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ÍNDICE

PARTE 1 – NOTAS INTRODUTÓRIAS....................................................................................2


1. Introdução........................................................................................................................2
1.2. Siglas e abreviaturas.....................................................................................................4
PARTE 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................5
2. Princípio da legalidade da administração.........................................................................5
2.1. Conteúdo......................................................................................................................5
2.2. Objecto.........................................................................................................................5
2.3. Modalidades.................................................................................................................6
2.4. Excepções ao princípio da legalidade...........................................................................7
2.5. Natureza e âmbito do princípio da legalidade...............................................................7
PARTE 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................9
3. Conclusão.........................................................................................................................9
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................10
3.2. Legislação..................................................................................................................10
PARTE 1 – NOTAS INTRODUTÓRIAS

1. Introdução
No âmbito do ordenamento jurídico, o princípio da legalidade do poder
administrativo emerge como um alicerce fundamental para a estabilidade e legitimidade
das acções do Estado. Este princípio estabelece que a Administração Pública só pode
actuar de acordo com a lei, sendo vinculada por esta, e não pode agir à margem do
arcabouço normativo que lhe é imposto. Sua relevância é inquestionável, uma vez que
garante a protecção dos direitos e interesses dos cidadãos, enquanto baliza a actuação
estatal dentro de limites previsíveis e controláveis.

No escopo deste estudo, será realizada uma análise aprofundada do princípio da


legalidade do poder administrativo, considerando seus desdobramentos teóricos e suas
implicações práticas. Será explorada a relação entre a legalidade e a discricionariedade
administrativa, bem como a forma como esse princípio interage com outros postulados
do Direito Administrativo, como a proporcionalidade e a razoabilidade.

1.1. Objectivos:

1.1.1. Objectivo geral

1.1.2. Objectivos específicos

1.1.3. Motivação

Bom, pelo caracter de extrema importância do tema e seu notável valor de


interesse, sentimo-nos bastante motivados, pois sabe-se de antemão que a que para
manter a estabilidade, ordem e o bem geral a sociedade, essa carece de normas,
sentimo-nos também bastante motivados pois ao quando da materialização do nosso
trabalho pudemos aprender muito, e sanar algumas dúvidas que o grupo tinha em
relação ao tema e expandir o nosso horizonte de conhecimentos.

1.1.4. Metodologia usada

No âmbito da materialização do trabalho o grupo optou pelo método indutivo,


isto é, primeiro analisamos o nosso tema num prisma geral e por conseguinte passamos
a analisar o tema em uma vertente mais restrita. O grupo optou por essa metodologia,
pois é mais fácil contextualizarmo-nos saindo de uma visão geral do tema o que não
acontece quando tem-se como ponto de partida a visão restrita.

2
1.1.5. Estrutura

O trabalho obedece a seguinte estrutura: introdução, objectivo geral e


específicos, metodologia; o princípio da legalidade; conclusão e referências
bibliográficas.

2
PARTE 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2. Princípio da legalidade da administração


O n.º 3 do art.º 2.º conjugado com o n.º 2 do 248º da CRM abre a porta ao
Estado de Direito, dispondo que “o Estado subordina-se à Constituição e funda-se na
legalidade”. Destaca-se, a partir daqui, a sujeição jurídica de todos (tanto da
colectividade quanto do poder político) à lei (Rêgo).

Para CAUPERS (2009), a formulação moderna do princípio da legalidade,


consubstancia-se na ideia de que os órgãos e agentes da A.P. somente podem agir com
fundamento na lei e dentro dos parâmetros por esta estabelecidos. Actualmente, a
legalidade desempenha duas funções: procurar assegurar o primado do poder legislativo
sobre o administrativo, e garantir os direitos e interesses dos particulares. Em outras
palavras, esse princípio é “directriz básica da conduta dos agentes da Administração.
Significa que toda e qualquer actividade administrativa devem ser autorizadas por lei.
Não o sendo, a actividade é ilícita. Trata-se da ideia de que a validade da actuação do
administrador público está condicionada à prévia autorização legislativa1.

O princípio da legalidade, cobre e abarca todos os aspectos da actividade


administrativa, e não apenas aqueles que possam consistir na lesão de direitos ou
interesses dos particulares2.

