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Autores:
Dundo, 2023
UNIVERSIDADE LUEJI A'NKONDE – ULAN
FACULDADE DE DIREITO – DUNDO
Autores:
Denísia Bernardete Txala António
Paulo Cacunhi Bembelegi
Dundo, 2023
DEDICATÓRIA
I
AGRADECIMENTO
Agradecemos primeiramente
a Deus Todo Poderoso, que permitiu que
tudo isso acontecesse ao longo das
nossas vidas, e não somente nestes anos
como formandos, mas em todos os
momentos. É o maior mestre que alguém
pode conhecer.
Ao nosso orientador, Dr.
Adelino Chipema Alexandre Sozinho,
que conduziu o trabalho com paciência e
dedicação, sempre disponível a
compartilhar todo o seu vasto
conhecimento;
Somos gratos aos nossos
pais, por nos incentivarem e acreditarem
em nós, sobretudo na superação de
obstáculos que a vida nos impôs.
Agradecemos à classe
docente, por nos proporcionar o
conhecimento não apenas racional, mas a
manifestação do carácter e a efectividade
da educação no processo de formação
profissional, por tanto que se dedicaram a
nós, não somente por nos terem
ensinado, mas por nos terem feito
aprender.
Aos nossos familiares, amigos e
colegas, muito obrigado.
II
RESUMO
III
ABSTRACT
IV
ABREVIATURA
al. - alínea
ampl - ampliada
art.º artigo
arts.- artigos
actual - actualizada
CA - Constituição de Angola
Cfr - Confrontar
ed. - edição.
Ibidem – anterior
no. - Número
pág. - página
segts - Seguintes
ver. - vide
vol. - volume
V
INDÍCE
DEDICATÓRIA ............................................................................................................................ I
AGRADECIMENTO ................................................................................................................... II
RESUMO .................................................................................................................................... III
ABSTRACT ................................................................................................................................ IV
ABREVIATURA........................................................................................................................... V
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1
Objecto De Estudo ................................................................................................................ 2
Objectivo Geral ................................................................................................................... 2
Objectivos específicos ....................................................................................................... 2
Perguntas científicas: ......................................................................................................... 3
Tarefas científicas .............................................................................................................. 3
Metodologia ......................................................................................................................... 3
CAPITULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - DIREITO TRIBUTÁRIO .......................... 4
1.1. Noção de Direito Tributário ................................................................................... 4
1.2. Imposto..................................................................................................................... 5
1.2.1. Classificação dos impostos ............................................................................... 7
1.2.2. Impostos sobre os rendimentos ....................................................................... 7
1.2.3. Impostos sobre o património............................................................................. 7
1.2.4. Imposto sobre o consumo ................................................................................. 8
1.2.5. Critério de classificação dos impostos ............................................................ 8
1.2.5.1. Segundo regime legal e económico ................................................................. 8
1.2.5.2. Segundo a frequência de pagamento, ........................................................... 8
1.2.5.3. Segundo a situação do contribuinte................................................................ 9
1.2.5.5. Segundo a entidade a que se destina o imposto ........................................ 10
1.3. Taxa ........................................................................................................................ 10
1.3.1. Pressupostos.................................................................................................... 11
1.3.2. Prestação de um serviço público ................................................................... 11
1.3.3. Utilização do domínio público ......................................................................... 11
1.3.4. Remoção de um limite jurídico ...................................................................... 12
1.4. Contribuições especiais ....................................................................................... 12
1.5. Relação Jurídica Tributária ................................................................................ 13
1.5.1. Características Essenciais ............................................................................. 14
1.6. Elementos Estruturantes ..................................................................................... 15
1.7. Sujeitos................................................................................................................... 16
1.8. Objecto ................................................................................................................... 17
1.9. Facto ...................................................................................................................... 18
1.10. Garantia ............................................................................................................. 18
