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Componentes do PEC:
➔ Vertente Preventiva: prevê que os Estados Membros atinjam uma posição de
equilíbrio orçamental, criando um sistema de supervisão multilateral de acordo com o
qual os Estados Membros devem apresentar os seus programas de estabilidade e
crescimento, neles concretizando as formas de ajustamento com vista a alcançar esse
objetivo de estabilidade orçamental. Para permitir a prossecução desta vertente são
existem os Programas de Estabilidade e Crescimento
➔ Vertente Corretiva ou Sancionatória: cria um procedimento por défice orçamental
excessivo (este considerado quando se ultrapassam os 3% do PIB) e prevê a aplicação
de sanções, de gravidade crescente, a aplicar em função do incumprimento e também
do PIB de cada país incumpridor.
Do “six pack” ressalta ainda um aspeto essencial, que foi acolhido na legislação de
enquadramento orçamental portuguesa, trata-se do aprofundamento do conceito de desvio
significativo, complementado por um mecanismo de sanções. Assim, caso a Comissão
identifica-se um desvio em relação à trajetória de ajustamento do objetivo orçamental de
médio prazo, e a fim de evitar a concorrência excessiva, será feita uma advertência ao Estado
Membro.
Com base nesta advertência, o Conselho pode fixar um prazo não superior a 5 meses
para a correção do desvio, podendo este ser reduzido para 3, se a situação for considerada
grave.
Em 2012, a o quadro de coordenação económica no Espaço da UE sofreu um impulso
com a assinatura de 2 novos Tratados:
➔ Tratado que cria um mecanismo europeu de estabilidade: institucionaliza o
mecanismo de assistência financeira. O princípio da assistência financeira é o estrita
condicionalidade, o que significa que qualquer pedido de apoio de estabilidade ou
empréstimo pressupõe a negociação de um memorando de entendimento, no qual
estão especificadas as obrigações em matéria político económica a que o Estado
assistido fica adstrito.
➔ Pacto Orçamental: composto por regras que visam promover a disciplina
orçamental, reforçar a coordenação das suas políticas económicas e melhorar a
governação na zona euro, concretiza a regra do equilíbrio orçamental.
Nota: Há situação de equilíbrio se o saldo estrutural anual das administrações públicas tiver
atingido o objetivo de médio prazo desse país, tal como definido pelo PEC revisto, com um
limite de défice estrutural de 0,5 % do PIB.
Receitas Patrimoniais:
❏ Receitas do Património: resultam da administração do Património;
❏ Receitas de disposição Patrimonial: resultam da alienação e oneração do património;
Receitas Tributárias: Provenientes da Cobrança de Tributos;
● Impostos: Tributos unilaterais ( o seu pagamento não envolve contraprestação). O
pressuposto deste tributo é alheio à relação entre o sujeito passivo e a administração,
encontrando-se em factos reveladores de riqueza como o património ou os
rendimentos.
Aqui vale o princípio da capacidade contributiva
A taxa do imposto não pode ser fixa pois isso vai contra o princípio da
progressividade do imposto.
● Taxas: Tributos bilaterais obrigatórios não coercitivo (é obrigatório porque o seu
pagamento envolve uma contraprestação específica tendencialmente imediata e
direta). Podem ser cobradas numa de 3 situações: 1. utilização de bens do domínio
público; 2. obtenção de um serviço público; 3. remoção de um obstáculo jurídico ao
exercício da atividade privada. O pressuposto deste tributo é uma prestação
administrativa de que o sujeito passivo seja efetivo causador ou beneficiário, sendo
que a finalidade é a compensação da mesma prestação.
Aqui vale não o princípio da capacidade contributiva, mas sim o da equivalência, não
posso pedir uma taxta minimamente proporcional à contribuição que vou ter.
Não faz sentido que se criem relativamente à taxa um regime de
isenção/desagravamento porque estas não têm carácter pessoal como os impostos, a
taxa recai sobre a contraprestação e não sobre o rendimento.
165 al. i)- o regime geral não existe, como tal a maior parte da doutrina como a
jurisprudência consideram que como não há regime geral só a AR é que pode criar
taxas.
● Contribuições Financeiras (distinto de Contribuições especiais): ficam a meio
caminho entre as taxas e as contribuições. Pressupõe uma contraprestação, mas esta é
difusa, pode ou não verificar-se no tempo (contribuições para a segurança social). O
pressuposto deste tributo é uma prestação administrativa provocada ou aproveitada
pelo sujeito passivo, tendo uma finalidade compensatória que deve ser confirmada
pelo destino da receita. cobrada.
