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30/09/19
Apenas vamos tratar de contencioso administrativo: resolução de litígios jurídico-
administrativos de tribunais administrativos. 2 diplomas fundamentais: o Estatuto dos
Tribunais Administrativos e Fiscais e o Código de Processo dos Tribunais Administrativos.
Outros também terão importância: estatuto do Ministério Público, a lei de ação popular
(sobretudo em matéria de legitimidade), regime de elementos administrativos, lei de
arbitragem voluntária, lei 67/2007 (responsabilidade do Estado), diploma dos mapas da
jurisdição, tramitação eletrónica do processo.
Bibliografia: divã da psicanálise não está atualizado à lua da revisão de 2015 e 2019. Os
alunos costumam utilizar para os posts que também está em revisão: Comentários à ETAF.
Depois há dois manuais: Professor Pedro de Andrade e Mário Aroso de Almeida.
Vamos comentar umas frases, mas o foco vai ser: que litígios são dirimidos? Aí, ETAF. É
o ponto de partida.
4/10/2019
EXERCÍCIO PRÁTICO N.º 1
21/10/2019
Quanto à própria jurisdição administrativa, será que não integram os tribunais arbitrais
a própria jurisdição administrativa? Não, apenas o Estado tem jurisdição administrativa.
O ponto substantivo base é que estamos perante um ato administrativo. Temos que dar a
noção, 248º do CPA. Como vamos ver ao longo das aulas, sempre que se pretende impugnar
um ato deste tipo, o meio processual próprio é a ação administrativa, que é o meio processual
principal não urgente. Há um artigo que nos dá a resposta da parte “não urgente”, que é o
artigo 36º. O 35º é uma expressão central “sendo-lhe subsidiariamente aplicável o disposto na
lei processual civil (CPC)”. O artigo 36º é relevante para aferirmos que processos são urgentes
ou não e, para isso, temos que percorrer as suas alíneas. Este tipo é composto por disposições
gerais, artigos 37º a 49º. Estas disposições aplicam-se a toda e qualquer ação administrativa
independentemente de qualquer pedido que seja formulado nessa ação. O 37º/1 não é
taxativo. Depois, faz enunciações específicas daquilo que se pode pedir.
O nosso caso é dos artigos 50º e seguintes, tendo que conjugar o 9º/1, a disposição geral,
com o 55º. O professor costuma falar numa lógica de complemento, mas em bom rigor pode-
se falar de uma norma especial em sentido restrito.
Do que se trata de interesse direto? Tem de ser um interesse atual, efetivo. O que o
legislador quer é que aquele sujeito processual que faça sentido, que não seja um exercício de
mera abstrata com um interesse reflexo: aquilo tem que lhe interessar. Assim, no quadro do
interesse atual e real ou efetivo para aquele sujeito.
E se fosse contra a Camara Municipal? É contra o município e não contra a Câmara. Quando
seja proposto contra a Câmara, 10º/4. O professor Vasco faz uma crítica a este artigo.
À pouco, encontrámos uma disposição do 55º que relevava para efeitos de legitimidade ativa.
Há alguma disposição que releve para efeitos de legitimidade passiva? Há, o artigo 57º. Os
contrainteressados, 10º/1 parte final.
Porque é que o legislador no artigo 10º/2 tem 2 partes? Qual é a ratio do 10º/2, 2ª parte?
Se não existisse esta segunda parte, o Estado receberia um número infindável de ações
diariamente. Havendo uma centralização da pessoa coletiva pública, quando esta é muito
específica e complexa, não seria a melhor solução atendendo à circunstância do órgão
complexo do governo. Estamos perante uma exceção ao 8º - A/2 em termos de personalidade
judiciária e depois com reflexo a nível do pressuposto. Um ponto importante é o 10º/4 e 5:
Devem partir do artigo 9º/2. Quando se estuda esta matéria, estamos a falar de uma
extensão da legitimidade. É mesmo isso: uma legitimidade alargada. A ação popular não é um
meio processual é uma forma de alargar a legitimidade.
O caso apresenta uma contradição: a saúde pública está a ser tutelada quando a
administração entende fechar a farmácia.
Isto aplica-se a todas as pessoas coletivas que não sejam um Estado e secretarias regionais.
10º/2 CPTA:
4º/1b do estatuto do MP: o MP ora pode demandar o Estado ora pode representar o
Estado ora pode ter intervenção no processo através de representação ora pode emitir
pareceres… Não faz sentido esta multiplicidade de soluções. Quando associamos isso a algo
que já vos disse: o MP não desempenhar as funções que o legislador queria.
Devíamos começar pelo artigo 11º/1 parte final. não está em causa a representação do
Estado.
Tema de post: “sem prejuízo da possibilidade de representação do estado pelo MP” artigo
11º/1. Em que casos? Em 2015 sabia-se, agora não. Em que casos? Na prática foi os casos que
estavam antes de 2015: resp extracontratual do Estado e matérias contratuais. Em 2019, o
legislador adicionou isto: alguém vai decidir em que casos é que o MP intervém? O que vem
recuperar a ideia do anteprojeto de 2014 do CPTA: a defesa do Estado é feita pelo MP,
consultores internos ou ?
