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Contabilidade Aplicada

às Instituições Públicas
PROF: JOÃO ESTEVÃO BARBOSA NETO
JOAOESTEVAOBARBOSANETO@GMAIL.COM
Contabilidade Aplicada
ao Setor Público - CASP
PROF: JOÃO ESTEVÃO BARBOSA NETO
JOAOESTEVAOBARBOSANETO@GMAIL.COM
CONCEITO
Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência
contábil que aplica, no processo gerador de informações, os
Princípios de Contabilidade e as normas contábeis
direcionados ao controle patrimonial de entidade do setor
público.
HISTÓRICO DA CASP

Lei 4320 IPSAS/IFAC LC 101/2000


de 1964
LRF

Plano de Contas
Único Federal
HISTÓRICO DA CASP

CONSOLIDAÇÃO
SOB UM
NOVO PADRÃO
CONTÁBIL

Portaria LC 131/2009 IPSAS IPCs PCASP


MF 184/08 Traduzidas obrigatório
Dec
p/toda a
6.976/2009
NBC TSP Federação

SICONFI
ATORES
CFC - Gestão do Processo de Tradução e Convergência aos padrões
internacionais. Instrumento: NBC T SP (NBC T 16)

STN – Gestão da execução do processo. Instrumentos: MCASP, IPCs,


capacitação e disseminação.

GTCON – Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis. Instrumento:


Participação da Federação na elaboração das Normas.
ATORES
GTCONT – Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis e
Custos da União.

Tribunal de Contas da União – Fiscalização dos gestores federais no que se


refere aos novos padrões contábeis.

Gestores Públicos – Responsabilidade de utilização efetiva das novas


regras contábeis.
Normas principais
Lei nº 4.320/64: Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Constituição Federal de 1988: na parte da Tributação e do Orçamento, cujo Capítulo II


estabelece as normas gerais de finanças públicas a serem observadas pelos três níveis de
governo: Federal, Estadual e Municipal.

Lei 10.180/2001: Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal,


de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder
Executivo Federal, e dá outras providências.

Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal): Estabelece normas de


finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Normas principais
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP/NBC TSP):
trata-se das Normas “mãe” da atual Contabilidade Aplicada ao Setor Público. As NBCASP/NBCT SP
surgem no contexto de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões
internacionais. Editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) essas Normas estabelecem
orientações específicas a serem observadas pelos órgãos e entidades incluídos no campo de
aplicação da CASP.

Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP): não é


propriamente uma Norma, mas sim um conjunto de procedimentos
(orçamentários, patrimoniais e específicos) que orientam os gestores na
aplicação de todo o arcabouço legislativo e normativo relacionado à
CASP.
Normas principais
Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF): também não é
uma Norma, mas sim um conjunto regras de harmonização a
serem observadas, de forma permanente, pela Administração
Pública para a elaboração do Anexo de Riscos Fiscais (ARF),
do Anexo de Metas Fiscais (AMF), do Relatório Resumido da
Execução Orçamentária (RREO) e do Relatório de Gestão
Fiscal (RGF), e define orientações metodológicas, consoante
os parâmetros definidos pela Lei Complementar no 101, de 4
de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal –
LRF.
OBJETIVO DA CASP
Fornecer informações sobre os resultados alcançados e
os aspectos de natureza orçamentária, econômica,
financeira e física do patrimônio da entidade do setor
público e suas mutações.
OBJETIVO DA CASP
Econômica: são as informações relacionadas ao resultados obtidos no
período. Além disso, em uma visão estritamente econômica, está
relacionada às escolhas relacionadas com a aplicação dos recursos
públicos (não existe dinheiro para tudo, logo a ótica econômica
preocupasse nas opções disponíveis, nos caminhos que podem ser
tomados frente às necessidades da sociedade).

Física: está relacionada à existência física dos elementos patrimoniais,


notadamente dos seus ativos.
OBJETIVO DA CASP
Orçamentária: são as informações relacionadas ao orçamento público,
ou seja, à previsão da receita e à fixação da despesa, além da execução
desse orçamento.

