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1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................2
1.1. Objectivos....................................................................................................................................3
1.1.1. Geral....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos...........................................................................................................................3
1.2. Metodologia.................................................................................................................................4
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................................5
2.1. Noção de acto administrativo.......................................................................................................5
2.2. Conceitos de Actos Administrativos............................................................................................5
2.2.2. Funções primordiais dos actos administrativos....................................................................6
2.3. Requisitos de Validade (ou de Formação) do Ato Administrativo...............................................6
2.4. Mérito do Ato Administrativo.....................................................................................................8
2.5. Teoria dos Motivos Determinantes..............................................................................................9
2.6. Atributos/ características do Ato Administrativo.......................................................................10
2.7. Tipologia dos Actos Administrativos.........................................................................................12
2.7.1. Actos primários..................................................................................................................12
2.7.2. Actos Secundários..............................................................................................................14
2.8. Classificação do Acto Administrativo........................................................................................15
2.8.2. Quanto a formação, ao Autor ou ainda Sujeitos.................................................................16
2.8.3. Quanto aos Efeitos.............................................................................................................16
2.8.4. Quanto ao objeto................................................................................................................17
2.8.5. Quanto ao Regramento ou Grau de Liberdade...................................................................17
2.8.6. Quanto ao número de partes do ato administrativo............................................................18
2.8.7. Quanto à modificação da esfera jurídica dos afetados pelo ato administrativo..................18
2.9. Espécies ou Modalidades dos Atos Administrativos..................................................................18
2.10. Extinção do acto administrativo.............................................................................................19
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................20
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................................21
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Direito Administrativo II, que pertence ao
plano do curso de Licenciatura em Administração Publica, Comercio e Finanças (4º ano, 8º
semestre), com o objectivo de falar do tema “actos Administrativos”.
Este tema foi escolhido entre vários outros temas apresentados por considerar que a matéria
sobre o acto administrativo é de grande importância para a disciplina de Direito Administrativo,
assim irei falar sucintamente considerando os aspectos mais importantes do tema.
A Administração Pública realiza sua função executiva por meio de atos jurídicos que
recebem a denominação especial de atos administrativos. Tais atos, por sua natureza, conteúdo e
forma, diferenciam-se dos que emanam do Legislativo (leis) e do Judiciário (decisões judiciais),
quando desempenham suas atribuições específicas de legislação e de jurisdição (Fonseca, 2014).
Temos, assim, na atividade pública geral, três categorias de atos inconfundíveis entre si: atos
legislativos, atos judiciais e atos administrativos (Fonseca, 2014).
A prática de atos administrativos cabe, em princípio e normalmente, aos órgãos executivos,
mas as autoridades judiciárias e as Mesas legislativas também os praticam restritamente, quando
ordenam seus próprios serviços, dispõem sobre seus servidores ou expedem instruções sobre
matéria de sua privativa competência (Fonseca, 2014).
Esses atos são tipicamente administrativos, embora provindos de órgãos judiciários ou de
corporações legislativas, e, como tais, se sujeitam a revogação ou a anulação no âmbito interno
ou pelas vias judiciais, como os demais atos administrativos do Executivo (Fonseca, 2014).
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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Avaliar os impactos dos actos administrativos sobre a administração pública.
1.1.2. Específicos
Definir os conceitos de ato administrativo;
Estabelecer os requisitos de validação dos actos administrativos;
Identificar as características dos actos administrativos;
Indicar os tipos de actos administrativos; e
Descrever as espécies dos actos administrativos.
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1.2. Metodologia
Para a concretização dos objectivos específicos deste trabalho utilizamos como metodologia
a pesquisa bibliográfica, pois o presente trabalho de pesquisa foi meramente de revisão de
literatura. Esta pesquisa bibliográfica assentou-se também em manuais, artigos técnicos. O tipo
de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo, pois o que se pretende é descrever
os Actos Administrativos. A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-
se uma pesquisa bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam assuntos ligados ao
direito, direito administrativo, administração pública, administração pública em Moçambique e
Actos Administrativos, fez-se também a consulta de artigos científicos, teses, dissertações,
monografias, pesquisas científicas, mais algumas explanações e definições de conceitos
importantes utilizados durante a pesquisa desse trabalho, e por outro lado foi feita a pesquisa na
internet como forma de conhecer as actuais abordagens acerca dos Actos Administrativos.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
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Acto Administrativo é uma estatuição autoritária, relativa a um caso concreto, praticado por
um órgão da administração, no uso de poderes administrativos e que visa produzir efeitos
jurídicos externos, positivos ou negativos.
