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TUTELA

PROVISÓRIA

Lucas Scarpelli de Carvalho


Alacoque
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ANO

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SUMÁRIO

Introdução ...................................................................................................04
Tutela Provisória .............................................................................................05
Tutela Antecipada e Cautelar........................................................................... 05
Tutela da Evidência ........................................................................................08
Referências .................................................................................................. 09

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INTRODUÇÃO

A tutela provisória não é novidade no Direito Processual Civil brasileiro, mas, a


partir do Código de Processo Civil de 2015, foi reforçada e recebeu novos
detalhamentos.

Trata-se de instrumento de suma importância para a efetividade e celeridade


processual, garantindo às partes a satisfação do direito perseguido na
demanda, ou seu acautelamento.

Esse estudo se inicia pelo conceito de tutela provisória, e passa por sua divisão
entre tutela de urgência antecipada e cautelar e tutela da evidência,
recentemente positivada.

Passemos, portanto, ao estudo da Tutela Provisória no Direito Processual Civil.

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TUTELA PROVISÓRIA

Pode ser de urgência (cautelar e antecipada, genéricas, e liminar, específica) e


da evidência; proferida mediante cognição sumária (excepcionalmente em
sentença), fundada em juízo de probabilidade (aparência de que o direito
existe). A concessão de tutela da evidência é possível mesmo nos
procedimentos em que há previsão de liminar específica. A tutela provisória de
urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente
ou incidental (o CPC não prevê a de evidência de forma antecedente). O juiz
poderá determinar as medidas que considerar adequadas para a efetivação da
tutela provisória, aplicando-se as normas relativas ao cumprimento provisório
de sentença. Seja de forma antecedente ou de forma incidental, a tutela
provisória será confirmada, modificada ou reformada pela decisão concessiva
da tutela definitiva. Será competente para decidir o pedido de tutela provisória
o juízo competente para conhecer do pedido principal, independentemente de
este já ter sido feito ou estar por vir; é discutida a possibilidade de concessão
de ofício de tutela de urgência.

TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA E CAUTELAR


Antecipação dos efeitos práticos que seriam gerados com a concessão
definitiva da tutela pretendida pelo autor, tradicionalmente associada às
tutelas condenatória, executiva e mandamental. É cabível nos procedimentos

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em geral e em procedimento especial que prevê liminar com requisitos
diversos. Não se concederá a antecipação de tutela quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos práticos da decisão, ressalvando-se as hipóteses
que envolvam direitos indisponíveis e de dupla irreversibilidade (nesta o juiz
deve fazer ponderação do direito mais provável). Tanto o autor como o réu
podem requerer a antecipação de tutela, bem como os terceiros intervenientes
(há controvérsia quanto ao MP).

Quando a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial


pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido
de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do
periculum; caso seja indeferido o pedido, caberá ao autor emendar a petição
inicial em até 5 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução de
mérito (com a emenda ocorrerá uma conversão do pedido de tutela antecipada
no processo principal); caso seja deferido, o autor deve aditar a inicial, em 15
dias, para formular o pedido de tutela final, complementando sua
argumentação e juntando novos documentos (também sob pena de extinção),
o réu será citado para audiência e a tutela se estabilizará se da decisão que a
concedeu não for interposto recurso. A regra da estabilização não é aplicável à
tutela cautelar, à tutela da evidência e à antecipação de tutela requerida em
caráter incidental. Com a estabilização da tutela, extingue-se o processo (é
proferida sentença), mas não há resolução do mérito quanto ao pedido
definitivo; a sentença que extingue o processo nesse caso tem a natureza
controvertida (terminativa ou julgamento provisório de mérito); a decisão que
concede a tutela antecedente também não faz coisa julgada, mesmo que
estabilizada, tornando-se indiscutível e imutável após 2 anos (dentro desse

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prazo, qualquer das partes poderá ingressar com novo processo com o objetivo
de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada).

O processo cautelar incidental autônomo foi extinto pelo novo CPC, podendo o
pedido cautelar ser formulado juntamente com o pedido principal, ou em meio
ao andamento do processo. A tutela cautelar é sumária, tanto na forma quanto
na cognição (probabilidade do direito e periculum in mora); é instrumental,
sendo concedida para que, em tese, o resultado de outro processo seja útil e
eficaz; é genérica, ampla e irrestrita, estando presentes seus requisitos (o novo
CPC não prevê mais cautelares típicas, mas mero rol com interpretação
analógica).

Na tutela cautelar requerida em caráter antecedente, o procedimento a ser


observado dependerá essencialmente do acolhimento ou da rejeição do
pedido; a petição inicial é apresentada como a da tutela antecipada
antecedente; o réu é citado para contestar em 5 dias, e, se ele apresentar
defesa, o processo seguirá o rito comum. Deferido e efetivado o pedido de
tutela cautelar antecedente, o autor será intimado para, em 30 dias, emendar a
inicial para formular o pedido principal, convertendo-se o processo cautelar no
processo principal; se for indeferido o pedido, o processo seguirá como
cautelar até ser sentenciado. A eficácia da tutela cautelar concedida em caráter
antecedente cessa se o autor não deduzir o pedido principal em 30 dias, se ela
não for efetivada nesse mesmo prazo (por atraso imputável ao favorecido) ou
se o pedido principal for julgado improcedente (ou também se o processo
principal for extinto sem julgamento do mérito).

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TUTELA DA EVIDÊNCIA
Tem como requisitos alternativos o abuso de direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório da parte (nesse caso vem sendo conjugado com o
fumus), prova pré-constituída aliada a tese firmada em julgamento repetitivo
ou súmula vinculante, prova documental em ação reipersecutória ou prova
documental sem contraprova do réu capaz de gerar dúvida razoável ao juiz. A
tutela da evidência só pode ser concedida em caráter incidental.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Disponível em:


https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso
em: 12 mai. 2023.

BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-


2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 12 mai. 2023.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. 3ª Ed. Salvador: JusPODIVM,
2019.

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