Financeira: são as informações relacionadas com o fluxo de caixa, ou


seja, com as entradas e saídas de recursos financeiros. Trata-se do
controle das receitas que foram recebidas ou recolhidas aos cofres
públicos e dos pagamentos efetuados pelo setor público.
PAPÉIS DESEMPENHADOS PELA CASP
Os resultados alcançados e os aspectos de natureza
orçamentária, econômica, financeira e física do
patrimônio da entidade do setor público e suas
Fornecer aos usuários mutações em apoio ao processo de tomada de decisão.
informações sobre
A adequada prestação de contas.

O necessário suporte para a instrumentalização do


controle social.
OBJETIVO DA CASP

De acordo com a Estrutura Conceitual


Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do
Setor Público (RCPG)

Nos termos da Estrutura Conceitual, os RCPGs são os componentes centrais da


transparência da informação contábil dos governos e de outras entidades do setor
público, aprimorando-a e favorecendo-a. Os RCPGs são relatórios contábeis elaborados
para atender às necessidades dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender a finalidades
ou necessidades específicas de determinados grupos de usuários.

De acordo com a Estrutura Conceitual


Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades
do Setor Público (RCPG)
Os RCPGs podem compreender múltiplos relatórios, cada qual atendendo a certos
aspectos dos objetivos e do alcance da elaboração e divulgação da informação contábil.

Os RCPGs abrangem as demonstrações contábeis (incluindo as suas notas explicativas)


e também a apresentação de informações que aprimoram, complementam e
suplementam as demonstrações contábeis.
De acordo com a Estrutura Conceitual
Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor
Público (RCPG)
Relatório Contábil de Propósito Geral das Entidades do Setor
Público (RCPG)
Usuários da informação contábil (dos RCPGs)
São os usuários dos serviços e seus representantes (membros do Poder Legislativo) e
os provedores de recursos e seus representantes.

De acordo com a Estrutura Conceitual


CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
De acordo com Estrutura Conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às
entidades do setor público quanto à elaboração e divulgação dos Relatórios Contábeis de
Propósito Geral (RCPGs).

São entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus
respectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público),
órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas
pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das
administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes*).

* são empresas controladas que recebem do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal, despesas
de custeio em geral ou despesas de capital.
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
Empresas estatais federais acompanhadas pelo DEST dependentes do Tesouro Nacional

O órgão responsável pelas empresas estatais é o DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
Empresas estatais federais acompanhadas pelo DEST com Orçamento de Investimento

O órgão responsável pelas empresas estatais é o DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
As empresas estatais dependentes obrigatoriamente estão de dentro do campo de aplicação das normas aplicáveis à
Contabilidade Pública.

As empresas estatais independentes podem aplicar facultativamente as normas aplicáveis ao setor público, desde que não
sejam obrigadas por determinação dos órgãos fiscalizadores/reguladores.

Exemplo: a Petrobrás e o Banco do Brasil somente aplicam as normas da CASP se optarem ou algum
órgão fiscalizador/regulador determinar.
O Tribunal de Contas da União, na qualidade de órgão fiscalizador (controle externo) pode, por exemplo,
determinar que a Petrobrás siga determinada norma ou conjunto de normas aplicáveis ao setor público. Além
disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na qualidade de órgão regulador do mercado de capitais, pode,
por exemplo, determinar ao Banco do Brasil que aplique determinada norma aplicável ao setor público.
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
Casos especiais

Conselhos profissionais

A Estrutura Conceitual não “fala” explicitamente dos conselhos profissionais. No entanto, trata de forma indireta.
Como são autarquias, os conselhos profissionais estão dentro do escopo obrigatório. Esse é o entendimento do
Conselho Federal de Contabilidade.

Sistema “S” (Serviços Sociais Autônomos)

Os Serviços Sociais Autônomos NÃO são obrigados a aplicar as normas aplicáveis ao setor público. Por serem
entidades sem fins lucrativos, aplica-se a essas entidades a ITG 2002 (R1) – Entidades Sem Finalidade de Lucros.
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CASP
Casos especiais
Sistema “S” (Serviços Sociais Autônomos)
OBJETO DA CASP
Patrimônio Público
O Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,
onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou
utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um
fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços
públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas
obrigações.
OBJETO DA CASP
Bens Públicos
Os bens públicos são classificados de acordo com o artigo 99 do Código Civil, Art. 99. São
bens públicos:

I- os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II- os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados;

III- os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
OBJETO DA CASP
Bens Públicos
Os de uso comum do povo

Podem ser entendidos como os de domínio público, construídos ou não por


pessoas jurídicas de direito público.

