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Memorex OAB – Exame XXXVIII– Rodada 02

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RODADAS já disponíveis, independente da data de compra.

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para: atendimento@pensarconcursos.com

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ÍNDICE

ÉTICA ......................................................................................................................................... 4
FILOSOFIA DO DIREITO ............................................................................................... 17
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 23
DIREITOS HUMANOS ...................................................................................................... 37
DIREITO INTERNACIONAL .......................................................................................... 39
DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................... 42
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 49
DIREITO AMBIENTAL ..................................................................................................... 59
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 64
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE .................................................. 72
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ............................................................... 75
DIREITO EMPRESARIAL................................................................................................ 79
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 85
DIREITO PENAL ............................................................................................................... 100
PROCESSO PENAL........................................................................................................... 114
DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................. 127
PROCESSO DO TRABALHO ......................................................................................... 137
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 150
DIREITO FINANCEIRO ................................................................................................. 158
DIREITO PREVIDENCIÁRIO...................................................................................... 167

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ÉTICA

DICA 01
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

Fundamento legal: Artigo 15 a 17 do EAOAB.

Os advogados podem se reunir em formas de sociedades, sendo elas:

SOCIEDADES

SOCIEDADE
SIMPLES DE
PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE
ADVOCACIA

SOCIEDADE
UNIPESSOAL DE
ADVOCACIA

A sociedade de advogados não se trata de sociedade empresária, sendo


disciplinadas pelo:

Estatuto da Código de Ética e Regulamento Geral da


Advocacia; disciplina da OAB; OAB.

DICA 02
REGISTRO DA SOCIEDADE

A sociedade adquire personalidade jurídica quando com seu respectivo registro;

O registro dos seus atos constitutivos deverá ser aprovado pelo conselho seccional,
onde for sua sede.

Em caso de sociedade filial, o ato de registro constará arquivado junto ao conselho


seccional, onde estiver instalada.

Neste último caso, os sócios e o titular da sociedade, ficam obrigados à inscrição


suplementar.

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DICA 03
DA RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
A responsabilidade, será subsidiária e ilimitada, pelos danos causados aos clientes,
sendo por ação ou omissão, por dolo ou culpa.

QUEM É
RESPONSÁVEL?

TITULAR DA
SOCIEDADE SOCIEDADE SÓCIO
INDIVIDUAL

DICA 04
ADVOGADO E SOCIEDADE
O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades
unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo
empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do
Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB, segundo a
recentíssima Lei 14.365/22.
IMPORTANTE: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia deverão
recolher seus tributos sobre a parcela da receita que efetivamente lhes couber, com a
exclusão da receita que for transferida a outros advogados ou a sociedades que atuem em
forma de parceria para o atendimento do cliente (Lei 14.365/22)
E mais: A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter
como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com
outros escritórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo
previstas no Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no Código
de Ética e Disciplina. (Lei 14.365/22) “
DICA 05
PONTOS IMPORTANTES DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

A RAZÃO SOCIAL deve ter, obrigatoriamente, o nome de um advogado responsável


pela sociedade.

O SÓCIO FALECIDO, terá seu nome mantido na sociedade, desde que previsto em
contrato.

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Para a SOCIEDADE UNIPESSOAL, será OBRIGATÓRIA a nomenclatura:


“nome do titular” + “Sociedade Individual de Advocacia”

DICA 06
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Fundamento legal: Art. 22 a 26 EAOAB


Valores recebidos pelo advogado aos serviços prestados, sendo, então, um direito do
advogado.
Preceitua o Código de Processo Civil, artigo 85, §14, que os honorários, constituem
natureza alimentar, vedada a compensação.
Fique atento!
Súmula Vinculante 47: Os honorários advocatícios, por sua natureza alimentar, são
considerados créditos privilegiados para habilitação em processos de falência e outros.
ATENÇÃO: Com o advento da lei 14.365/22, cabe ao Conselho Federal da OAB dispor,
analisar e decidir sobre os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo
advogado, resguardado o sigilo, nos termos do Capítulo VI desta Lei, e observado o
disposto no inciso XXXV do caput do art. 5º da Constituição Federal.
DICA 07
ESPÉCIES DE HONORÁRIOS

Prestados entre Contrato poderá Contrato escrito é


ser escrito ou considerado
HONORÁRIOS advogado e cliente
verbal
TÍTULO EXECUTIVO
CONVENCIONADOS
EXTRAJUDICIAL

Fixados por meio Este, será por sua Será designado


HONORÁRIOS De SENTENÇA vez, designado na também, em caso
de desentendimento
ARBITRADOS JUDICIAL. falta do contrato
escrito. entre cliente e
JUDICIALMENTE
advogado.

São os honorários Nas ações de Serão fixados no


devidos pela parte execução, a parte mínimo de 10% e
HONORÁRIOS
que perdeu o executada
no máximo de
SUCUMBÊNCIA processo.
20% sobre o valor
da condenação

Aqueles pagos a um Contratado por Neste caso, o


advogado sindical
HONORÁRIOS entidade sindical advogado presta

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ASSISTENCIAIS assistência
jurídica ao
trabalhador da
categoria.

DICA 08
HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS
A Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art. 22 do Estatuto da OAB,
passando a tratar dos honorários assistenciais, deixando evidente a possibilidade de
cumulação entre honorários assistenciais e honorários contratuais.

O que seria os honorários assistenciais? São aqueles fixados em ações coletivas


em favor da entidade de classe que atua em substituição processual.

Os honorários sucumbenciais não prejudicam os convencionais;

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXXIII, 2021.


A entidade de classe X, atuando em substituição processual, obteve, no âmbito de certo
processo coletivo, decisão favorável aos membros da categoria. A advogada Cleide
patrocinou a demanda, tendo convencionado com a entidade, previamente, certo valor
em honorários. Ao final do feito, foram fixados honorários sucumbenciais pelo juiz.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
b) Cleide terá direito aos honorários sucumbenciais, sem prejuízo dos honorários
convencionais.
GABARITO: Alternativa b.
COMENTÁRIO: fundamento: Art. 22 §§ 6 e 7º do EAOAB.
Diante do caso em tela, os honorários podem ser sucumbenciais e assistenciais.

De início, destaca-se que a Lei nº 13.725/2018 acrescentou o §6º e o §7º ao art.


22 do Estatuto da OAB, passando a tratar dos honorários assistenciais, deixando
evidente a possibilidade de cumulação entre honorários assistenciais e honorários
contratuais.
Assim, o que seria os honorários assistenciais? São aqueles fixados em ações
coletivas em favor da entidade de classe que atua em substituição processual
Art. 22, § 6º, do Estatuto da OAB:
O disposto neste artigo aplica-se aos honorários assistenciais, compreendidos como
os fixados em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição
processual, sem prejuízo aos honorários convencionais.
Art. 22, § 7º, do Estatuto da OAB:
Os honorários convencionados com entidades de classe para atuação em
substituição processual poderão prever a faculdade de indicar os beneficiários que, ao
optarem por adquirir os direitos, assumirão as obrigações decorrentes do contrato

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originário a partir do momento em que este foi celebrado, sem a necessidade de mais
formalidades.

DICA 09
FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS
Para a fixação dos honorários advocatícios é preciso observar o princípio da
moderação; respeitando a tabela de honorários fixada pelo Conselho Seccional.

Fundamentado no art. 49, do Código de Ética e Disciplina - CED, seguindo os


seguintes requisitos:

Relevância, vulto, complexidade e dificuldades dos assuntos tratados;

Trabalho e tempo empregados;

A abdicação do advogado em relação a outros clientes e terceiros devido a exclusividade


a determinado cliente;

Valor da causa, condição econômica do cliente e o proveito para este, resultando do


serviço prestado;

o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou


constante;

o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou


de outro;

a competência do profissional;

a praxe do foro sobre trabalhos análogos;

DICA 10
CLÁUSULA “QUOTA LITIS”
Forma de recebimento de honorários por meio da cláusula quota litis.

Os honorários são fixados com base em parte da vantagem obtida pelo cliente na
demanda judicial;
Recebimento será, em regra, por pecúnia;

Poderá, excepcionalmente, o advogado ter participação nos bens do cliente,


quando este NÃO dispuser de condições pecuniárias para satisfazer o débito;

O acréscimo dos honorários por cláusula quota litis e honorários sucumbenciais, não
podem ser superiores às vantagens do cliente.

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DICA 11
FORMAS DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS

O recebimento quando não ocorrer de maneira convencional (art. 24, caput e §1º,
EAOAB), poderá ser feito por meio de:

Cheque

Nota promissória

Cartão de Crédito

Fatura (Permitida por


meio de contrato).

Ambas as formas poderão ter o seu protesto amigavelmente, o que não se aplica ao
cartão de crédito, por não ser possível protesto nesta forma.

Será vedado o pagamento por meio de:

Debêntures

Duplicata

Letra de câmbio

DICA 12
COMPENSAÇÃO DE CRÉDITOS E ANTECIPAÇÃO DAS CUSTAS E DESPESAS

De acordo com o Artigo 48, §§ 2º e 3º do Código de Ética e Disciplina - CED:

Compensação dos créditos, só será possível, através de contrato de prestação de


serviços ou com autorização especial do Cliente.

Poderá, por meio de contrato de prestação de serviços, contratação de servidores


auxiliares no processo, como exemplo, peritos particulares.

Para o caso de antecipação de despesas processuais, é necessário que haja previsão


contratual. As despesas deverão ser custeadas mediante comprovação documental.

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DICA 13
DA ADVOCACIA “PRO BONO”

É a advocacia solidária, conceituada nos artigos 1º ao 30º do Código de Ética e


prestada pautada nos seguintes requisitos:

Gratuidade (de forma não onerosa ao cliente);

Eventualidade (não contínuo);

Voluntariedade (espontâneo).

Prestada a pessoas naturais, sem recursos para contratação de advogado e instituições


sem fins econômicos conjuntamente com seus assistidos desprovidos de recursos para
contratação de advogado.

Sendo vedado seu exercício para fins políticos e eleitorais, ou para beneficiar
entidades com tais fins; ou como uso para captação de clientela.
DICA 14
DA PRESCRIÇÃO E AÇÃO DE COBRANÇA

O direito de cobrança dos honorários advocatícios prescreve em 05 anos;

A CONTAGEM SE DÁ A PARTIR:

do vencimento do contrato, se houver;

do trânsito em julgado da decisão;

de quando serviço extrajudicial, do último ato;

da desistência ou transação;

da renúncia ou revogação do mandato.

Prestação de contas do advogado ao cliente – prazo 05 anos.

Na falta desta, o advogado incorre em infração de suspensão.

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DICA 15
OMISSÃO QUANTO À FORMA DE PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS
Diante da omissão quanto à forma de pagamento em contrato de prestação de serviços
em honorários advocatícios, fica estipulado por meio de lei, o pagamento da seguinte
forma:

→ 1/3 devido no início da prestação;

→ 1/3 até decisão de 1ª instância;

→ 1/3 no final do processo.

QUESTÃO OAB DO EXAME XXXVIII, 2019.


Eduardo contrata o advogado Marcelo para propor ação condenatória de obrigação de
fazer em face de João. São convencionados honorários contratuais, porém o contrato de
honorários advocatícios é omisso quanto à forma de pagamento. Proposta a ação,
Marcelo cobra de Eduardo o pagamento de metade dos honorários acordados.
De acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, metade dos honorários é devida no início do
serviço e metade é devida no final.
b) Marcelo pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, os honorários são devidos integralmente
desde o início do serviço.
c) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, os honorários somente são devidos após a
decisão de primeira instância.
d) Marcelo não pode cobrar de Eduardo metade dos honorários, pois na ausência de
estipulação sobre a forma de pagamento, apenas um terço é devido no início do
serviço.
GABARITO: Alternativa d.
COMENTÁRIO: A resposta da questão, em sua letra “D”, está fundamentada em seu
Artigo 22, §3º do EAOAB, que traz a forma de pagamento de honorários
advocatícios, quando não estipulados pelo contrato.
Sendo assim, Marcelo, como advogado não poderá cobrar metade dos honorários
na propositura da ação; ele deverá cobrar apenas 1/3 no início do serviço.

DICA 16
ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários serão


recebidos por seus sucessores.

O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários


sem a intervenção do advogado substabelecido.
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E mais: Fica permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores
acrescidos, a título de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos
Municípios na forma de precatórios, como complementação de fundos constitucionais.

Caso o advogado cobre injustificadamente acima do valor da tabela:


Locupletarão indevida – pena: suspensão

Se o advogado cobrar, abaixo da tabela com frequência:


Aviltamento de honorários – pena: censura.

DICA 17
SUBSTABELECIMENTO

COM reservas de poderes – NÃO poderá ser cobrado sem a interferência daquele
que substabeleceu.

SEM reservas de poderes: Haverá a transferência definitiva dos poderes, sendo


assim, dispensa a consulta ao primeiro advogado.

QUESTÃO DO EXAME DE ORDEM – XXXIII, 2021.


Gabriel, advogado, exerce o patrocínio de Bruno em certo processo administrativo.
Todavia, foi necessário o substabelecimento do mandato a Henrique.
Considerando a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) O substabelecimento do mandato com reserva de poderes a Henrique exigirá
inequívoco conhecimento de Bruno.
b) Diante de substabelecimento com reserva de poderes, Henrique deverá ajustar
antecipadamente os seus honorários com Bruno.
c) Caso Bruno não aceite a atuação de Henrique, por preferir o trabalho de outro
advogado, Gabriel deverá privilegiar a atuação do outro profissional com ele no
processo.
d) Diante de substabelecimento com reserva de poderes a Henrique, este não poderá
cobrar honorários sem a intervenção de Gabriel.
GABARITO: Alternativa “d”.
COMENTÁRIO: Art. 26 do EAOAB. A questão exigia conhecimento do candidato a
respeito do substabelecimento com e sem reservas de poderes.
No caso, Gabriel para substabelecer não precisava da concordância do seu cliente, e;
Conferindo poderes com reserva a Henrique, NÃO PERMITE, que o mesmo cobre os
honorários sem interferência, conhecimento e intervenção de Gabriel.

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DICA 18
DO ADVOGADO EMPREGADO

Fundamento legal: Art. 18 a 21 EAOAB; Art. 11 14 RGEAOAB; Art. 4º CED.


O advogado empregado, na sua relação de emprego, não sofrerá em sua isenção
técnica e nem em sua independência profissional.
Importante (Lei 14.365/22):As atividades do advogado empregado poderão ser
realizadas, a critério do empregador, em qualquer um dos seguintes regimes:
I - EXCLUSIVAMENTE PRESENCIAL: modalidade na qual o advogado empregado, desde
o início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo
empregador;
II - NÃO PRESENCIAL, TELETRABALHO OU TRABALHO A DISTÂNCIA: modalidade
na qual, desde o início da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora
das dependências do empregador, observado que o comparecimento nas dependências de
forma não permanente, variável ou para participação em reuniões ou em eventos
presenciais não descaracterizará o regime não presencial;
III - MISTO: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais, no
estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conforme as
condições definidas pelo empregador em seu regulamento empresarial,
independentemente de preponderância ou não.”
Ele não fica obrigado às prestações de serviços profissionais de interesse pessoal do
seu empregador.

Art. 4º do CED: o advogado empregado, deve zelar pela sua liberdade e


independência. *Questão de prova
DICA 19
JORNADA DE TRABALHO DO ADVOGADO EMPREGADO-MUDANÇAS DA LEI
14.365/22
A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para
empresas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40
(quarenta) horas semanais.
E como isto pode cair em prova?
Questão inédita e simulada
Sobre a jornada laboral do advogado empregado, é correto afirmar que:
a) A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas,
não poderá exceder a duração diária de 4 (oito) horas contínuas e a de 20 (vinte) horas
semanais.
b) A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas,
não poderá exceder a duração diária de 6 (seis) horas contínuas e a de 40 (quarenta)
horas semanais.
c) A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas,
não poderá exceder a duração diária de 5 (cinco) horas contínuas e a de 40 (quarenta)
horas semanais.
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d) A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para empresas,
não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (quarenta)
horas semanais.
GABARITO: D.
É considerado período de trabalho, o tempo desprendido ao empregador, ainda que
esteja apenas aguardando ordens, podendo aguardar em seu escritório, ou fora dele.
DICA 20
DAS HORAS EXTRAORDINÁRIAS
Nas horas extraordinárias, o adicional não pode ser inferior à 100% da hora normal.
Ainda que tenha contrato por escrito.
Já as horas noturnas, o horário é compreendido entre às 20 horas de um dia às 05
horas do outro. Neste caso, o adicional será de 25%.
DICA 21
DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

Os honorários sucumbenciais serão devidos ao advogado empregado quando:

Causas em que for parte o empregador; ou

Causas em que for parte seu representante.

Sendo advogado empregado de uma sociedade de advogados, será possível:

Partilhar os honorários sucumbenciais entre empregado e a sociedade;

Os honorários serem do advogado empregado.


DICA 22
DIREITO DO ADVOGADO – LEGÍTIMA RECUSA
É direito do advogado ter legítima recusa, mesmo mantendo vínculo com seu cliente,
por meio de prestação de serviços permanentes, ainda que seja integrante de
departamento Jurídico ou órgãos de assessoria jurídica.

A legitima recusa se dará do patrocínio de pretensão concernente a lei;

Também se dará em casos que contrarie expressa orientação sua.

QUESTÃO EXAME DE ORDEM – XV, ANO 2014.


Fred, jovem advogado, é contratado para prestar serviços na empresa BBO Ltda., que
possui uma assessoria jurídica composta por cinco profissionais do Direito, orientados
por uma gerência jurídica. Após cinco meses de intensa atividade, é concitado a formular
parecer sobre determinado tema jurídico de interesse da empresa, tarefa que realiza,
sendo seu entendimento subscrito pela gerência.
Após dez meses do referido evento, o tema é reapresentado por um dos diretores da
empresa, que, em viagem realizada para outro estado, havia consultado um outro
advogado. Diante dos novos argumentos, o gerente determina que Fred, o advogado
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parecerista, mesmo sem ter mudado de opinião, apresente petição inicial em confronto
com o entendimento anteriormente preconizado.
No caso, nos termos do Código de Ética da Advocacia, o advogado:
A) A) deve submeter-se à determinação da gerência jurídica.
B) B) deve apresentar seu parecer ao conjunto de advogados para decisão.
C) C) pode recusar-se a propor a ação diante do parecer anterior.
D) D) pode opor-se e postular assessoria da OAB.
GABARITO: alternativa C.
COMENTÁRIO: Art. 4, parágrafo único CED. O advogado Fred poderá RECUSAR
proposta de ação, diante do parecer anterior, pois é direito do advogado a tal recusa.

DICA 23
DA ÉTICA DO ADVOGADO
Fundamento legal: Art. 31 a 33 do EAOAB.

Do comportamento do advogado:

Deve proceder de forma honrosa à advocacia e contribuir para o prestígio da


classe.

Deve manter a independência em qualquer circunstância;

Deve agir sem receio de “desagradar” autoridades ou receio de se tornar


impopular quando se trata de exercer sua profissão.
DICA 24
DA RESPONSABILIDADE DO ADVOGADO NO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
O advogado será responsável pelos atos que praticar com dolo ou culpa, no exercício
da sua profissão.

Nos casos de lide temerária (ação proposta de maneira ilegal ou ilícita, objetivando
levar o juiz a erro), será o advogado:

Responsável solidariamente com seu cliente, desde que em coligação com ele.
DICA 25
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ADVOGADO
O advogado será solidariamente responsável em lides temerárias, desde que tenha o
objetivo de lesar a parte contrária, em conluio com seu cliente.

Veja como já foi cobrado em prova:

QUESTÃO EXAME DE ORDEM XXXIII, ANO 2021.


Antônio, residente no Município do Rio de Janeiro, ajuizou em tal foro, assistido pelo
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advogado Bernardo, ação ordinária em face do Banco Legal, com pedido de pagamento
de indenização por danos morais supostamente sofridos por ter sido ofendido por
segurança quando tentava ingressar em agência bancária localizada em Niterói.
Ao despachar a petição inicial, o juiz verificou que Antônio ocultou a circunstância de
que já havia proposto, perante um dos juizados especiais cíveis da comarca de Niterói,
outra ação em face do Banco Legal em razão dos mesmos fatos, na qual o pedido
indenizatório foi julgado improcedente, em decisão que já havia transitado em julgado
quando ajuizada a ação no Rio de Janeiro.
Em tal situação, caso se comprove que Bernardo agiu de forma coligada com Antônio
para lesar o Banco Legal, Bernardo será responsabilizado:
a) solidariamente com Antônio, conforme apurado em ação própria.
b) solidariamente com Antônio, conforme apurado em ação própria.
c) solidariamente com Antônio, conforme apurado nos próprios autos.
d) subsidiariamente com Antônio, conforme apurado em ação própria.
e) subsidiariamente em relação a Antônio, conforme apurado nos próprios autos.
GABARITO: alternativa “a”.
COMENTÁRIO: Fundamentada nos Art. 32, parágrafo único EAOAB.
A questão em tela apresenta Bernardo (advogado) agindo com dolo com seu cliente
Antônio, configurando a lide temerária.
Diante de tal fato, a responsabilidade de Bernardo será solidária, pois assim determina
o Estatuto da Advocacia da OAB.

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FILOSOFIA DO DIREITO

DICA 26
TEORIA DE PLATÃO

QUEM ERA PLATÃO? Ele era discípulo de Sócrates, Platão foi um importante
filósofo grego, professor do também filósofo Aristóteles e foi autor de muitas obras,
sendo a mais conhecida “A República”. Vale a pena ressaltar que Platão viveu em um
período sócio-político muito intenso na Grécia: Entre o período da democracia ateniense e
logo após, a chamada Tirania dos 30, onde Atenas foi dominada por Esparta, dando
começo à decadência da Grécia Antiga.
O falecimento de Sócrates marcou Platão, pois quando Sócrates morreu ele procurou ficar
longe de Atenas, haja vista que nunca concordou com a condenação de seu professor.
Platão vem de uma família rica, ao contrário de Sócrates. Outro ponto importante da
perspectiva do Platão era que a cidade deveria ser governada pelos chamados “reis
filósofos”, dando assim à política um certo elitismo.

Ideia central do filósofo Platão: A justiça não pode prejudicar ninguém, logo,
a justiça não pode ser imperfeita.
DICA 27
ANÁLISE DE “A REPÚBLICA” – PLATÃO
A República é uma interessantíssima obra de Platão, no qual segue-se um dialogo/ debate
entre importantes figuras, dentre elas Sócrates, no qual baseia-se a preocupação em
criar uma fórmula de administração perfeita da pólis (cidade). É possível nesta obra
notar uma forte preocupação com a possibilidade da instalação estado anárquico na pólis.
Lembrando que a Grécia desta época era bastante aristocrática.
IMPORTANTE: É neste livro que vemos o famoso mito da caverna, também chamado
de alegoria da caverna.
Poxa, eu não lembro. Será que vocês podem relembrar? Claro: No diálogo,
Sócrates comenta para Glauco a seguinte situação: Pense em uma caverna, onde
prisioneiros vivessem desde a mais tenra infância. Todos vivem lá com as mãos
amarradas em uma parede, e deste local eles podem olhar somente as sombras que são
projetadas na parede situada à frente.
As sombras são formadas pela fogueira e indivíduos passam perto da fogueira, fazendo
assim gestos e passando com objetos, formando sombras que, de forma distorcida, são
todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo externo. Mas um dos
prisioneiros foi liberto e ao caminhar pela caverna, olha que na verdade são pessoas e
uma fogueira projetando as sombras. Ao sair da caverna, ele vê o mundo externo e a luz
do sol ofusca a seus olhos, porém aos poucos, ele acostuma-se com a luz e com o mundo
de verdade fora da caverna.
O prisioneiro liberto pode fazer duas coisas: voltar para a caverna e libertar os seus
companheiros de prisão ou viver a sua liberdade. Caso escolha a primeira opção, poderia
sofrer os ataques de seus companheiros, que o julgariam como louco.

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Resumindo: Em “A República” propõe o Estado modelo, utópico, cujo os governantes


fossem filósofos (o conceito dos reis filósofos falado na dica anterior). Há uma série de
temas trabalhados nesta obra, como por exemplo justiça. A propósito, no livro há a
aplicação do modelo de escrito em dialogo, ao contrário de Aristóteles, que escreve de
uma forma dissertativa.

VEJA COMO A BANCA JÁ COBROU ESTE ASSUNTO:

QUESTÃO FGV - Exame de Ordem Unificado XXIX, 2019.


“Mas a justiça não é a perfeição dos homens? “
(PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.)
O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma antiga
concepção segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido. No entanto,
Platão, em seu livro A República, faz uma crítica a tal concepção.
Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela qual Platão
realiza essa crítica.
a) Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é mais conveniente
para o mais forte.
b) A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e sabedoria,
mas uma decorrência da obediência à lei.
c) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não produz
perfeição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana.
d) Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre particulares, e,
para Platão, o conceito de justiça diz respeito à convivência na cidade.
GABARITO: Letra c.
COMENTÁRIO: Platão, que é muito idealista, vê a justiça como uma virtude, sem
imperfeições.

DICA 28
ARISTÓTELES - UM FOCO EM ÉTICA A NICÔMACO
Aristóteles foi um filósofo grego que influenciou fortemente o pensamento ocidental. Ele
também era aluno de Platão. Na visão do filósofo grego Aristóteles, a ética é a ciência
que possui a finalidade de determinar o que é uma boa conduta humana. E mais:
Na visão aristotélica tudo que cumpre a sua função é bom. Além disto, dizia
Aristóteles que a finalidade da vida humana é a felicidade.
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Ou seja: Felicidade ≠ Prazeres momentâneos
Felicidade é um estado contínuo, diferentes dos prazeres momentâneos, que vem e depois
vão embora. E mais: Aristóteles cria que a felicidade na verdade é o conhecimento. Logo,
para Aristóteles, alguém não detentor do direito não poderia ser considerado como
pessoa, de fato, feliz. Aristóteles também afirma que o homem é um animal dotado de
“logos” e também de paixões e inclinações. A Ética aristotélica prega que a felicidade é um
bem comum, que deve ser o objetivo de todo ser humano.
LOGOS = RAZÃO
Dica de ouro: o juiz, para a teoria aristotélica, é o mediador de todo o processo de
aplicação da justiça corretiva. Já sobre sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles traz dois
termos bem típicos de seus ensinamentos: Justiça Corretiva e Justiça Distributiva.

Vejamos a seguir:

JUSTIÇA DISTRIBUTIVA JUSTIÇA CORRETIVA

“A cada um segundo os seus méritos” Tem por objetivo corrigir a situação de


injustiça

Igualdade proporcional Igualdade absoluta

Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV – OAB – EXAME de Ordem Unificado XXXI, 2020.


Temos, pois, definido o justo e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é
evidente que a ação justa é intermediária entre o agir injustamente e o ser vítima da
injustiça; pois um deles é ter demais e o outro é ter demasiado pouco. (ARISTÓTELES.
Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.)
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a justiça como uma virtude e a
diferencia daquilo que é injusto.
Assinale a opção que define aquilo que, nos termos do livro citado, deve ser entendido
como justiça enquanto virtude.
Uma espécie de meio-termo, porém não no mesmo sentido que as outras virtudes, e sim
porque se relaciona com uma quantia intermediária, enquanto a injustiça se relaciona
com os extremos.
Uma maneira de proteger aquilo que é o mais conveniente para o mais forte, uma vez
que a justiça como produto do governo dos homens expressa sempre as forças que
conseguem fazer valer seus próprios interesses.
O cumprimento dos pactos que decorrem da vida em sociedade, seja da lei como pacto
que vincula todos os cidadãos da cidade, seja dos contratos que funcionam como pactos
celebrados entre particulares e vinculam as partes contratantes.
Um imperativo categórico que define um modelo de ação moralmente desejável para
toda e qualquer pessoa e se expressa da seguinte maneira: “Age como se a máxima de
tua ação devesse tornar-se, por meio da tua vontade, uma lei universal”.

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GABARITO: A.

DICA 29
TOMÁS DE AQUINO
A filosofia de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) tem base com os Sagrados Escritos
e o pensamento aristotélico. Alguns textos escritos por ele são: Suma contra os
gentios, Suma teológica, Sobre o ser e a essência, Sobre o governo dos príncipes entre
outros. Tomás de Aquino defendia a capacidade do homem de criar as leis. Tomás de
Aquino apresenta uma hierarquia da legislação distribuída em 3 níveis:

Lei Divina;

Lei Natural; e

Lei Humana.

LEI DIVINA LEI NATURAL LEI HUMANA

É a própria razão de Deus, É uma decorrência da Lei É a criada pelo ser


Eterna e possível de ser humano para a
que governa toda a criação, compreendida pelo homem, regulação de sua vida na
sendo em boa medida pois o homem, como racional, comunidade política ou
desconhecida pelos homens. Estado em questão.
participa da criação e
Está lei também é chamada consegue reconhecer a ordem
de Lei Eterna. da lei eterna.

DICA 30
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - THOMAS HOBBES
A sua obra mais famosa é o Leviatã, na qual ele defendia o modelo absolutista,
Hobbes (1588-1679) é o defensor teórico do poder soberano. Para Hobbes, é
necessário que se pactue um contrato social, quando a sociedade delega a um Estado
rígido e centralizado, com um governante totalitário, o famoso Leviatã. As ideias de
Hobbes são alinhadas ao período em que ele viveu, onde a monarquia inglesa estava fraca
e ameaça, à beira de uma possível guerra civil.
Resumindo: As pessoas neste contrato abrem mão de sua liberdade em troca de de
obedecer à uma autoridade. É dele a famosa frase: "O homem é lobo do homem"
(Estado de natureza).

Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV, 2016.


De acordo com o contratualismo proposto por Thomas Hobbes em sua obra Leviatã, o
contrato social só é possível em função de uma lei da natureza que expresse, segundo
o autor, a própria ideia de justiça.
Assinale a opção que, segundo o autor na obra em referência, apresenta esta lei da
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natureza.
a) A) Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
b) B) Dar a cada um o que é seu.
c) C) Que os homens cumpram os pactos que celebrem.
d) D) Fazer o bem e evitar o mal.
GABARITO: Alternativa c.

DICA BÔNUS
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL - JOHN LOCKE
Locke (1632-1704) teve como cenário social e político a Revolução Gloriosa (1688),
que estabeleceu o Parlamento na Inglaterra. Sua linha de pensamento passa pela
interconexão entre soberania e povo, aspecto que o distancia de Hobbes. Hobbes um
absolutista e favorável à monarquia, já Locke um liberal democrata. Locke, então, era
um representante das ideias liberais e parlamentaristas, ao contrário de Hobbes, que era
um defensor do absolutismo. A obra mais conhecida de Locke foi Segundo Tratado sobre o
Governo Civil. Lembrando que a Revolução Gloriosa pôs fim aos conflitos entre católicos e
protestantes na Inglaterra.

MNEMÔNICO: LOCKE = LIBERALISMO

IMPORTANTE: As ideias de Locke deram base a dois pensadores franceses do


período pré-revolução francesa: Montesquieu e Rousseau. Trataremos deles em dicas
posteriores.

Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV, 2017.


“O povo maltratado em geral, e contrariamente ao que é justo, estará disposto em
qualquer ocasião a livrar-se do peso que o esmaga.” John Locke
O Art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988 afirma que “todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.
Muitos autores associam tal disposição ao conceito de direito de resistência, um dos
mais importantes da Filosofia do Direito, de John Locke.
Assinale a opção que melhor expressa tal conceito, conforme desenvolvido por Locke
na sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil.
a) A natureza humana é capaz de resistir às mais poderosas investidas morais e
humilhações, desde que os homens se apoiem mutuamente.
b) Sempre que os governantes agirem de forma a tentar tirar e destruir a propriedade
do povo ou deixando-o miserável e exposto aos seus maus tratos, ele poderá resistir.
c) Apenas o contrato social, que tira o homem do estado de natureza e o coloca na
sociedade política, é capaz de resistir às ameaças externas e às ameaças internas, de
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tal forma que institui o direito de os governantes resistirem a toda forma de guerra e
rebelião.
d) O direito positivo deve estar isento de toda forma de influência da moral e da
política. Uma vez que o povo soberano produza as leis, diretamente ou por meio de
seus representantes, elas devem resistir a qualquer forma de interpretação ou
aplicação de caráter moral e político.
GABARITO: Alternativa b.
COMENTÁRIO: Para Locke, o direito ao individualismo e à propriedade privada são
importantes demais. Logo, não cabe ao governo oprimir o povo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 31
PODER CONSTITUINTE DIFUSO – MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Poder constituinte difuso é o poder de fato que atua na etapa da mutação


constitucional, meio informal de alteração da Constituição.

Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e do sentido


das normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer modificação na
literalidade do texto da Constituição.
É chamado de difuso porque não vem formalizado (positivado) no texto das
Constituições. É um poder de fato porque nascido do fato social, político e econômico. É
meio informal porque se manifesta por intermédio das mutações constitucionais,
modificando o sentido das Constituições, mas sem nenhuma alteração do seu texto
expresso.

