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ODONTOLOGIA

LEGAL
SAYASY DE SOUSA LIMA
Cirurgiã Dentista CRO-RR 1289
Especialista em Saúde Coletiva e Saúde da Família
Professora Titular das disciplinas de Saúde Coletiva III e IV; Odontologia Legal; TCC II e III.
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA

Código De Defesa Do Consumidor


Lei nº 8.078, de 11 de Setembro de 1990
EDIÇÃO 2020/2021
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor

Cirurgião Dentista Fornecedor

Paciente Consumidor

Atividade Odontológica Serviço Prestado


LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor

CONSUMIDOR X FORNECEDOR
Art.2º CDC Art.3º CDC
Toda pessoa física ou jurídica que adquiri Toda pessoa física ou jurídica, publica ou
ou utiliza produtos ou serviço como privada, nacional ou estrangeira, bem como os
destinatário final. entes despersonalizados, que desenvolvem
atividades de produção, montagem , criação,
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a construção, transformação, importação,
coletividade de pessoas, ainda que exportação, distribuição ou comercialização de
indetermináveis, que haja intervindo nas relações
de consumo. produtos ou prestação de serviços.
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor

Art.3º CDC

§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,


mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor
CAPÍTULO III- Dos Direitos Básicos do Consumidor:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no


fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a
liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; * Inciso III acrescentado pela lei nº
12.741, de 08.12.2012.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos
ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento
de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais
ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor
CAPÍTULO III- Dos Direitos Básicos do Consumidor:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e


difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando ,a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
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• Código de defesa do consumidor
CIRURGIÃO PROFISSIONAL
FORNECEDOR LIBERAL
DENTISTA

Aquele que sob remuneração se obriga a prestar determinado serviço para o qual deve deter certas
condições técnicas e científicas para atender ao consumidor contratante, sem a subordinação
própria das relações empregatícias.
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor A responsabilidade civil
odontológica é definida como o
dever de reparar
algum dano causado a um
paciente, dano este decorrente de
O CDC adotou a teoria do risco alguma ação
para as relações de consumo, ou voluntária ou involuntária, no
exercício de sua profissão .
seja, “...aquele que cria um risco
para o consumidor a partir de sua
atividade econômica, para a
obtenção de lucro, deve indenizar
os danos causados pelo produto
ou serviço objeto desta
atividade.”
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor

É possível definir responsabilidade do Cirurgião Dentista


como a obrigação de responder pelo danos que causar no
exercício da profissão, decorrentes de ato culposo, comissivo
(imprudência e imperícia) ou omissivo (negligência), de ato
doloso ou, em certos casos, independentemente de culpa,
podendo ser responsabilizado nas esferas civil, administrativa
e/ou criminal.
LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor
➢ Pressupostos que caracterizam a responsabilidade civil do Cirurgião Dentista:

A caracterização da responsabilidade civil do Cirurgião Dentista depende


de alguns fatores que devem ser avaliados detalhadamente durante um exame
pericial, no sentindo de esclarecer, sem duvida, se houver erro por parte do
profissional, que justifique a obrigação de indenizar os danos causados a um
determinado paciente. Assim, a responsabilidade civil do Cirurgião Dentista
decorre dos seguintes pressupostos:
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• Código de defesa do consumidor
1- ATO PROFISSIONAL:
Para que haja eventual responsabilidade, é indispensável a existência de uma ação
do profissional em relação ao paciente. Esta ação poderá ser comissiva ou omissiva. Vale
dizer, a negligencia do profissional, embora configure uma inação, se tiver relação com a
atuação profissional já iniciada, pode acarretar danos ao paciente, gerando o dever de
reparação civil.

Comissiva: Resulta principalmente de uma ação;


Omissiva: Envolve ou provém de omissão;
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• Código de defesa do consumidor

2- A CONSTATAÇÃO DE QUE O ATO PROFISSIONAL FOI REALIZADO COM


IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGENCIA:

Como regra geral, a responsabilidade odontológica depende da


comprovação da culpa na causação do dano. No estudo da culpa, é clássica
sua classificação em três modalidades:
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• Código de defesa do consumidor

2- A CONSTATAÇÃO DE QUE O ATO PROFISSIONAL FOI REALIZADO COM


IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGENCIA:

• 2.1. IMPRUDÊNCIA: A imprudência corresponde ao atuar sem cautela, em que o


agente pratica o ato sem observar os cuidados que se esperaria de qualquer pessoa em
circunstancias semelhantes.