As contribuições financeiras seguem o regime das taxas, mas como a AR ainda não
legislou sobre o assunto até hoje a doutrina maioritária considera que o Governo não o
pode fazer apenas a AR.
Os impostos (tipo fiscal e elementos essenciais) têm que ser criados por lei
(articulação entre o art. 165 al.i 1º p. e o 103 nº3, já as taxas e contribuições financeiras
apenas se impõe que da lei resulte a aprovação do regime geral (art. 165 al. i. 2ºp). O “tipo”
em concreto de cada taxa ou contribuição pode fazer-se por diploma legal “não autorizado”e
até diplomas de natureza infra-legal.
Receitas Creditícias: Resultantes do Crédito Público. Receitas não efetivas (ao contrário das
demais), pois embora se traduzam numa entrada de ativos monetários no património da
tesouraria do Estado, implicam o registo no passivo financeiro, de um valor igual ao da
receita obtida.
Isenção Completa: mais do que um benefício, é uma alteração sobre a base de incidência do
imposto.
Dívida Pública:
A dívida pública é a dívida do Estado e como qualquer dívida traduz um compromisso
financeiro ou um conjunto de compromissos financeiros vencíveis num certo prazo. Nesta
acepção este termo confunde-se com termo dívida soberana.
Todavia se a dívida pública se refere tanto à dívida de curto como de longo prazo, a
dívida soberana só se refere à dívida de longo prazo.
Concorrem para a dívida pública: a dívida do Estado e a dívida das administrações
infra-estaduais.
Noção de dívida: conjunto de situações passivas de que o Estado seja titular, determinada,
em primeira linha, pelo recurso ao crédito.
Quanto às modalidades da dívida pública existem as seguintes classificações:
➔ Critério da Fonte:
◆ Dívida Financeira: é aquela que está associada à contração de empréstimos
ou à emissão de dívida pública; Esta é aquela que se considera quando se
avalia o peso da dívida pública na sua relação com o PIB.
◆ Dívida não financeira: é o que sucede com as dívidas a fornecedores e, em
geral àqueles a quem o Estado adquire serviços e bens.
➔ Critério da Evidência:
◆ Dívida Expressa: quando a dívida resulta da contração de empréstimos ou da
emissão de dívida a sua evidência é imediata.
◆ Dívida Implícita: dívida que resulta da assunção de compromissos que no
imediato até podem trazer receita ao Estado, mas no futuro, assumirão a forma
de despesa
➔ Critério do Tipo Débito:
◆ Dívida Direta: quando o Estado é o principal devedor;
◆ Dívida Indireta: quando o Estado é um devedor subsidiário, estamos perante
dívida acessória do Estado.
➔ Critério da Maturidade:
◆ Curto Prazo: se ela é inferior a 1 ano;
◆ Longo Prazo: se ela é superior a 1 ano.
➔ Critério do Exercício Orçamental:
◆ Flutuante: se a amortização ocorre no mesmo exercício orçamental em que a
dívida foi contraída;
◆ Fundada: se a amortização ocorre num exercício diferente daquele em que
haja sido contraída.
Se é certo que a dívida flutuante é sempre de curto prazo, já não é verdade que a dívida
fundada seja sempre de longo prazo.
Regime 161 al. h) e lei 7/98.
Despesas Pública:
Noção: conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para custear os serviços
públicos (despesas correntes- não alteram o património duradouro do Estado- pagamento de
salários) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de
capital-alteram o património duradouro do Estado ex. amortização de um empréstimo). O
conjunto de dispêndios abrange 2 comportamentos típicos do agente económico:
Consumo: Aquisição presente de bens, tendo em vista a satisfação das necessidades a que
um sujeito se propõe.
Investimento: representa todo o capital físico adicional adquirido pelo setor público e
privado, ao fim de um determinado período de tempo. O investimento pode ser real quando
se reporte aos bens de capital empregues no processo produtivo, ou financeiro, por referência
ao mútuo ou depósitos de fundos junto de mercados ou instituições especializadas.
➔ Despesas Civis: todas as demais- económicas, sociais, despesas com funções gerais
de soberania (exceto as de natureza militar)
➔ Despesas Militares: destinam-se a manter a Defesa Nacional
Setor Público:
É composto por todas as entidades controladas pelo poder político, o que inclui a
totalidade das administrações públicas, do setor empresarial de capitais total ou
maioritariamente públicos. Para além dos subsetores das administrações (central, regional,
local e segurança social), inclui-se entre outras, o setor público empresarial, que integra as
empresas públicas, as empresas municipais, as sociedades anónimas de capitais exclusiva ou
maioritariamente públicos.
