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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

11/04/2023

Número: 1070831-50.2021.4.01.3300
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 5ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA
Última distribuição : 09/09/2021
Valor da causa: R$ 66.000,00
Assuntos: Incidência sobre Aposentadoria
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
RENATO RAIMUNDO VINHAS DE SOUZA (AUTOR) MONICA DA FONSECA ACCIOLY (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
72375 09/09/2021 10:32 SENTENÇA FAVORÁVEL Documentos Diversos
0956
Documento 25 - 0510826-62.2020.4.05.8500T https://creta.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...

PODER JUDICIÁRIO

INFORMACÕES SOBRE ESTE DOCUMENTO NUM. 25


Nr. do Processo 0510826-62.2020.4.05.8500T Autor EDILSON FERREIRA DOS SANTOS
Data da Inclusão 19/04/2021 12:40:34 Réu União Federal - (Fazenda Nacional)
Última alteração Sarah Araujo Marcena às 19/04/2021 10:58:43
Juiz(a) que validou LIDIANE VIEIRA BOMFIM PINHEIRO DE MENESES
Sentença Tipo: Tipo A - Fundamentação Individualizada
Decisão: Parcialmente Procedente
Decisão de Embargos? Não Sim

SENTENÇA

1. Relatório.

Dispensado o relatório.

2. Fundamentação.

2.1. Prescrição. IRPF. Repetição de indébito.

Acerca do tema, impende trazer a lume o disposto no artigo 3º da


Lei Complementar nº 118/2005:
Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de
25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito
tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no
momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida
Lei.

Na interpretação dos artigos 150, § 4º, 156, VII e 168, I do Código


Tributário Nacional - nos moldes em vigor até a data da edição da aludida lei
complementar, o prazo para a restituição/compensação de tributos, sujeitos a
lançamento por homologação, era computado da seguinte maneira: 05 (cinco)
anos contados da data da homologação do lançamento, que, se for tácita, dá-se
após 05 (cinco) da ocorrência do fato gerador, adicionando-se mais 05 (cinco)
anos referente ao prazo de prescrição. É a regra do “cinco mais cinco”.

Dessa forma, o dispositivo legal acima transcrito efetivamente inova


o ordenamento jurídico quanto ao tema da repetição do indébito/compensação
na seara tributária, eis que resta clara exsurge a redução do prazo prescricional
em comento, de forma de não aplica aos recolhimentos indevidos efetivados
antes da entrada em vigor do dispositivo legal acima transcrito (09.06.2005).

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Essa é a diretriz fixada pelo colendo STJ em Recurso Especial


julgado na forma do artigo 543-C do Código de Processo Civil – recurso
repetitivo:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. AUXÍLIO CONDUÇÃO.
IMPOSTO DE RENDA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO.
ARTIGO 4º, DA LC 118/2005. DETERMINAÇÃO DE APLICAÇÃO RETROATIVA.
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTROLE DIFUSO. CORTE
ESPECIAL. RESERVA DE PLENÁRIO. 1. O princípio da irretroatividade impõe a
aplicação da LC 118, de 9 de fevereiro de 2005, aos pagamentos indevidos realizados
após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma
legal, posto norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da
ação correspectiva. 2. O advento da LC 118/05 e suas consequências sobre a
prescrição, do ponto de vista prático, implica dever a mesma ser contada da seguinte
forma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que ocorreu
em 09.06.05), o prazo para a repetição do indébito é de cinco a contar da data do
pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao
regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos
a contar da vigência da lei nova. 3. (...) 5. Consectariamente, em se tratando de
pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05
(09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do
indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua
observando a cognominada tese dos cinco mais cinco, desde que, na data da vigência
da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso
temporal (regra que se coaduna com o disposto no artigo 2.028, do Código Civil de
2002, segundo o qual: "Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este
Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade
do tempo estabelecido na lei revogada."). 6. Desta sorte, ocorrido o pagamento
antecipado do tributo após a vigência da aludida norma jurídica, o dies a quo do
prazo prescricional para a repetição/compensação é a data do recolhimento
indevido. 7. In casu, insurge-se o recorrente contra a prescrição quinquenal
determinada pelo Tribunal a quo, pleiteando a reforma da decisão para que seja
determinada a prescrição decenal, sendo certo que não houve menção, nas instâncias
ordinárias, acerca da data em que se efetivaram os recolhimentos indevidos, mercê de
a propositura da ação ter ocorrido em 27.11.2002, razão pela qual forçoso concluir que
os recolhimentos indevidos ocorreram antes do advento da LC 118/2005, por isso que
a tese aplicável é a que considera os 5 anos de decadência da homologação para a
constituição do crédito tributário acrescidos de mais 5 anos referentes à prescrição da
ação. 8. Impende salientar que, conquanto as instâncias ordinárias não tenham
mencionado expressamente as datas em que ocorreram os pagamentos indevidos, é
certo que os mesmos foram efetuados sob a égide da LC 70/91, uma vez que a Lei
9.430/96, vigente a partir de 31/03/1997, revogou a isenção concedida pelo art. 6º, II,
da referida lei complementar às sociedades civis de prestação de serviços, tornando
legítimo o pagamento da COFINS. 9. Recurso especial provido, nos termos da
fundamentação expendida. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da
Resolução STJ 08/2008 STJ, RESP 1.002.932/SP – processo nº 200702600019 – Primeira
Seção – Relator Min. Luiz Fux - DJE Data: 18/12/2009).

