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1.

Fundamentos da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP)

🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os fundamentos da Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(CASP).

1.1 Contextualização

Primeiramente, define-se, em um contexto amplo, que Contabilidade é a ciência que estuda a formação e variação
do patrimônio da entidade. Pode-se inferir que o patrimônio de uma entidade é o objeto da Contabilidade.
Com isso, entende-se que a finalidade da Contabilidade é controlar o patrimônio da entidade e fornecer informações
sobre a sua composição ou suas variações.
Assim, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público possui uma série de características que definem seu contexto de
aplicação, como por exemplo:
a importância dos tributos como principal fonte de recursos para as entidades públicas;
o orçamento como base para definição dos níveis de tributação e de gasto público;
o reconhecimento de ativos e de passivos específicos do setor público, tais como ativos militares, de infraestrutura,
patrimônio cultural, benefícios sociais, dentre outros;
a orientação do desempenho voltado à prestação do serviço, não necessariamente à geração de fluxos de caixa.
Este curso terá como foco os Procedimentos Contábeis Orçamentários (PCO), que abordam a contabilização de
receitas e de despesas orçamentárias.

1.2 Ramos da atividade

Para iniciar o estudo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) deve-se entender a sua localização em um
contexto mais amplo e quais são os ramos de atividade em que a Contabilidade atuará:

Atividades da Contabilidade e ramo de atuação da CASP. Fonte: Elaboração própria.


Atividades da Contabilidade e ramo de atuação da CASP. Fonte: Elaboração própria.
Mesmo com a indicação de ser um ramo específico, pode-se perceber que a CASP atua nos demais. Assim, em um
contexto mais amplo, o estudo da CASP envolve todos os ramos de atividade econômica. Todas as atividades
poderão ser exercidas por uma entidade pública, que se constituirá por patrimônio próprio: bens, direitos e
obrigações. Tal fato é observado com a verificação das semelhanças entre Ipsas e IFRS/IAS.

Este é um dos grandes problemas ao se descrever ou regular a CASP, pois ela está presente em vários ramos de
atividade, senão em todos. Isso torna a CASP redundante, porém há aspectos de proteção patrimonial, de
regulamentação orçamentária e de regras fiscais que devem ser considerados no estudo. Algo que será visto logo à
frente.

Outro ponto importante é a diversidade de usuários da informação da CASP. Se a contabilidade possui um objeto,
que é o patrimônio, e sua finalidade é gerar informações que atendam aos diversos usuários, é preciso conhecer
esses usuários, para definir as informações que lhes atenderão.

Usuários de informação da CASP. Fonte: Elaboração própria.


Usuários de informação da CASP. Fonte: Elaboração própria.

As informações contábeis são selecionadas para atender às necessidades desses usuários, que as consideram na
tomada de decisão. Logo, entende-se mais sobre relatórios contábeis de propósito geral.

1.3 Normas de CASP

Para entender essas bases normativas deve-se promover uma hierarquização das normas, como se vê no esquema a
seguir:

Hierarquia das NBCASP. Fonte: Elaboração própria.


Hierarquia das NBCASP. Fonte: Elaboração própria.
Essas normas serão aplicadas por todas as entidades do setor público. Agora nos resta entender quem são essas
entidades.

1.4 Entidades do setor público

De forma ampla, o setor público está relacionado ao serviço, contrapondo-se à prestação de serviço por entidades
privadas. Assim, para fins de delimitação, ficou definido que estão dentro do escopo da CASP as entidades que
integram o Orçamento Fiscal e de Seguridade Social (OFSS), excluindo-se, neste caso, entidades que integram o
orçamento de investimento (empresas públicas independentes). Observe esse escopo em formato de gráfico:

Conjunto de entidades e localização das que estão no OFSS. Fonte: Elaboração própria.
Conjunto de entidades e localização das que estão no OFSS. Fonte: Elaboração própria.

Como no Brasil existem várias unidades federativas – União, Estados, DF e municípios –, estes últimos totalizando
mais de 5.500, cada uma delas possui o seu orçamento público. E em cada orçamento desses existe uma composição
de entidades, como se vê a seguir no gráfico hierárquico das entidades que pertencem ao mesmo orçamento.

Composição das entidades pertencentes ao OFSS. Fonte: Elaboração própria.


Composição das entidades pertencentes ao OFSS. Fonte: Elaboração própria.

1.5 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)

Para a Contabilidade destes entes, a principal base normativa é o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público
– MCASP, que já está em sua 8ª edição. Esse manual é estruturado da seguinte forma:

Partes do MCASP 8ª Edição. Clique aqui para ir à página do Tesouro e realizar o download do MCASP 8ª edição.
Partes do MCASP 8ª Edição. Clique aqui para ir à página do Tesouro e realizar o download do MCASP 8ª edição.

No Manual são apresentados diversos procedimentos e rotinas contábeis que devem ser de aplicação obrigatória
pelos entes da Federação. Porém, a Portaria STN 634, de 2013, apresenta um plano de implementação do PCASP,
DCASP, PCE e PCO e, por fim, a consolidação das contas dos entes da Federação.

Os Procedimentos Contábeis Patrimoniais – PCP serão implementados conforme cronograma previsto pela Portaria
STN nº 548, de 2015. Essa portaria prevê um programa de implementação dos procedimentos nos entes federativos
(União, Estados e municípios).

1.6 Principais conceitos de CASP

O que antes era apresentado como princípios da contabilidade pública agora são “características qualitativas” das
informações contábeis aplicadas ao setor público. A essas características adicionam-se suas restrições, que são:

Características qualitativas da CASP. Fonte: NBC TSP – Estrutura Conceitual (2016).


Características qualitativas da CASP. Fonte: NBC TSP – Estrutura Conceitual (2016).

Características qualitativas

Relevância
+
Representação fidedigna
+
Compreensibilidade
+
Comparabilidade
+
Tempestividade
+
Verificabilidade
+
Restrições acerca das informações contábeis

Materialidade
+
Custo-benefício
+
Equilíbrio entre as características qualitativas
+
Antes de começar a falar sobre as regras da CASP, é preciso apresentar algumas considerações iniciais. São
fundamentações para o orçamento público:

Para viabilizar o planejamento seguindo a forma de governo, foram instituídos três instrumentos de planejamento
no Brasil:

Clique para virar


Conjunto de programas (e ações) para 4 anos, com objetivos e metas a serem alcançadas.

Clique para virar

Priorização dos programas e ações. Planejamento fiscal (metas e riscos). Orientação para elaboração da LOA.

Alocação de recursos para execução do planejamento.

O processo de aprovação destes instrumentos, de uma forma simplificada, ocorre da seguinte forma:

Processo de elaboração do orçamento público. Fonte: Elaboração própria.


Processo de elaboração do orçamento público. Fonte: Elaboração própria.

Os prazos previstos para conclusão de cada fase estarão estabelecidos na Constituição Federal (ADCT - §2º do Art.
35), na Constituição Estadual e na Lei Orgânica dos Municípios.

A vigência ou ciclo de cada instrumento seguirá este cronograma:

Ciclo de vigência dos instrumentos orçamentários. Fonte: Elaboração própria.


Ciclo de vigência dos instrumentos orçamentários. Fonte: Elaboração própria.

1.7 Relacionamento entre execução orçamentária e variação patrimonial

No regime orçamentário, as receitas e as despesas orçamentárias são registradas com base no art. 35 da Lei nº
4.320/1964, quer seja arrecadação, quer seja empenho.

Já no regime patrimonial, as receitas e as despesas do ponto de vista “patrimonial”, VPAs e VPDs, são registradas
com base no regime de competência, independentemente do recebimento ou do pagamento.

Regime orçamentário e regime patrimonial. Fonte: Elaboração própria.


Regime orçamentário e regime patrimonial. Fonte: Elaboração própria.
Unidade 2: Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)

2. Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)


🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de verificar a estrutura do PCASP e seus atributos.
2.1 Conceitos de PCASP
Conceito: plano de contas é a estrutura básica da escrituração contábil, formada por uma relação padronizada de
contas contábeis, a qual permite o registro contábil dos atos e fatos praticados pela entidade de maneira
padronizada e sistematizada, bem como a elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis de acordo
com as necessidades de informações dos usuários.
Objetivo: a ciência contábil tem como finalidade geral o fornecimento de informações aos diversos usuários da
informação contábil. O PCASP alinha-se a esta finalidade por meio da padronização da forma de registro contábil
para a extração de informações para esses usuários.
Histórico: o plano de contas oferece diversas informações para cada ente da Federação (União, DF, 26 estados e
mais de 5.560 municípios). Não havia uma motivação para a adoção de um plano de contas único. Porém, com o
passar do tempo, após amadurecimento das normas aplicáveis à Contabilidade, foram sendo exigidas cada vez mais
informações, e mais detalhadas, tornando-se impraticável o uso de plano de contas específico para cada ente da
Federação.
Assim, foi promovida a padronização por meio de um plano de contas único com abrangência nacional: PCASP
Federação. Esse plano de contas teve as seguintes motivações:

1.
2.
3.
E quais são os objetivos específicos do PCASP?
 1
1
Padronização: padronizar os registros contábeis das entidades do setor público.
 2
2
Natureza da informação: distinguir os registros de natureza patrimonial, orçamentária e de
controle.
 3
3
Flexibilidade: possibilitar o detalhamento das contas e o atendimento das peculiaridades dos
diversos usuários do PCASP.
 4
4
Consolidação: permitir a consolidação nacional e por esfera de governo, das contas públicas.
 5
5
Demonstrações e Relatórios: facilitar a elaboração das DCASP, do RREO, do RGF e de outros
relatórios contábeis, financeiros e gerenciais.
 6
6
Estatísticas de Finanças Públicas: permitir o levantamento das estatísticas de finanças públicas,
inclusive nos padrões internacionais, por exemplo o GFSM.
 7
7
Outros: transparência fiscal, controle social, tomada de decisão, racionalização de custos,
prestação de contas etc.
O alcance do PCASP corresponde ao alcance da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, obrigatoriamente composto
pelas seguintes entidades:
 Todos os poderes de cada ente da Federação;
 Seus órgãos da administração direta;
 Entidades da administração indireta: fundos; autarquias, inclusive especiais; fundações e
empresas estatais dependentes (conceito da LRF, art. 2º).
Estando facultada a aplicação do PCASP pelas:
 Empresas estatais independentes e demais entidades.

