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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Exame Final– 08.01.2016


Tópicos de resolução / critérios de correção

I
V. nos Sumários a bibliografia indicada para os pontos 3 da Introdução e 1.2, 3.3 e
6. da parte geral.
• Referência aos objectivos e ao conteúdo da europeização do DIP. Em
especial, a sua capacidade de prevenção dos conflitos de sistemas.
• A unilateralidade da regra de conflitos: explicação da função e suas vantagens
no domínio da prevenção dos conflitos negativos de sistemas e de facilitação
do reconhecimento de direitos adquirido no estrangeiro.
• A doutrina do reconhecimento de direitos adquiridos: conteúdo e sua
pertinência mesmo no quadro da unilateralidade. O afloramento da
unilateralidade nesta teoria. A europeização do DIP enquanto promoção da
estabilidade das relações jurídicas no espaço comunitário.
• Referência ao conteúdo e significado do sistema de reconhecimento
automático de sentenças estrangeiras e ao papel da comunitarização do DIP
nesse domínio.

II
V. nos Sumários a bibliografia indicada para o ponto 2 da Parte Geral.

• Identificação de uma situação plurilocalizada a ser regulada por normas


materiais de um ordenamento jurídico ligado ao caso (enunciação do
princípio da não transactividade das leis).
• As especificidades do problema da qualificação no direito internacional
privado; em especial, os problemas do critério da qualificação (ou da
interpretação do conceito-quadro da regra de conflitos; a solução proposta
pela doutrina portuguesa, no sentido de uma sua interpretação autónoma e
teleológica, de acordo com a lex formalis fori) e do objecto da qualificação

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(as questões de direito ou os preceitos jurídico-materiais; o chamamento
circunscrito da lei designada pela regra de conflitos, cfr. art. 15.º do CC).
• Concretização no caso dos elementos de conexão previstos pelas regras de
conflitos indicadas no enunciado (inaplicabilidade dos Regulamentos Roma I
e II em função dos respectivos âmbitos materiais de aplicação).
• Referência ao problema da sucessão de estatutos na concretização dos
elementos de conexão dos arts. 42.° e 52.°.
• Deste modo, o reconhecimento de competência:
o À lei de Nova Iorque (42.° CC) no que diz respeito ao regime das
obrigações negociais (conceito interpretado autónoma e
teleologicamente);
o À lei portuguesa, no que toca à responsabilidade extracontrarual (art.
45.°/3 CC);
o À lei portuguesa, quanto às relações entre os cônjuges (conceito
interpretado autónoma e teleologicamente, abrangendo relações
afins);
• A identificação das normas materiais passíveis de resolver o litígio e
indicadas no enunciado, com vista à sua caracterização e qualificação
propriamente dita após recondução ao conceito-quadro das regras de
conflitos identificadas.
• À luz da respectiva teleologia, a assimilação das normas da Carolina do Norte
(anti-heartbalm legislation) ao conceito-quadro do art. 45.º CC, para o que se
afigura particularmente reveladora a alusão à circunstância de que se cria um
regime de responsabilidade civil extracontratual (tort). Conclusão pela
impossibilidade de aplicação daquele regime.
• Subsunção das normas materiais portuguesas (1591 e 1594.° CC) ao
conceito-quadro relações familiares, para que se afigura especialmente
relevante a ratio da solução, tendente à garantia da plena liberdade de não
celebrar casamento, ainda que prometido. Conclusão pela aplicação da
solução da lei portuguesa.

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III
V. nos Sumários a bibliografia indicada para o ponto 3.1 da Parte Geral.
• Conflitos de sistemas de DIP: a enunciação do problema e as orientações
traçadas no DIP português para a sua resolução.
• O reenvio como uma dessas orientações; explicitação da posição consagrada
no CC português (o reenvio como "expediente prático-normativo") em
confronto com as chamadas posições "dogmáticas", em particular a teoria da
dupla devolução, conforme adoptada in casu pela lei suíça. Apreciação
crítica.
• Referencia à harmonia jurídica internacional, princípio estruturante do
sistema de reenvio do Código Civil.
• No caso, a conclusão da garantia de harmonia jurídica internacional quer pela
aceitação do retorno, quer pela referencia material para a lei Suíça, face ao
facto de os tribunais suíços sempre aplicarem a mesma lei que for
determinada como competente pelo julgador português (fazendo-se uma
abordagem ao método de interpretação da lei estrangeira).
• A posição de Ferrer Correia quanto ao problema – a solução do art. 16.°
atendendo à concepção de excepção da aceitação do reenvio. Apreciação
crítica.
• A viabilidade de aceitação do retorno por atenção ao princípio da boa
administração da justiça (concepção de Baptista Machado); apreciação
crítica. Verificação, neste caso, dos requisitos adicionais tendentes a
assegurar a harmonia jurídica qualificada.

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