Acto administrativo é a “declaração do Estado ou quem lhe faça as vezes (pode ser praticado
pelo Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário), expedida em nível inferior à lei – a
título de cumpri-la (distingue o ato administrativo da lei), sob regime de direito público
(distingue do ato administrativo do ato de direito privado) e sujeita a controle de legitimidade por
órgão jurisdicional (distingue o ato administrativo do ato jurisdicional) ”.
Acto Administrativo é a decisão que regula o caso concreto e que tem forca executória
própria. Segundo a Lei do procedimento Administrativo de Moçambique (2011) 1, o acto
administrativo é a decisão do órgão da administração que ao abrigo das normas de direito
publico visem produzir efeitos jurídicos numa situação individual e concreta (Ramalho, 2007).
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Lei nº 14/2011 de 10 de Agosto: procedimento Administrativo de Moçambique
2
Vista em: https://escola.mmo.co.mz/o-acto-administrativo/#ixzz6kPIuTjyG
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O exame do acto administrativo revela nitidamente a existência de cinco requisitos
necessários à sua formação, a saber: competência, finalidade, forma, motivo e objeto, Ramalho
(2007), acrescenta mais um requisito, o “sujeito” como sendo mais um dos requisitos/elementos
da estrutura para a formação do acto administrativo (Fonseca, 2014).
2.3.1. Sujeito
Constituem-se como sujeitos do acto administrativo, o autor e o destinatário, ou seja, o
acto administrativo relaciona-se a dois sujeitos: a administração pública e um particular, ou por
vezes pessoas colectivas públicas (Ramalho, 2007).
2.3.2. Competência
Para a prática do acto administrativo a competência é a condição primeira de sua
validade. Nenhum acto - discricionário ou vinculado - pode ser realizado validamente sem que o
agente disponha de poder legal para praticá-lo (Fonseca, 2014).
Entende-se por competência administrativa o poder atribuído ao agente da Administração
para o desempenho específico de suas funções. A competência resulta da lei e por ela é
delimitada (Fonseca, 2014).
2.3.3. Finalidade
A finalidade a ser buscada por um agente público, quando pratica um acto
administrativo é aquela que a lei indica explícita ou implicitamente; não cabe ao administrador
escolher outra, ou substituir a indicada na norma administrativa (Fonseca, 2014). O acto
administrativo deve ter por finalidade sempre o interesse público. Não se compreende acto
administrativo sem fim público. A finalidade é, assim, elemento vinculado de todo acto
administrativo - discricionário ou regrado - porque o Direito Positivo não admite acto
administrativo sem finalidade pública ou desviado de sua finalidade específica (Fonseca, 2014).
2.3.4. Forma
É o revestimento exteriorizador do acto administrativo, a vontade da administração
exige procedimentos especiais, formal e legal, ou seja, por escrito (Fonseca, 2014).
Enquanto a vontade dos particulares pode manifestar-se livremente, a da Administração
exige procedimentos especiais e forma legal para que se expresse validamente. Todo acto
administrativo é, em princípio, formal (Fonseca, 2014).
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2.3.5. Objeto
O objeto identifica-se com o conteúdo do acto, através do qual a Administração manifesta
seu poder e sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes. O acto administrativo
deve ter objeto lícito, possível e de interesse da Administração Pública (Fonseca, 2014).
2.3.6. Motivo
O motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a
realização do acto administrativo. O motivo, como elemento integrante da perfeição do acto,
pode vir expresso em lei como pode ser deixado ao critério do administrador. No primeiro caso
será um elemento vinculado; no segundo, discricionário, quanto à sua existência e valoração
(Fonseca, 2014).
O que convém reter é que o mérito administrativo tem sentido próprio e diverso do
mérito processual e só abrange os elementos não vinculados do ato da Administração, ou
seja, aqueles que admitem uma valoração da eficiência, oportunidade, conveniência e
justiça (Fonseca, 2014).
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No mais, ainda que se trate de poder discricionário da Administração, o ato pode ser revisto e
anulado pelo judiciário, desde que, sob o rótulo de mérito administrativo, se aninhe qualquer
ilegalidade resultante de abuso ou desvio de poder (Fonseca, 2014).
Poderíamos então concluir que a discricionariedade do ato discricionário está no seu motivo
e no seu objeto. Esta discricionariedade que significa a liberdade, a conveniência e oportunidade
é o que se denomina mérito do ato administrativo.