QUESTÃO FGV – OAB, 2017.


Parlamentar brasileiro, em viagem oficial, visita o Tribunal Constitucional Federal da
Alemanha, recebendo numerosas informações acerca do seu funcionamento e de sua
área de atuação. Uma, todavia, chamou especialmente sua atenção: a referida Corte
Constitucional reconhecia a possibilidade de alteração da Constituição material - ou
seja, de suas normas - sem qualquer mudança no texto formal. Surpreendido com essa
possibilidade, procura sua assessoria jurídica a fim de saber se o Supremo Tribunal
Federal fazia uso de técnica semelhante no âmbito da ordem jurídica brasileira. A partir
da hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a informação dada pela
assessoria jurídica.
a) Não. O Supremo Tribunal Federal somente pode reconhecer nova norma no sistema
jurídico constitucional a partir de emenda à constituição produzida pelo poder
constituinte derivado reformador.
b) Sim. O Supremo Tribunal Federal, reconhecendo o fenômeno da mutação
constitucional, pode atribuir ao texto inalterado uma nova interpretação, que expressa,
assim, uma nova norma.
c) Não. O surgimento de novas normas constitucionais somente pode ser admitido por
intermédio das vias formais de alteração, todas expressamente previstas no próprio
texto da Constituição.
d) Sim. O sistema jurídico-constitucional brasileiro, seguindo linhas interpretativas
contemporâneas, admite, como regra, a interpretação da Constituição
independentemente de limites semânticos concedidos pelo texto.
Gabarito: Alternativa b.
Comentário: Na mutação constitucional ocorre a alteração do conteúdo, do alcance e
do sentido das normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer
modificação na literalidade do texto da Constituição.

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DICA 32
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
A aptidão das normas constitucionais de produzirem efeitos é denominada eficácia
jurídica, a qual é conferida conforme a classificação das normas segundo a sua
aplicabilidade.

1ª Teoria – Americana (século XIX): existem dois tipos de normas: as normas


constitucionais auto executórias e as normas constitucionais não auto executáveis.

Crítica: algumas normas constitucionais não seriam dotadas de imperatividade e


inexistência de análise do papel das normas pragmáticas.

2ª Teoria – Italiana (século XX): reconhecimento às normas pragmáticas de


juridicidade, entendendo-as como jurídico constitucionais.

Doutrina Brasileira: Para José Afonso da Silva todas as normas constitucionais são
dotadas de aplicabilidade/eficácia.

DICA 33
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA

Possui todos os elementos


para a produção de efeitos
EFICÁCIA PLENA jurídicos diretos e eficácia plena =
imediatos, ex. art. 1º, 44 e direta + imediata + integral
46, CF.
Eficácia: 100%

Possui todos os elementos,


mas seu âmbito de eficácia
EFICÁCIA CONTIDA é restringido/contido pelo eficácia contida =
legislador ordinário, ex. art. direta + imediata + não
37, I, CF. integral
Eficácia: 100% - lei

Não possui todos os


elementos. Necessita da
EFICÁCIA LIMITADA atuação do legislador eficácia limitada =
ordinário para que produza indireta + mediata +
seus efeitos e aumentar seu reduzida + diferida
âmbito de eficácia.
Eficácia: % + lei = 100%

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QUESTÃO FGV – OAB, 2017.


Edinaldo, estudante de Direito, realizou intensas reflexões a respeito da eficácia e da
aplicabilidade do Art. 14, § 4º, da Constituição da República, segundo o qual “os
inalistáveis e os analfabetos são inelegíveis”.
A respeito da norma obtida a partir desse comando, à luz da sistemática constitucional,
assinale a afirmativa correta.
(a) Ela veicula programa a ser implementado pelos cidadãos, sem interferência estatal,
visando à realização de fins sociais e políticos.
(b) Ela tem eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral, pois, desde que a
CRFB/88 entrou em vigor, já está apta a produzir todos os seus efeitos.
(c) Ela apresenta contornos programáticos, dependendo sempre de regulamentação
infraconstitucional para alcançar plenamente sua eficácia.
(d) Ela tem aplicabilidade indireta e imediata, não integral, produzindo efeitos restritos e
limitados em normas infraconstitucionais quando da promulgação da Constituição da
República.
GABARITO: Alternativa b.
COMENTÁRIO: O art. 14, § 4º, da CF (“os inalistáveis e os analfabetos são
inelegíveis”) é uma norma de eficácia plena, uma vez que possui aplicabilidade direta,
imediata e integral.

DICA 34
NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA

As normas de eficácia limitada se subdividem em:

Normas de princípio programático: Direcionam a atuação do Estado instituindo


programas de governo.
São normas que estabelece os princípios e diretrizes que serão cumpridos pelo Estado
observando seus fins sociais, estabelecendo programas de ação futura.
Vinculam programas de governo, sendo dirigidas aos próprios governantes.

→ STF: normas programáticas, sobretudo de temas relacionados à saúde e educação,


possuem aplicabilidade direta e imediata, à luz da teoria do mínimo existencial atrelado à
dignidade da pessoa humana.

Normas de princípio institutivo: Ordenam ao legislador a organização ou


instituição de órgãos, instituições ou regulamentos.
DICA 35
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Entendidos como cláusulas pétreas, os direitos e garantias fundamentais são o rol
de princípios absolutos e relativos positivados para assegurar aos seres humanos o
estatuto de indivíduos de direito. No ordenamento jurídico brasileiro, estão previstos na
Constituição Federal e são inerentes à pessoa humana
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Com o primeiro grande marco histórico sobre direitos fundamentais, que foi a Revolução
Francesa, a Constituição Federal de 1988, desse modo, refletiu o que fora estabelecido na
Carta de Direitos Humanos de 1948. E trouxe um rol de direitos e garantias considerados
fundamentais para a manutenção do ordenamento jurídico. Os direitos e garantias
fundamentais, portanto, são entendidos como este conjunto de preceitos conquistados
com o avanço das sociedades jurídicas e hoje positivados. Portanto, pode-se dizer que os
direitos fundamentais decorrem de uma construção histórica.

ATENÇÃO!

Os Direitos e Garantias Fundamentais são:

Irrenunciáveis: Ninguém pode recusá-los, na medida em que são inerentes –


também são inalienáveis e invioláveis. Isto é, não podem ser vendidos, trocados,
disponibilizados ou violados, sob o risco de punição do Estado.

Imprescritíveis: Não são atingidos pela prescrição e podem ser exigidos a


qualquer tempo. Do mesmo modo são universais, uma vez que aplicados
indistintamente a todos os indivíduos.

DICA 36
PRINCIPAIS DIREITOS FUNDAMENTAIS
A Constituição Federal nos traz no seu art. 5º:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade […].

Portanto, são direitos fundamentais:

Direito à vida

Direito à liberdade

Direito à igualdade

Direito à segurança

Direito à propriedade

DICA 37
DIREITO À VIDA

O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina.


Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada,
admite-se a pena de morte. O aborto, por sua vez, é permitido em casos
excepcionais.
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Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez


quando não há outra forma de salvar a vida da gestante.

Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por


médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu
representante legal quando a gestante dor menor de 18 anos.

Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de uma


criança com grave deformidade genética.

DICA 38
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
A CF/88 preconiza que todos são iguais perante a lei (caput), bem como homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (inciso I).

A igualdade tem dupla acepção, MATERIAL e FORMAL:

Material: trata-se da igualdade de fato. É o tratar igualmente os iguais e os desiguais


de forma desigual, na medida de sua desigualdade. É aqui que se encontra o fundamento
para as ações afirmativas;

Formal: é a igualdade perante a lei. É dizer, todos os seres humanos são tratados de
igual forma, sem levar em consideração suas especificidades.
DICA 39
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

Por não existir direito fundamental absoluto, a legalidade pode ser afastada nos casos de
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de
defesa (artigo 136, CF/88).

O princípio da legalidade tem duas acepções, uma diz respeito ao Particular e a


outra à Administração. O primeiro é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Já
o segundo pode fazer somente o que a lei permite.
DICA 40
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da reserva legal impõe a necessidade que determinadas matérias sejam


disciplinadas por lei formal, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no artigo
59, da cf/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de obediência
à lei em sentido amplo.

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A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

A reserva legal pode ser classificada em:

Absoluta: a norma constitucional necessita de lei formal para sua regulamentação.

Relativa: em que pese a necessidade de lei formal, é possível a edição de espécies


infralegais para regulamentação da norma constitucional.

O Princípio da Irretroatividade das Leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá,
exceto em benefício do réu.
DICA 41
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)
Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
o anonimato.
A Vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a
terceiros ao exercer a livre manifestação do pensamento.

A livre manifestação de pensamento não é absoluta, sendo proibido qualquer discurso


de ódio, inclusive a incitação ao racismo.
DICA 42
DIREITO DE RESPOSTA
É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.
Esquematizando:

Aplica-se a pessoas físicas e


pessoas jurídicas.

DIREITO DE É proporcional ao agravo.


RESPOSTA

Pode ser acumulado com


indenização por dano material,
moral ou à imagem.

DICA 43
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA
O artigo 5º, em seu inciso VIII garante que ninguém terá cerceado seus direitos por
motivo de crença religiosa, de convicção filosófica ou política.
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Trata-se de garantia ao direito de liberdade assegurado pela CF/88.


Contudo, caso o indivíduo se exima de obrigação legal a todos impostas e recusar-se a
cumprir prestação alternativa fixada em lei, haverá restrição de seus direitos.
DICA 44
INVIOLABILIDADE DA CASA
Segundo o inciso XI, do artigo 5º, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou
desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial.
Da leitura do dispositivo extraímos que nos casos de flagrante delito, desastre e para
prestar socorro, o agente pode entrar em qualquer horário na residência. Já quando se
tratar de determinação judicial, o agente somente poderá entrar na residência durante o
dia.

Entende-se como “casa”:


Qualquer compartimento habitado;

Qualquer aposento ocupado de habitação coletiva;

Qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade pessoal.

SISTEMATIZANDO

REGRA:
A casa é inviolável;

EXCEÇÃO:
Consentimento do morador;
Flagrante delito;
Desastre;
Prestar socorro;
Determinação Judicial.

JURISPRUDÊNCIA

O ingresso regular da polícia no domicílio, sem autorização judicial, em caso de


flagrante delito, para que seja válido, necessita que haja fundadas razões (justa

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causa) que sinalizem a ocorrência de crime no interior da residência. A mera
intuição acerca de eventual traficância praticada pelo agente, embora pudesse
autorizar abordagem policial, em via pública, para averiguação, não configura, por si
só, justa causa a autorizar o ingresso em seu domicílio, sem o seu
consentimento e sem determinação judicial. STJ. 6ª Turma. REsp 1574681-RS, Rel.
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017 (Info 606).

Veja como já foi cobrado em prova:

QUESTÃO FGV OAB, 2021.


João, considerado suspeito de ter comercializado drogas ilícitas em festa realizada há
duas semanas em badalada praia do Município Delta, após investigação policial, teve
localizado seu endereço.
Os policiais, sem perda de tempo, resolvem se dirigir para o referido endereço, e lá
chegando, às 22h, mesmo sem permissão, entram na casa de João e realizam uma
busca por provas e evidências.
Segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a ação policial
(a) respeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que a Constituição da República
dispensa a necessidade de mandado judicial em situações nas quais esteja em questão
a possibilidade de obtenção de provas para investigação criminal em curso.
(b) desrespeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que, como a Constituição da
República não prevê explicitamente qualquer exceção a este direito, o ingresso na casa
alheia, contra a vontade do morador, sempre exige ordem judicial.
(c) respeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que o sistema jurídico brasileiro
considera que a plena fruição desse direito somente pode ser relativizada em situações
nas quais o seu exercício venha a conceder proteção a alguma ação criminosa.
(d) desrespeitou o direito à inviolabilidade domiciliar, já que, embora esse direito não
seja absoluto e possua restrições expressas no próprio texto constitucional, a atuação
dos agentes estatais não se deu no âmbito destas exceções.
GABARITO: Alternativa d.
COMENTÁRIO: CF, art. 5°, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

DICA 45
LIBERDADE PROFISSIONAL
Segundo o inciso XIII, do art. 5º, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

É inconstitucional a previsão de cancelamento automático de registro em conselho


profissional por inadimplência da anuidade. Antes, em acatamento ao princípio do
processo legal, deve haver a oitiva do associado.
A inexistência de lei regulamentadora NÃO impede o exercício da profissão.

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ATENÇÃO!

Bacharel em Direito que exerce o cargo de assessor de desembargador NÃO pode


exercer a advocacia.

DICA 46
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – LIBERDADE DE REUNIÃO
Previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI)
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;”

Ao analisar esse direito fundamental, extrai-se os seguintes


requisitos:

Reunião pacífica;

Sem armas;

Em locais abertos ao público – o que não veda a realização de reuniões em


espaços privados;

Independentemente de autorização;

Não frustrem outra reunião marcada anteriormente para o mesmo local;

Exige-se prévio aviso.

JURISPRUDÊNCIA

O PRÉVIO AVISO, segundo a jurisprudência do STF, não exige uma comunicação


formal, pois “eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de reunião
não transforma a manifestação em ato ilícito e que o Poder Público pode
legitimamente impedir o bloqueio integral de via pública para assegurar o direito de
locomoção de todos” (Notícias STF de 19.12.2018).

Como os demais direitos fundamentais, o direito de reunião não é absoluto e pode


ser restringido na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de
sítio (art. 139, IV).

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JURISPRUDÊNCIA – Fique atento

Sobre o requisito do AVISO, o STF, por meio do Recurso Especial n° 806339/SE,


cujo Relator foi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que para que o aviso seja
cumprido não há nenhum tipo de forma pré-estabelecida, bastando apenas que chegue
o conhecimento da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de
aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de
forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário.
RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

DICA 47
LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO

Encontra-se positivada nos incisos:

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter


paramilitar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de


autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas


atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade


para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

DICA 48
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Segundo o inciso LVIII, do artigo 5º, o civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

Mesmo identificado civilmente, o indivíduo será submetido à identificação


criminal nas seguintes hipóteses:

Documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;

Documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;

Indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes


entre si;

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Identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;

Constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

Estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do


documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
DICA 49
DIREITO DE PETIÇÃO E DIREITO À OBTENÇÃO DE CERTIDÕES
Segundo dispõe o artigo 5º, inciso XXXIV, a todos (brasileiros, estrangeiros ou pessoas
jurídicas) são assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e


esclarecimentos de situações de interesse pessoal.

ATENÇÃO!

Direito de petição: defesa de direitos e defesa contra ilegalidade ou abuso de poder;


Direito à obtenção de certidões: defesa de direitos e o esclarecimento de situações
de interesse pessoal.

Diante da negativa da obtenção de certidão o remédio constitucional adequado para


combater a lesão é o MANDADO DE SEGURANÇA, e não o habeas data.

DICA 50
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
Segundo o inciso XXXV, do artigo 5º, a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.

É defeso ao legislador criar barreiras de acesso da população ao Judiciário, sob pena


de violação da inafastabilidade da jurisdição.
OBS.: Apesar da escrita da palavra nos levar a outro sentido, DEFESO, significa
PROIBIDO!

No Brasil é adotado o sistema inglês de jurisdição “una”. Nesse sistema, somente o


Poder Judiciário pode dizer o direito de forma definitiva, por meio da “coisa julgada
material”.
Cabe salientar que não existe a chamada “coisa julgada administrativa”, haja vista
que até mesmo a decisão administrativa que não cabe mais recurso administrativo
submete-se à análise do Poder Judiciário.

Existem alguns casos onde a jurisdição é condicionada, ou seja, somente é possível


buscar o Poder Judiciário após o esgotamento da instância administrativas, quais sejam:
Habeas data;
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Controvérsia desportiva;

Reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração


Pública;

Requerimento de benefício previdenciário.


DICA 51
TRIBUNAL DO JÚRI (INCISO XXXVIII, DO ARTIGO 5º)

Segundo o inciso em estudo, são princípios assegurado do tribunal do júri:

Plenitude de defesa;

Sigilo das votações;

Soberania dos veredictos;

Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

A competência do tribunal do júri para julgamento dos crimes dolosos contra a vida pode
ser ampliada pelo legislador ordinário.

Dá-se o nome de latrocínio ao crime de roubo qualificado pela morte da vítima.


Em que pese haver a morte da vítima, em realidade trata-se de crime contra o
patrimônio e não contra a vida.

ATENÇÃO!

Quando o agente que cometer o crime doloso contra a vida detiver foro especial por
prerrogativa de função previsto na Constituição Federal, a competência não será do
tribunal do júri.

DICA 52
EXTRADIÇÃO

Nenhum brasileiro será extraditado (vedação absoluta), salvo o naturalizado


nos seguintes casos:
Crime comum, cometido antes da naturalização;

Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de drogas;

NÃO será concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

O brasileiro nato que vier a perder a nacionalidade brasileira pela aquisição


voluntária de outra nacionalidade, estará sujeito à extradição.

DICA 53
CRIMES INAFIANÇÁVEIS E CRIMES IMPRESCRITÍVEIS
Na CF/88 existem “mandados de criminalização” onde o constituinte determina que o
legislador criminalize alguma conduta ensejadora de violação a algum bem jurídico.
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Podemos encontrar mandados de criminalização nos seguintes incisos:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça, anistia e indulto


a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evita-los, se omitirem.

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armado civis ou


militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático.

CRIMES
CRIMES
INAFIANÇÁVEIS E
INAFIANÇÁVEIS E
INSUSCETÍVEIS DE
IMPRESCRITÍVEIS:
GRAÇA E ANISTIA:

Tortura;
RACISMO;
Tráfico ilícito de
entorpecentes e
drogas afins;

Ação de grupos
armado civis ou Terrorismo;
militares, contra a
ordem constitucional
e o estado
democrático. Crimes
hediondos.

DICA 54
INTRANSCEDÊNCIA DAS PENAS
Conforme o preconizado pelo inciso XLV, nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido.

Assim, nenhuma pessoa pode sofrer a penalização por ato de outrem.

IMPORTANTE! Esse dispositivo é bastante cobrado nas provas. Então, fique atento,
pois pode ser cobrado em sua prova da OAB.

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DICA 55
ESPÉCIES E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS PENAS
O inciso XLVI, do artigo 5º, traz o princípio da individualização e espécies de penas,
vejamos o dispositivo em questão.

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

privação ou restrição da liberdade;

perda de bens;

multa;

prestação social alternativa;

suspensão ou interdição de direitos;

O rol trazido por esse inciso é meramente exemplificativo, podendo a lei criar novos
tipos de penalidades.

Entretanto, alguns tipos de penas não podem ser criados por vedação expressa do
inciso XLVII, também do artigo 5º, vejamos quais são:

De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos


termos do art. 84, XIX;

De caráter perpétuo;

De trabalhos forçados;

De banimento;

Cruéis.

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DIREITOS HUMANOS

DICA 56
AS TRÊS VERTENTES DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

DIREITOS HUMANOS STRICTO SENSU: Relacionada com a conclusão de tratados


pelos Estados para a proteção dos direitos humanos como hipóteses de violação,
mecanismos de controle e sanções, podem ser responsabilizados por denúncia de outros
Estados ou pro reclamações de indivíduos quando violados direitos.

DIREITO HUMANITÁRIO: busca regular condições de paz e segurança às pessoas


envolvidas em conflitos armados.

DIREITO DOS REFUGIADOS: busca proteger a situação específica das pessoas que
abandonam seu país por sofrer discriminação ou limitação de liberdade de expressão ou
opinião política.
DICA 57
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)
Organizações das Nações Unidas (ONU): É o marco institucional, foi estabelecida em
1945 e assumiu o desafio de reorganizar o mundo pós-Segunda Guerra Mundial.
A proteção dos direitos humanos está entre os propósitos e princípios da ONU.
Seus propósitos estão previstos no art.1º da Carta da ONU.
Com a cooperação entre os Estados, a ONU está buscando fortalecer a amizade entre
as Nações e evitar novos conflitos.

Princípios previstos no art. 2º da Carta: Igualdade de todos os seus membros; boa-fé;


paz, segurança e justiça internacionais; assistência; concordância implícita e autonomia
ou não intervenção nos assuntos internos dos Estados.

As instituições nacionais de direitos humanos devem atender a cinco características:

Capacidade de se relacionar com instituições regionais e internacionais;

Autonomia para monitorar qualquer violação de Direitos humanos;

Competência para atuar em temas jurídicos;

Autoridade para assessorar o Executivo, o Legislativo e qualquer outra instância sobre


temas relacionados aos Direitos Humanos; e

Legitimidade para educar e informar sobre direitos humanos.

MNEMÔNICO: CACAL.

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DICA 58
INSTRUMENTOS NORMATIVOS DO SISTEMA GLOBAL

No sistema global coordenado pela ONU, temos instrumentos normativos gerais e


específicos:
Instrumentos normativos gerais: Declaração Universal dos Direitos do Homem
(DUDH) + Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos + Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

Instrumentos específicos: Convenções Internacionais fundamentalmente voltadas à


prevenção da discriminação ou à proteção de pessoas ou grupos particularmente
vulneráveis.
DICA 59
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS (DUDH)
Com o estabelecimento da ONU, foram criados o Conselho Social e Econômico que
apresentou a declaração universal, como marco histórico de proteção universal de
direitos humanos.
É essencial para a universalização da proteção ao ser humano, proteção esta que
decorre da condição humana.
Não possui natureza de tratado e, portanto, nem o Brasil e nem os demais Estados
precisam ratificar tal Declaração, mas possui conteúdo jurídico.
A DUDH apresenta direitos de liberdade (art. 1º ao 21º) e de igualdade (art. 22º ao
30º), possuindo o mesmo valor hierárquico.
DICA 60
PACTOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Os Estados verificaram a necessidade do estabelecimento de um conteúdo obrigatório,
surgindo em 1966 dois pactos internacionais, o de Direitos Civis e Políticos e Direitos
Econômicos, Socais e Culturais.
Ao lado da DUDH, compõem a Lei ou Carta Internacional dos Direitos Humanos.
O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos estabelece direitos de primeira
geração com aplicação imediata.
O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Socais e Culturais estabelecem direitos
de segunda geração, com aplicação progressiva.
Os Pactos foram aprovados em 1966, ratificados pelo Brasil em 1991 e internalizados
em 1992, mas possuem protocolo facultativo.

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DIREITO INTERNACIONAL

DICA 61
DIFERENCIAÇÃO ENTRE NATOS E NATURALIZADOS

Em regra, não existe diferença entre natos e naturalizados, mas a Constituição


apresentou algumas hipóteses taxativas, no art. 12 § 2º e 3º:

Cargos privativos de brasileiros natos: Presidente e Vice-presidente da República;


Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do
Supremo Tribunal Federal; Carreira diplomática; Oficial das Forças Armadas; Ministro
de Estado da Defesa.
MP3.COM

Naturalizado não poderá ser Presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pois
este órgão será presidido pelo Presidente do STF, conforme art.103-B, da CF.

O naturalizado também não poderá ser Presidente ou Vice-presidente do Tribunal


Superior Eleitoral (TSE), tendo em vista que os mesmos são eleitos dentre os Ministros
do STF, conforme parágrafo único, do art.119 da CF.

Não pode também, o naturalizado ser Conselheiro da República, sendo cargo


reservado para brasileiros natos com mais de 35 anos de acordo com o art. 89 da CF.

Naturalizado pode perder a nacionalidade por sentença judicial. O brasileiro nato


somente se adquirir outra nacionalidade (art. 12, § 4º).

O brasileiro nato não é extraditado, o naturalizado pode ser em caso de tráfico ilícito
de entorpecentes ou crimes comuns antes da naturalização (art. 5º, LI).

Somente brasileiros natos e naturalizados a mais de dez anos de naturalização


podem ser proprietários de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e
imagens (art.122, da CF).

DICA 62
PERDA E DUPLA NACIONALIDADE

A naturalização poderá ser cancelada por sentença judicial, em virtude de


atividade nociva ao interesse nacional (aplicável apenas ao naturalizado), na forma do
art. 12, § 4º, I da CF.

Ocorrerá a perda da nacionalidade por aquisição de outra, conforme art. 12, § 4º, II
da CF.
EXCEÇÃO: reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direitos civis. São os casos de dupla nacionalidade.
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DICA 63
CONCEITOS OPERACIONAIS NO DECRETO Nº 9.199/17

MIGRANTE: pessoa que se desloque de país ou região geográfica ao território de


outro país ou região geográfica, em que estão incluídos o imigrante, o emigrante e o
apátrida;

IMIGRANTE: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalhe ou resida e se


estabeleça temporária ou definitivamente na República Federativa do Brasil;

EMIGRANTE: brasileiro que se estabeleça temporária ou definitivamente no exterior;

RESIDENTE FRONTEIRIÇO: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que


conserve a sua residência habitual em Município fronteiriço de país vizinho;

VISITANTE: pessoa nacional de outro país ou apátrida que venha à República


Federativa do Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer
temporária ou definitivamente no território nacional;

APÁTRIDA: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado;

REFUGIADO: pessoa que tenha recebido proteção especial do Estado brasileiro.


DICA 64
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA MIGRATÓRIA
Abrange imigrantes e emigrantes, baseado na noção de reciprocidade entre os Estados.

Princípios e diretrizes estão presentes no art.3º da Lei 13.445/2017, devendo ser dada
atenção maior para:
Respeito aos direitos humanos: repúdio a xenofobia, racismo e quaisquer
discriminação.
Migração não deve ser criminalizada.
Acolhida humanitária e direito à reunião familiar.
Proteção a brasileiro no exterior.
Repúdio a práticas de retirada compulsória de estrangeiro de forma coletiva.
DICA 65
DIREITOS DO MIGRANTE
Previsto em um rol não exaustivo no art. 4º da Lei nº 13445/2017.

Garantidos no território nacional, com condições de igualdade com os nacionais,


a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
são assegurados:

direitos e liberdades civis, sociais, culturais e econômicos;

liberdade de circulação em território nacional;

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reunião familiar do migrante com seu cônjuge ou companheiro e seus filhos, familiares e
dependentes;

proteção a vítimas e testemunhas;

transferir recursos decorrentes de sua renda e economias pessoais a outro país;

reunião para fins pacíficos;

direito de associação;

acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à previdência social;

amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita;

direito à educação pública, vedada a discriminação em razão da nacionalidade e da


condição migratória;

cumprimento de obrigações legais e contratuais trabalhistas e de aplicação das normas


de proteção ao trabalhador;

isenção das taxas, mediante declaração de hipossuficiência;

direito de acesso à informação e garantia de confidencialidade;

direito a abertura de conta bancária;

direito de sair, de permanecer e de reingressar em território nacional;

direito do imigrante de ser informado sobre as garantias.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 66
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A interpretação do fato gerador deve ser feita, conforme prevê o art. 118 do CTN
“abstraindo-se:
I — Da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II — Dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos”.
Forte nesse dispositivo, tem-se entendido, por exemplo, que, prestado serviço de
telefonia, incide o ICMS, ainda que o consumidor deixe de pagar a conta
telefônica, porquanto “Não compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos
consumidores; cabe, no caso, à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o
recebimento de seus créditos”.

Também já decidiu o STJ que “A exigência tributária não está vinculada ao êxito
dos negócios privados”. Têm entendido o STF e o STJ, também, que o PIS e a Cofins —
contribuições sobre a receita cobradas pelo regime de competência — são devidos ainda
que posteriormente se verifique inadimplência dos adquirentes dos produtos. O mesmo se
aplica quanto à tributação oriunda de ilícitos.
DICA 67
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

O elemento especial da obrigação tributária refere-se sobre onde ocorre o fato


gerador.

É importante para determinar sujeito ativo do fato gerador. A quem se deve pagar.

Ex.: Um doador domiciliado no Rio de Janeiro doa um imóvel localizado em Minas


Gerais para o donatário que reside no Espírito Santo e o contrato de doação é assinado
em São Paulo. A qual fisco se deve pagar o Imposto de Transmissão Causa Mortis ou
Doação (ITCMD)? A Constituição indica que o local onde ocorre o FG é o local do imóvel,
nesse caso, o fisco de Minas Gerais que receberá o imposto. No caso dos bens imóveis
aplica-se o princípio da territorialidade. Já no caso de bens móveis, o local onde ocorre o
FG é o local do doador, sendo o fisco carioca o responsável por recolher o imposto.
DICA 68
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A definição do elemento espacial da obrigação tributária em algumas vezes não é definida
em lei nacional ou na Constituição. Assim, os fiscos municipais e estaduais podem
estabelecer em suas legislações situações que levam a cobrança de imposto por mais de
um ente tributante.

Quando há conflito de critérios especiais ocorrerá a bitributação: dois entes


cobrando pelo mesmo Fato Gerador, tributos idênticos ou diversos.

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Ex.: Propriedade localizada dentro de um município, em que não se pode definir se ela
se localiza em área rural (enseja ITR, competência da União) ou em área urbana (enseja
IPTU, competência municipal). Neste caso, como o Fisco tem o dever de cobrar, ambos os
entes irão notificar o contribuinte para pagar.
O contribuinte para se desobrigar perante os fiscos deve pagar através de ação de
consignação de pagamento, depositando o maior valor cobrado, evitando a mora, e
nessa ação os entes tributantes irão discutir a legitimidade para cobrança, competindo ao
Juiz definir quem tem legitimidade.
Art. 164. CTN - A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente
pelo sujeito passivo, nos casos: III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de
direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
DICA 69
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A bitributação é diferente do “bis in idem”.

Nos casos de “bis in idem”, ou dupla cobrança, ocorre a cobrança dupla sobre
um mesmo fato gerador. Porém, neste caso, o mesmo ente cobra dois ou mais tributos
sobre o mesmo fato gerador, sendo hipótese de excesso de competência pelo mesmo
ente. O que é vedado pela CR/88:

Art.145 CR/88, §2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 154, CR/88 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados nesta Constituição.

STF entende que como regra o bis in idem é permitido, sendo vedado apenas nas
hipóteses previstas constitucionalmente, porque o legislador constituinte definiu as
hipóteses em que é vedado. Exemplo de tributos que tem fatos geradores sobrepostos:
IRPJ e CSLL/ II, IPI /PIS e COFINS.
DICA 70
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O elemento temporal da obrigação tributária descreve quando se deve considerar
ocorrida a obrigação tributária.
A regra geral para definição do momento de ocorrência do Fato Gerador é a prevista no
CTN.

Se o fato gerador é uma situação de fato (situação que ocorre na vida fática): o fato
gerador considera-se constituído quando preenchidas as circunstâncias materiais
necessárias à sua ocorrência.
Quando o fato gerador é uma situação jurídica: situação previamente estabelecida
em seus contornos e efeitos em outro ramo do direito, como, por exemplo, ocorre com a
propriedade, o FG considera-se ocorrida quando definitivamente constituída.

Art. 116, CTN - Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato
gerador e existentes os seus efeitos:

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I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe
são próprios.
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
DICA 71
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Quando o Fato Gerador é baseado na ocorrência de situação jurídica, o art. 117 do CTN
estabelece que quando essa envolver negócios jurídicos sujeitos à condição, eles se
reputam perfeitos e acabados desde a prática do ato ou da celebração do negócio
quando sujeitos à condição resolutória (que já produz efeito até ocorrência da condução
resolutiva), mas apenas quando do implemento da condição quando se trate de condição
suspensiva (que não produz efeito até implemento da condição), ou seja, desde quando
decorre o efeito.
Art. 117 CTN. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em
contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I -
sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II - sendo resolutória
a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.
DICA 72
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A obrigação tributária pode surgir de forma instantânea, periódica e continuada, a


depender do momento em que o fato gerador ocorre no tempo:

Instantâneo: fato gerador se esgota em determinada unidade no tempo. Ao


realizar fato gerador, já leva ao dever de gerar tributo. Ex.: ICMS, ITBI, ITCMD, IOF, II,
IE, ISS. IR retido na fonte e sobre ganho de capital também é instantâneo.

Periódico/Complexivo: realização do fato gerador ocorre ao longo do tempo e há


um corte, para determinar que aquele período corresponde à obrigação. Situação
composta por diversos fatos geradores considerados em conjunto (período), sendo que a
lei irá estabelecer lapso temporal em que haverá a apuração do tributo. Ex.: IR (lei
estabelece que apuração do tributo leva em consideração o exercício financeiro anterior).

Continuado: fato gerador é duradouro/estável. Vinculado à situação jurídica que se


perpetua no tempo (status que você demonstra ao estado), nesses casos a lei irá prever
quando o ato gerador irá se considerar ocorrido. Ex.: situação de proprietário, enquanto a
pessoa mantém aquela situação jurídica ela deve pagar o tributo - IPVA, IPTU, ITR.
DICA 73
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O elemento quantitativo da obrigação tributária descreve qual o montante devido de
tributo. Para determinar o valor deve observar dois elementos: base de cálculo +
alíquota.