28/10/19
A questão 3: interesses difusos que dava o direito de defender os valores em causa.
Remissão para o artigo 55º/1f e que estaríamos perante um fenómeno de extensão de
legitimidade. E a lei da ação popular permitia que estes cidadãos intentassem esta ação.
Também vimos que poderia haver uma aparente contradição porque esta ação seria para
tutelar a saúde pública.
Na questão 4: era preciso saber se nessas ações a representação cabia ao MP. 11º/1, 2ª
parte: não cabia ao MP representar. O patrocínio era por advogados, (…). 4º/1b estatuto do
MP.
Discutir o lugar do MP na representação do Estado – quem é que determina as situações
em que o Estado é representado pelo Ministério Público? E essa escolha está delimitada por
alguns processos ou não? Ou o Estado pode determinar que é o MP a defendê-lo? São todas
elas questões novas por causa da redação do artigo 11º/1.
5. Em que tribunal, em concreto, devem ser intentadas, por Francisco e pelo grupo de
residentes, as respetivas ações?
Para Francisco:
A jurisdição administrativa abarca este tipo de litígios? Artigo 4º para percebermos se este
litígio é do âmbito da jurisdição administrativa. É competente.
4/11/2019
Sexta não temos aula.
O CPTA adota uma noção ampla e aberta de ato administrativo, que compreende toda
e qualquer decisão destinada à produção de efeitos jurídicos numa situação individual e
concreta. Estamos, portanto, perante um ato administrativo.
Os atos impugnáveis são todos aqueles que, em razão da sua “situação” sejam
suscetíveis de provocar uma lesão ou de afetar imediatamente posições subjetivas de
particulares. Todos os atos administrativos são, por definição, impugnáveis, pelo que a
impugnabilidade depende apenas do simples preenchimento do conceito, com a reunião dos
respetivos elementos constitutivos (artigo 148º do CPA). Desta forma, de acordo com o artigo
51º/1, em que ao termos ato administrativo, temos ato impugnável, o ato administrativo em
questão era suscetível de ser impugnado.
Desta forma, segundo os artigos 35º, 36º e 37º/1a, este processo seguiria a forma de
ação administrativa.
Os requisitos de validade dos atos administrativos são aqueles que a lei impõe para que os atos
administrativos sejam aceites como instrumentos incontestáveis de modificação da ordem jurídica. Se um requisito
de validade não for verificado, o ato administrativo é inválido, podendo ser contestado. Se a invalidade do ato for
reconhecida, ele é destruído, sendo feito de tudo para reconstituir a situação que deveria existir se ele nunca
tivesse sido praticado.
As duas formas para assumir a invalidade dos atos administrativos são a nulidade e a
anulabilidade. A nulidade é excecional: os atos administrativos só são nulos quando a lei
expressamente o determina, pelo que, por regra, os atos administrativos inválidos são
anuláveis. As duas modalidades de impugnação têm por objeto a declaração de nulidade e a
anulação dos atos administrativos (artigo 50º/1). A nulidade origina sentenças declarativas e a anulação
origina sentenças constitutivas.
Da declaração de nulidade de atos administrativos, decorre, de acordo com o que está definido no artigo
161º do CPA, que o ato é ineficaz desde o início, pelo que não pode ser objeto de atos de segundo grau. Pode ser
invocada a todo o tempo.
Não há um regime de tipicidade quanto aos tipos de pretensões que podem ser
deduzidas nos tribunais administrativos. Desde que se inscrevam no âmbito da jurisdição
administrativa, todo o tipo de pretensões pode ser deduzido. Tal como em Processo Civil, os
pedidos podem dar origem a sentenças de condenação, constitutivas ou declarativas. Com a
revisão de 2015, todos os processos passaram a ser submetidos a uma única forma processo:
ação administrativa. No entanto, ainda se distinguem as pretensões relativas a atos
administrativos e a regulamentos, havendo pressupostos processuais diferentes.
Todos os pedidos são admissíveis. No entanto, o legislador toma como medida dessa
transformação o anterior recurso de anulação, pelo que qualifica tudo aquilo que vá além da
simples anulação como uma verdadeira e própria cumulação de pedidos.
Artigo 4º/2c - “Legalmente devido”: porque tem que ter base jurídica.
3) A ação “pode ser proposta”, por Marta, “a todo o tempo”, nos termos do
estabelecido no artigo 41.º do CPTA?
Assim, se estivéssemos perante um ato nulo, não haveria qualquer prazo. Porém, se
fosse antes uma impugnação de ato anulável, já estaríamos antes perante um prazo de 3
meses.
Do artigo 10º/2 resulta que, por regra, em todas as ações intentadas contra entidades
públicas, a legitimidade passiva corresponde à pessoa coletiva e não a um órgão que dela faça
parte. Quando esteja em causa uma conduta, ativa ou omissiva de um órgão do Estado que
esteja integrado num Ministério ou órgão de uma Região Autónoma integrado numa
secretaria regional, a legitimidade passiva não corresponde à pessoa coletiva estado, mas ao
Ministério ou secretaria regional a que o órgão pertence.
Artigo 10º/2, 1ª parte, demandamos o instituto dos registos por ser uma pessoa
coletiva de direito público. Devem ser também demandados os contrainteressados, artigo 57º.
