qualquer negócio.

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Se você é um fã de tecnologias e pensa que a filosofia Kaizen é exatamente o que sua


organização precisa implementar, você pode usar algumas ferramentas que ajudam
nessa implementação. Kanbanchi é uma dessas ferramentas.

 Design Thinking
Como o próprio nome sugere, Design Thinking é uma forma de abordagem originada
na área de design e adaptada às empresas e corporações. O termo significa
“pensamento do design” ou “pensar como um designer”.
Essa abordagem cria as condições necessárias para que as equipas tenham insights e
que consigam colocá-los em prática. A proposta é que esse processo criativo seja
construído de maneira coletiva e colaborativa, reunindo o máximo de ideias,
perspetivas e visões diferentes possíveis.
O termo foi popularizado por Tim Brown, CEO da Ideo, empresa norte-americana que
presta consultoria em design. O empresário estabeleceu a diferença entre ser um
designer e pensar como um. Em sua visão, todos deveriam pensar como designers,
ainda que não sejam da área, para conquistar um nível de inovação radical nas
empresas e na vida.
 Como funciona o Design Thinking?
O Design Thinking é visto como um conjunto de práticas e processos, um método que
propõe uma nova abordagem aos problemas. Isso se relaciona à obtenção de
informações, sua análise e consequentes soluções propostas a partir do conhecimento
gerado.
O foco é a experiência do consumidor ou do público-alvo. A grande diferença desse
método é que ele parte da solução e não do problema, como é comum. A observação
da rotina gera dúvidas sobre o que as pessoas querem ou precisam, levando ao desafio
da metodologia: responder criativamente a tais necessidades e desejos.

 Como aplicar o Design Thinking?


Existem métodos distintos para colocá-los em prática. Nas empresas, a abordagem
pode ter como objetivo encontrar soluções para diversos problemas de diferentes

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naturezas e magnitudes. Para que as equipas consigam sucesso, em primeiro lugar é


essencial garantir que a criatividade seja um combustível que faça parte da cultura da
empresa.
Outra maneira de colocar o Design Thinking em prática é na elaboração de novos
produtos e serviços. Fazer uma reunião com pessoas de todas as áreas da empresa
ajuda a enriquecer o projeto em diversos detalhes do produto, aumentando seu valor
e as chances de sucesso.
Para aplicar o conceito na sua empresa, é preciso desenhar uma cultura
organizacional, e implementar uma mudança de mentalidade. Os colaboradores e
demais envolvidos devem desenvolver a empatia, além de criar um espírito de
colaboração e cooperação.
É importante ter em mente que, independentemente do seu objetivo com a
implementação desse conceito, cada caso é um caso. Ou seja, cada empresa vai
conduzir o processo de uma maneira diferente. Sendo assim, existem algumas etapas
que podem ser seguidas para orientar o processo.
 Etapas do Design Thinking
O primeiro passo é compreender a fundo o problema que precisa ser solucionado. Em
seguida, analisar possíveis soluções, escolher a melhor alternativa e, por fim, planear
sua aplicação. O processo de Design Thinking pode ser dividido em 4 etapas: imersão,
ideação, propiciação e desenvolvimento.
O processo, como um todo, busca a inovação de forma não linear, a atribuição e
descoberta de novos valores e significados para os projetos, serviços e produtos, bem
como o pensamento colaborativo para o alcance de soluções baseadas na experiência
do consumidor. Confira a seguir.
1. Imersão
A primeira etapa começa com o entendimento do contexto e realidade da empresa.
Faça uma análise de todo o cenário. Nesta etapa, é recomendado realizar uma análise
SWOT para entender suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Lembre-se de
avaliar o feedback dos clientes, o desempenho dos funcionários, o cenário político e
econômico e, também, a cultura organizacional da companhia.

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2. Ideação
Com a imersão concluída e os pontos que precisam de solução mapeados, é hora de
reunir a equipe em um brainstorming para produzir ideias e gerar insights. É muito
importante que a equipe se sinta à vontade para falar as ideias sem medo de falha ou
de críticas. Nesta fase, é interessante agregar dados de big data, aumentando as
chances de sucesso.
3. Prototipagem
Depois de coletar uma boa quantidade de ideias e soluções criativas, é momento de
fazer uma seleção um pouco mais rigorosa e escolher as alternativas com maiores
chances de sucesso. É interessante que a escolha seja feita em grupo. No caso de
produtos, esse é o momento de investir em protótipos em uma versão beta. Para os
serviços, vale desenvolver representações gráficas simulando as ações sugeridas como
solução.
4. Desenvolvimento
A última etapa do processo de Design Thinking é o momento de tirar a ideia do papel e
colocá-la em prática. Neste momento, entram em ação as equipes de comunicação,
marketing e comercial. É o momento de vender a solução criada e verificar se ela
realmente atende ao que o seu público precisa. Nesta etapa, é fundamental analisar
de perto e de maneira constante esse desenvolvimento para identificar possíveis
pontos de melhoria e agir com rapidez nessa lapidação.

O diferencial e as vantagens do Design Thinking


O primeiro grande benefício dessa abordagem é o seu custo. A implementação quase
não gera despesas, enquanto a vantagem competitiva é enorme e o potencial de
retorno é ainda maior.
O segundo ponto é que esse pode ser o grande diferencial que sua empresa precisa
para conseguir se destacar entre os concorrentes. O pensamento criativo pode ajudar
a sua empresa a conquistar uma fatia maior do mercado e potencializar ainda mais os
lucros.
Por ser um processo que envolve diversos colaboradores e seus pontos de vista, o
Design Thinking vai agregar valor em todas as áreas da empresa. O resultado disso são
colaboradores motivados e valorizados pela empresa.

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Para a empresa, esse sentimento de valorização e motivação dos funcionários é


excelente, pois contribuem para o aumento de produtividade da equipe. Mais do que
valorizados, os colaboradores vão se sentir parte de um grande time, estimulando o
sentimento de empatia e colaboração entre os membros.
Por fim, o maior diferencial do Design Thinking é a sua eficiência para encontrar
soluções para questões mais importantes da empresa, o que é fundamental para seu
desenvolvimento e excelência a longo prazo.
Adotar o Design Thinking como abordagem em sua empresa é uma ação que pode
fazer a diferença no futuro do seu negócio. A partir dele, é possível encontrar soluções
criativas, eficientes e baratas para diversos problemas, desde assuntos internos até o
lançamento de novos produtos e serviços.
Sim, o Design Thinking pode revolucionar seu negócio. Que tal, então, conhecer mais
sobre essa metodologia que grandes marcas, como Apple, Natura, Havaianas, Netflix e
muitas outras, têm aproveitado no mercado. Para aprender mais sobre esse e outros
conceitos utilizados no Vale do Silício, confira o estudo de caso Go and Grow, no
meuSucesso, que conta com a participação do especialista e investidor Pedro
Waengertner, fundador da ACE Startups, em conversas com profissionais do Evernote,
Netflix e PayPal.

Conclusão

O processo de melhoria contínua é um tipo de gestão que fornece à empresa


benefícios de longo prazo. Seja na melhoria da qualidade, no aumento do
engajamento ou na redução de desperdício, ele contribui para o sucesso de longo
prazo da sua empresa.

E como melhorar produtos, serviços ou procedimentos, leva ao aumento das vendas e


eficiências ao longo do tempo, ao estabelecer uma cultura de melhoria contínua, as
empresas podem garantir o sucesso da empresa a longo prazo.

Por isso, quanto antes o processo de melhoria contínua for iniciado, mais cedo seus
resultados serão notados.

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