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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Celso Spitzcovsky


Aula: 20| Data: 16/09/2020
| Data: 02/09/2020
/03/2018
ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

SERVIÇOS PÚBLICOS
3. Princípios
4. Classificação e remuneração
5. Formas de Execução
5.1. Concessão e Permissão
5.1.1. Legislação
5.1.2. Definições
5.1.3. Serviço Adequado

SERVIÇOS PÚBLICOS (continuação)

3. Princípios específicos que comandam os serviços públicos

d) Continuidade da prestação

A CF/88 foi a primeira a prever a possibilidade de greve no serviço público (art. 37, VII). Será exercido nos termos e
limites fixados em lei específica. No entanto, não há lei a respeito, fato que obrigou o judiciário a definir situações.

De acordo com a jurisprudência, quanto à extensão do direito de greve, a greve total do serviço público está
proibida. Um percentual dos serviços deve permanecer à disposição da população, sob pena de
inconstitucionalidade (nos horários de pico, 100% da atividade deve ser mantida, nos horários intermediários o
percentual pode ser menor).

4. Classificação e remuneração

a) Serviço divisível: é aquele que a Administração (ou o particular) consegue apurar o quanto cada usuário dele se
utiliza. Ex: água, energia elétrica, gás, telefonia, transporte coletivo. Por haver tem contraprestação envolvida, esses
serviços são remunerados através da cobrança de taxas (145, II, CF). Como existe contraprestação do Estado, o
serviço é prestado de forma individualizada, de forma singular para cada usuário e, sendo assim, fala-se que a
prestação é “uti singuli”.

b) Serviço indivisível: por comparação, é aquele que a Administração (ou o particular) não consegue apurar o
quanto cada usuário dele se utiliza. Ex: segurança pública, iluminação pública, saúde, educação. Como não dá para
medir quem mais se utiliza, são remunerados através de impostos (145, I, CF). Então, paga-se imposto sem que
tenha contraprestação especifica para o contribuinte. A prestação é “uti universi”, porque o serviço é prestado de
forma geral, universal, sem que exista uma contraprestação especifica.

Sobre os serviços públicos, merecem destaque duas súmulas vinculantes:

Súmula Vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição

PROCURADORIAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Federal”. Assim, serviços de coleta, remoção, destinação e tratamento de lixo podem ser cobrados através de taxas.
De fato, é difícil de medir quanto cada um despeja, mas é possível mensurar, conforme decidiu o STF.

Súmula Vinculante 41: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”, porque é
indivisível, não dá para apurar quanto cada um se utiliza, pelo que deverá ser remunerado por impostos.

5. Formas de execução dos serviços públicos

A Administração define de que forma o serviço será executado e terá q optar por uma, entre três opções:

a) Ela mesma (Administração) vai executar o serviço, através de um dos órgãos que integram sua estrutura direta
(mistérios, secretarias de estado, prefeituras regionais, administrações regionais, subprefeituras etc.). Quando a
opção for essa, fala-se em execução direta ou centralizada, que é aquela promovida pela própria Administração,
pelo próprio titular, através de um dos seus órgãos. Ainda, é possível que, durante a execução, a Administração a
transfira de um órgão para outro, sem sair da Administração direta. Quando isso ocorre, dá-se o nome de
desconcentração. Ex: recentemente, extinguiram Ministério do Trabalho e os serviços até então exercidos por ele
foram deslocados para outros Ministérios. Houve, portanto, desconcentração.

b) O governo decide que a Administração vai executar, mas através de uma das pessoas jurídicas que aparecem na
Administração indireta (autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas). Quando a
opção for essa, fala-se em execução indireta ou descentralizada. A descentralização pode ser feita por outorga ou
por delegação. Será por outorga quando forem transferidas a titularidade e a execução do serviço para uma das
pessoas jurídicas de direito público (autarquias e fundações públicas = autarquias fundacionais). Será por delegação
quando se transfere apenas a execução do serviço (pessoas que integram a administração indireta mas tenham
personalidade jurídica de direito privado – fundações públicas e empresas públicas e sociedades de economia
mista).

c) A Administração decide que vai transferir o serviço público para particulares, ou seja, para pessoas que se
encontram fora da Administração pública. Quando for essa opção, fala-se em execução indireta ou
descentralizada, mas há algumas particularidades:
- no máximo, a Administração transfere para o titular a execução (nunca a titularidade do serviço);
- quando transfere a execução, a Administração não pode escolher qualquer particular, mas o que melhor reunir
condições, através de licitação prévia (obrigatoriamente precedida de licitação).

A Administração transfere a execução de serviços para particulares através de concessão, permissão, autorização
de serviços e PPPs (parcerias público-privadas – têm tem natureza de concessão).

Entre elas (concessão, permissão, autorização de serviços e PPPs), existe em comum o fato de serem instrumentos
através dos quais a Administração (titular do serviço público) transfere, via licitação, a execução de serviços e obras
públicas, para particulares que objetivam lucro (podem objetivar lucro, desde que os interesses públicos fiquem
preservados).

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