Por definição, estes processos administrativos são sujeitos a quotas, ou seja, nem toda
a gente pode ter excelente. Assim, podem também ser demandados. Se fosse demandado o
Conselho Diretivo, considerava-se a ação proposta.
5) Imagine que, no decorrer da ação, o conselho diretivo do Instituto dos Registos e
Notariado, I.P. anula administrativamente o ato administrativo em crise e pratica
um novo ato que, no caso de Marta, passa a classificar a sua prestação de
mediana. A ação em curso pode continuar, tendo por objeto o novo ato?
O prazo do artigo 64º/2 faz sentido? Faz porque estamos perante um ato
administrativo e, havendo regras quanto a estes prazos, tem que se aplicar as regras. No
entanto, antes do trânsito em julgado extingue-se a instância.
Esta matéria deve ser julgada conjugadamente com o artigo 63º e 64º. O artigo 64º é
uma especialidade face ao 63º para sempre que estejam em causa atos anulatórios ou
impugnatórios com efeitos retroativos. Para atos impugnatórios sem efeitos retroativos,
aplica-se o 65º.
O legislador não quer que se proponha uma nova ação quando a causa de pedir é a
mesma, valendo também o 64º/3 para a substituição do próprio ato.
6) Considere que o ato anulatório e o novo ato, que classifica a prestação de Maria
de mediana, foram praticados um dia antes da propositura da ação contra o ato
de base. Todavia, no dia da propositura da ação, Maria ainda não tinha
conhecimento desse facto. Pode a ação prosseguir contra o novo ato?
A grande questão que se coloca é o artigo 64º/1. “com reincidência nas mesmas
ilegalidades” – as ilegalidades podem ser outras… A Administração anulou o ato, tentou
conformá-lo à legalidade e só pode haver continuação do processo se as legalidades forem as
mesmas? Aplicando-se literalmente, isto restringe imenso o campo de aplicação desta figura.
Diminui imenso.
11/11/19
Podemos definir o objeto pela pretensão do autor, identificável pela causa de pedir ou
o pedido. Vai-se estabelecer uma ligação entre o processo e o autor.
A ação administrativa é a ação a ter em atenção quando os processos tenham por objeto
litígios cuja apreciação se inscreva no âmbito da jurisdição administrativa e que não sejam
objeto de regulação especial. Como não se encontra nos casos previstos nem no artigo 36º,
nem no artigo 97º, não será urgente.
Como refere o artigo 66º/1 do CPTA, não está apenas em causa a condenação da
Administração à prática de atos administrativos, mas também a fixação de um prazo
determinado, dentro do qual esses atos devem ser praticados.
De notar que a ação administrativa de condenação à prática de ato devido é de grande amplitude, valendo
tanto contra omissões, ou seja, não atuação por parte da administração, e atos de conteúdo negativo, em que basta
o indeferimento parcial.
Objeto é a pretensão do interessado – é uma ação para defesa de interesses próprios, visando defender o
direito subjetivo do particular que foi lesado pela omissão ou pela atuação ilegal da administração (pelo que o
objeto do processo é o direito subjetivo do particular no quadro da concreta relação jurídica administrativa).
35º, 36º, 37º/1b. Na alínea b), parte final, o legislador diz que pode ser devido por força da
lei ou de vínculo contratualmente assumido.
3) ZENG ZHOU, amiga de longa data de YIZHOU IENG, terá legitimidade processual para
iniciar a competente ação judicial?
Não cabe nas hipóteses dos artigos 9º ou 68º, logo, não tem legitimidade. Nem que fosse
marido e mulher, pai e filha: não é critério. Ou é titular do interesse legalmente protegido, ou
não tem legitimidade.
4) Em que prazo deverá ser proposta tal ação, por quem detenha legitimidade para o
efeito?
Artigo 69º/1 do CPTA: prazo de um ano contado desde o termo do prazo legal
estabelecido para a emissão do ato ilegalmente omitido.
15/11/19
Como se estabelece no artigo 66º/2, ainda que a prática do ato devido tenha sido
expressamente recusada, o objeto do processo é a pretensão do interessado e não o ato de
pronúncia condenatória. O artigo 71º determina ainda que, quando chamado a condenar a
Administração a praticar um ato devido, o tribunal não se pode limitar a devolver a questão ao
órgão administrativo competente, mas antes se deve pronunciar “sobre a pretensão material
do interessado”.
De acordo com o professor Mário Aroso de Almeida, qualquer um destes preceitos faz
apelo à ideia de que, mesmo quando confrontado com um ato administrativo de
indeferimento ou de recusa da apreciação de um requerimento, o titular de uma posição
subjetiva de conteúdo pretensivo que deduza um pedido de condenação à prática de um ato
administrativo não vai discutir em juízo o ato negativo, por referência aos estritos termos em
que ele se possa ter baseado mas vai fazer valer a sua própria posição pretensiva, em todas as
dimensões em que ela se desdobra. O processo de condenação é um processo em que o autor
faz valer a posição subjetiva de conteúdo pretensivo de que é titular, pedindo o seu cabal
reconhecimento e dela fazendo, portanto, o objeto do processo.