CAPITULO Il: NATUREZA JURÍDICA DO CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO ANGOLANO
..................................................................................................................................................... 20
2.1. Contencioso Tributário ......................................................................................... 20
2.1.1. Fontes do Contencioso Tributário Angolano ................................................ 20
2.2. Natureza Jurídica do Contencioso Tributário Angolano ................................. 21
2.3.1. Transgressões Tributárias .............................................................................. 25
2.4. Noção de Procedimento Tributário ................................................................... 25
2.4.1. Os Sujeitos do Procedimento Tributário ....................................................... 26
2.4.2. A Administração Geral Tributária ................................................................... 26
2.4.4. Os Sujeitos Passivos ....................................................................................... 27
2.4.5. As Fases do Procedimento ............................................................................. 28
2.4.6. Início do Procedimento Tributário .................................................................. 28
2.4.6. Instrução do Procedimento Tributário ........................................................... 28
2.4.6. Decisão ou Conclusão do Procedimento Tributário .................................... 28
2.5. Noção de Processo Tributário ............................................................................ 29
2.5.1. Finalidades do Processo Tributário ............................................................... 30
2.5.2. Tipos de Processos Tributários ...................................................................... 30
2.6. Processo de Transgressão Tributária ............................................................... 31
2.6.1. Tipos de Transgressões Tributárias .............................................................. 31
2.6.2. Sujeitos do Processo de Transgressão Tributária ...................................... 32
2.6.3. Arguido ............................................................................................................... 32
2.6.4. As Fases do Processo Tributário ................................................................... 32
2.6.4.1. Iniciativa............................................................................................................. 33
2.6.4.2. Instrução ............................................................................................................ 34
2.6.4.3. Acusação e Defesa.......................................................................................... 34
2.6.4.4. Acusação no Processo Tributário ....................................................................... 35
2.6.4.5. Defesa no Processo Tributário............................................................................ 35
2.6.4.6. Decisão no Processo Tributário..................................................................... 35
2.6.4.8. Execução da Decisão no Processo Tributário ............................................ 36
2.7. Garantias do Contribuinte no Processo de Transgressão ................................ 37
2.7. Impugnação do Contencioso Tributário ............................................................ 38
2.8. Causa e Consequência da Adopção da Dupla Natureza Jurídica do
Contencioso Tributário Angolano ................................................................................... 39
CAPÍTULO III: ANÁLISE PERCENTUAL E CÁLCULOS MATEMÁTICOS,
PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS .............................. 43
3.1. Processo de Recolha e Análise dos Resultados ............................................ 43
3.2. População e Amostra:.......................................................................................... 43
3.3. Análise e Interpretação dos Resultados ........................................................... 44
3.3.1 Caracterização dos participantes............................................................................. 44
3.3.2. Análise de Percepção de Resultados Quantitativos ................................... 45
3.3.3.1. Nível de Análise, Resultados das Questões do Inquérito ......................... 45
CONCLUSÕES ......................................................................................................................... 48
SUGESTÕES ............................................................................................................................ 50
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 51
SITES CONSULTADOS .......................................................................................................... 53
LEGISLAÇÕE ........................................................................................................................... 53
ANEXO 1 ................................................................................................................................... 54
INTRODUÇÃO
1
FERNANDES, Dinas – Contencioso Tributário do Processo nos Tribunais Tributário, Editora Coimbra, 2015, p. 135.
1
Administração Geral Tributária é parte activa da relação tributário, ao
passo que o contribuinte é parte passiva desta mesma relação (art.28.º CGT). Não é
correcto, em termos práticos, que o sujeito com capacidade activa da relação
jurídica tributária tenha a iniciativa procedimental tributária e é o mesmo sujeito
activo que vai aplicar as devidas sanções ao sujeito passivo.
Problema Científico
Objecto De Estudo
O objecto de estudo para esta investigação é o Direito Fiscal
concretamente o Código Geral Tributário.
