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ESTUDO DO DIREITO
Docente: Tarcila Lilia Piazza
Especialista em Direito Público
DIVISÕES DO DIREITO POSITIVO
Direito Público e Direito Privado
DIREITO É UNO E INDIVISÍVEL, contudo sua divisão em direito público e
privado é aceita por ser útil e necessária, não só sob o prisma da ciência do
direito, mas também do ponto de vista didático.
NÃO É ABSOLUTA ESTA SEPARAÇÃO = OS RAMOS SE INTERCOMUNICAM.
Esta divisão dicotômica vem desde o Direito Romano.
Atualmente, com os novos direitos sociais, que ultrapassam a mera
individualidade, mas que não se tornam direito público, como o direito
ambiental e o direito do consumidor, criou-se uma divisão tricotômica em
direito público, direito privado e direito difuso.
ATUALMENTE:
- DIREITO PÚBLICO;
- DIREITO PRIVADO;
- DIREITO DIFUSO.
DIVISÕES DO DIREITO POSITIVO
Direito Público e Direito Privado
- AÇÃO GOVERNAMENTAL,
ESTATAL,
MISTA, EMPRESAS PÚBLICAS, ETC) ÓRGÃOS PÚBLICOS, SERVIÇOS PÚBLICOS, PODER DE POLÍCIA, ATO
4) DIREITO TRIBUTÁRIO
É o ramo que está ligado com a INSTITUIÇÃO, ARRECADAÇÃO E
FISCALIZAÇÃO DE TRIBUTOS (IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIÇÕES E
MPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS).
O Direito Tributário ganhou suma importância, especialmente na
segunda metade do século XX, por força da intervenção cada vez maior do
Estado no domínio econômico, com sua necessidade de arrecadação sempre
crescente.
“Ramo do Direito que ocupa das relações entre o FISCO e as PESSOAS
SUJEITAS A IMPOSIÇÕES TRIBUTÁRIAS DE QUALQUER ESPÉCIE, limitando o
poder de tributar e protegendo o cidadão contras os abusos desse poder). ”
(Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário) (Magna Carta de 1215;
art. 150 da CF).
Ramos do Direito Público Interno
4) O Direito Processual (adjetivo) REGULA O PROCESSO JUDICIAL
(PROCEDIMENTO) E A ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA; DISCIPLINA AS ATIVIDADES
DOS JUÍZES, DOS TRIBUNAIS OU ORGÃOS ENCARREGADOS DA JUSTIÇA.
O Direito Processual está dividido por áreas relativas ao direito material, com
três subdivisões básicas:
a) Direito Processual Civil, que regula as situações relativas à órbita civil,
comercial, fiscal, administrativa, do consumidor etc.; seu principal instrumento
é o Código de Processo Civil (CPC).
b) O Direito Processual Penal, que regula as situações relativas à órbita
penal; seus principais textos legais são o Código de Processo Penal (CPP), as leis
das execuções penais e a Lei dos Juizados Especiais Criminais.
c) O Direito Processual do Trabalho, que regula as situações relativas à
órbita trabalhista. Serve-se ele, subsidiariamente, para os casos não previstos,
do Direito Processual Civil; sua principal base legal é a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) e o Código de Processo Civil (CPC).
Ramos do Direito Público Interno
5) O Direito Penal
O Direito Penal corresponde ao conjunto das normas jurídicas que regulam os
crimes e as contravenções penais (condutas ilícitas penais de menor potencial
ofensivo), com as correspondentes penas aplicáveis. Diz respeito ao direito de punir do
Estado, que lhe é exclusivo, daí por que é direito exclusivamente público.
No direito penal, em virtude de sua natureza, no sistema democrático, vigora o
princípio da legalidade estrita: não haverá crime se não houver lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia previsão legal. Nos regimes que suprimem as liberdades
democráticas e as garantias individuais, não existe essa máxima suprema.
6) O Direito Eleitoral
Compõe-se do conjunto das normas jurídicas que disciplinam a escolha dos
membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo.
Essas normas estabelecem os critérios e as condições para o eleitor votar, para
alguém se candidatar, bem como as datas das eleições e as regras a serem seguidas
durante a campanha política, as formas das apurações, o número de candidatos a
serem eleitos, fixando as bases para a criação e o funcionamento dos partidos políticos
etc.
Ramos do Direito Público
7) Direito Militar
O Direito Militar é aquele que regula as normas que afetam os militares. A
Constituição Federal regula a questão no art. 42, e há no sistema jurídico o Código
Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar.
8)
DIREITO PREVIDENCIÁRIO= M. HELENA DINIZ CLASSIFICA COMO RAMO DO DIREITO
PÚBLICO, AO CONTRÁRIO DE RIZZATTO, PARA QUEM É DIRETO DIFUSO
2.DIREITO PREVIDENCIÁRIO
É um ramo do direito que cuida da seguridade social
(saúde, previdência social e assistência social) (art. 196 da
CF), estabelecendo benefícios e as formas de obtenção -
auxílio doença, salário maternidade, aposentadoria por
tempo de contribuição, por invalidez, por idade, direito à
pensão, etc.
