Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Caro(a) aluno(a), esse material serve de apoio pra que você consiga acompanhar
bem as aulas em vídeo. Como você sabe, qualquer dúvida, estarei sempre à
disposição caso você precise esclarecer alguma dúvida e ouvir suas sugestões.
Abraço afetuoso,
Patricia Dreyer
Vamos lembrar que o processo de execução é destinado à execução dos títulos executivos
extrajudiciais. E, pra isso, precisamos começar estudando alguns princípios e regras
importantes sobre esse livro do Código de Processo Civil.
Art. 5º CF/88 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação.
Súmula 549 STJ - É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato
de locação.
Execução deve se dar no benefício do credor e a interpretação das normas deve ser dar
em seu benefício
Todavia, há uma exceção: Possibilidade de cumular execução de pagar quantia certa com
obrigação de fazer (STJ, Resp. 1.263.294/Rel. Min. Diva Malerbi, DJ. 23.11.2012)
(REsp 1688154/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 12/03/2019, Dje 15/03/2019)
(...) 2. O propósito recursal consiste em definir sobre a possibilidade de cumulação
subjetiva de credores na execução de título executivo extrajudicial - exegese do art. 780,
do CPC/15.
Também a responsabilidade secundária está prevista no artigo 790 do CPC, sem que
isso signifique desconsideração da personalidade jurídica como, por exemplo, no caso de
um cônjuge ou companheiro que poderá ter seu patrimônio comum penhorado e
adjudicado pelo terceiro, ou alienado, ou talvez leiloado, a despeito de se resguardar a
meação do cônjuge não devedor – fato é que o bem de terceiro não devedor poderá ser
alcançado a fim de se satisfazer a execução.
A busca pelo patrimônio do devedor se dá pela penhora, que é o ato de constrição judicial
que tem as seguintes finalidades:
✓ para garantir a execução;
✓ individuar o patrimônio do devedor;
✓ tirar o bem da posse plena ou direta ou do devedor;
✓ dar ao exequente o direito de preferência.
Informativo nº 0664
Publicação: 28 de fevereiro de 2020.
RECURSOS REPETITIVOS - AFETAÇÃO
Processo ProAfR no REsp 1.835.865-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção,
por unanimidade, julgado em 10/12/2019, DJe 05/02/2020
Tema: A Primeira Seção acolheu a proposta de afetação do recurso especial ao rito dos
recursos repetitivos, conjuntamente com o REsp 1.666.542/SP, a fim de uniformizar o
entendimento a respeito da seguinte controvérsia:
i) da necessidade de esgotamento das diligências como pré-requisito para a penhora do
faturamento;
ii) da equiparação da penhora de faturamento à constrição preferencial sobre dinheiro,
constituindo ou não medida excepcional no âmbito dos processos regidos pela Lei
6.830/1980; e
iii) da caracterização da penhora do faturamento como medida que implica violação do
princípio da menor onerosidade.
ATAME EDUCACIONAL LTDA. | CNPJ: 06.043.448/0001-79
WWW.ATAME.EDU.BR
De toda sorte, observe o seguinte julgado:
Informativo nº 0600
Publicação: 26 de abril de 2017.
TERCEIRA TURMA
Processo REsp 1.493.067-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em
21/3/2017, DJe 24/3/2017.
Tema: Ação civil pública. Indisponibilidade de bens. Integralidade do patrimônio.
Execução. Expropriação. Adjudicação de bem. Coisa determinada e específica.
Impedimento. Ausência.
Destaque: A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não
impede a adjudicação de um determinado bem ao credor que executa o devedor comum
com substrato em título executivo judicial.
Informações do Inteiro Teor: Inicialmente, cumpre salientar que se o devedor não
adimplir espontaneamente com as prestações a que se sujeitou, a atuação do Estado é
necessária para compeli-lo a satisfazer o direito de crédito de um determinado credor
previsto em um título executivo. Nessa hipótese, a fim de evitar que essa atividade estatal
seja infrutífera, o ordenamento jurídico prevê meios de remediar e precaver essa situação,
evitando a gestão ruinosa do devedor sobre seu patrimônio por meio de determinadas
medidas que atuam sobre seu poder de livremente dispor de seus bens. A
indisponibilidade é uma dessas medidas destinadas à garantia da satisfação de uma dívida.
Trata-se de cautelar inominada, deferida com substrato no poder geral de cautela do juiz,
por meio da qual é resguardado o resultado prático de uma ação pela restrição ao direito
do devedor de dispor sobre a integralidade do seu patrimônio, sem, contudo, privá-lo
definitivamente do domínio. Diferentemente do que ocorre na indisponibilidade, no
arresto, a perda do poder de disposição incide sobre um determinado ou determinados
bens porque já se sabe quantos deles serão necessários à satisfação da dívida, o que é
justificado pelo fato de que sua decretação depende da existência de prova literal da dívida
líquida e certa. Além disso, o arresto “apenas importa na ineficácia da transmissão
dominial” (REsp 819.217/RJ, Terceira Turma, DJe 06/11/2009; REsp 487.921/SP, Quarta
Turma, DJe 2/5/2013), haja vista que a ineficácia se restringirá apenas a um negócio
jurídico realizado sobre um bem específico, dada sua vinculação à dívida a ser executada.
Ademais, diferentemente da indisponibilidade cautelar, a inalienabilidade e
A regra geral da impenhorabilidade de salários, vencimentos, proventos etc. (art. 649, IV,
do CPC/73; art. 833, IV, do CPC/2015), pode ser excepcionada quando for preservado
percentual de tais verbas capaz de dar guarida à dignidade do devedor e de sua família.
RE nos EDcl nos EREsp 1582475, Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
publicado em 28.5.2019
Art. 835.
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito
Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda
e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
O lugar de realização da penhora observará o que reza o artigo 845 do CPC, ou seja,
efetua-se a penhora onde se encontram os bens ainda que sob a posse, a detenção ou a
guarda de terceiros e é claro que pode haver a substituição da penhora, ou a pedido do
executado, ou a pedido de qualquer das partes, consoante ensina o artigo 848 do CPC.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:
I - ela não obedecer à ordem legal;
II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou
ato judicial para o pagamento;
III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido
penhorados;
IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já
penhorados ou objeto de gravame;
V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer
das indicações previstas em lei.
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança
bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao
do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
De toda sorte, uma vez penhorado o bem, a primeira tentativa será a adjudicação, que é a
possibilidade de o exequente ficar com o bem penhorado, pelo valor da avaliação. O passo
seguinte é a alienação, ou feita na iniciativa particular, ou em leilão, nos termos do artigo
879 do CPC. Só que na alienação particular, o preço mínimo é o valor da avaliação. Por
outro lado, é o juiz quem estabelece o preço mínimo no caso do leilão judicial, nos termos
do artigo 885, desde que não seja preço vil.
Mas sempre haverá a possibilidade de o devedor se defender alegando impenhorabilidade
do seu patrimônio:
MENOR ONEROSIDADE DO DEVEDOR ou MENOR SACRIFÍCIO
A menor onerosidade exige que o credor, tendo mais de uma via de execução, escolha
aquela que é menos gravosa ao devedor, nos termos do artigo 805 do CPC, indicando
outros meios mais eficazes, sob pena de manutenção da via em curso:
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a
execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso
para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva
mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos
onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.
Claro que o menor sacrifício deve ser subordinado à máxima efetividade e, em
última análise, à razoável duração do processo.