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Âmbito de jurisdição,
Para determinar se a questão em concreto cabe na competência dos tribunais
administrativos, cabe analisar o art. 4º, ETAF e o art. 212º, CRP, sendo este último o critério
residual com referência às relações jurídico administrativas. O art. 4º, ETAF está subdividido
em duas partes: uma definição positiva (nº 1 e 2), onde estão elencadas algumas das
matérias que se enquadram na jurisdição administrativa; e a jurisdição negativa (3 e 4),
onde estão previstas algumas matérias excluídas da jurisdição.
Legitimidade
A é um pressuposto processual quanto às partes, sendo estritamente necessária para aferir
o mérito da causa.
Quanto à legitimidade ativa (quem propõe a ação), a regra geral encontra-se no n.º 1 do
artigo 9.º, conjugado com a al. a) do n.º 1 do artigo 55.° do CPTA.
Quanto à legitimidade passiva (contra quem deve ser proposta a ação), nos termos do
artigo 10.º, n.º 1, do CPTA: "cada ação deve ser proposta contra a outra parte na relação
material controvertida e, quando for caso disso, contra as pessoas ou entidades titulares de
interesses contrapostos aos do autor". De acordo com a regra geral do artigo 10.º, n.º 2: a
legitimidade passiva cabe às pessoas coletivas (e não aos respetivos órgãos): "Nos processos
intentados contra entidades públicas, parte demandada é a pessoa coletiva de direito
público…”
Tribunal Competente
Critério de repartição da competência em razão da matéria: aos TAC é atribuída uma
competência-regra, cabendo-lhes conhecer, em primeira instância, de todos os processos do
âmbito da jurisdição administrativa, com exceção daqueles cuja competência esteja reservada
aos tribunais superiores (artigo 44., n.º1, ETAF + 24.º e 37.º).
Critério de repartição da competência em razão do território: o artigo 16.° do CPTA
estabelece a regra geral, nos termos da qual os processos são intentados no tribunal da área
de residência habitual ou da sede do autor ou da maioria dos autores no processo. Há
exceções ou desvios à regra geral (arts. 17.º a 20.º do CPTA).
Critério de repartição da competência em razão da hierarquia: aqui vale a regra do duplo
grau de jurisdição, devendo o recurso jurisdicional ser interposto para o TCA, salvo nos casos
em que haja recurso per saltum para o STA (24.º/2 do ETAF).
Prazos
Os prazos processuais são os períodos de tempo fixados por lei para se produzir um efeito
específico num processo.
Quanto ao prazo para propor a ação administrativa: a regra geral sobre prazos-artigo 41.°
do CPTA ("sem prejuízo do disposto na lei substantiva e no capítulo seguinte, a ação
administrativa pode ser proposta a todo o tempo"). Todavia, por força do pressuposto
processual da tempestividade, há prazos para se produzir o efeito específico da condenação
da administração à prática do ato legalmente devido. Quanto ao prazo de propositura da ação:
1) Se o ato for anulável, o prazo de propositura da ação é de três meses (artigo 58.º/1/a); 2)
Se o indeferimento for nulo, o pedido pode ser deduzido a todo o tempo (artigo 58.º).