Artigo 70º: se passamos a ter ato, não faria sentido passar para os prazos gerais de ato
administrativos? Contra argumento: é a pretensão do interessado que está aqui em causa, não
o próprio ato administrativo.
Este problema coloca-nos na fronteira entre o domínio de administrar, (algo que não se
pretende dos tribunais, sobrepondo os seus próprios juízos subjetivos aos daqueles que
exercem a função administrativa) e o domínio de julgar, em que do que se trata é de verificar a
conformidade da atuação dos poderes públicos com as regras e os princípios de Direito a que
eles se encontram obrigados e, por isso, de determinar, no exercício da função jurisdicional,
em que moldes se deve processar o exercício legítimo dos poderes públicos.
O tribunal deve dizer e aplicar o Direito, em toda a extensão, com que as normas e os
princípios jurídicos sejam chamados a intervir para dirimir os litígios jurídico-administrativos e,
portanto, que ao tribunal cumpre determinar todas “as vinculações a observar pela
administração na emissão do ato devido”, como se retira do artigo 71º/2, sendo este o sentido
genérico do artigo 71º.
O professor Mário Aroso de Almeida defende que pode ser atribuído um maior alcance aos poderes sem deixar
de reconhecer que eles encontram um limite no princípio da separação e interdependência de poderes. Na
perspetiva do professor, tudo depende do entendimento que se assume do princípio da separação de poderes. O
entendimento tradicional preconizava que os tribunais administrativos só fossem admitidos a ter uma intervenção
de sentido negativo sobre o exercício dos poderes administrativos, que se esgotasse na eliminação da ordem
jurídica das manifestações de poder ilegalmente emitidas pela Administração. Entendia-se que se o tribunal fosse
permitido a pronunciar-se positivamente sobre os termos em que o poder administrativo devia ser exercido, ficava
aberta a porta a eventuais abusos por parte do poder judicial, em detrimento dos espaços de valoração próprios do
exercício de discricionariedade administrativa.
Deste modo, não se trata de eliminar os espaços de decisão próprios da Administração, apenas se trata de
assumir que, por incumbência constitucional sobre os tribunais administrativos, enquanto órgãos de soberania com
competência para administrar a justiça em nome do povo nos litígios emergentes de relações jurídicas
administrativas, recai o dever de fazer cumprir a lei e o Direito, em toda a extensão em que a conduta da
Administração se deva pautar por regras e princípios jurídicos. Assim, os tribunais não podem deixar de exercer a
função de que estão incumbidos, pronunciando-se, em toda a extensão em que as normas jurídicas aplicáveis o
permitam, sobre os termos em que a Administração deve definir o Direito através da prática do ato administrativo
que lhe cumpra emitir.
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São normas gerais e abstratas, produzem efeitos externos e são emanadas do poder
administrativo. Os tribunais, como vimos, apenas controlam os limites da Administração.
22/11/19
EXERCÍCIO PRÁTICO N.º 6
Considere a seguinte situação e responda, de modo fundamentado, às questões
colocadas:
Por via de uma portaria, foi aprovado, pela Secretaria Regional dos Transportes da
Região Autónoma da Madeira, o novo regulamento do serviço de transportes de passageiros
do Aeroporto do Funchal.
Uma norma regulamentar compreende toda e qualquer norma cuja emissão se processa
no exercício de poderes conferidos pelo Direito Administrativo, uma vez que, seja qual for o
ramo do Direito em que as normas regulamentares irão ser objeto de aplicação, as regras
sobre a sua produção são de Direito Administrativo, pelo que se incumbe aos tribunais
administrativos fiscalizar a observância dessas regras.
Forma da ação administrativa pelos artigos 35º, 36º a contrario e 37º/1d e 72º e ss,
principal declarativo e não urgente.
3) Em que Tribunal deve ser intentada a ação? Que valor deve ser atribuído à causa?
4) Qual o pedido concreto que deve ser formulado? Qual deverá ser o concreto objeto
processual?
A declaração de ilegalidade com força obrigatória geral só pode ser pedida em relação a
normas imediatamente operativas, ou seja, em relação a normas que produzem efeitos
imediatamente na esfera dos interessados, independentemente da prática de ato concreto de
aplicação, como explicita o nº1 do artigo 73º do CPTA. O pedido pode ser deduzido não
apenas por quem seja diretamente prejudicado pela vigência da norma ou possa vir
previsivelmente a sê-lo em momento próximo. Para além disso, pelo MP e também pelas
“pessoas e entidades referidas no nº2 do artigo 9º”, pelos “presidentes de órgãos colegiais, em
relação a normas emitidas pelos respetivos órgãos” e as pessoas referidas no artigo 55º/2.