2.2 Componentes do PCASP


Cada conta contábil do PCASP possui alguns atributos padronizados (características próprias que as distinguem de
outras contas do plano de contas), porém, poderá ter outros atributos relacionados à operacionalidade do  Sistema
Integrado de Administração Financeira e Controle – Siafic (Portaria MF 548 de 2010) de cada ente da Federação.
São estes os atributos padronizados:

Atributos do PCASP. Fonte: Elaboração própria.

Natureza de Informação Contábil


A conta contábil possui três grandes grupos de natureza de informação, que é a metodologia utilizada para a
estruturação do PCASP e representa uma segregação de acordo com as características dos atos e fatos neles
registrados. São estas as naturezas de informações contábeis:
1.
2.
3.
O principal motivo de divisão dessas naturezas de informações foi a necessidade de segregar os lançamentos
contábeis que envolviam patrimônio, orçamento ou controles diversos. Assim, é possível especificar os lançamentos
quanto ao regime a que se referem:

Regimes e funções de cada natureza de informação. Fonte: Elaboração própria.


As contas de natureza de informação típica de controle não seguem uma regra comum e, por se tratar de
informações diversas, cada conta seguirá uma regra específica.
Com isso, apresenta-se a seguir a principal distribuição de informações dentro do PCASP – divididas conforme classes
de conta contábil:
Tabela de detalhamento das classes, 1º nível, do PCASP. Fonte: Elaboração própria.
O quadro anterior apresenta a distribuição dos itens do PCASP em sua ordem de classificação. Para melhor
conhecimento seguem as definições desses principais itens:
Ativo
+
Passivo
+
Patrimônio líquido
+
Variação Patrimonial
+
Variação Patrimonial Diminutiva – VPD
+
Variação Patrimonial Aumentativa – VPA
+
Controles da aprovação do planejamento e orçamento
+
Controles da execução do planejamento e orçamento
+
Controles devedores
+
Controles credores
+
Atos potenciais
+
Administração financeira
+
Dívida ativa
+
Riscos fiscais
+
Consórcios públicos
+
Custos
+
Outros controles
+
2.3 Estrutura da conta contábil
As contas contábeis do PCASP são identificadas por códigos com 7 níveis de desdobramento, compostos por 9
dígitos. Essa classificação não se confunde com a natureza da despesa ou receita. Sua codificação é composta com a
seguinte estrutura lógica:

Codificação do PCASP, classificação em níveis. Fonte: Elaboração própria.


A seguir, temos um link para você ter acesso à tabela do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) -
Estendido
CLIQUE AQUI
O PCASP não impede o desdobramento adicional para atender às necessidades de cada ente da Federação. Porém,
deve-se seguir algumas regras para realizar o desdobramento. São elas:
 bullet
As contas apenas poderão ser detalhadas nos níveis posteriores ao nível apresentado no
PCASP, seja qual for o nível.
 bullet
EXCEÇÃO: Abertura do 5º nível em Consolidação, Intra OFSS ou Inter OFSS. Observação: Caso o
PCASP detalhe o 5º nível, seu uso é obrigatório.
 bullet
As contas poderão ser detalhadas após o 7º nível, por exemplo, para o registro de informações
complementares na conta contábil.
 bullet
Aqueles níveis que o ente entender ser desnecessário detalhar deverão ser codificados com o
dígito “0”.
 bullet
Caso a conta não esteja detalhada até o 4º nível e seja necessário utilizar o 5º nível, deverá ser
utilizado o dígito “0” para alcançá-lo, por exemplo: “3.4.4.0.1.00.00”.

2.4 Detalhamentos da conta


Além da classificação contábil constante no PCASP, as informações podem ser detalhadas – a isso dá-se o nome
de Informações Complementares – ICs ou conta corrente da conta contábil. No site do Tesouro Nacional, em que se
aborda a Matriz de Saldos Contábeis – MSC, há mais informações sobre essas ICs, nos anexos I e II da Portaria STN
896, de 2017.

Conjunto de informações complementares


NrCódigoInformações complementares Dígitos Formato Descrição Dígito
5 Poderes e órgãos relacionados no
1 PO Poder ou Órgão XX.XXX
dígitos artigo 20 da LRF
2 FP Atributo do Superávit Financeiro1 dígito X 1 - Financeiro
Conjunto de informações complementares
(Financeiro/Permanente) 2 - Permanente
0 – compõem a DC
3 DC Dívida Consolidada 1 dígito X
1 – não compõem a DC
1º dígito: Exercício Atual = 1,
4 Exercício Anterior = 2
4 FR Fonte ou Destinação de Recursos X.XXX
dígitos 3 últimos dígitos = classificação por
fonte ou destinação de recursos
8 Classificação por Natureza da Receita
5 NT Natureza da Receita X.X.X.X.XX.X.X
dígitos (8 dígitos) Portaria 163 STN/SOF
Classificação por Natureza da
8
6 ND Natureza da Despesa X.X.XX.XX.XX Despesa (8 dígitos) Portaria 163
dígitos
STN/SOF
Classificação Funcional (função e 5 Função (2 dígitos + subfunção (03
7 FS XX.XXX
subfunção) dígitos dígitos), Portaria MOG nº 42/99
Conjunto de informações complementares. Fonte: Tesouro (Anexos I e II da Portaria STN 642, que tratam do leiaute
da MSC e das regras gerais/informações complementares.

2.5 Regras de registro contábil


Os registros das operações que envolvam mais de uma natureza de informação devem fechar sua partida dobrada
em cada uma dessas naturezas. 
Nas contas de natureza de informação patrimonial, o lançamento a débito e o lançamento a crédito poderão ocorrer
em qualquer uma das suas classes (1 – Ativo, 2 – Passivo, 3 – VPD e 4 – VPA). No entanto, deve-se obedecer às
lógicas das características individuais de cada conta e seus atributos. 
Detalhando melhor os lançamentos, nas contas de natureza de informação orçamentária e típicas de controle, deve-
se fechar a partida dobrada em cada grupo de contas a que se refere o controle específico. Por exemplo, em uma
arrecadação ser utilizado o controle de execução da receita não poderia afetar o controle de execução das despesas
orçamentárias. Outra situação é que o controle de atos potenciais ativos não sofre contrapartida de controles de
atos potenciais passivos.
Esse controle das partidas dobradas pode ser resolvido com inclusão de fórmulas ou auditores contábeis, periódicos
ou a cada lançamento contábil.
Quanto à lógica de lançamentos, em regra os registros iniciais e de encerramento em contas de natureza de
informação orçamentária e típicas de controle são horizontais, ou seja, de classe 5 para 6 ou 7 para 8. Já os
lançamentos que representam a execução orçamentária (da receita ou despesa) ou as movimentações previstas em
contas de controle ocorrerão pelo lançamento vertical, isto é, de classe 6 para 6 ou 8 para 8.

2.6 Lógica de lançamento orçamentário e de controle


Primeiramente você, cursista, deve entender que nas contas de natureza de informação orçamentária há 3 grupos
de classificações: planejamento, orçamento e restos a pagar.
As contas de planejamento em poucos, ou em nenhum caso, são usadas pelos entes da Federação – seriam
informações que viabilizariam a integração de informações de planejamento com a execução orçamentária. Tal
iniciativa não obteve sucesso na padronização, o que é possível constatar pela falta de orientação no  MCASP  8ª
edição quanto à utilização de tais contas contábeis.
Já as contas de controle do orçamento e dos restos a pagar são utilizadas e padronizadas, havendo diversas regras
para sua utilização previstas no Manual. O controle do orçamento possui subgrupos que controlam as receitas e as
despesas orçamentárias. Quanto ao controle dos restos a pagar, eles também possuem subgrupos, mas neste caso
que controlam os Restos a Pagar Não Processados – RPNP e os Restos a Pagar Processados – RPP.
A seguir você pode verificar o seguinte resumo sobre o controle orçamentário:
Detalhamento até o subgrupo, 3º nível, das contas de natureza de informação orçamentária. Fonte: Elaboração
própria.
As partidas dobradas devem fechar dentro de cada subgrupo de conta contábil. Por exemplo, não poderá uma
inscrição de restos a pagar dar lançamento em controle orçamentário da despesa em contrapartida de controle de
restos a pagar não processados.
Conseguiu entender essas regras específicas para as partidas dobradas em contas de controle?
Não surpreende que, em contas de natureza de informação controle, a regra da partida dobrada é bem mais
detalhada, ou seja, indo além do subgrupo da conta contábil. Isso dependerá do controle específico que se realizará.
Para melhor explicar isso, dê uma olhada no controle de atos potenciais.