Pela motivação, o administrador público justifica sua ação administrativa, indicando os fatos
(pressupostos de fato) que ensejam o acto e os preceitos jurídicos (pressupostos de direito) que
autorizam sua prática. Só está certos, em actos administrativos, oriundos do poder discricionário,
a justificação será dispensável, bastando apenas evidenciar a competência para o exercício desse
poder e a conformação do acto com o interesse público, que é pressuposto de toda atividade
administrativa (Fonseca, 2014).
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A teoria dos motivos determinantes funda-se na consideração de que os actos
administrativos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vinculados aos motivos expostos,
para todos os efeitos jurídicos (Fonseca, 2014).
Tais motivos é que determinam e justificam a realização do acto, e, por isso mesmo, deve
haver perfeita correspondência entre eles e a realidade (Fonseca, 2014).
Mesmo os actos discricionários, se forem motivados, ficam vinculados a esses motivos como
causa determinante de seu cometimento e se sujeitam ao confronto da existência e legitimidade
dos motivos indicados. Havendo desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade,
o ato é inválido (Fonseca, 2014).
Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie, nascem com a presunção
de legitimidade, independentemente de norma legal que a estabeleça. Essa presunção decorre do
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princípio da legalidade da Administração, que, nos Estados de Direito, informa toda a atuação
governamental (Fonseca, 2014).
Para além destes princípios, importa salientar as três principais características específicas do acto
administrativo definitivo e executório (Fonseca, 2014):
Condição necessária do uso da força: a Administração não pode fazer uso da força sem
primeiro ter adquirido a legitimidade necessária para o efeito, praticando um acto definitivo e
executório. Sem acto definitivo e executório prévio, não é possível recorrer ao uso da força;
Possibilidade de execução forçada: o acto definitivo e executório, se não for acatado ou
cumprido pelos particulares, pode em princípio ser-lhes imposto pela Administração por
meios coactivos. É uma consequência do privilégio de execução prévia;
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Impugnabilidade contenciosa: o acto definitivo e executório é susceptível de recurso
contencioso, no qual os interessados podem alegar a ilegalidade do acto e pedir a respectiva
anulação. Por via de regra, os actos que não sejam definitivos e executórios não são
susceptíveis de recurso contencioso perante os Tribunais Administrativos. A
impugnabilidade contenciosa é, assim, uma característica específica dos actos
administrativos definitivos e executórios.
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Os actos que conferem ou ampliam vantagens:
a) A “autorização”: é o acto pelo qual um órgão da Administração permite a alguém o
exercício de um direito ou de uma competência preexistente.
b) A “licença”: é o acto pelo qual um órgão da Administração atribui a alguém o direito de
exercer uma actividade que é por lei relativamente proibida.
c) A “subvenção”: pela qual um órgão da Administração Pública atribui a um particular uma
quantia em dinheiro destinada a custear a prossecução de um interesse público específico.
d) A “concessão”: é o acto pelo qual um órgão da Administração transfere para a entidade
privada o exercício de uma actividade pública, que o concessionário desempenhará por sua
conta e risco, mas no interesse geral.
e) A “delegação”: é o acto pelo qual um órgão da Administração, normalmente competente em
determinada matéria, permite, de acordo com a lei, que outro órgão ou agente pratiquem
actos administrativos sobre a mesma matéria.
f) A “admissão”: é aquela pelo qual um órgão da Administração pública investe um particular
numa determinada categoria legal, de que decorre a atribuição de certos direitos e deveres.
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b) Actos opinativos: são actos pelos quais um órgão da Administração emite o seu ponto de
vista acerca de uma questão técnica ou jurídica. Dentro destes, há que distinguir três
modalidades (Fonseca, 2014):
As informações burocráticas, são as opiniões prestadas pelos serviços ao superior
hierárquico competente para decidir;
As recomendações, são actos pelos quais se emite uma opinião, consubstanciando um apelo
a que o órgão competente decida daquela maneira, mas que o não obriga a tal; e
Os pareceres, são actos opinativos elaborados por peritos especializados em certos ramos do
saber, ou por órgãos colegiais de natureza consultiva.
Actos integrativos, são os actos que visem completar actos administrativos anteriores, cinco
categorias:
A homologação: é o acto administrativo que absorve os fundamentos e conclusões de
uma proposta ou de uma parecer apresentados por outro órgão;
A aprovação: é o acto pelo qual um órgão da Administração exprime a sua concordância
com um acto definitivo praticado por outro órgão administrativo, e lhe confere
executoriedade.