Contabilidade Pública:
Baseada em critérios de natureza jurídico-institucional. Está regulada pela Lei 8/90
de 20 de Fevereiro e pelo DL 155/92 de 28 de julho. O registo faz-se mediante o Plano
Oficial de Contabilidade Pública (regime consta no DL 232/97 de 3 de Setembro), diploma
cujo o objetivo foi aproximar a contabilidade financeira pública às regras da contabilidade
empresarial (financeira).
Esta contabilidade baseia-se numa ótica histórica, que se faz no respeito pela estrutura
e organização convencionais da administração pública portuguesa. As despesas e as receitas
são registadas atendendo ao momento da sua efetividade financeira.
Esta têm um interesse sobretudo interno e orienta os serviços competentes da
Administração Pública portuguesa na elaboração das respetivas contas ou nas demonstrações
financeiras.
- Estado Administração:
- Fundos e Serviços Autónomos: têm autonomia financeira (*), que pressupõe
autonomia administrativa (ex. institutos públicos)
- Podem recorrer ao crédito de forma limitida, tendo que muitas vezes
ser autorizada pelo MF.
- Têm autonomia patrimonial;
- Têm um orçamento privativo- neste sentido, estes têm receita própria e
só dependem do orçamento do Estado num limite de ⅓ e para poderem
aceder a este ⅓ , têm primeiro que ter gasto o seu dinheiro.
- Por força do Princípio da Unidade da Tesouraria os Fundos e
Serviços têm que depositar o seu lucro no Tesouro, no ano seguinte
quando elaborarem o orçamento de despesa para esse ano, não pensam
no dinheiro que têm guardado, apenas contando com o dinheiro que irá
auferir nesse ano económico. Caso queira aceder àquele dinheiro,
guardado, têm que pedir autorização ao MF.
- Serviços Integrados- têm autonomia administrativa.
- Regiões Autónomas (têm independência orçamental, têm um orçamento próprio, não
integrado no orçamento de Estado.)
- Autarquias Locais: (têm independência orçamental, têm orçamento próprio, não
integrado no orçamento de Estado)
- Sistema de Segurança Social: têm autonomia financeira, desenvolve uma atividade
financeira própria, têm receitas próprias, receitas essas que servem para financiar as suas
despesas. Têm um orçamento próprio, mas não é um caso de independência orçamental
porque o orçamento faz parte do orçamento do Estado.
(*)- Têm-no todos os serviços, organismos e entidades que de acordo com a lei orgânica de
cada ministério dele fazem parte integrante ou estão sob a sua tutela ou superintendência.
Sendo que esta é atribuída por lei. Os Fundos e Serviços Autónomos têm ⅔ de receitas
próprias, não são consideradas entidades que prosseguem uma atividade mercantil, porque a
natureza da sua atividade é administrativa.
Contabilidade Nacional
Esta baseia-se em critérios de natureza económica. O seu regime fundamental é de
origem comunitária.
Assim desde que à luz do SEC 95 fazem parte das Administrações Públicas, as
entidades qualificadas como produtores não mercantis e as instituições de natureza
redistributiva.
Por sua vez integram o setor empresarial do Estado, as entidades qualificadas como
produtores mercantis (realizam atos de comércio, a venda de bens e serviços a preços
economicamente relevantes ) Acresce ainda a esta atuação empresarial, a adoção de forma
jurídica empresarial e que os respetivos capitais sejam maioritária ou exclusivamente
públicos.
De acordo com contabilidade nacional registam-se as receitas e as despesas atendendo
ao momento do seu surgimento do ponto vista jurídico. Esta é de interesse sobretudo externo,
sendo os seus destinatárias as instituições comunitárias competentes pela monitorização e
avaliação das finanças públicas dos Estados Membros e pela validação da informação
contabilística por estes vinculada.
1º dificuldade: A LEO tal como a LOE é uma lei de valor reforçado (tal encontra-se
explanado no art. 3º da LEO, implicitamente no art. nº1 do 106º, mas também pelo disposto
no art. nº3 do 112º).
São portanto leis de igual valor, valendo desde logo, nas relações mútuas, as regras gerais de
Direito (maxime no que diz respeito à aplicação das leis no tempo)
2º dificuldade: A função paramétrica da LEO não aparece blindada por qualquer outra
exigência, mormente no plano da sua aprovação ou alteração, podendo ser alterada a todo
tempo, por uma lei aprovada por maioria simples. No limite, o que poderia acontecer era a lei
de enquadramento ser alterada pela lei enquadrada ( a lei do OE).