Detalhamento até o item, 6º nível, das contas de natureza de informação controle. Fonte: Elaboração própria.
Reparem que, em atos potenciais, as partidas dobradas são fechadas em níveis de Item da conta contábil, 6º nível.
Com isso os controles de tais lançamentos são bem mais detalhados.
As contas contábeis possuem atributos que devem ser observados ao se realizar um lançamento, como as
Informações Complementares – ICs. A conta de receita, por exemplo, exige detalhamento em seu lançamento
diferente do previsto para a conta de despesa. Essas questões de detalhes do lançamento e muitas outras serão
estudadas em outro Módulo.
Unidade 1: Classificadores da receita orçamentária

1. Classificadores da receita orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os classificadores da receita orçamentária.
1.1 Classificação da receita orçamentária 
Inicialmente é necessário diferenciar os ingressos orçamentários dos ingressos extraorçamentários. Como vocês
viram na aula sobre demonstrações contábeis, o balanço financeiro é que apresenta essa divisão. Ele tem por
finalidade apresentar um fluxo em contas de recursos financeiros. Para isso, basta saber o conceito desses ingressos
a fim de realizar o tratamento adequado aos ingressos orçamentários.
Os ingressos orçamentários são disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e que
aumentam o saldo financeiro da instituição. É um instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas
públicas. As receitas orçamentárias são fontes de recursos utilizadas pelo Estado em programas e ações cuja
finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.
Serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias (natureza de receita), todas as receitas
arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento.
Já os ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário, dos quais o Estado é mero
agente depositário. Sua devolução não se sujeita à autorização legislativa, portanto não integram a Lei Orçamentária
Anual (LOA). Por serem constituídos por ativos e passivos exigíveis, os ingressos extraorçamentários, em geral, não
têm reflexos no patrimônio líquido da entidade. Seguem alguns exemplos:
 ingressos de entradas compensatórias, relativos a consignações em folha de pagamento,
fianças, cauções, dentre outros;
 operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO);
 emissão de moeda;
 inscrição de restos a pagar.
As inscrições de restos a pagar são ingressos extraorçamentários no balanço financeiro devido ao fato de o
desembolso ser considerado pelo empenhamento da despesa orçamentária, incluindo despesas que não foram
pagas. Quando for realizado o pagamento de restos a pagar, será registrado um novo desembolso
extraorçamentário, representando o real impacto no caixa. Os restos a pagar inscritos não representam um ingresso
efetivo de recursos no cofre público – tão somente se deduzirá o que não teve desembolso, despesas empenhadas e
não pagas no exercício.
Voltando às receitas orçamentárias, podemos dizer que elas são classificadas por natureza de receita e indicadas
conforme a sua destinação, fonte de recurso.
1.2 Unidade arrecadadora
A unidade arrecadadora é a unidade que detém a responsabilidade administrativa sobre os valores arrecadados do
ente público.
Na União, as unidades do Governo Federal utilizam a Guia de Recolhimento da União (GRU) para a arrecadação de
suas receitas, via rede bancária ou diretamente no Siafi, quando o recolhedor for uma unidade gestora (UG). As
exceções do recolhimento por meio da GRU são as receitas do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, recolhidas
mediante a Guia de Previdência Social – GPS, e as receitas administradas pela Receita Federal do Brasil – RFB e pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN, ambas recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de
Receitas Federais – Darf.
Esses documentos apresentam códigos de recolhimento que parametrizam a classificação e/ou destinação dos
recursos arrecadados. Assim, quando da criação de um código de recolhimento, o órgão central financeiro (Tesouro
Nacional, Tesouros Estaduais e Municipais) poderá indicar, por exemplo, se aquele código se refere a uma fonte de
receita própria ou de uso geral, estorno de despesa, depósitos de diversas origens, natureza da receita, entre outras
informações.
1.3 Natureza de receita
A classificação da natureza de receita está prevista, e é obrigatória, na Portaria STN/SOF 163, de 2001. Essa
classificação é padronizada e somente poderá ser revisada em: ato conjunto entre a Secretaria do Tesouro Nacional
e a Secretaria de Orçamento Federal, quando houver mudança que impactará todos os entes da Federação; somente
pela SOF, quando a alteração afetar somente a União; somente pela STN, quando a alteração afetar estados ou
municípios.
Acompanhe a seguir a tabela de Codificação da Receita Orçamentária:

Codificação da natureza de receita. Fonte: Elaboração própria.


Regras definidas para o detalhamento previsto nos níveis 4º ao 6º:
 Identificam as particularidades de cada receita, quando necessário;
 Receitas exclusivas de estados, DF e municípios serão identificadas pela utilização do 4º dígito =
8.
Quanto ao 7º nível, indica o tipo da receita, podendo ser:
 0 – Receita Agregadora (não valorizável);
 1 – Principal;
 2 – Multas e Juros de Mora;
 3 – Dívida Ativa – Principal;
 4 – Dívida Ativa – Multa e Juros de Mora;
 5* – Multas;
 6* – Juros de Mora;
 7* – Dívida Ativa – Multa;
 8* – Dívida Ativa – Juros de Mora;
 9 – A definir pela SOF/MP.
* Os tipos da receita 5, 6, 7 e 8 somente serão usados quando a legislação pertinente diferenciar a destinação das
Multas da destinação dos Juros de Mora, situação na qual não poderá ser efetuado registro de arrecadação nos
Tipos “2 ou 4”.
As portarias SOF e STN, que desdobrarão o Anexo I da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163/2001, contêm
apenas as naturezas de receita agregadoras (finalizadas com dígito “0”), considerando automaticamente criadas as
naturezas valorizáveis, terminadas em “1”, “2”, “3” e “4”.
A STN mantém em sua página um ementário da receita com as classificações previstas para a União, estados, DF e
municípios. Clique aqui e confira essa tabela.
Ressalta-se ainda que, para fins de observância da classificação orçamentária em “Receita corrente” e “Receita de
capital”, estipulada pela Lei nº 4.320/64, devem ser considerados os seguintes códigos:
 Receita corrente:
1. Todos os códigos cujo primeiro dígito seja “1” (categoria econômica “receitas
correntes”); 
2. Códigos cujo primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “2” (Multas e Juros de Mora), “4”
(Multas e Juros de Mora da Dívida Ativa), “5” (Multas), “6” (Juros de Mora), “7” (Multas
da Dívida) ou “8” (Juros de Mora da Dívida).
 Receita de capital:
1. Códigos cujo primeiro dígito seja “2” (categoria econômica “receitas de capital”) e cujo
oitavo dígito, tipo de natureza de receita, seja “1” (Principal) ou “3” (Dívida Ativa).
Exemplo: 2.2.2.0.00.1.2 – Alienação de Bens Imóveis – Multas e Juros é uma receita corrente.
1.4 Fonte de recursos
Já para a classificação quanto à destinação de recurso, ou fonte de recurso, não existe padrão estabelecido,
obrigatório. Porém, a matriz de saldos contábeis necessitará destas informações de forma padronizada. Para isso, foi
definido um padrão mínimo de classificação, apresentado no MCASP 8ª edição.
Essa classificação terá como objetivo:
 evidenciar as fontes de financiamento das despesas;
 evidenciar as vinculações;
 evidenciar o exercício financeiro em que ela ingressou;
 transparência no gasto público.
Por mais que essa tabela não seja padronizada, seu conceito já vem sendo utilizado desde a publicação da LRF, Lei nº
101, de 2000:
Art. 8º – Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão
utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício
diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

[...]

Art. 50 – Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das


contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos
vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de
forma individualizada (BRASIL, 2000, grifos nossos).
Com isso fica clara a necessidade de estabelecer codificações para segregação desses recursos, conforme sua
vinculação. Essa vinculação representará em que ou onde será aplicado o recurso e qual a sua origem. Exercerá a
função de conexão entre as receitas e as despesas.
Por isso, trata-se de um dos principais motivos da alteração do balanço financeiro, que trouxe o detalhamento das
receitas arrecadadas e despesas empenhadas por fonte de recurso, existindo, assim, a possibilidade de comparação. 
O padrão de codificação de fonte definido no MCASP 8ª edição é este:

Codificação das fontes de recursos: detalhe dos níveis. Fonte: Elaboração própria.
Observação 1: a codificação é desenvolvida para cumprir necessidade do Siconfi, identificada com o código FR e
composta de quatro dígitos.
Observação 2: a aplicação é facultativa e os entes que optarem por não utilizar deverão realizar “de-para” (o Siconfi
possui ferramenta própria para auxiliar no “de-para”).
Exemplo dessas codificações de fonte de recursos:

Exemplo de fontes de recursos. Fonte: Elaboração própria.


Unidade 2: Procedimentos contábeis da receita orçamentária

2. Procedimentos contábeis da receita orçamentária



🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os procedimentos contábeis da receita orçamentária.

2.1 Etapas da receita orçamentária


Para iniciar as orientações sobre contabilização da receita orçamentária é preciso conhecer as suas etapas ou seus
estágios, como se vê no fluxograma a seguir:

Processo de execução orçamentária da receita. Fonte: Elaboração própria.


Com indicação deste gráfico, nos resta saber que o reconhecimento da receita orçamentária é pela arrecadação,
conforme Lei 4.320, de 1964 – diferentemente da variação patrimonial aumentativa, a VPA, que se dará com a
ocorrência do fato gerador e com base no regime da competência previsto na NBC TSP Estrutura Conceitual.
Essa informação é importante para saber como se dará o processo de contabilização e quais lançamentos contábeis
existirão com a ocorrência de cada etapa e estágio da receita orçamentária.

Unidade 3: Especificidades do lançamento da receita orçamentária

3. Especificidades do lançamento da receita orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de explicar as especificidades do lançamento da receita orçamentária.
3.1 Ingresso de disponibilidade por destinação de recursos
No ingresso de recursos financeiros, há o registro em contas de controle das Disponibilidades por Destinação de
Recurso – DDR. Essas contas necessitam de detalhamento por fonte de recurso e sempre controlaram as
disponibilidades, indicando se elas estão comprometidas. 
Com isso, pode-se afirmar que as DDR podem ser avaliadas pelos saldos das seguintes contas:
7.2.1.1.X.XX.XX - Controle de Disponibilidade por Destinação de Recursos – DDR
=
8.2.1.1.1.XX.XX - Disponibilidade por Destinação de Recursos – DDR
+
8.2.1.1.2.XX.XX - DDR Comprometida por empenho
+
8.2.1.1.3.XX.XX - DDR Comprometida por liquidação ou entrada compensatória
+
8.2.1.1.4.XX.XX - DDR Utilizada
 Assim, no ingresso de recurso, tem-se o seguinte lançamento:
Em Natureza de Informação Típica de Controle:
D – 7.2.1.1.X.XX.XX – Controle das Disponibilidades por Destinação de Recursos – DDR
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
 Algo mais interessante é a conta 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR, pois ela oferece informação para o cálculo do superávit
financeiro (lá no balanço patrimonial), mas, também, lhe informa se há comprometimento sem suporte financeiro.
Caso isso ocorra, o saldo da conta por fonte estará devedor (saldo invertido), o que indicará um alerta.
3.2 Deduções da receita
A seguir estão listadas as situações em que podem ocorrer a dedução das receitas orçamentárias:
 Restituição de tributos recebidos a maior ou indevidamente;
 Recursos que o ente tenha a competência de arrecadar, mas que pertencem a outro ente;
 Renúncia de receita.
As restituições de tributos recebidos a mais ou indevidamente devem obedecer às seguintes orientações:
 Regra geral: serão deduções de receitas orçamentárias;
 Restituição de rendas extintas: serão despesas orçamentárias;
 Restituição de saldos de convênios: devem ser controlados individualmente:
1. No mesmo exercício em que recebeu: dedução até o limite da receita; o valor
excedente deve ser registrado como despesa;
2. No exercício seguinte ao recebimento: despesa orçamentária.
Acompanhe a seguir os tipos de renúncia da receita orçamentária:

1.
2.
3.
4.
5.

