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Introdução
A Contabilidade Aplicada à Administração Pública como a conhecemos hoje tem seu marco
legal em 1964, com a Lei n. 4.320/64 (BRASIL, 1964), vigente até os dias atuais e que tratou de
regular o Direito Financeiro e suas aplicações aos entes federados (União, Estados, Municípios
e Distrito Federal).
Uma das formas de se realizar este controle é por meio da apreciação do orçamento.
Não é por menos a disposição do art. 85, da Lei federal n. 4.320/64 (BRASIL, 1964): "Art. 85. Os
serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento da
execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos
custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação
dos resultados econômicos e financeiros.".
Por fim, o aspecto fiscal. É esta vertente a responsável pela apuração e divulgação, via
contabilidade, dos indicadores estabelecidos pela Lei Complementar federal n. 101/00 (Lei de
Responsabilidade Fiscal): falamos aqui os indicadores de despesa com pessoal, das operações
de crédito, da dívida consolidada, da apuração da disponibilidade de caixa, do resultado
primário e do resultado nominal – tudo isso com foco na verificação de equilíbrio das contas
públicas. São os instrumentos principais, neste âmbito, o Relatório de Gestão Fiscal e o
Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO).
Nossa principal orientação será o MCASP (Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público).
Editado pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional), as instruções encontram forte consonância
com as NBC TSP (Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público),
editadas pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade), e buscam convergência para com as
IPSAS (International Public Sector Accounting Standards), normas internacionais editadas pelo
IPSASB (International Public Sector Accounting Standards Board).
O MCASP (BRASIL, 2018) visa a padronizar a emissão de informações sobre a situação fiscal dos
entes federativos. Estas informações, tal como parece, interessa muito ao auditor
governamental. Aqui, elas podem ser divididas em quatro naturezas:
orçamentária
financeira
patrimonial
econômica
Na mesma esteira, foi desenvolvida a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TSP ESTRUTURA
CONCEITUAL (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016), editada pelo CFC (Conselho
Federal de Contabilidade) e elaborada de acordo com o pronunciamento intitulado The
Conceptual Framework for General Purpose Financial Reporting by Public Sector Entities,
emitido pelo International Public Sector Accounting Standards Board da International
Federation of Accountants (IPSASB/Ifac).
Antes de adentrarmos em uma análise material do tema, é importante termos em mente que
as informações contábeis podem ser evidências de auditoria: ora formal, via processo de
auditoria, ora informal, quando falamos em controle da Administração Pública pela sociedade.
Estas informações contábeis devem atender determinadas características, de forma tal que,
equilibradas, atendam aos objetivos da elaboração e divulgação da informação contábil.
Notem-se as mencionadas pelo MCASP (BRASIL, 2018):
Relevância: as informações financeiras (ou não financeiras) são relevantes quando são capazes
de influenciar, de modo confirmatório e/ou preditivo, o cumprimento dos objetivos da
elaboração e divulgação da informação contábil;
Vejamos a seguir alguns conceitos elementares para o desenvolvimento dos estudos acerca da
Auditoria Contábil no Setor Público.
Esta definição nos importa por dois motivos: (i) primeiro, porque é estabelecido um prazo
específico para execução do orçamento, coincidente com o ano civil (1º de janeiro a 31 de
dezembro – art. 34 da Lei federal n. 4.320/64); e, (ii) segundo, porque é determinado, para a
Contabilidade Pública, a adoção do regime contábil misto, isto é, de caixa (receitas) e de
competência (despesas).
Importante destacar que, mesmo que o planejamento seja anual, é necessário que haja
acompanhamento em períodos mais curtos, para compatibilização do planejado com o
efetivamente realizado. Assim, ainda que a receita já esteja prevista, é necessário acompanhar
a receita efetivamente arrecadada para compatibilização do planejamento orçamentário
anual.
Em breve análise, o texto da lei citada indica que, adotando-se um enfoque orçamentário, as
receitas e as despesas devem ser computadas em regime de caixa. Nesta espécie, tomando-se
um exercício financeiro específico, somente as receitas arrecadadas e as despesas
regularmente empenhadas neste prazo é que poderiam ser computadas.