Campo de Acção
Objectivo Geral
Propor um sistema de Contencioso Tributário Angolano capaz de
garantir a equidade entre Administração Geral Tributária e contribuinte.
Objectivos específicos
Perguntas científicas:
1. Qual é fundamento da existência da natureza jurídica administrativa fiscal ou
aduaneira e judicial?
2. Qual é o fundamento da existência do contencioso tributário angolano?
3. Como garantir a equidade no contencioso tributário?
4. Quais são as garantias dos contribuintes no contencioso tributário?
5. São eficazes as garantias dos contribuintes?
Tarefas científicas
1. Determinação dos fundamentos da não existência da equidade no
contencioso tributário;
2. Estudar e analisar as causas que estão na base da adopção da natureza
jurídica administrativa fiscal ou aduaneira e judicial do contencioso tributário;
3. Adopção de mecanismos para estabelecimento de equidade no contencioso
tributário;
4. Descrição das consequências da actual natureza jurídica do contencioso
tributário angolano.
Metodologia
3
CAPITULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - DIREITO TRIBUTÁRIO
1.1. Noção de Direito Tributário
2Art.º
2.º, n.º 1, alínea z) do CGT.
3
SALDANHA, Sanches e JOÃO, Taborda da Gama, Manual de Direito Fiscal Angolano, 1ª edição, Editora Wolters Kluwer
Portugal, 2010, p. 4.
4
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, editora EDUM, 2019, p. 5.
5
Ibidem
4
contraprestação no acto do pagamento do imposto. Simplesmente devem
tributar o imposto correspondente;
“As taxas são tributos que constituem contraprestações
pecuniárias, exigidas por entidades públicas”, art.º 3.º, n.º7 CGT 6 . O
pagamento de uma determinada taxa, em princípio, pressupõe sempre uma
contraprestação que o sujeito vai obter ao pagar a taxa;
As contribuições especiais assumem natureza múltipla e
podem desdobrar-se em contribuições de melhoria (as quais assentam à
obtenção pelo sujeito passivo de benefícios ou aumentos de valor dos seus
bens em resultado de obras públicas ou da criação e ampliação de serviços
públicos), contribuições de maior desgaste (que assentam no especial
desgaste de bens públicos ocasionado pelo exercício de uma actividade), art.º
3.º, n.º6 al a) e b) CGT7.
1.2. Imposto
6
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 6.
7
. Ibidem.
8
SALDANHA, Sanches e JOÃO, Taborda da Gama, Manual de Direito Fiscal Angolano, 1ª edição, Editora Wolter, 2010, p. 16.
9
NABAIS, José Casalta, Resumo de Direito Fiscal, 4ª edição, p. 3.
10
Ibidem.
11
V. Art. º 55. º do CGT.
5
Para Marcos Cesar Pavani Parolin, “A prestação pecuniária pressupõe
que obrigação de pagamento de tributo é de dar dinheiro, cumprida em moeda – dar
pecúnia. Entende-se por moeda o pagamento em dinheiro ou através de qualquer
outra forma que implique a transferência do numerário aos cofres públicos, como
cheque, ordem de pagamento à vista ou mesmo por meios electrónicos”12.
12
PAROLIN, Marcos Cesar Pavani, Teoria e Prática de Direito Tributário, 1ª edição, Editora Visão Jurídica e Habermam, p. 40
13
Ibidem.
14
Idem.
6
se refere a subjectivos, o imposto é cobrado de forma coerciva aos contribuintes
individuais e colectivos que tenham capacidade tributária a favor do Estado. O
Estado, por sua vez, exige aos contribuintes o pagamento do imposto
correspondente.
15
NABAIS, José Casalta, Resumo de Direito Fiscal, 4ª edição, p. 3.
16
Ibidem, p. 63.
17
. NABAIS, José Casalta, Direito Fiscal, 5ª edição, Editora Almedina, 2009, p. 63.
18
Ibidem, p. 64.