Para contrariar o disposto era preciso trabalhar em torno do disposto no nº1 do 106º da CRP
afirmando que a Constituição não reclama apenas uma lei que materialmente enquadre o OE,
mas sim também uma lei que formalmente se assuma como lei de enquadramento. A esta luz
apenas se iriam tolerar alterações à LEO feitas através de leis que expressamente se
denominasse “ lei de alteração à LEO” (habilitadas expressamente pela al. r) do art. 164º da
Constituição em articulação com este artigo 106º nº1)
Planos de incidência da LEO:
A LEO é uma lei com níveis de incidência muito diferentes. O OE é uma lei (vertente
normativa), mas também um conjunto de mapas, agregadores e desagregadores de receita e
despesa (vertente constabilística). Por isso, na LEO verificamos planos de incidência sobre
uma vertante normativa e outros sobre a vertente contabilística.
Encontramos também planos de incidência formal (ex. estrutura e procedimentos
orçamentais) e planos de incidência substancial (ex. sobre resultados orçamentais). Ora aquilo
que se verifica é que a LEO é cada vez menos uma lei de incidência formal, para ser cada vez
mais uma lei de incidência substancial. Antigamente, bastava que o processo orçamental
fosse certo e devido, hoje isso não basta o resultado orçamental é que têm que ser certo e
devido.
Podemos identificar como fazendo parte integrante do corpo regulado de uma LEO, 3
eixos principais de matérias ou temas:
Anualidade:
Dupla exigência: votação anual do orçamento pelo Parlamento e execução anual do
Orçamento pelo Governo e AP.
Pode incluir-se no orçamento:
➔ todas as despesas e receitas a cobrar efetivamente durante o ano e as despesas a
realizar, efetivamente, independente do momento em que tenham nascido (orçamento
de gerência)
➔ todos os créditos e débitos originados naquele período orçamental, independente do
momento do momento em que se viessem a concretizar (orçamento de de exercício)
No nosso ordenamento o sistema é o de gerência.
Em Portugal, desde 1936, o ano económico coincide com o ano civil, admite-se o
fecho da execução do orçamento das despesas num período complementar: até 15 de
Fevereiro do ano seguinte. Este período têm uma duração variável e é estipulado anualmente
por decreto-lei de execução orçamental. Este sistema de contabilização aproxima-se do do
orçamento de exercício. Assim o período anual é o período mínimo de vigência orçamental
sendo o período máximo definido pelo poder executivo através da existência ou não de um
período complementar.
Plenitude:
Ideia da existência de “um só orçamento e tudo num só orçamento”, o que pretende
evitar que existam massas de receitas e de despesas que escapem à autorização parlamentar e
ao controlo orçamental. Nestes termos a regra da plenitude têm sido entendida como
imposição de aprovação de orçamentos que permitam aos serviços e organismos
administrativos tomar conhecimento das receitas que podem cobrar e das despesas que
podem realizar.
Esta regra têm uma abrangência limitada pois não abarca:
➔ as operações de tesouraria;
➔ a gestão patrimonial do Estado;
➔ os fenómenos de independência orçamental;
No Orçamento de Estado, a plenitude orçamental, só se aplica às receitas e às despesas dos
serviços integrados , serviços e fundos autónomos e segurança social.
Discriminação:
Esta é composta por 3 sub-regras:
Não Compensação:
Trata-se de uma lógica de consequência na regra da especificação prevista no art. 8 da
Lei91/2001;
Segundo esta regras as receitas e despesas devem ser inscritas no orçamento de uma
forma bruta e não líquida. Das receitas não devem ser deduzidas as importâncias gastas com a
sua cobraça. Das despesas as receitas originadas pela sua realização.
Fundamento: conseguir uma maior racionalidade e possibilitar um controlo efetivo, político e
administrativo, da execução orçamental.
Não consignação:
Da especificação:
O Orçamento deve individualizar de forma suficiente cada receita e cada despesa.
Assim para cada espécie de despesas pública deverá ser concedido um crédito que deve ser
exclusivamente afeto ao serviço ou função prescrita: a soma fixada deve ser o máximo de
despesa a efectuar. Esta sub-regra está consgrada no art. 105º/3 CRP;
Para o funcionamento desta regra prevê-se a existência de 3 classificações orçamentais:
económica, orgânica e funcional.
