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Conflitos
Resumo: No presente comentário iniciar-se-á com uma breve introdução ao conceito da
Responsabilidade Civil Pública, que respeita á responsabilidade do Estado e demais entidades
públicas. É um dos alicerces dos Estados Democráticos, e está consagrada na nossa
Constituição, nomeadamente no regime dos Direitos fundamentais. Anteriormente á reforma do
Contencioso Administrativo, existia uma distinção entre atos de gestão pública e privada que
eram fundamentais na atribuição de qual tribunal seria competente nos litígios. Após a reforma,
esta distinção foi extinta, e os tribunais administrativos passaram a ser competentes em ambos
os casos. Contudo, esta mudança não foi bem aceite e compreendida dentro da jurisprudência,
existindo tribunais a declararem-se incompetentes em processos que seriam competentes para
conhecer e julgar o mérito das questões.
Ainda assim, a questão não parece ter sido compreendida pelos tribunais administrativos. Em
2015, entrou em vigor um novo diploma (DL n° 214-G/2015) que, de forma parcial, ajudou a
aperfeiçoar a linguagem das expressões. Ainda assim, continuam a ser remetidos pedidos no
âmbito da Responsabilidade Civil do Estado e entidades pública para tribunais comuns, o que o
nosso Regente Sr. º Professor Vasco Pereira da Silva considera ser inconstitucional e um
disparate incompreensível.
3. Conclusões Finais
Em suma, o tema da Responsabilidade Civil Pública tem vindo a sofrer alterações profundas
ao longo da última década e principalmente após a Reforma do Contencioso Administrativo.
Alterações um pouco infelizes e que deram oportunidade á jurisprudência de inverter a
lógica processual com interpretações um pouco questionáveis, o que não sucede no acórdão
em análise. Ainda assim o legislador tentou erradicar estas interpretações com o
aperfeiçoamento da letra da lei em 2015. Considero que é clara a ideia que, nos dias de hoje,
os tribunais competentes a julgar litígios cujo objeto seja a Responsabilidade civil pública
são os Tribunais Administrativos, o que é demonstrado no acórdão em análise, visto que
mesmo uma empresa privada pode reger-se por princípios do Direito Administrativo. O
Tribunal em questão pronuncia-se de forma correta ao atribuir essa competência aos
tribunais administrativos, e demonstra uma evolução dentro da jurisprudência em relação á
responsabilidade Civil Pública, de quem a deve julgar quando posta em causa (no seio do
contencioso administrativo). 2
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http://www.gde.mj.pt/jcon.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/
c487965f12336647802581070033dc0c?OpenDocument (acórdão consultado)