7
1.2.4. Imposto sobre o consumo
19
NABAIS, José Casalta, Direito Fiscal, 5ª edição, Editora Almedina, 2009, p. 63
20
Ibidem
21
Idem, p. 52.
8
tributação22.
Impostos pessoais são aqueles que para sua tributação tem que ter
em conta a situação económica e social do contribuinte, isto é, são estabelecidos em
função das condições sociais do contribuinte24. As deduções dos impostos são feitas
tendo em consideração o agregado familiar e as despesas sociais como por
exemplo: educação, saúde, contribuições sociais, etc.
22
NABAIS, José Casalta, Direito Fiscal, 5ª edição, Editora Almedina, 2009, p. 64.
23
Ibidem, p. 56
24
Idem, p.54.
25
Idem, p. 56.
9
Impostos regressivos são aqueles em que a taxa aplicável diminui à
medida que aumenta o valor da matéria colectável, isto acontece por causa das
politicas de incentivos de importação de um determinado bem, quanto maior for a
quantidade reduz-se a taxa aduaneira.
1.3. Taxa
26
NABAIS, José Casalta, Direito Fiscal, 5ª edição, Editora Almedina, 2009, p. 56.
27
XAVIER, Alberto, Manual de Direito Fiscal, 1ª edição, Editora Lisboa, 1981, p. 42.
28
Art. º 3. º, n. º 7 do CGT.
10
Na definição de taxa podemos distinguir um aspecto estrutural (a
bilateralidade ou sinalagmaticidade) e, em consequência, os pressupostos para sua
cobrança.
1.3.1. Pressupostos
29
NABAIS, José Casalta, O Dever Fundamental de Pagar Impostos, Contributo para a Compressão Constitucional do Estado
Fiscal Contemporâneo, Editora Coimbra, 1998, p. 260.
11
implicar para o ente público directamente (através de um maior desgaste do bem
provocado por essa utilização privada)30.
30
SALDANHA, Sanches e JOÃO, Taborda da Gama, Manual de Direito Fiscal Angolano, 1ª edição, Editora Wolters Kluwer
Portugal, 2010, p. 34.
31
Ibidem, p. 36.
32
FRANCO, Sousa, Finanças Públicas e Direito Financeiro, 2ª edição, Editora Coimbra, 1992, p. 73.
33
Art. º 3. º, n. º 6, al a) do CGT.
34
Art. º 3. º, n. º 6, al b) do CGT.
12
A primeira modalidade de contribuições especiais tem que ver com as
Taxas de Circulação e Fiscalização. Esta contribuição é devida pelos proprietários
dos veículos automóveis e motociclos. Existem diversos tipos de selos cujo valor é
fixado anualmente pelo Ministério das Finanças. Este valor tem em conta o tipo de
veículos e, consequentemente, o desgaste que provocam nas vias, razão pela qual
existem selos de circulação de veículos ligeiros, veículos pesados e motociclos.
35
Artigo 4.º da LBPS
36
Artigo 10.º da LBPS
37
Artigo 27.º da LBPS
13
termos sucinto é a origem da tributação, ou seja, a incidência de um determinado
tributo.
Características:
38
Art.º 24.º do CGT.
39
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 6.
40
Ibidem.
41
Idem.
14
Execução Fiscal (todos esses códigos enumerados aqui integram no ramo do
Direito Público)
A indisponibilidade dos direitos que integram essa mesma
relação são intransmissíveis inter-vivos (isto é, a Administração Geral
Tributária e os contribuintes não podem fazer acordos com a finalidade de os
transferir ou alienar a terceiros)42. Existindo uma relação jurídica tributária em
que configura o contribuinte como devedor e AGT como credor. Podem estes
transferir essa relação para os terceiros através da assunção, sub-rogação ou
alienar a mesma.