Ocorre que o mesmo raciocínio não se aplica, hoje, quando adotamos um enfoque
patrimonial. A Resolução CFC n. 1.111/07 (BRASIL, 2007) e a Portaria STF/SOF n. 03/08
(SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL; SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL, 2008), em suas
disposições, preveem que, em se tratando de apuração patrimonial, deverá ser adotado o
regime de competência. Em síntese, esta modalidade de escrituração prevê que as receitas e
despesas deverão ser computadas no exercício do fato gerador (isto é, o fato que lhes deu
origem) (SILVA, 2015).
O PCASP pode ser entendido como uma consolidação operacional das práticas previstas pelo
MCASP (BRASIL, 2018). Segundo o Manual: "Plano de contas é a estrutura básica da
escrituração contábil, formada por uma relação padronizada de contas contábeis, que permite
o registro contábil dos atos e fatos praticados pela entidade de maneira padronizada e
sistematizada, bem como a elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis de
acordo com as necessidades de informações dos usuários. [grifo nosso]".
Dessa forma, podemos citar como objetivos do PCASP: (a) Padronizar os registros contábeis
das entidades do setor público; (b) Distinguir os registros de natureza patrimonial,
orçamentária e de controle; (c) Atender à administração direta e à administração indireta das
três esferas de governo, inclusive quanto às peculiaridades das empresas estatais dependentes
e dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS); (d) Permitir o detalhamento das contas
contábeis, a partir do nível mínimo estabelecido pela STN, de modo que possa ser adequado às
peculiaridades de cada ente; (e) Permitir a consolidação nacional das contas públicas; (f)
Permitir a elaboração das Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) e dos
demonstrativos do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) e do Relatório de
Gestão Fiscal (RGF); (g) Permitir a adequada prestação de contas, o levantamento das
estatísticas de finanças públicas, a elaboração de relatórios nos padrões adotados por
organismos internacionais – a exemplo do Government Finance Statistics Manual (GFSM) do
Fundo Monetário Internacional (FMI), bem como o levantamento de outros relatórios úteis à
gestão; (h) Contribuir para a adequada tomada de decisão e para a racionalização de custos
no setor público; e (i) Contribuir para a transparência da gestão fiscal e para o controle social.
[...]
Registro dos fatos que afetam o patrimônio público segundo o regime de competência: as
variações patrimoniais aumentativas (VPA) e as variações patrimoniais diminutivas (VPD)
registram as transações que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido, devendo ser
reconhecidas nos períodos a que se referem, segundo seu fato gerador, sejam elas
dependentes ou independentes da execução orçamentária.
Cabe à STN (Secretaria do Tesouro Nacional) criar, alterar, excluir, codificar, especificar,
desdobrar e detalhar as contas contábeis. A competência para edição e manutenção do PCASP
foi atribuída pela Lei Complementar federal n. 101/01 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF)
(BRASIL, 2000). De forma mais específica, tem-se o Decreto federal n. 6.976/09 (BRASIL, 2009):
As contas contábeis são agrupadas de acordo com suas respectivas funções. Esta organização
deve possibilitar, à luz do MCASP (BRASIL, 2018):
a) Identificar, classificar e efetuar a escrituração contábil, pelo método das partidas dobradas,
dos atos e fatos de gestão, de maneira uniforme e sistematizada.
Conforme expõe o MCASP (BRASIL, 2018), contas contábeis foram segmentadas em grandes
grupos de acordo com as características dos atos e fatos nelas registrados. O objetivo desta
organização nos é muito relevante, haja vista que, com essa metodologia, permite-se o
registro dos dados contábeis de forma organizada e, por consequência, a análise das
informações de acordo com sua natureza é facilitada.
A divisão do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público se dá em oito classes, de forma tal que
o critério utilizado para classificação varia conforme a natureza das informações que são
evidenciadas. A tabela abaixo, elaborada pela STN, ilustra a organização:
A seguir, veremos um pouco mais sobre Sistemas Contábeis, e qual a relação deles com o
orçamento público e auditoria governamental.
orçamentário
patrimonial
custos
compensação
Especificada a estrutura dos sistemas contábeis, vamos seguir para o estudo das
demonstrações contábeis.