Saúde: Lei 8.880/94 – Lei Orgânica da Saúde;
Previdência: Lei 8.213/91 (Benefícios) e Lei 8.212/91
(Custeio);
Assistência Social: Lei Orgânica da Assistência Social (Lei
8.742/93), Programa do Seguro Desemprego (Lei 7.998/90).
Direitos/interesses Difusos e Coletivos
3) DIREITO DO CONSUMIDOR:
Direito do consumidor, é um conjunto de normas
disciplinadoras das relações de consumo existentes entre
fornecedor e consumidor, ou seja, da aquisição de bens ou de
serviços pelo destinatário final.
Relações que não são regidas pelo Direito do Consumidor:
quando o consumidor não é o destinatário final ou quando o
vendedor não é fornecedor (comprar um carro de um amigo).
Seu principal instrumento é o Código de Defesa do Consumidor
(lei n. 8.078/90-CDC) que foi instituído para a proteção e defesa
do consumidor. É norma de ordem pública, privada e de interesse
social.
Direitos/interesses Difusos e Coletivos
5) O DIREITO ECONÔMICO
É o ramo do Direito que se compõe das normas jurídicas
que regulam a produção e a circulação de produtos e serviços,
com vistas ao desenvolvimento econômico do País,
especialmente no que diz respeito ao controle do mercado
interno, na luta e disputa estabelecida entre as empresas,
bem como nos acertos e arranjos feitos por elas para
explorarem o mercado.
São normas, portanto, que regulam monopólios e
oligopólios, tentam impedir a concorrência desleal etc. Tais
normas estão espalhadas em leis esparsas, dentre as quais se
destacam a Lei de Economia Popular, a Lei de Livre
Concorrência etc.
Direitos/interesses Difusos e Coletivos
Direito objetivo:
É o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a cuja
observância os indivíduos podem ser compelidos mediante coerção. O direito objetivo
é constituído por um conjunto de regras destinadas a reger um grupo social, cujo
respeito é garantido pelo Estado (norma agendi).
Esse conjunto de regras jurídicas comportamentais gera, para os indivíduos, a
faculdade de satisfazer determinadas pretensões e de praticar os atos destinados a
alcançar tais objetivos (facultas agendi). Encarado sob esse aspecto, denomina‐se
direito subjetivo, que nada mais é do que a faculdade individual de agir de acordo
com o direito objetivo, de invocar a sua proteção.
Direito subjetivo:
O direito subjetivo consiste, assim, na possibilidade de agir e de exigir aquilo
que as normas de Direito atribuem a alguém como próprio. Direito de exigir
determinada conduta.
É, portanto, o meio de satisfazer interesses humanos, derivado do direito
objetivo, nascendo com ele.
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Ex.: Podemos dizer que há referência ao direito objetivo quando se diz, por
exemplo, que “o direito impõe a todos o respeito à propriedade”; e que é feita
alusão ao direito subjetivo quando se proclama que “o proprietário tem o direito
de repelir a agressão à coisa que lhe pertence”.
Na realidade, direito subjetivo e direito objetivo são aspectos da mesma
realidade, que pode ser encarada de uma ou de outra forma.
Direito subjetivo é a expressão da vontade individual, e direito objetivo é a
expressão da vontade geral. Não somente a vontade ou o interesse configura o
direito subjetivo: trata‐se de um poder atribuído à vontade do indivíduo para a
satisfação dos seus próprios interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo direito
objetivo.
Assim, o direito subjetivo é tanto o efetivo exercício do direito objetivo
quanto a potencialidade do exercício desse mesmo direito.
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
O dever subjetivo
A norma jurídica pretende obter ações e comportamentos, o que faz
apontando as condutas que devem ser cumpridas,
bem como fixando as sanções — punições — a serem aplicadas àqueles que
não cumprem as condutas prescritas, ou que atingem o ato jurídico praticado
de forma proibida ou não aceita pelas normas jurídicas.
Percebe-se que, se, de um lado, tem-se o direito subjetivo, isto é,
potencialidade ou exercício de um direito, de outro, tem-se um dever
subjetivo, colocado em posição diametralmente oposta.
Ex.: dir. locador de despejar inquilino x dever deste de pagar o aluguel.
OBS.: O direito subjetivo pode ser exercido, mas não de forma ilimitada ou
injustificada, sob pena de ser taxado de abusivo, então, o que existe junto
desse direito subjetivo é, no exato momento em que surge o limite, um dever.
Ou, em outras palavras, o exercício desse direito está limitado por um dever
subjetivo.