A irrenunciabilidade desses direitos implica que o sujeito
activo não pode abdicar do cumprimento das várias prestações ou recusá-las,
proibindo-se especificamente às reduções do montante da dívida e aos
perdões fiscais por via administrativa, bem como as dilações de prazos ou
moratórias43. Administração Geral Tributária não pode recusar ou abdicar dos
direitos que lhe confere, mormente à prestação do imposto e entre outros ou
reduzir a dívida sem causa justificativa e conceder perdões fiscais.
Privilégio de execução prévia dos actos administrativos
que, em princípio, gozam de uma presunção de legalidade e podem, do
mesmo modo, produzir de imediato os seus efeitos. Administração Geral
Tributária pode, dentro dos limites da lei, executar o cumprimento de um
determinado crédito tributário sem antes ter uma prévia autorização do
Tribunal para o efeito porque goza de privilégio de execução prévia.
42
Art.º 44.º CGT.
43
Art.º 61.º CGT.
44
SILVA, Carlos Alberto B. Burity, Teoria Geral do Direito Civil, 2ª edição, Editora FDUAN, 2014, p. 216.
15
1.7. Sujeitos
45
Art. º 28. º, n. º2 CGT.
46
Art. º 28. º, n. º4 CGT.
47
Art. º 45. º CGT.
16
Os sucessores tributários, nos casos de morte do sujeito passivo
directo, sendo chamado o sucessor mortis causa para pagamento das dívidas do
sujeito passivo (a partir das forças da herança)48.
1.8. Objecto
Objecto é o «quid» sobre o qual incidem os poderes do seu titular
activo, de modo que a satisfação do interesse corresponde ao aspecto funcional do
direito, exige a subordinação de um bem ao poder do titular do direito. Esse bem que
constitui o ponto de incidência do direito.
São objecto da relação tributária:
Crédito e a dívida tributária, crédito tributário são direito subjectivo público de o
credor tributário exigir do devedor o cumprimento das obrigações tributárias,
contanto que dívida tributária compreende o conjunto de prestações tributárias,
incluindo acréscimos legais a que o sujeito ou outro responsável tributário se
encontre adstrito a efectuar a favor do Estado no âmbito de uma relação jurídica
tributária;
Juros compensatórios, os juros contados dia-a-dia que visam compensar o
Estado pelos atrasos na liquidação de imposto por facto imputáveis ao
contribuinte50;
Juros indemnizatórios, os juros contados dia-a-dia que visam compensar o
contribuinte por erro de liquidação imputável à Administração Tributária do
qual resulte pagamento de dívida tributária em momento superior ao
legalmente devido51;
Juros de mora, os juros devidos pelo atraso no pagamento do imposto ou
outros encargos tributários52;
O objecto de qualquer relação jurídica pode ser perspectivado em dois
sentidos diferentes, como se pode ver:
48
Artigos 42. º e 43. º CGT.
49
Artigos º 47. º e ss CGT.
50
Artigo 51. º CGT
51 Artigo 53. º CGT
52 Artigo 52. º CGT
17
O objecto imediato que é constituído pelo conjunto de direitos e
vinculações que integram a relação jurídica. Não obstante, entende-se por objecto
imediato o comportamento do próprio credor, isto é, a prestação, o acto de entrega
da coisa.
1.9. Facto
1.10. Garantia
53
SILVA, Carlos Alberto B. Burity, Teoria Geral do Direito Civil, 2ª edição, Editora FDUAN, 2014, p. 238.
54
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 14.
55
SILVA, Carlos Alberto B. Burity, Teoria Geral do Direito Civil, 2ª edição, Editora FDUAN, 2014, p. 242.
18
de assegurar que em caso de incumprimento o sujeito activo não veja defraudadas
as suas expectativas relativas à percepção da quantia tributária56.
56
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 16.
57
Arts.º 64.º, n.º1, al c) CGT
19
CAPITULO Il: NATUREZA JURÍDICA DO CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO ANGOLANO
2.1. Contencioso Tributário
58
CAETANO, Marcelo, Dicionário de Conceitos e Princípios jurídicos –Direito Constitucional, 2ª edição,1979, p. 392.
