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A GESTÃO DA POLÍTICA FISCAL PELO

GOVERNO
Damião da Silva Veloso, Marilia Arielli Correa¹
Alexandre Gerasimenko Ribeiro Sousa²

RESUMO

Neste artigo será abordado m tema importante e que impacta a vida de milhões de brasileiros, a
política fiscal, e sua gestão pelo governo. A política fiscal se utiliza de um conjunto de medidas
efetivamente tomadas pelo governo para regular a economia por meio da sua política de tributação
e de gastos, com a finalidade de promoção da gestão financeira equilibrada dos recursos públicos,
visando assegurar a estabilidade e o crescimento econômico. Objetiva-se analisar como o governo
atua na gestão da política fiscal e os seus impactos na economia.

Palavras-chave

Política fiscal. Metas fiscais. Gestão financeira.

1. INTRODUÇÃO

A política fiscal é assunto de interesse de toda a sociedade e que gera imensa


preocupação para todos os agentes econômicos, pois são muitos desafios enfrentados para manter
uma economia mais equilibrada, principalmente através das decisões do governo frente a esses
desafios.
É através da política fiscal que o governo lida com seus gastos e receitas (taxação) para
influenciar o crescimento econômico. Ressaltando-se que, uma carga tributária elevada inviabiliza
a competitividade da indústria nacional, além de resultar no fracasso de pequenos e médios
empreendimentos, e desestimulando pequenas e micros e empresas.
Dentro da linha fiscal, um dos maiores desafios são metas fiscais que o governo deve
esforçar-se para alcançar, e que servem como parâmetros para dar confiança a sociedade, no
sentido de que o governo garantirá as condições necessárias para a estabilidade econômica e evitar
o endividamento público, além de indicar os rumos da política fiscal para os próximos exercícios.
Conforme esclarece o Tribunal de Contas da União, “metas fiscais servem como
1 Acadêmicos do Curso de Ciências Econômicas – Bacharelado.
2 Professor Tutor externo.
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de Ciências Econômicas – Bacharelado
(FLC3110502) – Prática do Módulo VI – Seminário Interdisciplinar VI – 04/12/2023.
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parâmetros para dar confiança à sociedade de que o governo garantirá as condições necessárias à
estabilidade econômica e ao controle do endividamento público.” TCU (2016),
Dessa forma, evidencia-se que essas metas, além de necessárias para alcançar o
equilíbrio fiscal, também garantem à sociedade que o governo está comprometido com o
crescimento econômico e a gestão eficiente dos recursos públicos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A gestão da política fiscal de forma eficiente e equilibrada é o motor do crescimento


econômico, assim, tendo-se em vista a real situação econômica, o governo escolherá quais políticas
econômicas adotar de acordo com os diversos indicadores econômicos para análise fiscal
(resultados primários e nominal) e estoques (dívidas líquidas e bruta).
Por meio destes indicadores o governo obtém a informação de superávit fiscal, quando
as receitas são iguais ou superiores às despesas, ou déficit fiscal, quando as despesas excedem as
receitas em um dado período.
Nessa perspectiva, o demonstrativo de receitas e despesas primárias em percentual do
PIB do Tribunal de Contas da União, que assim segue, “conforme demonstrado no gráfico a seguir,
entre 2012 e 2016 houve um aumento consistente das despesas primárias, motivado principalmente
pela elevação das despesas primárias obrigatórias. Em relação às receitas primárias, observou-se
uma queda significativa a partir de 2013.” TCU (2016).

Figura 01: Receitas e despesas


primárias em percentual do
PIB entre os anos de 2012 a
2016.
Fonte: TCU (2016).

A partir da análise do gráfico, observa-se uma diminuição das receitas primárias no


período de observação, sendo que houve aumento das despesas primárias obrigatórias e aumento
das despesas primárias discricionárias, o que resultou no aumento significativo das despesas
primárias totais, ultrapassando as receitas primárias nesse período.
Com esse exemplo ilustrativo, observa-se a importância e necessidade das metas
fiscais, dada a propensão do governo de gerar despesas acima do que consegue arrecadar, que pode
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resultar num círculo vicioso de criar novas formas de arrecadação (tributos) para cobrir despesas
acima do esperado.
A gestão da política fiscal, visa garantir que as contas do governo não operem no
vermelho, ou no limite de gastos, mas que possa estabelecer uma política fiscal equilibrada, de
forma que as metas ficais sejam de superávit primário, assim estabelecido, “então, quando a meta é
de superávit primário, significa que a expectativa do governo é de arrecadação superior a despesas.
Por outro lado, a meta é de déficit primário quando a expectativa de despesa é superior a de
receitas.” REIS (2019).
Assim, faz-se necessária uma mudança de postura em relação à política fiscal,
conforme esclarece MENDONÇA (2012, p. 224), que embora pareça simples, essa mudança de
postura é complexa, uma vez que, envolve múltiplos interesses de diversos agentes econômicos,

A mudança da postura fiscal ao longo período pode ser interpretada como um avanço da
economia brasileira. Em geral, a literatura sobre ciclicalidade mostra que países em
desenvolvimento adotam uma política fiscal pró-cíclica ou neutra, enquanto que países
desenvolvidos adotam uma política fiscal contra-cíclica.

