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1- Uma explosão, no interior de uma loja localizada no centro de uma grande cidade, causou danos

a pessoas que se encontravam no interior e no exterior do estabelecimento. Com base nessa situação
e nas normas do CDC, explique se todas as vítimas são consideradas consumidoras, para efeito dos
danos e como se dará a devida reparação civil:

RESPOSTA.: De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) brasileiro, consumidor é


toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Isso
inclui não apenas quem compra, mas também quem se beneficia do produto ou serviço. Portanto, no
caso de uma explosão em uma loja, tanto as pessoas que estavam dentro da loja (consumidores
diretos) quanto as que estavam no exterior (consumidores por equiparação, pois foram afetadas pelo
evento), podem ser consideradas consumidoras para efeitos de danos.

A reparação civil será regida pela responsabilidade objetiva, conforme estabelecido nos artigos 12 a
14 do CDC. Isso significa que o fabricante, produtor, construtor, importador ou comerciante é
responsável pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relacionados ao
projeto, fabricação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos¹². A responsabilidade é
independente da existência de culpa, e a reparação deve cobrir tanto danos materiais quanto
morais⁵.

Em resumo, todas as vítimas da explosão podem ser consideradas consumidoras e têm o direito à
reparação dos danos sofridos, que deve ser providenciada pelos responsáveis, conforme as normas
do CDC.

2- Diferencie:O vício do produto ou serviço do fato do produto ou serviço e explique os respectivos


prazos, inclusive analisando se os mesmos são prescricionais ou decadenciais.

RESPOSTA.: No contexto do Código de Defesa do Consumidor (CDC) brasileiro, vício e fato do


produto ou serviço são conceitos distintos, o vício do produto ou serviço, refere-se a problemas que
tornam o produto ou serviço inadequado para o consumo ou que diminuem seu valor. Por exemplo,
um aparelho eletrônico que não funciona corretamente apresenta um vício. Os prazos para
reclamação de vícios são decadenciais, ou seja, após o prazo, o direito de reclamar se extingue a 30
dias para serviços e produtos não duráveis e 90 dias para serviços e produtos duráveis. Nesse
contexto, a contagem do prazo inicia-se a partir da entrega efetiva do produto ou do término da
execução dos serviços. No caso de vício oculto, o prazo começa quando o defeito se torna aparente.
Já o fato do produto ou serviço está relacionado a defeitos que podem causar danos à segurança e à
saúde do consumidor, como um acidente causado por um defeito no produto. Por exemplo, se a
bateria de um celular explode, isso é considerado um fato do produto. Os prazos relacionados ao
fato do produto ou serviço são prescricionais, significando que após o prazo, a pretensão à
reparação pelos danos causados prescreve 5 anos para a pretensão à reparação pelos danos causados
por fato do produto ou serviço, contados a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Essa
diferenciação é importante porque determina a natureza da responsabilidade do fornecedor e os
prazos dentro dos quais o consumidor pode buscar reparação.
3- Com relação a reparação de danos e a responsabilidade pelo fato e pelo vício do produto,
analise o que segue abaixo:

RESPOSTA.: De acordo com o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), o prazo


máximo para o fornecedor sanar o vício do produto é de trinta dias. No entanto, esse prazo pode ser
alterado de forma convencional pelas partes, desde que não seja inferior a sete dias nem superior a
cento e oitenta dias. Essa flexibilidade permite que as partes ajustem o prazo de acordo com a
natureza do vício e as circunstâncias envolvidas. Portanto, a afirmação de que o prazo de trinta dias
é imutável e uma norma de ordem pública não está correta, pois o CDC permite essa negociação
entre consumidor e fornecedor, respeitando os limites estabelecidos.

O prazo máximo para o fornecedor sanar o vício do produto ou o serviço é de trinta dias, não
podendo tal prazo ser modificado de forma convencional pelas partes integrantes da relação de
consumo, uma vez que se trata de norma de ordem pública

4- Atendendo ao mandamento constitucional previsto no artigo 5, XXXII, foi editada a Lei n.