A lei não é apenas um limite à actuação da Administração é também o


fundamento da acção administrativa. (art.º 4 da LPA)

2.1. Conteúdo.
O principio da legalidade abrange o respeito máximo à lei, como também a
subordinação da A. P. à todo o bloco legal, (art.º 18/al. “a” conjugado com o 19º da
LEBOFA) desde a Constituição, a lei ordinária, o regulamento, os direitos resultantes
do contracto administrativo e de direito privado ou do acto administrativo que constitua
direitos3. A violação de qualquer das categorias ora referenciadas, constitui ilegalidade,
sendo a violação directa da legalidade.

2.2. Objecto

1
COSTA. Bruno Betti. Direito Administrativo. Vol. II. 1ª Edição. CP Iuris Editora. Brasília. 2023. Pág. 14.
2
AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de Direito Administrativo, Vol. I, Almedina. Lisboa.
3
AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de Direito Administrativo – Vol. II. S/ed. Coimbra. Edições Almedina.
2006. Pag 50.

2
O principio da legalidade, tem por objecto todos os actos de comportamento da
A.P. desde, o regulamento, a decisão unilateral, o contracto administrativo e os simples
factos jurídicos4. Qualquer violação decorrente da sua actuação gera ilegalidade e todas
as consequências jurídicas daí decorrentes (invalidade, responsabilidade civil, etc.)

Segundo MACIE (2012), o princípio da legalidade incide sobre todo o tipo de


comportamento da Administração Pública. Isto é, sobre todas as manifestações do poder
administrativo como: regulamentos, actos administrativos, contractos e as operações
matérias. Quanto ao conteúdo propriamente dito este princípio consiste na subordinação
da A.P. ao bloco da legalidade. Ainda em relação ao conteúdo do princípio da
legalidade da Administração Pública, expõem ODETE MEDAUAR e CHALES
EISENMANN que podem em tese ser cogitadas quatro acepções5:

I. A Administração pode praticar todos os actos que não sejam contrários à lei
(art.º 19/2 da lei 7/2012 de 8 de Fevereiro);
II. A Administração só pode fazer o que a lei autoriza (art.º 19/1 da lei 7/2012 de 8
de Fevereiro);
III. A Administração só pode praticar os actos cujo conteúdo advenha de um
esquema abstracto já preestabelecido pela lei; e
IV. A Administração só pode fazer os actos que a lei ordená-la a fazer.

2.3. Modalidades
O primado do poder legislativo reveste duas facetas:

A negativa6 ou preferência da lei7, que se traduz na circunstância de os órgãos e


agentes da A.P. não poderem praticar actos contrários à lei ou seja, nenhum acto de
categoria inferior à lei deve contrariar o bloco de legalidade;

E a positiva8 ou reserva de lei9 que resumidamente, é a necessidade de habitação


legal para os actos da Administração Publica ou seja, nenhum acto poder ser aplicado
sem fundamento legal. A reserva de lei para Vieira de Andrade (citado por AMARAL,
4
AMARAL, Diogo Freitas do. Ob. Cit. Pág. 50.
5
ARAGÃO, Alexandre Santos. Curso de Direito Administrativo. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Editora Forense.
2013. Pág. 156.
6
MACIE, Albano. Ob. Cit. Pág. 327
7
AMARAL, Diogo Freitas do. Ob. Cit. Pág. 50.
8
MACIE, Albano. Ob. Cit. Pág. 328.
9
AMARAL, Diogo Freitas do. Ob. Cit. pág. 50.

2
2006) acredita que para além de significar que a actuação da A.P. deverá sempre ter a
lei como pressuposto, funciona também como critério de regulação da intensidade da
normação legislativa.

2.4. Excepções ao princípio da legalidade


A doutrina discute em relação à excepcionalidade desta (estado de necessidade
do principio da legalidade), onde, parte da doutrina, fazendo menção à autores como
Marcelo Rebelo de Sousa, defendem que o estado de necessidade é mais uma espécie de
legalidade excepcional sendo tal, susceptível de cobrir certas actuações administrativas,
tornando-as “legais”. A outra fracção doutrinária (Diogo Freitas do Amaral) acredita
que quando a Administração Pública quando actua defeituosamente em estado de
necessidade está a cometer deveras, uma actuação ilegal, mas com circunstâncias
legítimas.

