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EMENTA: Apelação Cível. Execução fiscal. IPTU, Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública e Taxa de Iluminação Pública dos exercícios de 1991 e 1992. Município do Rio de Janeiro.
Sentença que extinguiu o processo, baseada na ocorrência da prescrição originária, por ausência de citação válida, proferida em 15/03/2018 com fulcro no artigo 156, inciso V, do CTN.
Inconformismo do Município. De acordo com o artigo 174 do Código Tributário Nacional, a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva. Assim, tem-se que o feito foi distribuído dentro do prazo prescricional. Após o aforamento do executivo fiscal, observa-se que o executado foi citado por Oficial de
Justiça, através de seu representante legal, em 12/04/1996, aproximadamente 04 meses após a distribuição da presente ação executiva (11/12/1995), interrompendo-se assim o prazo
prescricional, visto que sob a égide da Lei Complementar 118/2005, nos termos do art. 174, IV, do CTN. Citação válida. No entanto, observa-se a necessidade de análise da ocorrência da
prescrição intercorrente no caso em espécie. Decisão do Juízo a quo em 15/10/2010, determinando nova apresentação da CDA ao exequente. Autos paralisados, sobrevindo sentença em
15/03/2018. Conforme entendimento firmado pelo STJ, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo nº 1.340.553/RS, para o reconhecimento da prescrição intercorrente é necessário o
transcurso do prazo de 1 (um) ano da suspensão do processo, bem como a intimação pessoal do município exequente para dar prosseguimento ao feito e sua posterior inércia por mais
de 05 (cinco) anos, o que igualmente não se verifica na hipótese. Error in procedendo. Sentença que deve ser anulada, para afastar a prescrição e determinar o prosseguimento da
(0150131-58.1995.8.19.0001 - APELAÇÃO. Des(a). CARLOS JOSÉ MARTINS GOMES - Julgamento: 28/10/2021 - DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL)
1)Execução fiscal
2) diz respeito à cobrança de IPTU, Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública e Taxa de Iluminação Pública dos exercícios de 1991 e 1992 que à época do ajuizamento da ação
3)houve determinação da exclusão do crédito exequendo dos valores relativos às taxas TCLLP e TIP, eis que as cobranças em hipótese são inconstitucionais. Quanto ao
IPTU, determina a exclusão dos créditos exequendos que excedam a alíquota mínima sobre o imóvel, uma vez que não autorizada a imposição progressiva do tributo.
4)Extinção do processo em sentença haja vista a ocorrência da prescrição a teor do disposto no art. 156, V, do CTN. ...o fisco não pode mais exigir o pagamento do
tributo, sob pena de ferir o princípio da legalidade, elevado à categoria de dogma constitucional pelo art. 150, I da Constituição Federal , segundo o qual é vedado à
5)Após o aforamento do executivo fiscal, apesar de não constar nos autos o despacho citatório, foi o executado citado em 12/04/1996, que teve o condão de interromper
o prazo prescricional, visto que tais atos foram produzidos sob a égide da Lei Complementar 118/2005.
Questão relevante
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Como se sabe em nosso ordenamento jurídico o crédito tributário, a teor do disposto no art. 156, V, do CTN, extingue-se em virtude da ocorrência da prescrição e da
decadência.
Aqui no caso, errou o juízo de primeira instancia ao acreditar ter havido a prescrição do art. 156, V, CTN, ao erroneamente entender que o executado não havia sido citado ao longo de
todos os anos da ação. Porém, certo é que, conforme prova dos autos, o executado compareceu espontaneamente aos autos em 96, ou seja, ainda dentro do prazo prescricional 4
meses após a distribuição este foi citado, o que interrompeu a prescrição, não cabendo mais o artigo 156, V, CTN, nos termos do art. 174, IV, do CTN.
Desse modo, decidiu o Desembargador: “Tem razão o apelante. Ocorre que, após ter sido proferida decisão, determinando-se a apresentação de nova CDA pelo exequente
em 15/10/2010, os autos permaneceram paralisados por 08 (oito) anos até a prolação da sentença, em 15/03/2018, devendo ser analisada, portanto, a ocorrência da
prescrição intercorrente. Conforme entendimento firmado pelo STJ, no julgamento do Recurso Especial Repetitivo nº 1.340.553/RS, para o reconhecimento da prescrição
intercorrente é necessário o transcurso do prazo de 1 (um) ano da suspensão do processo, bem como a intimação pessoal do Município exequente para dar prosseguimento
ao feito e sua posterior inércia por mais de 05 (cinco) anos, o que não ocorreu no caso em exame. Acrescente-se que, de fato, o executado foi citado em 12/04/1996,
aproximadamente 04 (quatro) meses após a distribuição da presente ação executiva em 11/12/1995, o que interrompeu a prescrição tributária, nos termos do art. 174, IV,
do CTN.
Destarte, ante ao evidente “error in procedendo”, a sentença deve ser anulada, para afastar a prescrição e determinar o prosseguimento da execução. Ante o exposto,
voto no sentido de dar provimento ao recurso, para anular a sentença, e determinar a remessa dos autos à Vara de origem, a fim de que seja dado regular
prosseguimento ao feito.
Respeitado o princípio da Legalidade, veja - a ocorrência da prescrição não atinge somente a pretensão para a cobrança do crédito tributário, atinge, de igual modo, o próprio
crédito, vale dizer, o próprio direito material. Dessa forma, ocorrendo a prescrição do crédito tributário, o fisco não pode mais exigir o pagamento do tributo, sob pena de
ferir o princípio da legalidade, elevado à categoria de dogma constitucional pelo art. 150, I da Constituição Federal, segundo o qual é vedado à Fazenda Pública exigir
tributo sem lei que o estabeleça. Este foi o entendimento do magistrado de primeira instancia. Logo no julgamento do recurso, o Desembargados entendeu que não havia
ocorrido a prescrição.