As DCASP, constantes do MCASP (BRASIL, 2018), têm por objetivo padronizar a estrutura e as
definições das Demonstrações Contábeis elaboradas pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, permitindo a evidenciação, a análise e a consolidação das contas públicas em
âmbito nacional.
Em se tratando de setor público, elas devem proporcionar informação útil para subsidiar a
tomada de decisão e a prestação de contas e responsabilização (accountability) da entidade,
quanto aos recursos que lhe foram confiados. Para tanto, é necessário que sejam fornecidas
informações afins às fontes, às alocações e aos usos de recursos financeiros, assim também
sobre como a entidade financiou suas atividades e como supriu suas necessidades de caixa.
Além do tratamento do tema pela Lei federal n. 4.320/64 (BRASIL, 1964) e Lei Complementar
federal n. 101/00 (BRASIL, 2000), em âmbito prático tem-se a NBC TSP 11 – Apresentação das
Demonstrações Contábeis (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2018a). Este regramento
de contabilidade tem como objetivo estabelecer como as demonstrações contábeis devem ser
apresentadas, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de
períodos anteriores da mesma entidade, quanto com as de outras entidades.
De imediato, deve-se ter em mente que, conforme expõe a NBC TSP 11, as demonstrações
podem ter outras nomenclaturas, definidas conforme normas específicas ou de acordo com a
legislação aplicável. O exemplo mais claro disso é o da Demonstração do Resultado e da
Demonstração de Informações Orçamentárias, as quais, em decorrência da legislação
brasileira, são denominadas DVP (Demonstração das Variações Patrimoniais) e Balanço
Orçamentário, respectivamente.
Conforme expõe o MCASP (BRASIL, 2018), a conjugação das disposições legais e da NBC TSP 11
fazem surgir as seguintes espécies de DCASP:
balanço patrimonial;
A inteligência por trás desta divisão nos importa muito, em se tratando de auditoria
governamental. Conforme expõe o MCASP (BRASIL, 2018):
[...]
As entidades são incentivadas também a divulgar informação sobre a conformidade com as leis
e outras normas. O reconhecimento da inconformidade pode ser relevante para fins de
prestação de contas e responsabilização (accountability) e pode afetar a avaliação do usuário
sobre o desempenho e o direcionamento das operações futuras da entidade. Pode também
influenciar as decisões sobre os recursos a serem alocados na entidade no futuro.
quadro principal
Vejamos, a seguir, alguns elementos que constituem o Balanço Orçamentário à luz do DCASP.
Conceitos Relacionados
(1) das receitas detalhadas por categoria econômica e origem, especificando a previsão inicial,
a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo, que corresponde ao
excesso ou insuficiência de arrecadação, e
(2) das despesas por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando a
dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas
liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação.
Receitas
a. Previsão inicial: demonstra os valores da previsão inicial das receitas conforme consta na
Lei Orçamentária Anual (LOA) (BRASIL, 2020a). Os valores registrados nessa coluna
permanecerão inalterados durante todo o exercício, pois refletem a posição inicial do
orçamento previsto na LOA. As atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas antes da
data da publicação da LOA, também integrarão os valores apresentados na coluna.
b. Previsão atualizada: demonstra os valores da previsão atualizada das receitas, que
refletem a reestimativa da receita decorrente de, por exemplo: (i) registro de excesso de
arrecadação ou contratação de operações de crédito, ambas podendo ser utilizadas para
abertura de créditos adicionais; (ii) criação de novas naturezas de receita não previstas na LOA;
(iii) remanejamento entre naturezas de receita; ou (iv) atualizações monetárias autorizadas
por lei, efetuadas após a data da publicação da LOA. Se não ocorrerem eventos que ocasionem
a reestimativa da receita, a coluna Previsão Atualizada apresentará os mesmos valores da
coluna Previsão Inicial.
