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DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios Administrativos – Continuidade dos Serviços Públicos


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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS – CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS


PÚBLICOS

Mais um bloco sobre os princípios do Direito Administrativo

7. CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Os serviços públicos NÃO DEVEM sofrer interrupções. É necessário que os serviços públi-
cos tenham uma solução de continuidade.
Em algumas situações, a Lei das concessões e permissões permite suspender a presta-
ção de serviço.
Art. 6º, § 3º, II, da Lei n. 8987/1995, permite suspender a prestação: em situação de
emergência ou após prévio aviso, quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
Mas é importante conhecer a jurisprudência do STJ, que tem situações em que não admite
corte de serviços essenciais para a população:
1) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente
o usuário, desde que precedido de notificação.
3) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o direito à
saúde e à integridade física do usuário.
2) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por razões de ordem
técnica ou de segurança das instalações, desde que precedido de notificação.
5m
4) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadim-
plente pessoa jurídica de direito público, desde que precedido de notificação e a inter-
rupção não atinja as unidades prestadoras de serviços indispensáveis à população.
5) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadimplente
unidade de saúde, uma vez que prevalecem os interesses de proteção à vida e à saúde.
6) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadim-
plência do usuário decorrer de débitos pretéritos, uma vez que a interrupção pressupõe o
inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do consumo.
ANOTAÇÕES

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7) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por débitos de


usuário anterior, em razão da natureza pessoal da dívida.
8) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito irrisório,
por configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade,
sendo cabível a indenização ao consumidor por danos morais.
9) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o débito
decorrer de irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia elétrica, apurada unilate-
ralmente pela concessionária.
10) O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que
10m originou o débito, e não sobre outra unidade de consumo do usuário inadimplente.

DIREITO DE GREVE

Quando há greve, o serviço para de ser prestado.


A Constituição diz que o servidor público tem o direito de fazer greve nos termos da lei,
lei essa que NUNCA FOI FEITA. Então, o servidor, em tese, só poderia fazer greve quando
viesse a lei regulamentando. É diferente para os empregados de empresa privada, já que nas
empresas privadas o direito de greve é de eficácia imediata e a lei viria apenas para restringir
situações em que não se poderia fazer a greve. No serviço público, o servidor tem o direito de
greve e sempre fez greve mesmo com a ausência de lei. O STF foi chamado a se manifes-
tar pelo Sindicato de Carreira Policial que entrou com uma ação perante o STF pedindo um
entendimento sobre essa questão. O STF havia fixado no passado que se aplica a lei de greve
da iniciativa privada para o serviço público até que fosse feita a lei especial para os setores
públicos. Então o STF deu um jeito de regularizar essa situação. Isso foi inicialmente para a
carreira policial, mas depois o Supremo afirmou que carreira policial não pode fazer greve.
Hoje temos essa aplicação e posteriormente o STF, em 2016, julgou uma outra questão do
corte de ponto de quem faz greve. Quem fizer greve deverá ter seu ponto cortado.
Tese fixada pelo STF: A Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude
da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a compensação em caso de
acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada
por conduta ilícita do Poder Público. STF. Plenário. RE 693456/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, jul-
gado em 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845).
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Pontos Importantes
A Súmula ficou que deve haver o desconto, a Administração deve realizar o desconto dos
dias de greve, salvo em dois casos:
1. Se houver compensação;
15m 2. Quando há conduta ilícita do Poder Público.
O Supremo fixou depois que as carreiras típicas de estado (como as policiais, de segu-
rança pública, de fiscalização, de arrecadação etc.) não podem fazer greve. Então, essas
categorias devem encontrar outras formas, caso precisem pressionar o Estado.
O Supremo diz que o servidor que participa do movimento grevista durante seu estágio
probatório não pode ser reprovado no estágio ou ser demitido.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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