O documento contém as respostas de um estudante para um questionário sobre Direito Internacional Privado. As respostas abordam tópicos como Incoterms, Lex Mercatoria, tratados internacionais, fórum shopping e instituições que trabalham pela uniformização do Direito Internacional.
O documento contém as respostas de um estudante para um questionário sobre Direito Internacional Privado. As respostas abordam tópicos como Incoterms, Lex Mercatoria, tratados internacionais, fórum shopping e instituições que trabalham pela uniformização do Direito Internacional.
O documento contém as respostas de um estudante para um questionário sobre Direito Internacional Privado. As respostas abordam tópicos como Incoterms, Lex Mercatoria, tratados internacionais, fórum shopping e instituições que trabalham pela uniformização do Direito Internacional.
QUESTIONÁRIO - DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO - DIPr
2. O que são INCOTERMS? Explique e apresente exemplos:
R: Incoterms (Termos do Comércio Internacional): são cláusulas
de preço (siglas de três letras que padronizam contratos); são editados pela Câmara do Comércio Internacional; existem desde o início do Século XX, com a intenção de padronização de regras de negócio internacional; são admitidos por todos os países, com exceção dos EUA.
Exemplos:
FOB - FreeOnBoard: A responsabilidade para transporte cessa quando
a carga embarca no navio – a ideia que patroniza a responsabilidade para o transportador.
FAS - FreeAlongsideShip – Se optar por essa modalidade – cessa a
responsabilidade do transportador quando entrega o contêiner no porto.
9. Qual o significado da expressão “Lex Mercatoria” no
Direito Internacional Privado e quais as possibilidades de aplicação da mesma pelo juiz pátrio, conforme observa o ilustre professor Irineu Strenger? Explique: R: É um dos instrumentos que buscam uniformizar o Direito Internacional. Lex Mercatoria significa um conjunto de princípios, normas, direitos e obrigações de direito comercial e de mercadorias internacionais. Na visão do ilustre professor Irineu Strenger, existem três correntes doutrinárias acerca da aplicação da Lex Mercatoria em relação à aplicação do Direito Interno pelo juiz pátrio, a saber:
1ª corrente: Autônoma: entende que a Lex Mercatoria é fonte
autônoma de Direito a ser utilizada pelo juiz na fundamentação de suas decisões;
2ª corrente: Alternativa: entende que a Lex Mercatoria é uma
alternativa ao Direito Interno; o juiz optará em aplicar ou o Direito Interno ou a Lex Mercatoria para resolver a lide em concreto;
Alternativa à legislação interna (ou legislação interna ou estrangeira).
3ª corrente: Complementar: entende que a Lex Mercatoria é
complementar ao Direito Interno, servindo ao juiz subsidiariamente para fundamentar suas decisões;
10. Explique a teoria da paridade dos tratados diante do
ordenamento jurídico interno, de acordo com o Direito Brasileiro:
R: O tratado internacional ratificado passa a ser parte do
ordenamento jurídico interno. Quanto à ordem hierárquica: a legislação interna indicará aspectos quanto à hierarquia do tratado internacional internalizado, se ao nível constitucional, se supralegal, se com força de lei ordinária, etc. A EC 45/2004 trouxe modificações a respeito da internalização de tratados internacionais sobre direitos humanos, que, atendidas as condições do art. 5º, § 3º, possuem força de Emenda Constitucional. A regra de paridade se estabelece quando o tratado internacional e a lei interna estão no mesmo grau de hierarquia. No Brasil, com o julgamento do Recurso Extraordinário n.º 80.004, ficou estabelecida a tese de que no conflito entre tratado e lei posterior, a prevalência seria pelo critério da lei mais recente.
Assim, no Brasil, quanto à Teoria da Paridade, tem-se: “Lex posterior
derogat priori”, ou seja, lei posterior derroga lei posterior; assim, havendo conflito entre norma do tratado internacional e norma interna, a lei posterior derrogará a lei anterior.
É a vontade do legislador sobre a hierarquia na internalização:
presente em alguns casos na legislação interna; ex.: art. 98, CTN
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou
modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
11. Explique o princípio do “fórum shopping” no Direito
Internacional Privado:
R: Fórum shopping: é foro da compra, busca resolver o conflito de
leis no espaço, oriundas das relações privadas com conexão internacional.
É a busca do foro mais adequado ao autor para a propositura da ação
dentre os competentes; verificam-se aqueles que trariam a maior vantagem ao autor (menores custas, menores honorários, maiores indenizações, celeridade da justiça, etc.); ex.: na hipótese de um acidente aéreo que tenha interessados de diversos países. 20. Cite ao menos três institutos internacionais que trabalham constantemente em favor da uniformização do Direito Internacional Privado:
R: ONU, OIT, OMS.
22. Existe relação entre o Direito Comunitário da União
Europeia e o Direito Internacional Privado? Explique:
“O direito comunitário é, em grande parte, direito público. Este não
se choca com a nossa disciplina, e, de qualquer forma, prevalece sempre sobre o Direito nacional dos Estados-membros da União Europeia, reprimindo-os quando em desarmonia. Do ponto de vista do Direito Privado, o direito comunitário, regula diversas de suas questões relevantes, mas grande parte ainda é disciplinada pelos ordenamentos jurídicos dos Estados-membros da UE.”
R: O que é decidido pela União Europeia tem caráter vinculante para
os Estados-membros da União Europeia, ou seja, há relação de uniformização com o Direito Internacional Privado através do Direito Comunitário.