Você está na página 1de 10

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR VICE–PRESIDENTE DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXXX.

AGRAVANTE1, nos autos de AÇÃO DE EXECUÇÃO DE


TÍTULO EXTRAJUDICIAL, que move em desfavor de AGRAVADO2,
inconformado (a) com a decisão proferida pelo juízo a quo,
vem interpor recurso de Agravo de Instrumento, com base nas
questões de fato e de direito a seguir expostas:

I - TEMPESTIVIDADE

1
Qualificações.

2
Qualificações.
1. Importa destacar a tempestividade da
insurgência.
2. O prazo para interpor agravo de instrumento
é de 15 dias, segundo o art. 1.03, §5
º do CPC.
3. O Agravante foi intimado por publicação, via
diário de justiça eletrônico, em XX.XX.XXXX (dia da
publicação), iniciando-se a contagem do prazo em XX.XX.XXXX
(dies a quo).
4. Desse modo, o prazo para a interposição do
presente recurso encerra-se em XX.XX.XXXX (dies ad quem),
logo, distribuído o presente recurso até a mencionada data,
a manifestação é tempestiva.

II - FATOS DA DECISÃO AGRAVADA

5. Trata-se de ação de execução de título


extrajudicial, em que o Agravante postula a satisfação de
sua pretensão executiva no importe de R$ __________.
6. Após os requerimentos de praxe para a
constrição patrimonial, e, obtendo resultado insatisfatório
por meio das buscas realizadas pelos sistemas BACENJUD E
INOFJUD, O Agravante foi Intimado a promover a movimentação
do feito, momento em que pleiteou a consulta às empresas de
________________ (descrever a natureza, se é uma
instituição bancária, cooperativa, financeira,
securitizadora de crédito, ou, inclusive, uma corretora de
ativos mobiliários, etc) para a obtenção de informações
acerca do patrimônio disponível do Agravado.
7. Todavia, o Juízo a quo compreendeu que
(transcrever a fundamentação jurídica da decisão impugnada
em contemplação ao princípio da dialeticidade).
8. Nesse sentido, o Juízo decidiu que
___________________________________________________________
(transcrever a parte dispositiva da decisão impugnada).
9. Contudo, conforme será demonstrado a seguir,
as razões para o indeferimento da diligência pretendida
materializada no pedido de ofício às empresas
_______________ (descritas no parágrafo n. 5) não devem
prosperar, sendo necessária a reforma do decisum.

III - CABIMENTO

10. O art. 1.015, parágrafo único do Código de


Processo Civil dispõe que caberá agravo de instrumento
contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no
processo de execução e no processo de inventário.
11. Nesse viés, destaca-se, inicialmente, que o
processo de origem consubstancia-se em execução de título
extrajudicial.
12. Ainda, depreende-se por meio da síntese
fática disposta alhures, que este recurso possui como
objeto a pretensa reforma de decisão interlocutória
desfavorável ao Agravante, sendo que, portanto, o cabimento
do presente recurso é indubitável, nos termos do art.
1.015, parágrafo único, do CPC.