Base de cálculo: exteriorização econômica do fato gerador. Base de cálculo pode


ser dinheiro ou unidade de medida adotada (base de cálculo técnica, ex.: m² - é a base de
cálculo da taxa de coleta de lixo/ CIDE combustível utiliza litro).
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Alíquota: é sempre percentual (alíquota ad valorem, utilizada para casos de base


de cálculo expressa em dinheiro) ou valor fixo expresso em dinheiro (alíquota específica,
adotada para base de cálculo técnica) que incidirá sobre a base de cálculo.
DICA 74
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Elementos subjetivos da obrigação principal: determina em favor de quem a obrigação
tributária é constituída, bem como quem está obrigado ao pagamento. São sujeitos
da relação jurídica tributária. Como toda obrigação há sempre um sujeito ativo e um
sujeito passivo.

Sujeito ativo: O sujeito ativo é o credor da obrigação tributária. Refere-se àquele


que tem competência para instituir e regular o tributo (competência tributária), quanto
àquele que tem legitimidade para fiscalização e arrecadação (capacidade tributária ativa).

Sujeito passivo: o sujeito passivo é aquele quem é obrigado a pagar o tributo ou


multa (obrigação principal), e a fazer ou não fazer alguma prestação (obrigação
acessória). Pode ser o contribuinte ou o responsável tributário.
DICA 75
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A competência para instituir tributo é diferente da capacidade tributária ativa:

Competência tributária: sujeito ativo da relação tributária. Tem a prerrogativa


atribuída constitucionalmente para editar normas complementares necessárias à
fiscalização e à cobrança, exercer a fiscalização, constituir o crédito tributário mediante
lançamento, inscrevê-lo em dívida ativa e exigir o seu pagamento (se necessário,
mediante o ajuizamento de execução fiscal).

Capacidade tributária ativa: função de fiscalizar e arrecadar o tributo. É atividade


obrigatória e vinculada, mas que pode ser delegada. Delegação é atribuição do poder
executivo de cada ente. Revogável a qualquer tempo. Nesse caso haverá o sujeito ativo
indireto da obrigação tributária.
Art. 7º CTN A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público
a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Figuras são diferentes do ente destinatário da receita do tributo, este não é
considerado sujeito ativo.
DICA 76
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O art. 120 do CTN prevê uma hipótese de modificação superveniente de sujeito
ativo.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se
constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja
legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.

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Neste caso, o Código afirma que a nova pessoa jurídica de direito público, além de aplicar
a legislação do ente do qual se desmembrou até que crie a sua própria, sub-roga-se nos
direitos deste, de forma a haver inovação subjetiva na obrigação.

Ex.: Quem possuía débito de IPVA em virtude de propriedade de veículo automotor


licenciado em Município do Estado de Tocantins, quando este foi desmembrado de Goiás,
passou a dever o IPVA a Tocantins, de forma que houve mudança do sujeito ativo
(mudança subjetiva) da obrigação tributária, uma vez que Tocantins se sub-rogou nos
direitos de Goiás relativamente aos fatos geradores ocorridos em território tocantinense.
DICA 77
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

O sujeito passivo da obrigação principal pode ser:

Contribuinte: sujeito que tem relação direta e pessoal com situação que constitui o
fato gerador.

Responsável tributário: sujeito que não tem relação direta ou pessoal com o fato
gerador. O dever de pagar tributo, neste caso, deriva da lei.
A sujeição passiva de qualquer relação obrigacional tributária é matéria estritamente
legal, forte na garantia da legalidade tributária (art. 150, I, da CF) ou mesmo da
legalidade geral (art. 5º, II, da CF).

ATENÇÃO:

O Contribuinte e responsável tributário não são sujeitos passivos da mesma relação


jurídica. O contribuinte é obrigado no bojo de uma relação contributiva, instituída
por lei, com base no dever fundamental de pagar tributos. O responsável é obrigado
no bojo de uma relação de colaboração com a Administração, para a simplificação, a
facilitação ou a garantia da arrecadação.
Não constitui sujeito passivo o mero pagador que, por liberalidade, paga tributo em
nome de outrem. Também não é sujeito passivo o chamado contribuinte de fato, a
quem é diretamente transferido o ônus econômico do tributo mediante destaque
expresso do valor devido na operação, mas que não está obrigado ao pagamento e não
pode ser demandado pelo Fisco (ex.: locatário). Também não pode ser considerado
sujeito passivo o contribuinte econômico, ou seja, aquele que suporta mediatamente
o ônus da tributação. Ex.: consumidor.

DICA 78
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
As convenções realizadas entre as partes alterando o sujeito passivo da obrigação
tributária, não podem ser opostas ao fisco, somente possuindo eficácia interpartes.

Ex.: se locador transmite ao locatário o dever de pagar IPTU, não pode ser oponível ao
Fisco municipal. Locador terá direito de regresso, a ser proposta no juízo cível.

Isso porque a definição de sujeito passivo é matéria reservada à lei e, assim,


disposições contratuais não podem alterá-las, salvo disposição em lei.
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Art. 123, CTN. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares,
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes.

É hipótese de ineficácia relativa, o negócio é válido e eficaz, porém, não pode ser
oponível a Fazenda.
Súmula 614 STJ - O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação
jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir
indébito desses tributos.
DICA 79
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil da pessoa natural,
de limitação ou privação do exercício da atividade civil, comercial ou profissional ou de
estar a PJ regularmente constituída.

Art. 126. CTN - A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;

II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou


limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração
direta de seus bens ou negócios;

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.
DICA 80
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO: nessa situação, quando ocorre o fato


gerador, a lei já prevê quem será o responsável tributário do tributo. Ou seja, a
obrigação tributária já nasce com seu polo passivo ocupado por um substituto processual.
Nessa situação, exige-se que o substituto tenha capacidade de colaboração, pois é feita
no interesse do Fisco.
Ou seja, quando o contribuinte (substituído) pratica o fato gerador, a lei já indica que ele
deixará o polo passivo da obrigação tributária, sendo substituído pelo responsável
tributário (substituto).

Essa substituição poderá ser:

Substituição simultânea (concomitante ou propriamente dita): responsabilidade


que exclui o contribuinte do dever de pagar o tributo.

Substituição para trás (regressiva, antecedente, diferimento): neste caso há uma


cadeia produtiva marcada pela concentração. Ou seja, ocorre, por exemplo, quando há
vários produtores que vendem produto para uma empresa. Neste caso há o diferimento
do pagamento do tributo. Ex.: cadeia de microprodução de leite: quando A
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(produtores de leite) vende mercadoria para B (empresa de laticínios), incide ICMS
(ICMS a’, pago pela sua transação), quando B vende a C (consumidores), incide também
ICMS (ICMS b’, pago pela sua transação). Nesse caso, quando o contribuinte A realiza
sua transferência, ele não recolherá ICMS, sendo seu pagamento devido por B (porque
neste caso, ele será o responsável). A responsabilidade é para trás, porque B
(responsável) deve olhar para trás e ver quem deve substituir. B pagará o ICMS a’ e b’.

Substituição para frente (progressiva, subsequente, por antecipação): neste caso


há uma cadeia produtiva marcada pela desconcentração. Ou seja, ocorre, por exemplo,
quando há uma indústria de medicamentos que vendem produtos para várias farmácias,
que distribuem a centenas de contribuintes. Há antecipação do pagamento do tributo
pelo responsável tributário. O Fisco consegue fiscalizar mais facilmente no começo,
quando ainda não ocorreu o fato gerador. Os substituídos estão a frente do recolhimento.
Isso gera muitos problemas na prática, pois durante o “caminho” várias coisas podem
ocorrer: caminhão pode perder a carga, produto pode não chegar a ser vendido, recall do
medicamento por erro, etc. Lei estabelece estipulações, buscando prever como essa
cadeia irá se desdobrar, para que o responsável possa calcular e pagar o tributo.
Exemplo: A (indústria montadora) vende carro para B (concessionária) vende para
consumidor final → C (consumidor final). O A (responsável tributário) recolhe ICMS dele,
e recolhe o ICMS de B (contribuinte) e C (contribuinte), antecipando o pagamento do
ICMS.
Logo, A (substituto/responsável tributário) terá que olhar para frente da cadeia
produtiva e antecipar o recolhimento do imposto que irá incidir.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 81
PODERES ADMINISTRATIVOS - CONCEITO

Os Poderes Administrativos são instrumentos colocados à disposição do administrador


para atingir o interesse público.
Não devem ser confundidos com Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Poder não é uma faculdade, mas sim um dever do agente público.
DICA 82

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

USO E ABUSO DO PODER

O uso do poder consiste em um privilégio do agente público. A sua utilização


implica que o agente deverá observar as normas constitucionais e legais em busca do
interesse público.

O abuso de poder ocorre quando o agente público deixa de lado o interesse


público e observa apenas o seu interesse particular, o que torna o ato ilegal. Assim, o
abuso de poder é toda a atuação que torna irregular a execução do ato administrativo.

DICA 83

ABUSO DO PODER

São espécies de abuso de poder: (i) excesso de poder; e (ii) desvio de poder.

Excesso de poder: O excesso de poder ocorre quando o agente atua além dos
limites legais de sua competência.

Desvio de poder ou de finalidade: O desvio de poder quanto à finalidade ocorre


quando o administrador agente dentro dos limites de sua competência, mas o faz para
alcançar fim diverso do previsto.

DICA 84
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER DE POLÍCIA

É o poder do Estado de restringir, limitar ou condicionar o exercício de direitos e da


propriedade em benefício do interesse público.
O poder de polícia condiciona o exercício do direito, visando o bem-estar coletivo.
A base do poder de polícia é o interesse público. É a supremacia do interesse público
sobre o interesse do particular.
O poder de polícia não pode ser delegado aos particulares, pois para o exercício do
poder de polícia é necessário o poder de império através de sua supremacia.

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DICA 85
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO - PODER DE POLÍCIA

Atributos do poder de polícia:

Discricionariedade (regra) – exceção: aplicação de multa é vinculado.

Coercibilidade

Autoexecutoriedade – desdobra-se em exigibilidade e a executoriedade.


DICA 86
CICLOS DO PODER DE POLÍCIA

Ordem de Polícia: limitação e acondicionamento ao exercício de atividades


privadas e uso de bens, imposta pela lei.

Consentimento de polícia: anuência prévia da administração para prática de certas


atividades.

Fiscalização de polícia: atividade que a administração pública analisa se está


ocorrendo o adequado cumprimento das ordens de polícia pelo particular ou se este
está agindo conforme as condições impostas.

Sanção de polícia: é a atuação administrativa de modo coercitivo.


DICA 87
PODER HIERÁRQUICO

É o poder para estabelecer a hierarquia entre órgãos e agente público.


Órgãos de nível superior fiscalizam e revisam atos de órgãos de hierarquia inferior, com a
correção dos atos mediante revogação ou anulação.
DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO
Na delegação, a autoridade transfere parte de suas atribuições para outro agente
praticar o ato.
Na avocação, uma autoridade chama para si a prática de ato de subordinado.
A delegação não exige que exista hierarquização.
A avocação exige hierarquia, podendo avocar quem possui a hierarquia superior.
DICA 88
PODER DISCIPLINAR

É o poder de punir internamente as infrações dos servidores ou outras pessoas sujeitas


à relação com a Administração Pública.
É um poder que incide tanto em relação a servidores como também a particulares,
que mantenham algum tipo de vínculo especial com o poder público.

Ex.: Concessionários de Serviços Públicos.

Para punição é necessária a existência de superioridade hierárquica.


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O poder disciplinar tem como característica a discricionariedade, ou seja, margem de
liberdade para decidir sobre o ato mais adequado a ser aplicado.
DICA 89
PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER REGULAMENTAR
É o poder da administração de editar atos normativos para complementação das leis
(Poder Normativo).

Ex.: Edição de Decreto pelo Presidente da República para regulamentar funcionamento


da administração pública.

Se o ato regulamentar extrapolar a sua função, a CF/88 autoriza o Congresso


Nacional a sustar o ato.

QUESTÃO FGV – OAB, 2019.


Após comprar um terreno, Roberto iniciou a construção de sua casa, sem prévia licença,
avançando para além dos limites de sua propriedade e ocupando parcialmente a via
pública, inclusive com possibilidade de desabamento de parte da obra e risco à
integridade dos pedestres.
No regular exercício da fiscalização da ocupação do solo urbano, o poder público
municipal, observadas as formalidades legais, valendo-se da prerrogativa de direito
público que, calcada na lei, autoriza-o a restringir o uso e o gozo da liberdade e da
propriedade privada em favor do interesse da coletividade, determinou que Roberto
demolisse a parte irregular da obra.
O poder administrativo que fundamentou a determinação do Município é o poder
(a) de hierarquia, e, pelo seu atributo da coercibilidade, o particular é obrigado a
obedecer às ordens emanadas pelos agentes públicos, que estão em nível de
superioridade hierárquica e podem usar meios indiretos de coerção para fazer valer a
supremacia do interesse público sobre o privado.
(b) disciplinar, e o particular está sujeito às sanções impostas pela Administração
Pública, em razão do atributo da imperatividade, desde que haja a prévia e
imprescindível chancela por parte do Poder Judiciário.
(c) regulamentar, e os agentes públicos estão autorizados a realizar atos concretos para
aplicar a lei, ainda que tenham que se valer do atributo da autoexecutoriedade, a fim de
concretizar suas determinações, independentemente de prévia ordem judicial.
(d) de polícia, e a fiscalização apresenta duplo aspecto: um preventivo, por meio do qual
os agentes públicos procuram impedir um dano social, e um repressivo, que, face à
transgressão da norma de polícia, redunda na aplicação de uma sanção.
GABARITO: Alternativa d.
COMENTÁRIO: Poder de polícia é uma prerrogativa que a Administração Pública tem
para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em
benefício da coletividade ou do Estado.
O poder de polícia tem nítida relação com o princípio da supremacia do interesse público
e por isso impõe restrições e condições para que o interesse particular não prejudique o

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público.
Além disso, pode ocorrer de forma repressiva (ex.: interdição de estabelecimento) ou
preventiva (ex.: autorizações e licenças).

DICA 90
ATO ADMINISTRATIVO
São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos,
resoluções, portarias, circulares, etc.
É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao
interesse público.

Cria, restringe, declara ou extingue direitos.

São sujeitos ao controle judicial.


DICA 91
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São 2 as formas de controle dos atos administrativos:

Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou


autotutela.
O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos
editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos.

ILEGÍTIMOS são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de


retirá-los do sistema.

INOPORTUNOS são os atos, em que pese não serem ilegais, se tornaram


inoportunos ou inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os
que entender se enquadrarem em tais características.

Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473:
Súmula 346, STF – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios
atos.
Súmula 473, STF – A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.

Quando realizado pelo poder judiciário se apresenta o controle externo.


Em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes, o Judiciário e Legislativo, quando
apreciarem Atos Administrativos, deverão limitar-se aos aspectos da legalidade, não lhes
competindo analisar o mérito, conveniência ou oportunidade.

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DICA 92
ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Anulação tem como fundamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário.

A anulação acarreta efeito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por


consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência.
Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade
apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé.

O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5
anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99.
Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica.

QUESTÃO FGV – OAB, 2017.


Ao realizar uma auditoria interna, certa entidade administrativa federal, no exercício
da autotutela, verificou a existência de um ato administrativo portador de vício
insanável, que produz efeitos favoráveis para a sociedade Tudo beleza S/A, a qual
estava de boa-fé. O ato foi praticado em 10 de fevereiro de 2012. Em razão disso, em
17 de setembro de 2016, a entidade instaurou processo administrativo, que, após o
exercício da ampla defesa e do contraditório, culminou na anulação do ato em 05 de
junho de 2017.
Com relação ao transcurso do tempo na mencionada situação hipotética, assinale a
afirmativa correta.
(a) Não há decadência do direito de anular o ato eivado de vício, considerando que o
processo que resultou na invalidação foi instaurado dentro do prazo de 5 (cinco) anos.
(b) Consumou-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para o exercício do poder de
polícia por parte da Administração Pública federal.
(c) O transcurso do tempo não surte efeitos no caso em questão, considerando que a
Administração pode anular seus atos viciados a qualquer tempo.
(d) Consumou-se a decadência para o exercício da autotutela, pois, entre a prática do
ato e a anulação, transcorreram mais de 5 (cinco) anos.
GABARITO: Alternativa A.
COMENTÁRIO: Em resumo, bastava que o candidato soubesse que se for comprovado
que o agente estava agindo de BOA-FÉ a anulação decai em 5 anos, se for MÁ-FÉ
anulação pode ser feito qualquer tempo.

DICA 93
REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Revogação tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando de
retirada do ato em razão de ilegalidade.

A revogação acarreta efeito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos


os direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica.
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Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conforme o
interesse público assim se apresente.

Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram.

Ex: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor.

A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53


da Lei nº 9.784/99:
Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.

QUADRO RESUMO:

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade

TITULAR Administração e Judiciário Administração

EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc

PRAZO 5 anos, salvo má-fé Sem prazo

DICA 94
REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
CO-FI-FO-MO-OB

(CO) (FI) (FO) (MO) (OB)


COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA MOTIVO OBJETIVO

COMPETÊNCIA OU SUJEITO

É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato.


A competência resulta e é delimitada pela lei.

Ex.: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da
Receita Federal.

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DICA 95
COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS

IRRENUNCIÁVEL: o agente não pode recusar sua competência.

IMPRORROGÁVEL: Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação


de qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo.

IMPRESCRITÍVEL: Não se perde a competência pelo decurso do tempo.


Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula
competência.

INDERROGÁVEL: A competência não pode ser transferida por simples vontade das
partes.
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA

Excesso de Poder: ocorre quando o agente público, embora competente, se excede


no exercício de suas atribuições.

Usurpação de Função: Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar
atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida
legalmente nela.

Ex.: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo.

Agente Putativo: ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na função


pública.

Ex.: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o infrator
com a aprovação no concurso.
DICA 96
FINALIDADE
É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve
ser sempre voltado para satisfazer o interesse público.

A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato.
Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade).
Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade.
DICA 97
FORMA

É como o ato se materializa, ou seja, é a manifestação de vontade sendo


concretizada. É como o ato vem ao mundo.
Pode ser escrito (regra), verbal ou sons.

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Ex: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo vem
ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista).
DICA 98
MOTIVO
É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo.

A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo.

Ex: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa.

Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação.

Ex: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade, ocorre
a aposentadoria.
DICA 99
OBJETO
É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu
resultado.

Ex: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de


propriedade do particular em favor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a
desapropriação.
DICA 100
DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de
conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado.
A lei confere ao administrador certa margem de liberdade para escolha.

No ato discricionário há mérito administrativo.

Ex: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual período.
O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se prorrogará
ou não o concurso.
O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o
Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua
legalidade.
DICA 101
VINCULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato vinculado é aquele em que todos os requisitos ou elementos estão em lei, não
havendo margem de liberdade para o agente público.

Nos atos vinculados não há mérito administrativo, é a lei quem determina a forma e
o conteúdo.

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DICA 102
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

São 3 os atributos dos atos administrativos:

Presunção de Legitimidade / Legalidade;

Imperatividade;

Autoexecutoriedade.

Presunção de legitimidade: Os atos administrativos nascem com presunção de que


são legítimos, ou seja, que estão de acordo com a lei.
Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente
pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está
de acordo com a lei.
A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário.

Imperatividade: A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato


ao administrado, concorde ou não.
É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não
necessitam.

Ex: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos.
Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois
necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize.

Autoexecutoriedade: O ato administrativo, para sua execução, independe de ordem


judicial.
Por possuir presunção de legitimidade, não há necessidade de exame prévio pelo Poder
Judiciário.
Vale destacar que não é necessário o prévio exame pelo Poder Judiciário, mas pode
ocorrer seu controle.
DICA BÔNUS
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

As espécies de atos podem ser representadas pelo Mnemônico:

N O N E P (Normativos, Ordinatórios, Negociais, Enunciativos e Punitivos).

ATOS NORMATIVOS: São atos que possuem comando para correta aplicação da
lei.

Ex.: Decretos, Instruções Normativas, Regimentos e Resoluções.

ATOS ORDINATÓRIOS: São atos que disciplinam o funcionamento da


administração e dos seus agentes.
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Ex.: Instruções, Circulares, Portarias, Avisos, Ordens de Serviço, Ofícios e Despachos.

ATOS NEGOCIAIS: São atos praticados mediante declaração de vontade do Poder


Público, em atendimento a pretensão do particular.

Ex.: Licença, Autorização e Permissão.

ATOS ENUNCIATIVOS: São atos que a Administração se limita a certificar ou


atestar um fato ou emitir opinião sobre determinado assunto.

Ex.: Certidões, Atestados e Pareceres.

ATOS PUNITIVOS: São atos que constituem sanção imposta pela Administração
em relação à infração de disposições legais.

Ex.: multa, interdição, demolição.

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DIREITO AMBIENTAL

DICA 103
DOS PRINCÍPIOS AMBIENTAIS
O Direito Ambiental possui princípios próprios que norteiam a interpretação e aplicação
das normas ambientais. Alguns destes princípios estão explícitos na legislação ambiental e
outros vêm implicitamente.

Neste sentido, destacaremos o que há de mais importante:

PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:


segundo tal princípio, o desenvolvimento somente será sustentável quando observar
conjuntamente o crescimento econômico, preservação ambiental e equidade social.
Parte da ideia de que os recursos ambientais pertencem à coletividade, devendo o
acesso ocorrer de forma equitativa, limitando o seu uso irrestrito ou monopolizado,
bem como garantindo o acesso aos recursos naturais daqueles que possuem menos
condições, devendo garantir os recursos naturais às futuras gerações.

PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E DA PRECAUÇÃO:


O princípio da PREVENÇÃO se arrima na certeza científica do dano ambiental. Sendo
certo o impacto sobre o meio ambiente, tal princípio visa a adoção de todas as medidas
para antecipar e impedir danos ambientais ou mesmo mitigá-los ou eliminar os seus
efeitos negativos.
O licenciamento ambiental e o estudo prévio de impacto ambiental (EIA) decorrem do
princípio da prevenção.
O princípio da PRECAUÇÃO nada mais é do um dever jurídico de agir adotando medidas
mitigadoras diante da possibilidade de um dano ambiental mesmo sem a certeza
científica presente na prevenção. Baseia-se, portanto, nos riscos potenciais, não
podendo o meio ambiente ser colocado em risco unicamente por não haver certeza
científica do dano. Cabe ao interessando comprovar que a atividade não causará danos.

PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR:


aquele que degrada o meio ambiente deve responder pelos custos para prevenção e
reparação desta degradação. É a chamada internalização dos custos ambientais,
pela qual não pode um indivíduo usufruir economicamente gerando danos ambientais e
deixar o ônus para a sociedade.
Não existe o direito de poluir, ou seja, não é permitido simplesmente poluir e pagar, o
que esse princípio visa é reparar de alguma forma naqueles casos em que, previamente
licenciado, o poluidor agir dentro dos limites legais.

PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBEDOR/PROVEDOR RECEBEDOR:


Ao contrário do princípio anterior, “premia” quem protege, recuperando ou conservando
o meio ambiente. Seria uma maneira de beneficiar quem atua em defesa do meio
ambiente e, consequentemente, da coletividade.
Apesar de ainda ser um princípio não muito aplicado no Brasil, podemos citar como
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exemplos o pagamento por serviços ambientais (PSA), isenção de impostos e
financiamentos com condições especiais.

PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR:


quem utiliza os recursos naturais deve pagar mesmo que não haja dano ambiental,
visando manter a qualidade ambiental à coletividade. Possui viés sancionatório, mas
também limitador, buscando a utilização racional dos recursos naturais.

Um exemplo é a cobrança pela outorga do uso da água.

PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PROPRIEDADE:


O art. 5º, XXIII preconiza que a propriedade atenderá a sua função social, limitando
assim o direito à propriedade.
Por ser o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito tido como
fundamental, torna-se constitucional a limitação a utilização da propriedade rural como
garantia da utilização adequada dos recursos naturais e a preservação do meio
ambiente, conforme previsão do art. 186, II, da Constituição.

A reserva legal é um grande exemplo.


Quanto a propriedade urbana, o art. 182, §2º, da CR/88 prevê que esta cumpre sua
função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor.
A seu turno, o plano diretor deverá necessariamente tratar da preservação ambiental.

DICA 104
DO SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
O Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) constitui em uma integração dos
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela
proteção e melhoria da qualidade ambiental.

O SISNAMA é assim estruturado:

Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o


Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.

Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente


(CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos
naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida.

Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente (a Lei nº. 6.938/81 traz a Secretaria
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do Meio Ambiente, mas atualmente é o Ministério que realiza essa função), com a
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a
política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.

Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as
diretrizes governamentais.

Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução


de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar
a degradação ambiental.

Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e


fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

DICA 105
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
De acordo com a Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama,
licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.
O Princípio da Prevenção é o fundamento maior do Licenciamento Ambiental.
O Licenciamento Ambiental também é uma manifestação do poder de polícia ambiental.

O procedimento de licenciamento ambiental é trifásico, visando à obtenção de três


licenças em sequência:

Licença Prévia (LP) – é concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção. Nesta fase, atesta-
se a viabilidade ambiental do projeto e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a
serem a serem cumpridas nas licenças posteriores. Prazo máximo de 05 anos.

Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade


de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,
incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, das quais constituem
motivo determinante. Prazo de até 06 anos.

Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento,


após a verificação do efetivo cumprimento das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Possui o prazo de 04
a 10 anos.

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DICA 106
DO PATRIMÔNIO NACIONAL

São considerados patrimônio nacional:

A Floresta Amazônica brasileira.

A Mata Atlântica.

A Serra do Mar.

O Pantanal Mato Grossense.

A Zona Costeira.
A utilização destes biomas será feita na forma da lei, dentro de condições que assegurem
a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos recursos naturais.
DICA 107
DAS COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL

O art. 23 da Constituição prevê como competência comum (administrativa):

proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,


os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos.

proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

preservar as florestas, a fauna e a flora;

registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
Fique atento a essa dica: todas essas competências administrativas se iniciam com
verbos.
As normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios serão fixadas por leis complementares, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Quanto à competência legislativa, o art. 24 da CF prevê que compete à União,


aos Estados e ao Distrito Federal, dentre outros, legislar concorrentemente
sobre:

florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição.

proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.


responsabilidade por danos ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
A competência legislativa da União recai sobre o estabelecimento de normas gerais,
enquanto os Estados e o Distrito Federal legislam de forma complementar.

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Em caso de inexistência de norma federal, poderão exercer a competência
legislativa plena, sendo que havendo superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende-se a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Em relação aos Municípios, conforme previsto no art. 30 da CR/88, poderão:
Tratar de assuntos de interesse local.
Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.

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DIREITO CIVIL

DICA 108
DANOS MATERIAIS OU PATRIMONIAIS
Os danos materiais atingem o patrimônio corpóreo de alguém. Via de regra, devem ser
provados, não havendo indenização no caso de dano eventual.

Os danos podem ser divididos em:


Danos emergentes (positivos):refere-se àquilo que a pessoa efetivamente perdeu.
Lucros cessantes (negativos): refere-se àquilo que a pessoa razoavelmente deixou
de lucrar. Ou seja, o que se deixa de receber em virtude do dano positivo ou emergente.
IMPORTANTE
Quanto aos lucros cessantes, não é suficiente a simples possibilidade da realização de
lucros, sendo necessário a probabilidade objetiva, que resulta do curso normal das
coisas.
DICA 109
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
O direito obrigacional é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito
de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestação.
QUESTÃO DE PROVA

Segundo a teoria alemã, o vínculo jurídico rege a relação obrigacional através do binômio:
schuld (débito) e haftung (responsabilidade patrimonial). Nesse aspecto, o schuld é
uma relação estática do direito civil, em que aquele que detém o débito é considerado
o devedor. Já o haftung constitui uma relação dinâmica do direito processual civil e se
refere à responsabilidade patrimonial.
DICA 110

OBRIGAÇÃO NATURAL
A estrutura da obrigação natural está relacionada a uma relação de débito e crédito que
vincula objeto e sujeitos determinados. Entretanto, difere-se da obrigação civil por não
ser dotada de exigibilidade jurídica. Esta inexigibilidade pretende preservar a
segurança jurídica e a estabilidade das relações. Ex.: dívida prescrita, dívida de jogo etc.
TOME NOTA:
A consequência ou efeito jurídico decorrente da relação natural é a retenção do
pagamento. Isto é, não pode haver a sua cobrança, porém, caso seja realizado o
pagamento, o credor poderá retê-lo.
DICA 111
OBRIGAÇÃO PROPTER REM
A obrigação propter rem é aquela que se origina com a coisa e com ela é transmitida
automaticamente (obrigação ambulatorial). O adquirente do direito real não pode
negar-se a assumir esta obrigação.
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Ex.: o proprietário de imóvel se obriga a pagar o IPTU. Caso haja o inadimplemento
desse tipo de obrigação, as consequências recairão sobre o patrimônio do devedor.
OBS: As obrigações propter são denominadas obrigações híbridas por manterem-se
entre os direitos patrimoniais e os direitos reais, perseguindo a coisa onde quer que
ela esteja.
DICA 112
OBRIGAÇÃO DE DAR
A obrigação de dar é uma obrigação positiva referente à prestação de coisa.

Ela pode ser dividida em duas modalidades:

dar na modalidade entregar: transferir a propriedade ou a posse.

Ex.: A compra um celular de B, B tem a obrigação de entregar o celular para A;

dar na modalidade restituir: devolução da coisa ao proprietário.

Ex.: A emprestou o seu celular para B, portanto, B tem o dever de restituir A,


devolvendo o seu celular.
TOME NOTA:
A obrigação de dar também pode ser dividida em obrigação de dar coisa certa (quando o
bem está determinado); ou obrigação de dar coisa incerta (quando a coisa ainda não
está determinada, porém o seu gênero e quantidade estão).
DICA 113
OBRIGAÇÃO DE FAZER
É a obrigação que tem por objeto a prestação de um fato, abrange o serviço humano
em geral, seja material ou imaterial. Constitui-se de atos e serviços (qualquer atividade
lícita, possível e vantajosa). Ex.: A pessoa contrata um advogado para redigir um
contrato; contrata cantor para cantar na festa de casamento; contrata um pedreiro para
construir uma casa.

A obrigação de fazer pode ser dividida em:

obrigação personalíssima: também chamada de infungível, trata-se de uma


obrigação de fazer que deve ser prestada por uma determinada pessoa específica.

Ex.: Ivete Sangalo contratada para cantar na festa de casamento;

obrigação não personalíssima: também chamada de fungível, trata-se de uma


obrigação de fazer que é passível de substituição por quem deva prestar o serviço.

Ex.: pedreiro contratado para realizar uma obra.


DICA 114
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA
As obrigações alternativas referem-se à prestação de dois ou mais objetos de modo
alternativo. Ex.: A tem que entregar para B um carro vermelho ou preto. Em regra,
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cabe ao devedor a alternativa de escolha, no momento da concentração, entretanto, é
possível a escolha ser do credor se assim for pactuado (art. 252, CC).
PEGADINHA DA PROVA
A obrigação alternativa não se confunde com o pedido de cumulação alternativa,
pois este pode ser cumprido de duas ou mais formas, mas a escolha cabe ao juiz, (art.
325, CPC).
DICA 115
OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISÍVEL
Em caso de pluralidade de devedores, em uma obrigação divisível, cada devedor está
obrigado ao cumprimento de sua parte de forma fracionada.

Ex: A e B devem 2 mil reais a C, assim cada devedor está obrigado ao pagamento de
mil reais. Já nas obrigações indivisíveis, cada devedor está obrigado pela dívida toda,
se sub-rogando no direito de credor contra o outro devedor que não cumpriu a
obrigação.

ATENÇÃO!!

Segundo o Enunciado 540 da VI Jornada de direito civil, caso haja o perecimento da


prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de
maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado pelas perdas e danos.

DICA 116
OBRIGAÇÃO DE MEIO E DE RESULTADO

OBRIGAÇÃO DE MEIO

A obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga tão somente a usar de


prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado,
sem, contudo, se vincular a obtê-lo. Isto é, a obrigação não se vincula a um resultado
certo, mas apenas ao fato de o devedor utilizar-se de todos os meios que possui para
conseguir, ao máximo, obter tal provimento pretendido pelo credor.

OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
RESULTADO RESULTADO
A obrigação de resultado é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor
a produção de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação
obrigacional. Tem em vista o resultado em si mesmo, de tal modo que a obrigação
somente se considerará cumprida com a efetiva produção do resultado pretendido.

DICA 117
OBRIGAÇÕES DE EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, DIFERIDA E CONTINUADA

Obrigações de execução são concluídas em um só ato, isto é, são


instantânea cumpridas imediatamente após sua constituição,

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Ex.: compra e venda à vista.

Obrigações de execução exigem o cumprimento em um só ato, porém, sua


diferida execução deverá ser realizada em momento futuro

Ex.: contrato estipulando que uma prestação


será realizada em determinada data.

