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CONCEITO DE PRODUTO

¤ Elementos objetivos da Relação de Consumo

1. PRODUTO (Artigo 3o, §1o, CDC) → “Produto é qualquer bem, móvel ou


imóvel, material ou imaterial”.

¤ Obs.: Exploração direta de um valor econômico não é conditio sine qua non
para que um determinado bem possa ser classificado como produto nos termos
do Código.

¤ Produto: novo X usado

AMOSTRA GRÁTIS
¤ Remuneração indireta
¤ Gratuidade interessada

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CONCEITO DE SERVIÇO

2. SERVIÇO (Artigo 3o, §2o, CDC) → “Serviço é qualquer atividade


fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista”.

¤ Requisito: contraprestação de natureza remuneratória.

¤ Obs.: Excetuando-se as prestações de natureza laboral, o Código não faz


qualquer distinção em relação ao tipo de atividade desenvolvida no mercado
de consumo (Parâmetro da legalidade).

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• Advocacia:

• “Não há relação de consumo nos serviços prestados por advogados, seja por
incidência de norma específica, no caso a Lei no 8.906/94, seja por não ser
atividade fornecida no mercado de consumo”. (Superior Tribunal de Justiça. Resp.
no 532377/RJ. Rel. Min. César Asfor Rocha. Julgamento em 21/08/2003. DJ.
13/10/2003).

• “O CDC não se aplica à regulação de contratos de serviços advocatícios”.


(Superior Tribunal de Justiça. Resp. no 1155200/DF. Rel. Min. Nancy
Andrighi. Julgamento em 22/02/2011. DJ. 02/03/2011).

¤ Súmula no 297. Superior Tribunal de Justiça (STJ): “O Código de Defesa do


Consumidor é aplicável às instituições financeiras”.

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Supremo Tribunal Federal (STF). ADI no 2591.
EMENTA: CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ART. 5o, XXXII, DA CB/88.
ART. 170, V, DA CB/88. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. SUJEIÇÃO DELAS AO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, EXCLUÍDAS DE SUA
ABRANGÊNCIA A DEFINIÇÃO DO CUSTO DAS OPERAÇÕES ATIVAS E A
REMUNERAÇÃO DAS OPERAÇÕES PASSIVAS PRATICADAS NA
EXPLORAÇÃO DA INTERMEDIAÇÃO DE DINHEIRO NA ECONOMIA [ART. 3º,
§2º, DO CDC]. MOEDA E TAXA DE JUROS. DEVER-PODER DO BANCO
CENTRAL DO BRASIL. SUJEIÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. 1. As instituições
financeiras estão, todas elas, alcançadas pela incidência das normas veiculadas pelo
Código de Defesa do Consumidor. 2. "Consumidor", para os efeitos do Código de
Defesa do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que utiliza, como destinatário
final, atividade bancária, financeira e de crédito. 3. O preceito veiculado pelo art. 3º, §
2º, do Código de Defesa do Consumidor deve ser interpretado em coerência com a
Constituição, o que importa em que o custo das operações ativas e a REMUNERAÇÃO
das operações passivas praticadas por instituições financeiras na exploração da
intermediação de dinheiro na economia estejam excluídas da sua abrangência. 4. Ao
Conselho Monetário Nacional incumbe a fixação, desde a perspectiva
macroeconômica, da taxa base de juros praticável no mercado financeiro. [...]
(Supremo Tribunal Federal. ADI no 2591 - DF. Rel. Min. Carlos Velloso. Julgamento
em 07/06/2006. DJ. 29/09/2006). (JUROS DE MORA - CDC) DIREITO DAS RELAÇÕES DE CONSUMO
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2.1 CONSUMO DE SERVIÇO PÚBLICO NO CDC

• Artigo 4o, inciso VII → Princípio da Política Nacional das Relações de


Consumo: “[...] racionalização e melhoria dos serviços públicos”.

• Artigo 6o, inciso X → “Art. 6o São direitos básicos do consumidor: [...]


X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral”.

• Artigo 22, caput → “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”.

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2.2 CLASSIFICAÇÃO

■ Próprios (coletivos) ou Uti universi → Sem identificação dos destinatários.

• Taxa – (compulsória) – Não incide CDC.

■ Impróprios (individuais) ou Uti singuli → Destinatários determinados ou


determináveis.

• Tarifa – (utilização facultativa) – CDC.

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→ “- serviço remunerado público uti singuli – incluído no campo de


aplicação do CDC (ex.: água, luz, energia elétrica, telefonia fixa e móvel, etc.)
- serviço público uti universi – não incluído no campo de aplicação do CDC,
relação de cidadania (remuneração por tributos em geral e por algumas
taxas, como a taxa judiciária etc.)”. MARQUES, Cláudia Lima; BENJAMIN,
Antônio Herman V.; MIRAGEM, Bruno. Comentários ao código de defesa
do consumidor. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 390 – 391.

→ “Não existe incompatibilidade entre o sistema de regulação dos


serviços públicos de titularidade do estado prestados de forma indireta e o de
proteção e defesa do consumidor, havendo, ao contrário, perfeita harmonia
entre ambos, sendo exemplo disso as disposições constantes dos arts. 6º, inc.
X, do CDC, 7º da Lei 8.987/95 e 3º, XI; 5º e 19, XVIII, da Lei 9.472/97”.
Superior Tribunal de Justiça. AgRg no Agravo de Instrumento no 1.034.962 –
SP. Relatora: Min. Eliana Calmon. Julgamento em 21/08/2008.
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2.3 CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO

■ Artigo 22, caput, CDC → “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
seguros e, quanto aos essenciais, CONTÍNUOS”.

¤ Serviços Essenciais → “Art. 10 São considerados serviços ou atividades


essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de
energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III -
distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários;
V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII -
telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas,
equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a
serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI compensação
bancária.”. (Art. 10 da Lei no 7.783/89 - Lei de Greve).

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É possível a interrupção do fornecimento de
energia por inadimplemento do usuário?
¤ Continuidade:

• Lei no 8.987/95 - Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da


prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal.

• Artigo 6o, §3o → Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua


interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

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