Em consequência, a questão da restituição/compensação de


tributos, sujeitos a lançamento por homologação, indevidamente recolhidos ao
Fisco passa a ser regulada nos seguintes moldes: a) pagamentos indevidos
efetivados antes da edição da Lei Complementar nº 118/2005, em caso de
tributo sujeito a lançamento por homologação, submetem-se ao prazo de 10
(anos) em função da regra dos “cinco mais cinco”, ficando limitada ao prazo

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máximo de 05 (cinco) anos depois da edição do mencionado diploma legal; b)


pagamentos indevidos realizados após a vigência da Lei Complementar em tela
devem observar o prazo prescricional de 05 (cinco) anos, sendo a data do
recolhimento o respectivo dies a quo.

Esta ação de repetição de indébito tributário, promovida


posteriormente à edição da Lei Complementar nº 118/2005, atrai a incidência
do prazo prescricional de 05 (cinco) anos.

De outro lado, é de se ter mente, para fins de fixação do dies a quo da


contagem do prazo prescricional, que o IRPF é tributo sujeito a lançamento por
homologação em que atividade do sujeito passivo de constituição do crédito
tributário ocorre no mês de abril do ano subsequente ao ano-base cujos
rendimentos são levados à tributação, de modo que, a partir do(s)
recolhimento(s) indevido(s) verificado(s) depois do mês do respectivo
lançamento, inicia-se o cômputo do lapso prescricional.

Trago julgados:
APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. SENTENÇA
ANULADA. PROSSEGUIMENTO DO JULGAMENTO DO MÉRITO. ART. 1.013, § 4º,
DO CPC 2015. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA. OBRIGAÇÕES NÃO SALDADAS EM ÉPOCA PRÓPRIA.
PAGAMENTO ÚNICO AGLOMERADO. ART. 43 DO CTN. LEI DO TEMPO DO
FATO GERADOR. JUROS MORATÓRIOS. NÃO INCIDÊNCIA. CORREÇÃO
MONETÁRIA. HONORÁRIOS DE ADVOGADO. 2 1. O Pleno do STF (RE nº
566.621/RS), sob o signo do art. 543-B do CPC/1973, que concede ao precedente
extraordinária eficácia vinculativa que impõe sua adoção em casos análogos,
reconheceu a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/2005,
declarando a prescrição quinquenal às ações repetitórias ajuizadas a partir de 09/JUN
/2005. 2. No caso de recolhimento de imposto de renda retido na fonte, a quantia
retida não tem o efeito de pagamento, até porque toda ou parte dela poderá ser objeto
de restituição, dependendo da declaração de ajuste anual. Assim, a prescrição da ação
de repetição do indébito tributário flui a partir do pagamento realizado após a
declaração anual de ajuste do imposto de renda. Precedente do STJ (AgRg no REsp
1276535/RS). Prescrição afastada. 3. (...) 7. À restituição aplica-se apenas a taxa SELIC,
uma vez que os valores a serem restituídos são posteriores a janeiro de 1996. 8.
Honorários nos termos do voto. 9. Apelação a que se dá provimento para anular a
sentença e, prosseguindo no julgamento do mérito, nos termos art. 1.013, § 4º, do
CPC/2015, julgar procedente a demanda. (TRF da 1ª Região, Apelação Cível nº
00148039420124013300, 7ª Turma, rel. Juiz Federal Eduardo Morais da Rocha, e-DJF1
DATA:23/06/2017).

PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. IMPOSTO DE RENDA. PESSOA FÍSICA.


REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRAZO PRESCRICIONAL CONTADO DA
HOMOLOGAÇÃO. VERBAS DECORRENTES DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.
APURAÇÃO DO VALOR DEVIDO. INCIDÊNCIA PELO REGIME DE
COMPETÊNCIA. VERBA HONORÁRIA. DEDUÇÃO INTEGRAL. JUROS DE MORA
INCIDÊNCIA. PROCESSAMENTO DE RETIFICADORA. PAGAMENTO DO
INDÉBITO VIA PRECATÓRIO/RPV. ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA FIXADOS NOS
TERMOS DO ART. 21, CAPUT, DO CPC DE 1973. APELAÇÃO AUTORAL
PARCIALMENTE PROVIDA. - Conforme se infere dos autos, a parte autora aforou
esta ação declaratória com pedido de repetição de indébito em 19/12/2011 (protocolo
a fls. 02), por intermédio da qual pleiteia a restituição parcial do IRPF incidente sobre
valores recebidos no ano de 2006, relacionados ao pagamento de diferenças salariais

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em decorrência de atividade laboral, com desvio de função, desempenhada no


SERPO. - Muito embora decorridos 05 (cinco) anos entre o pagamento do tributo e o
ajuizamento da ação, a pretensão autoral não foi fulminada pela prescrição, pois o
tributo imposto de renda é sujeito ao lançamento por homologação, levado em conta
o seu fato gerador ser complexo e se consumar apenas com a entrega da declaração de
ajuste anual. - In casu, levada em conta a entrega da respectiva declaração de ajuste
anual em abril de 2007 e o aforamento do feito em 19/12/2011, de se concluir pela
não ocorrência do lustro prescricional de 05 (cinco) anos, restando por afastado o
decreto de prescrição. Precedentes do C. STJ. - Afastado o decreto de prescrição. (...) -
À vista da sucumbência recíproca, as despesas processuais e os honorários
advocatícios devem ser reciprocamente distribuídos e compensados entre as partes,
nos termos do artigo 21, caput, do Código de Processo Civil de 1973. Observado o
preconizado no art. 12 da Lei n° 1.060/1950. - Apelação autoral parcialmente provida.
(TRF da 3ª Região, Apelação Cível nº 1836531, processo nº 00236336820114036100, 4ª
Turma, rel. Des. Federal Mônica Nobre, e-DJF3, Judicial 1, DATA:17/05/2017).

Dessa forma, não ficam alcançadas pela prescrição os créditos


tributários referentes às DIRPFs expedidas nos cinco anos precedentes à
propositura desta demanda.

2.2. IRPF. Apuração da base de Cálculo. Verba dedutível.


Contribuição extraordinária a Entidade de Previdência Privada. Lei
Complementar nº 109/2001.

Acerca do imposto de renda, dispõe a Constituição Federal:


Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

(...)

III – renda e proventos de qualquer natureza;

Dispõe o artigo 43 do Código Tributário Nacional:


Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer
natureza tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou
jurídica:

I - da renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de


ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais


não compreendidos no inciso anterior.

Conclui-se que o tributo em questão incide sobre a aquisição de


disponibilidade econômica ou jurídica da renda e de proventos de qualquer
natureza, devendo a expressão “renda e proventos de qualquer natureza” ser
compreendida como grandezas econômicas que possam ser qualificadas como
acréscimo patrimonial, ou seja, como incorporação de riqueza nova ao
patrimônio existente.

Nessa senda, não há que se falar em exame do caráter


remuneratório ou indenizatório de tal verba, já que ela ingressou no acervo
patrimonial do requerente como rendimento tributável, no exato momento em

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que paga sua remuneração (caso dos funcionários em atividade) ou


aposentadoria/benefício complementar (caso dos aposentados).

A verba discutida neste feito diz respeito a um segundo momento


temporal, qual seja, àquela retida pelo fundo de previdência complementar
fechado para a cobertura de déficits, enquadrada pela Lei Complementar que
disciplina a matéria (LC nº 109/2001) como contribuição “extraordinária”, qual
seja, destinada “ao custeio de déficits, serviço passado e outras finalidades não
incluídas na contribuição normal”.

