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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Celso Spitzcovsky


Aula: 22 | Data: 23/09/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

CONCESSÕES E PERMISSÕES
1. Observações da aula anterior.
2. Direitos dos usuários.
3. Politica tarifária.

CONCESSÕES E PERMISSÕES

1. Observações da aula anterior:


- Concessões e permissões: São regidas pela Lei 8987/95.

- Definições: Art. 2º e 4º da Lei 8987/95.

“ Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:


I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Município, em cuja competência se encontre o serviço público,
precedido ou não da execução de obra pública, objeto de concessão
ou permissão;
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação,
feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado;
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra
pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma,
ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público,
delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de
forma que o investimento da concessionária seja remunerado e
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
determinado;
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário,
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco.”

“Art. 4o A concessão de serviço público, precedida ou não da


execução de obra pública, será formalizada mediante contrato, que
deverá observar os termos desta Lei, das normas pertinentes e do
edital de licitação.”

- Concessão somente na modalidade concorrência e permissão em qualquer modalidade

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- Concessão só pode ser celebrada com pessoa jurídica de forma individualizada ou através de um consórcio. Já a
permissão pode ser celebrada com pessoa física ou jurídica, desde que de forma individualizada.

- A Lei estabelece 8 características importantes que configuram um serviço público adequado previsto no art. 6º.
Ademais, qualquer uma delas se descumprida, leva a ilegalidade da execução do serviço. Portanto, deve ser regular,
contínuo, eficiente, atual, geral, cortes na sua apresentação, módico nas tarifas e seguro.

“Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de


serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do
equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a
melhoria e expansão do serviço.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.
§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do
§ 3º deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no
domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado.”

2. Direitos dos usuários:


- Direitos previstos no art. 7º da Lei 8987/95: A lei considerou que a prestação de serviço público é uma relação de
consumo.
 Aduz que, o usuário tem direito subjetivo a prestação de serviço público adequado.
 Aduz que o usuário tem direito a obtenção de informação relacionada ao serviço para a defesa de
direitos, esclarecimentos de situações. Caso haja a negativa, a ação cabível é o mandado de segurança.
 O usuário do serviço tem o dever/ obrigação de denunciar irregularidades na sua execução para o Poder
Público, bem como para combater os ilícitos praticados de quem está à frente da execução.

“Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro


de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
I - receber serviço adequado;
II - receber do poder concedente e da concessionária informações
para a defesa de interesses individuais ou coletivos;
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha,
observadas as normas do poder concedente;
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre
vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as
normas do poder concedente. (Redação dada pela Lei
nº 9.648, de 1998)

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IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária
as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço
prestado;
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos
praticados pela concessionária na prestação do serviço;
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens
públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito
público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a
oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento,
o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de
vencimento de seus débitos. (Incluído pela Lei nº 9.791,
de 1999)
Parágrafo único. (VETADO)”

3. Política tarifária:

- Prevista nos art. 8º a 13 da Lei 8987/95.

- A tarifa se apresenta como única fonte de arrecadação do concessionário/ permissionário.

-Art. 175, parágrafo único, CF.

“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou


sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.”

- Natureza jurídica: Não tem natureza jurídica tributária! E, portanto, a tarifa não se submete aos princípios
constitucionais tributários, como legalidade, anterioridade.
Dessa forma, a natureza jurídica da tarifa é preço público.

OBSERVAÇÃO: Preço público/ tarifa não se confunde com taxas. As taxas se submetem a princípios constitucionais
tributários, as tarifas não. A Sumula 545, STF diz que preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque
as taxas são compulsórias e tem a sua cobrança condicionada a previa autorização orçamentária. Já a tarifa não
tem cobrança compulsória (paga se quiser e/ou na medida da sua utilização), a cobrança não depende de previa
autorização orçamentária e a cobrança de tarifa não resulta de expressa previsão legal.

- Valor inicial da tarifa a ser cobrado do usuário: É automático, pois resulta do valor da proposta vencedora da
licitação, sob pena de fraude a licitação. Previsão: art. 9º da Lei 8987/95.

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- Revisão da tarifa pela majoração: Será promovida pelo Poder Público, ou seja, pelo titular do serviço. E caso haja
a majoração ela tem como objetivo recompor o equilíbrio da equação econômico-financeiro.

- Art. 11 da Lei: Prevê a possibilidade de criação/ implementação de fontes alternativas de arrecadação. Tais fontes
tem como objetivo manter o valor da tarifa a preços módicos.

- Prazo para cumprimento de requisitos:


 Tem que ter previsão expressa no contrato, no edital de licitação e na minuta do contrato.
 Autorização por parte do Poder Público.
 Com a implementação das fontes alternativas, deve se comprovar que o valor irá diminuir.

- Poder Público também pode promover subsídios no serviço público, ou seja, injetar valores para manter o valor
da tarifa a preços módicos ao usuário.

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