Agora, seguem algumas observações gerais sobre casos em que não se pode reconhecer receita orçamentária:
 Superávit financeiro: trata-se de saldo financeiro, e não de nova receita a ser registrada. O
superávit financeiro pode ser utilizado como fonte para abertura de créditos suplementares e
especiais.
 Cancelamento de despesas inscritas em restos a pagar em exercícios anteriores: baixa da
despesa orçamentária (restos a pagar) constituída em exercícios anteriores, restabelecendo o
saldo de disponibilidade comprometida.

3.3 Transferências de recursos intergovernamentais
Já as receitas por transferências podem ser:
 Constitucionais ou legais
1. A contabilização dependerá da previsão orçamentária, podendo estar definida como
despesa orçamentária ou dedução de receitas. Para essas receitas é indicado como
procedimento mais adequado a realização da dedução de receita. 
 Voluntárias
1. As transferências voluntárias dependem da autorização da Lei Orçamentária Anual –
LOA. E, com isso, essas transferências são realizadas por despesa orçamentária. 

Unidade 4: Lançamentos típicos da receita orçamentária

4. Lançamentos típicos da receita orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de realizar os lançamentos contábeis da receita orçamentária.
4.1 Introdução aos lançamentos das receitas
Ouça o podcast a seguir, no qual serão apresentados os lançamentos mais comuns na execução das receitas
orçamentárias. 
08:48

4.2 Previsão inicial da receita orçamentária

Esse lançamento será realizado pela abertura do exercício e ocorrerá conforme informações constantes na Lei
Orçamentária Anual. Os dados mínimos necessários são: unidade orçamentária responsável pela arrecadação;
natureza de receita; fonte, destinação do recurso; valor a arrecadar.

D – 5.2.1.1.X.XX.XX – Previsão inicial da receita

a C – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a realizar

Caso haja informações de deduções a serem realizadas da receita, o lançamento deverá ocorrer da seguinte forma,
conforme orientações do PCASP estendido:

D – 5.2.1.1.1.XX.XX – Previsão inicial da receita bruta (valor bruto, total)


a C – 5.2.1.1.2.XX.XX – (-) Previsão de dedução da receita (valor a deduzir)
a C – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a realizar (valor líquido)

4.3 Reconhecimento do crédito tributário por competência

A Instrução de Procedimentos Contábeis – IPC 02, reconhecimento dos créditos tributários pelo regime de
competência, trata do registro das receitas pela ocorrência do fato gerador. Em sua maioria, o lançamento da receita
tributária coincide com o fato gerador.
D – 1.1.2.1.X.XX.XX – Crédito tributário a receber (P)
a C – 4.1.1.X.X.XX.XX – Impostos

Observação: em contas do ativo (1.X.X.X.X.XX.XX) e passivo exigível (2.1.X.X.X.XX.XX e 2.2.X.X.X.XX.XX), será


necessário informar o Indicador do Cálculo do Superávit – ISF (“P” – Permanente; “F” – Financeiro). No caso deste
lançamento o ISF é “P” por não ter ocorrido a arrecadação, registro da receita orçamentária.

Caso haja previsão de repartição tributária desta receita, o reconhecimento anterior deverá ser pelo valor bruto,
adicionando ao lançamento a provisão para repartição tributária.

D – 3.9.7.5.X.XX.XX – VPD de provisão para repartição de créditos tributários


a C – 2.1.7.5.X.XX.XX – Provisão para repartição de créditos tributários (P) 
O dígito referente ao quinto nível deverá corresponder a qual ente da Federação (3 – União, 4 – Estado ou 5 –
Município) será o favorecido da transferência a ser realizada. Exemplo: se for um Estado a transferir parte do IPVA
para o município, o quinto nível deverá ser o dígito “5” – Inter OFSS Município.

4.4 Arrecadação da receita


Como já houve registro da ocorrência do fato gerador, não se deverá reconhecer nova VPA, baixando o valor
recebido de créditos a receber. 

Observação: este lançamento afetará as três naturezas de informação, e os lançamentos serão priorizados conforme
sua ordem de classificação para facilitar o entendimento e a organização.
Em Natureza de Informação Patrimonial
D – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
a C – 1.1.2.1.X.XX.XX – Crédito tributário a receber (P)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a realizar
a C – 6.2.1.2.X.XX.XX – Receita realizada
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 7.2.1.1.X.XX.XX – Controle das Disponibilidades por Destinação de Recursos – DDR
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

Observação: nesse lançamento, por haver ingresso de recursos e, consequentemente, o registro da receita


orçamentária, ocorreu a troca do ISF “P” para “F”, como apresentado nos lançamentos de natureza de informação
patrimonial.
E caso exista uma arrecadação concomitante com a ocorrência do fato gerador, neste exemplo não haverá dedução
de receita:
Em Natureza de Informação Patrimonial
D – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
a C – 4.1.1.X.X.XX.XX – Impostos
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a realizar
a C – 6.2.1.2.X.XX.XX – Receita realizada
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 7.2.1.1.X.XX.XX – Controle das Disponibilidades por Destinação de Recursos – DDR
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

4.5 Dedução da receita

Caso exista valor a deduzir, esse lançamento deve ocorrer pelo valor bruto, para em seguida serem efetuados os
lançamentos de deduções orçamentárias – mas haverá impacto em todas as naturezas de informações, como se
segue:

Transferência da conta de provisões para obrigações por repartição tributárias:

D – 2.1.7.5.X.XX.XX – Provisão para repartição de créditos tributários (P)


a C – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (P)
Reconhecimento da dedução da receita:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (P)
a C – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.1.3.X.XX.XX – (-) Dedução da receita orçamentária
a C – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a realizar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
a C – 8.2.1.1.3.03.XX – DDR comprometida por entrada compensatória

Transferência de recursos financeiros:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.03.XX – DDR comprometida por entrada compensatória
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

4.6 Transferências de recursos intergovernamentais


Observação: sob a ótica do ente repassador de recursos, as transferências podem ser registradas como dedução de
receita (como no exemplo), se forem de natureza constitucional ou legal. Serão registradas como despesa
orçamentária (empenho, liquidação e pagamento) se forem de natureza voluntária.

Reconhecimento da dedução da receita:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (P)
a C – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.1.3.X.XX.XX – (-) Dedução da receita orçamentária
a C – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a realizar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
a C – 8.2.1.1.3.03.XX – DDR comprometida por entrada compensatória

Transferência de recursos financeiros:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.5.0.X.XX.XX – Obrigação de repartição tributária a pagar (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.03.XX – DDR comprometida por entrada compensatória
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada
Unidade 1: Classificadores da despesa orçamentária

1. Classificadores da despesa orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os classificadores e os elementos da despesa orçamentária.
1.1 Classificação das despesas orçamentárias 

Inicialmente é necessário diferenciar os desembolsos orçamentários dos desembolsos extraorçamentários. O


balanço financeiro é o demonstrativo contábil que apresenta essa divisão. Compreendendo tal divisão, você realizará
o tratamento adequado aos desembolsos orçamentários. Vamos lá?

Os desembolsos orçamentários são utilizações de disponibilidades de recursos financeiros que tiveram origem nos


ingressos orçamentários. Representam a execução das políticas públicas, traduzidas em despesas orçamentárias. São
aplicações de recursos realizadas pelo Estado em programas e ações cuja finalidade essencial é atender às
necessidades públicas e demandas da sociedade. Essas transações dependem de autorização legislativa, na forma de
consignação de dotação orçamentária, para serem efetivadas.

Já os desembolsos extraorçamentários são utilizações de disponibilidades de recursos financeiros que tiveram


origem nos ingressos extraorçamentários. Esses desembolsos não se sujeitam à autorização legislativa, portanto, não
integram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Os desembolsos extraorçamentários, em geral, não têm reflexos no
patrimônio líquido da entidade. Seguem alguns exemplos:

 desembolsos de entradas compensatórias, relativos a consignações em folha de pagamento,


fianças, cauções, entre outros;
 pagamento de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO);
 retirada de moeda;
 pagamento de restos a pagar.

Assim como as inscrições de restos a pagar são consideradas como ingressos extraorçamentários, os pagamentos de
restos a pagar serão considerados desembolsos extraorçamentários.

Após a compreensão dessa divisão de desembolsos que afetam ou não o orçamento, cabe entender melhor as
diversas classificações das despesas orçamentárias. Confira as principais classificações que você verá nesta Unidade:

 Institucional: quem fará?
 Funcional: em que área?
 Estrutura programática: responde mais de uma pergunta – Qual é o problema? O que fazer?
Qual resultado a atingir? Onde fazer?
 Natureza de despesa: responde a duas perguntas – Qual é o objeto de gasto? A realização
será direta ou por transferência?
 Fonte de recurso: qual é a origem dos recursos?

Um pouco de reflexão

Primeiramente, cabe ressaltar que o orçamento não é apenas

uma peça autorizativa. Exerce no setor público uma função de

planejamento usado para fins de controles diversos.

Nesse sentido, a Contabilidade possibilita o cumprimento dessa

função. É pelo registro das operações orçamentárias que serão possíveis o acompanhamento e o controle da

execução orçamentária, para que o ente possa atingir os objetivos planejados.