O visto: não é um acto substancialmente diferente da aprovação. A única diferença que
existe é que, enquanto a aprovação é praticada por um órgão activo, o visto é praticado
por um órgão de controlo.
A confirmação: é o acto administrativo pelo qual um órgão da Administração reitera e
mantém em vigor um acto administrativo anterior.
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A ratificação confirmativa: é o acto pelo qual o órgão normalmente competente para
dispor sobre certa matéria exprime a sua concordância relativamente aos actos praticados,
em circunstâncias extraordinárias, por um órgão excepcionalmente competente.
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2.8.2. Quanto a formação, ao Autor ou ainda Sujeitos
As Decisões, são todos os actos administrativos que contenham a solução de um
determinado caso concreto. As Deliberações, são as decisões tomadas por órgãos colegiais
(Fonseca, 2014).
Chamam-se “actos simples”, aqueles que provêm de um só órgão administrativo, actos
composto aqueles que provem de (mais de uma manifestação de vontade, sendo um principal e a
outra secundária) e “actos complexos” são aqueles em que cuja feitura intervêm dois ou mais
órgãos administrativos (Fonseca, 2014).
A complexidade do acto administrativo, neste sentido, pode ser igual ou desigual. Diz-se
que há “complexidade igual”, quando o grau de participação dos vários autores na prática do acto
é o mesmo. A complexidade igual corresponde assim a noção de co-autoria. Diz-se que há
“complexidade desigual” quando o grau de participação dos vários intervenientes não é o mesmo
(Fonseca, 2014).
Diz-se “acto de execução instantânea”, aquele cujo cumprimento se esgota num acto ou
facto isolado. Pelo contrário, um acto diz-se de “execução continuada”, quando a sua execução
perdura no tempo (Fonseca, 2014).
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São “actos declarativos”, aqueles que se limitam a verificar a existência ou a reconhecer
a validade de direitos ou situações jurídicas preexistentes. São “actos constitutivos”, aqueles que
criam, modificam ou extinguem direitos ou situações jurídicas (Fonseca, 2014).
Actos discricionários são os que a Administração pode praticar com liberdade de escolha
de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua
realização. A rigor, a discricionariedade não se manifesta no ato em si, mas sim no poder de a
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Administração praticá-lo pela maneira e nas condições que repute mais convenientes ao interesse
público.
2.8.7. Quanto à modificação da esfera jurídica dos afetados pelo ato administrativo
o Ampliativos – concedem direitos e garantias aos usuários/cidadãos.
o Restritivos – restringem direitos e garantias aos usuários/cidadãos.
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2.10. Extinção do acto administrativo
Extinção natural - Exaurimento material da situação que é objeto do ato administrativo
(ipsu iuri); Exemplo: Licença para construir que se extingue ao final da obra.
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3. CONCLUSÃO
A fim de responder aos objectivos propostos, concluo que o actos administrativos: são os
praticados no exercício da função administrativa, no exercício do direito público, e ensejando a
manifestação de vontade do Estado. É uma manifestação da vontade funcional apta a gerar
efeitos jurídicos, produzida no exercício da função administrativa.
O acto administrativo revela nitidamente a existência inicial de cinco requisitos
necessários à sua formação, a saber: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Um sexto
requisito foi adicionado ao conjunto, denominado sujeito.
As principais características do acto administrativo são: subordinação a lei, presunção da
legalidade, imperatividade, revogabilidade, a sanabilidade, a autoridade, a condição necessária
do uso da forca, e a impugnabilidade contenciosa.
No que concerne a tipologia, os actos administrativos dividem-se em dois grandes grupos:
os actos primários e os actos secundários
A classificação dos atos administrativos não é uniforme entre os publicistas, dada a
diversidade de critérios que podem ser adotados para seu enquadramento em espécies ou
categorias afins.
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3.1. Referências bibliográficas
Dalloz, Répertoire de Droit Public et Administratif, tomo I, Paris, Jurisprudence Générale
Dalloz, 1958, págs. 10 e 11.
Fonseca, A. S. (2014). Atos administrativos / Albérico Santos Fonseca. – João Pessoa, PB:
[s.n].1. 13 p.
Ramalho, F. R. (2007). Actos administrativos: conceito, estrutura, objecto e conteúdo.
Trabalho para a disciplina de Direito Administrativo, curso de Licenciatura em Ciência da
Informação, Faculdade de Letras – Universidade do Porto, 9 p.
Régimen de Impugnación de los Actos Administrativos", Instituto de Estudos Políticos,
Madrid, 1956, págs. 98 e 99.
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