Ex: rios, mares, estradas, ruas e praças.

Os bens de uso comum do povo podem ser encontrados em duas classes de ativos:

ativos de infraestrutura e bens do patrimônio cultural.


OBJETO DA CASP
Bens Públicos
Os de uso especial

Compreendem os bens, tais como edifícios ou terrenos, destinados a serviço


ou estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal, inclusive
os de suas autarquias e fundações públicas, como imóveis residenciais,
terrenos, glebas, aquartelamento, aeroportos, açudes, fazendas, museus,
hospitais, hotéis dentre outros.
OBJETO DA CASP
Bens Públicos
• Os dominicais

Compreendem os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de


direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades. São aqueles que, apesar de constituírem o patrimônio público, não
possuem uma destinação pública determinada ou um fim administrativo
específico (por exemplo, prédios públicos desativados, terra devolutas).
OBJETO DA CASP
Bens Públicos
Todos os bens de uso especial e dominicais são controlados pela CASP.

Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou aqueles


eventualmente recebidos em doação, devem ser incluídos no ativo não circulante da
entidade responsável pela sua administração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua
atividade operacional.
Absorveram ou absorvem recursos Não absorveram ou absorvem recursos

Praças, ruas, pontes etc. Rios, mares, praias etc


OBJETO DA CASP
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA

Contabilidade Aplicada ao Setor Público


(CASP) está passando por um processo de
convergência às normas internacionais.
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA

Processo de adoção de regras e procedimentos


contábeis sob uma mesma base conceitual, visando
a comparabilidade da situação econômico-
financeira de vários países ou de entidades do
setor público nacionais e/ou internacionais.
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
Organismos internacionais e objetivos da convergência no Setor
Público
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
Organismos internacionais e objetivos da convergência no Setor
Público

International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS Foundation)

• Edita normas de Contabilidade voltadas para o Setor Privado.

Principais objetivos:

 Desenvolver as IFRS por meio do International Accounting Standards Board (IASB);


 Promover a efetiva aplicação das normas;
 Convergência internacional às IFRS.
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
Organismos internacionais e objetivos da convergência no Setor
Público

IFAC é uma organização global para a profissão que se dedica a um


trabalho de interesse público pelo fortalecimento da carreira e contribui
para o desenvolvimento de fortes economias internacionais. O IFAC é
feito por mais de 175 membros e associados em mais de 130 países e
jurisdições, o que representa quase 3 milhões de contadores na aplicação
pública, educação, serviço do governo, indústria e comércio.
ifac.org
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
Organismos internacionais e objetivos da convergência no Setor
Público

Edita normas por meio de boards independentes:

 Auditoria (IAASB)
 Educação em Contabilidade (IAESB)
 Ética na Profissão Contábil (IESBA)
 Contabilidade Aplicada ao Setor Público (IPSASB)
ifac.org
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
Organismos internacionais e objetivos da convergência no Setor
Público

O International Public Sector Accounting Standards Board


desenvolve padrões, orientações e recursos para uso por
entidades do sector público ao redor do mundo para a
elaboração das demonstrações contábeis para fins gerais.
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
Organismos internacionais e objetivos da convergência no Setor
Público
O IPSASB desenvolve normas e diretrizes contábeis para uso por
entidades do setor público (IPSAS). 

Desenvolver padrões de relatórios financeiros do setor público de alta


qualidade
Desenvolver outras publicações para o setor público; e
Aumentar a conscientização sobre as IPSASs e os benefícios de sua
adoção.
ipsasb.org
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS)
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS)

São normas internacionais de contabilidade aplicadas ao Setor


Público, desenvolvidas pela Federação Internacional de
Contadores (IFAC) com o objetivo de melhorar a qualidade e a
comparabilidade das informações contábeis divulgadas por
entidades do setor público ao redor do mundo (CFC, 2010).
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS)
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS)

56 países adotaram as IPSAS, 40 países utilizaram as IPSAS ou as


International Financial Reporting Standard (IFRS) como referência para
criação das suas próprias normas de contabilidade e 69 países ainda não
optaram por implementá-las.
(IFAC, 2021)
PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
International Public Sector Accounting Standards (IPSAS)

De acordo com Neves e Gomez-Villegas (2020), com as IPSAS busca-se combater os atos
ilegais e a má gestão, e promover a accountability.

