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Decisão coordenada

• Trata-se de instância de natureza interinstitucional ou intersetorial;

• Atua sempre de forma compartilhada;

• Possui finalidade de simplificar o processo decisório;

• A finalidade é alcançada por meio da participação concomitante de todas as


autoridades e agente decisórios, bem como dos responsáveis pela
instrução técnico-jurídico;

• Obedecerá aos princípios da legalidade, da eficiência e da transparência.


Lei 9.784/99
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as decisões
administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais
setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante
decisão coordenada, sempre que:

I - for justificável pela relevância da matéria; e

II - houver discordância que prejudique a celeridade do processo


administrativo decisório.
Lei 9.784/99
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a
instância de natureza interinstitucional ou intersetorial que atua
de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo
administrativo mediante participação concomitante de todas as
autoridades e agentes decisórios e dos responsáveis pela instrução
técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilidade
do procedimento e de sua formalização com a legislação pertinente.
Lei 9.784/99
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos
administrativos:

I - de licitação;

II - relacionados ao poder sancionador; ou

III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos.


Lei 9.784/99

Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é


responsável pela elaboração de documento específico sobre
o tema atinente à respectiva competência, a fim de
subsidiar os trabalhos e integrar o processo da decisão
coordenada.
Princípio da autotutela
S. 473, STF: “A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Lei 9.784/99

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para
os destinatários decai em cinco anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica
quando o ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição
Federal. O art. 236, § 3º, da CF é uma norma constitucional
autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da Lei 8.935/1994 ela já
tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como
condição para o ingresso na atividade notarial e de registro.

STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/4/2014


(Info 741).
Súmula 633-STJ: A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz
respeito ao prazo decadencial para a revisão de atos
administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode
ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados e municípios, se
inexistente norma local e específica que regule a matéria.
No exercício do seu poder de autotutela, poderá a Administração Pública
rever os atos de concessão de anistia a cabos da Aeronáutica com
fundamento na Portaria nº 1.104/1964, quando se comprovar a ausência
de ato com motivação exclusivamente política, assegurando-se ao
anistiado, em procedimento administrativo, o devido processo legal e a não
devolução das verbas já recebidas.
STJ. 1ª Seção. MS 18442-DF, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
09/11/2022
Criação e alienação de
empresas subsidiárias
Subsidiária é uma empresa controlada pela empresa
estatal (empresa pública ou pela sociedade de economia
mista), que é criada para atuar em ramos específicos e
tem a maior parta do capital social em propriedade da
empresa criadora.
Art. 37 (...)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso,
a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
Com efeito, é desnecessária a autorização legislativa expressa para
a criação de subsidiárias quando houver autorização legislativa da
criação de empresa pública ou sociedade de economia mista e nesta
constar permissão genérica da possibilidade de criação de
subsidiárias. Assim, não se exige lei específica para autorizar a
criação de subsidiária (STF. Plenário. ADPF 794/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 21/5/2021).
Do mesmo modo, por força do princípio do paralelismo das formas,
como não é exigida lei específica para criar a subsidiária, também
não é necessária lei específica para alienar o seu controle acionário
(STF. Plenário. ADPF 794/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
21/5/2021).
Ação de regresso e teoria
da dupla garantia.
A ação por danos causados por agente público deve ser
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima
para a ação o autor do ato, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 14/8/2019 – repercussão geral.
AÇÃO CONTRA O AGENTE PÚBLICO: deve
ser regressiva, pela literalidade do art. 37, § 6º,
da CF/88, e por se tratar de uma dupla garantia
(STF, RE 327.904).
Pressupostos para a propositura da ação regressiva:
condenação do Estado na ação indenizatória;
trânsito em julgado da decisão condenatória (não precisa
aguardar o levantamento do precatório?);
culpa ou dolo do agente;
ausência de denunciação da lide na ação indenizatória.
Lei 4.619/65
Art. 2º O prazo para ajuizamento da ação
regressiva será de sessenta dias a partir da data
em que transitar em julgado a condenação
imposta à Fazenda.
O termo inicial da contagem do prazo prescricional para
a ação de regresso por culpa exclusiva de terceiro é a
data do adimplemento da obrigação, data em que se
efetiva o dano patrimonial e exsurge para o interessado
o direito ao ressarcimento.
STJ. AgRg no AREsp 644.963/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado

em 28/04/2015, DJe 25/05/2015.


Controle dos atos
administrativos
O TCU tem o prazo de 5 anos, contados do recebimento dos autos,

para realizar essa apreciação de legalidade, para fins de registro do

ato inicial de concessão de aposentadoria, reforma e pensão, sem

conceder ao interessado direito a contraditório e ampla defesa

STF. 1ª Turma. MS 26.069 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em

24/2/2017
Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 anos para o

julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de

aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à

respectiva Corte de Contas

STJ. 2ª Turma. REsp 1506932/ PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,

julgado em 02/03/2021
Nas hipóteses em que não haja exercício do controle de legalidade por

Tribunal de Contas, o prazo decadencial quinquenal previsto no art. 54

da Lei n. 9.784/1999 transcorre a partir da edição do ato pela

Administração.

STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 1761417-RS, Rel. Min. Manoel Erhardt,

julgado em 20/06/2022

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