Destas duas posições é importante trazer o pensamento do autor CAUPERS


(2009), que em seu entender, o estado de necessidade é uma verdadeira excepção ao
princípio da legalidade, por, a sua invocação não excluir a ilegalidade, mas, justificar.
Apesar de continuar ilegal o acto.

O que consubstancia-se no previsto no numero 4 do art.º 4 do Decreto 30/2001


de, 15 de Outubro, conjugado com o numero 3 do artigo 4 da Lei n.º 14/2011, de 10 de
Agosto. Porém, se a actuação da Administração Pública lesionar aos particulares, estes,
querendo podem ser indemnizados segundo as regras gerais da responsabilidade da
Administração Pública (cfr n.º 4 do 4º art. da Lei 14/2011, de 10 de agosto)10.

É crucial deixar ficar o trecho da alínea b) do número 1 do art.º 4 da lei n.º


24/2013, de 1 de Novembro, na qual qualifica ao tribunal administrativo: “o controlo da
legalidade dos actos administrativos e de aplicação das normas regulamentares
emitidas pela A.P. do nível central”.

2.5. Natureza e âmbito do princípio da legalidade


Um dos problemas que mais se debateu neste âmbito, retracta à natureza deste
belo principio, a pergunta que se coloca é: a A.P. deve obediência à lei, no sentido
amplo (em todos os casos e manifestações típicas do poder administrativo), ou deve
obediência à legalidade apenas quando se esteja em causa o sacrifício de direitos e
interesses particulares?
10
MACIE, Albano. Ob. Cit. Pág. 331.

2
A doutrina alemã, fez a distinção entre administração agressiva e administração
constitutiva.

Administração agressiva - é basicamente quando a A.P. vem munida do ius


imperri e, pelo seu poder, impõe ou sacrifica os direitos ou interesses dos particulares, é
o caso da proibição, nacionalização, quando dá ordens, revoga licenças, ou recusa
autorizações, aí estamos perante exemplos de uma administração coerciva.

Administração constitutiva – é quando a A.P. aparece-nos como prestadora de


serviços, ou seja, quando vem entorno do interesse do particular ou seja, beneficiando
esse mesmo particular. Exemplo: no serviço público escolar, no serviço de segurança
social e entre outros.

Logo, o princípio da legalidade, na sua formulação moderna deve abarcar tanto a


administração agressiva como a constitutiva 11. Que é oque se verifica no nosso
ordenamento, onde a A.P. pelo privilégio da execução prévia actua como
“administração agressiva” e quando tem como fim a prossecução do interesse colectivo
(248 CRM), a A.P, está aqui a estabelecer um papel de “administração constitutiva”.

11
AMARAL, Diogo Freitas do. Ob. Cit. Pág. 60.

2
PARTE 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

3. Conclusão

2
3.1. Referências bibliográficas
AMARAL, Diogo Freitas do. Curso de Direito Administrativo – Vol. II. S/ed.
Coimbra. Edições Almedina. Fevereiro de 2006.

ARAGÃO, Alexandre Santos. Curso de Direito Administrativo. 2ª Edição. Rio


de Janeiro. Editora Forense. 2013.

CAUPERS, João. Introdução Ao Direito Administrativo. 10ª Edição. Lisboa.


Âncora editora. Setembro de 2009.

COSTA, Bruno Betti. Direito Administrativo. Vol. II. 1ª Edição. Brasília. CP


Iuris Editora. 2023.

MACIE, Albano. Lições de Direito Administrativo. Vol. I. S/ed. Maputo,


Moçambique. Escolar Editora. 2012.

MACIE, Albano. Lições de Direito Administrativo. Vol. I. S/ed. Maputo,


Moçambique. Escolar Editora. 2021.

RÊGO, Morreira. Colecção Textos de apoio para estudantes de Direito


Administrativo (2013).

3.2. Legislação
Decreto n.º 30/2001 de, 15 de Outubro que aprova as Normas de Funcionamento
dos Serviços da Administração Pública;

Lei n.º 14/2011, de 10 de Agosto que regula a formação da vontade da


Administração Pública, estabelece as normas de defesa dos direitos e interesses dos
particulares;

Lei 7/2012 de 8 de Fevereiro que aprova a Lei de Base da Organização e


Funcionamento da Administração Pública.

Lei n.º 24/2013, de 1 de Novembro;

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