1.2 Unidade de despesa 

A classificação institucional dependerá da estrutura administrativa de cada ente da Federação. Essa estrutura,
basicamente, é constituída por unidades administrativas que formam os órgãos orçamentários (ministérios ou
secretarias) e pelas unidades orçamentárias (unidades administrativas de um órgão especializado em certas áreas de
serviços).

O orçamento é definido em nível de Unidade Orçamentária – UO, que não necessariamente será uma única em um
Ministério (União) ou Secretaria (DF, estados e municípios). Estes são órgãos superiores.

No entanto, tais unidades orçamentárias podem não ser as responsáveis pela execução da despesa orçamentária,
como no caso da União. É normal a utilização do termo unidade gestora – UG, que representa a unidade contábil
onde se realizam os lançamentos. No entanto, as UGs podem assumir segregação de função.
Divisão da entidade pública por função contábil e orçamentária. Fonte: Elaboração própria.

Nota-se que, para a Contabilidade, as unidades gestoras não possuem níveis inferiores, sendo o nível mais detalhado
para indicação da unidade contábil. 

Alguns entes da Federação classificam as UGs com a finalidade de realizar a segregação de funções. As unidades
gestoras podem receber as seguintes funções:

 Financeira: realizar a programação financeira do órgão superior. No caso da União essa função


é exercida na UGO.
 Orçamentária: receber a dotação orçamentária definida na Lei Orçamentária Anual – LOA,
créditos dotados para sua UO.
 Executora: realizar o gasto previsto no orçamento. É, também, a unidade que apresenta
controle de patrimônio das entidades públicas.

 
1.3 Estrutura programática
A estrutura programática é a organização das ações que buscam a realização de objetivos estratégicos –
normalmente, é prevista no Plano Plurianual, o PPA.   Essa classificação deve seguir os conceitos previstos na
Portaria MPOG 42, de 1999, porém será estabelecida por cada ente da Federação. Essa estrutura é classificada em:
Classificação da estrutura programática. Fonte: Elaboração própria.
A seguir é apresentada a definição de cada item que compõe a classificação programática.
Programas
+

Ação
+

Atividade
+

Projeto
+

Operação especial
+

Observação: na União, as ações são detalhadas em subtítulos, utilizados especialmente para especificar
a localização física.
1.4 Função e subfunção
A classificação funcional é regulada pela Portaria MPOG 42, de 1999. É um padrão de classificação de uso
obrigatório, constituído pela seguinte lógica:

Codificação das funções e subfunções: detalhe dos níveis. Fonte: Elaboração própria.

A função é o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público e quase sempre se relaciona
com a missão institucional do órgão (por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa), que, na União, de um modo
geral, guarda relação com os respectivos órgãos orçamentários (ministérios ou secretarias). Deve-se adotar como
função aquela que é típica ou principal do órgão.

Já a função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a
ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e afins, representando,
portanto, uma agregação neutra.

A subfunção representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor
público, evidenciando, assim, cada área de atuação governamental. As subfunções podem ser combinadas com
funções diferentes daquelas as quais estão relacionadas.

Principais funções e subfunções


FUNÇÕES SUBFUNÇÕES FUNÇÕES SUBFUNÇÕES
031 – Ação Legislativa 301 – Atenção Básica
01 Legislativa
032 – Controle Externo 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 
061 – Ação Judiciária 303 – Suporte Profilático e Terapêutico
062 – Defesa do Interesse
02 Judiciária
Público no Processo 10 Saúde 304 – Vigilância Sanitária
Judiciário
04 121 – Planejamento e
305 – Vigilância Epidemiológica
Administração Orçamento
122 – Administração Geral 306 – Alimentação e Nutrição
123 – Administração 12 361 – Ensino Fundamental
Principais funções e subfunções
Financeira
124 – Controle Interno 362 – Ensino Médio
125 – Normatização e
363 – Ensino Profissional
Fiscalização
126 – Tecnologia da
364 – Ensino Superior
Informação
Educação
128 – Formação de Recursos
365 – Educação Infantil
Humanos
129 – Administração de
366 – Educação de Jovens e Adultos
Receitas
151 – Defesa Aérea 367 – Educação Especial
05 Defesa
152 – Defesa Naval 368 – Educação Básica (3)(I)
Nacional
153 – Defesa Terrestre 841 – Refinanciamento da Dívida Interna
181 – Policiamento 842 – Refinanciamento da Dívida Externa
06 Segurança 182 – Defesa Civil 843 – Serviço da Dívida Interna
Pública 183 – Informação e
28 844 – Serviço da Dívida Externa
Inteligência
Encargos
241 – Assistência ao Idoso 845 – Outras Transferências (1)(A)
Especiais
242 – Assistência ao
846 – Outros Encargos Especiais
Portador de Deficiência
08 Assistência
243 – Assistência à Criança e
Social 847 - Transferências para a Educação Básica (1)(I)
ao Adolescente
244 – Assistência
Comunitária    
271 – Previdência Básica    
272 – Previdência do
09 Previdência Regime Estatutário    
Social 273 – Previdência
Complementar    
274 – Previdência Especial    
Principais funções e subfunções. Fonte: Portaria MOG 42 (1999).

1.5 Natureza da despesa

A codificação da despesa orçamentária por natureza é a classificação que identifica o objeto de gasto e se a despesa
será realizada diretamente pelo órgão orçamentário ou se dará por transferência a outras entidades, públicas ou
privadas. Essa classificação é regulada pela Portaria Conjunta STN/SOF 163, de 2001, assim como as naturezas de
receitas.

Conforme a Portaria, a classificação seguirá a lógica seguinte:

Codificação das naturezas de despesas: níveis. Fonte: Elaboração própria.


A classificação da natureza de despesa está prevista na Portaria e é de uso obrigatório, podendo os entes da
Federação realizar o desdobramento, que é facultativo. Porém, como já falado em MSC, essa matriz solicita o
desdobramento dos elementos de despesa. Caso o ente não siga a classificação prevista no layout, deverá realizar
“de-para” das tabelas classificatórias.

Categoria econômica da despesa: é o nível mais agregador da natureza de receita ou despesa, que busca se
relacionar ao impacto econômico. Sendo:
3 – Corrente
+

4 – De capital
+

Grupo de natureza da despesa – GND: é um agregador de elementos de despesa orçamentária com as mesmas
características quanto ao objeto de gasto, como se segue:
1 – Pessoal e encargos sociais
+

2 – Juros e encargos da dívida


+

3 – Outras despesas correntes


+

4 – Investimentos
+

5 – Inversões financeiras
+

6 – Amortização da dívida
+

Modalidade de aplicação: classificação que tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por
órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por transferência a outro ente da Federação ou
entidades privadas. Permite a eliminação de dupla contagem no orçamento.

 Segue uma tabela com as modalidades de aplicação:

Modalidades de aplicação
Código Nome da Modalidade de Aplicação Código Nome da Modalidade de Aplicação
Transferências a Consórcios Públicos mediante
20 Transferências à União 71
contrato de rateio
Execução Orçamentária Delegada à Execução Orçamentária Delegada a Consórcios
22 72
União Públicos
Transferências a Consórcios Públicos mediante
Transferências a Estados e ao contrato de rateio à conta de recursos de que tratam
30 73
Distrito Federal os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141,
de 2012
Transferências a Consórcios Públicos mediante
Transferências a Estados e ao
31 74 contrato de rateio à conta de recursos de que trata o
Distrito Federal - Fundo a Fundo
art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012
Transferências a Instituições Multigovernamentais à
Execução Orçamentária Delegada a
32 75 conta de recursos de que tratam os §§ 1º e 2º do art.
Estados e ao Distrito Federal
24 da Lei Complementar nº 141, de 2012
Modalidades de aplicação
Transferências Fundo a Fundo aos
Estados e ao Distrito Federal à Transferências a Instituições Multigovernamentais à
35 conta de recursos de que tratam os 76 conta de recursos de que trata o art. 25 da Lei
§§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141, de 2012
Complementar nº 141, de 2012
Transferências Fundo a Fundo aos
Estados e ao Distrito Federal à
36 conta de recursos de que trata o 80 Transferências ao Exterior
art. 25 da Lei Complementar nº
141, de 2012
40 Transferências a Municípios 90 Aplicações Diretas
Aplicação Direta Decorrente de Operação entre
Transferências a Municípios - Fundo
41 91 Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos
a Fundo
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
Aplicação Direta de Recursos Recebidos de Outros
Execução Orçamentária Delegada a
42 92 Entes da Federação Decorrentes de Delegação ou
Municípios
Descentralização
Transferências Fundo a Fundo aos
Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos,
Municípios à conta de recursos de
Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos
45 que tratam os §§ 1º e 2º do art. 24 93
Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público
da Lei Complementar nº 141, de
do qual o Ente Participe
2012
Transferências Fundo a Fundo aos Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos,
Municípios à conta de recursos de Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos
46 94
que trata o art. 25 da Lei Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público
Complementar nº 141, de 2012 do qual o Ente não participe
Aplicação Direta à conta de recursos de que tratam
Transferências a Instituições
50 95 os §§ 1º e 2º do art. 24 da Lei Complementar nº 141,
Privadas sem Fins Lucrativos
de 2012
Transferências a Instituições Aplicação Direta à conta de recursos de que trata o
60 96
Privadas com Fins Lucrativos art. 25 da Lei Complementar nº 141, de 2012
Execução de Contrato de Parceria
67 99 A definir
Público-Privada - PPP
Transferências a Instituições
70    
Multigovernamentais

Modalidades de aplicação. Fonte: Portaria Interministerial STN/SOF 163 (2001).