Assim, esta análise insere-se no âmbito do instituto jurídico atinente


às verbas dedutíveis da apuração do IRPF (redução da base de cálculo) e
respectivas hipóteses legais de autorização de dedução de contribuições
vertidas a entidades de previdência privada, partindo-se da disposição
constitucional que estabelece que somente lei específica pode dispor sobre
composição de base de cálculo de quaisquer das espécies tributárias integrantes
do sistema jurídico pátrio.

Eis o comando constitucional:


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito


presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.

Cumpre, então, delimitar se as quantias vertidas a entidades de


previdência privada para fins de saneamento de prejuízos por ela
experimentados, aqui traduzidos na espécie contribuição extraordinária, são, a
exemplo das contribuições ordinárias, dedutíveis da base de cálculo do IRPF
em sua totalidade ou devem obedecer a limitação de 12% (doze por cento),
prevista dos artigos 4º, V, 8º, II, “e”, ambos da Lei nº 9.250/1995 e artigo 11 da
Lei nº 9.532/1997.

Trago regramento dos artigos 4º, V, 8º, II, “e”, ambos da Lei nº
9.250/1995 e do artigo 11 da Lei nº 9.532/1997, litteris:
Art. 4º. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de
renda poderão ser deduzidas:

(...)

V - as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País,


cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social;

Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre


as somas:

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(...)

II - das deduções relativas:

(...)

e) às contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País,


cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social;

(...)

Art. 11. As deduções relativas às contribuições para entidades de previdência


privada, a que se refere a alínea e do inciso II do art. 8º da Lei no 9.250, de
26 de dezembro de 1995, e às contribuições para o Fundo de Aposentadoria
Programada Individual - Fapi, a que se refere a Lei nº 9.477, de 24 de julho de
1997, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam condicionadas ao recolhimento,
também, de contribuições para o regime geral de previdência social ou, quando for o
caso, para regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo
efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observada a
contribuição mínima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos
computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração
de rendimentos.

Já na esteira da equalização de déficts em planos ou entidades


fechadas de previdência privada, trago a dicção do artigo 21, §§ 1º a 3º, da Lei
Complementar nº 109/2001, verbis:
Art. 21. O resultado deficitário nos planos ou nas entidades fechadas será
equacionado por patrocinadores, participantes e assistidos, na proporção existente
entre as suas contribuições, sem prejuízo de ação regressiva contra dirigentes ou
terceiros que deram causa a dano ou prejuízo à entidade de previdência
complementar.

§ 1º O equacionamento referido no caput poderá ser feito, dentre outras formas, por
meio do aumento do valor das contribuições, instituição de contribuição adicional ou
redução do valor dos benefícios a conceder, observadas as normas estabelecidas pelo
órgão regulador e fiscalizador.

§ 2º A redução dos valores dos benefícios não se aplica aos assistidos, sendo cabível,
nesse caso, a instituição de contribuição adicional para cobertura do acréscimo
ocorrido em razão da revisão do plano.

§ 3º Na hipótese de retorno à entidade dos recursos equivalentes ao déficit previsto


no caput deste artigo, em consequência de apuração de responsabilidade mediante
ação judicial ou administrativa, os respectivos valores deverão ser aplicados
necessariamente na redução proporcional das contribuições devidas ao plano ou em
melhoria dos benefícios.

Conforme determinação do artigo 21, § 2º, da sobredita Lei


Complementar, como não se admite redução das quantias percebidas pelos
beneficiários, a entidade de previdência privada aplicou a técnica da instituição
de contribuição adicional/extraordinária (artigo 21, § 1º), para amortecer os
prejuízos suportados pela entidade.

Portanto à míngua de regramento legal a autorizar a dedução de

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todo o montante de contribuições extraordinárias vertidas à entidade de


previdência privada, com objetivo de equalizar os prejuízos por ela
contabilizados, é de ser reconhecida a dedutibilidade, da base de cálculo do
IRPF, dos pagamentos efetuados à guisa de contribuição extraordinária, com
observância da limitação de 12% (doze por cento) do total dos rendimentos
computados para fins de apuração do IRPF devido a cada ano-base.

