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Organização Racional do Trabalho

Autor: Frederico Marinho Martins de Souza Santos


Instituição: FIB
Tema: Administração
Data de inclusão: 22/04/2003

ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO (ORT)

APRESENTAÇÃO

Esse trabalho tem como meta mostrar de forma resumida todos os aspectos da ORT –
Organização Racional do Trabalho. Consta também um comentário crítico abordando
vantagens de desvantagens relacionadas ao estudo de Taylor.

ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO (ORT)

Taylor verificou que os operários realizavam e aprendiam as tarefas de trabalho por


meio da observação dos companheiros, o método empírico. Isso levava diferentes
maneiras e métodos para realizar a mesma tarefa. Através de uma análise científica, os
diferentes métodos e instrumentos realizados na produção foram aperfeiçoados da
maneira que a produção aumentasse com mais eficiência. Essa tentativa de substituir os
velhos métodos da linha de montagem foi chamado de Organização Racional do
Trabalho (ORT). Os principais aspectos abordados pela ORT foram:

ANÁLISE DO TRABALHO E ESTUDO DOS TEMPOS E MOVIMENTOS

De acordo com Taylor, o estudo dos tempos e movimentos e a análise do trabalho era
essencial para um melhor aproveitamento de cada tarefa no trabalho. Movimentos úteis
eram simplificados para uma maior economia de esforço operário, enquanto os inúteis
eram transformados em outros mais eficazes. Para aumentar o rendimento tanto do
operário quanto da produção em geral, o trabalho era bem distribuído para não ocorrer
sobre carga, eliminado assim desperdícios de força humana e tempo. Essas medidas
tornariam a produtividade da empresa mais eficiente.

ESTUDO DA FADIGA HUMANA

Segundo Gilbreth, evitar movimentos inúteis na execução de tarefas, economizar o


esforço na execução de tarefas úteis e dar a esse movimentos uma programação
adequada ajuda na redução da fadiga humana. Os efeitos da fadiga são claros em uma
linha de produção. Dentre eles a diminuição e perda da qualidade do trabalho, doenças e
diminuição da capacidade de esforço. A fadiga é considerada um redutor da eficiência.

DIVISÃO DO TRABALHO E ESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO


De acordo com a analise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos chegou-se a
conclusão que para um melhor aproveitamento de cada operário, este deveria se
especializar-se em uma única tarefa, denominada de linha de produção. Com isso o
operário perdeu a liberdade, e passou a ser confinado à execução automática e repetitiva
de suas tarefas. Quanto mais for a especializado um operário, maior será sua eficiência.

DESENHO DA CARGOS E TAREFAS

Tarefa é toda atividade executada por uma pessoa no seu trabalho. É a menor unidade
possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Cargo é o conjunto de
tarefas executadas de maneira repetitiva. Cada cargo tem uma ou mais pessoas que
executam as suas tarefas. Cada cargo deve ter um determinado número de tarefas. Para
cada tarefa há um método apropriado de execução, fazendo que o operário não tenha
que pensar ou decidir, e sim realizar o que foi imposto. A simplificação dos cargos
implica diretamente na linha de produção. Minimização de custos de treinamento,
admissão de mão-de-obra barata para realizar matérias mínimas, redução de erros e
facilidade de supervisão são fatores que aumentam a produtividade.

INCENTIVOS SALARIAIS E PRÊMIOS DE PRODUÇÃO

De acordo com Taylor, uma vez analisado o trabalho, restava apenas fazer com que o
operário colaborasse com a empresa e não apenas realizar suas funções. A idéia básica
era que remuneração baseada no tempo não incentivavam os operários a trabalhar mais
e com isso deveria ser substituída para a remuneração de acordo com a produção. Ou
seja, ganharia mais quem produzisse mais. Um estímulo salarial para que os operários
trabalhassem de acordo com o tempo padrão, ou além. Um operário seria muito mais
eficiente se entrasse também no seu salário um percentual relativo a sua produção. Com
isso, Taylor verificou que poderia se obter um custo de produção cada vez menor, com
uma maior produtividade e maior rendimento.

CONCEITO DE "HOMO ECONOMICUS"

Expressão que significa, homem econômico. Em outros termos, o homem procura um


trabalho não por gostar dele, e sim por um meio de ganhar a vida. O homem é motivado
pelo medo de lhe faltar comida e por necessidade do dinheiro para viver. Com as
recompensas salariais e prêmios de produção o trabalhador se esforça mais, uma vez
que no fim do mês ele será melhor remunerado. Assim, aumenta a capacidade
individual de produção de cada operário aumentando também a eficiência na produção.

CONDIÇÕES DE TRABALHO

Taylor verificou que a eficiência do trabalho não esta relacionada somente com o
método de trabalho e incentivo salarial, mas também com o meio em que o trabalho é
efetuado. O bem estar do operário é um fator que diminui a fadiga, aumentado a
produção. Iluminação, ventilação, eliminação do ruído são muito valorizados pelos
operários, e influi diretamente na produção.

PADRONIZAÇÃO
A ORT não se preocupa apenas com a análise do trabalho, estudo de tempos e
movimentos, fadiga e outros. Foi mais além e passou a se preocupar também com a
padronização das máquinas e dos métodos de trabalho afim de diminuir a variabilidade
e diversidade no processo produtivo, consequentemente aumentar a eficiência e reduzir
o desperdício. Padrão é uma unidade de medida adotada e aceita comumente por
critério.

SUPERVISÃO FUNCIONAL

Segundo Taylor, a especialização de um operário deveria ser acompanhada


especialização do supervisor. Supervisão funcional seria nada mais que diversos
supervisores, cada um especializado na sua determinada área e com autoridade sobre
seus respectivos subordinados. Isso foi fundamental para tornar mais eficiente a
produção e para que cada funcionário exercesse a menor variedade possível de funções.

COMENTÁRIO

Com certeza a criação da Organização Racional do Trabalho foi muito importante para
a estabilidade e o crescimento de diversas empresas. A ORT visa sempre ajudar tanto o
operário quanto o dono da empresa. Pelo lado do operário foi extremamente válido, pois
através desse método as empresas passaram a cuidar mais do lado emocional e físico
dos operários. Ela tem suas vantagens, por exemplo: melhorias no ambiente de trabalho
(melhor iluminação, ventilação...), substituições dos movimentos inúteis (em geral só
fazia desgastar operário e diminuir a sua produção), o estudo relativo a fadiga humana
(o operário passou as conhecer novas e mais fáceis maneiras de executar movimentos
antes desgastantes), o trabalho especializado de cada operário (transformar a
diversidade de movimentos em apenas um), os incentivos salariais (o operário passou a
produzir mais porque sabia que quanto maior sua produção maior seria o seu retorno
financeiro). Tudo isso torna uma linha de produção de uma empresa infinitamente mais
eficiente. Entretanto, ela tem uma desvantagem, no aspecto no que diz respeito à
supervisão funcional. O operário perderia o contato direto com o dono da empresa, e
teria que seguir ordens de diversos superiores (o que poderia confundir a cabeça do
operário). No geral Taylor foi coerente ao fazer tais estudos e criar a Organização
Racional do Trabalho.

BIBLIOGRAFIA

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 5ª ed. São Paulo: Makron


Books, 1997. p. 92 – 106.

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