IV - DO DEVER DE COOPERAÇÃO ENTRE AS PARTES NO PROCESSO


13. O art. 6º do CPC preceitua que todos os
sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.
14. Assim, por conclusão lógica da lei,
especialmente pela conjugação dos dispositivos legais
mencionados acima, vê-se que não há óbice para que o Juízo,
enquanto sujeito da triangularização processual, coopere
para a obtenção das medidas executivas que satisfaçam as
pretensões do Agravante, aliás, ao contrário, há expressa
obrigatoriedade advinda do novel sistema de processo civil
brasileiro.
15. Nesse viés, nota-se que qualquer hipótese
de negativa da prestação jurisdicional relativa às medidas
executivas que atendam os princípios basilares do Código de
Processo Civil no âmbito da execução, fere pungentemente o
direito de ação do Agravante, direito este de caráter
fundamental, previsto no inciso XXXV do art. 5º da
Constituição Federal, segundo o qual a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
16. Entretanto, conforme mencionado alhures, o
juízo de primeiro grau decidiu que (transcrever trecho da
decisão), apresentando óbice inadequado à eficiência da
execução.
17. Ora, é evidente que a diligência almejada
afigura-se muito menos onerosa ao magistrado, sendo
excessivamente dificultosa ao Agravante e até mesmo sendo
possível considera-la impossível, uma vez que por meio das
regras de experiência comum dispostas pelo art. 475 do CPC,
e possível aferir que as instituições particulares possuem
políticas de compliance no sentido de vedar em qualquer
hipótese o fornecimento de dados de seus clientes a
terceiros desprovidos de ordem judicial.
18. Aliás, ressalta-se que, sob a ótica da Lei
Complementar n. 105 de 2001, o sigilo financeiro é
instransponível sem decisão judicial permissiva.
19. Nesse viés, torna-se nítido que a decisão
proferida pelo Juízo de origem não apenas veda o dever de
colaboração entre as partes imposto pelo CPC, como também
enseja, por via reflexa, em prejuízos de ordem
constitucional, eis que sendo impossível a prática da
diligência por ato extrajudicial, o Agravante vê-se sob a
iminência de ter inviabilizado o seu direito de ação.
20. Logo, impõe-se rever a decisão impugnada a
fim de que seja determinado ao Juízo a quo que promova a
diligência pleiteada pelo Agravante, medida que conforme
será visto a seguir, privilegiará, inclusive o princípio da
máxima eficácia da execução.
V - FUNDAMENTOS PARA A REFORMA DA DECISÃO – PODER-DEVER DE
PRESTAÇÃO DA TUTELA JURISDICIONAL EXECUTIVA E A MÁXIMA
EFICÁCIA DA EXECUÇÃO

21. O art. 139, IV do CPC dispõe que o juiz


dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: determinar todas as medidas indutivas,
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária.
22. Denota-se, dessa forma, que ao juízo da
execução foi conferido um ônus legal, materializado no
poder-dever de prestar a tutela jurisdicional, que no caso
dos processos de execução é inerente à determinação de
todas as diligências lícitas que se mostrarem aptas à
máxima eficiência do processo.
23. Ocorre que, em sentido contrário ao
retromencionado, o juízo a quo dispôs que (transcrever a
fundamentação jurídica da decisão recorrida).
24. Logo, impõe-se demonstrar que, em razão aos
princípios constitucionais e processuais que regem o
processo executivo, torna-se impositiva a reforma da
decisão.
25. Explica-se.
26. Como se sabe, o princípio da máxima
efetividade da execução que rege o presente feito, norteia
o rito no sentido de se promover a satisfação da tutela
jurisdicional pretendida com celeridade e utilidade pela
atuação judicante, sendo, portanto, impositiva a adoção de
medidas nesse sentido.
27. Tal princípio se depreende da análise dos
preceitos constitucionais da celeridade processual e da
razoável duração do processo, nos termos do art. 5º,
LXXVIII, da CF3, replicados no art. 4º do CPC4 para o
âmbito dos processos executivos.

3
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.         (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

4
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
28. Ademais, conforme mencionado anteriormente,
ao magistrado, enquanto sujeito imparcial do processo,
também incumbe o dever de cooperação para a obtenção de
decisão de mérito justa e efetiva, tal como dispõe o art.
6º do CPC5.
29. Transportando o princípio para o caso em
análise, tem-se que tentados os meios ordinários de buscas
patrimoniais por meio de sistemas como o BACENJUD e
RENAJUD, sem, contudo, ser obtido êxito, a medida
(mencionar medida pleiteada) demonstra-se essencial para a
busca de um resultado efetivo na execução em trâmite, sendo
o óbice injustificado apresentado pelo Juízo de origem,
serve apenas para privilegiar o devedor criando ônus
excessivamente onero ao Agravante para a satisfação de seu
direito.
30. É relevante destacar que em razão ao
sincretismo processual que impera em nosso sistema desde
antes da vigência do atual Diploma processual, é possível
compreender que a ineficiência da fase executiva do feito
infere à compreensão de ineficiência da própria tutela
jurisdicional, o que sob o prisma do Estado Democrático de
Direito, deve ser combatido.
31. Aliás, é importante destacar que o
observando a necessidade de aferir máxima eficiência à
execução, a jurisprudência do STJ6, é uníssona ao
compreender que é desnecessário o esgotamento das
diligências na busca de bens a serem penhorados a fim de

5
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.

