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Aula 03
Igor Maciel
Hoje falaremos de um ponto também bastante cobrado na prova da OAB: serviços públicos.
Focaremos especificamente em alguns dispositivos da Lei 8.987/95, bem como na Lei das PPPs.
Este material é inteiramente gratuito e feito com muito carinho para que você possa conhecer nossa
metodologia. Trata-se de breve resumo de nossos materiais que compreende livros digitais completos,
videoaulas completas, questões anteriores da FGV resolvidas analiticamente, trilhas de estudos com planos
de estudo, resumos, mapas mentais, maratonas de questões, de apostas e de temas atuais. Trata-se do
material mais completo disponível no mercado para preparação para a OAB.
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Tenho a convicção de que poderemos lhe ajudar muito nessa caminhada. Por isso, deixo o convite para que
você conheça nossos materiais focados no Exame de Ordem:
Grande abraço,
Igor Maciel
1- SERVIÇOS PÚBLICOS
1.1 – Introdução
Passou-se a ser discutido no Brasil, inclusive, uma ideia de crise da noção de serviço público. Modernamente,
os doutrinadores passam a definir serviço público, levando em consideração as mutações sofridas com o
tempo, vejamos como cada autor conceitua serviços públicos.
“toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por
meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades
coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente de direito público”
“toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de
direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da
coletividade.”
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Percebam que a norma constitucional permite a delegação dos serviços públicos, desde que precedida de
licitação. Além disso, o artigo em comento traz no seu caput a expressão “na forma da lei”, cabendo,
portanto, ao legislador infraconstitucional estabelecer sua regulamentação.
Já o parágrafo único do artigo 175 da CF/88 elencou alguns princípios que a norma regulamentadora deverá
trazer no seu bojo, vejamos:
O artigo 175 da CF/88 só veio a ser regulamentado em 1995 com a entrada em vigor da Lei nº 8.987/95 que
passou a dispor no seu corpo sobre o regime de concessão comum e a permissão dos serviços públicos.
E, em 2004, entrou em vigor a Lei nº. 11.079/2004 que elencou a concessão especial de serviços públicos,
conhecida como “Parceria público-privada”, diferenciando-se da concessão comum.
Quando falamos em concessão de serviço público comum ou simples, estamos nos referindo àquela
modalidade clássica, estabelecida pelo artigo 2º, inciso, II da Lei 8.987/95.
A Lei 8.987/95 trouxe-nos também um outro tipo de concessão comum de serviços públicos: a concessão
comum precedida de uma obra pública, prevista no artigo 2º, III:
Esta modalidade de concessão se trata um contrato administrativo no qual o Poder público ajustará com
determinada pessoa jurídica ou um consórcio de empresas a execução de obra pública por conta e risco do
particular e, após tal obra concluída, o concessionário irá executar os serviços públicos originados daquela
obra por um prazo determinado.
Este tipo de concessão é utilizado com o intuito de livrar o Estado de arcar com custos vultosos que as obras
públicas demandam e no final, quem investiu na obra, poderá explorá-la para recuperar o capital investido
e obter lucro. No fim do prazo do contrato, o Estado retomará o serviço público podendo, caso desejar,
delega-lo novamente.
Vejam que a principal característica deste tipo de contrato é que na construção da obra, o Estado não utiliza
verba pública para custear absolutamente nada, ficando tudo por conta e risco do concessionário, assim
como a posterior execução do serviço público.
Claro.
Imagine que o Estado de São Paulo deseja construir uma nova rodovia que liga a capital ao Porto de Santos.
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Esta obra foi orçada em 50 milhões de reais, mas o governo estadual não dispõe ou não deseja gastar estes
recursos no momento. O Estado poderá, então, realizar um contrato onde delegará a execução e
manutenção da nova rodovia a um particular.
Simples. O Estado não pagará nenhum centavo ao particular, mas permitirá que este particular cobre
pedágio dos usuários que utilizarão a nova rodovia. Percebam, portanto, que a remuneração do particular
será integralmente custeada pelos usuários.
Mas a rodovia não existe ainda. Afinal, o exemplo disse que o governo queria construir,
mas não tinha os 50 milhões de reais.....
Exatamente.
No contrato de concessão de serviços públicos precedido da execução de obras públicas, o particular arcará
integralmente com os custos da obra da rodovia e obterá o ressarcimento do investimento e seu lucro a
partir da execução do serviço público / da cobrança de pedágio.
Percebam, portanto, que existem três partes nos contratos de concessão: o Poder Concedente (Estado), o
Concessionário (empresa particular) e o usuário dos serviços (eu, você e toda a coletividade), sendo neste
caso específico o concessionário executor da obra pública e do serviço eventualmente a ser prestado para
os usuários.
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIV Exame/2014 - Caso o Estado delegue a reforma, manutenção e operação de
uma rodovia estadual à iniciativa privada, com a previsão de que a amortização dos investimentos e a
remuneração do particular decorram apenas da tarifa cobrada dos usuários do serviço, estaremos diante de
uma
a) concessão de obra pública.
b) concessão administrativa.
c) concessão patrocinada.
As Parcerias Público Privadas (PPPs) são bastante cobradas nas provas da OAB e são um tema absolutamente
fácil. Parece brincadeira de criança. Vamos voltar ao nosso exemplo anterior quando falamos de concessões
comuns.
Imagine que o Estado de São Paulo deseja construir uma nova rodovia que liga a capital ao Porto de Santos.