Contra uma norma imediatamente operativa pode também ser deduzido um pedido de
desaplicação, nos termos previstos no nº2, mas, neste caso, apenas em 4 situações específicas,
que estão enunciadas nas alíneas a), b), c) e d) do nº1 do artigo 281º CRP: quando o
fundamento da impugnação da norma seja a sua inconstitucionalidade, a violação de lei de
valor reforçado ou a violação do estatuto da região autónoma e violação dos direitos de uma
Região Autónoma consagrados no seu estatuto. Nesses casos, o pedido de declaração de
ilegalidade circunscreve-se ao caso concreto, porquanto a declaração de ilegalidade com força
obrigatória geral, com esses fundamentos, constitui reserva de jurisdição do Tribunal
Constitucional, nos termos do nº1 do artigo 281º da CRP. Sendo que o controlo abstrato da
legalidade pelo TC, nesse contexto, apenas pode ser desencadeado, por força do nº2 do
mesmo artigo da CRP, por um conjunto restrito de entidades, não em função do interesse
pessoal em questão, mas da titularidade de certos cargos. A possibilidade de deduzir um
pedido de desaplicação com qualquer desses fundamentos – para o qual os tribunais
administrativos são competentes – destina-se a evitar que um cidadão lesado, não dispondo
de legitimidade para requerer a declaração de ilegalidade com força obrigatória geral perante
o TC, pudesse ficar impedido de impugnar normas imediatamente aplicáveis sem necessidade
de ato concreto de aplicação. A remissão para o disposto no artigo 281º da CRP deve ser,
naturalmente entendida como reportada apenas aos fundamentos de ilegalidade aí invocados,
e não ao tipo de normas que são suscetíveis de fiscalização de legalidade nos termos deste
artigo 73º, apenas pode incidir sobre normas administrativas. O cidadão pode em concreto
pedir a ilegalidade da norma ao seu caso concreto nos tribunais administrativos. Com força
obrigatória geral, só pode pedir ao TC os do 281º/2.
Com a desaplicação da norma, não é eliminada ao caso concreto, tem efeitos restritos ao
caso concreto. Ao contrário da alínea b) do artigo 73º - que se restringe ao MP.
5) Poderá a ação dar entrada em Tribunal, sete meses após a publicação da Portaria?
Art 74º/1 – imp a todo o tempo, tendo em conta que não se refere que é uma legalidade
formal. O caso aponta para a circunstância de uma ilegalidade material.
Como devem estruturar o artigo 74º?
Até 2015, era muito simples. Tudo o que era impugnação de normas, era a todo o tempo.
Mesmo direito administrativo substantivo, era tido como característico da própria invalidade
das normas administrativas.
2qqQQqA cumulação de impugnações pode ter lugar em relação a atos relativamente aos
quais opere uma relação de prejudicialidade ou de dependência, como é o caso a) quando os
atos tenham sido praticados no âmbito do mesmo procedimento administrativo ou respeitem
a uma mesma relação jurídica b) quando se trate de atos cuja apreciação constitua uma
questão prejudicial relativamente à apreciação de outros atos que também tenham sido
impugnados c) ou quando tenham sido impugnados atos consequentes, de tal modo que a sua
consolidação na ordem jurídica fique dependente da validade do ato antecedente.
Aqui, estaríamos perante uma relação de dependência entre pedidos podendo, por isso,
ser cumulado. De facto, a indemnização em causa depende da declaração de ilegalidade da
norma regulamentar em causa – se a norma nem sequer foi declarada ilegal, não há
indemnização.
Há que ter em conta, porém, que o pedido indemnizatório assenta numa causa de pedir
complexa, na medida em que depende da verificação dos requisitos da responsabilidade civil
(ilicitude, culpa, dano indemnizável e nexo causal), pelo que nem sempre a procedência do
pedido principal acarretará o direito ao pagamento de uma indemnização. Com efeito, pode
suceder que a ilicitude administrativa (consistindo, por exemplo, numa ilegalidade formal) não
possa ser qualificada como facto ilícito para efeitos indemnizatórios, ou não constitua causa
adequada do prejuízo eventualmente sofrido, ou não envolva um juízo de censura, e,
consequentemente, não possa fundamentar um dever de indemnizar.
Como o nosso caso é exatamente referente a uma norma regulamentar imediata, o artigo
130º aplica-se.
O artigo 130º, respeitante à suspensão da eficácia de normas, não substitui o artigo 120º, nem permite
prescindir do regime nele consagrado, como expressamente resulta da remissão contida no nº 4. Por conseguinte, a
suspensão da eficácia de normas depende do preenchimento dos pressupostos do artigo 120º, devendo o tribunal,
na apreciação do pedido de suspensão da eficácia, pautar-se pelos critérios de decisão fixados naquele artigo,
designadamente para o efeito de ponderar a decisão em função dos interesses públicos e privados em presença,
circunscrevendo os efeitos da providência, caso esta deva ser decretada, ao necessário para evitar a lesão dos
interesses defendidos pelo requerente.
O CPTA estabelece uma dualidade de regimes quanto aos tipos de pronúncias que podem
ser requeridas (e proferidas) no domínio da impugnação das normas regulamentares (cfr.
artigo 73.º). Assim, existe a declaração de ilegalidade com força obrigatória geral, que elimina
a norma impugnada da ordem jurídica e que, por isso, em principio, produz efeitos retroativos
erga omnes; e existe a declaração de ilegalidade sem força obrigatória geral, que é uma
declaração de que a norma impugnada é ilegal que só vale para o interessado, permitindo-lhe
"obter a desaplicação da norma", ou seja, impedir que a norma lhe possa ser aplicada (cfr.
notas 2 e 8 ao artigo 73º.