59
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 17.
60
Ibidem.
61
Art. º 102. º, n. º1 CRA.
20
As normas de Direito internacional;
As normas regulamentares provenientes em matéria
tributária pelas entidades não legislativas no uso de poderes de Direito
Público e sempre subordinadas à lei prévia.
63
PRATA, Ana, Dicionario Jurídico, Editora Almedina, 5 edição, 2006, p.1131.
64
RAMOS, Vasco António Grandão, Direito Processual Penal, Noções Fundamentais, Editora Escola Editoras, 2012, p. 157.
65
PRATA, Ana, Dicionario Jurídico, Editora Almedina, 5 edição, 2006, página 1074.
66
Ibidem.
22
A relação estabelecida entre Administração Geral Tributária e o
contribuinte é de total desequilíbro, uma vez que se trata de uma relação legal de
caráter vertical, na qual o contribuinte se encontra num plano de subordinação e a
Administração Geral Tributária num plano superior por estar munida de ius imperi, ou
seja, detém o poder de autoridade pública que acarreta o privilégio de execução,
podendo, assim, autoexecutar as suas decisões sem a intervenção directa e
imediata dos órgãos judicias.
67
PRATA, Ana, Dicionario Jurídico, Editora Almedina, 5 edição, 2006, página 1074.
68
MARTÍNEZ, Soares, Direito Fiscal, Editora Almedina e Coimbra, 2000, p. 404.
23
Jurisdicionalização das penas fiscais, de harmonia com princípio <nulla
poena sine indício> também as penas fiscais deverão ser aplicadas, exclusivamente,
por via judicial. Com efeito, aquele princípio implica independência, garantia de
imparcialidade na aplicação das penas; assim como certa forma de processo, que
permita uma correcta e precisa acusação, a qual o arguido disponha de meios
adequados de defesa. Tal exigência encontra actualmente projecção no texto do
art.11.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que presume inocente toda
a pessoa acusada de um acto delituoso, até que a sua culpabilidade fique
legalmente provada no decurso de um processo público, em que todas as garantias
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. Nesta base, dificilmente se poderá
admitir que as penas fiscais sejam aplicadas por Chefe da Repartição Fiscal; pois a
este, pela natureza das suas funções, não pode exigir-se independência e
imparcialidade. Não são independentes porque funcionários hierarquizados,
subordinados aos seus superiores, às respectivas ordens e instrução. Também não
são imparciais, porque lhes cabe acautelar os interesses fiscais do Estado, na luta
que este tem de travar quotidianamente com os contribuintes remissos e
fraudulentos.
69
Art. 43.º, n.º 1, al (f LOSOFTJC
24
a) Acto Típico
b) Ilícito
c) Culposa e Negligente
70
DONGE, Wilson Angostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 258.
71
Ibidem, p. 257.
72
Idem.
73
Idem.
25
e organizados sequencialmente, direccionados à produção de um determinado
resultado, do qual são instrumentais”.74
74ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 19.
75Ibidem.
26
administrativas relativas a impostos e a outras prestações tributárias por elas
administradas76.
78
DONGE, Wilson Angostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 48.
79
Ibidem, p. 58
28
2.5. Noção de Processo Tributário
80
DONGE, Wilson Agostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 169.
81
PENHA, Rui, Sumário das aulas ministradas ao IV Curso de Formação para Magistrados e
Defensores Públicos, 2012, p. 1.
82
FREITAS, Lebre, Introdução ao Processo Civil, 1ª edição, Editora Coimbra, 1996, p. 36.
83
Artigos 203.º e 205.º CGT.
29
Por isso mesmo é necessário que os processos de transgressões
tributários sejam decididos por órgão autônomo sem interesse na relação jurídico-
tributária, cabendo simplesmente a Administração Geral Tributária instruir o
processo e submeter o mesmo ao órgão independente para poder decidir de acordo
com as provas que as partes vão apresentar.
