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Assunto I - Conceitos de Contabilidade Aplicada ao Setor Público no EB

Site: AVA EBAula - Centro de Educação a Distância do Exército Impresso 3º Sgt MUSSI - GUSTAVO GUIMARAES PISOEIRO
2022 - IEFEx - SEF - ESASF - Estágio Setorial para Auxiliar por: MUSSI
Curso:
de Setor Financeiro Data: sábado, 1 out 2022, 11:34
Assunto I - Conceitos de Contabilidade Aplicada ao Setor
Livro:
Público no EB
Índice

1. Fundamentos de Contabilidade Aplicada ao Setor Público

2. Introdução

3. Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)

4. Demonstrações Contábeis (DCASP)


1. Fundamentos de Contabilidade Aplicada ao Setor Público

O Encarregado do Setor Financeiro, como


responsável pelas atividades contábeis e financeiras da UG, necessita compreender
quais
normas e legislações afetam sua rotina de trabalho. Nesse universo de
informações, estão diversas leis e normas referentes à Contabilidade
Aplicada
ao Setor Público (CASP).

Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo


da contabilidade que direciona a aplicação dos princípios e normas contábeis ao
controle
patrimonial de entidades do setor público.

Você pode se perguntar o porquê de saber essas


leis e normas para o trabalho no setor financeiro.

É muito simples. Você sabia


que os lançamentos feitos no SIAFI “tela preta” e no SIAFI WEB, realizados pelo Setor Financeiro, são
registros contábeis. 

Pois bem, todas essas


normas regulam e orientam os procedimentos para o correto registro dessas
informações.

Nesse ramo da contabilidade, chamado de CASP


(Contabilidade Aplicada ao Setor Público), existem inúmeras referências que
fornecem a sua
base de sustentação teórica e normativa. Vamos destacar as
principais, apenas para entendimento geral.

Lei
n° 4.320/1964 - Estatui Normas
Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

É uma lei importante que estabeleceu regras para o controle das finanças
públicas, bem como a construção de uma administração financeira
e contábil
sólidas. Tem seu enfoque voltado aos aspectos orçamentários, abordando
princípios orçamentários, execução orçamentária e
controle do orçamento.

Lei 10.180/2001 - Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento


Federal, de Administração Financeira Federal, de
Contabilidade Federal e de
Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.

Essa lei estruturou os sistemas relacionados à


finanças públicas, definindo as finalidades, organização e competências de cada
um deles. No
caso da Contabilidade Federal, por exemplo, delimitou que o
Sistema de Contabilidade Federal compreende as atividades de registro, de
tratamento e de controle das operações relativas à administração orçamentária,
financeira e patrimonial da União, com vistas à elaboração
de demonstrações
contábeis.

Lei
Complementar no 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal) - Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

É uma lei importantíssima para as finanças públicas e para a


contabilidade, uma vez que estabeleceu, por exemplo, a exigência de
consolidação nacional das contas públicas. Esta competência é exercida pela
Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por meio da publicação
anual do Balanço do
Setor Público Nacional (BSPN), congregando as contas da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.

Normas
Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT SP) - tratam-se das Normas “mãe” da Contabilidade
Aplicada ao
Setor Público. São editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC) e estabelecem orientações específicas a serem observadas
pelos órgãos e entidades incluídos no campo de aplicação da CASP.

Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) - Para simplificar nossa vida, a Secretaria
do Tesouro Nacional (STN), que é
o Órgão Central de Contabilidade do Governo Federal, reuniu o conjunto de procedimentos (orçamentários, patrimoniais e
específicos) que
orientam os gestores na aplicação de todo o arcabouço
legislativo e normativo relacionado à CASP.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor


Público (MCASP), que está na sua 9ª edição, está dividido em 6 partes:

Geral - Contabilidade Aplicada ao Setor Público; 

I - Procedimentos Contábeis Orçamentários;

II -
Procedimentos Contábeis Patrimoniais; 

III - Procedimentos Contábeis


Específicos;

IV - Plano de
Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP);

V - Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP). 


O manual
é uma excelente fonte de consulta, visto que aborda todos os assuntos de
maneira prática,
utilizando-se de exemplos e exercícios. O usuário pode
utilizá-lo para compreender desde aspectos
conceituais da execução
orçamentária, até verificar quais contas contábeis são afetadas no momento da
liquidação de uma despesa.

Pois bem,
essas são as normas mais importantes e servirão como instrumento de consulta
mais
aprofundada, quando necessário. Lembrando que poderão sempre contar com a sua Setorial Contábil
(CGCFEx), em caso de dúvidas mais específicas.