8.078/90 criando o Código de Defesa do Consumidor (CDC), considerada à época um marco no
Direito. Uma das previsões contidas no CDC consiste no direito de reclamar pelos vícios aparentes,
ou de fácil constatação, presentes em produtos ou serviços. O prazo para o consumidor reclamar seu
direito caduca em:

RESPOSTA.: LETRA D

5- Analise os itens abaixo e discorra sobre os direitos do consumidor em relação a tais afirmações:

a- Os fornecedores não podem colocar no mercado produtos que apresentam


qualquer risco ou nocividade, mesmo que contenham as informações necessárias para
seu uso adequado e sejam inerentes ao próprio produto (dotada de normalidade e
previsibilidade) em decorrência a sua natureza e fruição.
b- O Supermercado que oferece estacionamento gratuito em seu estabelecimento
para seus clientes, responde por danos causados nos veículos, no período em que o consumidor
estiver realizando suas compras, independentemente da verificação da culpa.

RESPOSTA.: O CDC estabelece que os fornecedores não podem colocar no mercado


produtos que apresentem riscos à saúde ou segurança dos consumidores, mesmo que tais riscos
sejam previsíveis ou inerentes à natureza do produto. É obrigatório que os fornecedores informem
de maneira adequada e ostensiva sobre a nocividade ou periculosidade dos produtos⁷⁹[^10^].
Portanto, mesmo que um produto contenha as informações necessárias para seu uso adequado, se
ele apresentar riscos considerados inaceitáveis, não deve ser comercializado.

b- Em relação ao estacionamento gratuito oferecido por supermercados, o CDC aplica-se na


proteção do consumidor. Se o estabelecimento oferece o serviço de estacionamento, ele responde
pelos danos causados aos veículos durante o período em que o consumidor estiver realizando suas
compras, independentemente da culpa. Isso se deve ao fato de que o serviço de estacionamento é
considerado uma extensão da oferta do supermercado, e qualquer dano ocorrido nesse contexto é de
responsabilidade do fornecedor, conforme o princípio da responsabilidade objetiva.
6- Uma pessoa caminha em um shopping center, apenas para chegar até o ponto de taxi que fica na
entrada do centro de compras, quando é atingida por uma bala perdida que vem de um tiroteio
dentro do shopping, em razão de um assalto em uma joalheria. O shopping socorre a vítima ferida,
que ficou paraplégica em razão do ocorrido. Inconformada com a situação, tal pessoa ingressa com
uma ação contra o Shopping alegando que este responde pela integridade física de seus
frequentadores. Nesse contexto, é correto afirmar:
a- o que define o consumidor é a hipossuficiência e não a vulnerabilidade. Dessa forma, o
frequentador de um shopping não deve ser considerado hipossuficiente, e, portanto, não é
consumidor.
b- tal demanda deverá ser tutelada pela legislação civil, tendo em vista que o frequentador do
shopping não estava consumindo nada e, portanto, não poderá ser considerado consumidor.
c- o fato de o frequentador ter sido socorrido afasta a aplicação do Código de Defesa do
Consumidor ao caso em tela, pois houve, no ato praticado, a confissão de culpa por parte do
shopping.
d- o shopping não se enquadra no conceito de fornecedor, tendo em vista que ele em si nada vende,
apenas aluga lojas para serem instalados comércios.
e- o frequentador do shopping que foi vitimado pela bala perdida se equipara a consumidor, e assim
será a tal relação, aplicadas as regras do Código de Defesa do Consumidor.

RESPOSTA.: LETRA E

7- Júlio adquiriu, em uma concessionária, um veículo novo e, ao sair do


estabelecimento, perdeu o controle do veículo e provocou um acidente de trânsito. Na
perícia, verificou-se que o veículo novo apresentava defeito de fabricação, tendo sido
essa a razão da perda do controle e do consequente acidente. Nesse caso hipotético, de
acordo com disposições do CDC, o fabricante do veículo:
a- não será responsabilizado, caso repare o vício no prazo de trinta dias.
b- não será responsabilizado, caso restitua, no prazo de trinta dias, a quantia paga
por Júlio.
c- responderá pela reparação de danos causados ao consumidor, desde que
comprovada a culpa.
d- responderá pela reparação de danos causados ao consumidor,
independentemente de culpa.
e- responderá pela reparação de danos causados ao consumidor, ainda que
comprove a culpa exclusiva de terceiro.