Elemento da despesa: identifica os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias,
material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações,
equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a
consecução de seus fins. Segue a tabela de classificação dos elementos de despesa orçamentária:

Elementos de despesa

Código Nome do Elemento de Despesa Código Nome do Elemento de Despesa


Aposentadorias do RPPS, Reserva
01 Remunerada e Reformas dos 46 Auxílio-alimentação
Militares
03 Pensões do RPPS e do militar 47 Obrigações Tributárias e Contributivas
Contratação por Tempo
04 48 Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas
Determinado
Outros Benefícios Previdenciários do
05 49 Auxílio-transporte
servidor ou do militar
06 Benefício Mensal ao Deficiente e ao 51 Obras e Instalações
Elementos de despesa

Idoso
Contribuição a Entidades Fechadas
07 52 Equipamentos e material permanente
de Previdência
Outros Benefícios Assistenciais do
08 53 Aposentadorias do RGPS - Área Rural
servidor e do militar
10 Seguro-desemprego e abono salarial 54 Aposentadorias do RGPS - Área Urbana
Vencimentos e Vantagens Fixas -
11 55 Pensões do RGPS - Área Rural
Pessoal Civil
Vencimentos e Vantagens Fixas -
12 56 Pensões do RGPS - Área Urbana
Pessoal Militar
13 Obrigações Patronais 57 Outros Benefícios do RGPS - Área Rural
14 Diárias - Civil 58 Outros Benefícios do RGPS - Área Urbana
15 Diárias - Militar 59 Pensões Especiais
Outras Despesas Variáveis - Pessoal
16 61 Aquisição de Imóveis
Civil
Outras Despesas Variáveis - Pessoal
17 62 Aquisição de Produtos para Revenda
Militar
18 Auxílio Financeiro a Estudantes 63 Aquisição de Títulos de Crédito
Aquisição de Títulos Representativos de Capital já
19 Auxílio-fardamento 64
integralizado
20 Auxílio Financeiro a Pesquisadores 65 Constituição ou Aumento de Capital de Empresas
21 Juros sobre a Dívida por Contrato 66 Concessão de Empréstimos e Financiamentos
Outros Encargos sobre a Dívida por
22 67 Depósitos Compulsórios
Contrato
Juros, Deságios e Descontos da
23 70 Rateio pela Participação em Consórcio Público
Dívida Mobiliária
Outros Encargos sobre a Dívida
24 71 Principal da Dívida Contratual Resgatado
Mobiliária
Encargos sobre Operações de
25 72 Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
Crédito por Antecipação da Receita
Obrigações decorrentes de Política Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual
26 73
Monetária Resgatada
Encargos pela Honra de Avais, Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária
27 74
Garantias, Seguros e similares Resgatada
Remuneração de Cotas de Fundos Correção Monetária da Dívida de Operações de
28 75
Autárquicos Crédito por antecipação da Receita
Distribuição de Resultado de
29 76 Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado
Empresas Estatais Dependentes
30 Material de Consumo 77 Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado
Premiações Culturais, Artísticas,
31 81 Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas
Científicas, Desportivas e outras
Porte de Recursos pelo Parceiro Público em Favor do
Material, bem ou serviço para
32 82 Parceiro Privado Decorrente de Contrato de Parceria
distribuição gratuita
Público-Privada - PPP
Despesas Decorrentes de Contrato de Parceria
Passagens e Despesas com
33 83 Público-Privada - PPP, exceto Subvenções Econômicas,
Locomoção
Aporte e Fundo Garantidor
Outras Despesas de Pessoal Despesas Decorrentes da Participação em Fundos,
34 decorrentes de contratos de 84 Organismos, ou entidades assemelhadas, nacionais e
Terceirização internacionais
35 Serviços de Consultoria 91 Sentenças Judiciais
Outros Serviços de Terceiros -
36 92 Despesas de Exercícios Anteriores
Pessoa Física
Elementos de despesa

37 Locação de Mão-de-Obra 93 Indenizações e Restituições


38 Arrendamento Mercantil 94 Indenizações e Restituições Trabalhistas
Outros Serviços de Terceiros -
39 95 Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo
Pessoa Jurídica
Serviços de Tecnologia da
40 Informação e Comunicação - Pessoa 96 Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado
Jurídica
41 Contribuições 97 Aporte para Cobertura do Déficit Atuarial do RPPS
42 Auxílios 98 Compensações ao RGPS
43 Subvenções Sociais 99 A classificar
 
45 Subvenções Econômicas
 
Elementos de despesa. Fonte: Portaria Interministerial STN/SOF 163 (2001).
A inclusão de novos itens em categoria econômica, grupo de despesa, modalidade de aplicação e elemento de
despesa deve ser realizada por solicitação à STN/SOF para que avaliem a inclusão na Portaria Conjunta STN/SOF 163,
de 2001. A discriminação das naturezas de despesa, de que trata o Anexo III da portaria, é apenas exemplificativa,
podendo ser ampliada para atender às necessidades de execução, observados a estrutura e os conceitos constantes
do Anexo II dessa portaria.
Unidade 2: Procedimentos contábeis da despesa orçamentária

2. Procedimentos contábeis da despesa orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os procedimentos contábeis da despesa orçamentária.
2.1 Etapas de planejamento da despesa orçamentária

A etapa de planejamento na Contabilidade inicia-se pela distribuição da dotação autorizada para cada UO. Pós-
distribuição da dotação, as UGs terão que distribuir os créditos orçamentários recebidos para execução
orçamentária no exercício.

Os créditos orçamentários se constituem por autorização legislativa para a realização da despesa, que poderá ser
inicial ou adicional.

Crédito inicial é aquele aprovado pela lei orçamentária anual, constante dos orçamentos fiscal, da seguridade social
e de investimento das empresas estatais não dependentes.

Crédito adicional são autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA. Os créditos
adicionais, conforme Art. 41 da Lei 4320, de 1964, podem ser classificados como:
Suplementares
+

Especiais
+

Extraordinários
+

A Lei nº 4.320/1964 determina, nos artigos 42 e 43, que os créditos suplementares e especiais serão abertos por
decreto do Poder Executivo, dependendo de prévia autorização legislativa, necessitando da existência de recursos
disponíveis e precedida de exposição justificada. Na União, para os casos em que houver necessidade de autorização
legislativa para os créditos adicionais (não existe regra geral para essas alterações, normalmente elas são definidas
na LDO, CF Estadual ou Lei Orgânica de cada ente da Federação), estes são considerados autorizados e abertos com
a sanção e a publicação da respectiva lei.

Consideram-se recursos disponíveis para fins de abertura de créditos suplementares e especiais, conforme disposto
no §1º do art. 43 da Lei nº 4.320/1964:

 O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;


 Os provenientes de excesso de arrecadação;
 Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em lei;
 O produto de operações de crédito autorizadas, de forma que juridicamente possibilite ao
Poder Executivo realizá-las;
 Recursos sem despesas (vetos ou rejeições); 
 Reserva de contingência.

A vigência dos créditos adicionais se restringe ao exercício financeiro em que foram autorizados,  exceto os créditos
especiais e extraordinários abertos nos últimos quatro meses do exercício financeiro, que poderão ter seus saldos
reabertos por instrumento legal apropriado, situação na qual a vigência fica prorrogada até o término do exercício
financeiro subsequente (art. 167, § 2º, Constituição Federal).

Ressalte-se que, na União, as alterações dos atributos do crédito orçamentário constantes da Lei Orçamentária da
União – tais como modalidade de aplicação, identificador de resultado primário (RP), identificador de uso (IU)
e fonte de recursos (FR) – não são caracterizadas como créditos adicionais por não alterarem o valor das dotações .
Essas alterações são denominadas “outras alterações orçamentárias” e realizadas por meio de atos infralegais,
observadas as autorizações constantes da Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício financeiro correspondente.

2.2 Etapas de execução da despesa orçamentária


Agora, observe as etapas da despesa orçamentária e como se dá sua contabilização.

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Com esse fluxo de controle da despesa orçamentária você, estudante, terá uma noção dos diversos lançamentos
contábeis e entenderá que, ao responder as perguntas em cada estágio da despesa, contará com um roteiro
diferenciado.
Unidade 3: Especificidades do lançamento da despesa orçamentária

3. Especificidades do lançamento da despesa orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de explicar as especificidades do lançamento da despesa orçamentária.
3.1 Comprometimento das disponibilidades por destinação de recursos

O controle de Disponibilidade por Destinação de Recursos – DDR é realizado pela execução orçamentária.

Você entenderá que as contas de DDR têm como objetivo controlar os ativos financeiros. Esses ativos, que possuem
o Indicador do Superávit Financeiro – ISF “F” (Financeiro), poderão estar livres, comprometidos ou já terem sido
utilizados no exercício financeiro.

A execução orçamentária lhe auxiliará no detalhamento do tipo de comprometimento em que estará a DDR.
Verifique no gráfico a seguir como funciona esse controle de DDR:

Função das contas de DDR. Fonte: Elaboração própria.

Repare que o objetivo é demonstrar o quanto das DDR estão livres e poderão ser fonte de recursos para liberação de
novos créditos orçamentários; o quanto estão comprometidas, mas não estão liberadas para serem desembolsadas
(são os empenhos não liquidados); o quanto estão comprometidas e podem ser utilizadas a qualquer momento
(relacionadas às despesas liquidadas a pagar e às entradas compensatórias); e, por fim, o quanto de DDR ingressou
mas já foi utilizado neste exercício (a utilização pode ser dada com pagamento de despesas orçamentárias ou
devolução das entradas compensatórias).
Com isso, pode-se perceber que a contabilização da execução orçamentária afetará o controle de DDR,
demonstrando os ativos financeiros livres e os que estão comprometidos.

3.2 Restos a pagar


No caso de a despesa orçamentária não ser paga até o fim do exercício financeiro, ela deverá ser inscrita em restos a
pagar, podendo ser em processados (são as “liquidadas a pagar”) ou não processados (são as “a liquidar” ou “em
liquidação”), conforme o seguinte esquema:

Classificação dos restos a pagar: inscrição. Fonte: Elaboração própria.


As contas que controlam as inscrições de restos a pagar são:

Classificação dos restos a pagar por conta contábil. Fonte: Elaboração própria.