6
STJ - AREsp 1528536/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 19/11/2019, DJe 19/12/2019
autorizar-se a penhora on-line (sistemas Bacen-jud,
Renajud ou Infojud), em execução civil ou fiscal, após o
advento da Lei n. 11.382/2006, com vigência a partir de
21.1.2007, no sentido de valer-se de ferramentas dos
convênios do Judiciário que implicam, inclusive, em quebra
de sigilo financeiro e fiscal dos devedores.
32. No mesmo sentido o TJ-UF (ou STJ) decidiu
que (colacionar trecho da jurisprudência que seja
pertinente e atualizado).
33. Portanto, tem-se por imperativa a reforma
integral da decisão agravada, determinando-se a expedição
de ofícios às empresas _________________ (vide parágrafo n.
5) para que informem os ativos de titularidade do Agravado.

VI - TUTELA RECURSAL

34. A simples análise do contexto fático e


jurídico demonstra que há iminente risco de prejuízo
irreparável no caso dos autos.
35. O art. 1.019, I do CPC estabelece que o
Relator poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou
deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente,
a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão.
36. Isso porque, conforme se denota da
decisão colacionada ao presente mandamus, o juízo de
primeiro grau determinou que extinguirá a ação judicial no
prazo de 5 dias, caso o Agravante não promova
(determinação).
37. Eventual manutenção da decisão, neste
caso, afetará, inevitavelmente, o direito fundamental de
ação do Agravante, previsto no inciso XXXV do art. 5º da
CF.
38. Isso é inaceitável em um Estado
Democrático de Direito.
39. Nesse toar, ante à iminência de uma
possível extinção precipitada do processo, tem-se
caracterizado o perigo da demora, sendo necessária
atribuição de efeito suspensivo à decisão recorrida, a fim
de que a execução não venha a ser extinta, prejudicando o
direito do Agravante.
40. Outrossim, por toda a fundamentação
exposta alhures lastreada em preceitos legais e
constitucionais tem-se também por evidente o direito
pleiteado.
41. Preenchidos os requisitos, clarifica-
se a necessidade de deferimento do pedido liminar
pretendido a fim de que sejam suspensos os efeitos da
decisão recorrida.

VII - ENCERRAMENTO

42. Ante ao exposto, requer, liminarmente, a


atribuição de efeito suspensivo ao presente recurso, de
modo a sustar eventuais penalidades advindas da decisão
agravada, medida que evitará prejuízos irreparáveis ao
Agravante, como a eventual extinção precipitada do
processo.
43. Requer, após, a intimação do Agravado para
que seja oportunizada a sua manifestação.
44. Ao final, requer seja conhecido e provido
o recurso a fim de que seja reformada a decisão impugnada,
determinando-se ao Juízo de origem que promova a (medida
executiva pretendida).
45. Em atenção ao disposto pelos arts. 1016 e
1017, do CPC, o Agravante vem informar:
46. I – Advogados do Agravante: (preencher
dados).
47. II – Advogados do Agravado: (preencher
dados).
48. IV – Documentos anexos ao Agravo de
Instrumento: (preencher dados).
49. Declaram os subscritores da presente peça
que as cópias que acompanham o recurso são autênticas.
50. Informa a desnecessidade de recolhimento
do preparo recursal, uma vez que os Agravantes são
beneficiários da gratuidade de justiça, conferida pelo
Juízo de primeiro grau. Ou Requer a juntada do comprovante
de recolhimento do preparo recursal anexo.
51. Por fim, requer que todas as publicações e
intimações sejam feitas em nome do advogado nome, OAB/UF nº
000.000, sob pena de nulidade, nos termos do art. 272, §5º,
do CPC.

Termo em que, pede deferimento.


Cidade, UF, 6 de December de 2021.

ADVOGADO
OAB/UF 000.000

Você também pode gostar