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Fórum de debate sobre o Papel da Contabilidade Orçamental

A análise do desempenho orçamentário, patrimonial e fiscal dos entes públicos, através de


técnicas de análise dos demonstrativos contábeis e fiscais, é ferramenta essencial para boa
gestão fiscal e orçamentária.

Primeiro há necessidade de entendermos que a "política fiscal" é um conjunto de medidas


através das quais o governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três
funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos.
A administração governamental tem o dever de perseguir a sustentabilidade e a transparência
das contas públicas, buscando o equilíbrio entre receitas e despesas, para que seja possível
alocar os recursos da população da melhor forma. ( Galvão, et al. 2017 p.23).

Galvão, et al. 2017 p.23) sustentam que:

Esse equilíbrio é o que chamamos de equilíbrio fiscal. Para garantir a sustentabilidade


e o equilíbrio das finanças públicas foi criada a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que
estabelece regras fiscais que previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio
das contas públicas.

Os autores ressaltam que há um mecanismo que apoia o planejamento dos gastos e receitas
públicas, de modo a, dentre outros objetivos, manter o equilíbrio fiscal. É o chamado
orçamento público. O governo deve elaborar três documentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), que devem ser aprovados
pelo parlamento.

Nesta linha de pensamento Diniz e Severino (2016) acrescentam que;

É esse orçamento público (planejamento e execução de receitas e despesas) o principal


instrumento de avaliação do governo. Nele, estão fixados os parâmetros de impacto e
eficiência de programas e ações desenvolvidos ao longo do ano.

REZENDE (2001). Toma em consideração dois exemplos de definições de sustentabilidade das


finanças públicas: uma mais focada nos fluxos e outra mais focada no stock de dívida gerado
pela política orçamental.

Para o Conselho da International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) , são relevantes
as seguintes dimensões da sustentabilidade das finanças públicas:

1. Capacidade orçamental: capacidade para satisfazer os compromissos financeiros


assumidos, tais como o serviço e a amortização da dívida e dos créditos contraídos,
numa base contínua ao longo do período a que a projeção se refere, sem aumento dos
níveis de tributação.
2. Capacidade de prestação de serviços: medida em que a entidade consegue (i) manter,
ao longo do período de projeção, o volume e os níveis de qualidade dos serviços que
presta à data da avaliação e (ii) cumprir as obrigações que assumiu perante os
beneficiários atuais e futuros.
3. Vulnerabilidade: medida em que a entidade (i) depende de fontes de financiamento
fora do seu controlo, […] e (ii) dispõe de poderes para alterar os níveis de tributação
ou outras fontes de receita existentes, ou para criar novas fontes de tributação ou de
receita.

Referencias
Beck, M.; Valente, G.(2014). Contas públicas têm déficit recorde. O Globo, Rio de Janeiro, 1º
out. 2014. Primeira Página.

Brasil. Secretaria do Tesouro Nacional – STN. 2012. Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público – MCASP. 5. ed.

Diniz, J. A. e Severino C. de. (2016). Contabilidade Pública: Análise Financeira Governamental.


1. ed. São Paulo: Atlas.

Galvão, L. Marcos, A & Pinto, A, (2017). EQUILIBRIO FISCAL. Modulo o3.

Rezende. F.(2001). Finanças Públicas – 2ª edição Atlas. São Paulo.

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