Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
a graciosa;
e a contenciosa: sendo esta caracterizada pela apreciação jurisdicional
da legalidade do ato administrativo. Esta fase decorre junto dos Tribunais
administrativos e denota um conflito entre o particular e a Administração
provocado por acto desta considerado ilegal e lesivo dos direitos e
interesses legalmente protegidos.
Assim, podemos dizer que o contencioso nasce como uma garantia de natureza
jurisdicional contra ato da Administração.
Assim sendo, pensamos que se pode definir a justiça administrativa (em sentido
restrito) como uma ordem jurisdicional específica, constitucionalmente
consagrada e integrada no órgão de soberania Tribunais, e especializada na
resolução dos litígios emergentes das relações jurídicas de direito público-
administrativo entre a AP e outros sujeitos de direito.
Recapitulando...
Até à Constituição de 1933, a lei ordinária (Lei e Decreto-Lei) era a única fonte
do Contencioso Administrativo. Pelo marco que alguns decretos-lei, no século
XX, tiveram na história do contencioso administrativo português, não podemos
deixar de referir os seguintes:
Decreto n.º 9.340, de 07/01/1924: transfere para os Tribunais comuns o
contencioso administrativo, extinguindo as auditorias e o Supremo Tribunal
Administrativo;
Decreto n.º 11.250, de 19/11/1925: restaura os Tribunais administrativos e
o Supremo Tribunal Administrativo;
Decreto n.º 12.258, de 04/091926: volta a extinguir os Tribunais
administrativos, atribuindo aos Tribunais comuns competência para
apreciar as questões contenciosas administrativas
Decreto n.º 18.017, de 28/02/1930: restaura os Tribunais Administrativos,
criando o Supremo Conselho da Administração Pública e auditorias
administrativas. Com esse Decreto, o contencioso administrativo conquista
o seu espaço, afirmando-se como uma categoria jurisdicional específica e
especializada, no universo judiciário português.
A. A Constituição
A partir da CRP de 1976, a Lei Fundamental passa a ser a primeira e mais
importante fonte formal da justiça administrativa e a principal garantia da sua
afirmação como sistema judicial de plena jurisdição.
B. A Lei Ordinária
Contudo, as Leis e DLs continuaram a ser uma importante fonte formal, tendo
havido vários a regular o contencioso administrativo após o 25 de abril.
Por exemplo, um DL integrou os Tribunais Administrativos no Ministério da
Justiça e outro mandou que o auditor seja nomeado pelo Ministro da Justiça.
2ª maior reforma: feita pelas leis que aprovaram o ETAF e o CPTA (Lei
13/2002 + Lei 15/2002). A última devia ser revista passados 3 anos da sua
entrada em vigor, mas a revisão só foi feita passados 8 anos. A Lei 214/2015
tratou da revisão do CPTA e introduziu alterações ao ETAF.
Concluindo, são estas as mais marcantes fontes formais da justiça
administrativa.
O Modelo Administrativista
Caracteriza-se pela:
absoluta separação entre Administração e Justiça
atribuição aos órgãos superiores da Administração o poder de julgar
os litígios administrativos
Basicamente, o contencioso é confiado à própria Administração ativa, que
julga os litígios. Este modelo consubstancia o sistema de justiça reservada
nas mãos do Governo.
Depois, A competência para julgar os litígios administrativos da
administração ativa passa a ser "auxiliada" por um órgão especializado da
administração consultiva com competência para apreciar e emitir pareceres
que eram submetidos à homologação do Governo.
Deste modelo mais "mitigado", há uma próxima evolução para um modelo
de "justice déléguée", quando se reconhece ao órgão consultivo
competência para decidir definitivamente e sem homologação ministerial os
litígios de natureza administrativa.
Concluindo, modelo de justiça reservada evolui para o modelo de justiça
delegada, mas é sempre um modelo em que é a Administração que julga.
Sob o ponto de vista processual:
este modelo objetivista comporta um contencioso por definição ou
natural, que é do recurso de anulação do ato (é o principal meio
processual); e um contencioso por atribuição que é o dos contratos e
da responsabilidade civil.
→ em ambos os casos, o processo tem uma natureza próxima dos
processos judiciais.
Em conclusão