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DIREITO ADMINISTRATIVO

Princ. Adm. - Segur. Jurídica - Proteção à Confiança - Princ. do Contrad. e da Ampla Defesa
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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS – SEGURANÇA JURÍDICA – PROTEÇÃO


À CONFIANÇA – PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

5. SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO À CONFIANÇA)

Segurança jurídica quer dizer maior estabilidade das relações jurídicas já consolidadas
pelo decurso do tempo.
Em nível federal, há a Lei 9.784/99, que, em seu art. 54, estabeleceu prazo decadencial de 5
anos para a Administração proceder à anulação de seus atos ilegais que beneficiarem particulares.

 Obs.: o STJ entende que o prazo de 5 anos é contado a partir da vigência da lei.

A convalidação, também prevista na Lei 9.784, é outra decorrência da segurança jurídica.


Convalidar significa corrigir o vício do ato para aproveitar os efeitos que o ato produziu.
O princípio da proteção à confiança ou “proteção à confiança legítima” corresponde ao
aspecto subjetivo da segurança jurídica, de forma a ser considerado desdobramento deste.
5m
Conforme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “princípio da proteção à confiança leva em
conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público
sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e
por terceiros”.

Teoria do Fato Consumado


Segundo esta teoria, as situações jurídicas consolidadas pelo decurso do tempo, ampara-
das por decisão judicial, não devem ser desconstituídas, em razão do princípio da segurança
jurídica e da estabilidade das relações sociais (STJ. REsp 709.934/RJ).
Se o candidato tomou posse no cargo por força de decisão judicial precária e passaram-se
vários anos e ele, após cumprir todos os requisitos, aposentou neste cargo por tempo de con-
tribuição e, após a aposentadoria, a decisão que o amparou foi reformada. Neste caso, NÃO
10m
HAVERÁ a cassação de sua aposentadoria. Ou seja, ele continuará aposentado no cargo,
pois contribuiu durante todo o período necessário. Ademais, a legislação não prevê cassação
de aposentadoria por esse motivo.
ANOTAÇÕES

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ATENÇÃO
Se o candidato ingressa em cargo por decisão precária (ex: liminar) e depois a liminar é
‘derrubada’ ele deve ser exonerado do cargo, NÃO SE APLICA para este caso a TEORIA
DO FATO CONSUMADO. MAS…na APOSENTADORIA SE APLICA… STJ. 1ª Seção. MS
20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).

A “teoria do fato consumado" não pode ser aplicada para consolidar remoção de ser-
vidor público destinada a acompanhamento de cônjuge, em hipótese que não se adequa à
legalidade estrita, ainda que tal situação haja perdurado por vários anos em virtude de deci-
são liminar não confirmada por ocasião do julgamento de mérito. Se a pessoa consegue uma
decisão provisória garantindo a ela a remoção e, posteriormente, esta decisão é revogada,
esta remoção terá que ser desfeita mesmo que já tenha se passado muitos anos. Não se
aplica a "Teoria do Fato Consumado" em relação a atos praticados sob contestação das pes-
soas envolvidas, que o reputam irregular e manifestam a existência da irregularidade nas vias
adequadas, ainda que, pela demora no transcurso do procedimento destinado à apuração
da legalidade do ato, este gere efeitos no mundo concreto. Verificada ou confirmada a ilega-
lidade, o ato deve ser desfeito, preservando-se apenas aquilo que, pela consolidação fática
irreversível, não puder ser restituído ao status quo ante. Se a Administração Pública, mesmo
após a decisão liminar, continuou questionando no processo a legalidade da remoção do ser-
vidor/autor, não se pode aplicar a teoria do fato consumado, devendo o ato ser desfeito, salvo
se tivesse havido uma consolidação fática irreversível (ou seja, se não fosse mais possível
voltar ao "status quo ante"). STJ. Corte Especial. EREsp 1.157.628-RJ, Rel. Min. Raul Araújo,
julgado em 7/12/2016 (Info 598).

6. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA


Art. 5º, inciso LV,: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes".

Súmula vinculante n. 5, STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a CF”.
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Súmula 373 – STJ – não se exige depósito prévio para interposição de recurso.
15m

SÚMULA VINCULANTE N. 21: É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO OU ARRO-


LAMENTO PRÉVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMI-
NISTRATIVO.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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