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MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

ARBITRAGEM NO SETOR PÚBLICO


Giovana Silva de Freitas –201810267
João Paulo Valente de Santana – 201810033
Laís dos Santos Maia – 201810279
Maria Júlia Duarte das Neves – 201810657

1. INTRODUÇÃO

A presente discussão tem como objetivo a análise do uso dos reflexos


da promulgação da Lei no 13.129/2015, que instituiu a possibilidade da
administração pública se tornar parte em conflitos dirimidos por meio da
arbitragem, bem como pontuar as inovações trazidas por este dispositivo.

Esta pesquisa possui como escopo também a menção às modalidades


de arbitrariedade adotadas pelo poder público, considerando o fato de que
antes mesmo da Lei de Arbitragem, este instrumento já era bem exercido no
ordenamento jurídico, em razão da Lei 9.307/96.

2. DESENVOLVIMENTO
Com a vigência da Lei 13.129/2015, a administração pública direta ou
indireta, de forma positiva, passou a poder se valer da arbitragem, garantindo
ao poder público a segurança em solucionar seus conflitos via arbitragem,
contudo, devem ser observados alguns critérios.

Seguindo o princípio da legalidade, se a administração pública deve agir


conforme as legislações vigentes, o poder público pode recorrer à arbitragem,
tendo em vista que temos diversas legislações em vigência que admitem vários
mecanismos privados para solução de conflitos, como exemplo, o artigo 23-A
da Lei de concessões públicas (Lei 8.987/95) e o artigo 54 da Lei de licitações
(Lei 8.666/93). Conforme afirma LARGHI (p.4, 2015) “a atuação do Poder
Público impende de autorização legal e, na falta dessa, ao ente público
somente restaria recorrer ao Poder Judiciário para a solução de suas
controvérsias.”
De acordo com Nogueira (2016, p. 7-21), a admissão da arbitrariedade
pelo poder público como forma de soluções de conflitos foi uma evolução para
o direito brasileiro e para a administração pública.
No que tange a escolha de um órgão público arbitral, é válido seguir o
que vem estabelecido em cláusula compromissória, que devem estar
estabelecidos detalhadamente e qual órgão ou câmara deve ser adotado, ou
então, têm a opção de entidades com sedes no exterior.

No que se refere à concessão de liminares e novos sistemas, eles


podem ser autônomos, por meio de procedimentos preventivos preparatórios
ou incidentais. As concessões de liminares e de urgência também fazem
parte do microssistema arbitral, justamente, por incorporarem as regras do
Código de Processo Civil brasileiro.

Antes da entrada em vigor da Lei 13.129/15, a Lei de Arbitragem


brasileira previa apenas medida cautelar, as partes se dirigiram a um tribunal
estabelecido e, em caso de defesa, o árbitro solicitava ao judiciário que a
cumprisse, e a lei não previa medidas preventivas antes do estabelecimento
de um tribunal arbitral e a possibilidade de tutela de urgência. O tribunal
arbitral tem competência para tratar e julgar liminares, porém, a tutela
concedida é limitada e não pode cumprir medidas de natureza coercitiva, que
devem ser executadas pelo judiciário caso haja resistência.

Cabe destacar ainda que, a arbitrariedade subjetiva centra-se no


sujeito, ou seja, visa determinar quem pode se submeter à arbitragem,
enquanto a arbitrariedade objetiva analisa o objeto do conflito, ou seja,
determina quais questões podem ser resolvidas em um tribunal arbitral. Com
referência à evolução das instituições arbitrais no direito brasileiro
apresentada anteriormente, especialmente após a promulgação da Lei
13.129/2015, a arbitrariedade subjetiva não é atualmente uma grande disputa.

Vale ressaltar que os direitos de propriedade disponíveis podem ser


definidos como direitos de propriedade negociados pelo governo. Portanto,
não há barreira para a adesão a uma cláusula compromissória, e a delegação
é um ato discricionário e volátil que indica que a administração concorda com
um indivíduo em exercer uma atividade ou usar um bem público em benefício
próprio.

Em síntese, a Lei 13.129/2015 traz uma série de inovações ao sistema


arbitral brasileiro, principalmente - a possibilidade de arbitragem envolvendo a
administração pública e a concessão de liminares e urgência em
procedimentos arbitrais, podendo-se destacar a possibilidade de sentenças
arbitrais parciais e a utilização de cartas arbitrais, destinadas a otimizar a
comunicação entre o tribunal arbitral e o judiciário.

Por fim, entende-se que, ainda que a lei 9.307/96 nunca tenha
restringido a utilização da arbitragem em conflitos que envolvam a
administração pública, a Lei da Arbitragem veio positivar o que se tratava de
questões indisponíveis e o que poderia ser vinculado a direitos patrimoniais
disponíveis e consequentemente solucionado pela arbitragem.

CONCLUSÃO

Da leitura do presente trabalho depreende-se que existe a administração


pública no período anterior a edição da Lei 13.129/2015 e outro cenário após a
edição do dispositivo legal. Pretendeu-se explicar quais foram as diferenças
entre os citados períodos e quais os efeitos que a edição do dispositivo trouxe
consigo.

Em suma, cumpre ressaltar que a arbitragem para a solução de conflitos


no âmbito do poder público não é novidade, haja vista o art. 1º da Lei
9.307/1996 que já permitia seu uso na resolução de conflitos ligados aos
contratos administrativos. No entanto, atualmente esse método vem sendo
utilizado com mais liberdade e de forma mais ampla. Isto significa maior
competitividade para a administração pública perante o mercado de
negociações que busca por evitar conflitos ou facilidade em resolvê-los.

Portanto, os principais pontos que conflitaram durante o tempo em


relação ao tema já forma superados seja pela edição da lei em 2015, seja pelos
entendimentos jurisprudenciais e o uso da arbitragem no cotidiano. A tendência
é que essa solução alternativa cada vez mais se faça presente na
administração pública garantindo celeridade e segurança.
3. REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.307/96: Lei da Arbitragem. Brasília, DF: Senado Federal,


1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9307.htm >.
Acesso em 26 de março de 2022.

BRASIL. Lei nº 13.129/2015: Lei que altera a Lei nº 9.307/96. Brasília, DF:
Senado Federal, 2015. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13129.htm >.
Acesso em 26 de março de 2022.

LARGUI, Guilherme Mendes. As inovações da Lei nº 13.129/2015 na Lei de


Arbitragem e sua aplicação no âmbito da administração pública. 2015.

OLIVEIRA, Gustavo Justino de. Especificidades do processo arbitral


envolvendo a Administração Pública. Enciclopédia jurídica da PUC-SP.
Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire
(coords.). Tomo: Direito Administrativo e Constitucional. Vidal Serrano Nunes
Jr., Maurício Zockun, Carolina Zancaner Zockun, André Luiz Freire (coord. de
tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017.
Disponível
em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/49/edicao-1/especificidades-
do-processo-arbitral-envolvendo-a-administracao-publica > acesso em 26 de
março de 2022.

TIEPPO e ALMEIDA. A evolução da arbitragem na Administração Pública.


Disponível em < https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/a-
evolucao-da-arbitragem-na-administracao-publica/> acesso em 27 de março.

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