Alterando a ênfase a ser dada a cada uma delas, LOPREATO (2007, p. 3) aborda a
dificuldade em superar os conflitos, em relação ao debate focado na política fiscal, que por ser de alta
complexidade, exige a definição e conciliação de diferentes agendas constantemente, fazendo com que a
necessidade da política econômica e dos interesses em disputa, tenha sua ênfase alterada”, não poucas
vezes, imperando o interesse político sobre o econômico.
A política fiscal vai mundo além do simples ajuste de receitas e gastos, sendo de
fundamental importância para a política macroeconômica, dessa forma, SIQUEIRA (2015, p. 38),
apresenta as funções da política fiscal, assim descrita,

A função estabilizadora se resume na sustentação da renda, com baixo desemprego e


estabilidade de preços. Em outras palavras, é a tentativa de induzir a economia a um estado
próximo do pleno emprego, com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
condizente com as condições macroeconômicas e com estabilidade de preços relativos,
sendo que inflações são inibidas e deflações evitadas. A função alocativa consiste no
fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado.
Por fim, a função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda.

Dentro dessas funções, chama-nos a atenção, a expressão “distribuição equitativa da


renda”, apontando que o crescimento econômico não deve restringir-se à “frieza” de cálculo de
lucos ou prejuízos, ao contrário, está além disso, pois a pobreza e a miséria são chagas abertas que
mostram a ineficiência da política fiscal adotada, ou seja, crescimento econômico visa assegurar a
todos os agentes econômicos os meios para o desenvolvimento de suas potencialidades produtivas,
sem gerar uma massa de excluídos em situação de miséria, vivendo à margem desse crescimento.
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3. METODOLOGIA

Utilizou-se a metodologia de análise de obras de autores que se dispuseram a refletir


sobre as políticas macroeconômicas, além de dados oficiais do governo, para compreender a
dinâmica da política fiscal vigente, e quais são as perspectivas adotadas como políticas de governo,
no âmbito econômico.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao longo do trabalho, percebeu-se que uma política fiscal eficiente e comprometida


com o crescimento econômico, não se restringe ao mero ajustamento entre receitas e despesas do
governo, mas vai muito além disso, passando pelo compromisso com as metas fiscais, com a boa
aplicação dos recursos públicos e a responsabilidade fiscal, garantindo igualdade de oportunidades
para que todas os agentes econômicos, de forma especial, as famílias e as empresas, possam
desenvolver sua atividade econômica de forma a alcançar tudo o seu potencial produtivo.
É evidente que as políticas macroeconômicas não podem alinhar-se unicamente aos
interesses político-partidários, e sim, com a eficiência da boa gestão dos recursos públicos,
sobretudo, evitando o desperdício de recursos públicos, garantindo que as decisões do governo não
dificultem o crescimento econômico do país.

5. CONCLUSÃO

Ao término desse trabalho, ficou claro que a política fiscal é o motor do crescimento
econômico, enfatizando-se que as ações do governo, se mal pensadas, podem resultar em crise
fiscal e econômica, ao invés, quando bem planeja e executada, que alavancar esse crescimento num
menor espaço de tempo que o esperado.
A grande preocupação é com o crescimento desordenado da carga tributária, que além
de não resolver a questão do endividamento público, também inviabiliza o crescimento econômico,
podendo corroer as bases do sistema econômico.
Por fim, ressalta-se que a política macroeconômica equilibrado gera efeitos positivos
na economia de um país, propiciando o crescimento econômico e garantindo a saúde financeira de
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todos os agentes econômicos.

REFERÊNCIAS

LOPREATO, Francisco Luiz C. A política fiscal brasileira: limites e entraves ao crescimento.


Campinas, IE/UNICAMP, n. 131, ago. 2007.

MENDONÇA, Helder Ferreira de. O Comportamento da Política Fiscal Brasileira no Século


XXI: uma Análise a partir do Impulso Fiscal. Brasília, Revista Economia, v. 13, n. 2, mai/ago
2012.

REIS, Tiago. Meta fiscal: entenda essa ferramenta de controle das contas públicas. Suno Artigos –
Economia, 2019. Disponível em: https://www.suno.com.br/artigos/meta-fiscal/. Acesso em 10 de
novembro de 2023.

SIQUEIRA, Fernando de Faria. Política fiscal e ciclo político no Brasil: uma análise empírica. São
Paulo, 2015. (Dissertação).

TCU – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Política Fiscal e Dívida Pública. Brasília, 2016.
Disponível em: https://sites.tcu.gov.br/contas-do-governo. Acesso em 24 de novembro de 2023.

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