Publicação:
Em DR;
Equilíbrio:
Resulta de um imperativo constitucional, constante no art. 105 nº4 da CRP, embora
esteja aí previsto apenas em sentido formal.
Equidade Intergeracional:
A necessidade de avaliação de sustentabilidade de longo prazo da dívida pública
induz, consequências importantes no plano orçamental e contabilístico. A nível contabilístico
verifica-se a introdução de uma contabilidade de compromisso.
Explanado no art. 10º da LEO, todavia nada se concretiza na LEO sobre modo de dar
explicitação, no corpo da Lei do OE a esta exigência de equidade.
Regras Procedimentais:
Marcadas pela cada vez maior europeização do processo orçamental o que significa
que não há apenas lugar à intervenção de entidades nacionais, mas ainda de instâncias
comunitárias como as instâncias comunitárias, maxime Comissão.
Regras Numéricas:
Regra de saldo ou equilíbrio: saldo estrutural ajustado do ciclo (art.12ºC, tendo
este artigo sido aditado à LEO 91/2001 com a alteração de 2011) e de medidas
temporárias/excepcionais (72º B- 72ºD LEO 91/2001- com a alteração de 2013
concretiza-se um novo princípio orçamental, denominado de desvio significativo, também ele
fruto do PEC, nova versão, particularmente, do regulamento nº1177/2011.
Regra da Dívida:
Podemos identificar dois tipos de regras consistentes com dois momentos da história da LEO:
➔ Regra de dívida aplicáveis aos subsectores institucionais (administração regional e
local); Art. 87º LEO 91/2001;
➔ Regra aplicáveis ao Estado: com a alteração de maio de 2011 foi aditado um novo
artigo 16ºA relativo ao financiamento do Estado. Por sua vez, concretizando numa
parte a “regra de ouro” do Pacto Orçamental 2012, a última alteração de 2013 à LEO
introduz uma nova regra quantitativa para dívida pública- limite da dívida pública art.
10º LEO 91/2011;
Regra de despesa:
Podemos considerar que existem hoje dois tipos de regras de despesa. Um carácter implícito
e indireto e que resulta da necessária subordinação do OE aos limites máximos de despesa
fixados pela lei de programação plurianual (art.12ºD). A segunda de carácter expresso e
direto está no nº6 12ºC.
Relativamente às matérias que não estão consagradas no art. 31/1, mas que
habitualmente surgem na lei do OE, podemos qualificá-las de diferentes modos, assim
encontramos lá:
● matérias que serão ainda matérias especificamente orçamentais e cobertas pelo
carácter exemplificativo do art. 31/1, que surgem habitualmente ou até sempre no OE.
● matérias que serão especificamente orçamentais e cobertas pelo carácter
exemplificativo do art. 31/1, surgindo esporadicamente nas leis de OE;
● matérias que só de forma indireta ou acidental têm natureza orçamental, sendo difícil
de determinar se ainda estamos perante uma matéria orçamental ou se perante um
cavaleiro orçamental;
● matérias que configuram claramente um cavaleiro orçamental;
O argumento da “lei-travão”:
O TC aplicada ainda à fase das alterações orçamentais, diferentemente do que sucede
aquando a proposta inicial de OE, o regime da lei-travão. Convém notar que a aplicação da
lei-travão à proposta de lei de alteração orçamental têm a sua razão, pois este tipo de lei têm
um escopo mais amplo, visando qualquer iniciativa legislativa dos parlamentares que produza
os mencionados efeitos financeiros. Assim, em primeira linha, estarão em causa iniciativas
originárias dos deputados de legislação avulsa que pudesse produzir aqueles efeitos, bem
como qualquer iniciativa superveniente.
No que diz respeito às iniciativas originárias e supervenientes relativas a legislação
avulsa, colocou-se saber a questão se o facto de a lei em causa prever a sua entrada em vigor
e a produção de efeitos no ano económico em curso levaria à inaplicabilidade, para todo o
sempre, da norma respetiva violadora no nº2 do 167º. A jurisprudência constitucional, a par
da doutrina importante, considerou que não, porque tal art. só impede que os deputados
apresentem projetos de lei que envolvam o aumento de despesas no ano económico em curso,
não ficando vedada a apresentação de projetos de lei que acarretem esses efeitos para os anos
seguintes.
As normas que violassem o disposto no art. 167/2 não são segundo, CANOTILHO E
MOREIRA, ineficazes, bastando falar em inconstitucionalidade parcial, não se podendo
aplicar ao ano económico em curso. O TC substitui-se ao legislador redefinindo a data de
produção de efeitos das normas em apreço.