84
ROCHA, Joaquim Freita, Contencioso Tributário Angolano, 1ª edição, Editora EDUM, 2019, p. 68.
85
Capítulo V, secção I e II, CGT.
86
Art.º 58.º do CPT
87
Art.º 89.º do CPT.
30
A acção condenatória à realização de prestações
materiais88;
Processo de intimação da administração tributária à
prestação de informações89;
Acção para autorização de acesso ao domicílio do
contribuinte e a elementos abrangidos por dever de segredo90;
Acção cautelar.
88
Art.º 90.º do CPT.
89
Art.º 94.º do CPT.
90
Art. º 106. º CGT.
91
Art. º 206. º CGT.
92
Art. º 197.º CGT
93
Art. º 198. º CGT
94
Art. º 200. º CGT
95
Art. º 201.º CGT
31
5. Incumprimento de outros deveres acessórios96.
2.6.3. Arguido
a) As pessoas colectivas;
b) As pessoas singulares;
c) As sociedades irregulares;
96
Art. º 202.º CGT
97
Art. º 211.º CGT
32
Iniciativa;
Instrução;
Acusação e Defesa;
2.6.4.1. Iniciativa
98
Art. º 203. º CGT.
99
Art. º 206. º CGT.
100
DONGE, Wilson Agostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 25.
33
2.6.4.2. Instrução
101
Art. º 208. º n. º 1 e 2 CGT.
102
DONGE, Wilson Agostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 28.
34
2.6.4.4. Acusação no Processo Tributário
103
Art. º 210. º CGT.
104
Art. º 211. º CGT.
105
Art. º 212. º CGT.
35
impõe uma actuação adequada, ponderada e proporcional dos interesses em
causa106.
106
DONGE, Wilson Agostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 39.
107
Art. º 2115. º CGT.
108
Art. º 216. º CGT.
36
Administração Geral Tributária. A execução da decisão é feita nos termos do Código
da Execução Tributária109.
109
Art. º 216. º CGT.
110
AMARAL, Diogo Freitas, Curso de Direito Administrativo, Volume II, Editoras Coimbra e Almedina, 2012, p .747
111
CAUPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo, Editora Âncora, 9.ª edição, p. 263.
112
DOS ANTOS, Pedro Kinanga, As Garantias dos Contribuintes no Ordenamento Jurídico Angolano, (dissertação de
mestrado) disponível no repositorium.sdum.uminho.pt, 2014, p. 67.
113NABAIS, José Casalta, Direito Fiscal, editora Coimbra, 7ª edição, 2015, p. 379.
37
Nesta fase, o foco está atribuído à organização e às ferramentas que a
jurisdição tributária dispõe ao alcance do contribuinte para os seus direitos.
114DOS ANTOS, Pedro Kinanga, As Garantias dos Contribuintes no Ordenamento Jurídico Angolano, (dissertação de mestrado)
disponível no repositorium.sdum.uminho.pt, 2014, p. 93.
115Cfr. art. 18.º, CPT.
116Cfr. Art.21.º n.º 3, al. b), da lei 13/11 de 18 de Março, Lei Orgânica do Tribunal Supremo, art.18.º n.º 4 al. a) do CPT.
117
Art. 103.º, CPT.
38
processo de transgressão fiscal é do contribuinte, dentro do prazo de 15 dias, este
deve apresentar a certidão do despacho que aplicou a sanção e as provas
documentais que entender convenientes 118 . Ao contribuinte é permitido arrolar
testemunhas no máximo três depois disso, o tribunal vai notificar AGT para deduzir
provas contrárias e pode juntar novas provas. Finda a apresentação das provas o
tribunal pode lavrar a sentença. No caso, se o tribunal entender que há necessidade
de se produzir novas provas, deve fazê-lo realizando outra audiência de
julgamento119.