• 2.2. IMPERÍCIA: É a ação imprudente no exercício da profissão, arte ou oficio;

• 2.3. NEGLIGÊNCIA: Corresponde a uma omissão, um não agir na ocorrência de um


dano.
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• Código de defesa do consumidor

3- EXISTÊNCIA DE DANO:
No exercício da Odontologia, a caracterização da responsabilidade civil contratual
ou extracontratual objetiva ou subjetiva, depende basicamente da comprovação da
existência de um dano, sem o qual não há de se falar em prática de ato ilícito passível de
reparação.
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• Código de defesa do consumidor

4- NEXO DE CAUSALIDADE:
Já se observou que, para que se cogite de responsabilizar o Cirurgião Dentistas pelo
dano, deve haver um ato profissional precedente e uma relação causal entre o ato e o dano.
Portanto, é imprescindível que haja um liame, um nexo, uma relação entre o ato do
profissional e o dano causado ao paciente. Trata-se de um exame extremamente difícil,
dependendo da natureza e da extensão do dano produzido.
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• Código de defesa do consumidor
➢ Natureza da responsabilidade do Cirurgião Dentista | Obrigações de meio ou de
resultado:

• OBRIGAÇÕES DE MEIO: Aquelas que o profissional tomará todas as providências


para o resultado positivo da atividade, mas não garante que vai conseguir.

• OBRIGAÇÕES DE RESULTADO: Aquelas que o profissional garante o final com


êxito da sua atividades.
OBRIGAÇÕES DE MEIO OBRIGAÇÕES DE
RESULTADO
Promessa de empregar o Promessa de resultado
conhecimento ou técnica especifico.
da melhor forma possível.
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• Código de defesa do consumidor

Sobre a atividade do dentista, não ocorre uma unanimidade de


opinião entre as manifestações de legisladores e juristas em ser
classificada como sendo um resultado de meio ou de obrigação. Mas a
grande parte de nossos juristas entende que, ao contrário dos
procedimentos do campo da medicina, para maior parte dos tratamentos
odontológicos, é possível prever um resultado final.

Cadernos UniFOA edição nº12, abril/2010


LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor

Dessa forma, tais tratamentos recaem, como regra, em obrigações


de resultados, tendo o dentista, além dos deveres de empregar todo zelo
necessário ao exercício de seu ofício e de utilizar os recursos de sua
profissão, também, a obrigação de garantir um fim esperado pelo
paciente.

Cadernos UniFOA edição nº12, abril/2010


LEGISLAÇÃO ODONTOLÓGICA
• Código de defesa do consumidor
Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido
(TCLE)
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

O Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) é o


documento que explica, em linguagem clara e objetiva.
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Documento pelo qual se registra os esclarecimentos prestados ao


paciente sobre os procedimentos, os riscos de possíveis complicações,
suas consequências, os benefícios, malefícios e as alternativas de
tratamento ou experimentação terapêutica a que o paciente será
submetido.
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

É, ainda, o meio pelo qual o dentista obtém a autorização do


paciente e/ou do representante legal para a realização do procedimento.
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Em casos de pacientes menores de idade que ainda não possuem


capacidade e discernimento completo para a realização do ato, é
necessário que o seu representante legal (pais, tutor ou curador) o faça.
Enquadra-se nesta situação os menores de 18 anos e as pessoas
incapazes.
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A falta deste documento em demandas judiciais pode ser


reconhecida como uma negligência do profissional, gerando,
consequentemente, o dever de indenizar o paciente.
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

O TCLE pode ser dispensado nos casos em que o paciente está


em eminente risco de morte ou sofreu uma grave lesão física. Por fim,
o termo legitima a atuação do dentista, afastando a sua responsabilidade
civil e valoriza a autonomia individual do paciente como expressão da
dignidade da pessoa humana, assegurando a todas as pessoas o direito de
realizar autonomamente suas escolhas.
Vamos elaborar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE), de um determinado procedimento com os riscos inerentes. Na
tentativa de minimizar um possível processo por parte de um paciente,
explicando do que se trata o procedimento e os riscos do mesmo.

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