Obrigações de execução são aquelas que se satisfazem por meio de atos


continuada/trato sucessivo continuados.

Ex.: prestações de serviço ou compra a prazo.

OBS: A obrigação do locador de ceder ao inquilino, por certo tempo, o uso e o gozo
de um bem infungível, e a obrigação do locatário de pagar o aluguel convencionado, é
considerada uma obrigação de execução continuada.
DICA 118
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
A solidariedade não se presume, mas resulta da lei (solidariedade legal) ou da
vontade das partes (solidariedade convencional), art. 265, do CC.
IMPORTANTE!!
A Súmula 492, do STF determina que a empresa locadora de veículos responde, civil e
solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do
carro locado.
DICA 119
SOLIDARIEDADE ATIVA
A solidariedade ativa consiste na pluralidade de credores. Cada credor tem o direito de
cobrar a totalidade da dívida em face do devedor (art. 267, CC).
QUESTÃO DE PROVA

Em caso de solidariedade ativa proveniente de uma obrigação indivisível não é


necessário caução de ratificação e nem mesmo a entrega de bem de forma
conjunta. Isso decorre do fato de que existe uma prévia autorização imposta pela própria
solidariedade ativa de que qualquer credor pode receber a obrigação na sua totalidade,
seja bem divisível ou indivisível.
DICA 120
SOLIDARIEDADE PASSIVA
A solidariedade passiva é aquela que possui pluralidade de devedores, e o credor, por
sua vez, pode exigir de qualquer devedor o cumprimento da obrigação por inteiro,
seja o bem divisível ou indivisível. Se um dos devedores solidários cumprir uma parcela da
obrigação, continua existindo a solidariedade em relação ao restante da obrigação.

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IMPORTANTE!
O Enunciado 348, da IV Jornada de Direito Civil do STJ, determina que o pagamento
parcial não implica, por si só, renúncia à solidariedade, a qual deve derivar dos termos
expressos da quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do recebimento da
prestação pelo credor.
DICA 121
DIREITO DE REGRESSO
Conforme o art. 269, do CC, o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a
dívida até o montante do que foi pago, nascendo assim o direito de regresso. No
direito de regresso, o devedor que satisfizer a dívida por inteiro tem direito de cobrar dos
outros as suas quotas na dívida, pode, também, cobrá-la por inteiro se a dívida
somente ao outro aproveitar. Em caso de insolvência todos arcarão com sua quota na
proporção que tiverem na dívida.
DICA 122
CESSÃO DE CRÉDITO
Na cessão de crédito, o credor transfere a outrem seus direitos na relação obrigacional.
Trata-se de um negócio jurídico bilateral, formalizado entre o credor primitivo e o novo
credor. O credor primitivo é também chamado de cedente, e o novo credor, cessionário.
Pode configurar tanto na alienação onerosa quanto gratuita.
O terceiro (a quem o credor transfere sua posição) ingressa na relação obrigacional
independentemente da anuência do devedor (cedido), sendo necessária apenas a
notificação deste.
DICA 123
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Assunção de dívida é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência
expressa do credor, transfere a um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais,
de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, responsabilizando-se pela
dívida, que subsiste com os seus acessórios.
Caso o novo devedor seja insolvente ao tempo em que ocorreu a transferência sem a
ciência do credor, o devedor primitivo será responsabilizado pelo cumprimento da
obrigação, o objetivo é evitar fraude.
DICA 124
RESPONSABILIDADE PRO SOLUTO E PRO SOLVENDO

A responsabilidade pro soluto é a regra, ou seja, sempre irá existir. Trata-se,


portanto, da responsabilidade pela existência do crédito cedido, seja na transmissão a
título oneroso ou gratuito, mas neste último, o cedente deve ter agido de má-fé (art. 295,
CC). Garantir a existência do crédito significa assegurar a titularidade e a validade ou
consistência do direito adquirido.

Já a responsabilidade pro solvendo é a responsabilidade pelo pagamento da


obrigação, a qual se encontra sempre presente nas obrigações por título oneroso se o
cedente expressamente se responsabilizar (art. 296, CC).

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DICA 125
LUGAR DO PAGAMENTO

A regra básica do lugar do pagamento é de que este deve ser feito no domicílio do
devedor, caso em que se diz que a dívida é quesível ou quérable (art. 327, CC). Tem-
se como exemplo, o recebimento de boletos para pagamento na residência do devedor.
Ressalta-se que no caso de bens imóveis, a regra é que o pagamento ocorra no local
em que estiver situado o bem (art. 328, CC).

Por exceção, a dívida pode ser paga no domicílio do credor, sendo chamada de
dívida portável ou portable.
DICA 126
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
O pagamento em consignação é o depósito que o devedor faz da prestação devida,
com o objetivo de se liberar da obrigação. É um meio indireto ou pagamento especial
porque não é feito diretamente ao credor, devido a recusa deste sem justificativa.
IMPORTANTE!
Não é permitido o pagamento em consignação nas obrigações positivas (fazer) e
negativas (não fazer).
DICA 127
DAÇÃO EM PAGAMENTO
A dação em pagamento é um acordo de vontade entre credor e devedor, por meio do qual
o primeiro concorda em receber do segundo uma prestação diversa da que lhe é
devida, com o fim de exonerar-se da obrigação (art. 356 a 359, CC).

As substituições das obrigações se darão da seguinte maneira:

de dinheiro por bem móvel ou imóvel;

substituição de uma coisa por outra;

substituição de uma coisa pela prestação de um fato.


DICA 128
NOVAÇÃO
A novação é a criação de obrigação nova para extinguir uma anterior. Ou seja, é a
substituição de uma dívida por outra, extinguindo-se a primeira. A novação tem duplo
conteúdo: extintivo quanto à obrigação antiga; e outro gerador quanto à obrigação nova.

A novação pode ser:

Objetiva: o objeto é diferenciado, ocorre quando uma nova dívida substitui a anterior,
permanecendo as mesmas partes;

Subjetiva: os sujeitos são diferenciados, podendo ser ativa ou passiva.

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DICA 129
COMPENSAÇÃO
Compensação é o meio de extinção de obrigações entre sujeitos que são, ao mesmo
tempo, credor e devedor um do outro, gerando extinção das respectivas obrigações (arts.
368 a 380, do CC).

A compensação subdivide-se em três espécies:

Legal – opera de pleno direito e sem a interferência das partes;

Convencional – tem origem na autonomia privada e na vontade das partes;

Judicial – por meio de reconvenção, quando a ação do autor propõe o réu uma outra
ação ao encontro da que lhe é intentada.
DICA 130
CONFUSÃO
A confusão ocorrerá quando a pessoa do credor e do devedor se concentrarem no
mesmo sujeito (arts. 381 a 384, CC).
Ex: Pedro tem um filho chamado Marcos, e aquele deve mil reais a seu filho. Havendo o
falecimento de Pedro e sendo Marcos o seu único herdeiro, todos os ônus e bônus da
herança são transferidos a Marcos (seu herdeiro). Nesse caso, o herdeiro que era o
credor, assume a postura de devedor, configurando o fenômeno da confusão.
DICA 131
TEORIA DO INADIMPLEMENTO
A teoria do inadimplemento se refere ao não cumprimento de determinada obrigação.
Para o direito obrigacional, o inadimplemento de uma obrigação, seja ela de dar, fazer ou
não fazer, ocasiona a não satisfação do credor devido a não realização da prestação pelo
devedor ou por terceiro quando ainda não fora extinta a obrigação.

O não cumprimento da obrigação pode ocorrer por dois motivos:

Por ato culposo do devedor – a expressão culpa é aplicada em sentido lato,


abrangendo tanto a culpa stricto sensu (imprudência, negligência e imperícia), como o
dolo;

Por fato não imputável ao devedor – quando o inadimplemento da obrigação


ocorrer sem culpa do devedor, ou seja, ocorrência de fato invencível, fortuito ou de força
maior.
DICA 132
CLÁUSULA PENAL
A cláusula penal é um pacto acessório de natureza pessoal. Refere-se a uma antecipação,
uma prognose de uma possível perdas e danos. Desse modo, é possível que as partes,
de antemão, consignem no contrato a possibilidade de cláusula penal em caso de não
cumprimento da obrigação. Ressalta-se que não é possível que o valor da cláusula penal
ultrapasse o valor da obrigação principal (arts. 408 a 416).

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Existem duas modalidades de cláusula penal:

Moratória – é fixada para o caso de inadimplemento relativo e admite cumulação com


pedido indenizatório;

Compensatória – é fixada para o caso de inadimplemento absoluto, é uma forma de


antecipação das perdas e danos, portanto, não admite cumulação com indenização.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DICA 133
CESSAÇÃO DO PODER FAMILIAR

Extingue-se o poder familiar (art.1635, CC):

pela morte dos pais ou do filho;


pela emancipação;
pela maioridade;
pela adoção;
por decisão judicial.

Perderá o poder familiar por ato judicial, o pai ou a mãe que (art.1638, CC):

castigar imoderadamente o filho;


deixar o filho em abandono;
praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.

praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: homicídio,


feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar
de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher; estupro ou outro crime contra a dignidade sexual
sujeito à pena de reclusão;
praticar contra filho, filha ou outro descendente: homicídio, feminicídio ou lesão
corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso
envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição
de mulher; estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual
sujeito à pena de reclusão.

→ Também pode perder ou ter suspenso o poder familiar, no caso de abuso de


autoridade.

→ Implicará na destituição do poder familiar, a condenação criminal por crime


doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder
familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.

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DICA 134
GUARDA

É uma forma de inserção da criança ou adolescente em uma família substituta de


forma provisória.

Não implica destituição do poder familiar.


A pessoa que detém a guarda, cabe a prestar assistência material, moral e
educacional, podendo até opor-se a terceiros, inclusive os pais.

Critérios para fixação da guarda:

ouvir a criança ou adolescente, sempre que possível, se for adolescente este deverá
consentir, em audiência;

estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida;

considerar grau de parentesco e a relação de afinidade e afetividade;

irmãos serão colocados em mesma família substituta, ressalvada comprovada existência


de risco de abuso ou outra situação que justifique a excepcionalidade de solução
diversa;

será precedida de preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizado pela


equipe interprofissional;

não será deferida a pessoa que revele por qualquer modo incompatibilidade com a
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado;

NÃO ADMITE TRANSFERÊNCIA da criança ou adolescente a terceiros, ou entidade


governamental ou não-governamental sem autorização judicial;

o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

DICA 135
TUTELA
É um instituto protetivo, previsto em lei, possui caráter obrigatório, com maior
abrangência que a guarda, tendo como requisito a perda ou a suspensão do poder
familiar, destinada a alguém para que dirija a pessoa menor de idade.
A tutela confere ao tutor o direito de representação.

É imposta por decisão judicial e o tutor é obrigado a servir por dois anos.

Será deferida no caso de:

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Falecimento dos pais;
Pais que perderam o poder familiar;
Pais que sofreram pena de prisão por mais de dois anos;
Pais desconhecidos.

A tutela pode ser legal, quando ocorre a perda do poder familiar e o juiz nomeia um
tutor, podendo ser testamentária, quando os pais em vida, deixarão em testamento ou em
outro documento autêntico, quem gostaria que fosse o tutor; pode ser dativa, quando o
juiz escolhe o tutor, por não ter sido indicado ou quando forem excluídos ou escusados.
Quando houver irmãos órfãos, preferencialmente, será nomeado um só tutor para
cuidar de ambos.
DICA 136
IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DA TUTELA

São impedidas absolutamente do exercício da tutela:


os que não tiverem livre administração de seus bens;
inimigos do menor ou de seus pais, ou aqueles que foram excluídos pelos pais da
tutela.
pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade e as culpadas de abuso em
tutorias anteriores;
aqueles que exercem função pública incompatível com a boa administração da tutela.
DICA 137
RECUSA AO EXERCÍCIO DA TUTELA

Cabe escusa do exercício da tutela:

mulheres casadas;

maiores de 60 anos;

aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 03 filhos;

os impossibilitados por enfermidade;

aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;

aqueles que já exercem tutela ou curatela;

militares em serviço.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DICA 138
FORNECEDOR
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Quando se diz que fornecedor é aquele que desenvolve uma atividade, significa que é
aquele que age com habitualidade, ou seja, exclui-se do conceito aquele fornecedor
eventual, que não tem o elemento empresa em sua atividade.
Pode-se dizer que o conceito trazido no art. 3º abrange os seguintes tipos de
fornecedor:

Fornecedor real – aquele que efetivamente fabrica, produz ou constrói.

Fornecedor aparente – embora não tenha participado diretamente do processo de


fabricação, apresenta-se como tal por expor nome, marca ou outro sinal que
identifique o bem fabricado por um terceiro. Assim, o fornecedor aparenta ser o real
fabricante do produto para o consumidor. Nesse sentido, haverá responsabilidade solidária
do fornecedor aparente para arcar com os danos causados pelos bens comercializados sob
a mesma identificação (nome/marca). STJ. 4ª T. REp 1580432-SP, Rel. Min. Marco Buzzi,
j. 6/12/18 (Info 642).

Fornecedor presumido – trata-se do importador ou comerciante que adquire ou


vende produtos sem identificação.

Fornecedor por equiparação – aquele que, embora intermediário na relação de


consumo, é quem atua à frente do consumidor.

Cooperativa de crédito equipara-se à instituição financeira, sendo considerada


fornecedora por equiparação. Ed.83, Teses STJ. Tese 04.
Cuidado, por entendimento jurisprudencial, não se aplica o CDC para serviços
advocatícios (atividade intelectual), contratos de credito educativo, relação condominial,
previdência privada complementar fechada, locação predial urbana, franqueador e
franqueado.
DICA 139
PRODUTO E SERVIÇO

Conforme art.3º, S1o do CDC, produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
O produto poderá ser durável, quando não se extingue de imediato ou demora muito (ex.
eletrodoméstico) ou não durável, quando se extingue de imediato, ou após certo tempo
de uso (ex. alimentos, borracha).

SERVIÇOS, de acordo com § 2°, do art.3º do CDC, é qualquer atividade fornecida


no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,

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financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
O serviço poderá ser durável, quando não se extingue de imediato, tendo continuidade
no tempo, (ex. plano de saúde) ou não durável, quando se extingue de imediato uma
vez prestado (serviço de transporte).
Haverá relação de consumo quando o serviço público for remunerado mediante tarifa ou
preço público (jurisprudência).
DICA 140
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivos:

o atendimento das necessidades dos consumidores;

o respeito à sua dignidade, saúde e segurança;

a proteção de interesses econômicos dos consumidores;

a melhoria na qualidade de vida dos consumidores;

a transparência e harmonia das relações de consumo.


Para alcançar os objetivos da política nacional das relações de consumo, faz-se
necessário seguir os seguintes princípios:

Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo –


princípio da vulnerabilidade do consumidor, sendo que todo consumidor pessoa física
é considerado vulnerável, enquanto pessoa jurídica deve comprovar sua vulnerabilidade.
O princípio da vulnerabilidade do consumidor é um dos mais importantes no contexto
do direito do consumidor, devendo ser compreendida em seus quatro aspectos:

Vulnerabilidade técnica – consumidor não detém o conhecimento técnico;

Vulnerabilidade jurídica ou científica – faltam conhecimentos jurídicos para


entender o contrato ou outros conhecimentos científicos;

Vulnerabilidade fática ou socioeconômica – consumidor não detém o poder


econômico, mas sim o fornecedor;

Vulnerabilidade informacional – consumidor não tem informações completas e


suficientes sobre o produto e serviço ofertado.
Fique atento!
Não confunda hipossuficiência com vulnerabilidade. A vulnerabilidade está vinculada à
relação de direito material, enquanto a hipossuficiente está vinculada à questão
processual/ da fase de instrução.
Assim, demonstrada a hipossuficiência do consumidor, desde que haja verossimilhança
das alegações, poderá haver a inversão do ônus da prova a favor do consumidor.

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Claudia Lima Marques destaca que, atualmente, existe a figura dos hiper vulneráveis,
que são grupos protegidos por leis especiais, tais como idoso, crianças, gestantes,
pessoas com necessidades especiais, enfermos, índios etc.).
DICA 141
OUTROS PRINCÍPIOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Princípio da intervenção do Estado – dever do Estado de efetivamente proteger o


consumidor, através de ações diretas ou indiretas;

Princípio da harmonia de interesses – compatibiliza os interesses da proteção do


consumidor com a necessidade do desenvolvimento econômico e tecnológico, com
fundamento no art. 170 da CF/88;

Princípio da boa-fé objetiva – partes devem agir com lealdade, honestidade,


cooperação mútua no sentido de obter o equilíbrio contratual. A boa-fé objetiva tem
tríplice aspecto – controle/limitativa; interpretativa e integrativa.

Princípio do controle de qualidade segurança e solução de conflitos – visa


garantir qualidade de produtos e serviço nos padrões adequados de segurança,
durabilidade e desempenho. Prevê também a possibilidade de solução de conflito através
de meios alternativos de resolução de litígios;

Princípio de educação e informação – visa educar e esclarecer todas as partes em


uma relação de consumo sobre direitos e deveres, para fins de melhorar o próprio
mercado de consumo;

Princípio da racionalização e melhoria dos serviços públicos – visa melhorar o


próprio serviço público prestado aos consumidores;

Princípio da coibição e repressão dos abusos – visa reprimir os abusos praticados


no mercado de consumo, de forma a proteger os consumidores;

Princípio do estudo das modificações do mercado de consumo – avaliação


permanente do mercado para respectiva atualização legislativa;

Princípio da execução da Política nacional de relações de consumo – O Estado


tem diversos instrumentos para implementar políticas de proteção ao consumidor, tais
como a criação dos juizados especiais. O art. 5º do CDC traz as hipóteses de execução da
política nacional.
A Lei do Superendividamento – Lei 14.181/2021 incluiu dois instrumentos de
implementação de política nacional de relações de consumo:
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder
público com os seguintes instrumentos, entre outros:
(...)
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do
superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural;
VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de conflitos oriundos de
superendividamento.

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Dessa forma, houve a valorização da solução não apenas judicial, mas também
extrajudicial para fins de proteção do consumidor, de boa-fé, que não consiga pagar suas
dívidas, em detrimento de um mínimo existencial.
Imaginemos a situação de um idoso que faz vários empréstimos em virtude de uma
doença grave e que compromete sua renda em 80%, não ficando com o mínimo para sua
subsistência. Nessa situação ele pode ser considerado um superendividado e obter
proteção jurídica com base no próprio CDC, além da Lei de Superendividamento que
trouxe diversas mudanças significativas no âmbito do consumidor e do CDC. Importante
conhecer a referida lei que é de 2021 e pode ser exigida em certames e exames de
ordem.
DICA 142
LEI DO SUPERENDIVIDAMENTO
A Lei do Superendividamento – Lei nº 14.181/2021 incluiu mais dois princípios para
alcançar os objetivos da política nacional de relações de consumo nos incisos do art. 4º do
CDC, que cuida da Política Nacional de Relações de consumo. Nesse sentido, são novos
princípios previstos:

IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos


consumidores; (incluído pela lei nº 14.181, de 2021), ou seja, princípio da educação
financeira e princípio da educação ambiental do consumidor.
X – prevenção e tratamento do superendividamento de forma a evitar a exclusão
social. (incluído pela lei nº 14.181, de 2021) – princípio da prevenção e
tratamento do superendividamento de forma a evitar a exclusão social do consumidor.

A Lei 14.181, de 2021, também conhecida como Lei do Superendividamento altera o CDC,
assim como o Estatuto do Idoso para fins de aperfeiçoar a disciplina do crédito ao
consumidor e dispor sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e
vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.

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DIREITO EMPRESARIAL

DICA 143
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
CONCEITOS INICIAIS
Art. 1.142, CC/02. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado,
para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Para exercer empresa, portanto, o empresário deverá se valer do estabelecimento
empresarial, que compreende tanto bens corpóreos (máquinas industriais, por
exemplo), quanto bens incorpóreos (marcas, patentes, ponto, etc).
A Lei de ambiente de negócios, publicada em 26 de agosto de 2021, já em vigor, traz
significativas mudanças ao direito empresarial, inclusive acrescenta incisos ao artigo
1.142, que trata do estabelecimento. Nesse sentido, de acordo com a nova legislacao que
alterou o CC/02 em seu art.1.142, é previsto que:

§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde se exerce a atividade


empresarial, que poderá ser físico ou virtual.

§ 2º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for virtual, o endereço


informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o do empresário individual
ou o de um dos sócios da sociedade empresária.

§ 3º Quando o local onde se exerce a atividade empresarial for físico, a fixação do


horário de funcionamento competirá ao Município, observada a regra geral do inciso II
do caput do art. 3º da Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019.
A respeito desse último aspecto, já se aplicava o referido entendimento, com fundamento
na Súmula 419, STF. Municípios têm competência para regular o horário do comércio
local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas.
O município, em virtude de interesse local, e sua competência prevista no art.30 da CF/88
pode estabelecer o horário de comércio. Município, entretanto, não pode estabelecer
horário bancário, por extrapolar interesse local.
DICA 144
ESTABELECIMENTO: PONTO COMERCIAL X AVIAMENTO
Ponto comercial é considerado um bem incorpóreo pertencente ao estabelecimento
comercial. É o local onde se exerce a empresa. Tem valor econômico independente do
imóvel onde se localiza o empreendimento.
Aviamento, por sua vez, refere-se à aptidão que determinado estabelecimento
empresarial possui para gerar lucros, então não se confunde com ponto comercial.
Deve ser compreendido como a articulação dos bens que compõem o estabelecimento na
exploração de uma atividade econômica que lhes agregou um valor que o mercado
reconhece. Fabio Ulhoa Coelho chama aviamento de Fundo de Comércio, como
sinônimos. Aviamento também é conhecido como Azienda.
A doutrina costuma subdividir o aviamento em:

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Aviamento objetivo (ou real): É aquele derivado de condições objetivas, como o
local do ponto, e;

Aviamento subjetivo (ou pessoal): É aquele derivado de condições subjetivas,


ligadas às qualidades pessoais do empresário.
DICA 145
ESTABELECIMENTO: NATUREZA JURÍDICA
Doutrina majoritária entende que a natureza jurídica do estabelecimento é uma
universalidade de fato, nos termos do art. 90, do CC/02.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes
à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações
jurídicas próprias.
Nesse sentido, a universalidade de direito que constitui o complexo de relações
jurídicas de uma pessoa, dotadas de valor econômico, tais como os contratos
mercantis, não fariam parte do estabelecimento, mas sim do aviamento!
DICA 146
ESTABELECIMENTO: TRESPASSE
Trespasse, embora não esteja definido expressamente com esses termos no CC/02, é o
ato de passar adiante/vender o estabelecimento. Sobre a referida temática, traz a lei
civil:
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem
da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Em resumo, o trespasse somente terá efeitos perante terceiros, após a averbação do
referido ato na junta comercial e quando publicado em imprensa oficial.
DICA 147
ESTABELECIMENTO: TRESPASSE - EFICÁCIA PERANTE TERCEIROS.
Quanto à eficácia do trespasse, prevê o Código Civil:
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a
eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou
do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua
notificação.
Assim, quanto à eficácia do trespasse, requer-se dois requisitos não cumulativos:

caso o alienante (quem vende), não fique com bens suficientes para pagar suas
dividas, deverá haver alternativamente o pagamento de todos os credores ou

o consentimento de todos os credores, 30 dias contados a partir de sua notificação, de


forma expressa ou tácita. Assim, caso os credores não se manifestem, entender-se-á
que consentiram no trespasse.

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DICA 148
ESTABELECIMENTO: SUCESSÃO EMPRESARIAL
Sucessão empresarial é um tema que pode ser cobrado na OAB, então fique atento!
Segundo o art. 1.146, do CC/02, o adquirente do estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados,
continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir,
quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do
vencimento.
Assim, o adquirente do estabelecimento:

responde pelo pagamento de débitos anteriores à transferência,

desde que regularmente contabilizados

mas, o devedor primitivo continua responsável de forma SOLIDÁRIA, pelo prazo de um


ano.

em relação aos créditos vencidos – da sua publicação.

em relação aos demais créditos – da data do vencimento.


DICA 149
DIREITO SOCIETÁRIO: ASPECTOS GERAIS
Sociedade Empresária, de acordo com Fabio Ulhoa Coelho, é pessoa jurídica de direito
privado, não estatal, que explora, de forma empresarial, seu objeto estatal, ou que está
constituída como uma Sociedade Anônima. Toda Sociedade Anônima, também
denominada S.A, necessariamente, é uma sociedade empresarial, por previsão legal.
Coelho ainda explica que a pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a
compõem (CC, art. 49-A). e, portanto, a sociedade empresarial tem personalidade jurídica
distinta da de seus sócios. Sobre esse aspecto, pode-se encontrar três consequências
referentes à personalização da pessoa jurídica, segundo Coelho:

Titularidade negocial – quando a sociedade empresária realiza negócios jurídicos


(compra matéria-prima, celebra contrato de trabalho, aceita uma duplicata etc.), ela age
em nome próprio;

Titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em


juízo;

Responsabilidade patrimonial – em consequência, ainda, de sua personalização, a


sociedade terá patrimônio próprio, seu, inconfundível e incomunicável com o patrimônio
individual de cada um de seus sócios.
Recentemente com a promulgação da Declaração dos Direitos da Liberdade Econômica
– Lei 13.874/2019, houve a mudança de diversos dispositivos legais, inclusive do CC/02.
Dentre eles o art.49-A, do CC/02 que reforça a separação do patrimônio da empresa
da de seus sócios, ou seja, reforça o princípio da autonomia patrimonial e da
responsabilidade patrimonial. De acordo com lei de liberdade econômica:

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Art. 7º A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as
seguintes alterações:
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores
ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento
lícito instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com
a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos, tributo,
renda e inovação em benefício de todos
DICA 150
DIREITO SOCIETÁRIO: REQUISITOS INICIAIS PARA CONSTITUIÇÃO DE
SOCIEDADES EMPRESARIAIS
O Código Civil em seu artigo 981, traz os principais requisitos para a constituição de
um contrato de sociedade. São eles:

Contrato entre pessoas, que pode ser tácito ou expresso, não havendo
obrigatoriedade de contrato por escrito, em regra. Nesse sentido, basta estar presente a
vontade de constituir a sociedade, também denominada pela doutrina como a affectio
societates, o ânimo de participar de uma sociedade em busca de obtenção de sucesso,
usufruindo-se do direito à livre associação prevista no art.5º, XVII da CF/88.

Exercício de atividade econômica - diferenciando uma sociedade empresarial típica


da sociedade simples e das cooperativas, ainda que por vedação expressa legal, para o
caso da cooperativa.

Partilha de resultados – a atividade empresarial visa o lucro e, portanto, o resultado


– positivo (lucro), ou mesmo negativo (perdas), devem ser partilhados. Nesse ponto, o
sócio se diferencia do empregado, pois esse último não pode arcar com o risco do
empreendimento.
A respeito da presente dica, cabe destacar os seguintes artigos do Código Civil:
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,
entre si, dos resultados.
(...)
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por
objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,
simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade
por ações; e, simples, a cooperativa.
Por fim, ressalva-se quanto ao requisito de pluralidade de sócios, previsto no artigo 981
supramencionado, que, excepcionalmente, poderá haver a constituição de sociedade
unipessoal, nas seguintes situações:
Sociedades unipessoais:

Sociedades de advogados podem ser unipessoais, ou seja, constituída apenas por


um sócio. (art.15, Estatuto da Advocacia)

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Sociedades unipessoais limitadas (Art.1052, §§1º e 2º, acrescentados pela Lei
13.874/2019).

Sociedade subsidiária integral, espécie de sociedade anônima que tem como único
sócio uma sociedade brasileira (art.251, §2º, da LSA).
DICA 151
DIREITO SOCIETÁRIO
Sociedades não personificadas:
Sociedades comuns;
Sociedades em conta de participação.
A sociedade empresarial para se constituir regularmente precisa realizar seu registro no
Registro Público Mercantil, também conhecido como Junta Comercial. A partir do
registro de seu contrato social ou do Estatuto Social (em se tratando de sociedade
anônima), todos os atos referentes àquele contrato social serão ali averbados. Assim, caso
haja alteração no contrato social, por exemplo, a saída ou entrada de novo sócio, deverá
haver a averbação na junta comercial. Da mesma forma, para que a empresa seja
encerrada regularmente, precisará haver a averbação da dissolução da sociedade na junta
comercial.
Entretanto, a sociedade empresarial, para existir, não precisa ser necessariamente inscrita
na junta comercial, sendo uma mera situação de fato. O fato de não haver o registro,
no entanto, trará uma série de consequências, como a impossibilidade de requerer a
recuperação judicial ou mesmo a não limitação da responsabilidade dos sócios, entre
outras consequências a serem abordadas adiante.
DICA 152
SOCIEDADES COMUNS - SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Algumas sociedades, que não se inscreveram na junta comercial, por opção, no caso de
sociedades comuns, seja, por vedação legal, como as sociedades em conta de
participação, não terão CNPJ e terão regras específicas.
Sociedades comuns – são de dois tipos:
Sociedades irregulares – são as sociedades comuns, que, embora tenham sido
registradas na junta comercial, por ausência de algum requisito legal, são consideradas
irregulares;
Sociedades de fato – são as sociedades comuns que sequer tiveram seus atos
inscritos na junta comercial.
Ambas as sociedades são regidas pelo art.986 e seguintes do CC/02. Algumas
consequências da irregularidade das sociedades:

somente podem provar a existência da sociedade por escrito, mas os terceiros podem
prová-lo de qualquer modo.

Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios,
salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro
que o conheça ou deva conhecer.

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Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
sociedade.

Impossibilidade da sociedade em comum ser contratada pelo Poder Público;

Não podem pedir a falência, mas podem ter a falência requerida;

Não podem pedir recuperação judicial;

Os livros contábeis não têm eficácia probatória por não serem autenticados.
Sociedades em conta de participação (SCP)

De acordo com a doutrina de André Santa Cruz a sociedade em conta de participação é


também conhecida como a sociedade secreta. Cuida-se, na verdade, de um contrato
especial de investimento.

De acordo com o art.991 CC/02, na sociedade em conta de participação, a atividade


constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome
individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos
resultados correspondentes.

Assim, teremos o SÓCIO OSTENSIVO, que exerce a atividade empresarial em seu


próprio nome e com exclusiva responsabilidade e o SÓCIO OCULTO, que apenas participa
dos resultados.

A SCP não tem necessariamente capital social.

A liquidação da SCP se dá através de prestação de contas, e não da dissolução, como é


normal nas sociedades empresariais.

A SCP não possui nome empresarial.


Quanto à dissolução da sociedade em conta de participação, o STJ tem jurisprudência
no sentido de aplicar-se subsidiariamente às sociedades em conta e participação as regras
de dissolução judicial das sociedades empresariais previstas no art.1034, do CC/02, de
forma subsidiária. STJ. 3ª Turma. REsp 1.230.981-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 16/12/2014 (Info 554).

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PROCESSO CIVIL

DICA 153
CITAÇÃO COM HORA CERTA
É uma modalidade de citação ficta, a qual difere da real pois nela não se sabe se o réu
está efetivamente ciente da sua citação.
Caso o citado com hora certa seja revel, será designado para ele um curador
especial, até que seja constituído um advogado (art. 72 CPC).
Requisitos para citação com hora certa:

Oficial de justiça procurar o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar


por 2 (duas) vezes.

suspeita de ocultação.
Cumpridos esses requisitos, o Oficial de Justiça, independentemente de autorização
judicial, irá, na ausência do citando, intimar um familiar, um vizinho ou até mesmo o
porteiro, informando que retornará no dia útil imediato, em hora certa em que determinar.
Retornando no dia e hora determinados, não sendo o citando encontrado, o Oficial do
Justiça dá por feita a citação.
Feita a citação, o Oficial de Justiça lavra uma certidão da ocorrência, cuja contrafé fica
com o familiar/vizinho.
Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do
mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo
ciência.
O início do prazo se dá na juntada do mandado, afinal se trata de citação por oficial de
justiça e não via postal.
DICA 154
CITAÇÃO POR EDITAL
Também é modalidade de citação ficta e, por conseguinte, se o réu for revel será
designado para ele curador especial, até que seja constituído advogado.
A citação por edital será feita nos seguintes casos:
quando desconhecido ou incerto o citando
quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
nos casos expressos em lei (portanto o rol é exemplificativo).
São requisitos da citação por edital:

a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias


autorizadoras;

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a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal
e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos
autos;

a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60 dias, fluindo da data
da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;

a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.


O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal
local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da
comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das
circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 vezes o
salário-mínimo. A multa reverterá em benefício do citando.
DICA 155
DA RECONVENÇÃO
A reconvenção é uma espécie de contra-ataque do réu, ou seja, o réu se defende
apresentando uma pretensão contra o autor, figurando assim no processo um réu
reconvinte e um autor reconvindo.
Conforme prevê o Art. 343 do CPC, na contestação, é lícito ao réu propor
reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou
com o fundamento da defesa.
Portanto, para que haja a reconvenção é necessário a existência de uma causa pendente
(do autor contra o réu), bem como a existência de conexão da reconvenção com a
causa principal ou com o fundamento de defesa.