RESPOSTA.: LETRA D
8- DIREITO DO CONSUMIDOR (Lei no 8.078/90). Da Responsabilidade pelo
Fato do Produto e do Serviço, marque a INCORRETA:

a- O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus
produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização
e riscos.
b- O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade
ter sido colocado no mercado.
c- A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de dolo.
d- O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo 12 do CDC,
quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador
não puderem ser
identificados.

RESPOSTA.: LETRA C

9- Jon Snow adquiriu um televisor fabricado pela empresa XX, na loja YY. Ao
efetuar a ligação do televisor, de forma correta e nos termos indicados pelo fabricante, o
aparelho teve uma explosão, decorrente de defeito de fabricação, causando lesões em
Jon Snow e em seus dois amigos que estavam juntos. Diante desta proposição, é
CORRETO afirmar que: I. A loja YY, que vendeu o televisor é solidariamente
responsável com o fabricante pelos danos causados às vítimas, por se considerar a
responsabilidade pelo fato do produto .II. A Fabricante XX responde pelos danos
causados aos consumidores, independentemente da existência de culpa. III. Para os
efeitos e aplicação do CDC, no caso descrito no enunciado acima, são considerados
consumidores, além do adquirente do televisor, todas as vítimas do evento
(consumidores por equiparação).IV. A responsabilidade discutida na proposição decorre
de vício do produto, aplicando-se os dispostos nos artigos 18 e seguintes do Código de
Defesa do Consumidor, e cuida de defeitos inerentes ao próprio produto.
a- Somente as proposições II e III estão corretas
b- Somente as proposições I e III estão corretas
c- Somente as proposição I e IV estão corretas
d- Somente as proposições III e IV estão corretas

RESPOSTA.: LETRA A
10- Um dentista autônomo alugou uma sala equipada em um hospital para realizar
uma microcirurgia em um paciente de seu consultório. Usou os instrumentos do
hospital, que, segundo ficou comprovado, teriam sido higienizados. Ocorre que, após a
cirurgia ser realizada, o paciente passou muito mal, sendo acometido por uma infecção
generalizada em razão de ter sido infectado por uma bactéria hospitalar, e ainda por não
ter sido orientado adequadamente pelo dentista sobre os cuidados pré-operatórios. Nesse
caso, é correto afirmar:
a- a relação do paciente com o dentista é tutelada pelo Código de Defesa do
Consumidor, porém eventual limitação de indenização poderá ser pactuada por meio de
contrato.
b- apenas o dentista será responsabilizado, sendo que deverá obrigatoriamente
ocorrera inversão do ônus da prova em favor do consumidor.
c- dada a aplicação do Código de Defesa do Consumidor para ambos os
fornecedores, deve o paciente ser ressarcido integralmente de seus prejuízos, tanto por
danos materiais quanto morais, se for o caso, apurando-se a responsabilidade dos
prestadores de serviços.
d- no caso em apreço, o hospital é fornecedor, nos termos do Código de Defesa do
Consumidor, e o dentista, por ser profissional autônomo, tem com o paciente uma
relação civil.
e- a relação do paciente com o hospital é regida pelo Código Civil e com o dentista
é tutelada pelo Código de Defesa do Consumidor.

RESPOSTA.: LETRA C

11- A empresa multinacional adquire peças de terceiros para linha de montagem de


tratores. No caso,
a- trata-se de operação sob proteção do CDC.
b- trata-se de meras relações comerciais, em que incidem regras do direito comum.
c- teriam aplicação do cdc se, expressamente, no contrato de fornecimento de
peças se fizer constar cláusula de submissão a esse regime.
d- o cdc não regula a relação de aquisição e utilização de produto ou serviço por
parte de multinacional, ante a inexistência de correlação de desigualdade entre as partes.

RESPOSTA.: LETRA D
12- Discorra sobre as excludentes do dever de indenizar no Direito do Consumidor:

RESPOSTA.: No Direito do Consumidor, as excludentes do dever de indenizar estão previstas nos


artigos 12, § 3º e 14, § 3º do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Essas excludentes são
situações em que o fornecedor pode não ser responsabilizado por danos causados aos consumidores.
As principais excludentes são:

Não colocação do produto no mercado: O fornecedor não será responsabilizado se provar que
não colocou o produto no mercado.