Ao melhorar a qualidade no reporte dos dados contábeis, pode-se influenciar na decisão


dos gestores públicos ao expor indicadores financeiros confiáveis e transparentes (Kartiko,
Rossieta, Martani & Wahyun, 2018; Matekele & Komba, 2019), obtendo um melhor
desenvolvimento socioeconômico para o país (Sellami & Gafsi, 2017).
Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade de Aplicada ao
Setor Público
Plano de convergência na contabilidade pública prevê implantação de
procedimentos até 2021
O Diário Oficial da União (DOU) publicou, no dia 29 de setembro de 2015, a Portaria da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) nº 548, de 24 de
setembro de 2015, que trata da aprovação do Plano de Implantação dos Procedimentos Contábeis Patrimoniais (PIPCP).

Definido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em conjunto com os entes da Federação, é aplicável à União, aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios. O Plano dispõe sobre os prazos limites de adoção dos procedimentos contábeis patrimoniais aplicáveis aos entes
federados.

O Plano de Implantação dos Procedimentos Contábeis Patrimoniais, anexo à Portaria n.º 548, lista os procedimentos patrimoniais a serem
observados para a consolidação das contas públicas nacionais, sob a mesma base conceitual, onde são apresentadas considerações acerca da
descrição do procedimento, as fontes normativas e os passos necessários para a respectiva implantação de maneira simplificada.
Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade de
Aplicada ao Setor Público
Acordo de Cooperação Técnica
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) firmaram, em 2015, o Acordo de Cooperação Técnica , com o
intuito de consolidar e disseminar as normas de contabilidade aplicadas ao setor público, por meio de eventos e publicações, de forma a contribuir para a
evolução da contabilidade aplicada ao setor público e aprimorar a transparência das contas públicas no Brasil.

Com duração de cinco anos, a parceria prevê a disseminação de outras normas e procedimentos relacionados a finanças públicas de interesse dos entes da
Federação e com  relação direta, ou indireta, com a Ciência Contábil, como o Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF), o Manual de Instrução de Pleitos de
Operação de Crédito (MIP), o Programa de Ajustes Fiscais dos Estados Brasileiros, a produção de Demonstrativos de Estatísticas Fiscais em atendimento aos
dispositivos legais e acordos e os normativos editados pelos Tribunais de Contas.

O acordo prevê, também, o apoio à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para a implantação das Normas Brasileiras de Contabilidade
Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP), editadas pelo CFC, por meio do Manual de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (MCASP), da STN/MF, a serem
divulgadas por meio de publicações, eventos e cursos de capacitação.
Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade de
Aplicada ao Setor Público
Processo demorado devido às características locais brasileiras, decorrentes dos aspectos:

• Políticos,
As diferenças institucionais do Brasil fazem com que
• culturais, nem todas as regiões apresentem apoio político,
• econômicos, estrutural econômico e social (Lima & Lima, 2019).

• sociais e

• tecnológicos,
Convergência às Normas Internacionais de Contabilidade de
Aplicada ao Setor Público

O término do processo está previsto para 2023, sendo que durante este período ocorreram cinco postergações
nas datas de implementação e o processo vem ocorrendo com conflitos e resistências (Fragoso, Macêdo,
Lopes, Ribeiro Filho & Pederneiras, 2012; Sasso & Varela, 2020).

Isto ocorre devido às diferenças entre os membros que elaboram as normas contábeis (emissores) com
aqueles que colocam em prática (difusores), pois no processo de convergência ocorre a influência
internacional com pouca participação dos contadores públicos locais no processo, se caracterizando com uma
abordagem top-down (Azevedo & Pigatto, 2020).
PARÂMETROS DO PROCESSO DE CONVERGÊNCIA
- Registro integral do patrimônio público (bens,
direitos e obrigações);
- Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas
ao Setor Público (IPSAS/IFAC);
- Normas Brasileiras de Contabilidade do Setor
Público (NBC TSP);
- Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor
Público (MCASP).
VANTAGENS DA CONVERGÊNCIA
• Registros mais abrangentes dos fenômenos econômicos;
• Informação útil para a tomada de decisão => Dados mais próximos da
realidade para a tomada de decisão, permitindo projeções mais
seguras;
• Comparabilidade => Consolidação das contas dos entes da Federação,
sob a mesma base conceitual;
VANTAGENS DA CONVERGÊNCIA
• Registro e acompanhamento tempestivo do patrimônio público =>
Mensuração e controle efetivo do patrimônio;

• Melhoria no processo de prestação de contas => Transparência;

• Gestão de custos no Setor Público => Melhoria da qualidade do gasto


público; e

• Racionalização e melhor gestão dos recursos públicos.