SÚMULA 258 DO STF

É admissível reconvenção em ação declaratória.

Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para


apresentar resposta no prazo de 15 dias.
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. Também poderá ser
proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
Caso o autor seja substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.
O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

Apesar de não caber reconvenção nos Juizados Especiais, será possível o pedido
contraposto.

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DICA 156
DA REVELIA
A revelia é entendida pela doutrina majoritária como a ausência jurídica de
contestação. É jurídica pois nem sempre se tem ausência física da contestação.
Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as
alegações de fato formuladas pelo autor – efeito material.

A revelia não produz esse efeito em caso de:

havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere


indispensável à prova do ato;

as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em


contradição com prova constante dos autos.
Existem alguns tipos de revelia:
Revelia formal: que é falta da contestação (ausência física) ou contestação
intempestiva (a contestação está presente, mas sem reconhecimento jurídico).
Revelia substancial: contestação é apresentada em tempo pelo réu, mas com defesa
genérica, o que faz com que seja considerada juridicamente ausente.
Quando se fala em presunção de veracidade, necessário salientar que essa presunção
recai apenas sobre os fatos, jamais uma presunção do direito alegado pelo autor.
Como efeitos processuais tem-se a desnecessidade de intimação do revel sem
advogado, quando os prazos fluirão a partir da publicação do ato decisório no órgão
oficial, e a possibilidade de julgamento antecipado do mérito.

SÚMULA 231 DO STF

O revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em tempo
oportuno.
O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que
se encontrar.

DICA 157
DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
O art. Art. 356 do CPC trouxe a possibilidade de o juiz decidir parcialmente o mérito
quando um ou mais pedidos ou parcela deles:

mostrar-se incontroverso;
estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 (não houver
necessidade de produção de outras provas, réu revel, efeito material da revelia e não
houver requerimento de prova).

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Trata-se de decisão interlocutória de cognição exauriente, não se confundindo assim
com tutela provisória.
Assim sendo, a decisão faz coisa julgada material.

ENUNCIADO 5, CJF:

Ao proferir decisão parcial de mérito ou decisão parcial fundada no art. 485 do CPC,
condenar-se-á proporcionalmente o vencido a pagar honorários ao advogado do
vencedor, nos termos do art. 85 do CPC.

A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso
contra essa interposto.
A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento.
DICA 158
SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO
Não sendo o caso de julgamento conforme o estado do processo, o processo vai para a
fase de produção de provas, a qual é precedida do saneamento e da organização.
Nesta decisão, o juiz deverá:

resolver as questões processuais pendentes, se houver;

delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,


especificando;

os meios de prova admitidos;

definir a distribuição do ônus da prova;

delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.


Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar
ajustes, no prazo comum de 5 dias, findo o qual a decisão se torna estável.
As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das
questões de fato e de direito, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
Apresentando a causa complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz
designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes,
oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer
suas alegações.
Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo
comum não superior a 15 dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10, sendo 3, no
máximo, para a prova de cada fato. Este número poderá ser limitado pelo juiz levando
em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.

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As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as
audiências.
DICA 159
DA PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA
Conforme previsão do art. 381 do CPC, a produção antecipada da prova será admitida
nos casos em que:

haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação
de certos fatos na pendência da ação;

a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio


adequado de solução de conflito;

o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.


A competência para a produção antecipada da prova será do juízo do foro onde
deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.
A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação
que venha a ser proposta.
O rito da produção antecipada da prova também se aplica àquele que pretender
justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento
e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.
O requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova
e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na
produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre
as respectivas consequências jurídicas.
Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo
procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta
acarretar excessiva demora.
Não se admitirá defesa ou recurso, exceto contra decisão que indeferir
totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Os autos permanecerão em cartório durante 1 mês para extração de cópias e certidões
pelos interessados e, após, serão entregues ao promovente da medida.
DICA 160
DA ARGUIÇÃO DE FALSIDADE
A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias,
contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. A parte deverá
expor os motivos em que funda sua pretensão e os meios pelos quais provará o alegado.
A falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o
juiz a decida como questão principal.

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Após ouvida a parte contrária no prazo de 15 dias, será realizado exame pericial.
Contudo, se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo dos autos, não se
procederá ao exame pericial.
A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão
principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a
autoridade da coisa julgada.
DICA 161
DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
Conforme previsto no art. 439 do CPC, a utilização de documentos eletrônicos no
processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da
verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido,
assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da
legislação específica.
DICA 162
DA INSPEÇÃO JUDICIAL
A inspeção pode ser de pessoas ou coisas, e possui a finalidade de esclarecer sobre
fato que interesse à decisão da causa.

Poderá se dar de ofício ou a requerimento da parte.

O juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos ao realizar a inspeção.

O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:

julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;

a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;

determinar a reconstituição dos fatos.

As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e


fazendo observações que considerem de interesse para a causa.

Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo
quanto for útil ao julgamento da causa, podendo ser instruído com desenho, gráfico ou
fotografia.

DICA 163
DA COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL
A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e
observará:

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o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no
Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se
assistência judiciária aos necessitados;

a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação


brasileira ou na do Estado requerente;

a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de


cooperação;
a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

Inexistino tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base


em reciprocidade, manifestada por via diplomática. Em caso de homologação de
sentença estrangeira, essa reciprocidade é dispensada.
Não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados
incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.

O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência


de designação específica.

A cooperação jurídica internacional terá por objeto:

citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;

colheita de provas e obtenção de informações;

homologação e cumprimento de decisão;

concessão de medida judicial de urgência;

assistência jurídica internacional;

qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

DICA 164
DO AUXÍLIO DIRETO
Cabe o chamado auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.

A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à


autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza
do pedido.

Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os
seguintes objetos:

obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos


administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;

colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no


estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
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qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.

A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres


e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e
pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro,
respeitadas disposições específicas constantes de tratado.

No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências
necessárias para seu cumprimento.

Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à


Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.

O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade


central.

Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido
de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.

DICA 165
DA CARTA ROGATÓRIA

Conforme prevê o art. 36 do CPC, o procedimento da carta rogatória perante o


Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes
as garantias do devido processo legal.

A defesa ficará restrita à discussão quanto ao atendimento dos requisitos


para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.

Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial


estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.

DICA 166
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores,
incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.
Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer
ato processual.
O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de
forma específica e pode ser executado como:

auxílio direto;

reunião ou apensamento de processos;

prestação de informações;

atos concertados entre os juízes cooperantes.


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As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto no CPC.
Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros,
no estabelecimento de procedimento para:
a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
a efetivação de tutela provisória;
a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de
empresas;
a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial;
a centralização de processos repetitivos;
a execução de decisão jurisdicional.
O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de
diferentes ramos do Poder Judiciário.
DICA 167
DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL
Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente.
Considera-se litigante de má-fé aquele que:
deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
alterar a verdade dos fatos;
usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
provocar incidente manifestamente infundado;
interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa,
que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada
em até 10x o valor do salário-mínimo.
Quando forem 2 ou mais litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na
proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.

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DICA 168
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES
No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária das partes nos casos
expressos em lei.
A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não
altera a legitimidade das partes.
O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante
ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. Eles poderão, no entanto, intervir como
assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao
adquirente ou cessionário.
Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou
pelos seus sucessores.
A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo
ato, outro que assuma o patrocínio da causa.
Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 dias, o juiz suspenderá o
processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício, observando o art. 76
do CPC.
O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, desde que prove que
comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. Durante os 10
dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que
necessário para lhe evitar prejuízo.
Dispensa-se essa comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários
advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.
DICA 169
LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio é quando duas ou mais pessoas litigam conjuntamente, no mesmo
processo, seja no polo ativo ou passivo.
O CPC elenca que ocorrerá quando:
entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes
na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento
da sentença.
O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.

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O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza
da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de
todos que devam ser litisconsortes.
A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:

nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter
integrado o processo;
ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que
requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar,
sob pena de extinção do processo.
O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como
litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser
intimados dos respectivos atos.
DICA 170
DA ASSISTÊNCIA
Pendendo causa entre 2 ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em
que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la.
A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
Não havendo impugnação no prazo de 15 dias, o pedido do assistente será
deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o
juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
A assistência poderá ser simples ou litisconsorcial.
O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos
poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Sendo revel
ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu
substituto processual.
A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do
pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre
direitos controvertidos.
Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este
não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e
provar que:

pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido,
foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;

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desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por
dolo ou culpa, não se valeu.
Quanto a assistência litisconsorcial, será considerado litisconsorte da parte principal o
assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário
do assistido.
DICA 171
DAS CAUSAS DE SUSPEIÇÃO
A imparcialidade do julgador é uma das mais importantes caraterísticas da jurisdição,
sendo, inclusive, um pressuposto processual de validade.
As causas de suspeição geralmente envolvem situações ou fatos subjetivos, como por
exemplo a amizade íntima de uma das partes com o juiz.
O art. 145 do CPC elenca as hipóteses causadoras de suspeição, afirmando que haverá
suspeição do juiz:
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;

quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade
de declarar suas razões.
Será ilegítima a alegação de suspeição quando houver sido provocada por quem a
alega, bem como se a parte que a alega houver praticado ato que signifique
manifesta aceitação do arguido.
DICA 172
DAS HIPÓTESES DE IMPEDIMENTO
As causas de impedimentos estão fundamentalmente previstas no art. 144 do CPC e
geralmente envolvem fatos ou situações objetivas, como, por exemplo, o parentesco
com uma das partes, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.
Nessa hipótese, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado
ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.
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Também se configura o impedimento no caso de mandato conferido a membro de
escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente
a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica
parte no processo;
quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego
ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do
juiz.
DICA 173
AUXILIARES DA JUSTIÇA
Auxiliares da Justiça são as pessoas que se destinam a apoiar as atividades desenvolvidas
pelo órgão jurisdicional, seja dentro da sede do juízo ou fora dela.
Portanto, alguns atos processuais não são praticados diretamente pelo juiz, mas sim por
seus auxiliares.
Os auxiliares podem atuar de forma permanente: como o chefe da secretária ou o oficial
de justiça. Ou podem atuar de forma eventual: como o tradutor.
O art. 149 do CPC elenca de forma exemplificativa os auxiliares da justiça: o escrivão,
o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador,
o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias.
Por se tratar de rol exemplificativo, pode ser que as normas de organização judiciária
prevejam outros auxiliares e suas atribuições.
DICA 174
DA ATUAÇÃO DOS MEDIADORES E CONCILIADORES
O CPC/15 consagra o chamado modelo multiportas de justiça, o qual se vale das mais
diversas técnicas como métodos de solução de conflitos, dentre os quais se encontram
a mediação e conciliação.
O CPC prevê, inclusive, a criação de centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.
Quanto a atuação de mediadores e conciliadores, assim traz o CPC:

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O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem.
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios
mútuos.
Necessário explicitar ainda que a conciliação e a mediação são informadas pelos
princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da
confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.
No emprego de esforços para a solução consensual do litígio familiar, são vedadas
iniciativas de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem, assim como
as de aconselhamento sobre o objeto da causa (En. 187 FPPC).
Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas
instâncias recursais (Em. 371 FPPC).
DICA 175
DA ADVOCACIA PÚBLICA
A advocacia pública é uma das funções essenciais da justiça, conforme previsão
constitucional.
Aos advogados públicos incumbe a defesa e promoção dos interesses da Fazenda Pública,
e não dos agentes públicos.
Essa atuação se dá através da representação judicial, em todos os âmbitos federativos,
das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. Não se
aplicando o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.
O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
DICA 176
DOS ATOS PROCESSUAIS QUE TRAMITAM EM SEGREDO DE JUSTIÇA
Em regra, os atos processuais são públicos, por força do princípio constitucional da
publicidade processual.
Assim sendo, todos devem ter acesso aos autos dos processos, audiências e sessões de
tribunais, que devem ser realizadas de portas abertas, salvo nas hipóteses de segredo de
justiça.
O CPC/15, em seu art. 189, tratou de elencar as hipóteses em que se dará esse
segredo de justiça, afirmando que tramitam em segredo de justiça os processos:
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em que o exija o interesse público ou social;
que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de
pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de
divórcio ou separação.
DICA 177
DOS ATOS DAS PARTES
Os atos das partes consistentes em declarações de vontade unilaterais (ex.:
contestação) ou bilaterais (ex.: pacto de impenhorabilidade), os quais ainda podem ser
concordantes (ex.: a desistência da ação após a contestação) ou contratuais (ex.:
transação)
Essas declarações produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção
de direitos processuais.
A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos
que entregarem em cartório.
É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais o juiz
mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do
salário-mínimo.

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DIREITO PENAL

DICA 178
TEORIA GERAL DO CRIME
Conceito tripartido de crime:

O conceito de crime adotado no Brasil é dividido em três elementos:

Fato típico;

Ilicitude ou antijuridicidade;

Culpabilidade;

A teoria adotada é a finalista, pois a conduta do agente deve ser dirigida a um fim
(DOLO ou CULPA).

ATENÇÃO!

A punibilidade não integra o conceito de crime, pois é apenas pressuposto para


aplicação da pena.

DICA 179

FATO TÍPICO
O fato típico é composto por:

Conduta: ação ou omissão (dolosa ou culposa);

Resultado: jurídico ou naturalístico;

Nexo de causalidade: relação de causa + consequência entre ação/omissão e


resultado;

Tipicidade (adequação formal e material à lei).

C CONDUTA

R
RESULTADO
E

N NEXO CAUSAL

T
TIPICIDADE
I

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DICA 180
EXCLUDENTES DO FATO TÍPICO
Caso fortuito;

Coação física irresistível; (é diferente de coação moral irresistível, que é excludente de


culpabilidade);

Estado de inconsciência;

Erro de tipo inevitável (escusável ou desculpável);

Movimentos reflexos;

Princípio da Insignificância;

Consentimento do ofendido quando elementar do tipo penal o fato será atípico.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2020.


Yuri foi denunciado pela suposta prática de crime de estupro qualificado em razão da
idade da vítima, porque teria praticado conjunção carnal contra a vontade de Luana,
de 15 anos, mediante emprego de grave ameaça. No curso da instrução, Luana mudou
sua versão e afirmou que, na realidade, havia consentido na prática do ato sexual,
sendo a informação confirmada por Yuri em seu interrogatório.
Considerando apenas as informações expostas, no momento de apresentar alegações
finais, a defesa técnica de Yuri deverá pugnar por sua absolvição, sob o fundamento
de que o consentimento da suposta ofendida, na hipótese, funciona como.
a) causa supralegal de exclusão da ilicitude.
b) causa legal de exclusão da ilicitude.
c) fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.
d) causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
Gabarito: Letra C
Comentário: O consentimento da vítima poderá excluir o fato típico ou a ilicitude. Se
o consentimento do ofendido for uma elementar do tipo penal haverá a exclusão do
fato típico (atipicidade da conduta). Se o consentimento do ofendido NÃO for uma
elementar do tipo penal haverá a exclusão da ilicitude.
O tipo penal do crime de estupro existe para punir o agente que obriga a vítima a
praticar relação sexual com o agente. Caso a pessoa seja maior de 14 anos e queira
praticar relação sexual com alguém não haverá o crime de estupro.
No caso da questão, Luana tem 15 anos e consentiu com o ato sexual. Assim, o seu
consentimento exclui o constrangimento + violência / grave ameaça, de modo que não
existe conduta criminosa. Logo, o consentimento da suposta ofendida funciona como
fundamento para reconhecimento da atipicidade da conduta.

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DICA 181

DOLO
Conceito: Consiste na vontade de concretizar os elementos objetivos do tipo.

Considera-se o crime doloso, quando o agente quis o resultado (teoria da vontade -


dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (teoria do consentimento - dolo
eventual).

TEORIAS DO DOLO:

Teoria da representação ou possibilidade: dolo é o ato de prever o resultado.

Teoria do consentimento (assentimento): dolo é consentir com a produção do


resultado.

Teoria da vontade: dolo é querer o resultado.

DICA 182

ABRANGÊNCIA DO DOLO (DIRETO)


Agente quis o resultado pretendido (dolo de 1° grau).

Abrange os meios escolhidos (dolo de 1° grau).

Ex.: veneno, arma, etc.

Consequências secundárias (dolo de 2° grau).

Ex.: sujeito atira no coração de irmãos grudados.

Ex.: Pablo Escobar quando colocou uma bomba no avião para matar um sujeito. Neste
caso, Escobar responderá por dolo direito.

Espécies de dolo:

Dolo direto:

Dolo de 1° grau: resultado pretendido e os meios escolhidos.

Dolo de 2° grau: consequências necessárias inerentes aos meios escolhidos.

Dolo indireto:

Eventual: agente assumiu o risco de produzir o resultado;

Alternativo: o agente prevê a pluralidade de resultados e dirige sua conduta na busca


de realizar qualquer um deles indistintamente.

Ex.: o agente quer praticar lesão corporal ou homicídio indistintamente. O agente tem
a mesma vontade de um ou de outro.

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DICA 183

CULPA

Excepcionalidade do crime culposo:


Como regra, apenas se pune a conduta a título de dolo, salvo quando a lei
expressamente tipificar a forma culposa.

Conceito:

Imprudência, negligência ou imperícia (modalidades de culpa).

Imprudência: culpa que se manifesta de forma ativa, por meio de um ato


descuidado, distração.
Imprudência “vem a ser uma atitude positiva, um agir sem a cautela, a atenção
necessária, com precipitação, afoitamento ou inconsideração. É a conduta arriscada,
perigosa, impulsiva”.

Negligência: culpa que se manifesta de forma omissiva. Deixar de adotar alguma


cautela, medida de precaução. Desleixo, a desatenção ou a displicência.
Negligência como “a inatividade (forma omissiva), a inércia do agente que, podendo
agir para não causar ou evitar o resultado lesivo, não o faz por preguiça, desleixo,
desatenção ou displicência”.

Imperícia: culpa que se manifesta no desempenho de uma profissão.

Imprudência Negligência Imperícia

Atuação positiva – agir sem Forma omissiva – deixa Culpa - profissão


cautela de adotar alguma
cautela

Tome nota:

É necessário no crime culposo, além do dever objetivo de cuidado (imprudência,


negligência e imperícia), os seguintes elementos:

Conduta voluntária;

Resultado Involuntário (mas previsível);

Nexo Causal e Tipicidade;

Previsibilidade objetiva (padrão mediano);

Ausência de Previsão;
Ausente esses elementos, o fato será atípico.

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DICA 184
TEORIA DO CRIME - ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE
A ilicitude é a contrariedade à lei, sendo as suas causas excludentes:
Legítima defesa: uso moderado dos meios necessários + INJUSTA agressão + ATUAL
ou IMINENTE;
Estado de necessidade: perigo ATUAL + não provocado pelo agente + sacrifício
inexigível;
Estrito cumprimento do dever legal: dever LEGAL + atuação nos LIMITES da lei +
em regra por agente público;
Exercício regular de direito: existência de um direito + atuação FACULTATIVA +
dentro dos LIMITES.

L LEGÍTIMA DEFESA

E ESTADO DE NECESSIDADE

E ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL

E EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXX, 2019.


Enquanto assistia a um jogo de futebol em um bar, Francisco começou a provocar Raul,
dizendo que seu clube, que perdia a partida, seria rebaixado. Inconformado com a
indevida provocação, Raul, que estava acompanhado de um cachorro de grande porte,
atiça o animal a atacar Francisco, o que efetivamente acontece. Na tentativa de se
defender, Francisco desfere uma facada no cachorro de Raul, o qual vem a falecer. O fato
foi levado à autoridade policial, que instaurou inquérito para apuração.
Francisco, então, contrata você, na condição de advogado(a), para patrocinar seus
interesses.
Considerando os fatos narrados, com relação à conduta praticada por Francisco, você,
como advogado(a), deverá esclarecer que seu cliente
a) não poderá alegar qualquer excludente de ilicitude, em razão de sua provocação
anterior.
b) atuou escorado na excludente de ilicitude da legítima defesa.
c) praticou conduta atípica, pois a vida do animal não é protegida penalmente.
d) atuou escorado na excludente de ilicitude do estado de necessidade.

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GABARITO: Alternativa b.
Comentário: No caso da questão, o cachorro de grande porte foi utilizado como
instrumento para o cometimento do crime. Por isso, tem-se que a agressão se originou
de um ser humano, o que viabiliza a legitima defesa.
Preenchimento dos requisitos da legitima defesa ao caso da questão:
Uso moderado do meio necessário (facada para barrar o animal);
Injusta agressão (não há justificativa);
Atual ou iminente (na hora da agressão);
A direito seu.
Fique atento!

Animal agiu por instinto = estado de necessidade.

Animal agiu por provocação de pessoa = legítima defesa.

DICA 185
CULPABILIDADE
A culpabilidade é o juízo de reprovabilidade sobre a conduta do agente, composta
por:
Imputabilidade: capacidade mental do agente de entender o caráter ilícito da
conduta;
Potencial consciência da ilicitude: possibilidade do agente conhecer a hipótese
criminosa;
Exigibilidade de conduta diversa: possibilidade que o agente tinha de agir de outra
forma e não praticar o fato.
São excludentes da culpabilidade:

Menoridade (imputabilidade): menos de 18 anos;

Embriaguez completa e acidental (imputabilidade);

Doença Mental (imputabilidade);

Erro de Proibição Inevitável (potencial consciência da ilicitude)

Coação Moral Irresistível (exigibilidade da conduta diversa)

Obediência Hierárquica (exigibilidade de conduta diversa)

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DICA 186
EMBRIAGUEZ
A embriaguez é a intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool ou
substâncias de efeitos análogos.
Fique atento!
A embriaguez do art. 28 não se aplica a intoxicação decorrente do consumo de drogas
ilícitas, pois essa é tratada em lei própria (Art. 45 da Lei de Drogas).
Embriaguez completa: possui três níveis:

Excitação: primeiro estágio da embriaguez, quando sujeito fica mais alegre, falante.
(Embriaguez Incompleta);

Depressão: alteração emocional. (Embriaguez Completa);

Letargia: continuou inserindo o álcool (coma alcoólico, por exemplo) – completa.


Embriaguez Involuntária:

Caso fortuito;

Força maior;
Embriaguez Voluntária:

Se a embriaguez for voluntária será aplicada a teoria “actio libera in causa” (ação livre
na causa), tendo o sujeito de maneira voluntária ingerido a substância responde pelo
crime cometido.
A embriaguez voluntária se subdivide em:
Culposa: é o excesso imprudente no consumo.
Dolosa: sujeito quer se embriagar.
Preordenada: se embriaga para cometer o crime (agravante – art. 61, II, l, CP).
É possível que em casos de embriaguez aplique-se medida de segurança?
É possível quando se tratar de embriaguez patológica, ou seja, quando o sujeito for
alcoólatra, pois configura doença mental, admitindo-se a aplicação do art. 26. Sendo
assim, caso necessário será possível à imposição de medida de segurança.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2020.


Inconformado por estar desempregado, Lúcio resolve se embriagar. Quando se
encontrava no interior do coletivo retornando para casa, ele verifica que o passageiro
sentado à sua frente estava dormindo, e o telefone celular deste estava solto em seu
bolso. Aproveitando-se da situação, Lúcio subtrai o aparelho sem ser notado pelo lesado,
que continuava dormindo profundamente. Ao tentar sair do coletivo, Lúcio foi interpelado
por outro passageiro, que assistiu ao ocorrido, iniciando-se uma grande confusão, que
fez com que o lesado acordasse e verificasse que seu aparelho fora subtraído.
Após denúncia pelo crime de furto qualificado pela destreza e regular processamento do

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feito, Lúcio foi condenado nos termos da denúncia, sendo, ainda, aplicada a agravante da
embriaguez preordenada, já que Lúcio teria se embriagado dolosamente.
Considerando apenas as informações expostas e que os fatos foram confirmados, o(a)
advogado(a) de Lúcio, no momento da apresentação de recurso de apelação, poderá
requerer
a) o reconhecimento de causa de diminuição de pena diante da redução da capacidade
em razão da sua embriaguez, mas não o afastamento da qualificadora da destreza.
b) a desclassificação para o crime de furto simples, mas não o afastamento da agravante
da embriaguez preordenada.
c) a desclassificação para o crime de furto simples e o afastamento da agravante, não
devendo a embriaguez do autor do fato interferir na tipificação da conduta ou na
dosimetria da pena.
d) a absolvição, diante da ausência de culpabilidade, em razão da embriaguez completa.
GABARITO: Alternativa c.
Comentário: A embriaguez pré ordenada é aquela que o agente já se embriaga com o
intuito de cometer o crime. No caso em análise, tem-se que Lúcio não bebeu com essa
intenção, uma vez que o item menciona que ele bebeu para afogar as mágoas do
desemprego. Diante disso, a embriaguez de Lúcio não irá interferir na tipificação da
conduta ou na dosimetria da pena.

DICA 187
TEORIA GERAL DO CRIME
PEGADINHA DE PROVA
Muita atenção aos detalhes, pois o seu examinador vai se utilizar de mudanças sutis
para te induzir ao erro:
A coação física exclui a conduta e, portanto, o fato típico, mas a coação MORAL
irresistível afasta a culpabilidade;
O erro de tipo inevitável exclui a tipicidade, pois faz com o que o agente se
confunda quanto à situação de FATO, mas o erro de PROIBIÇÃO inevitável afasta a
culpabilidade;
O erro de proibição evitável ou inescusável não exclui a culpabilidade, mas pode
reduzir a pena de 1/6 a 1/3;
Na Legítima Defesa o perigo pode ser atual ou iminente, mas no Estado de
Necessidade deve ser somente atual;
A emoção e a paixão não afastam a responsabilidade penal.
DICA 188
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
A desistência voluntária quando o agente, depois de iniciar a execução do crime,
DESISTE e impede que o resultado se consuma;

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A grande diferença entre a tentativa e a desistência voluntária é que a primeira
acontece por motivos ALHEIOS à vontade do agente e a segunda por sua decisão
voluntária;
Na tentativa eu QUERO continuar mas não POSSO;
Na desistência voluntária, eu POSSO continuar, mas não QUERO.
DICA 189
ARREPENDIMENTO EFICAZ
Agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza.
Agente iniciou a execução e exauriu a sua potencialidade lesiva (iniciou e encerrou a
execução).
Agente impede que o resultado ocorra.
Arrependimento eficaz também pode ser chamado de resipiscência.
Consequência: só responde pelos atos já praticados.

Ex.: não responde por tentativa de homicídio, mas lesão corporal.

Doutrina: considera esses institutos (desistência voluntária e arrependimento


posterior) como causas de atipicidade da conduta, pois desconsidera o dolo inicial e
apenas responde pelo que foi praticado até aquele momento.
DICA 190
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Requisitos:
Deve ser sem violência ou grave ameaça à pessoa;
Deve reparar o dano ou restituir a coisa;
Deve ser até o recebimento da denúncia ou da queixa;
Deve ser ato voluntário do agente (não precisa ser espontâneo);

Consequência: redução de um a dois terços (= da tentativa).

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXIX, 2019.


Durante a madrugada, Lucas ingressou em uma residência e subtraiu um computador.
Quando se preparava para sair da residência, ainda dentro da casa, foi surpreendido
pela chegada do proprietário. Assustado, ele o empurrou e conseguiu fugir com a coisa
subtraída.
Na manhã seguinte, arrependeu-se e resolveu devolver a coisa subtraída ao legítimo
dono, o que efetivamente veio a ocorrer. O proprietário, revoltado com a conduta
anterior de Lucas, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido. Intimado pelo
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Delegado para comparecer em sede policial, Lucas, preocupado com uma possível
responsabilização penal, procura o advogado da família e solicita esclarecimentos sobre
a sua situação jurídica, reiterando que já no dia seguinte devolvera o bem subtraído.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá informar a Lucas que
poderá ser reconhecido(a)
(a) a desistência voluntária, havendo exclusão da tipicidade de sua conduta.
(b) o arrependimento eficaz, respondendo o agente apenas pelos atos até então
praticados.
(c) o arrependimento posterior, não sendo afastada a tipicidade da conduta, mas
gerando aplicação de causa de diminuição de pena.
(d) a atenuante da reparação do dano, apenas, não sendo, porém, afastada a tipicidade
da conduta.
GABARITO: Alternativa d.
Comentário: De início, ressalte-se que não ocorreu desistência voluntária, uma vez
que o agente não desistiu de prosseguir na execução do crime e foi até o final do iter
criminis.
Ademais, não ocorreu arrependimento eficaz, pois o agente não impediu a produção do
resultado ou a sua consumação.
Vale dizer, não ocorreu arrependimento posterior, tendo em vista que tal instituto só se
aplica aos crimes praticados sem violência ou grave ameaça. Assim, o fato de o agente
ter empurrado o proprietário ao ser surpreendido com sua chegada e fugido logo em
seguida configura o crime de roubo impróprio.

DICA 191
CRIME IMPOSSÍVEL
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Chamado de tentativa inidônea.


Situações que caracterizam o crime impossível:
Ineficácia absoluta do meio:

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima ministrando veneno, mas que erra e dá à vítima
água.

Ex.: sujeito que tenta matar a vítima com uma arma de brinquedo.
Absoluta impropriedade do objeto.

Ex.: sujeito tenta matar um morto.


Objeto aqui é o objeto material do crime, que é a pessoa ou coisa sobre a qual recai
a conduta criminosa.

Consequência do crime impossível: não é punível.

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QUESTÃO EXAME DA ORDEM XVII, 2015.


Cristiane, revoltada com a traição de seu marido, Pedro, decide matá-lo. Para tanto,
resolve esperar que ele adormeça para, durante a madrugada, acabar com sua vida. Por
volta das 22h, Pedro deita para ver futebol na sala da residência do casal. Quando chega
à sala, Cristiane percebe que Pedro estava deitado sem se mexer no sofá. Acreditando
estar dormindo, desfere 10 facadas em seu peito. Nervosa e arrependida, liga para o
hospital e, com a chegada dos médicos, é informada que o marido faleceu. O laudo de
exame cadavérico, porém, constatou que Pedro havia falecido momentos antes das
facadas em razão de um infarto fulminante. Cristiane, então, foi denunciada por tentativa
de homicídio.
Você, advogado (a) de Cristiane, deverá alegar em seu favor a ocorrência de
a) crime impossível por absoluta impropriedade do objeto.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) crime impossível por ineficácia do meio.
GABARITO: Alternativa a.
Comentário: O meio era plenamente eficaz (faca), mas o objeto material (a vida do
cônjuge) era impróprio para a consumação do delito, uma vez que já se encontrava
morto.

DICA 192
TENTATIVA

A tentativa ocorre quando o agente não atinge o resultado por motivos alheios à
sua vontade;

A tentativa é também chamada de “conatus”;

A tentativa é uma causa de diminuição de pena, de 1/3 a 2/3 da pena;


Crimes que não admitem a tentativa:

Alguns crimes não admitem a forma tentada, são eles:

C CONTRAVENÇÕES

C CULPOSOS

H HABITUAIS

O OMISSIVOS PRÓPRIOS

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U UNISSUBSISTENTES

P PRETERDOLOSOS

P PERMANENTES

CUIDADO: as contravenções penais na verdade admitem a tentativa, contudo, por


opção do legislador não são puníveis.
DICA 193
ITER CRIMINIS
1ª Fase: Cogitação
Agente apenas cogita praticar o crime. A prática do delito ainda está no pensamento do
agente.
É impunível
2ª Fase: Atos preparatórios
Regra geral - impunível
Exceções - casos em que a lei pune atos preparatórios. Ex.: associação criminosa
3º Fase: Atos executórios
Agente inicia a realização do crime
Ato executório - aquele que inicia a realização do núcleo do tipo.
4º fase: Consumação
O delito reúne todos os elementos de sua definição legal
DICA 194
DO CRIME - ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO

INEVITÁVEL
ESSENCIAL
EVITÁVEL

ERRO DE SOBRE O OBJETO


TIPO
SOBRE A PESSOA
ERRO

ACIDENTAL
NA EXECUÇÃO
INEVITÁVEL
ERRO DE SOBRE O NEXO
PROIBIÇÃO CAUSAL
EVITÁVEL

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DICA 195
ERRO DE TIPO ESSENCIAL
Recai sobre as CIRCUNSTÂNCIAS do fato;
Art. 20 e §1º, §2º e §3º, CP;
Causa EXCLUDENTE DE TIPICIDADE.

DOLO
INVENCÍVEL
EXCLUSÃO
(inevitável)
CULPA
EFEITOS EXCLUSÃO DO
DOLO
VENCÍVEL
(evitável) RESPONDE POR
CRIME CULPOSO,
SE PREVISTO EM
LEI

DICA 196
ERRO DE PROIBIÇÃO
Recai sobre a ILICITUDE do fato;
Art. 21 e Parágrafo único, CP;
Causa de DIMINUIÇÃO DE PENA.