Despesas
a. Dotação inicial: demonstra os valores dos créditos iniciais, conforme consta na Lei
Orçamentária Anual (LOA). Os valores registrados nessa coluna permanecerão inalterados
durante todo o exercício, pois refletem a posição inicial do orçamento previsto na LOA.
b. Dotação atualizada: demonstra a dotação inicial somada aos créditos adicionais abertos
ou reabertos durante o exercício de referência e às atualizações monetárias efetuadas após a
data da publicação da LOA, deduzidos das respectivas anulações e cancelamentos. Tal como no
caso das receitas previstas inicialmente, se não ocorrerem eventos que ocasionem a
atualização da despesa, a coluna Dotação Atualizada apresentará os mesmos valores da coluna
Dotação Inicial.
e. Despesas pagas: Demonstra os valores das despesas pagas no exercício de referência. Não
inclui os valores referentes ao pagamento de restos a pagar, processados ou não processados.
Conceituados os termos essenciais para o tópico, vamos demonstrar, a seguir, uma estrutura
real de um Balanço Orçamentário, em seu Quadro Principal.
Para fins de auditoria governamental, é necessário expor algumas evidências e conclusões que
podem ser verificadas quando da edição de um Balanço Orçamentário.
Com isso, é possível acompanhar a execução da Lei Orçamentária do ente público, sendo
possível estabelecer conexão entre fontes de recursos e objetos de gastos. Ainda, por ser
possível aferir a arrecadação do ente, torna-se possível constatar economia ou excesso de
gastos dos recursos públicos (SILVA, 2015).
Por exemplo, no âmbito da receita orçamentária, a diferença maior ou menor entre a coluna
“Previsão Atualizada” e a coluna “Receita Realizada” podem indicar, respectivamente, excesso
ou insuficiência de arrecadação ocorrido no exercício. Em outros termos, caso o valor da
coluna “Saldo” seja positivo, isso significa que o valor da receita realizada foi maior do que a
previsão atualizada – ou seja, a coluna “Saldo” representará excesso de arrecadação; se, por
outro lado, a coluna traz valores negativos, significa que houve insuficiência na arrecadação,
porque foi arrecadado menos do que a previsão atualizada.
Alguns termos desconhecidos? Então vamos descomplicar. Para tanto, iremos trazer para o
contexto as disposições das Leis n. 4.430/64 (BRASIL, 1964) e 101/00 (BRASIL, 2000), da NBC
TSP EC (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2016) e do MCASP (BRASIL, 2018).
Conceitos relacionados
A dívida consolidada diz respeito ao montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze
meses. Geralmente, diz respeito à emissão de títulos ou celebração de contratos para atender
ao desequilíbrio orçamentário, ou ao financiamento de obras e serviços públicos.
A dívida flutuante, por outro lado, é aquela que é a contraída pelo Tesouro Nacional por um
breve e determinado período de tempo – seja para administrá-la para terceiros, sob sua
guarda, ou para atender às necessidades ocasionais de caixa.
Vamos agora compreender o significado de ativos e passivos.
É entendido como ativo o recurso controlado no presente pela entidade como resultado de
evento passado. Em outros termos, o ativo é um recurso plenamente utilizável, a qualquer
tempo, pela entidade, e que tenha surgido em um evento passado, por meio de transação com
ou sem contraprestação.
O ativo que satisfizer a condição assim e puder ser mensurado de maneira a observar as
características qualitativas pode ser classificado como circulante ou não circulante:
(1) espera-se que esse ativo seja realizado, ou pretende-se que seja mantido com o propósito
de ser vendido ou consumido, no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(2) o ativo estiver sendo mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(3) esperar que o ativo seja realizado até doze meses após a data das demonstrações
contábeis; ou
(4) o ativo seja caixa ou equivalente de caixa, a menos que sua troca ou uso para pagamento
de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data das
demonstrações contábeis, e
(1) espera-se que o passivo seja pago durante o ciclo operacional normal da entidade;
(3) o passivo deve ser pago no período de até doze meses após a data das demonstrações
contábeis; ou
(4) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo
menos doze meses após a data do balanço; e
Por fim, chegamos aos conceitos de contas de compensação e patrimônio líquido: contas de
compensação é a classificação que abarca todos os atos que possam vir (ou não) a afetar o
patrimônio do ente; e patrimônio líquido diz respeito ao valor residual dos ativos da entidade
após a dedução de todos os seus passivos.