Nesse sentido pronunciou-se a TNU no PU nº


5008468-36.2017.4.04.7108/RS:
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. PEDILEF. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE
RENDA. CONTRIBUIÇÃO DE ASSISTIDO PARA SANEAR AS FINANÇAS DA
ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E CONTINUAR A RECEBER
INTEGRALMENTE O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. JULGADO
TRAZIDO COMO PARADIGMA NÃO REFLETE A JURISPRUDÊNCIA
DOMINANTE NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, QUE, ALIÁS, AINDA NÃO
ESTÁ SEDIMENTADA QUANTO À MATÉRIA. NÃO CONHECIMENTO DO
INCIDENTE. SUPERADA A PRELIMINAR, NO MÉRITO PRETENDE O AUTOR
A REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA PELA
SUPERAÇÃO DO LIMITE DE DOZE POR CENTO PREVISTO EM LEI PARA AS
DEDUÇÕES. A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SÃO FIRMES NO SENTIDO DE QUE O
JUDICIÁRIO NÃO PODE ALTERAR OS LIMITES DE DEDUÇÃO PREVISTOS
EM LEI. ALÉM DISSO, MESMO QUE NÃO FOSSE O CASO DE SER DEDUTÍVEL, A
PARCELA EXTRA (ADICIONAL) PAGA À ENTIDADE PRIVADA DE
PREVIDÊNCIA CONSTITUI MERA RECOMPOSIÇÃO DO CAPITAL EM RAZÃO
DO DÉFICIT NAS RESERVAS DESTINADAS AOS PAGAMENTOS DOS
RESPECTIVOS PLANOS PREVIDENCIÁRIOS E, POR ISSO, É FATO INDIFERENTE
AO DIREITO TRIBUTÁRIO E NÃO SE INCLUIRIA ENTRE OS VALORES
DEDUTÍVEIS. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (TNU, Pedido de
Uniformização nº 05008468-36.2017.4.04.7108, rel. Juiz Federal Guilherme Bollorini
Pereira, publicado em 09/11/2018).

E também:
IMPOSTO DE RENDA. CONTRIBUIÇÃO EXTRAORDINÁRIA. ENTIDADE
DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. DEFICITS. DEDUÇÃO. LIMITE. LEI Nº 9.532, DE
1997, ARTIGO 11. É infundada a pretensão de deduzir contribuição extraordinária a
entidade de previdência privada, instituída para cobrir deficits do correspondente
plano de previdência complementar, além do limite de 12% do total dos
rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na
declaração de rendimentos, conforme previsto no artigo 11 da Lei nº 9.532, de 1997.
(TRF4, AC 5013287-06.2018.4.04.7100, SEGUNDA TURMA, Relator para Acórdão
RÔMULO PIZZOLATTI, juntado aos autos em 07/05/2019).

2.3. Do objeto da lide.

Requer o(a) demandante provimento jurisdicional no sentido de ser


declarada a inexistência de relação jurídico-tributária, no que tange à incidência
de IRPF sobre a verba que, em decorrência de prejuízos experimentados pela
entidade de previdência privada da qual percebe rendimentos, viu-se
obrigado(a) a verter à dita entidade (contribuição extraordinária). Pleiteia, por
consequência, seja declarado seu direito a deduzir tais quantias da apuração da
base de cálculo de seu IRPF a partir do ano-calendário apontado no exordial,
bem como a repetição do indébito decorrente.

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Citada a demandada, erige a objeção de prescrição e rechaça a


pretensão autoral.

Acolho a prejudicial de prescrição para decretar a prescrição da


pretensão repetitória atinente as quantias de IRPF concernentes às DIRPFs
expedidas nos 05 (cinco) anos precedentes à propositura desta demanda.

Conforme fundamentação contida no capítulo 2.2, não procede o


pleito de declaração de inexistência de relação jurídico-tributária que permita a
incidência de IRPF sobre os descontos/pagamentos feitos pelo contribuinte à
guisa de contribuição extraordinária, sendo, todavia, autorizada por lei a
dedução de tais quantias da base de cálculo do IR por ocasião da emissão da
DIRPF, com observância da limitação de 12% (doze por cento) do total dos
rendimentos computados para fins de apuração do IRPF devido a cada ano-
base.