118
Art. 103.º, CPT
119
Art. 103.º, e 107º,CPT
120
Art. 104.º, CPT
121
MARTÍNEZ, Soares, Direito Fiscal, Editoras Almedina e Coimbra, 2000, p. 376.
39
A seguraça jurídica constitui é valore que o Direito quer garantir.
122
ANDRADE, Manuel, Teoria Geral da Relação Jurídica, Editora Coimbra, 1ª edição, 1994, p.147.
123
Dre.pt/dre/lexionario/termo/segurança-juridica. Consultado 14/07/2022, as 00:20.
124
DONGE, Wilson Agostinho, Apontamento do Procedimento e Processo Tributário Angolano, 1ª edição, Editora Almedina,
2022, p. 40.
125
TAVARES, António, Diconário Português, 5ª edição, Editora Plural Editoras, 2012, p. 40.
126
ISABEL, Rocha, CARLOS, José Batalhão e LUÍS, Aragão, Introdução ao Direito, Editora Porto Editora, 1ª edição, 2012, p.
46.
127
PRATA, Ana, Dicionario Jurídico, Editora Almedina, 5ª edição, 2006, p.1139.
40
A equidade tem, consequentemente, conteúdo indeterminado, variável,
de acordo com as concepções de justiça dominantes em cada sociedade e em cada
momento histórico. Independentemente da questão de saber se é fonte de fonte de
direito, ela pode constituir um critério de correção na aplicação do direito
constituído128.
128
PRATA, Ana, Dicionario Jurídico, Editora Almedina, 5ª edição, 2006, p.1139.
129
MARTINS, Jesuíno Alcantara, Contencioso Tributário, 2016, p. 11.
41
fiscais do Estado, na luta que este tem de travar quotidianamente com os
contribuintes remissos e fraudulentos130.
130
MARTÍNEZ, Soares, Direito Fiscal, Editoras Almedina e Coimbra, 2000, p. 375.
42
CAPÍTULO III: ANÁLISE PERCENTUAL E CÁLCULOS MATEMÁTICOS,
PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS
Este capítulo faz jus à análise e interpretação dos dados baseados nas
informações colectadas. Em conformidade com os objectivos que nos propusemos a
alcançar, estamos em crer de que foi possível obter resultados de que desejávamos,
pesembora não tenha sido na íntegra. Por outro, dizer também que os métodos
aplicados durante a nossa pesquisa surtiram efeitos positivos. Isso permitiu-nos
construir abordagens sustentáveis a respeito da temática e obtermos uma
percepção ampla no que se refere à problemática. Porquanto, o procedimento ao
tratamento dos dados através do estudo que demonstra o processo de comparação
numa análise quantitativa, das questões e dos resultados é o que se segue.
43
Gráfico 1- Distribuição dos questionário
100% 100%
Entrega
Retorno
5%
20% 25%
Outras
Graduação
Técnico Médio
50%
Pós-graduação
44
Gráfico 3 - Distribuição dos
inquiridos quanto ao género
40% Homens
60% Mulher
30%
Sim
Não
70%
14%
Sim
Não
86%
Gráfico 6 - Questão n° 3
10%
Sim
Não
90%
46
Gráfico 7 - Questão n° 4
20%
Justas
Injustas
50%
algumas justa,
30% outras injusta
Gráfico 8 - Questão n° 5
10%
Sim
Não
90%
47
CONCLUSÕES
49
SUGESTÕES
50
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Vademecumbrasil.com.br/palavra/certeza-jurídica. Consultado
14/07/2022, as 01:20.
LEGISLAÇÕE
53
ANEXO 1
Preencha com X os quadros que corresponderem com a sua visão em relação as perguntas
formuladas.
Dados gerais
54
Injustas
Algumas justas, outras injustas
5 Considera que para estabelecimento de um sistema de contencioso tributário capaz
de garantir a equidade entre Administração Geral Tributária e o contribuinte, na
ordem jurídica angolana, as decisões devem ser proferidas por um órgão autônomo?
Sim
Não
55