O artigo 128º era o que tinha que ser explorado (pelo 130º/4): não pode com o
requerimento prosseguir com a execução do seu serviço no aeroporto porque de acordo com
o artigo 128º/1 esta proibição de executar justifica-se
O 130º/2 prende-se com os sujeitos que têm legitimidade para requerer estas
providências. Só se aplica ao interessado a título cautelar. Já não é assim se estivermos a falar
por um pedido formulado pelas entidades no nº2. Mas não deixa de ser estranho à primeira
vista: a título principal consegue que a norma desaparece, mas a título cautelar só para ele?
Quanto ao momento em que João pode usar ou não o táxi, 128º, pode continuar a
conduzir. Paralisou os efeitos da norma. Era um efeito proibitivo. Outro exemplo: imaginem
que é um ato da ASAE que determina o encerramento imediato do restaurante. O ato
começou a produzir efeitos. Com a providência, o requerente consegue paralisar e ter o
restaurante aberto. Porém, há um grave prejuízo para o interesse público, está em causa a
saúde pública.
A providência cautelar tem que ser objeto de despacho liminar do juiz? Tem que haver,
pelo artigo 116º.
02/12/19
O legislador regula a tramitação da ação administrativa a partir de 2015, tomando por
base a regulação que já existe para a ação administrativa fiscal. Tal leva-nos a uma
consequência muito imediata.
Artigo 78º
Tem que se conjugar o artigo 78º com o artigo 80º. Há elementos a verificar na petição
inicial. Tínhamos uma omissão. Desde o dia 17 de novembro deste ano, o processo
administrativo é desmaterializado. Sendo desmaterializado, à semelhança do que já acontece
na jurisdição comum, verdadeiramente quando se fala em recusa da secretaria, nos casos da
via eletrónica, que é a maior parte dos casos, quando não se insere essa informação, dá-se a
recusa de petição.
Quanto a estas informações, os articulados perdem relevo pelo 24º/3: o que conta é o que
está na verificação estruturada, mas pode ser corrigida. O sistema permite correções.
O que é o processo administrativo? 87º/3: o juiz vai determinar um prazo para o autor
providenciar. Se não houver lugar a isso, há lugar à absolvição da instância.
Tratando-se de uma pretensão de impugnação, é preciso juntar obrigatoriamente. Quanto
à documentação, o 78º/4 permite que o autor remeta para os documentos constante no
processo administrativo. Nos termos do CPA, o processo administrativo é a corporização do
procedimento administrativo. Todo o procedimento administrativo tem que ter uma
corporização, seja física, documental ou eletrónica. É isso que consubstancia o processo
administrativo – artigo 1º/2 do CPA. Este processo é essencial, tendo que estar numerado ou
organizado de modo sequencial nos termos previstos no CPA e vai ter que ser junto ao
processo. Quem tem o dever de junção? A entidade demandada, por ser esta que a detém –
artigo 84º, tem que ser junta com a contestação, no prazo da contestação.
85º-A/6 não podia responder. Quem poderia responder em sede de réplica seria o
demandado. Em sede de réplica, seria apenas o 85º/1. Sendo autora, nunca tem direito a
tréplica.
Artigo 161º: houve decisão transitada em julgado. Se há decisões muito conexas, faz
sentido usar essa decisão nos outros casos. O artigo 161º consagra um mecanismo que
visa atingir esse fim. Porém, esta não é a causa.
No entanto, já que referimos o artigo 161º, é importante referir o artigo 48º do CPTA.
Estamos perante situações de existência de um número considerável de processos,
prevendo mais de 10 processos. Têm conexão entre si nos termos do 48º/1. O legislador
prevê a possibilidade de selecionar o ou os processos piloto. O processo que vai à frente
do outro, sendo que os demais ficam parados/suspensos. O tribunal vai focar os seus
esforços no tal processo piloto que vai a frente dos outros. Quando tivermos a decisão
desse processo, tal vai ter impacto nos outros processos. 48º/9 e 10. Têm um exemplo
prática de aplicação desta figura que é, provavelmente, o ato mais impugnado na história
administrativa que é a devolução do BES. A questão jurídica é a mesma em todos, não
fazia sentido estar-se a decidir um a um, ainda por mais havia o risco de divergência nas
decisões, risco esse que importa mitigar.
Artigo 86º: facto modificativo nos termos do nº1 e pelo nº2 podia ser considerado
superveniente. Podia ser apresentado um articulado superveniente.
Saber se verdadeiramente não há, com essa suspensão automática, uma perda objetiva
daquela parte processual advento dessa apensação. Essa questão não está resolvida. Se virem
o 48º/9, só o autor é que podia recorrer até 2019. Porém, tal mudou. Será que este
mecanismo pode levar a um prejuízo daquela parte em concreto?
6/12/2019
6) Tendo presente que a exposição fáctica, promovida na petição inicial, apresenta
várias imprecisões, o que deve fazer o juiz do processo?
Nos termos do artigo 87º, n.º 1, após a fase dos articulados, o processo é concluso ao juiz,
cujo conteúdo lhe cumpre analisar.