DIRETO

ESPÉCIES INDIRETO

MANDAMENTAL

INEVITÁVEL ISENTO DE PENA

EFEITOS

CAUSA DE
EVITÁVEL
DIMINUIÇÃO DE PENA

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DICA 197
DOLO GERAL E ERRO ACIDENTAL

1ª conduta Acha que atingiu o resultado


DOLO
GERAL
2ª conduta Resultado atingido

SOBRE O OBJETO

ERRO
ACIDENTAL SOBRE A PESSOA

NA EXECUÇÃO

Resultado diverso do pretendido (art. 74,


CP)

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PROCESSO PENAL

DICA 198

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

Natureza jurídica do acordo de não persecução penal:

Natureza de negócio jurídico processual que veicula política criminal do MP.

Requisitos:

Não ser caso de arquivamento;

Investigado ter confessado formal e circunstancialmente;

Infração sem violência ou grave ameaça;

Pena MÍNIMA INFERIOR a 4 anos;

Necessário e suficiente para reprovação do crime.

Condições:

→ reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

→ renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como


instrumentos, produto ou proveito do crime;

→ prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à


pena mínima cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado
pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do CP

→ pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, a entidade
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou

→ cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

Hipóteses de não cabimento do ANPP:

→ se for cabível transação penal;

→ se o investigado for reincidente OU se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as
infrações penais pretéritas;

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→ se o agente tiver sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação penal
ou SURSIS processual.

→ se o crime tiver sido praticado na Maria da Penha ou por razão do sexo feminino.

Questão Exame da Ordem XXXIII, 2021.


Carlos, em relatório final conclusivo de inquérito policial, foi indiciado pela prática do
crime de receptação qualificada (Art. 180, §1º, CP – pena: 3 a 8 anos de reclusão e
multa). Recebido o procedimento investigatório, o Promotor de Justiça verificou, na
Folha de Antecedentes Criminais, que Carlos possuía uma única anotação e era
tecnicamente primário, mas que teria sido beneficiado, oito anos antes da suposta
nova prática delitiva, por proposta de suspensão condicional do processo em relação
a crime de estelionato.
Considerando as informações expostas, você, como advogado(a) de Carlos, deverá
esclarecer que, de acordo com o Código de Processo Penal,
Alternativas
a) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, independentemente da
confissão do indiciado, podendo, contudo, ser imposto ressarcimento do dano e
prestação de serviço à comunidade por tempo limitado em caso de aceitação.
b) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, tendo em vista que o
suposto autor já foi beneficiado com suspensão condicional do processo
anteriormente.
c) poderá ser proposto acordo de não persecução penal, considerando a pena e
natureza do crime, mas Carlos necessariamente deverá confessar a prática delitiva.
d) não poderá ser proposto o acordo de não persecução penal, em razão da pena
máxima prevista para o delito ultrapassar quatro anos de reclusão.
GABARITO: Alternativa c.
Comentário: Considerando que o autor é primário, que praticou o crime sem
violência e grave ameaça e a pena em abstrato mínima é inferior a quatro anos, tem-
se que é possível o acordo de não persecução penal. Todavia, Carlos necessariamente
deverá confessar a prática delitiva

DICA 199
AÇÃO PENAL

INCONDICIONADA

DE INICIATIVA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA

CONDICIONADA

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A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público. O MP
inicia a ação penal com a denúncia.
A regra no sistema jurídico = a ação penal seja pública incondicionada.

DICA 200

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA


A ação penal pública condicionada depende da representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça. Nesses casos, o Ministério Público continua sendo o
titular da ação penal, mas não pode exercer o seu direito de ação de ofício, como nos
casos de ação penal pública incondicionada.

de requisição do
promovida por Ministro da Justiça,
denúncia do ou de representação
Crimes de ação
Ministério Público, do ofendido ou de
pública
dependerá, quando quem tiver
a lei o exigir, qualidade para
representá-lo.

OBS: Caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão


judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Qualquer
crime

praticado em detrimento do
patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município

a ação penal
será pública

OBS: Os crimes de lesão corporal leve ou culposa cometidos no contexto de


violência doméstica ou familiar contra a mulher, que se enquadram na Lei Maria da
Penha, são de ação penal pública incondicionada. Exceção: crime de ameaça em que
a ação penal pública é condicionada à representação.
DICA 201

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA - REPRESENTAÇÃO


De acordo com o artigo 25 do Código de Processo Penal, a representação será irretratável,
depois de oferecida a denúncia.

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Por outro lado, quando se tratar de violência doméstica e familiar (Lei Maria da Penha, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.

Art. 15 do CPP Art. 16 da Lei Maria da Penha

Art. 25. A representação será Art. 16. Nas ações penais públicas
irretratável, depois de oferecida a condicionadas à representação da ofendida
denúncia. de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz,
em audiência especialmente designada
com tal finalidade, antes do recebimento
da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Questão Exame da Ordem XXXIII, 2021.


Durante uma festa em uma casa noturna, Michele se desentende com sua amiga
Flávia e lhe desfere um tapa no rosto, causando-lhe lesão corporal de natureza leve.
Flávia, então, se dirige à autoridade policial e registra o fato, manifestando
expressamente seu interesse em representar contra Michele, tendo em vista a
natureza de ação penal pública condicionada à representação.
Findo o procedimento policial, os autos foram encaminhados ao Juizado Especial
competente e o Ministério Público apresentou proposta de transação penal à Michele,
que não a aceitou. Após o oferecimento de denúncia pelo Parquet, Flávia se diz
arrependida e manifesta ao seu advogado interesse em se retratar da representação
oferecida, destacando que ainda não foi recebida a inicial acusatória.
Considerando os fatos acima narrados, você, como advogado(a) de Flávia, deverá
esclarecer que:
a) a representação será irretratável na hipótese, por já ter sido oferecida a denúncia.
b) a retratação da representação poderá ser realizada até o momento da sentença,
não dependendo de formalidades legais.
c) a retratação da representação será cabível até o recebimento da denúncia, em
audiência perante o juiz, especialmente designada para tal finalidade.
d) a representação será irretratável, independentemente do momento processual, por
se tratar de ação penal de natureza pública, de modo que o Ministério Público
continua sendo o titular da ação.
GABARITO: Alternativa a.
COMENTÁRIO: Regra: CPP, Art. 25. A representação será irretratável, depois de
oferecida a denúncia.
Exceção: Lei Maria da Penha.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
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audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.

DICA 202
PRINCÍPIOS DA AÇÃO PÚBLICA

Obrigatoriedade: Presentes a materialidade e indícios de autoria deve o MP oferecer


denúncia;

Divisibilidade: Havendo mais de um autor do crime, o MP pode ajuizar a ação


somente em face de um ou uns, deixando para ajuizar em face dos outros depois
(visando, por exemplo, reunir mais provas);

Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação - mas pode pedir o arquivamento


do IP - ou absolvição do réu;

Oficialidade: O MP é uma instituição pública e;

Intranscendência: A pena não poderá passar da pessoa do condenado.


DICA 203

AÇÃO PENAL

PROPRIAMENTE DITA

DE INICIATIVA PERSONALÍSSIMA
AÇÃO PENAL
PRIVADA

SUBSIDIÁRIA

A ação penal de iniciativa privada é titularizada pelo ofendido ou pelo seu


representante legal, promovida mediante a queixa-crime. Mesmo não sendo titular das
ações penais privadas, o Ministério Público deve atuar em todos os atos do processo.
DICA 204

AÇÃO PENAL PRIVADA PROPRIAMENTE DITA

A ação penal privada propriamente dita é a regra entre os crimes de ação penal
privada. O seu titular é o ofendido ou o seu representante legal. Para a promoção da
queixa-crime, o ofendido ou o seu representante legal possui o prazo decadencial de 6
meses, contados do conhecimento da autoria.
OBS.: caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão
judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Ex.: crime contra a honra de funcionário público.

O STF editou a Súmula 714 que dispõe: “É concorrente a legitimidade do ofendido,


mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para
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a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de
suas funções”.
DICA 205

AÇÃO PENAL PRIVADA: PEREMPÇÃO

Conceito: é a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na condução da


ação privada.

Hipóteses: elas estão previstas no art. 60 do CPP, ocasionando a extinção da


punibilidade.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á
perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do
processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, OU deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor.

DICA 206
JURISDIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Conceito: é o poder de o Estado de dizer o direito no caso concreto, resolvendo


conflitos e substituindo a vontade das partes.

São características da jurisdição:

Substitutividade – significa a atuação do Estado em substituição à vontade das partes


na resolução de conflitos.

Inércia – os órgãos jurisdicionais precisam ser provocados para atuarem.

Existência de lide – a lide é conceituada como um conflito de interesses qualificado


pela pretensão resistida. Todavia, esse conceito não encontra amparo no processo penal,
tendo em vista que não há conflito de interesses, pois todos buscam um justo provimento
jurisdicional.

Atuação do direito – é objetivo da jurisdição a aplicação do direito no caso concreto.

Imutabilidade – após a conclusão do exercício da jurisdição por meio de uma


sentença, em regra, não há como alterar o que foi resolvido.

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DICA 207
PRINCÍPIOS

A Jurisdição é regida pelos seguintes princípios:


Investidura – para exercer a jurisdição é necessário ser magistrado (juiz), o qual deve
estar legalmente investido no cargo, por meio de concurso público.
Indeclinabilidade – o juiz não pode deixar de julgar os casos submetidos a
apreciação.

Inevitabilidade ou Irrecusabilidade – a jurisdição não está sujeita a vontade das


partes, ela se impõe.

Improrrogabilidade – as partes, ainda que desejem, não podem retirar do juiz


natural o conhecimento de determinado caso, na esfera criminal.
Indelegabilidade – o juiz não pode delegar a sua função jurisdicional a quem não
possui.
Juiz natural – este princípio apresenta duas facetas. A primeira dispõe que ninguém
será processado e nem sentenciado senão pela autoridade competente. A segunda é que
não haverá juízo ou tribunal de exceção.
Inafastabilidade – a lei não excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça a
direito.

Devido Processo Legal – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal.

Unidade – A jurisdição é única, do Poder Judiciário. O que há é a diferença no tocante


a sua aplicação e grau de especialização (cível, criminal; estadual, federal, militar,
trabalhista, eleitoral e etc).
DICA 208
COMPETÊNCIA
A competência, por sua vez, é a medida da jurisdição. Jurisdição todo juiz possui, mas a
sua competência é limitada.

A competência pode ser determinada em razão da:

Matéria (ratione materiae) – leva em consideração a natureza da infração a ser


julgada. Exemplo: crime comum, federal, militar, eleitoral.

Prerrogativa da função (ratione personae) – considera a o cargo público ocupado


pela pessoa que cometeu a infração (foro por prerrogativa de função).

Funcional – considera a distribuição dos atos processuais praticados e envolve três


critérios:

Fase do processo – por exemplo um juiz cuida da fase inicial do processo até a
sentença e outro da execução penal.

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Objeto do juízo – quando há distribuição de tarefas dentro de um mesmo processo.
Exemplo: Tribunal do júri (o juiz cuida das questões de direito, dosimetria da pena,
sentença; enquanto compete aos jurados a votação dos quesitos).

Grau de jurisdição – resulta do duplo grau de jurisdição. É a distribuição VERTICAL


da competência.

Territorial (ratione loci) – considera o local do crime.


DICA 209
COMPETÊNCIA ABSOLUTA X COMPETÊNCIA RELATIVA

COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

Envolve interesse público Envolve o interesse das partes

Não permite prorrogação, pode ser Admite prorrogação. Pode ser arguida
arguida a qualquer tempo e grau de pelas partes.
jurisdição.

Pode ser declarada de ofício pelo juiz Pode ser declarada de ofício pelo juiz, até
a fase da absolvição sumária.

Implica NULIDADE ABSOLUTA de todos Implica NULIDADE RELATIVA dos atos


os atos decisórios e instrutórios do decisórios (art. 567, CPP)
processo

Espécies: competência em razão da Espécie: competência territorial.


matéria, por prerrogativa de função e
funcional.

DICA 210
COMPETÊNCIA

O art. 69, do CPP, dispõe que “Determinará a competência jurisdicional:

o lugar da infração:

o domicílio ou residência do réu;


a natureza da infração;

a distribuição;

a conexão ou continência;

a prevenção;

a prerrogativa de função.”
A regra geral para definição da competência é o lugar em que se consumar a infração, ou,
no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
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Com essa regra, o CPP adotou a TEORIA DO RESULTADO.

ATENÇÃO!

NÃO confundir a regra adotada para fixação da competência territorial, que é a


TEORIA DO RESULTADO, com a teoria adotada para o lugar do crime no Código
Penal, que foi a TEORIA DA UBIQUIDADE.

DICA 211
EXCEÇÕES
Em regra, a competência é firmada pelo local onde se consuma a infração penal ou onde
for praticado o ÚLTIMO ATO DA EXECUÇÃO, nos crimes tentados.

Todavia essa regra possui algumas exceções:


Crimes a distância ou de espaço máximo – é aquele em que a conduta e o
resultado ocorrem em países distintos, gerando um conflito de competência internacional.
Essa é a regra que está prevista no Código Penal, como lugar do crime e segue a Teoria
da Ubiquidade.

Incerteza do limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou incerteza da


jurisdição – segue a teoria da ubiquidade.

Infração continuada ou permanente – Teoria da UBIQUIDADE.

Crime plurilocal de homicídio – segue a Teoria da ATIVIDADE (entendimento


jurisprudencial).

Juizado Especial Criminal – nas infrações de menor potencial ofensivo, a regra de


competência é do local onde foi praticada a conduta (Teoria da ATIVIDADE).
DICA 212
COMPETÊNCIA PARA OS CRIMES DE ESTELIONATO
ATENÇÃO PARA A ALTERAÇÃO DO CPP – A Lei 14.155/2021 incluiu o §4º no art. 70 do
CPP e disciplinou a competência para os crimes de estelionato. Confira-se:
“Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou
mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do domicílio
da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção.”
DICA 213
CONEXÃO

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

INTERSUBJETIVA:

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Por simultaneidade - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas;
Concursal - várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar;

Reciprocidade - várias pessoas, umas contra as outras;

OBJETIVA:

Teleológica – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar;
Consequencial – ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas;

INSTRUMENTAL:

quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares


influir na prova de outra infração.
DICA 214
CONTINÊNCIA
A continência está prevista no art. 77, do CPP, e determina que “A competência será
determinada pela continência quando:
duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;

no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda
parte, e 54 do Código Penal.”

CONTINÊNCIA

SUBJETIVA Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração

Concurso formal

OBJETIVA
Aberratio ictus
ART. 77, II, CPP

Aberratio criminis

DICA 215
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO DOMICÍLIO DO RÉU
O CPP dispõe que não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-
á pelo domicílio ou residência do réu.
Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção (que
significa a situação em que concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou
com jurisdição cumulativa, um deles antecede o outro na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa).
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o
juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
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Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Neste caso, nas AÇÕES DE EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, o querelante pode OPTAR
entre o lugar da infração ou domicílio do réu.
DICA 216
FORO PREVALECENTE

Na determinação da competência por conexão ou continência, serão


observadas as seguintes regras:

FOROS FORO PREVALECENTE

JÚRI + JURISDIÇÃO COMUM JÚRI

JURISDIÇÕES IGUAIS 1. INFRAÇÃO COM PENA MAIS GRAVE;


2. MAIOR NÚMERO DE INFRAÇÕES;
3. PREVENÇÃO

Deve ser observado o número 1, em caso de penas


iguais, adota-se o critério 2; em caso de penas
iguais e mesmo número de infrações, adota-se o
critério 3.

JURISDIÇÃO COMUM + JURISDIÇÃO ESPECIAL (EX.: justiça comum e


JURISDIÇÃO ESPECIAL justiça militar)

JURISDIÇÃO DE DIVERSAS A DE MAIOR GRADUAÇÃO


CATEGORIAS

DICA 217
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE PROCESSOS
Observadas as regras de conexão ou continência, os processos deverão ser reunidos no
juízo prevento para julgamento comum. Todavia há hipóteses em que essa reunião não
poderá ocorrer.

Vejamos:
Quando ocorrer crime da jurisdição comum e a militar. Os processos deverão
seguir separados.

Quando ocorrer crime de competência da jurisdição comum e ato infracional


análogo a crime. Os processos seguirão separados.

Quando algum dos réus vem a sofrer de doença mental (superveniência de doença
mental). Neste caso, o processo fica suspenso em relação ao réu acometido pela doença,
até que se recupere.
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Quando houver réu foragido que não possa ser julgado à revelia. É o que ocorre nos
casos do art. 366, do CPP (suspensão do processo e do prazo prescricional, quando o réu
não é citado e nem constitui defensor).
DICA 218
SEPARAÇÃO FACULTATIVA DE PROCESSOS
Observadas as regras de conexão ou continência, os processos deverão ser reunidos no
juízo prevento para julgamento comum. Todavia há hipóteses em que essa reunião poderá
ou não ocorrer, de acordo com a manifestação das partes ou, de ofício, pelo juiz.
Vejamos:

Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de


lugar diferentes, o juiz reputar conveniente a separação.

Quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão
provisória, o juiz reputar conveniente a separação.
Quando ocorrer motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
DICA 219
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

SÚMULAS

Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar


civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se
tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de
Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos


crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art.
78, II, "a", do Código de Processo Penal.

Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados


contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

Súmula 165-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso


testemunho cometido no processo trabalhista.

Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de


crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.

Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

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DICA BÔNUS
SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL

SÚMULAS
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o
processo e o julgamento dos crimes contra a economia popular.

Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a


competência será da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o
julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.

Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de


1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
E se a contravenção penal for conexa com crime federal? Haverá a cisão dos
processos, de forma que o crime será julgado pela Justiça Federal e a contravenção
pela Justiça Estadual (STJ. CC 20454/RO).
Exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal: contravenção penal
praticada por pessoa com foro privativo no Tribunal Regional Federal.

Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas


cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu
detrimento.

Súmula 62-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa


anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído à empresa privada.

Info 554, STJ: o STJ decidiu que compete à Justiça Federal (e não à Justiça
Estadual) processar e julgar o crime caracterizado pela omissão de anotação de
vínculo empregatício na CTPS (art. 297, § 4o, do CP). Esse mesmo raciocínio pode
ser aplicado para a falsa anotação na CTPS (art. 297, § 3o do CP).

Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes


de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de
ensino.

Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de


estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.

Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em


que o indígena figure como autor ou vítima.

Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de


documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.

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DIREITO DO TRABALHO

DICA 220
HORÁRIO DE TRABALHO X JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho é o período temporal que o empregado permanece à
disposição do empregador, esperando ou executando ordens, durante certo tempo (dia
ou semana), como decorrência do contrato de trabalho.
Já o horário de trabalho é literalmente o começo e de término do período onde é
desenvolvida a jornada de trabalho, incluindo o intervalo intrajornada para repouso e de
alimentação.

JORNADA DE
TRABALHO Dica importante: Quando o
local de trabalho (empresa, por
exemplo), com mais de 20
empregados são obrigados por
HORÁRIO DE lei a fazer o controle de horário
TRABALHO de entrada e saída dos
trabalhadores como diz o art.
74, § 2º da CLT.

DICA 221
JORNADA EXTRAORDINÁRIA

É a jornada extraordinária é a laborada além do período de tempo normal de


cada empregado, máxima ou especial. A jornada extraordinária deve ser trabalhada de
forma excepcional e sua regularidade depende do cumprimento dos requisitos previstos
em lei, mais precisamente falando no art. 59 da CLT e art. 7º, XVI da CF:
a) existência de acordo de prorrogação de jornada;
b) cumprimento de no máximo 2 horas extras;
c) pagamento das horas extras.
DICA 222
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO- ARTISTAS LIGADOS À RADIODIFUSÃO

A jornada de trabalho dos artistas e técnicos em espetáculos é específica para cada


área de atuação. Os artistas que laboram na área de radiodifusão, fotografia e gravação,
por exemplo, possuem jornada de 6 (seis) horas diárias, com limitação de 30 (trinta)
horas semanais.

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Os que laboram com o teatro irão ter a jornada de trabalho de 8 (oito) horas, durante o
período de ensaio e reensaio. Desde o momento da estreia, conta-se a duração e a
quantidade de sessões, que não poderão exceder a oito por semana.
RESUMINDO
6 horas: Artistas ligados à radiodifusão, fotografia, gravação, cinema, circo e dublagem.
DICA 223
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO – TELETRABALHADOR

Antes de qualquer coisa: Como definimos o teletrabalho? A CLT o define como “a


prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador,
com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza,
não se constituam como trabalho externo”. Esta definição é importante para
sabermos que estão excluídos desta categoria motorista, ajudante de viagem e outros que
não têm um local fixo de trabalho.

O teletrabalho faz parte das exceções do artigo 62 da CLT. No caso do teletrabalhador,


este não tem direito ao pagamento de horas extras, adicionais noturno, etc. A previsão
legal para o teletrabalho aparece no artigo 6º da CLT. Mas apesar de não ter direito às
horas extras, ele tem direito à carteira assinada, férias, 13º salário e depósitos de FGTS.

Veja como a banca abordou este assunto:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXIX, 2019.


Rogério foi admitido, em 08/12/2017, em uma locadora de automóveis, como
responsável pelo setor de contratos, razão pela qual não necessitava comparecer
diariamente à empresa, pois as locações eram feitas on-line. Rogério comparecia à
locadora uma vez por semana para conferir e assinar as notas de devolução dos
automóveis.
Assim, Rogério trabalhava em sua residência, com todo o equipamento fornecido pelo
empregador, sendo que seu contrato de trabalho previa expressamente o trabalho
remoto a distância e as atividades desempenhadas.
Após um ano trabalhando desse modo, o empregador entendeu que Rogério deveria
trabalhar nas dependências da empresa. A decisão foi comunicada a Rogério, por meio
de termo aditivo ao contrato de trabalho assinado por ele, com 30 dias de
antecedência.
Ao ser dispensado em momento posterior, Rogério procurou você, como advogado(a),
indagando sobre possível ação trabalhista por causa desta situação.
Sobre a hipótese de ajuizamento, ou não, da referida ação, assinale a afirmativa
correta.
a) Não se tratando da modalidade de teletrabalho, deverá ser requerida a
desconsideração do trabalho em domicílio, já que havia comparecimento semanal nas
dependências do empregador.
b) Não deverá ser requerido o pagamento de horas extras pelo trabalho sem limite
de horário, dado o trabalho em domicílio, porém poderá ser requerido trabalho
extraordinário em virtude das ausências de intervalo de 11h entre os dias de trabalho,
bem como o intervalo para repouso e alimentação.

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c) Em vista da modalidade de teletrabalho, a narrativa não demonstra qualquer
irregularidade a ser requerida em eventual demanda trabalhista.
d) Deverá ser requerido que os valores correspondentes aos equipamentos usados
para o trabalho em domicílio sejam considerados salário-utilidade.
GABARITO: Letra c.

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar


expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que
serão realizadas pelo empregado.
§ 1 Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde
que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual.

§ 2 Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por


determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias,
com correspondente registro em aditivo contratual.

DICA 224
JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO - PROFESSOR

A categoria de professor é outra que também tem jornada especial. O professor poderá
lecionar em um mesmo estabelecimento por mais de um turno, desde que não ultrapasse
a jornada de trabalho semanal estabelecida legalmente, assegurado e não computado o
intervalo para refeição (art. 318 da CLT).
No período de férias, não se poderá exigir dos professores outro serviço senão o
relacionado com a realização de exames (art. 321, §2º, da CLT).
Importante: Para o docente, o trabalho noturno é a partir das 22h, remunerado
com adicional de 20% sobre a hora diurna.
DICA 225
MOTORISTA PROFISSIONAL - RECUSA DE SUBMETER-SE À TESTE DE BEBIDA
ALCOÓLICA

Caso o motorista profissional empregado vem a recusar-se à submeter-se ao teste ou


ao programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica estará cometendo uma
infração disciplinar, sendo esta infração passível de penalização, conforme alude o art.
235-B, parágrafo único da CLT. Vejamos o que a CLT disse:

“submeter-se a exames toxicológicos com janela de detecção mínima de 90 (noventa)


dias e programa de controle de uso de drogas e de bebida alcoólica, instituído pelo
empregador, com sua ampla ciência, pelo menos a cada 2 (dois) anos e 6 (seis) meses,
podendo ser utilizado para esse fim o exame obrigatório previsto no Código de Trânsito
Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias.”
DICA 226
EXCLUÍDOS DO CAPÍTULO DA DURAÇÃO DO TRABALHO

Algumas pessoas são excluídas do capítulo art. 62 da CLT, conforme veremos a seguir:

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empregado que exerce atividades externas incompatíveis com a fixação de
horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na sua CTPS.

os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se


equiparam os diretores e chefes de departamento ou filial (cargos de confiança).

os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou


tarefa.

Questão adaptada:
Os empregados em regime de teletrabalho estão excluídos do controle de jornada de
trabalho, não tendo direito a horas extras, mesmo que forem prestadas.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo

DICA 227
JORNADA NOTURNA

A jornada noturna é aquela trabalhada no horário noturno, lembrando sempre que o


horário noturno é definido pela lei, sendo diferente para os empregados urbanos e para os
empregados rurais. Vejamos a seguir as diferenças:

Empregados urbanos e empregados domésticos: Seu trabalho noturno aquele


laborado entre as 22 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte

Empregados rurais: Para empregados que laboram com a agricultura, o seu horário
noturno é entre as 21 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte. Contudo, para os
empregados que laboram na pecuária, o seu horário noturno é entre as 20 horas de um
dia até as 4 horas do dia seguinte.
DICA 228
FERIADOS

Os feriados não são o mesmo que o chamado descanso semanal. São dias em que o
empregado não labora razão por causa de algum feriado, seja ele civil (ex: 07 de
setembro) ou religioso (ex: 12 de outubro). O descanso nos feriados é obrigatório e
pago. O trabalho feito em dia feriado civil ou religioso, desde que não compensado em
outro dia, diante a concessão de descanso, devendo ser remunerado em dobro.

Questão adaptada:
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em
dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
( ) CERTO
( ) ERRADO
Resposta: Certo

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DICA 229
INTERVALOS INTRAJORNADA

O intervalo intrajornada é o tempo de descanso concedido na jornada de


trabalho, no qual o empregado deixa de trabalhar e fica à disposição do empregador. O
intervalo intrajornada não remunerado é o intervalo para repouso e alimentação. Já, em
alguns casos previstos em lei, o intervalo intrajornada é remunerado. Vejamos a seguir:

serviços de mecanografia (art. 72, CLT);

serviços frigoríficos (art. 253, CLT);

empregados em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia


e radiotelefonia, sujeitos a jornada variável (art. 229, CLT);

trabalho em minas de subsolo (art. 298, CLT);

prorrogação de jornada de trabalho — intervalo que antecede (art. 413, parágrafo


único, CLT);

amamentação até o filho completar 6 meses de idade (art. 396, CLT).

Atividade Duração do trabalho Duração do


contínuo intervalo

Serviços de 90 minutos 10 minutos


mecanografia/digitação

Serviços frigoríficos (e qualquer 1 hora e 40 minutos 20 minutos


serviço em ambiente
artificialmente frio)

Trabalho em minas de subsolo 3 horas 15 minutos

Serviço de 3 horas 20 minutos


telefonia/telegrafia/radiotelegrafia

Amamentação — 2 intervalos de 30
minutos cada

DICA 230
INTERVALOS INTERJORNADAS

O intervalo interjornada é aquele que deve ser concedido pelo empregador entre o
término de uma jornada de trabalho e o começo de outra ou entre o término de
uma semana de trabalho e o começo da semana subsequente. Algumas categorias
tem um intervalo interjornada diferente do previsto na legislação, como por exemplo, os
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jornalistas (10 horas consecutivas), operadores cinematográficos (12 horas consecutivas)
e ferroviários cabineiros (10 horas contínuas).
Importante: Não esqueça que descanso semanal remunerado (DSR) – período de
descanso laboral de 24 horas consecutivas- é um intervalo interjornada remunerado. Este
descanso deve acontecer, preferencialmente, nos domingos.

SÚMULA 172 DO TST

“Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente


prestadas”.

DICA 231
FÉRIAS

As férias são um direito do empregado de descansar, deixando de exercer o seu


trabalho e também deixando estar à disposição do empregador estes dias consecutivos
por ano, sem que haja prejuízo da remuneração. Ou seja, esse trabalhador ganha um
certo número de dias seguidos, aonde ele irá deixar de trabalhar e também deixar de
estar à disposição do empregador, porém sem deixar de receber sua remuneração. E veja
o que a CF/88 afirma:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
E ainda sobre as faltas e férias, é importante que você saiba que:
a) até 5 faltas – 30 dias de férias
b) de 6 a 14 faltas – 24 dias de férias
c) de 15 a 23 faltas – 18 dias de férias
d) de 24 a 32 faltas – 12 dias de férias

E mais: É proibido descontar da remuneração do período de férias as faltas do


empregado ao serviço. As faltas justificadas estão as normatizadas no art. 131 da CLT.
DICA 232
FÉRIAS COLETIVAS

As férias coletivas são as concedidas, por interesse do empregador ou até mesmo


por uma negociação coletiva, a todos os empregados da empresa. Lembrando que
existe a opção de concessão férias coletivas só para certos setores da empresa, entretanto
também pode ser para todos os empregados. Ah: A concessão das férias coletivas deve
ser comunicada, com antecedência mínima de 15 dias pelo empregador:

à DRT;

ao sindicato dos trabalhadores; e

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aos próprios trabalhadores.
Como se calculam as remunerações nas férias coletivas? É calculada da mesma
maneira que as férias individuais, devendo também ser adimplida até dois dias antes do
empregado sair de férias.
DICA 233
FRACIONAMENTO DAS FÉRIAS

Em casos excepcionais, nossa legislação autoriza sim, as partes à convencionarem


o fracionamento das férias em até três períodos, porém um não poderá ser inferior a
14 dias corridos e os demais inferiores a 5 dias, como afirma o art. 134, § 1º, da CLT. A
Lei 150/2015 também prevê o fracionamento das férias do empregado doméstico em 2
períodos, um dos quais em período não inferior a 14 dias.

Art. 134 CLT - § 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a
quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
cada um.

DICA 234
PROIBIÇÃO DE TRABALHO PARA OUTRO EMPREGADOR

Durante as férias eu posso trabalhar? Não, o art. 138 da CLT é bem específico
nisto:

Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho
regularmente mantido com aquele.

Sendo assim, o empregado está vedado de trabalhar a outro empregador, exceto se ele
estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho pré-existente. Logo, a
proibição de trabalho durante as férias é apenas para aqueles empregados que tem um
emprego e que, durante as férias, procuram outro emprego ou até mesmo um “bico”.
DICA 235
COMUNICAÇÃO DAS FÉRIAS

A concessão das férias será comunicada por escrito ao trabalhador com


antecedência mínima de 30 dias, na forma do art. 135, caput, da CLT.
A propósito: Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo
134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
Antes de que qualquer coisa: O que diz o art. 134 do CLT?

Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Ou seja: Concedeu as férias após 12 meses trazidos no art. 134 da CLT? O empregador
paga as férias em dobro.

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DICA 236
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
A remuneração são as verbas que o empregado recebe como contraprestação pelos
serviços que ele presta ao seu empregador, lembrando que essas verbas incluem a que
é paga pelo empregador, que é o salário em si, as pagas por terceiros (gorjetas).
O salário, por sua vez, é uma das parcelas da remuneração, que é o valor pago de
forma direta pelo empregador ao empregado como contraprestação advinda da
relação de emprego, incluindo os períodos de prestação de serviços, o tempo à disposição
do empregador entre outros
Importante: No caso das gorjetas, elas não integram o salário, mas integram a
remuneração.

Existem outras verbas que não integram o salário? Sim, vejamos a seguir:

ajuda de custo;

auxílio-alimentação;

prêmios ou bônus;

abonos;

diárias para viagem.


DICA 237
GORJETAS

Gorjetas não integram salário. Lembrando que as gorjetas não servem como base
de cálculo para os seguintes direitos:

aviso prévio;

adicional noturno;

horas extras;

repouso semanal remunerado.

Mnemônico para não esquecer: Apanhe rsr

A Aviso

P Prévio

A Adicional

N Noturno

H Horas

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E Extras

R Repouso

S Semanal

R Remunerado

SÚMULA 354 DO TST:

“As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas


espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não
servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas
extras e repouso semanal remunerado”.

Veja como a banca já abordou este assunto:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XIII, 2014.