Nesse sentido pronunciou-se a TNU no PU nº


5008468-36.2017.4.04.7108/RS:
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. PEDILEF. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE
RENDA. CONTRIBUIÇÃO DE ASSISTIDO PARA SANEAR AS FINANÇAS DA
ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E CONTINUAR A RECEBER
INTEGRALMENTE O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. JULGADO
TRAZIDO COMO PARADIGMA NÃO REFLETE A JURISPRUDÊNCIA
DOMINANTE NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, QUE, ALIÁS, AINDA NÃO
ESTÁ SEDIMENTADA QUANTO À MATÉRIA. NÃO CONHECIMENTO DO
INCIDENTE. SUPERADA A PRELIMINAR, NO MÉRITO PRETENDE O AUTOR
A REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA PELA
SUPERAÇÃO DO LIMITE DE DOZE POR CENTO PREVISTO EM LEI PARA AS
DEDUÇÕES. A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SÃO FIRMES NO SENTIDO DE QUE O
JUDICIÁRIO NÃO PODE ALTERAR OS LIMITES DE DEDUÇÃO PREVISTOS
EM LEI. ALÉM DISSO, MESMO QUE NÃO FOSSE O CASO DE SER DEDUTÍVEL, A
PARCELA EXTRA (ADICIONAL) PAGA À ENTIDADE PRIVADA DE
PREVIDÊNCIA CONSTITUI MERA RECOMPOSIÇÃO DO CAPITAL EM RAZÃO
DO DÉFICIT NAS RESERVAS DESTINADAS AOS PAGAMENTOS DOS
RESPECTIVOS PLANOS PREVIDENCIÁRIOS E, POR ISSO, É FATO INDIFERENTE
AO DIREITO TRIBUTÁRIO E NÃO SE INCLUIRIA ENTRE OS VALORES
DEDUTÍVEIS. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (TNU, Pedido de
Uniformização nº 05008468-36.2017.4.04.7108, rel. Juiz Federal Guilherme Bollorini
Pereira, publicado em 09/11/2018).

Portanto, há de ser a União condenada à repetição das quantias de


IRPF a serem calculadas com base na diferença obtida entre o IRPF apurado e o
novo computado, com a exclusão das contribuições extraordinárias à PETROS,
nos termos agora autorizados, com aplicação da SELIC.

4. Da liquidez da sentença e da realização dos cálculos após o


trânsito em julgado.

Considera-se líquida a sentença que fixa todos os parâmetros para a


determinação do quantum debeatur, a viabilizar o cálculo desse montante

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mediante mera operação aritmética. Noutras palavras, quando o valor da


condenação puder ser obtido mediante simples cálculo aritmético, a sentença é
considerada líquida.

Nesse sentido, o enunciado n. 32 do FONAJEF:


A decisão que contenha os parâmetros de liquidação atende ao disposto no art. 38,
parágrafo único, da Lei n. 9.099/95.

Também a TNU e a Turma Recursal de Sergipe, esta em decisão


recente e unânime, já acolheram esse entendimento:
PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. RENDA MENSAL INICIAL DE APOSENTADORIA
POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. SENTENÇA ILÍQUIDA.
POSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO § 5º DO ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91.
INAPLICABILIDADE DO § 7º DO ART. 36 DO DECRETO Nº 3.048/99. 1. O
absolutismo da impossibilidade de se proferir sentença ilíquida no âmbito dos
Juizados e, assim verificar se há ou não proveito econômico à parte ainda na fase de
conhecimento deve ser visto com reservas. Isso porque, muito embora seja possível ao
juiz, por sua própria determinação, dirigir verdadeiro procedimento liquidatório, este
pode tornar-se inviável em vista da quantidade expressiva de processos que versam
sobre uma determinada matéria, como a que se discute nestes autos. Assim, frente às
facilidades ou dificuldades da liquidação, o juiz deve optar por um caminho ou
outro, proferindo a sentença ilíquida, sempre que mais útil entendê-la, como
melhor forma de aplicação da justiça e prestando vênia ao princípio da economia
processual, sendo imposto ao sentenciante, tão-somente, a fixação dos parâmetros
que possibilitem a liquidação posterior do julgado, quando de sua execução. A
propósito, o Enunciado n.º 32 do FONAJEF: A decisão que contenha os parâmetros
de liquidação atende ao disposto no art. 38, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95. 2. O
art. 29, § 5º, da Lei n.º 8.213/91, dispõe que “se, no período básico de cálculo, o
segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada,
considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que
serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases
dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo”.
3. A norma contida no artigo 29, em seu § 5º, é de clara exegese, e não deixa margem à
interpretação divergente, bastando para o enquadramento da situação em seus
termos a análise sobre ter sido ou não recebido o benefício por incapacidade em
período integrante daquele denominado período básico de cálculo, este, por sua vez,
descrito no inciso II do referido artigo. 4. O art. 36, § 7º, do Decreto n.º 3.048/99, é
“dispositivo que se afasta da intenção do legislador quanto à forma de cálculo da
renda mensal da aposentadoria por invalidez, prestigiada no § 5º do art. 29 da Lei nº
8.213/91, constituindo afronta ao princípio da hierarquia das leis”. (PU
n.º 2007.51.51.002296-4. Relator: Juiz Federal Derivaldo de Figueiredo Bezerra
Filho. J: 21/11/2009). 5. Diante do confronto da lei e do decreto, que dispõem de
maneira diversa sobre o mesmo assunto, cabe ao intérprete afastar a aplicação deste
em benefício daquela. Nesse contexto, o cálculo da renda mensal inicial da
aposentadoria por invalidez, em sendo precedida de auxílio-doença, deve ter como
parâmetro a regra insculpida no artigo 29, § 5º da Lei n.º 8.213/1991, e não o que
prevê o artigo 36, § 7º, do Decreto n.º 3.048/1999. 6. Incidente conhecido e improvido.
(TNU, PEDILEF 200651680044516, JUIZ FEDERAL OTAVIO HENRIQUE MARTINS
PORT, DJ 17/12/2009).

CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RENDA MENSAL


INCICIAL. EMENDAS CONSTITUCIONAIS 20 E 41. SENTENÇA ILÍQUIDA. NÃO
OCORRÊNCIA. DECISÃO QUE FORNECE OS PARÂMETROS DE LIQUIDAÇÃO.
RECURSO IMPROVIDO. (Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção
Judiciária de Sergipe, Processo n. 0508495-49.2016.4.05.8500, Rel. Juiz Fed.
Gilton Batista Brito, unânime, j. 24.01.2018).

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Assim, os cálculos relativos ao valor da condenação podem ser


realizados após o trânsito em julgado do título judicial, medida que, inclusive,
vai ao encontro do princípio da economicidade, já que evita a desnecessária
atualização de cálculos após o transcurso de eventual recurso.

5. Dispositivo.

5.1. Ante o exposto,

5.1.1. ACOLHO a objeção de prescrição erigida pela acionada, para


decretar a prescrição da pretensão repetitória atinente as quantias de IRPF
concernentes às DIRPFs expedidas nos 05 (cinco) anos precedentes à
propositura desta demanda;

5.1.2. EXTINGO o feito, com resolução do mérito (artigo 487, I, do


CPC) e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a demanda, para,
REJEITANDO o pleito de declaração de inexistência de relação jurídico-
tributária que permita a incidência de IRPF sobre os descontos/pagamentos
atinente a contribuição extraordinária a entidade de previdência privada,
AUTORIZAR a parte autora a deduzir, da base de cálculo de IRPF, as
contribuições extraordinárias pagas à PETROS a cada ano-base, com
observância da limitação de 12% (doze por cento) do total dos rendimentos
computados para fins de apuração do IRPF, conforme art. 11, da Lei nº
9.532/1997;

5.1.3. CONDENAR a União à repetição do indébito das quantias de


IRPF a serem computadas na forma especificada na parte final do capítulo 2
desta sentença.

5.2. Sem gratuidade da justiça, pois a remuneração da parte autora


permite que ela suporte os custos do processo.

5.3. Sem custas e honorários no primeiro grau (art. 54 e 55 da Lei nº


9.099/1995).

5.4. Registre-se e Intimem-se, observadas as disposições da Lei nº


10.259/2001.

5.5. Havendo recurso, promova a Secretaria a intimação da parte


recorrida para apresentar contrarrazões, encaminhando-se, posteriormente, os
autos à Turma Recursal, tudo independentemente de novo despacho.

5.6. Transitada em julgado, INTIME-SE a parte autora para, no


prazo de 10 (dez) dias, TRAZER aos autos a planilha de cálculo relativa ao
montante da condenação (repetição), com incidência da SELIC na forma do
item 5.1.2. Com a apresentação da documentação, vista à UNIÃO para,

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querendo, impugnar os cálculos apresentados. Em seguida, remetam-se os


autos para cumprimento.

5.7. Não apresentados os cálculos no prazo determinado, arquivem-


se os autos com baixa na distribuição, ressalvando-se o direito do credor de, a
qualquer tempo, enquanto não prescrito o crédito, dar prosseguimento à
execução.

5.8. Intimem-se.

Lidiane Vieira Bomfim Pinheiro de Meneses


Juíza Federal da 5ª Vara – SJ/SE

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