Subsequentemente, na fase de gestão processual, poderá ser necessário que o Juiz profira
despacho pré-saneador, que, no que releva aqui para este caso prático, destinar-se-ia a
providenciar pelo aperfeiçoamento dos articulados (art. 87.º/1/b). Nos termos do n.º 3, recai
sobre o Juiz um poder-dever (que é vinculado e, portanto, ele deve exercer) de, no âmbito do
despacho de aperfeiçoamento, convidar as partes ao suprimento das insuficiências ou
imprecisões na exposição ou concretização da matéria de facto alegada. Tal ocorrerá,
nomeadamente, quando o Juiz constante a inconcludência da fundamentação/alegação do
autor, pela falta dos factos complementares necessários para determinar a procedência do
pedido.
Assim, nos termos do n.º 3, o Juiz fixa prazo para a apresentação de articulado em que se
complete ou corrija o inicialmente produzido.
Caso o autor não proceda ao suprimento ou correção dentro do prazo que lhe foi fixado
para o efeito, há lugar à absolvição da instância (artigo 87º, nº 7).
Mas se o juiz determinar a absolvição da instância sem ter previamente emitido despacho
de aperfeiçoamento, o artigo 87º, nº 8, admite o autor a apresentar nova petição na qual
observe as prescrições em falta, dispondo, para o efeito, do prazo de quinze dias, contado
desde a data da notificação da decisão. A substituição da petição não compromete a
tempestividade do uso do meio processual utilizado, considerando-se, para esse efeito, que a
segunda petição foi apresentada na data em que o tinha sido a primeira.
9) Imagine que, enquanto juiz, entende que Maria é parte ilegítima. Todavia, só se
apercebeu de tal questão meses depois de ter proferido despacho saneador. Pode,
neste quadro, julgar procedente tal exceção, em sede de sentença final?
10) O ente público demandado entende que se torna necessária a realização de uma
perícia. Maria discorda e defende nos autos que a pretensão do demandado tem um
único objetivo: atrasar o processo. Quid iuris?
13) Na petição inicial, Maria sustentou, entre outros vícios, que o ato impugnado violava
o princípio da proteção da confiança. Esta violação, no entender de Maria,
suportava-se em três argumentos autónomos. Porém, em sede de decisão final, o
Tribunal só analisou dois dos argumentos invocados por Maria, tendo
imediatamente concluído que a violação de tal parâmetro não ocorria. Terá o
Tribunal preterido o disposto no artigo 95.º, nº 1 e 3 do CPTA?
9/12/2019
EXERCÍCIO PRÁTICO N.º 8
Ana foi liminarmente excluída por não ser detentora do grau de mestre em Direito,
tendo, todavia, sido admitidos todos os participantes detentores de licenciatura pré-
Bolonha.
Pretende-se assegurar a rápida estabilização das situações jurídicas constituídas pelos atos
jurídicos praticados no âmbito de procedimentos administrativos que envolvem um grande
número de destinatários com interesses contrapostos, que poderão originar uma
multiplicidade de processos jurisdicionais, porque é de interesse público e de todos os
envolvidos obter uma composição definitiva dos litígios em tempo razoável, de modo a
satisfazer as necessidades de recrutamento de pessoal e de contratação para o exercício de
funções públicas, e, noutro plano, estabilizar os resultados de provas públicas que podem
repercutir-se de forma muito significativa na esfera jurídica dos interessados.
Para esse efeito, o presente artigo procura promover a celeridade processual, com a
redução do prazo de propositura da ação e dos prazos de tramitação e a simplificação do
processado (n.º 3), ao mesmo tempo que adota mecanismos de concentração processual,
dirigidos a assegurar que todos os litígios respeitantes a um mesmo ato administrativo possam
ser dirimidos perante um mesmo tribunal e num único processo, através da previsão de uma
regra específica de competência territorial, segundo a qual as ações devem ser propostas no
tribunal da sede da entidade demandada, e não no tribunal da área de residência ou sede do
autor (n.º 2), e de um regime de apensação obrigatória, quando sejam propostas
separadamente ações que pudessem ser reunidas num único processo (n.º 4).
Em primeiro lugar, este caso qualifica-se por ter em causa o contencioso dos
procedimentos de massa, enquadrando-se o concurso na alínea a) do artigo 99º do CPTA.
Desta forma, o nº 2 do mesmo artigo determina que a ação seja proposta na sede da
entidade demandada.
Urgente – 36º/1b.
Imaginem que foram excluídas 60 pessoas de 100 e ninguém impugnou. Porém, na fase da
seriação há quem queira impugnar. Logo aí questiona-se: ficaram só 40: o requisito dos 50
ficou preenchido? verdadeiramente, o que é que o legislador terá querido? O inicial porque é
mais pautável. O que é que são participantes? Isto discute-se muito. Apesar de este meio
processual ser muito jovem, é problemático.
O nº 2 do artigo 99º afasta o regime geral em matéria de prazos que resulta do disposto no
artigo 58º, para a impugnação de atos administrativos, e no artigo 69º, para a condenação à
prática de ato devido, reduzindo o prazo de propositura da ação para um mês, à semelhança
do que sucede com os processos de contencioso pré-contratual (artigo 101º), mas ressalva, no
segmento inicial do preceito, a existência de ''disposição legal em contrário". A lei pretende,
deste modo, excecionar ao regime-regra os prazos de caducidade estabelecidos em diplomas
legais que regulem especialmente os procedimentos de recrutamento ou concurso de pessoal
e de realização de provas, que integram o âmbito aplicativo do contencioso dos
procedimentos de massa e que, segundo o princípio da especialidade, prevalecem sobre o
Direito geral.