Vamos explorar alguns pontos importantes para o setor financeiro


constantes no MCASP sobre Plano de
Contas e as Demonstrações
Contábeis.

2. Introdução

Nesta unidade, iniciamos o módulo de Gestão Contábil, que tem o objetivo de tratar os principais conceitos de Contabilidade Aplicada ao
Setor Público (CASP), com foco na realidade do Setor Financeiro.

Ao longo do Módulo, serão abordados os conceitos de CASP, a análise do balancete (SIAFI), as principais regularizações contábeis realizadas
pelo Setor Financeiro e a Conformidade Contábil de UG, assuntos que farão parte da rotina financeira da UG e impactarão diretamente na
qualidade das informações contábeis da OM.

Uma pergunta que pode surgir é: Porque eu preciso saber de Contabilidade?

Como já discutimos no tópico sobre as atribuições, o Financeiro é responsável pelas atividades contábeis e
financeiras da UG. 

Nas atividades contábeis, a principal função é  garantir a integridade e a  consistência das informações contábeis,  assim como realizar as
principais regularizações previstas.

Para compreendermos essas atribuições, vejamos o que dizem as normas referentes ao tema:

O Art 28,
do RAE, prevê que:

“O encarregado do setor financeiro (tesoureiro) é o responsável pela execução


das atividades contábeis e financeiras na OM, de
acordo com os preceitos deste Regulamento e na
forma da legislação específica.” g.n

Art. 17,
da Portaria 040, diz:

“A
responsabilidade pela  análise da consistência dos registros dos atos
e  fatos de execução orçamentária, financeira e
patrimonial  efetuados
em cada  UGE é do OD ou do  Gestor Financeiro, independentemente
da  responsabilidade atribuída ao
responsável pela conformidade dos
registros de gestão(...)” g.n

Macrofunção
SIAFI n° 02.10.03, diz:

“2.1.1 -
É de responsabilidade de cada Unidade Gestora, em conjunto com sua Unidade
Setorial de Contabilidade, o acompanhamento,
análise e  consistência
dos registros e saldos das contas contábeis, bem como os  reflexos causados
nos respectivos
demonstrativos contábeis.”

“2.4.7 -
Essa análise deve se dar de  forma conjunta, sendo observados
o  CONDESAUD e o Balancete. Ressalta-se, também, que
deverá ser  registrada
Conformidade Contábil “com ocorrência” sempre que as  informações
apresentarem imperfeições ou falta das
regularizações e das classificações
necessárias(...)” g.n

Como podemos observar, os normativos ressaltam a


obrigação do acompanhamento da consistência das informações contábeis,
sendo, para
isso, o Setor Financeiro peça chave. 

Em conjunto, a Setorial Contábil (CGCFEx) cumpre o papel de orientadora e


fiscalizadora, contribuindo para o processo de integridade
das informações.

Vamos compreender melhor como tudo isso acontece nas próximas unidades.
3. Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)

Segundo o
MCASP, Plano de contas é a estrutura básica da escrituração contábil, formada
por uma relação padronizada de contas
contábeis, que permite o registro
contábil dos atos e fatos praticados pela entidade de maneira padronizada e
sistematizada, bem como a
elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações
contábeis de acordo com as necessidades de informações dos usuários.

O mais
importante a ser entendido sobre o PCASP é que ele é uma maneira de organizar
as informações semelhantes com as mesmas
características, de maneira ordenada,
ou seja, concentrar os valores registrados em grupos de contas.

Conhecer
esses grupos auxiliará o encarregado do setor financeiro na identificação das
contas contábeis que serão utilizadas todos os dias,
para consultas de saldos e
verificação dos lançamentos já realizados.

A
metodologia utilizada para a estruturação do PCASP foi a segregação das contas
contábeis em grandes grupos de acordo com as
características dos atos e fatos
nelas registrados. Essa metodologia permite o registro dos dados contábeis de
forma organizada e facilita a
análise das informações de acordo com sua
natureza.

O PCASP está estruturado de acordo com as


seguintes naturezas das informações contábeis:

Natureza de Informação Orçamentária - registra, processa e evidencia os atos e


os fatos relacionados ao planejamento e à execução
orçamentária;

Natureza de Informação Patrimonial - registra, processa e evidencia os fatos


financeiros e não financeiros relacionados com a composição
do patrimônio
público e suas variações qualitativas e quantitativas;

Natureza de Informação de Controle - registra, processa e evidencia os atos de


gestão cujos efeitos possam produzir modificações no
patrimônio da entidade do
setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle.