3.3 Despesas de exercícios anteriores

As Despesas de Exercícios Anteriores – DEA são despesas orçamentárias de exercícios encerrados que não foram
processadas na época própria. Há, também, os restos a pagar que tiveram interrupção em sua prescrição. Uma outra
situação são compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício em que se deu seu fato gerador.

Para que se autorize a execução de uma DEA, que possui elemento de despesa específica (o 92), é preciso comprovar
que havia dotação orçamentária para tal despesa.
Motivos para realização das despesas de exercícios anteriores. Fonte: Elaboração própria.

Um exemplo de DEA seria o caso do servidor que não recebeu seu auxílio- alimentação, havendo valores retroativos
a serem pagos que pertençam a exercícios anteriores.

Quanto à contabilização de DEA, o natural é que estejam relacionadas as despesas empenhadas que já possuam uma
obrigação anterior – isso por considerar que para tais despesas já tenham ocorrido o fato gerador.

No entanto, em certos casos não há registro de uma obrigação anterior, mas o fato gerador ocorrerá em exercício
contábil passado. Ao reconhecer essa obrigação, a entidade deverá lançar um “ajuste de exercício anterior”.

Os ajustes de exercício anterior estão em conta do patrimônio líquido, não pertencendo às variações patrimoniais do
exercício atual, cumprindo o regime da competência.

Segue um esquema para que você possa fixar o processo de contabilização de DEA:

Registro de obrigações relacionadas à DEA. Fonte: Elaboração própria.

3.4 Suprimento de fundos

Uma outra forma de execução da despesa orçamentária que inverte a ordem cronológica dos fatos é o
adiantamento a servidores (suprimento de fundos). A inversão ocorrida neste caso é que o fato gerador, despesa
patrimonial, acontecerá depois da liquidação da despesa e seu pagamento. Assim, o registro desse ato gerador
ocorrerá pela prestação de contas dos gastos realizados.

O suprimento de fundos é caracterizado por ser um adiantamento de valores a um servidor que deverá prestar
contas sobre os gastos realizados – isso em decorrência da necessidade de atendimento das seguintes despesas:

 eventuais;
 de caráter sigiloso;
 de pequeno vulto.
Existem alguns impedimentos para que o servidor receba suprimento de fundos. São eles:

 os que são responsáveis por dois suprimentos de fundos;


 os encarregados de guardar ou utilizar o material a adquirir;
 os que não prestaram contas dentro do prazo;
 os que foram declarados em alcance (Art. 69, Lei nº 4.320/1964).

O registro da execução orçamentária seguirá o rito comum da despesa, havendo empenho, liquidação e pagamento
da despesa. O que difere o adiantamento das demais despesas é a necessidade de realizar controle da prestação de
contas. Tal controle não é padronizado para toda a Federação, não está previsto no MCASP 8ª edição. No entanto, é
normal tal realização de controle, como é o efetuado pela União e o previsto no PCASP Estendido.

O exemplo de lançamento que você verá neste curso terá como base o controle previsto no PCASP Estendido.

Além do controle da prestação de contas, o adiantamento a servidores tem uma situação normal que exige um
tratamento especial quanto ao processo. É a possibilidade de não haver utilização dos recursos, total ou parcial. Em
todo o caso, o valor não utilizado dentro do prazo previsto deverá ser devolvido para a administração pública.

A devolução dos recursos dentro do exercício orçamentário promoverá estorno/cancelamento total ou parcial da
despesa paga, liquidada e empenhada, nesta sequência. Isso retornará à disponibilidade do crédito orçamentário
para que a Unidade Gestora Executora – UGE possa utilizá-lo em uma outra despesa ou até em outro suprimento.

Outra situação é a possibilidade de devolução do recurso não utilizado em exercício orçamentário posterior ao da
execução da despesa. Isso não permite o cancelamento/estorno do crédito orçamentário – de tal modo que o
reingresso do recurso deve sofrer um tratamento orçamentário, pois poderá ser usado para novos gastos da
administração pública. Com isso, deverá ser reconhecida uma receita orçamentária.

Processo de contabilização dos suprimentos de fundos. Fonte: Elaboração própria.

3.5 Atos potenciais

A administração pública realiza alguns atos que não afetam o patrimônio de imediato. Ou podem se referir a eventos
que ocorrerão, mas que não cumprem os requisitos para reconhecimento do passivo ou ativo. Tais atos devem ser
controlados em contas de controle de “atos potenciais”.

O controle poderá ser de Ato Potencial Ativo, quando o ato poderá vir a afetar o ativo, ou de Ato Potencial Passivo,
quando poderá afetar o passivo. Esse controle é mais especificado conforme o grupo de classificação da operação.

Em nível de “Título” da conta contábil, 4º nível, é apresentado um grupo de operações: Garantias e Contragarantias;
Convênios e outros instrumentos congêneres; Contratos e Outros Atos Potenciais.

O 5º nível da conta contábil assemelha-se ao uso das contas de Natureza de Informação Patrimonial, para fins de
auxiliar no processo de consolidação. No entanto, essas contas de Atos Potenciais não fazem parte do processo de
consolidação. Assim, o detalhamento das operações citadas no parágrafo anterior é realizado em nível de “Item” da
conta contábil, 6º nível.

Por exemplo, no grupo contratos, direitos contratuais (atos potenciais ativos) ou obrigações contratuais (atos
potenciais passivos), tem-se divisões de tipos de contrato no nível Item da conta contábil, como:
Tipos de atos potenciais (ativos ou passivos) relacionados a contratos. Fonte: Elaboração própria.

Na classe 8, onde se controla a execução destes atos potenciais, no seu último nível (Subitem da conta contábil, 7º
nível), são realizados os lançamentos da execução dos contratos ou de seu cancelamento.

O controle de ato potencial deverá ser independente da execução orçamentária. Esse controle estará relacionado à
variação patrimonial, não à execução orçamentária. Muitos confundem o controle de atos potenciais com o
momento de liquidação da despesa orçamentária. No entanto, a baixa de tal controle será realizada com o momento
de afetação do patrimônio ou cancelamento do contrato/controle.

Outro ponto relevante é o valor de registro de contratos da administração pública, o qual deverá ser pelo valor total.
Isso acontecerá independentemente do valor já empenhado/liquidado ou do previsto para ser
empenhado/liquidado no exercício orçamentário atual.
Unidade 4: Lançamentos típicos da despesa orçamentária

4. Lançamentos típicos da despesa orçamentária


🎯 Objetivo de aprendizagem

Ao final desta unidade, você será capaz de realizar os lançamentos contábeis da despesa orçamentária.

4.1 Introdução aos lançamentos das despesas


Execução da Despesa Orçamentária

Para fins de compreensão do processo contábil das etapas de execução orçamentária, segue o roteiro, utilizando-se
um exemplo de lançamento de contratação de serviços (desde a dotação inicial até seu pagamento).
A seguir, confira o podcast em que serão apresentados os lançamentos típicos da despesa orçamentária.
14:59

4.2 Fixação da despesa

D – 5.2.2.1.1.XX.XX – Dotação inicial

a C – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível

A fixação da despesa orçamentária exige detalhamento de informações, como: Unidade Orçamentária – UO


responsável; Fonte de Recursos – FR; Função e Subfunção – FS; Natureza de Despesa – ND; Programa, detalhado em
ações e localizador, entre outras informações.

Antes mesmo de iniciar a execução da despesa, com realização do empenho, a dotação será distribuída dentro da
UO para sua Unidade Gestora Executora – UGE (provisão) ou transferida para que uma UGE de outra UO (destaque)
execute a despesa que lhe foi dotada.

As dotações recebidas são para execução para todo o ano. De tal modo, tais despesas não podem ser pagas a
qualquer momento. Por isso, acompanhando a dotação a UO (ou Unidade Gestora Financeira – UGF, alguns entes),
recebem as cotas (mensais, bimestrais ou trimestrais, conforme Art. 47 da Lei 4.320/64).

Se a dotação foi provisionada, a sua UGE será recebedora de sub-repasse da cota. No entanto, se a dotação foi
destacada a uma outra UO, acompanhará ao destaque um repasse de cota.

Além do controle de dotação, a Contabilidade deverá realizar o controle das cotas, em cumprimento ao art. 80 da Lei
4.320/1964.

Quanto às orientações de realização de transferências de dotações ou controle de cotas, o  MCASP 8ª edição não


realizou padronização, mas criou contas no PCASP Federação, as quais não tiveram detalhes do controle das cotas
financeiras.
Com isso, os controles de cotas financeiras realizado pela União (PCASP da União) e pelos estados e municípios
(PCASP Estendido) podem ser diferentes.

4.3 Registro de contratos


Em Natureza de Informação Controle
D – 7.1.2.3.x.02.00 – Obrigações Contratuais de Serviços
a C – 8.1.2.3.x.02.01 – Obrigações Contratuais de Serviços a Executar

O controle do 5º nível pode ser realizado com os dígitos de 1 a 5, a depender de quem assinou a contratação (quem
realizará a prestação do serviço). Cabe ressaltar que tal controle não será levado em consideração para fins do
processo de consolidação, pois nele são consideradas, somente, as contas de Natureza de Informação Patrimonial.

O detalhamento da informação de contratos ou, melhor, do ato potencial passivo dependerá do tipo de operação
que esteja sendo realizada.
4.4 Empenho

Empenhamento da despesa (não considerando o processo licitatório):

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível
a C – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
a C – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho

Além das Informações Complementares – ICs indicadas na dotação orçamentária (UO; FR; FS; ND; Programa – PTRES,
programa de trabalho resumido), neste momento é normal que se realize maior detalhamento das informações,
como o da ND, informando o detalhamento do elemento de despesa (subelemento de ND). Ressalta-se que esse
detalhamento não é padronizado pela Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001.

Outra informação importante no momento de empenho da despesa é se há ou não a existência de uma obrigação
anterior. Caso haja, neste lançamento você terá que alterar o Indicador do Superávit Financeiro – ISF de “P –
Permanente” para “F – Financeiro”. Também, de imediato, terá que transferir de “Empenhado a Liquidar” para
“Empenhado em Liquidação”.