Nada parece obstar, no entanto, a que a propositura da ação seja admitida para além do
prazo legalmente fixado nas situações em que ocorra justo impedimento, nos termos da alínea
a) do nº 9 do artigo 58º. Isso porque se trata de uma figura de aplicabilidade geral, como tal
também admitida em processo civil, que implica a demonstração da ocorrência de um evento
imprevisível totalmente impeditivo da prática atempada do ato processual e que não acarreta,
pelo próprio condicionalismo da sua admissibilidade, uma dilação significativa quanto ao prazo
de propositura da ação, pelo que não prejudicará as finalidades de celeridade e concentração
processual que se pretendem atingir com a instituição do meio processual previsto no
presente artigo 99º.
4) Que prazo terá Ana para responder à matéria de exceção deduzida em sede de
Contestação?
Artigo 99º/5c – 10 dias página 400!
5) Que prazo terá o Tribunal para decidir o pleito?
Artigo 99º/6 ex vi nº 5/b. o próprio 99º quer que os tribunais superiores decidam esses
processos e tal vê-se também pelo nº 6.
6) Pode Ana pedir o decretamento de uma providência cautelar de suspensão da
eficácia do ato de exclusão de que foi destinatária?
Não pode cumular! A ação é urgente, mas o ato não suspenso.
Por outro lado, o objeto do contencioso dos procedimentos de massa está circunscrito
ao contencioso dos atos administrativos, englobando os pedidos de anulação ou declaração de
nulidade de atos administrativos e os pedidos de condenação à prática de ato administrativo.
Parece ter-se pretendido excluir, deste modo, qualquer outro dos pedidos dedutíveis no
âmbito da mesma relação jurídica, como sejam os pedidos de declaração de ilegalidade de
normas conformadoras do procedimento ou os pedidos de reparação de danos resultantes da
prática de atos ilícitos. Do disposto no nº 1 do artigo 5º já não parece resultar, entretanto, que
também se tenha pretendido afastar, neste contexto, a possibilidade de cumulação de
pedidos, quando o pedido cumulado não se integre no contencioso dos atos administrativo.
13/12/19
2 frases para comentar e não é garantido que a simulação saia.
Tema apetecível para perguntas teóricas: hoje saiu o diploma que procede à criação
dos juízos especializados – decreto lei 174/2019. Ainda terá de ser emanada uma portaria que
procede à instalação, mas é um caso relevante. Não sobrecarrega o CAT de Lisboa com este
juízo, provavelmente o tribunal de círculo até ficará instalado em Almada ou em Sintra, tendo
uma competência alargada à área de Lisboa.
Um bom exemplo para se perceber o artigo 128º prende-se com um restaurante que é
objeto de fecho pela ASAE num programa televisivo. Os proprietários dirigem-se a vocês.
Apresentam providência cautelar. A partir do momento em que a Administração é citada, o ato
fica suspenso, podendo o restaurante reabrir.
Porém, a Administração também pode atuar, justificando porque é que esta suspensão
é gravemente prejudicial para o interesse público – neste caso, a saúde pública.
A propósito deste incidente, podem levantar-se várias questões. Por exemplo, pode
nem sempre haver atos de execução – nessas situações, como se tutela o requerente?
Uma das críticas que era feita ao artigo 128º/1 era que não se protege a posição dos
contrainteressados. Para tal, o legislador em 2015 introduziu os beneficiários do ato.
Literalmente, significa que os próprios beneficiários do ato podem emitir a suspensão de ato?
Simulação
Quanto ao meio processual: em que casos é que é usado a ação administrativa urgente
de contencioso pré contratual? Está em causa uma pretensão impugnatória referente a atos
pré contratuais – o ato de adjudicação. Porém, isto não basta: tem de ser um procedimento
pré contratual tendente à formação de um destes contratos. Será a aquisição de um bem
móvel ou de um serviço?
Questão do prazo deste meio processual: muito importante o artigo 101º e não dizer
só que é de um mês, mas também a partir de quando é que é ele começa a contar. Artigo
101º, parte final, que remete para os artigos da ação administrativa, nomeadamente o 59º/2 e
3.
Este meio processual, para quem teve Direito Administrativo III terá tido isso mais
presente, corresponde a uma transposição de uma Diretiva comunitária, querendo haver uma
rápida estabilização do procedimento. O próprio 103º-A (comparar este com o 128º). No nosso
caso era preciso problematizar se o contrato já estava integralmente executado ou não. Faria
sentido mobilizar este meio processual? Estabelecimento de um travão à execução de um
contrato? 45º-A/1a. Sobretudo quanto às partes ativas, tipos de legitimidade diversos: não
esquecer que há regras próprias em matéria de cumulação de pedidos que, aliás, têm impacto
no tribunal competente. Quanto ao valor da causa também, 32º/7.