Plano de Contas Aplicado ao Setor Público -
PCASP

Diretrizes
Projeto IPSAS
NBC T SP
MCASP
IPC’s
2014

PLANO DE CONTAS Implantação


Responsabilidades de
Gestores Públicos
RESPONSABILIDADE DOS GESTORES PÚBLICOS
Regularização patrimonial:

- Onde estão os bens a serem registrados?

- Localização física, descrição e definição de valores dos bens; e

- Atribuição de responsabilidades aos gestores do patrimônio.


RESPONSABILIDADE DOS GESTORES PÚBLICOS

Inventário anual de bens móveis e imóveis:

- Levantamento físico e financeiro por comissão designada para este fim;

- Segregação das funções de responsável pelo inventário e pelo registro


contábil; e

- Suporte documental.
RESPONSABILIDADE DOS GESTORES PÚBLICOS
Acompanhamento dos valores dos bens:

- Atualização conforme comportamento dos preços de mercado


(reavaliação);

- Registro do desgaste por uso e obsolescência (depreciação); e

- Redução ao valor recuperável.


RESPONSABILIDADE DOS GESTORES PÚBLICOS
Necessidade de fortalecimento da gestão contábil:

- Valorização do profissional de contabilidade;

- Criação e fortalecimento das setoriais e seccionais de contabilidade na


estrutura da Administração Pública; e

- Criação de Grupos Técnicos que envolvam todas as áreas da organização


participantes do processo.
RESPONSABILIDADE DOS GESTORES PÚBLICOS
Integração da Contabilidade com outros setores da Administração Pública:

- Setor de Arrecadação: para o registro dos créditos tributários e não-


tributários a receber;

- Setor de Patrimônio: para registro dos valores atualizados e ajustados dos


bens; e

- Setor de Pessoal: para registro das provisões de 13º e férias, salários e


encargos a pagar.
RESPONSABILIDADE DOS GESTORES PÚBLICOS
Utilização efetiva do Sistema de Informações de Custos do Governo Federal –
SIC:

- Instrumento de mensuração da eficiência e eficácia das ações


governamentais;

- Qual o montante de recursos públicos que foi consumido para produzir


determinado bem ou serviço para a sociedade?

- Aprimoramento do processo de tomada de decisão por parte do gestor


público.
RESPONSABILIDADE DOS CONTADORES PÚBLICOS
- Registrar os atos e fatos conforme as normas brasileiras de contabilidade aplicadas
ao setor público;

- Atualização e capacitação permanente;

- Prestar efetivo apoio à gestão por meio do fornecimento das informações geradas
pela Contabilidade; e

- Desempenhar um papel de catalisador das informações contábeis e fiscais geradas


por outros setores da Administração Pública.
DICAS PARA PESQUISA
- Estado atual da convergência contábil nos entes públicos;
- Percepção dos gestores e contadores públicos sobre o processo de convergência;
- Análise econômico-financeira dos entes públicos;
- Nível de adoção das normas pelos entes públicos;
- Nível de disclosure (evidenciação);
- Auditoria governamental;
- Eficiência dos gastos públicos;
...
REFERÊNCIAS
Slides desenvolvidos e aprimorados de:

Renato Pontes Dias (www.stn.fazenda.gov.br)


Coordenador-Geral
Coordenação-Geral de Contabilidade e Custos da União
Subsecretaria de Contabilidade Pública
Secretaria do Tesouro Nacional
Ministério da Fazenda

Professor Sérgio Mendes


Apostila para o curso Estratégia.

Cláudio Roberto Caríssimo


Professor
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG campus avançado de Varginha.

João Paulo de Brito Nascimento


Professor
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL/MG campus avançado de Varginha.

Apresentação da disciplina Contabilidade e Finanças Públicas do curso de Mestrado e Doutorado em Controladoria e Contabilidade da UFMG dos alunos
Iara Fonseca e Anselmo Sebastião Botelho

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