Os garçons e empregados do restaurante Come Bem Ltda. recebem as gorjetas
dadas pelos clientes, de forma espontânea, uma vez que não há a cobrança
obrigatória na nota de serviço.
Diante da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) As gorjetas integram a remuneração, mas não servem de base de cálculo para
o pagamento do aviso prévio, adicional noturno, horas-extras e repouso semanal
remunerado.
b) As gorjetas não integram a remuneração, uma vez que são espontâneas, pois
não há o controle das quantias concedidas.
c) As gorjetas são integradas, para todos os efeitos, na remuneração do
empregado, repercutindo, assim, no pagamento de todos os direitos trabalhistas.
d) As gorjetas integram a remuneração apenas para efeitos de aviso prévio
trabalhado, adicional noturno, horas-extras e repouso semanal remunerado, pois as
demais parcelas não estão relacionadas com o dia a dia de trabalho efetivo; não
havendo trabalho, não há gorjeta.
GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO: Muito embora seja uma questão relativamente antiga, o tema
gorjeta é muito importante e pode estar lá na sua prova. Nesta, era necessário
apenas olhar o que está presente tanto na Súmula 354 do TST e também no art.
457, caput, da CLT e §3º, do art. 457, da CLT.

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DICA 238
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Pagamento em moeda corrente: o pagamento em dinheiro é a forma normal de
pagamento do salário. Há a obrigatoriedade do pagamento em dinheiro, que é
normatizada pelo art. 463 da CLT.

Pagamento em cheque ou em depósito bancário

Pagamento em utilidades: é a prestação in natura*


Importante: Os bens in natura que o empregador fornece ao empregado,
para possibilitar ou facilitar a execução do trabalho, não são salário, não integram a
remuneração.

SÚMULA 241 DO TST

“O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial,
integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais”.

DICA 239
ALTERAÇÃO DE SALÁRIO

A alteração salarial acontece tanto em relação ao seu valor em relação à forma e ao


meio de pagamento. A alteração do salário quanto ao valor: Pode mudar o salário, tanto
majorando quanto reduzindo o valor do salário. Veja a seguir:

O aumento do salário é, na maior parte dos casos, tem validade, pois é mais
favorável ao trabalhador.
Redução do salário é, em geral, proibida, pois é ruim para o empregado. A regra é
a chamada irredutibilidade do salário, mas como em muitos assuntos do direito, há
exceção, que é na situação pactuada por convenção ou acordo coletivo de trabalho,
conforme alude o art. 7º, VI da CF.
Alteração do salário quanto à forma e ao meio de pagamento: A mudança da forma ou do
meio de pagamento do salário (salário fixo é alterado para salário variável, ou vice-versa,
por exemplo) pode gerar sua redução indireta. Falaremos de rescisão direta nas dicas das
rodadas seguintes.

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PROCESSO DO TRABALHO

DICA 240
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Só é aplicado em casos de dissídios individuais em que o valor da causa em
questão não passe de 40 salários-mínimos vigentes na data do ajuizamento da
reclamação trabalhista. Esse procedimento visa ser mais rápido, mais célere, entende?
Importante ainda que você saiba que não pode tramitar por este procedimento quando
houver necessidade de citação por edital. No procedimento sumaríssimo, é possível que
sejam ouvidas até duas testemunhas de cada parte.
E mais: a administração pública direta, autárquica e fundacional não podem em
nenhuma hipótese serem submetidas ao procedimento sumaríssimo.
Atente-se também à súmula:

SÚMULA 442 DO TST

Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, não se admite recurso de revista


por contrariedade à orientação jurisprudencial do TST, por ausência de previsão no art.
896, § 9°, da CLT.

E veja como uma banca abordou este tema recentemente:

QUESTÃO SIMULADA, 2021:


João foi contratado por uma empresa (prestadora) para laborar como zelador,
atuando para uma sociedade de economia mista federal (tomadora). Ao final do
contrato de trabalho, João ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa que o
contratou (prestadora) e em face da sociedade de economia mista federal
(tomadora), requerendo o pagamento de horas extras e vales-transportes. O valor
total dos pedidos efetuados foi de 15 mil reais. Acerca desse assunto, assinale a
alternativa correta.
a) Considerando o valor dos pedidos efetuados por João, a reclamação deverá se
submeter ao rito sumário e, da decisão que vier a ser proferida, não caberá
recurso.
b) A reclamação irá tramitar pelo rito sumaríssimo.
c) A demanda observará o rito ordinário, independentemente do valor do pedido de
João, afinal, um dos réus é ente público.
d) A reclamação adotará o rito sumário e, da decisão que vier a ser proferida, caberá
recurso.
e) A reclamação deverá observar o rito ordinário e João, no momento da instrução
processual, poderá conduzir, no máximo, três testemunhas.
GABARITO: Alternativa b.

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DICA 241
CUSTAS PROCESSUAIS

As custas devem ser pagas pela parte vencida. No processo do trabalho, não há
antecipação do pagamento das custas, sendo estas pagas somente ao final. O valor será
estabelecido na base de 2% sobre o valor econômico da causa (ex: condenação) ou o
valor da causa, em alguns casos, observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta
e quatro centavos).
E mais: Havendo extinção sem resolução do mérito, quem pagará é o autor da ação
trabalhista.
Lembrando: O recolhimento deve ser feito, exclusivamente, no Banco do Brasil S.A.
ou na Caixa Econômica Federal, conforme disposto no Ato conjunto nº 21/2010
TST.CSJT.GP.SG.
Importante: Não é necessário o recolhimento de custas na interposição de
Agravo de Instrumento em Recurso Extraordinário, conforme normatizado no art.
1.042, § 2°, do CPC.

Lembrando que são isentos de CUSTAS:

U, E, DF, M, Autarquias, Fundações (não exploram atividade econômica);

MPT;

Beneficiário de Justiça Gratuita;

Massa Falida.
DICA 242
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
No procedimento ordinário, teremos a primeira audiência (inaugural ou inicial) de forma
automática, sendo feita realizada no mesmo tempo do protocolo da petição inicial. Depois
do protocolo feito, o servidor vai remeter a segunda via ao reclamado, com a devida cópia
da petição inicial, e desta forma notificando este ao mesmo tempo para comparecer à
audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida depois de 5 dias.

Logo, a audiência pode apenas ser feita 5 dias depois do recebimento da notificação
pelo reclamado.
E se for a Fazenda Pública? Bom, neste caso o prazo é de 20 dias, conforme previsto
no Decreto-Lei 779169, no art. 1°, II. Na audiência inaugural será preciso o
comparecimento pessoal das partes, sendo opcional a presença do advogado, haja vista o
jus postulandi previsto no art. 845 da CLT. No rito ordinário, o juiz trabalhista deverá
fazer duas tentativas de conciliação: A primeira no começo da audiência e a segunda no
final.
Lembrando: O ente público na demanda (qualquer que seja o valor da causa) - será
procedimento ordinário.

Veja como a banca já cobrou isto:

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QUESTÃO EXAME DA ORDEM XVI, 2015.


Antônio é assistente administrativo na sociedade empresária Setler Conservação Ltda.,
que presta serviços terceirizados à União. Ele está com o seu contrato em vigor, mas
não recebeu o ticket refeição dos últimos doze meses, o que alcança o valor de R$
2.400,00 (R$ 200,00 em cada mês). Em razão dessa irregularidade, estimulada pela
ausência de fiscalização por parte da União, Antônio pretende cobrar o ticket por meio
de reclamação trabalhista contra a empregadora e o tomador dos serviços,
objetivando garantir deste a responsabilidade subsidiária, na forma da Súmula 331 do
TST.
Diante da hipótese, assinale a afirmativa correta
a) A ação deverá seguir o procedimento ordinário, vez que há litisconsórcio
passivo, sendo, em razão disso, obrigatório o rito comum.
b) A ação deverá seguir o procedimento sumaríssimo, uma vez que o valor do
pedido é inferior a 40 salários mínimos.
c) A ação tramitará pelo rito ordinário porque um dos réus é ente público.
d) O autor poderá optar pelo procedimento que lhe seja mais vantajoso.
GABARITO: Alternativa c.

DICA 243
TESTEMUNHAS

Testemunhas são importantes para o andamento processual, em todas as áreas. Na


trabalhista, não é diferente. Mas o número varia de acordo com a situação:

Rito Ordinário: 3 testemunhas

Rito Sumário (até 2 salários mínimos): 3 testemunhas

Rito Sumaríssimo: 2 testemunhas

Inquérito para apuração de falta grave: 6 testemunhas


E mais: Uma questão muito recorrente em provas (tanto na primeira quanto na segunda
fase) diz respeito à possível suspeição da testemunha o fato de ter litigado contra o
mesmo empregador. Essa testemunha neste caso é suspeita? A resposta é NÃO.

SÚMULA 357 DO TST:

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado
contra o mesmo empregador.

E mais: Quando você passar na primeira fase, caso escolha na segunda fase direito
do trabalho, uma preliminar de mérito muito comum em peça de recurso ordinário é o
cerceamento da defesa (Ex.: o juiz indefere uma testemunha porque ela está litigando
contra o mesmo empregador).

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DICA 244
COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Em regra, será fixada com base no local da prestação de serviços, ainda que o
empregado tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Veja o disposto a seguir:

Art. 651 da CLT: “A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é


determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no
estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será
da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o
empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em
contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do
lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no
foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.”

Mas como em muitas situações jurídicas, há exceções: A primeira é o agente ou


viajante comercial, aonde a competência será da Vara do Trabalho do lugar em que a
empresa tenha agência ou filial e a esta esteja o empregado subordinado. Havendo
ausência desta vara no lugar em que falamos, vai ser competente a Vara do lugar onde o
empregado tenha seu domicílio ou no lugar no próximo.

Já no caso do empregado brasileiro que trabalha no exterior a competência será


da Justiça Brasileira, salvo haja convenção internacional dispondo em contrário. A ação
deverá ser ajuizada no local da celebração do contrato ou da prestação de serviços
(quando houve prestação de serviços no Brasil e posterior transferência).

E, por fim, no caso do empregador que faz atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, a competência será do lugar onde for celebrado o contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.

Atualidade importante (larga o celular e presta atenção aqui): De quem é competência


para julgar ação de trabalhador contratado por meio de site de empregos? O TST decidiu
recentemente que, em caso julgado, aonde o empregador foi selecionado em Brasília (DF)
e assinou contrato em Recife para trabalhar em Santa Cruz (RN), a competência é da Vara
do Trabalho de Brasília, ou seja, do local onde ele foi solucionado.
DICA 245
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

A litigância de má fé ocorre quando a pessoa simplesmente age em desconformidade


com a honestidade e lealdade diante do poder judiciário. Vejamos o que diz a CLT:

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

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I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Certo, mas o que ocorre quando a parte é condenada pela litigância de má fé?
Este será condenado, de ofício ou a requerimento, a:

pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da
causa;

indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu;

arcar com os honorários advocatícios e

pagar todas as despesas que a parte contrária efetuou (art. 793-C, CLT).
Importante que você saiba que os honorários vão ser fixados entre o mínimo de 5% e o
máximo de 15%, conforme normatizado no art. 791-A, da CLT, estes sendo calculados
sobre o valor da multa.
DICA 246
AUDIÊNCIA – HORÁRIO
Uma temática muito importante no processo do trabalho é sobre os horários de audiência.
A audiência deve ser feita em dia úteis, das 8h às 18h, e não pode passar de 5 horas
seguidas, exceto se for matéria for de urgência. Lembrando que tudo isto pode ser
constatado no art. 813 da CLT.
Como este assunto pode cair na minha prova?

QUESTÃO SIMULADA:
Naruto é trabalhador e resolve ajuizar uma reclamação trabalhista em face de seu
empregador, Uchiha Itachi LTDA. Ocorre que o juiz diz que está sem tempo durante a
semana para fazer a audiência, pois está como palestrante em um congresso fora do
Estado. Sendo assim, afirma que fará a audiência em um domingo, que
concidentemente, também é feriado (07 de setembro). E mais: O juiz ainda comenta
que a audiência pode durar de 6 a 8 horas seguidas. Importante ressaltar que a
matéria a ser tratada na audiência não é de urgência. De acordo com o normatizado
em lei, o juiz:
a) Está equivocado, visto que as audiências podem ser feitas em dias uteis e também
em domingos e feriados, mas não podem durar mais de 3 horas seguidas.
b) Está equivocado, visto que as audiências podem ser feitas em dias uteis e também
em domingos e feriados, mas não podem durar mais de 2 horas seguidas.

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c) Está correto, pois as audiências podem durar mais de 8 horas seguidas e também
podem ser feitas em domingos e feriados, além dos dias uteis.
d) Está equivocado, pois audiências só podem ser feitas em dias uteis e não podem
passar de 5 horas seguidas, salvo em casos urgentes, o que não é o caso do
enunciado.
GABARITO: Letra d.

DICA 247
AUDIÊNCIA UNA
É a audiência que em regra ocorre na Justiça do Trabalho, inclusive em casos de rito
sumaríssimo. Neste tipo de audiência ocorrem todos os atos, como a tentativa de
conciliação, apresentação da defesa, produção das provas, alegações finais entre outros.

Lembrando que este tipo de audiência é a regra, não exceção. Vejamos o que diz o
artigo seguinte:
Art. 849 da CLT: A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por
motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
DICA 248
NÃO COMPARECIMENTO DO EMPREGADO À AUDIÊNCIA
Muitas vezes ocorre de o empregado faltar, não comparecer à audiência. Faltando o
empregado nesta referida audiência, há uma sanção prevista na CLT, que é o
arquivamento da ação. Agora se a falta for da reclamada (ré), haverá revelia e
confissão quanto a matéria de fato.
E mais: A Reforma Trabalhista impôs que o reclamante faltoso também terá de pagar as
custas processuais, mesmo que ele seja beneficiário da justiça gratuita, exceto se ele
comprovar em um prazo de 15 dias faltou por algum motivo legalmente justificável para
tal falta.
E mais: Caso o empregado não possa ir audiência por algum motivo, ele poderá enviar
para esta audiência, com o intuito de representá-lo, o sindicato ou outro empregado que
pertença à mesma categoria que ele.
DICA 249
DEPÓSITO RECURSAL
Há no direito trabalhista a exigência do depósito recursal, que o nome já diz, serve para
recursos (como o recurso ordinário, por exemplo), cabendo ao TST reajusta os valores do
depósito recursal. E mais: É de suma importância que você saiba depósito recursal tem
natureza jurídica de garantia de execução.
Importante: O valor do depósito deve ser reduzido pela metade (50%) caso o condenado
seja uma entidade sem fins lucrativos, empregador doméstico, microempreendedor
individual, microempresa e empresa de pequeno porte.

Devo fazer a cada recurso interposto um novo depósito? Sim. Veja o que está
súmula diz:

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A cada novo recurso deve ser feito um novo depósito (Súmula 128, I, do TST).
DICA 250
INCIDENTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Apesar de ser mais comum no campo das relações de consumo, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica também se aplica em relações trabalhista,
devendo ser instaurado pela parte ou pelo Ministério Público, quando este tiver de intervir
no processo. A desconsideração da personalidade jurídica tem como exigência base a
comprovação dos requisitos previstos na legislação vigente, sendo fraude ou abuso da
personalidade jurídica e confusão patrimonial.
Estes requisitos devem ser mostrados obedecendo o contraditório, exigindo-se a devida
citação do sócio ou da pessoa jurídica em questão (no caso de desconsideração inversa),
para que ela tome conhecimento e venha a manifestar-se sobre o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.
E qual o prazo para ele se manifestar? O prazo para manifestação é 15 dias.
Há suspensão do processo em caso de incidente de desconsideração da personalidade
jurídica? Sim. A instauração do incidente suspenderá o processo, todavia sem que haja
prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301
do CPC (art. 855-A, §2°, da CLT e art. 6°, § 2°, da IN n° 39/2016 do TST).
DICA 251
PROCURAÇÃO
A nomeação de advogado com poderes para o foro em geral pode ser devidamente
realizada por intermédio de um simples registro na ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado e com a permissão da parte que está sendo representada,
por procuração tácita. Possui a validade o instrumento de mandato que tenha um prazo
determinado que contenha uma cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para
atuar até o final da demanda. Veja a seguir a normatização sobre o assunto na CLT:

Art. 791, § 3°: “A constituição de procurador com poderes para o foro em geral
poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento
verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada.”

Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato


só terá a sua validade caso esteja devidamente anexado ao processo o
respectivo instrumento no prazo. Os atos que vierem a ser praticados pelo
substabelecido são válidos, mesmo que inexista no mandato poderes que sejam expressos
para substabelecer.

Não é válido o instrumento de mandato firmado em nome de uma pessoa jurídica que
não tenha o nome do outorgante e do subscritor da procuração, haja vista que estas
informações são as que individualizam a ação. E tem súmula com posicionamento neste
âmbito:

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SÚMULA Nº 456 DO TST

Advogado. Mandato. Sociedade. Irregularidade de representação. Pessoa jurídica.


Procuração inválida. Ausência de identificação do outorgante e de seu representante.
CCB/2002, art. 654, § 1º. CPC/1973, art. 38. CPC/2015, art. 76, §§ 1º e 2º
I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não
contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois
estes dados constituem elementos que os individualizam.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o
juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência
couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber
(art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase
recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício.
Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência
couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a
providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

DICA 252
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

O autor deverá afirmar:

O juízo competente, nos termos do art. 651 da CLT, que é o juízo do local da prestação
dos serviços.

Qualificação das partes.

Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, que no processo civil recebe o
nome de causa de pedir, que contempla os fatos e fundamentos jurídicos do pedido.

Pedido, que vincula o julgamento que será realizado posteriormente, nos termos do
princípio da congruência a ser posteriormente estudado, que deve ser certo, determinado
e com a indicação do seu valor.

Valor da causa, data e assinatura do reclamante ou de seu representante.


DICA 253
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
Errar é humano. A famosa frase é aplicada também ao direito processual do trabalho.
Quando o juiz trabalhista perceber que na petição inicial há falhas que são sanáveis,
deve ele intimar o autor para corrigir/complementar a petição inicial no prazo de 15
dias, e sempre informando o que o autor deve emendar.

Cabe emenda da petição inicial no mandado de segurança para juntada de


documentos? Não, a Súmula 415 do TST é bastante específica quanto a isto:

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Mandado de segurança. Petição inicial. Emenda. Prova pré-constituída. Documento


indispensável ou sua autenticação. CPC/1973, art. 284. CPC/2015, art. 321.
Inaplicabilidade. Lei 1.533/1951, art. 1º.
Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o
CPC/2015, art. 321 - CPC/2015 (CPC/1973, art. 284 - CPC de 1973) quando
verificada, na petição inicial do mandamus, a ausência de documento indispensável ou
de sua autenticação. (ex-OJ 52 da SBDI-2 - inserida em 20/09/2000).

DICA 254
ATRASO DO JUIZ
Atrasos são bem comuns no decorrer do cotidiano. O que acontece na esfera trabalhista?
Imagine que o juiz se atrasou para a audiência. Como que fica a situação? Veja, a CLT
normatiza uma tolerância de quinze minutos para o atraso do magistrado. Se
passarem os quinze minutos, as partes envolvidas poderão sair.

Art. 815 da CLT: Parágrafo único – Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada,
o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se,
devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências.”

Como não esquecer o prazo máximo de atraso do juiz?

Juiz

Quinze minutos

Mas e no caso das partes, há a mesma previsão de tolerância do juiz? NÃO. Veja o que
diz a OJ seguinte:

OJ 245 da SDI-I

“REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA


Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na
audiência.”

Veja como uma banca cobrou este assunto, com um estilo bem parecido com o
cobrado pela FGV:

QUESTÃO SIMULADA, 2018.


O Juiz da Vara do Trabalho do Rio de Janeiro agendou uma audiência para o dia 11
de abr. de 2018 às 15h30. Manoela, reclamante na ação trabalhista, e a empresa
Gotas de Água S.A., em face de quem Manoela ingressou com o pleito,
compareceram à audiência com seus respectivos advogados no horário agendado.
O juiz, por sua vez, somente chegou à audiência na referida data às 16h. Assinale a
alternativa que apresenta como as partes devem proceder nessa situação.

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a) Ao Juiz é permitido chegar a qualquer tempo, considerando ser o mesmo
quem irá presidir a audiência, devendo as partes aguardar sua chegada.
b) Se o Juiz não houver comparecido até 20 (vinte) minutos após a hora
marcada, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
c) Se o Juiz comparecer à audiência com até 30 (trinta) minutos de atraso após a
hora marcada, as partes têm o dever de estarem aguardando o juiz para o início da
audiência, devendo o atraso constar do livro de registro das audiências.
d) Se o Juiz não houver comparecido até 15 (quinze) minutos após a hora
marcada, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
e) Se o Juiz não houver comparecido até 60 (sessenta) minutos após a hora
marcada, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de
registro das audiências.
GABARITO: Letra D
COMENTÁRIO: Questão letra de lei, é só ler o parágrafo único do art. 815 da CLT.

DICA 255
REVELIA
O conceito de revelia nada mais é do que a falta de apresentação de resposta do réu,
oportunamente. É permitida ao réu revel a produção de provas contrapostas à alegação
do autor desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais
indispensáveis a essa produção.

Seus efeitos são:

confissão ficta, considerando os fatos articulados em desfavor do réu com verdadeiros.

impossibilidade de alteração do pedido;

curso do prazo independente de intimação;

possibilidade de intervenção no processo a qualquer tempo;


notificação da sentença do réu revel por via postal (CLT, art. 852).
DICA 256
REGULAMENTAÇÃO DO JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
O TST e CSJT regulamentaram o julgamento antecipado parcial do mérito no Processo do
Trabalho, por meio do ATO CONJUNTO TST.CSJT.CGJT Nº 3/2020. Neste ato fica
normatizado que o juiz decidirá parcialmente o mérito, nas hipóteses do art. 356
do CPC/2015. Lembrando que cabe a interposição de recurso ordinário da decisão que
julgar parcialmente o mérito, aplicando-se as regras relativas ao depósito recursal e ao
pagamento das custas processuais.
Lembrando que caso não haja recurso da decisão que julgou parcialmente o mérito, a
execução será definitiva e poderá ser promovida em autos suplementares, nos termos do
art. 356, §§ 3º e 4º, do CPC/2015, na classe 156 – Cumprimento de Sentença.

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DICA 257
ATA NOTARIAL

Veja o que traz o CPC:


Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Quem o elabora? O tabelião de notas é quem elabora a ata notarial, dando fé a
certos fatos. A ata notarial é uma forma de provas aonde este será usado para
corroborar certos registros audiovisuais como, por exemplo, mensagens de WhatsApp e
Facebook. Vamos ver um exemplo:
Em um grupo da empresa no WhatsApp, Teobaldo ofende de forma muito incisiva e
deplorável diretamente a pessoa do empregador. O empregador pode ir até cartório pedir
ao tabelião para documentar aquele print do grupo. Mesmo que a conversa seja removida,
o documento comprobatório ainda vai existir.
DICA 258
ÔNUS DA PROVA

Vamos ver o que a CLT diz:

O ônus da prova incumbe (art. 818, caput da CLT):


I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.
O que é em si o ônus da prova? É de uma forma geral, é a responsabilidade de
provar. Lembrando que a Reforma Trabalhista deu ao magistrado a possibilidade de
alterar o ônus da prova. E isto pode acontecer quando o magistrado verificar que é muito
difícil ou até mesmo impossível para as partes provar o que lhe cabe.
Eu gostaria de um exemplo relacionado a este assunto. Claro: Woody, empregado da
empresa Ao infinito e além LTDA, ao ajuizar um Reclamação Trabalhista em face do
empregador, alega horas extras não pagas. Neste ponto, será do empregador o ônus de
mostrar a prova de que não houve de fato horas extras, por meio do controle de ponto.
Aliás: Sobre o controle de ponto, você sabia que, quando o empregador tiver mais de 10
empregados, compete a este empregador o registro da jornada de trabalho? Veja:

SÚMULA 338 DO TST

JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA. (incorporadas as Orientações


Jurisprudenciais nº 234 e 306 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação
injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da
jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº
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338 - Res. 121, DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 -
Inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são
inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas
extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não
se desincumbir. (ex- OJ nº 306 - DJ 11.08.2003).

DICA 259
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - BREVE INTRODUÇÃO
A reclamação trabalhista é a petição inicial, ou seja, é a primeira peça em uma ação
judicial. No processo do trabalho, o art. 840 da CLT permite que a petição inicial possa
ser oral ou escrita. Todavia, como em quase tudo no direito, há exceções, mais
precisamente falando duas exceções, nas quais a reclamação deve ser obrigatoriamente
escrita: Na ação de inquérito judicial para apuração de falta grave, conforme normatizado
no art. 853 da CLT e a ação de dissídio coletivo, diante do art. 856 da CLT.
Pode haver pedido de tutela na reclamação trabalhista? Sim, nos termos do art.
294 do CPC. Por exemplo: Logan ajuíza uma reclamação trabalhista em face da empresa
YXZ LTDA, ao saber disto passa a se desfazer de seus bens, vendendo-os e passando-os
para o nome de terceiros. Nesse caso, Logan pode pedir a tutela de urgência de bloqueio
de bens, objetivando garantir o pagamento de futura condenação.
DICA BÔNUS
BENEFÍCIOS NA JUSTIÇA GRATUITA NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Você sabia que a justiça gratuita pode ser pedida na reclamação trabalhista? Isso
mesmo. O benefício da justiça gratuita está normatizado no art. 790, § 3º, da CLT, e
geralmente na questão haverá algo do tipo “o empregado está desempregado”.

Veja como este assunto já caiu na OAB:

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XVII, 2015.


Brenda aufere um salário mínimo e meio e ajuizou reclamação trabalhista contra o
empregador, postulando diversas verbas que entende fazer jus. Na petição inicial,
não houve requerimento de gratuidade de justiça nem declaração de miserabilidade
jurídica. O pedido foi julgado improcedente, mas, na sentença, o juiz concedeu, de
ofício, a gratuidade de justiça.
Diante da situação e do comando legal, assinale a afirmativa correta.
a) Houve julgamento extra petita no tocante à gratuidade, atraindo a nulidade do
julgado, já que isso não foi requerido na petição inicial.
b) A Lei é omissa a respeito, daí porque o juiz, invocando o princípio da proteção,
poderia conceder espontaneamente a gratuidade de justiça.
c) A sociedade empresária poderia recorrer para ver reformada a sentença, no
tocante à concessão espontânea da gratuidade de justiça, tratando-se de julgamento

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ultra petita.
d) O juiz agiu dentro do padrão legal, pois é possível a concessão da gratuidade
de justiça de ofício, desde que presentes os requisitos legais, como era o caso.
GABARITO: Alternativa d.
COMENTÁRIO: Art. 790, CLT - § 3°: É facultado aos juízes, órgãos julgadores e
presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

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DIREITO ELEITORAL

DICA 260
JUNTAS ELEITORAIS
As juntas eleitorais serão compostas de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2
(dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.

Presidente + de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade = juntas


eleitorais.

Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição,
depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também
designar-lhes a sede.
Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as
juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo
de 3 (três) dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações.
DICA 261
QUEM NÃO PODE SER NOMEADOS MEMBROS DAS JUNTAS?

Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares:

os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive,
e bem assim o cônjuge;

os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos


nomes tenham sido oficialmente publicados;

as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de


cargos de confiança do Executivo;

os que pertencerem ao serviço eleitoral.


DICA 262
QUALIFICAÇÃO E INSCRIÇÃO
O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.

E ONDE É O DOMICÍLIO ELEITORAL? Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral


o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma,
considera-se domicílio qualquer delas.
Como isso pode cair na minha prova?

QUESTÃO INÉDITA E SIMULADA.


João nasceu em Blumenau-SC, e é residente na cidade Curitiba- PR. Ele realizou o
alistamento em Curitiba- PR e também em Maringá- PR. Podemos dizer corretamente
que podemos considerar domicílio eleitoral de João:
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a) Somente Blumenau-SC
b) Somente Curitiba-PR
c) Curitiba- PR e Maringá-PR
d) Maringá-PR
GABARITO: C.

DICA 263
TRANSFERÊNCIA
Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua
transferência, juntando o título anterior.
A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:

entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100 (cem) dias
antes da data da eleição.

transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;

residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela autoridade


policial ou provada por outros meios convincentes.
PONTO IMPORTANTE: O eleitor transferido não poderá votar no novo domicílio eleitoral
em eleição suplementar à que tiver sido realizada antes de sua transferência. E mais:
Somente será concedida transferência ao eleitor que estiver quite com a justiça
eleitoral.
DICA 264
SISTEMA ELEITORAL
O sufrágio e universal e direto; o voto, obrigatório e secreto.
Mas o que é o sufrágio e o voto? De uma forma bem simplificada: Sufrágio é o direito
de votar e ser votado. O voto, diferentemente, é o ato por meio do qual se exercita o
sufrágio, em outras palavras, o direito de votar e ser votado.
E o escrutínio? Escrutínio é a forma pela qual se exercita o voto (público ou secreto).
Um ponto importante é que na eleição direta para o Senado Federal, para Prefeito e Vice-
Prefeito, adota-se o princípio majoritário.
A eleição para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais,
obedecerá ao princípio da representação proporcional na forma do Código Eleitoral.
A eleição para deputados federais, senadores e suplentes, presidente e vice-presidente da
República, governadores, vice-governadores e deputados estaduais far-se-á,
simultaneamente, em todo o País.
Nas eleições presidenciais, a circunscrição serão País; nas eleições federais e estaduais, o
Estado; e nas municipais, o respectivo município.

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DICA 265
VOTO SECRETO

O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providências:

uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com modelo aprovado pelo
Tribunal Superior;

isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito de assinalar na cédula o


candidato de sua escolha e, em seguida, fechá-la;

verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das rubricas;

emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio e seja suficientemente


ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem que forem introduzidas.
DICA 266
SEÇÕES ELEITORAIS
As seções eleitorais, organizadas à medida em que forem sendo deferidos os pedidos de
inscrição, não terão mais de 400 (quatrocentos) eleitores nas capitais e de 300
(trezentos) nas demais localidades, nem menos de 50 (cinquenta) eleitores.
Mas atenção: Em casos excepcionais, devidamente justificados, o Tribunal Regional
poderá autorizar que sejam ultrapassados os índices previstos neste artigo desde que essa
providência venha facilitar o exercício do voto, aproximando o eleitor do local designado
para a votação.
Se em seção destinada aos cegos, o número de eleitores não alcançar o mínimo exigido
este se completará com outros, ainda que não sejam cegos. Os juízes eleitorais
organizarão relação de eleitores de cada seção a qual será remetida aos presidentes das
mesas receptoras para facilitação do processo de votação.
DICA 267
APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
Na apuração, compete ao Tribunal Regional:

resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sobre as eleições federais


e estaduais e apurar as votações que haja validado em grau de recurso;

verificar o total dos votos apurados entre os quais se incluem os em branco;

Determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem como a distribuição das sobras;

proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;

fazer a apuração parcial das eleições para Presidente e Vice-presidente da República.

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Importante ressaltar que antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional constituirá com 3
(três) de seus membros, presidida por um destes, uma Comissão Apuradora.
DICA 268
NULIDADES DA VOTAÇÃO
É nula a votação:

quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral, ou constituída com ofensa
à letra da lei;

quando efetuada em folhas de votação falsas;

quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do designado ou encerrada antes


das 17 horas;

quando preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrágios.

quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infração do disposto nos §§ 4º e 5º
do art. 135 do Código Eleitoral
E mais: A nulidade será pronunciada quando o órgão apurador conhecer do ato ou
dos seus efeitos e o encontrar provada, não lhe sendo lícito supri-la, AINDA QUE HAJA
CONSENSO DAS PARTES.
Por fim, a nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta, só poderá ser
arguida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a arguição se
basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional.
DICA 269
PROCESSO DAS INFRAÇÕES
As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal do Código Eleitoral deverá
comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de
10 (dez) dias.
Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará
contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Ocorrendo esta hipótese, o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de outro
promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
DICA 270
O QUE É UM PARTIDO POLÍTICO?
O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender
os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal.
O partido político se equipara às entidades paraestatais? Não!
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IMPORTANTE: A coligação partidária (que é facultativa) é a celebração de alianças
entre dois ou mais partidos, dentro da mesma circunscrição, tendo por intuito escolher
candidatos para a disputa das eleições.

2 ou + partidos juntos, na mesma circunscrição, para escolher candidatos para a


disputa das eleições= Coligação Partidária.

DICA 271
PARTIDO COM REGISTRO NO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar,


respectivamente:

delegados perante o Juiz Eleitoral;

delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;

delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.


E mais: Os delegados credenciados pelo órgão de direção nacional representam o
partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos
estaduais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Eleitorais do
respectivo Estado, do Distrito Federal ou Território Federal; e os credenciados pelo órgão
municipal, perante o juiz eleitoral da respectiva jurisdição.
DICA 272
DIRIGENTES DE PARTIDOS POLÍTICOS PODEM TER MANDATO DE 8 ANOS?
Os dirigentes de partidos políticos não podem ter mandato de 8 anos, segundo
entendimento do STF, na ADI nº 6.230. Sendo assim, os partidos políticos precisam
fazer eleições periódicas para os mandatos de seus dirigentes em prazos razoáveis,
observando a CF/88.
Como este assunto pode cair na minha prova?