A figura abaixo esquematiza as classes (1º Nível) das contas


contas contábeis pela natureza da informação:

Observem que cada lado dessa estrutura apresenta uma letra (D ou C), que
indica a natureza do saldo contábil, de cada classe. 

As contas contábeis podem


ter saldo de natureza DEVEDORA (D) ou CREDORA (C). Logo, conforme acima, as contas do lado esquerdo
da
estrutura tem natureza DEVEDORA (D) e as do lado direito CREDORA (C). 

ATENÇÃO: Esse
entendimento será essencial para o acompanhamento dos lançamentos contábeis no SIAFI,
que nada mais são do
que o registro dos atos e fatos ocorridos na OM, assim como na identificação de inconsistências e suas devidas regularizações.

Um conceito importantíssimo para compreender o PCASP é o de CONTA CONTÁBIL.

ESTRUTURA DO CÓDIGO DA CONTA CONTÁBIL

As contas contábeis do PCASP são identificadas


por códigos com 7 níveis de desdobramento, compostos por 9 dígitos, de acordo
com a
seguinte estrutura:

O PCASP possui
a seguinte estrutura básica, em nível de classe (1º nível) e grupo (2º nível):
Guardem bem essa estrutura, pois com essas informações é possível
verificar, por exemplo, que a conta contábil 6.2.2.1.1.00.00 (Crédito
Disponível) é uma conta de natureza orçamentária, com natureza de
saldo CREDORA (C), pois se inicia com 6 (lado direito), e representa a
execução
do orçamento, pois seu 2º nível é 6.2.

Esse tipo de identificação será muito útil nas consultas diárias


realizadas no balancete de verificação, no SIAFI, assim como para o
aplicação das contas de Variação Patrimonial Diminutiva (VPD), muito
utilizadas no preenchimento das "situações", quando do registro de
alguns
documentos hábeis no SIAFIWEB.

Recuperando
conceitos de Unidades anteriores, sobre os estágios da despesa, vamos observar
alguns lançamentos contábeis desses
estágios e atentar para seu comportamento
dentro do PCASP:

Entender esses lançamentos dará a visão


necessária do fluxo das informações contábeis, permitindo ao Financeiro identificar cada conta
afetada por cada registro. Isto,
portanto, permite o acompanhamento da correção e qualidade das informações
contábeis, cuja observância é
uma de suas atribuições.

Para reforçar esses conceitos e melhor compreensão, assistam ao vídeo abaixo, que faz parte de uma série, chamada Entendendo o PCASP,
elaborada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN):

  

 
4. Demonstrações Contábeis (DCASP)

Como
consequência do registro das informação contábeis, são produzidas as
Demonstrações Contábeis, que espelham um “retrato” da
situação orçamentária,
econômica, financeira e patrimonial do ente público.

De acordo
com MCASP, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP) tem como objetivo
fornecer aos seus usuários informações sobre
os resultados alcançados e outros
dados de natureza orçamentária, econômica, patrimonial e financeira das
entidades do setor público, em
apoio ao processo de tomada de decisão, à
adequada prestação de contas, à transparência da gestão fiscal e à
instrumentalização do controle
social.

O objetivo
das demonstrações contábeis das entidades do setor público é fornecer
informação sobre a entidade que seja útil aos usuários para
propósitos de
prestação de contas ou tomada de decisão.

As Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) são


compostas pelas demonstrações enumeradas pela Lei no
4.320/1964, pelas
demonstrações exigidas pela NBC T 16. 6 R1 – Demonstrações Contábeis, nas partes não revogadas, pelas
demonstrações exigidas pela Lei Complementar no 101/2000 e aquelas contidas na NBC TSP 11, sendo o conjunto
de Demonstrações
Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP):

Balanço
Orçamentário;
Balanço Financeiro;
Balanço Patrimonial;
Demonstração das Variações Patrimoniais;
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); e
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido (DMPL);
Notas explicativas, compreendendo a descrição sucinta das principais políticas contábeis e
outras informações elucidativas; e

Informação comparativa com o período anterior.

A Parte V
– Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) do
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP) tem como objetivo
padronizar a estrutura e as definições dos elementos que compõem as DCASP. 

Tais
padrões devem ser observados pela União, estados, Distrito Federal e
municípios, permitindo a evidenciação, a análise e a consolidação
das contas
públicas em âmbito nacional, em consonância com o Plano de Contas Aplicado ao
Setor Público (PCASP).

Para o
objetivo deste Estágio, basta saber que as Demonstrações são o resultado, o "retrato" estático, de
todo o processo de registro
de informações contábeis, que oferecerão a
informação sintética da gestão da OM. Para detalhamento de suas estruturas e
normatizações, o MCASP é a referência necessária.

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