O Balanço Patrimonial tem como suas colunas a descrição do ativo/passivo, um campo para
notas, o valor da informação no exercício anterior ao analisado e o valor desta no próprio
exercício apreciado.
Cumpre dizer que, por questão de oportunidade, serão omitidas as definições subsidiárias a
partir do 3º nível. Da mesma forma, não serão apresentados o Quadro dos Ativos e Passivos
Financeiros e Permanentes; o Quadro das Contas de Compensação (controle), e o Quadro do
Superávit/Déficit Financeiro. Para mais detalhes, confira o DCASP (BRASIL, 2018).
Para fins de auditoria governamental, é necessário expor algumas evidências e conclusões que
podem ser verificadas quando da edição de um Balanço Patrimonial.
Conforme indica Silva (2015, p. 190/192), é possível depreender alguns índices do Balanço em
questão:
A liquidez corrente demonstra quanto a entidade poderá ́ dispor em recursos a curto prazo
(caixa, bancos, clientes, estoques etc.) para pagar suas dívidas circulantes (fornecedores,
empréstimos e financiamentos a curto prazo, contas a pagar etc.).
4) Liquidez Geral (LG) – (Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante
+ Passivo Não Circulante)
5) Índice de Solvência (IS) – (Ativo Circulante + Ativo Não Circulante) / (Passivo Circulante +
Passivo Não Circulante)
Uma entidade é solvente quando está em condições de fazer frente a suas obrigações e ainda
apresenta uma situação patrimonial que garanta sua sobrevivência no futuro.
6) Endividamento Geral (EG) – (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) / Ativo Total
Esse índice demonstra o grau de endividamento da entidade. Reflete também a sua estrutura
de capital.
Nos termos do MCASP (BRASIL, 2018), tem-se que a Demonstração dos Fluxos de Caixa
apresenta as entradas e saídas de caixa, classificando-as em fluxos (a) operacional, (b) de
investimento e (c) de financiamento. Vejamos abaixo a de
Caixa
Atividades de financiamento
Atividades de investimento
Atividades operacionais
Conceituados os termos essenciais para o tópico, vamos demonstrar, a seguir, uma estrutura
real de uma Demonstração de Fluxo de Caixa, em seu Quadro Principal.
Conforme expõe o MCASP (BRASIL, 2018), a informação dos fluxos de caixa permite aos
usuários avaliar como a entidade do setor público obteve recursos para financiar suas
atividades, a maneira como os recursos de caixa foram utilizados (com ociosidade ou de forma
abusiva) e até mesmo evitar o déficit público e aumento do endividamento, na medida em que
o montante dos fluxos de caixa das atividades operacionais também auxilia, ao demonstrar a
condição da entidade de manter sua capacidade operacional, amortizar empréstimos, pagar
dividendos ou distribuições similares e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes
externas de financiamento.
Em termos práticos,
Com esta Demonstração, os usuários se tornam, mais uma vez, capacidades com informações
úteis para apreciação de contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão.
A definição do Balanço Financeiro encontra marco legal no art. 103, da Lei federal n. 4.320/64
(BRASIL, 1964): “Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa
orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária,
conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se
transferem para o exercício seguinte.”
Cumpre dizer que, por questão de oportunidade, serão omitidas as definições acerca das
classes adotadas.
Isto, porque esta riqueza é aferida a partir da diferença entre o valor de sua produção e o valor
dos bens e serviços produzidos por terceiros (e que foram utilizados no processo de produção
da empresa). Assim, a medição é capaz de detectar a eficiência da empresa na utilização dos
fatores de produção (ao analisar valores de entrada e de saída) a participação dos
empregados, dos financiadores e do Estado na distribuição da riqueza gerada.