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Exame de Contencioso Administrativo e Tributário 18/01/2013 – Grelha de correção

Grupo I

1)

Critério constitucional de delimitação da jurisdição administrativa e fiscal (artigo 212.º, n.º 3


CRP) e forma como este tem sido interpretado pela jurisprudência constitucional;

Panorâmica global do âmbito da jurisdição administrativa, após a reforma de 2002/2003


(artigos 1.º, n.º 1 e 4.º ETAF), e caracterização genérica da evolução sofrida face ao regime
antecedente;

Eventual referência a alguns núcleos problemáticos (contencioso contratual / contencioso da


responsabilidade civil) e apreciação crítica das soluções encontradas pelo legislador da
reforma;

Em concreto,

- «recuperar» - exemplos: artigos 74.º e 77.º CE, ex vi artigo 5.º da Lei n.º 13/2002; e artigo
45.º LBA, ex vi artigo 6.º da Lei n.º 13/2002

- «clarificar» - exemplos: artigo 4.º, n.º 1, alíneas c) e d) ETAF

- «cativar» - exemplos: alguns domínios do contencioso contratual e da responsabilidade civil


(artigo 4.º, n.º 1, alíneas b) in fine, e), g), h) e i) ETAF)

2)

Autor: artigo 9.º CPTA (e critérios especiais de legitimidade ativa);

Contra-interessado: artigos 10.º, n.º 1 in fine, 57.º e 68.º, n.º 2 CPTA / situação de
litisconsórcio passivo necessário / critério(s) para a determinação dos contra-interessados /
enquadramento histórico da figura e discussão da sua adequação ao atual paradigma do
contencioso administrativo português;

Referência às relações jurídicas multilaterais ou poligonais;

Contra-interessado como titular da relação material controvertida (multilateral) e consequente


reversibilidade de posições entre autor e contra-interessado;

Exemplos de potencial reversibilidade entre autor e contra-interessado.


3)

Discussão da amplitude dos poderes de cognição dos tribunais administrativos em domínios de


discricionariedade ou margem de livre apreciação administrativa: artigos 3.º, n.º 1, 71.º, n.º 2 e
95.º, n.º 3 CPTA / sentenças-marco ou indicativas;

Situações de “redução da discricionariedade a zero” e respetivas consequências;

Ilustração da potencial violação dos princípios da separação de poderes ou da tutela judicial


plena e efetiva, como referido no trecho citado.

4)

Caracterização do processo urgente de intimação para proteção de direitos, liberdades e


garantias (artigos 109.º ss. CPTA) como processo principal sumário, que decide de forma célere
o fundo da causa / enquadramento constitucional no artigo 20.º, n.º 5 CRP (mas mais
abrangente que este) / referência aos casos típicos de aplicação deste meio processual (direito
de manifestação, tempo de antena, etc.);

Caracterização do decretamento provisório da providência cautelar (artigo 131.º CPTA) como


incidente no âmbito da tutela cautelar, logo, com cariz acessório ou instrumental, perfunctório
e provisório / destinado a acautelar o periculum in mora da própria tutela cautelar em matéria
de direitos, liberdade e garantias ou em situações de especial urgência;

Apreciação crítica da cláusula de subsidiariedade constante da parte final do artigo 109.º, n.º 1
CPTA / situações em que «não [é] possível ou suficiente» o decretamento provisório de uma
providência cautelar / subsidiariedade face ao decretamento provisório ou à tutela cautelar
como um todo?

Grupo II

A petição inicial deverá respeitar os requisitos do artigo 78.º CPTA.

A sentença deverá ter o conteúdo previsto no artigo 94.º CPTA.

Em qualquer dos casos, e independentemente da concreta argumentação que podia ser


utilizada pelos alunos, designadamente com os elementos necessários à recriação da história,
era importante referir os seguintes aspetos:

- Competência territorial (artigo 44.º ETAF e artigo 16.º CPTA);

- Legitimidade ativa (artigo 55.º, n.º 1, alínea a) CPTA);

- Patrocínio judiciário / constituição de advogado (artigo 11.º, n.º 1 CPTA), designadamente


menção da junção de procuração forense;

- Legitimidade passiva (artigo 10.º, n.º 2 CPTA);


- Forma de processo: ação administrativa especial, na modalidade de impugnação de ato
administrativo (artigo 46.º, n.º 1 e n.º 2, alínea a) CPTA) / com eventual cumulação de pedidos
(artigo 4.º, n.º 1 e artigo 47.º, n.º 2 CPTA), mantendo a forma de ação administrativa especial
(5.º, n.º 1 CPTA);

- Impugnabilidade do ato administrativo (artigo 51.º, n.º 1 CPTA);

- Tempestividade da ação (artigo 58.º, n.º 1 ou n.º 2, alínea b), consoante os vícios alegados e
respetivas sanções imputadas ao ato);

- Pedido: anulação ou declaração de nulidade do ato administrativo, consoante os vícios


alegados e respetivas sanções imputadas ao ato / com eventual cumulação de outros pedidos;

- Valor da ação (artigo 31.º ss. CPTA).

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