Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
SERVIÇOS PÚBLICOS
1. Definição
2. Reflexos
3. Princípios
SERVIÇOS PÚBLICOS
1. Definição
Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por particulares, debaixo de regras de direito público,
para preservação dos interesses da coletividade.
2. Reflexos
Quem presta?
A Administração ou particulares.
Embora possa ser prestado por particulares, a titularidade do serviço público pertence à Administração (é dividida
entre as quatro esferas de governo) e é intransferível.
Para saber a qual das esferas a titularidade foi dada, deve-se consultar a CF. Ex: é da União a competência de
explorar serviços de telecomunicação (art. 21, XI); é dos Municípios a competência de explorar serviços funerários
(art. 30, I); é dos Estados a competência de explorar serviços de gás canalizado (art. 25, §2º).
A competência dos Estados é residual ou remanescente (todas as que não foram atribuídas à União ou aos
Municípios são dos Estados – art. 25).
Conforme art. 23, alguns serviços são de competência comum à União, Estados, DF e Municípios (ex.: saúde).
O art. 24 prevê competências concorrentes entre União, Estados e DF. União edita normas gerais, Estados e DF
suplementam tais normas. Se a União não edita, Estados e DF têm competência ampla para legslar sobre as
matérias. Todavia, caso posteriormente a União edite normas incompatíveis com a legislação estadual ou distrital,
prevalecem as normas da União.
A titularidade, quando conferida a uma esfera de governo, inibe as outras de atuarem nesse setor, por invasão de
competência.
Atenção: a titularidade é intransferível. Jamais a titularidade de serviço público pode ser transferida para
particulares. O máximo que o particular consegue é assumir a execução do serviço, nunca a titularidade.
Como presta?
Sempre debaixo de regras de direito público (diversas das que comandam as atividades dos particulares, que atuam
em nome próprio).
a) Generalidade da sua prestação: indica a obrigação do administrador de estender esses serviços a maior
quantidade possível de usuários. Ainda, pelo princípio da generalidade da prestação, o administrador está proibido
de estabelecer discriminações gratuitas entre os usuários (discriminar pode, mas só se for para preservar interesse
público – ex: gratuidade de passagens para idosos, descontos para estudantes etc.). O princípio da generalidade é
desdobramento do princípio da impessoalidade.
b) Mutabilidade do regime jurídico: permite que o administrador mude a forma de execução dos serviços e de
forma unilateral. Os usuários não têm direito subjetivo de manutenção do regime jurídico de execução. No entanto,
a mutabilidade só será possível se for para preservação dos interesses públicos.
c) Modicidade das tarifas: as tarifas cobradas dos usuários têm limite. O valor não pode deixar de ser módico,
acessível, ao usuário comum do serviço (aquele que ganha um salário mínimo). Se deixar de ser, o valor passa a ser
ilegal.
d) Continuidade da prestação: como regra geral, a execução do serviço de caráter essencial não pode ser
interrompida, não pode ser paralisada. A execução interrompida dá direito a indenização a quem for prejudicado.
Previsão legal: art. 6º, §1º, da Lei 8.987/95, (lei das concessões e permissões):
A mesma lei, no art. 6º, §3º, prevê três exceções, nas quais o legislador permite paralisação de serviços de forma
legítima:
Página 2 de 3
- Em situação de urgência, emergência: situação anormal, imprevisível. Não exige aviso prévio aos usuários, até por
questão de lógica (se é imprevisível, não é possível avisar com antecedência).
- Durante a execução de obras de manutenção: situação previsível, que exige planejamento prévio e, portanto,
exige aviso prévio aos usuários para que o corte possa ocorrer de forma legítima.
- Por inadimplência do usuário: exige aviso prévio ao inadimplente, para que ele possa, caso queira, lançar mão do
direito constitucional de ampla defesa.
Página 3 de 3