Inexistência do defeito: Não há responsabilidade se o fornecedor demonstrar que, embora o


produto tenha sido colocado no mercado, ele não apresenta o defeito alegado.

Culpa exclusiva do consumidor ou terceiro: O fornecedor não é responsável se ficar comprovado


que a culpa pelo dano foi exclusivamente do consumidor ou de um terceiro¹.

Essas excludentes devem ser provadas pelos fornecedores para serem aplicadas, e a
responsabilidade é afastada apenas se uma dessas condições for comprovadamente atendida.

13- Janaína adquiriu um veículo novo em março de 2021. Ao sair com o automóvel
da concessionária, percebeu um ruído no acionamento da embreagem. No mesmo
momento, retornou à loja, onde foi informada pelos funcionários que tal barulho era
natural, uma vez que o motor era novo. Oito meses depois, já tendo percorrido dez mil
quilômetros com o veículo, retornou à concessionária para fazer a revisão e, mais uma
vez, queixou-se do mesmo ruído, contudo foi informada de que se tratava de uma
característica do modelo adquirido. Cerca de uma semana depois, o veículo parou de
funcionar, foi rebocado até a concessionária e lá permaneceu por mais de sessenta dias.
Janaína acionou o Poder Judiciário, alegando vício oculto e pleiteando o ressarcimento
pelos danos materiais, além de uma indenização por danos morais.
A partir da situação hipotética anterior, julgue os itens seguintes.
I Uma vez viciado o produto, o fornecedor tem trinta dias para sanar o vício e, caso não
o faça, o consumidor pode exigir a restituição da quantia paga.
II Em se tratando de vício oculto, o prazo decadencial de noventa dias se inicia no
momento em que fica evidenciado o defeito.
III A reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor é
causa de suspensão do prazo decadencial.
IV Por se tratar de vício do produto, a responsabilidade entre a concessionária e o
fabricante é solidária.
Assinale a opção correta.
a- Apenas o item IV está certo.
b- os itens I e II estão certos.
c- Apenas os itens II e III estão certos.
d- Apenas os itens I, III e IV estão certos.
e- Todos os itens estão certos.

RESPOSTA.: LETRA E
14- Joana é uma doceira de renome que, há mais de quinze anos, produz doces e
bolos para festas de toda natureza, contudo ela não possui registro da atividade
empresarial desenvolvida, atendendo seus clientes em sua própria residência, na cidade
de Limeira – SP. A venda dos doces é a única fonte de renda de Joana.

No mês de novembro, Felipe completou um ano de idade e seus pais comemoraram a


data com uma festa na cidade de Campinas – SP, local de sua residência, onde foram
servidos doces e bolos encomendados a Joana. Contudo, os avós de Felipe sofreram
uma infecção gastrointestinal causada pela ingestão dos produtos que, conforme
verificado por uma análise técnica posterior, estavam impróprios para o consumo.
Acerca da situação hipotética anterior, assinale a opção correta, à luz do estabelecido no
Código de Defesa do Consumidor (CDC).
a- O conceito de fornecedor se aplica à Joana, pois ela fornece produtos com
habitualidade e onerosidade, ao passo que o conceito de consumidor se aplica apenas
aos avós de Felipe.
b- Embora sua atividade não esteja devidamente registrada em junta comercial,
Joana pode ser considerada fornecedora, e os convidados da festa de aniversário, na
qualidade de consumidores por equiparação, poderão pedir-lhe indenização.
c- Eventual ação de responsabilidade civil proposta pelos avós de Felipe contra
Joana deverá ser ajuizada em Limeira – SP, local da contratação.
d- O CDC é aplicável ao caso, sendo certo que tanto os avós de Felipe quanto os
demais convidados intoxicados são consumidores por equiparação e poderão pedir
indenização, porém a inversão do ônus da prova só se aplicará em favor dos avós de
Felipe.
e- A atividade desenvolvida por Joana não se enquadra no conceito legal de
fornecedor, razão pela qual serão aplicadas ao caso as regras previstas no Código Civil.