A NATUREZA DO DIREITO SUBJETIVO – TEORIAS
PRINCIPAIS
Sobre a natureza do direito subjetivo há várias concepções, entre as quais destacam-se:
Teoria da Vontade:
Para Bernhard Windscheid (1817–1892), jurisconsulto alemão, o direito subjetivo “é o
poder ou senhorio da vontade reconhecido pela ordem jurídica”. O maior crítico dessa teoria
foi Hans Kelsen, que por meio de vários exemplos a refutou, demonstrando que a existência
do direito subjetivo nem sempre depende da vontade de seu titular. Os incapazes, tanto os
menores como os privados de razão e os ausentes, apesar de não possuírem vontade no
sentido psicológico, possuem direitos subjetivos e os exercem por meio de seus
representantes legais. Reconhecendo as críticas, Windscheid tentou salvar a sua teoria,
esclarecendo que a vontade seria a da lei. Para Del Vecchio, a falha de Windscheid foi situar
a vontade na pessoa do titular in concreto, enquanto deveria considerar a vontade como
simples potencialidade.
Teoria do Interesse:
Rudolf von Ihering (1818-1892), jurisconsulto alemão, centralizou a ideia do direito
subjetivo no elemento interesse, afirmando que direito subjetivo seria “o interesse
juridicamente protegido”. As críticas feitas à teoria da vontade são repetidas aqui, com
pequena variação. Considerado o elemento interesse sob o aspecto psicológico, é inegável
que essa teoria já estaria implícita na da vontade, pois não é possível haver vontade sem
interesse.
A NATUREZA DO DIREITO SUBJETIVO – TEORIAS
PRINCIPAIS
Teoria Eclética:
Georg Jellinek (1851–1911), jurisconsulto e publicista alemão, considerou insuficientes as teorias
anteriores, julgando-as incompletas. O direito subjetivo não seria apenas vontade, nem
exclusivamente interesse, mas a reunião de ambos. O direito subjetivo seria “o bem ou interesse
protegido pelo reconhecimento do poder da vontade”. As críticas feitas isoladamente à teoria da
vontade e à do interesse foram acumuladas na presente.
Teoria de Duguit:
Léon Duguit (1859–1928), jurista e filósofo francês, no seu propósito de demolir antigos conceitos
consagrados pela tradição, negou a ideia do direito subjetivo, substituindo-o pelo conceito de função
social. Para Duguit, o ordenamento jurídico se fundamenta não na proteção dos direitos individuais,
mas na necessidade de manter a estrutura social, cabendo a cada indivíduo cumprir uma função
social.
Teoria de Kelsen:
Para o renomado jurista e filósofo austríaco, a função básica das normas jurídicas é impor o
dever e, secundariamente, o poder de agir. O direito subjetivo não se distingue, em essência, do
Direito objetivo, de vez que quando se dirige, com a consequência jurídica por ele estabelecida,
contra um sujeito concreto, impõe um dever, e quando se coloca à disposição do mesmo, concede
uma faculdade”. Por outro lado, reconheceu no direito subjetivo apenas um simples reflexo de um
dever jurídico, “supérfluo do ponto de vista de uma descrição cientificamente exata da situação
jurídica”.
DIREITO SUBJETIVO: classificação
A primeira classificação que apresentamos sobre o direito subjetivo refere-se ao
seu conteúdo, figurando, como divisão maior, a relativa ao Direito Público e Direito
Privado.
Direitos Subjetivos Públicos.
A distinção entre o direito subjetivo público e o privado toma por base a pessoa do
sujeito passivo da relação jurídica. Quando o obrigado for pessoa de Direito Público, o
direito subjetivo será público e, inversamente, quando na relação jurídica o obrigado for
pessoa de Direito Privado, o direito subjetivo será privado.
Esta distinção não é antiga, de vez que até há pouco tempo, relativamente, não se
admitia a existência de direito subjetivo público, em face da ideia predominante de que
o Estado, como autor e responsável pela aplicação do Direito, não estaria sujeito às suas
normas.
O direito subjetivo público divide-se em direito de liberdade, de ação, de petição e
direitos políticos. Ex. habeas corpus, direito de propor uma ação e exigir do Estado a
prestação jurisdicional (que se dá através da sentença); direito de petição pode ser o
direito de acesso aos seus dados nos órgãos públicos.
DIREITO SUBJETIVO: classificação
Direitos Subjetivos Privados: são aqueles em que o sujeito
passivo (o devedor) é uma pessoa de direito privado.
Sob o aspecto econômico, os direitos subjetivos privados
dividem-se em patrimoniais e não patrimoniais. Os primeiros
possuem valor de ordem material, podendo ser apreciados
pecuniariamente, o que não sucede com os não patrimoniais,
de natureza apenas moral, como os direitos personalíssimos e
familiais.
Os personalíssimos são os direitos da pessoa em relação à
sua vida, integridade corpórea e moral, nome etc. São também
denominados inatos, porque tutelam o ser humano a partir do
seu nascimento. Já os direitos familiais decorrem do vínculo
familiar, como os existentes entre os cônjuges e seus filhos.
DIREITO SUBJETIVO: classificação