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i) Factos Relevantes
1. Celebração de um contrato promessa de compra e venda a 18 de Dezembro de 1999;
2. A autora entregou a título de sinal e princípio de pagamento a quantia de
18.000.000$00;
3. Promitentes estipularam a seguinte cláusula: “em caso de incumprimento, o contraente
não faltoso poderá recorrer à execução específica”;
4. O promitente vendedor vendeu a um terceiro a fracção prometida a 22 de Abril de 2004;
5. O terceiro adquirente registou a aquisição a 27 de Maio de 2004;
6. A autora registou a acção de execução específica a 16 de Maio de 2006.
iv) Decisão
“Porém, e essencialmente, já não pertencendo aos dois primeiros réus o imóvel em causa e
não tendo ao contrato-promessa celebrado sido atribuída eficácia real não pode ter lugar a
pretendida execução específica ao abrigo do art. 830º do Código Civil, como bem se declarou
na sentença recorrida.
(…)
Nos termos e pelos fundamentos expostos, acorda-se em negar provimento ao recurso e
confirmar a decisão impugnada.”
http://www.dgsi.pt/jtrc.nsf/8fe0e606d8f56b22802576c0005637dc/59b43e0385c9da8d80
2577a70039fc57?OpenDocument
- Ac. TRC, de 2013/04/23, processo n.º 144/11.3TBFCR.C1, relator José Avelino Gonçalves
i) Factos Relevantes
1. Contrato promessa de compra e venda celebrado a 16 de Agosto de 1994;
2. Entrega de quantia a título de sinal e princípio de pagamento;
3. Promitentes estipularam a seguinte cláusula: “Os primeiros e segundos outorgantes
acordam conferir, a este contrato, força e vinculação para a eventual execução
específica, em caso de incumprimento do presente contrato, por qualquer dos
outorgantes”;
4. Não foi atribuída eficácia real ao contrato promessa;
5. A 02 de Outubro de 2011, os promitentes vendedores transmitiram a terceiros o imóvel
objecto do contrato promessa;
6. O registo da acção de execução específica foi efectuado a 18 de Outubro de 2011;
7. O registo da aquisição pelo terceiro adquirente ocorreu a 24 de Outubro de 2011.
iv) Decisão
“Pelas razões expostas, nega-se provimento ao recurso interposto, confirmando-se a
decisão recorrida.”
http://www.dgsi.pt/jtrc.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/b940bcd2a259bbf880
257b660048255a?OpenDocument
- Ac. TRL, de 2012/05/29, processo n.º 1180/07.0TBSSB.L1-1, relator Teresa Henriques
i) Factos Relevantes
1. Celebração de contrato, a 28 de Agosto de 2006, onde se declara prometer vender e
prometer comprar um imóvel;
2. No dia 29 de Agosto, em documento intitulado “declaração”, a Ré mulher declarou
autorizar o Réu (promitente vendedor), a vender o imóvel objecto do contrato promessa
ao Autor, o promitente comprador;
3. O promitente vendedor não marcou a escritura, nem se mostrou disponível para o fazer;
4. A acção de execução específica foi registada a 12 de Novembro 2007;
5. A 14 de Novembro de 2007, o promitente vendedor declarou vender o imóvel
prometido a um terceiro.
No que diz respeito à possibilidade de execução especifica do contrato, o Tribunal teve que
aferir do preenchimento dos pressupostos do art. 830º Cód. Civil, nomeadamente a
existência de sinal, uma vez que se tratava de um prédio rústico e, portanto, as partes
podiam afastar a execução específica.
Assim, o Tribunal averiguou se a entrega da totalidade do preço poderia constituir sinal para
efeitos do art. 441º do Cód. Civil. Face aos elementos conhecidos pelo Tribunal, entendeu-
se que a quantia entregue não assumiu a natureza de sinal penitencial ilidindo-se a
presunção. A decisão sustenta que “quando o sinal tenha sido constituído ainda a título de
antecipação ou princípio de pagamento do preço traduzirá por regra uma vontade de sinal
confirmatório”.
Por outro lado, o Tribunal conheceu da validade da promessa, uma vez que a promessa de
venda foi outorgada apenas por um dos cônjuges. Na fundamentação pode ler-se que é
válida, ainda que respeitante a um bem comum, “limitando-se apenas a, no futuro, realizar
o contrato-prometido”. Porém, está em causa uma acção de execução específica e, nesta
sede, o consentimento já é requisito da sua procedência. No caso submetido a decisão, este
aspecto não constituía obstáculo à execução específica, na medida em que foi emitida
declaração de autorização pela cônjuge mulher.
A fundamentação do Tribunal passa ainda pela análise dos efeitos do registo da acção de
execução específica e as suas implicações na venda feita a terceiro. Neste caso, a venda é
posterior ao registo da acção e, por isso, o Tribunal não teve dúvidas em considerá-la
inoponível. O Tribunal explicou que, independentemente de o contrato promessa não ter
eficácia real, como a venda é feita depois do registo da acção o direito do promitente
comprador está salvaguardado.
Conclui que “por força dos princípios registais, a sentença que determina a execução
específica prevalece sobre uma alienação feita a terceiro, depois do registo da acção, quer
essa alienação se encontre ou não registada.”.
iv) Decisão
Procederam as conclusões dos Recorrentes na parte da viabilidade da execução específica
do contrato prometido celebrado com os Recorridos, promitentes vendedores. Porém,
“estando em causa a execução específica de um contrato promessa assinado apenas pela A
marido, só relativamente a este procede a acção”.
http://www.dgsi.pt/jtrl.nsf/33182fc732316039802565fa00497eec/4090e0c062f5ae9e802
57a370048fed3?OpenDocument