4.5 Liquidação da despesa

Aqui o Fato Gerador – FG ocorreu concomitante com a liquidação:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 3.3.2.X.X.XX.XX – Serviços
a C – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.1.2.3.x.02.01 – Obrigações Contratuais de Serviços a Executar
a C – 8.1.2.3.x.02.02 – Obrigações Contratuais de Serviços Executado

A liquidação da despesa orçamentária é uma formalidade necessária para que se possa proceder o seu pagamento
(arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964).

Entenda que a realização desse ato da administração não está vinculado à ocorrência do impacto patrimonial. No
entanto, poderá haver coincidência com o momento de tais registros, que é o caso deste exemplo.

4.6 Pagamento da despesa

Pagamento da despesa:
Em Natureza de Informação Patrimonial
D – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.04.XX – Crédito empenhado liquidado e pago
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

O pagamento da despesa requer utilização da Disponibilidade por Destinação de Recursos – DDR, como você pode
ver com o lançamento a crédito em caixa e equivalente de caixa.

Com isso, há a baixa de obrigação e o encerramento do processo de execução da despesa orçamentária (último
estágio).

4.7 Inscrição de restos a pagar

Lançamento de inscrição de Restos a Pagar Não Processados – RPNP a liquidar:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.3.05.XX – Empenhos a liquidar inscritos
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 5.3.1.7.X.XX.XX – RPNP – inscrição no exercício
a C – 6.3.1.7.1.XX.XX – RPNP a liquidar – inscrição no exercício

Lançamento de inscrição de Restos a Pagar Não Processados – RPNP em liquidação:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.02.XX – Crédito empenhado em liquidação
a C – 6.2.2.1.3.06.XX – Empenhos em liquidação inscritos
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 5.3.1.7.X.XX.XX – RPNP – inscrição no exercício
a C – 6.3.1.7.2.XX.XX – RPNP em liquidação – inscrição no exercício

Lançamento de inscrição de Restos a Pagar Processados – RPP em liquidação:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.07.XX – Empenhos liquidados inscritos
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 5.3.2.7.X.XX.XX – RPP – inscrição no exercício
a C – 6.3.2.7.X.XX.XX – RPP – inscrição no exercício

A inscrição de despesas orçamentárias em restos a pagar é um ato da administração pública. Não há qualquer
lançamento em contas patrimoniais a ser realizado nesta transação.

Os dois lançamentos realizados em grupos de contas contábeis diferentes são em decorrência da necessidade de
encerramento dos saldos no fim do exercício no primeiro grupo de lançamento. O segundo grupo de lançamento
transferirá seu saldo para o exercício contábil seguinte.

Cabe ressaltar que só há inscrição das despesas orçamentárias empenhadas no exercício e que não foi possível
realizar seu pagamento – podendo a despesa inscrita em restos a pagar estar nos seguintes estágios: empenhadas a
liquidar, empenhadas em liquidação ou empenhadas e liquidadas a pagar.
4.8 Execução de restos a pagar

Lançamento de FG de RPNP a liquidar (o FG ocorreu entre empenho e liquidação):

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 3.3.2.X.X.XX.XX – Serviços
a C – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.3.1.1.X.XX.XX – RPNP a liquidar
a C – 6.3.1.2.X.XX.XX – RPNP em liquidação

Lançamento da liquidação de RPNP em liquidação:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.3.1.2.X.XX.XX – RPNP em liquidação
a C – 6.3.1.3.X.XX.XX – RPNP liquidados a pagar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias

Lançamento de pagamento de RPNP:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.3.1.3.X.XX.XX – RPNP liquidados a pagar
a C – 6.3.1.4.X.XX.XX – RPNP pagos
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

Até esses lançamentos o procedimento é idêntico ao processo comum de execução da despesa, que não exige
tratamento diferenciado às despesas empenhadas no exercício.

Lançamento de cancelamento de RPNP liquidados a pagar:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (F)
a C – 2.1.3.X.X.XX.XX – Fornecedores e contas a pagar (P)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.3.1.3.X.XX.XX – RPNP liquidados a pagar
a C – 6.3.1.9.X.XX.XX – RPNP cancelados
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
Esse lançamento se restringiu ao cancelamento de RPNP liquidado no exercício. No entanto, em qualquer estágio em
que estejam os restos a pagar, poderá haver cancelamento. O MCASP 8ª edição  apresenta todos os tipos possíveis
de cancelamentos. Caso você queira informação sobre um item específico, poderá encontrá-la em Parte I –
Procedimentos Contábeis Orçamentários, item 4.7.5 – Cancelamento de Restos a Pagar.

4.9 Suprimento de fundos

O suprimento de fundos terá seu lançamento, até o pagamento, bem parecido com as despesas normais. No
entanto, o que diferirá é o processo de prestação de contas.
Empenhamento da despesa:

Em Natureza de Informação Orçamentária


D – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível
a C – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR
a C – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho

Liquidação da despesa:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
a C – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias

Pagamento da despesa:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)
a C – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.04.XX – Crédito empenhado liquidado e pago
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada

Os próximos lançamentos apresentam as diferenças que vão ocorrer com a execução da despesa por meio de

adiantamento, suprimento de fundos.

Registro da responsabilidade do agente suprido:

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 7.9.1.2.1.XX.XX – Controle de adiantamentos/suprimentos de fundos concedidos
a C – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar

Após a utilização dos recursos, o servidor terá que prestar contas. Os lançamentos contábeis a seguir dependerão do
momento da prestação de contas – se no mesmo exercício contábil em que ocorreu o empenho da despesa
orçamentária ou se em um exercício contábil posterior.

Neste primeiro exemplo, você, estudante, verá o lançamento de prestação de contas em que não há devolução de
recursos. Com isso, o roteiro independe do exercício contábil (não terá que estornar/cancelar a despesa ou
reconhecer receita orçamentária). 

O suprido realiza prestação de contas, com utilização integral dos recursos e utilização imediata:

Em Natureza de Informação Patrimonial


D – 3.3.X.X.X.X.XX.XX – VPD de uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar
a C – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar

A administração pública aprova a prestação de contas do servidor, referente ao suprimento de fundos:

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar
a C – 8.9.1.2.1.03.XX – Adiantamentos concedidos aprovados

Neste segundo exemplo, você verá o lançamento de prestação de contas em que há devolução de recursos no
mesmo exercício em que ocorreu o empenho da despesa orçamentária. Com isso, o roteiro deverá prever o
estorno/cancelamento da despesa orçamentária.

O suprido realiza a prestação de contas, com utilização parcial dos recursos e utilização imediata:

Em Natureza de Informação Patrimonial (valor utilizado)


D – 3.3.X.X.X.X.XX.XX – VPD de uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
Estorno/Cancelamento do pagamento da despesa (valor devolvido)
Em Natureza de Informação Patrimonial:
D – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
a C – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.04.XX – Crédito empenhado liquidado e pago
a C – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.4.XX.XX – DDR utilizada
a C – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
Estorno/Cancelamento da liquidação da despesa (valor devolvido):
Em Natureza de Informação Patrimonial
D – 2.1.8.9.XX.XX – Outras obrigações de curto prazo – suprimento de fundos (F)
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.03.XX – Crédito empenhado liquidado a pagar
a C – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.3.XX.XX – DDR comprometida por liquidação e entradas compensatórias
a C – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
Estorno/Cancelamento do empenhamento da despesa (valor devolvido):
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.2.1.3.01.XX – Crédito empenhado a liquidar
a C – 6.2.2.1.1.XX.XX – Crédito disponível
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 8.2.1.1.2.XX.XX – DDR comprometida por empenho
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

Registro em controle de prestação de contas após os lançamentos anteriores:

Em Natureza de Informação Típica de Controle (valor total)


D – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar
a C – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar

A administração pública aprova a prestação de contas do servidor, referente ao suprimento de fundos:

Em Natureza de Informação Típica de Controle


D – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar
a C – 8.9.1.2.1.03.XX – Adiantamentos concedidos aprovados

Por último, você verá um exemplo de prestação de contas em que há devolução de recursos em exercício posterior
ao que ocorreu o empenho da despesa orçamentária. Com isso, o roteiro deverá prever o reconhecimento de uma
nova receita orçamentária.

O suprido realiza prestação de contas, com utilização parcial dos recursos e utilização imediata:

Em Natureza de Informação Patrimonial (valor utilizado)

D – 3.3.X.X.X.X.XX.XX – VPD de uso de bens, serviços e consumo de capital fixo


a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
Reconhecimento da receita orçamentária (valor devolvido):
Em Natureza de Informação Patrimonial
D – 1.1.1.X.X.XX.XX – Caixa e equivalente de caixa (F)
a C – 1.1.3.1.X.XX.XX – Adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros (P)
Em Natureza de Informação Orçamentária
D – 6.2.1.1.X.XX.XX – Receita a Realizar
a C – 6.1.2.X.X.XX.XX – Receita Realizada
Em Natureza de Informação Típica de Controle
D – 7.2.1.1.X.XX.XX – Controle das Disponibilidades por Destinação de Recursos – DDR
a C – 8.2.1.1.1.XX.XX – DDR

Registro em controle de prestação de contas após os lançamentos anteriores:

Em Natureza de Informação Típica de Controle (valor total)


D – 8.9.1.2.1.01.XX – Adiantamentos concedidos a comprovar
a C – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar

A administração pública aprova a prestação de contas do servidor referente ao suprimento de fundos:

Em Natureza de Informação Típica de Controle:


D – 8.9.1.2.1.02.XX – Adiantamentos concedidos a aprovar
a C – 8.9.1.2.1.03.XX – Adiantamentos concedidos aprovados
Caso não haja utilização de recursos, o lançamento previsto para “valor utilizado” será suprimido e somente haverá
o lançamento de “valor devolvido”. Outra situação é que, caso não haja utilização imediata do bem adquirido pelo
servidor, o lançamento pela utilização terá a conta de VPD alterada para a conta do Ativo e seu detalhamento
dependerá do que foi adquiro e da destinação a ser dada pela entidade.

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