Esta obra foi orçada em 50 milhões de reais, mas o governo estadual não dispõe ou não deseja gastar estes
recursos no momento. O Estado poderá, então, realizar um contrato onde delegará a execução e
manutenção da nova rodovia a um particular.
O usuário, exclusivamente.
Isso mesmo. Eu, você e toda a coletividade pagaremos por esta obra, através do pagamento de pedágio.
Sim.
Parcerias Públicos Privadas são contratos de concessão especial de serviços públicos onde o parceiro privado
é remunerado não exclusivamente pelo usuário. Nas PPPs, o concessionário será remunerado:
As parcerias público privadas foram introduzidas pela Lei 11.079/2004 que expressamente as divide em dois
tipos: a concessão patrocinada e a concessão administrativa, conforme artigo 2º:
FGV - OAB UNI NAC/OAB/IV Exame/2011 - O contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento e instalação
de bens, denomina-se concessão
a) comum.
b) patrocinada.
c) administrativa.
d) de uso de bem público.
Comentários
Gabarito, Letra C.
Vejam que a cobrança foi simples e poderia ser respondida apenas com a leitura do artigo 2º da Lei
11.079/2004.
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXI Exame/2016 - Uma autarquia federal divulgou edital de licitação para a
concessão da exploração de uma rodovia que interliga diversos Estados da Federação. A exploração do
serviço será precedida de obras de duplicação da rodovia. Como o fluxo esperado de veículos não é suficiente
para garantir, por meio do pedágio, a amortização dos investimentos e a remuneração do concessionário,
haverá, adicionalmente à cobrança do pedágio, contraprestação pecuniária por parte do Poder Público.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) Trata-se de um exemplo de parceria público-privada, na modalidade concessão administrativa.
b) Trata-se de um consórcio público com personalidade de direito público entre a autarquia federal e a
pessoa jurídica de direito privado.
c) Trata-se de um exemplo de parceria público-privada, na modalidade concessão patrocinada.
d) Trata-se de um exemplo de consórcio público com personalidade jurídica de direito privado.
Comentários
Gabarito, Letra C.
Professor, entendi. Mas o que mais eu preciso saber para gabaritar PPPs na prova da
OAB?
Em primeiro lugar, saiba que concessão comum e concessão especial não se confundem, conforme parágrafo
3º, do artigo 2º, da Lei 11.079/2004:
Além disso, decore. Isso mesmo, decore o parágrafo 4º, do artigo 2º, da Lei 11.079/2004, a seguir
esquematizado:
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XXIV Exame/2017 (ADAPTADA) - Um Estado da Federação lançou um grande
programa de concessões como forma de fomentar investimentos, diante das dificuldades financeiras por
que vem passando. Por meio desse programa, ele pretende executar obras de interesse da população e ceder
espaços públicos para a gestão da iniciativa privada. Como parte desse programa, lançou edital para
restaurar um complexo esportivo com estádio de futebol, ginásio de esportes, parque aquático e quadras
poliesportivas.
Diante da situação acima, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado pode optar por celebrar uma parceria público privada na modalidade de concessão patrocinada,
desde que o contrato tenha valor igual ou superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que as receitas
decorrentes da exploração dos serviços não sejam suficientes para remunerar o particular.
b) A constituição de sociedade de propósito específico - SPE, sociedade empresária dotada de personalidade
jurídica e incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria, deve ocorrer após a celebração de um contrato
de PPP.
c) O contrato deverá prever o pagamento de remuneração fixa vinculada ao desempenho do parceiro
privado, segundo metas e padrões de qualidade e disponibilidade nele definidos.
d) A contraprestação do Estado deverá ser obrigatoriamente precedida da disponibilização do serviço que é
objeto do contrato de parceria públicoprivada; dessa forma, não é possível o pagamento de contraprestação
relativa à parcela fruível do serviço contratado.
Comentários
Gabarito, Letra A.
PPP com valor inferior a 10 milhões de reais? Não pode ser feita.
PPP com o objetivo único e exclusivo de fornecer mão se obra? Não pode ser feita.
FGV - OAB UNI NAC/OAB/XIX Exame/2016 (ADAPTADA) - A União divulgou edital de licitação para a
contratação de parceria público-privada, para a reforma e gestão de um presídio federal, na modalidade
concessão administrativa.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A concessão administrativa envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
b) A contratação de parceria público-privada somente pode ser realizada para contratos com valor igual ou
superior a R$10.000.000,00 (dez milhões de reais).
c) Considerando se tratar de concessão administrativa, o prazo máximo de vigência do contrato é de 20 anos.
d) Não é possível a contratação de parceria público-privada que envolva a execução de obra pública.
Comentários
Gabarito, Letra B.
Trata-se da vedação contida no artigo 2º, §4º, inciso III da Lei 11.079/2004: é vedada a PPP que tenha como
objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução
de obra pública.
Basicamente, em uma síntese bastante rasa, podemos dizer que a parceria consiste na repartição de riscos
do contrato entre o parceiro público e o parceiro privado, além do compartilhamento com a Administração
Pública de ganhos econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do risco de crédito dos
financiamentos utilizados pelo parceiro privado.
Tratam-se de disposições previstas nos artigos 4º e 5º da Lei 11.079/2004, cuja leitura se recomenda.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Amigos, chegamos ao final de nossa aula. Espero que vocês tenham gostado. Abraços,
Igor Maciel
@ProfIgorMaciel