RESPOSTA.: LETRA B

15- Sobre consumidores por equiparação, é correto afirmar que:


a- O Código de Defesa do Consumidor não contempla proteção a quem
efetivamente não tenha intervindo nas relações de consumo.
b- para efeitos da legislação consumerista, é possível considerar consumidor por
equiparação, exclusivamente, uma coletividade determinável de pessoas.
c- a lei consumerista equipara a consumidor todas as vítimas do evento lesivo,
quando se tratar de defeito do produto e do serviço.
d- tal conceito é aplicável apenas para questões que envolvam a existência de vício
do produto e do serviço.
e- podem ser considerados consumidores por equiparação as pessoas físicas, tão
somente.

RESPOSTA.: LETRA C
16- Discorra sobre os seguintes princípios:
Informação, segurança, vulnerabilidade, reparação integral e reparação objetiva.

RESPOSTA.: Os princípios mencionados são fundamentais no Direito do Consumidor e estão


previstos no Código de Defesa do Consumidor (CDC) brasileiro:

Princípio da Informação: Este princípio assegura que os consumidores devem receber


informações claras e adequadas sobre os diferentes produtos e serviços. Inclui dados sobre
características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantias, prazos e riscos que o produto
ou serviço pode apresentar².

Princípio da Segurança: Refere-se à proteção contra produtos e serviços que possam colocar em
risco a saúde ou segurança dos consumidores. O fornecedor deve garantir que o que é oferecido não
trará danos ao consumidor, sob pena de ter que reparar os danos causados².

Princípio da Vulnerabilidade: Reconhece a desigualdade nas relações de consumo, considerando


o consumidor sempre a parte mais fraca e necessitada de proteção especial. Isso se reflete na
assimetria de informações e poder entre consumidores e fornecedores¹².

Princípio da Reparação Integral: Este princípio garante que o consumidor prejudicado por um
produto ou serviço defeituoso tem direito a uma reparação completa. Isso inclui não apenas os
danos materiais diretos, mas também eventuais danos morais ou estéticos⁵.

Princípio da Boa-Fé Objetiva: Embora não mencionado explicitamente na sua pergunta, é


importante destacar que este princípio está intrinsecamente relacionado aos demais. Ele exige que
as partes de uma relação de consumo ajam com honestidade, lealdade e respeito mútuo, tanto na
fase pré-contratual quanto na execução do contrato².

Esses princípios visam equilibrar as relações de consumo, protegendo o consumidor e promovendo


práticas justas no mercado.

17- Diferencie o contrato de compra e venda da relação cível e da relação de


consumo:

RESPOSTA.: A diferenciação entre o contrato de compra e venda nas relações cíveis e nas
relações de consumo é uma questão importante no direito brasileiro:

Contrato de Compra e Venda na Relação Cível: Regulado pelo Código Civil, o contrato de
compra e venda é um acordo em que uma parte (vendedor) se compromete a transferir a
propriedade de um bem ou direito para outra parte (comprador), mediante pagamento de um preço
estabelecido. Este tipo de contrato é mais amplo e pode envolver tanto bens de consumo quanto
bens não destinados ao consumo final. A relação cível não se limita ao consumo, podendo ser
estabelecida para fins comerciais, industriais, entre outros.

Relação de Consumo: Já a relação de consumo é regulamentada pelo Código de Defesa do


Consumidor (CDC) e caracteriza-se pela aquisição de produtos ou serviços por uma pessoa física ou
jurídica que os utiliza como destinatário final². O foco está na proteção do consumidor, parte
considerada mais vulnerável na relação. O CDC estabelece normas de proteção, como direitos à
informação, segurança dos produtos e serviços, e mecanismos de reparação em caso de danos.
Portanto, a principal diferença está na finalidade do contrato e na proteção conferida ao consumidor.
Enquanto as relações cíveis são regidas principalmente pelo Código Civil e abrangem uma
variedade mais ampla de transações, as relações de consumo são especificamente protegidas pelo
CDC e focam na aquisição de bens e serviços para uso pessoal ou familiar.

18- Discorra sobre o conceito de consumidor por equiparação:

RESPOSTA.: O conceito de consumidor por equiparação, previsto no artigo 17 do Código de


Defesa do Consumidor (CDC), amplia a definição de consumidor para incluir indivíduos que,
embora não tenham participado diretamente da relação de consumo, são afetados por um evento
danoso decorrente dessa relação.