Questão inédita e simulada


Joaquim, que é dirigente do Partido Piripompom, de legenda 00, e deseja ter um
mandato de 8 anos. Mas ele decide consultar um advogado eleitoral, que informa que
tal intenção não é possível, pois o STF tem entendimento oposto.
a) que tal intenção não é possível, pois o STF tem entendimento oposto.
b) que tal intenção é possível, pois o STF tem entendimento favorável.
c) que tal intenção depende do entendimento de cada TER.
d) que tal intenção é possível, pois o STJ e o STF tem entendimento neste sentido.
GABARITO: A.

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DICA 273
CRIAÇÃO DE FEDERAÇÃO

A criação de federação obedecerá às seguintes regras:

a federação somente poderá ser integrada por partidos com registro definitivo no
Tribunal Superior Eleitoral;

os partidos reunidos em federação deverão permanecer a ela filiados por, no mínimo,


4 (quatro) anos;

a federação poderá ser constituída até a data final do período de realização das
convenções partidárias;

a federação terá abrangência nacional e seu registro será encaminhado ao Tribunal


Superior Eleitoral.
DICA 274
REGISTRO DAS INFORMAÇÕES NO CADASTRO E DA EXPEDIÇÃO DE CERTIDÕES
Para registro de informações no histórico de inscrição no Cadastro Eleitoral, serão
utilizados códigos de Atualização da Situação do Eleitor (ASE), reunidos em tabela
que constará de Provimento da Corregedoria-Geral Eleitoral, que detalhará as instruções
para sua adequada utilização.
IMPORTANTE: os códigos ASE deverão possibilitar o registro claro e inequívoco de
informações relativas a eventos que impactem o exercício de direitos políticos e civis.
DICA 275
CADASTRO ELEITORAL
É assegurada ao cidadão e à cidadã a emissão de certidão que reflita sua situação
atual no Cadastro Eleitoral, com a necessária especificidade ao exercício de direitos,
devendo ser disponibilizada, de forma automática no sistema, a geração de certidões
relativas a:

inscrição e domicílio eleitorais;

pleno gozo, perda ou suspensão dos direitos políticos;

facultatividade do exercício do voto;

regularidade do exercício do voto, justificativa ou pagamento da multa no último


turno da última eleição;

regularidade do comparecimento às urnas ou pagamento da multa pela ausência e do


atendimento às convocações para os trabalhos eleitorais;

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inexigibilidade da obrigação de votar, em decorrência de impedimento legal ao


exercício do voto;

isenção da sanção decorrente do não cumprimento das obrigações eleitorais de


alistamento ou de comparecimento às urnas, em razão de deficiência ou condição que
torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento daquelas obrigações;

atendimento a convocação para os trabalhos eleitorais;

inexistência, pagamento ou regular parcelamento de multas aplicadas por decisão


definitiva da Justiça Eleitoral e não remitidas;

crimes eleitorais;

regularidade em relação à obrigação de prestar contas à Justiça Eleitoral;

quitação eleitoral para fins de instrução de registro de candidatura, abrangendo a


plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a
convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar nos trabalhos relativos ao pleito, a
inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não
remitidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral;

ocorrência de hipóteses que possam constituir base de incidência de inelegibilidade.


DICA 276
O MÊS DE OUTUBRO E AS ELEIÇÕES
As eleições para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, Senador, Deputado
Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Vereador serão, em todo o País, no
primeiro domingo de outubro do ano respectivo.
Falou sobre mês eleitoral? Lembre-se de outubro, sempre!
DICA 277
ELEIÇÕES

Serão realizadas simultaneamente as eleições:

para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de


Estado e do Distrito Federal, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado
Distrital;

para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

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DICA 278
PARTIDO POLÍTICO COLIGADO
O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no
processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o período
compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do
registro de candidatos.
E mais: A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda
eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros
partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação.
DICA 279
CONVENÇÕES PARA A ESCOLHA DE CANDIDATOS
As normas para a escolha e substituição dos candidatos e para a formação de coligações
serão estabelecidas no estatuto do partido, observadas as disposições da Lei nº
9.504/97.
Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do partido
estabelecer as normas a que se refere este artigo, publicando-as no Diário Oficial da União
até cento e oitenta dias antes das eleições.

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DIREITO FINANCEIRO

DICA 280
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
CLAREZA, ECONOMICIDADE E TRANSPARÊNCIA

Princípio da Clareza: Diz que a Loa deve ser elaborada em linguagem compreensível
a todos os interessados.

Princípio da Economicidade: Deve-se operacionalizar ao mínimo de custo possível,


tendo em vista que os recursos públicos são escassos.

Princípio da Transparência: A peça orçamentária deve ser clara e simples, não


contendo informações desnecessárias.
DICA 281
PROGRAMAÇÃO, UNIDADE E ESPECIFICAÇÃO

Princípio da Programação: Fundamenta-se na obrigatoriedade de especificar os


gastos por meio de programas de trabalho, o que permite uma identificação dos objetivos
e metas a serem atingidos.

Princípio da Unidade: Estabelece que todas as receitas e despesas constarão na LOA


pelos seus totais, vedadas deduções.

Princípio da Especificação: Determina que as receitas e as despesas devem aparecer


no orçamento de maneira discriminada para que seja evidenciada a origem e aplicação de
recursos.
DICA 282
TABELA COM PRINCIPAIS PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Vejamos os princípios orçamentários mais cobrados em provas:

PRINCÍPIO GARANTE

UNIDADE OU Que apenas um orçamento seja feito por cada ente federativo
TOTALIDADE contendo todas as despesas previstas para aquele período.

UNIVERSALIDADE Que todos os gastos com dinheiro público estejam presentes no


documento para consulta de qualquer cidadão.

ANUIDADE OU Que o orçamento seja previsto para um tempo determinado e


PERIODICIDADE que seja elaborado um novo ao final de cada ciclo. Tempo
orçamentário determinado: 01 ano.

EXCLUSIVIDADE Que não terá despesas e dispositivos estranhos perante a


previsão da receita e a fixação de contas.

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ORÇAMENTO Que seja colocado o valor bruto de despesa e receita. Sendo


BRUTO vedada qualquer dedução.

NÃO VINCULAÇÃO Que não usem a receita de impostos para outras despesas que
DE RECEITA DE não sejam serviços públicos de saúde, educação e atividades de
IMPOSTOS administração tributária.

DICA 283
ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
O Orçamento é considerado o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza o Poder
Executivo, por certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento
dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país,
assim como a arrecadação das receitas já criadas em leis - Aliomar Baleeiro.
Dessa forma, entende-se que pelo texto da CF 88 o orçamento detém força jurídica de
lei. E que seu controle reside no fato da exigência de que o Poder Legislativo aprove o
Orçamento, coibindo assim exageros e ilegalidades.
DICA 284
ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CICLO ORÇAMENTÁRIO
O ciclo orçamento significa o processo utilizado para elaborar, aprovar, executar e avaliar
o orçamento público. É quando o processo orçamentário realmente acontece. O ciclo
orçamentário, no dia a dia da gestão pública, é essencial para planejar as ações e
executar os orçamentos da gestão pública e seus recursos financeiros. A maioria dos
autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes: elaboração, apreciação
legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se inicia
o ciclo seguinte.

VALE LEMBRAR!
A CF/88 e a Lei 4320/64 determinam a coexistência de dois sistemas de controle: interno
e externo. O controle interno é aquele realizado pelo órgão no âmbito da própria
Administração, do próprio Poder, dentro de sua estrutura. O controle externo é aquele
realizado por uma instituição independente e autônoma.

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DICA 285
ORÇAMENTO PROGRAMA
O Orçamento programa, usado hoje no Brasil, é uma evolução do orçamento tradicional,
nele são estabelecidas as metas e objetivos governamentais, estruturados em planos
e programas a serem realizados em determinado período, em conjugação com o sistema
de planejamento das finanças.

Dica!
A FGV gosta muito das considerações do autor James Giacomoni quanto às principais
características do Orçamento Programa, assim, segue:

O orçamento é o elo entre o planejamento e o orçamento;

A alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas;

As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações técnicas de


alternativas possíveis;

Na elaboração do orçamento, são considerados todos os custos dos programas,


inclusive os que extrapolam o exercício;

A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e


de planejamento;

Principal critério de classificação funcional-programático;

Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e de resultados;

O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações governamentais.

Características básicas:

Planejamento, Programação e Orçamentação

Objetivos e propósitos; programas; custos dos programas; Medidas de desempenho


Veja como foi cobrado em prova!

FGV, 2022.
Em relação ao Orçamento-Programa, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
A) Representa o elo entre o orçamento e a sua execução.
B) A sua estrutura está voltada para os aspectos financeiros.
C) Considera, em sua elaboração, apenas os custos dos programas que não extrapolam o
exercício.
D) O controle visa a avaliação da eficiência, da eficácia e da efetividade das ações
governamentais.
E) As decisões orçamentárias são tomadas com base nos exercícios anteriores.
GABARITO: D.

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DICA 286
ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA
Previsão: Planejar e estimar a arrecadação das receitas orçamentárias que
constarão na proposta orçamentária.
Lançamento: Ato da repartição, que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
Arrecadação: Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos
contribuintes ou devedores, por meio de agentes arrecadadores ou instituições financeiras
autorizadas.
Recolhimento: Transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro.
DICA 287
RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA
A Receita Extraorçamentária são patrimônios que serão devolvidos futuramente, pois se
trata de recursos transitórios e de caráter temporário do Estado e que por isso não podem
ser previstos no orçamento. É usada para pagar as despesas extraorçamentárias e podem
ser convertidas em orçamentárias no momento em que o Estado consegue se beneficiar
de decisões administrativas favoráveis. Sua devolução não se sujeita a autorização
legislativa, portanto, não integram a LOA.

São exemplos de receitas extraorçamentárias:

Cauções;

Operações de crédito por ARO;

Emissão de papel moeda;

Compensatório entre ativo e passivo;

Depósitos judiciais.
Vejamos como esse tema foi cobrado pela FGV:

FGV, 2019.
Em geral entende-se receita pública como todo ingresso de recurso nos cofres públicos,
mas nem todo ingresso corresponde a uma receita orçamentária que pode ser utilizada
como fonte de financiamento das ações públicas.
Uma das características dos chamados ingressos extraorçamentários é que:
Alternativas
A) constituem dívida fundada do ente;
B) possuem caráter compensatório e não devolutivo;
C) podem ser destinados à cobertura de créditos extraordinários;
D) são registrados como excesso de arrecadação;
E) suas restituições não se sujeitam à autorização legislativa.

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GABARITO: E.

DICA 288
DESPESA PÚBLICA
A despesa pública é a aplicação de todo recurso arrecadado por meio de impostos e outras
fontes para o custeio dos serviços públicos prestados à sociedade ou até mesmo para a
realização de investimentos.
A despesa pública é classificada quanto a categoria econômica em:
Despesas Correntes: São aquelas receitas que não contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital.
Despesas de Custeio;
Transferências Correntes.
Despesas de Capital: São as que contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital.
Investimentos;
Inversões Financeiras;
Transferências de Capital.
Vejamos como a FGV cobrou esse tema em prova:

FGV, 2019.
A despesa pública é classificada como despesa corrente e despesa de capital.
Assinale a opção que indica despesas correntes.
Alternativas
A) Inversões financeiras e investimentos.
B) Inversões financeiras e despesas de custeio.
C) Investimentos e despesas de custeio.
D) Inversões financeiras e transferências correntes.
E) Despesas de custeio e transferências correntes.
GABARITO: E.

DICA 289
ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA

São estágios das despesas:

Fixação – refere-se aos limites de gastos, incluídos nas leis orçamentárias com base
nas reservas previstas, a serem efetuados pelas entidades públicas;
Empenho – reserva da dotação orçamentária para um fim específico;
Liquidação - consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

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Pagamento – entrega de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens
de pagamento ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da
despesa.

São fases de planejamento da Despesa:


Fixação;
Descentralizações de Créditos Orçamentários;
Programação Orçamentária e Financeira;
Processo de Licitação e Contratação.

São fases de execução da Despesa:


Empenho;
Liquidação;
Pagamento.

DICA 290
DESPESA EFETIVA
A Despesa Orçamentária Efetiva constitui um fato contábil modificativo diminutivo, ou
seja, no momento da sua realização, reduz a situação líquida patrimonial da empresa.
Despesas efetivas são as despesas que alteram negativamente o patrimônio da entidade
no momento de sua liquidação (fato gerador da despesa orçamentária).
Exemplos: na liquidação com despesas de pessoal e serviços diversos.
DICA 291
DESPESA NÃO EFETIVA
A Despesa orçamentária não efetiva é aquela que não reduz a situação líquida patrimonial
da empresa, o que se chama de constitui fato contábil permutativo. Neste caso, além
da despesa orçamentária, registra-se concomitantemente conta de variação ativa para
anular o efeito dessa despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.
Portanto, não efetivas são as despesas que não alteram o patrimônio da entidade, ou
seja, há apenas uma troca de elementos patrimoniais (oriundos de fatos permutativos).
Com o aumento do passivo, há aumento do ativo ou diminuição do passivo.
Exemplos: aquisição de bens em geral e execução de despesas de capital.
DICA 292
DESPESAS INTRAORÇAMENTÁRIAS
São despesas intraorçamentárias as operações que resultem de despesas de órgãos,
fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades
integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de
materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, quando o
recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal
dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera
de governo.

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DICA 293
EXERCÍCIO FINANCEIRO

Pertencem ao exercício financeiro:

as receitas nele arrecadadas;

as despesas nele legalmente empenhadas.

IMPORTANTE

O exercício financeiro coincidirá com o ANO CIVIL.

DICA 294
CONTROLE INTERNO E EXTERNO
O controle interno é aquele realizado pelo órgão no âmbito da própria Administração, do
próprio Poder, dentro de sua estrutura;

O controle externo é aquele realizado por uma instituição independente e autônoma;

A CF/1988 dispõe que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da Administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder;
O aspecto orçamentário está relacionado à arrecadação e à aplicação dos recursos
públicos, conforme os instrumentos de planejamento e orçamento previstos na
Constituição Federal.
DICA 295
ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA-CONTROLE

Quem pode denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de


Contas da União?

Qualquer cidadão;
Partido Político;
Associação ou;
Sindicato.

Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob
pena de responsabilidade solidária;
Insta destacar que a verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será
prévia, concomitante e subsequente;
Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem manter, de forma integrada, sistema
de controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no
plano plurianual e a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

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DICA 296
A LEI 4320/1964 E OS CRÉDITOS ADICIONAIS
São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei de Orçamento.

Os créditos adicionais classificam-se em:

SUPLEMENTARES, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

ESPECIAIS, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária


específica;

EXTRAORDINÁRIOS, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de


guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
DICA 297
CONTABILIDADE ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA
A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos
orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos
mesmos créditos, e as dotações disponíveis.
O registro contábil da receita e da despesa se fará de acordo com as especificações
constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

A dívida flutuante compreende:

os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

os serviços da dívida a pagar;

os depósitos;

os débitos de tesouraria.
DICA 298
BALANÇO PATRIMONIAL
Se trata do demonstrativo que evidencia a posição das contas que constituem o ativo e o
passivo. O ativo demonstra a parte positiva, representada pelos bens e direitos, e o
passivo representa os compromissos assumidos com terceiros. O equilíbrio numérico do
balanço é estabelecido pelo saldo patrimonial positivo ou negativo.
O Balanço Patrimonial demonstrará:

O Ativo Financeiro;

O Ativo Permanente;

O Passivo Financeiro;

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O Passivo Permanente;

O Saldo Patrimonial;

As Contas de Compensação.
DICA 299
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO X BALANÇO FINANCEIRO
O balanço orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto
com as realizadas.
Já o balanço financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os
recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos
em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício
seguinte.
DICA BÔNUS
ESQUEMATIZANDO UM POUCO DO DIREITO FINANCEIRO
Você está gostando do nosso estudo? Que tal para encerrar essa rodada de Direito
Financeiro, vermos um pouco desta matéria de um modo esquematizado? Veja só:

RECEITA FISCALIZAÇÃO

ORÇAMENTO DESPESA

DÍVIDA

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DICA 300
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Foi com o intuito de aumentar a possibilidade de arrecadação das contribuições sociais
que foram instituídos pela legislação alguns casos de responsabilidade solidária.
O credor (sujeito ativo) poderá cobrar a dívida de qualquer um dos devedores
solidários, estes não podendo rejeitar a quitação, com a desculpa de que a dívida
pertencia a outro sujeito.

ATENÇÃO!

A solidariedade sempre será passiva.

DICA 301
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO -
LEI 8.212/91
As empresas integrantes do mesmo grupo econômico são solidariamente
responsáveis pelo pagamento das contribuições sociais, conforme o art. 30, inciso IX
da lei aqui tratada.
Grupo econômico é caracterizado sempre que uma ou mais empresas estejam sobre a
mesma direção, controle ou administração, ainda que cada uma delas possuam
personalidade jurídica própria, componham grupo industrial, comercial ou qualquer
atividade econômica, conforme artigo 2º, §2º, da CLT.
DICA 302
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – GESTORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INDIRETA – LEI 8.212/91.
Administradores de autarquias, fundações e empresas públicas e de sociedade de
economia mista, serão responsabilizadas solidariamente pelo pagamento das
contribuições sociais, em caso de atraso por mais de 30 dias no recolhimento, tendo
como limite o período em que já tinha a gestão, uma vez que se trata de
responsabilidade pessoal.

ATENÇÃO!

A responsabilidade pessoal não se aplica aos gestores públicos de entes políticos,


sendo limitada à Administração Pública Indireta.

DICA 303
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – PRODUTORES RURAIS CONSÓRCIOS
SIMPLIFICADOS – LEI 8.212/91.
O consórcio simplificado de produtores rurais, é equiparado ao produtor rural pessoa
física, e é composto pela união de produtores rurais (pessoa física), que conferir a um
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deles o poder de contratar, demitir, e gerir a prestação de serviços, exclusivamente, aos
seus integrantes, por meio de documento registrado em cartório de títulos e documentos.

ATENÇÃO!

Os produtores rurais que fizerem parte do consórcio, serão responsáveis solidários.

DICA 304
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – OPERADOR PORTUÁRIO E ÓRGÃO GESTOR DE
MÃO DE OBRA.
O Operador portuário e o órgão gestor de mão de obra são responsáveis solidários pelo
pagamento das contribuições sociais, referente à requisição de mão de obra dos
trabalhadores avulsos, vedada a invocação do benefício de ordem.
Caso o OGMO não elabore a escala dos trabalhadores avulsos, o operador portuário
estará excluído da responsabilidade solidária, cabendo ao OGMO responder sozinho
pelo cumprimento das obrigações previdenciárias.
DICA 305
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – TRABALHADOR TEMPORÁRIO.

O trabalho temporário é caracterizado por:

Prestado por pessoa física;

Contratada por empresa de trabalho temporário,

Colocando à disposição da tomadora de serviços para atender as necessidades de


substituição de pessoal.
Em caso de falência da empresa de trabalho temporário, a tomadora do serviço é
solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições sociais, pelo período que
o trabalhador esteve sob suas ordens.
DICA 306
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Na hipótese de o Oficial de Cartório registrar ou lavrar documento que exija certidão
negativa de débito, o ato será nulo, resultando na responsabilização solidária dos
contratantes e do Oficial de Cartório.

Ex.: Registro de venda de bem imóvel.


Também são responsáveis o serventuário da Justiça, titular de serventia extrajudicial, ou
órgão que infringirem, sendo passível de multa.

Não haverá solidariedade:

Entre cooperativa e tomador de serviços, em caso de serviços realizados por


cooperado por intermédio da cooperativa.

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DICA 307
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITTO

É um ato administrativo, um documento que comprova a inexistência de débito


perante a União;

Expedida conjuntamente pela Secretaria Especial da Receita Federal e


Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da Economia;

Possui validade de 180 dias (contado a partir da emissão);

Certidão que unifica todos os tributos (impostos, contribuições previdenciárias etc.).


DICA 308
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITTO

É documento exigível:

Na contratação com o poder público;

No recebimento de incentivos fiscais;

Alienação ou oneração, de bem imóvel;

Alienação ou oneração, de bem móvel (de valor superior a R$66.414,20 – valor


atualizado em 2021), que seja incorporado aos bens da empresa;

No arquivamento ou registro, no órgão próprio, quando se tratar de baixa ou redução


de capital de firma individual;

Na redução de capital social;

Na extinção/transformação de entidade,

Na transferência controle de cotas de sociedade de responsabilidade limitada.


DICA 309
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO

Deve ser expedida com efeitos de negativa quando:

Débito não esteja constituído em decisão definitiva;

Exista garantia de depósito integral ou parcelamento;

Haja penhora suficiente para satisfação de débito.


Em caso de haver débito no momento da averbação do negócio jurídico, a Receita
Federal poderá autorizar o ato, desde que haja a quitação do débito no momento, ou
seja assegurada a dívida mediante confissão de dívida fiscal, e apresentação de
garantias que sejam reais e suficientes para satisfação da dívida.

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DICA 310
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO

Empresas em débito não garantido perante a União, por atraso no recolhimento de


tributos:

Não poderão distribuir aos seus cotistas as bonificações;

Não poderão distribuir participação de lucros.

ATENÇÃO!

A falta de apresentação de GFIP pelas empresas impedirá expedição da CND


(Certidão Negativa de Débito).

DICA 311
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO

São atos que independem de apresentação de CND (Art. 47, §6º, Lei 8.212/91):

a lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou contrato que constitua retificação,


ratificação ou efetivação de outro anterior para o qual já foi feita a prova;

a constituição de garantia para concessão de crédito rural, em qualquer de suas


modalidades, por instituição de crédito pública ou privada, desde que o contribuinte
referido no art. 25, não seja responsável direto pelo recolhimento de contribuições sobre a
sua produção para a Seguridade Social;

a averbação de obra de construção civil, quando de sua averbação no registro de


imóveis, relativa a imóvel cuja construção tenha sido concluída antes de 22 de novembro
de 1966.

o recebimento pelos Municípios de transferência de recursos destinados a ações de


assistência social, educação, saúde e em caso de calamidade pública.

averbação da construção civil localizada em área objeto de regularização fundiária


de interesse social.
DICA 312
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO

A regularidade fiscal dos Estados, Distrito Federal e municípios é demonstrada por


Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP).

É emitida pelo Ministério da Economia;

É exigível para transferência voluntária de benefícios da União;

É exigível para celebração, ajustes, empréstimo e financiamento.

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DICA 313
LEI 8.213/91 – DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS –
DO FATOR PREVIDENCIÁRIO
É um fator aplicado ao valor dos benefícios previdenciários que considera o tempo de
contribuição, a idade do segurado e a expectativa de sobrevida.

O fator previdenciário leva em conta três variáveis:


Quanto maior o tempo de contribuição e a idade do segurado, maior será o número dele
e, portanto, maior será o benefício da aposentadoria. Quanto menor o tempo de
contribuição e a idade do segurado, menor será o valor do benefício.

ATENÇÃO!

Até a EC103/2019, o fator previdenciário era utilizado para aposentadoria por tempo
de contribuição. Após a EC 103/2019, deixou de existir a aposentadoria por tempo de
contribuição (não foi totalmente extinta para não prejudicar os seguros dos que
estavam à época próximos de se aposentar) e quase todas as aposentadorias passaram
a ter uma regra única, exceto algumas específicas, como exemplo a aposentadoria
especial.
Portanto, atualmente é utilizado em uma das regras de transição das
aposentadorias por idade e tempo de contribuição da pessoa com deficiência.

DICA 314
DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS

Será utilizado para cálculo do salário-benefício:

Todos os salários mensais desde julho de 1994;

Todos os salários devem estar atualizados de acordo com o INPC;

É realizado um cálculo de média aritmética;

ATENÇÃO!

O período de recebimento de benefício por incapacidade será computado para


cálculo do salário previdenciário, não podendo ser inferior a um salário-mínimo.

Serão computados ganhos habituais, a qualquer título, em moeda corrente ou


utilidade, onde incidam contribuição previdenciária, exceto gratificação natalina
(13º salário). Mesmo havendo contribuição sobre essa verba (13º salário), a legislação
previdenciária a excluiu do cálculo do salário de benefício.

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DICA 315
DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS

Serão computados para cálculo do salário previdenciário:

Empregado, trabalhador avulso e Salário de contribuição, mesmo havendo


empregado doméstico meses com contribuições devidas.

Segurado especial, facultativo e Salário de contribuição devidamente recolhidas


contribuinte individual

DICA 316
DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS
Poderá haver exclusão do salário menor, que estejam reduzindo a média do
beneficiado, na hipótese de já ter cumprido o tempo necessário para solicitar o benefício;
Vedada contabilização de tempo de contribuição em outros regimes previdenciários.

ATENÇÃO!

Trabalhador avulso e doméstico que cumpriram os requisitos para concessão do


benefício, mas não comprovem o valor de contribuição, será concedido o benefício
de valor mínimo.

DICA 317
DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS

Não serão utilizados para cálculo do salário-benefício:


Ao aumento dos salários-de-contribuição que exceder o limite legal, inclusive o
voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores ao
início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de
promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho,
de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva.
DICA 318
DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS – LEI 8.213 –
ART.29-A
O CNIS é um banco de dados com informações trabalhistas e previdenciárias dos
segurados, mantido pelo DATAPREV, nutrido pela GFIP, pelo RAIS (Relatório Anual de
Informações Sociais) e demais fontes.
É documento essencial para processos judiciais realizado pelos Procuradores Federais.
O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais –
CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário-
de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de
contribuição e relação de emprego.

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O INSS terá prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da solicitação
do pedido, para fornecer ao segurado as informações;

O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou


retificação de informações constantes do CNIS, com a apresentação de documentos
comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS.
DICA 319
DOS BENEFÍCIOS - DO CÁLCULO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS – LEI 8.213 –
ART.29-A

A aceitação de informações relativas a vínculos e remunerações inseridas


extemporaneamente no CNIS, inclusive retificações de informações anteriormente
inseridas, fica condicionada à comprovação dos dados ou das divergências apontadas,
conforme critérios definidos em regulamento.

Considera-se extemporânea a inserção de dados decorrentes de documento inicial


ou de retificação de dados anteriormente informados, quando o documento ou a
retificação, ou a informação retificadora, forem apresentados após os prazos
estabelecidos em regulamento.

Havendo qualquer dúvida sobre a regularidade do vínculo incluído no CNIS e


inexistência de informações sobre remunerações e contribuições, o INSS exigirá a
apresentação dos DOCUMENTOS que serviram de base à anotação, sob pena de
exclusão do período.
DICA 320
DOS BENEFÍCIOS – DA CARÊNCIA – DA LIMITAÇÃO DA RENDA MENSAL
Lista das doenças que não exigem carência:

ISENTAM DE CARÊNCIA

Tuberculose ativa Espondiloartrose anquilosante

Hanseníase Nefropatia grave

Alienação mental Mal de Parkinson

Neoplasia maligna Cardiopatia grave

Cegueira Hepatopatia grave

Paralisia irreversível e incapacitante

Contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada

Estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante)

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida — AIDS

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DICA 321
NOVA LEI Nº 14.441 DE 2022 E SUBMISSÃO (SOB PENA DE SUSPENSÃO DO
BENEFÍCIO)
O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente ou
aposentadoria por incapacidade permanente e o pensionista inválido, cujos
benefícios tenham sido concedidos judicial ou administrativamente, estão obrigados, sob
pena de suspensão do benefício, a submeter-se a:
exame médico a cargo da Previdência Social para avaliação das condições que
ensejaram sua concessão ou manutenção;
processo de reabilitação profissional prescrito e custeado pela Previdência Social; e
tratamento oferecido gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que
são facultativos.
DICA 322
DOS BENEFÍCIOS – DA ISENÇÃO DE PERÍCIA
A Lei nº 13.847/19, inovou trazendo a isenção de perícia médica para casos de
aposentadoria por invalidez, de segurado com Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (Aids/HIV).
A isenção só é permitida em caso de não retorno às atividades laborais,
independente da idade do beneficiário, uma vez que ainda há alta estigmatização em
relação à doença.

ATENÇÃO!

Caso o segurado já for diagnosticado para o HIV antes da filiação, o INSS não tem
obrigação de conceder benefícios.
As doenças pré-existentes, isentam o INSS da obrigatoriedade de concessão dos
benefícios.

DICA 323
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
Após a notificação do segurado ou seu representante legal, sobre a concessão ou
negativa do benefício, poderá ser solicitada nova perícia médica, no prazo de 30 dias,
devendo ser analisada por outro profissional.
O benefício só poderá cessar, após a recuperação da capacidade laboral do segurado.
O segurado que retornar ao trabalho voluntariamente, terá a aposentadoria cancelada
automaticamente;

IMPORTANTE!

O segurado aposentado por incapacidade permanente poderá ser convocado a


qualquer tempo para reavaliar se ainda mantêm as condições de afastamento,
independente se a concessão foi feita administrativamente ou judicialmente.

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A decisão judicial está sujeita à cláusula rebus sic stantibus.


DICA 324
CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
O pagamento do benefício terá como data inicial, a data da incapacidade;
Caso haja mais de 30 dias entre a data da incapacidade e data do requerimento, o
benefício será pago de forma retroativa, ou seja, a partir da data do requerimento.

TOME NOTA: No caso de segurados empregados, a regra é outra, pois a empresa é


obrigada a pagar ao segurado pelos primeiros 15 dias.
Portanto, a data de início do benefício do segurado empregado, será o 16º dia
seguinte, somente se ultrapassar 30 dias, neste caso a DIB (data de início do benefício)
também será a data de entrada do requerimento.
DICA 325
DA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
Quando houver recuperação de capacidade laboral, no prazo de 5 anos, contados a
partir do início da aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio-doença:
o benefício cessará imediatamente, para o segurado empregado que tiver direito
a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, valendo
como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência
Social;
ou após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da
aposentadoria por invalidez, para os demais segurados.

Ex.: No caso dos demais segurados, se a aposentadoria/auxílio-doença durou 3 anos,


o benefício cessará após 3 meses, a partir da data da perícia que entendeu pela
recuperação laboral.
DICA 326
DA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
Quando houver recuperação de capacidade laboral, após o prazo de 5 anos,
contados a partir do início da aposentadoria por incapacidade permanente ou do auxílio-
doença, ou se a recuperação for parcial:
ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do
qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à
atividade:
no seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade;
com redução de 50% no período seguinte de 6 meses; e
com redução de 75%, também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual
cessará definitivamente.

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DICA 327
DA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
Empregado aposentado por incapacidade permanente terá o contrato de trabalho
suspenso;
Tem direito ao retorno à função que exercia antes da aposentadoria por
incapacidade;
Poderá o empregador rescindir o contrato de trabalho do empregado.
DICA 328
DOS BENEFÍCIOS – DO AUXÍLIO-ACIDENTE
O conceito de acidente é fato fortuito, inesperado, danoso que gere trauma ou exponha o
segurado a agentes exógenos (físicos, químicos ou biológicos).
Para definição, consideram-se dois elementos:

Acidente decorrente de fatores externos (exógenos);

Acidente de origem traumática.


Ainda que o dano seja mínimo, o benefício de auxílio-acidente é devido.
Até a Lei 9.032/95, o auxílio-acidente era devido somente em situações de acidente
relacionado ao trabalho ou situações equiparadas ao trabalho.

STJ

Também será devido o auxílio-acidente se a sequela que acometer o segurado


empregado, avulso ou especial, decorrer de moléstia ocupacional (doença do trabalho
ou profissional), pois é equiparada legalmente ao acidente de trabalho, uma vez que há
o nexo causal entre a enfermidade e o labor.

Entretanto, em caso de perda auditiva, só será devido o benefício quando a redução ou


perda da capacidade laboral entre a função habitual exercida, tenha nexo causal entre o
trabalho e a doença.
DICA 329
DOS BENEFÍCIOS – DO AUXÍLIO-ACIDENTE
Renda Inicial no auxílio-acidente será:

Correspondente a 50% do salário-de-benefício;


Renda Inicial no auxílio-acidente para o segurado especial será:

Correspondente a 50% do salário-mínimo;

Se estiver contribuindo facultativamente, o benefício será concedido com base no


salário de contribuição.

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ATENÇÃO!

É vedada a cumulação do auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.

DICA 330
DOS BENEFÍCIOS – DO AUXÍLIO-ACIDENTE

O auxílio-acidente será concedido como indenização ao segurado que tiver tornado


permanentes as lesões ocasionadas pelo acidente, gerando sequela, que reduza a
capacidade para o trabalho que exercia anteriormente.

O auxílio-acidente é devido até a véspera de início da aposentadoria ou até a morte do


segurado.

A renda mensal concedida pelo auxílio-acidente, será concedida somente enquanto


existir a condição que impossibilite ao segurado o exercício da atividade laboral.

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


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