Essa extensão da proteção visa abranger situações onde pessoas são prejudicadas por produtos ou
serviços sem necessariamente serem os consumidores diretos. Por exemplo, se um produto
defeituoso explode e causa danos a terceiros que estavam próximos, esses indivíduos são
considerados consumidores por equiparação e, portanto, têm direito à proteção oferecida pelo CDC.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforça essa interpretação, considerando que
o alargamento do conceito de consumidor serve para proteger todas as pessoas que possam ser
afetadas pelos efeitos danosos dos defeitos do produto ou do serviço, em função da relevância social
da prevenção e reparação de danos.

19- Qual a diferença entre fato do produto ou do serviço e vício do produto dou do
serviço?:

RESPOSTA.: Vício do produto ou serviço, refere-se a problemas que afetam a funcionalidade do


produto ou a adequação do serviço, tornando-os impróprios para o consumo ou diminuindo seu
valor. Os vícios podem ser aparentes ou ocultos e estão relacionados à qualidade e quantidade que
tornam o produto ou serviço inadequado para os fins a que se destinam. Por exemplo, um aparelho
eletrônico que não funciona ou um serviço de pintura que descasca facilmente são considerados
vícios. Já o fato do produto ou serviço, está relacionado a defeitos que, além de prejudicar a
incolumidade econômica do consumidor, podem causar danos à sua saúde e segurança. O fato do
produto ou serviço é mais grave que o vício, pois está associado a acidentes de consumo, como uma
explosão de bateria de celular ou um serviço de dedetização que intoxica a família. O fato do
produto ou serviço desencadeia um dano que extrapola a órbita do próprio produto ou serviço.

Em termos de prazos, a reclamação por vício é sujeita a prazos decadenciais, que são de 30 dias
para produtos ou serviços não duráveis e de 90 dias para produtos ou serviços duráveis. Já a
reclamação por fato do produto ou serviço segue um prazo prescricional de 5 anos, iniciando-se a
contagem a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
20 - Hildete comprou, no supermercado Boas Compras Ltda., uma lâmpada da
fabricante Indústria de Lâmpadas Ltda. com a indicação de 150 watts. Ao chegar em sua
residência, verificou que a lâmpada era, na verdade, de 80 watts e, quando tentou
utilizá-la, a mesma explodiu, causando danos materiais e morais a Hildete. Em perícia
técnica, foi constatado defeito de fabricação e inadequação de acondicionamento da
lâmpada no supermercado. Diante do caso, na qualidade de advogado de Hildete,
analise os direitos cabíveis:

RESPOSTA.: Como advogado de Hildete, é possível argumentar que ela tem direitos assegurados
pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) em virtude dos danos sofridos devido ao defeito de
fabricação e inadequação de acondicionamento da lâmpada. Segundo o CDC, tanto o fabricante
quanto o comerciante são responsáveis pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. No caso de
Hildete, os direitos cabíveis incluem a substituição do produto (substituição da lâmpada por uma
que corresponda à indicação original de 150 watts, ou por outra de qualidade equivalente), a
reparação dos danos materiais (o ressarcimento ou reparação dos danos materiais causados pela
explosão da lâmpada, como danos à residência ou a outros bens), a reparação dos danos morais
(indenização por danos morais devido ao acidente, considerando o susto, o medo e a insegurança
gerados pela explosão inesperada) ou informação adequada (exigir que tanto o fabricante quanto o
supermercado forneçam informações claras e precisas sobre os produtos, evitando assim futuras
ocorrências semelhantes).

É importante ressaltar que a responsabilidade é objetiva, ou seja, independe da existência de culpa,


e é solidária entre todos os fornecedores da cadeia de consumo, permitindo que Hildete busque a
reparação dos danos tanto do fabricante quanto do supermercado⁷⁸[^10^]. Além disso, a
inadequação de acondicionamento no supermercado contribui para a responsabilidade deste último,
pois é dever do comerciante garantir que os produtos estejam em condições seguras para o
consumo.

Diante desses fatos, recomendaria a Hildete que buscasse um acordo com os fornecedores para a
reparação dos danos. Caso não haja um acordo satisfatório, ela pode recorrer ao Poder Judiciário
para garantir seus direitos. É aconselhável também reunir todas as provas necessárias, como a nota
fiscal da compra, o laudo da perícia técnica e registros de qualquer comunicação com os
fornecedores sobre o incidente.

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